O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Santa Ingenuidade II: inteliquituais petistas frustrados com asescolhas neoliberais do governo (draft de 25/11/2014)

Não se pode evitar pessoas estúpidas de serem... estúpidas, obviamente.
A única coisa que podemos fazer é registrar a suprema ingenuidade -- para não repetir o qualificativo de estúpidos -- de culpados inúteis (ou seja, o contrário de inocentes úteis) desse pessoalzinho que acha que o mundo real tem algo a ver com suas crenças estapafúrdias.
Eles vivem de assinar manifestos (inúteis).
Paulo Roberto de Almeida
PS: Como revelado logo abaixo, esta postagem tinha sido preparada em 25 de novembro do ano passado. Por uma razão desconhecida, ficou dormindo no meu blog como draft (certamente eu dormi em cima do teclado). Vai agora publicado como simples registro de um momento de graça e ironia...)

terça-feira, 25 de novembro de 2014


Intelectuais que apoiaram Dilma agora fazem abaixo-assinado pedindo coerência




Imagem: Reprodução / Redes Sociais
Intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que tiveram papel decisivo na reeleição de Dilma Rousseff criaram um abaixo-assinado online no qual cobram da presidente coerência entre o discurso de campanha e as práticas de governo. Os principais alvos são a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), possível indicada para o Ministério da Agricultura, e o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, virtual ministro da Fazenda. Com mais de 2500 adesões até a tarde desta terça-feira, o texto da petição diz que as escolhas "sinalizam uma regressão".


"Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas", diz a petição, que também exige a participação social na escolha dos novos ministros.
Segundo o texto, no "terceiro turno" das eleições iniciado pela oposição, Dilma é acusada pela falta de diálogo com as forças que a elegeram.

"A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. A presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram", subscrevem os descontentes com as indicações feitas pela presidente.

O manifesto conta com apoio de nomes e entidades que tiveram papel importante na campanha como o teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o coordenador do Movimento dos Sem Terra João Pedro Stédile e o cientista político André Singer, porta-voz da Presidência no governo Luiz Inácio Lula da Silva.  


Fdddddddddd
Veja também: 


Ricardo Galhardo e Ricardo Chapola
 35 Comentários
 0 Comentários

Boletim Mundorama, etc., etc., etc... - felicidades e feliz ano novo... (Draft de 29/12/2014)

Meus cumprimentos ao Prof. Antonio Carlos Lessa, e a todos os "trabalhadores manuais" (no caso, digitais), que colaboram e promivem esse belo instrumento que é Mundorama, bem como meu sincero recinhecimento pela excelência das realizações em todos os demais programas e projetos associados, especialmente a RBPI, o boletim Meridiano 47, e demais iniciativas. Excelente 2015, e mais além, para todos esse magníficos produtos acadêmicos.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Descobri que meu blog está com um número enorme de "drafts", ou seja postagens que eu estava preparando e que por uma ou outra razão (geralmente dormi em cima do teclado) acabaram ficando sem publicação; vou tentar publicar agora o que ainda pode ser publicado, de aproveitável, o resto eu descarto)
(Draft de 29/12/2014)
 Boletim Mundorama, foi criado em agosto de 2007 como uma atividade de divulgação científica do projeto integrado de pesquisa “Parcerias Estratégicas do Brasil: as experiências em curso e a construção do conceito”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília e de diversas outras instituições brasileiras e estrangeiras entre 2007 e 2012, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Ele é o herdeiro direto do projeto RelNet – Rede Brasileiro de Relações Internacionais, que foi estabelecido em 1997, quando a internet mal era utilizada nas universidades brasileiras, as conexões eram discadas e o Google ainda nem existia.
A partir de 2012, o Boletim Mundorama (o seu nome de batismo era Mundorama – Iniciativa de Divulgação Científica em Relações Internacionais) passou a ser uma atividade permanente do Centro de Estudos sobre as Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo, um dos laboratórios do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
Ao longo da sua trajetória o Boletim se constituiu como uma alternativa importante e prestigiada para a veiculação de artigos breves de análise de conjuntura, resenhas de livros e notícias de eventos, que se somam à indexação de revistas científicas da área e a publicação de séries documentais. Nesse último campo de ação, especificamente, temos atuado para preservar o acesso a publicações importantes da área, fazendo um trabalho de indexação constante das edições publicadas (são os casos da  Revista Brasileira de Política Internacional,Revista Contexto Internacional e do Boletim Meridiano 47), ou para revistas e séries documentais extintas ou paralisadas atualmente (como a Revista Cena Internacional, o Boletim Via Mundi, a Resenha da Política Exterior do Brasil e séries de livros, teses de doutorado e dissertações de mestrado).
Temos privilegiado a publicação de artigos de opinião de pesquisadores da área, que se dirigem a uma audiência cativa e influente, em ascensão ano após ano.
Em 2014 o site do projeto atingiu a marca de 376.102 visualizações, o ponto alto de uma evolução consistente, como se observa no gráfico abaixo:
Em seus pouco mais de sete anos de existência, foram publicados em Mundorama, 3.965 artigos, de natureza diversa, incluindo documentos e fichas de indexação.  Somente em 2014, foram publicados 306 artigos. Alguns textos são extraordinariamente populares e demandados – a tabela abaixo lista os 10 documentos mais acessados em 2014, alguns dos quais nem mesmo foram publicados neste ano:
Título
Visualizações
1Brasil, Manifestações Populares e Grandes Eventos: Questões de (In)Segurança e Imagem Internacional, por Bernardo Wahl G. de Araújo Jorge16.784
2O Atual Conflito no Sudão do Sul: Conflito Étnico ou Sintoma dos Problemas estruturais do SPLM/A?, por Paulo Gilberto Fagundes Visentini e Livi Gerbase4.809
3O “Fim da História”, de Fukuyama, vinte anos depois: o que ficou?, por Paulo Roberto de Almeida4.382
4O Papel das Redes Sociais na Primavera Árabe de 2011: implicações para a ordem internacional, por Viviane Brunelly Araújo Tavares.4.181
5Resenha de “Por Que as Nações Fracassam: as Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza”, de Daron Acemoglu e James Robinson, por Gustavo Resende Mendonça3.564
6Resenha de “Tempos Líquidos”, de autoria de Zygmunt Bauman, por Márcio Pereira Basílio3.550
7A espionagem norte-americana no Brasil e a hegemonia dos Estados Unidos, por Joana Soares3.446
8China e Índia: Perspectivas Acerca da Grande Corrida Econômica Asiática, por Gustavo Resende Mendonça2.718
9Análise das relações entre Cuba e EUA (1961-2011), por Pedro Ernesto Fagundes2.439
10Integração Regional da África – a saída para o desenvolvimento do continente, por João Bosco Monte2.435
A origem das visualizações é diversa, e bastante fragmentada. Obviamente, a grande parte dos leitores do Boletim vem do Brasil, mas Mundorama chegou a ter leitores em 132 países. O site do Boletim tem 4.308 seguidores, dos quais 1.788 recebem os artigos por e-mail ou acessando o canal agregador (feed) e sua página no Google+, 890 seguem o seu perfil no Twitter e 1.630 seguem a sua fan page no Facebook. Abaixo, são listados os países de origem do fluxo de seguidores:


Macroeconomia da America Latina: visao de conjunto - Itau Macro - Ilan Goldfajn

MACRO VISÃO - O que vem pela frente para as economias da América Latina?
Ilan Goldfajn
Itau Macroeconomia
(Draft de 2/02/2015)

Seis anos se passaram desde a última crise financeira global. O pior ficou para trás, mas a normalidade ainda não foi restaurada. Os EUA tem conseguido sustentar taxas robustas de crescimento e criar empregos, mas a expansão de salários e a inflação ainda estão baixas e dúvidas em relação a uma estagnação secular persistem. A Zona do Euro evitou um colapso, mas está apresentando dificuldades para sustentar níveis moderados de crescimento. O Japão renovou esforços para combater a deflação, com resultados mistos até agora. O juro básico segue próximo de zero nos EUA. A expansão monetária ainda está sendo implementada na Europa e no Japão.

A China se recuperou rapidamente da crise financeira global, com forte estímulo do governo, em sua maioria medidas parafiscais. Mas as políticas de estímulo criaram distorções: as taxas de investimento, já acima do desejado, aumentaram ainda mais. A capacidade ociosa se acumulou em diversos setores. Hoje a China cresce bem menos e a desaceleração é estrutural, na medida em que as autoridades buscam reequilibrar o crescimento: menos investimento, mais consumo e, talvez, menos danos ao meio ambiente. Em suma, crescimento econômico menor, porém mais equilibrado.

O banco central americano está removendo gradualmente o estímulo monetário implementado durante a crise. À medida em que os juros sobem nos EUA, os títulos de mercados emergentes ficam menos atraentes. A liquidez vai ficar mais cara e os países latino-americanos enfrentarão condições financeiras externas mais apertadas.

Um novo quadro global desponta no horizonte: os EUA estão prestes a iniciar um ciclo de aperto monetário e o crescimento chinês continuará se desacelerando. O que isso significa para a América Latina? Em alguns aspectos, isso significa um ambiente mais desafiador e arriscado para o crescimento adiante.

Os fundamentos vão distinguir os países

O investimento na região é parcialmente financiado pela poupança externa, como mostram os déficits em conta corrente moderados, porém generalizados. Até agora, investidores em busca de rendimentos mais elevados têm estado dispostos a financiar economias emergentes, mas na medida em que os retornos dos títulos americanos subam, isso pode mudar. A disponibilidade de poupança externa vai diminuir. Para manter os níveis atuais de investimento, a poupança interna precisará aumentar.


Os preços das commodities deixarão de jogar a favor dos investimentos nos países latino-americanos. Na última década, os termos de troca na América Latina melhoraram à medida que a urbanização na China impulsionou a demanda por commodities. Termos de troca mais robustos ajudaram a impulsionar o investimento nesta região de baixa poupança. Com o arrefecimento dos investimentos na China, os preços das commodities serão mais baixos do que no passado. A região enfrentará termos de troca menos benignos adiante.


Assim, as condições globais para o investimento serão mais difíceis. Para continuar crescendo, as economias latino-americanas precisarão ganhar produtividade. Chile, Colômbia e Peru se destacam devido ao bom ambiente institucional, à abertura ao comércio internacional e reformas. O processo de reformas e a recuperação dos EUA podem elevar as taxas de crescimento no México. Já a Argentina precisará corrigir políticas micro e macroeconômicas para alcançar taxas de crescimento maiores e controlar a inflação.


No Brasil, há desafios pela frente. A inflação está próxima do teto da meta e os déficits fiscais em termos nominais estão elevados. Além dos desequilíbrios macroeconômicos, persistem os problemas estruturais, como falta de infraestrutura adequada e excesso de burocracia. Restaurar a confiança e implantar reformas é necessário para o País voltar a crescer a taxas altas.


Ambiente mais arriscado para a América Latina

A princípio, a normalização da política monetária nas economias desenvolvidas será suave. Porém, na prática, problemas podem ocorrer — e geralmente são imprevisíveis. A história ensina que longos períodos de política monetária frouxa são frequentemente seguidos por volatilidade financeira e econômica.

Algumas commodities essenciais sofreram recentemente acentuadas quedas de preços, como petróleo, minério de ferro e soja. Os preços mais baixos e voláteis das commodities são uma tendência? Ainda é cedo para tirar conclusões, mas esta certamente é uma possibilidade. A oferta reagiu, com grande defasagem, aos preços elevados praticados nos últimos anos. E agora a China cresce mais lentamente do que no passado.

Independentemente dos fundamentos ou das políticas macroeconômicas domésticas, existe uma tendência comum entre os exportadores de commodities da região: a regra é a desaceleração do crescimento. Isso se aplica à Argentina, Brasil, Chile, Peru e Venezuela. Evidentemente, os fundamentos fazem a diferença: Chile, Colômbia e Peru crescem mais rapidamente do que os outros países. A Argentina enfrenta uma recessão dura e o Brasil está no meio do caminho. O México pertence a outra categoria, por não ser um exportador de commodities e sim um exportador de manufaturados para os EUA.


O ambiente global tornou-se mais arriscado. Os países latino-americanos estão preparados para repentinas fugas de capital? E para preços de commodities mais baixos e possivelmente mais voláteis? A resposta a ambas as perguntas é: mais preparados agora do que no passado. Por quê?

Diversos países da região aproveitaram os anos de ambiente global favorável para aprimorar os fundamentos domésticos. As posições externas ficaram bem mais resistentes. A dívida pública foi reduzida e sua composição se tornou bem mais saudável. Regimes de metas de inflação foram implantados com sucesso, permitindo que as taxas de câmbio absorvam choques vindos de fora. A melhora dos fundamentos macroeconômicos criou espaço para enfrentamento do ambiente externo mais difícil com políticas anticíclicas. Chile, Colômbia, México e Peru se encaixam nessa categoria.

A dívida de curto prazo hoje representa uma parcela pequena das obrigações externas. A maior parte das obrigações é denominada em moeda local, uma vez que investimentos diretos e em carteira representam a maioria dos influxos estrangeiros nos países da América Latina. Além disso, os bancos centrais acumularam reservas internacionais durante o período de bonança, de forma que muitos governos agora são credores líquidos em dólar. As taxas de câmbio retomaram seu papel de garantir o equilíbrio do balanço de pagamentos.


A dívida pública como percentual do PIB recuou significativamente e seu perfil também melhorou: os prazos da dívida se alongaram e a parcela de dívidas denominadas em dólares diminuiu substancialmente. Em alguns países, houve progresso no arcabouço de política fiscal. Os governos começaram a implantar regras fiscais anticíclicas em vez de buscar um nível específico de saldo orçamentário.


Os anos de liquidez global também permitiram aumento da taxa de investimento naqueles países que usaram as condições positivas a seu favor. Nesse contexto, destacam-se Colômbia e Peru, que aumentaram de forma significativa suas taxas de investimento, para níveis maiores do que os observados em seus pares. Ao mesmo tempo, os níveis de investimento na Argentina aumentaram, mas continuam relativamente baixos, enquanto no Brasil a taxa de investimento permaneceu praticamente estável.


A política monetária ganhou mais credibilidade. Os bancos centrais evoluíram de regimes de câmbio fixo para regimes de metas de inflação. As expectativas de inflação são ancoradas na meta de inflação e não na taxa de câmbio. Assim, o repasse da variação cambial à inflação diminuiu bastante. Esses ganhos de credibilidade permitem o uso de política monetária anticíclica.


No entanto, alguns países da região estão em posição pior. Nos anos de bonança, as políticas fiscais e monetárias foram extremamente expansivas e, juntamente com regimes de câmbio fixo, levaram a grandes desequilíbrios internos e externos. Argentina e Venezuela estão nessa categoria.



Ilan Goldfajn
Felipe Salles

Pesquisa macroeconômica - Itaú
Ilan Goldfajn - Economista-Chefe



Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site:
http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/

O Brasil e a OCDE - Rubens Barbosa (OESP) (Draft de 10/02/2015)

No que depender desse governo, não tem nem papo...
Paulo Roberto de Almeida

O BRASIL E A OCDE
Rubens Barbosa
O Estado de São Paulo, 10 de Fevereiro de 2015

No início dos anos noventa, por iniciativa do Itamaraty, conjuntamente com outros órgãos governamentais e instituições privadas, o Brasil partiu acertadamente para uma aproximação gradual com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esta estratégia segue sendo aplicada pelo Governo atual, embora de forma reativa e menos coordenada.
O Brasil nunca procurou uma adesão formal à OCDE, que dependeria de reformas e da defesa de interesses nacionais à luz do conjunto de regras da Organização. A estratégia de aproximação sempre visou à participação nos trabalhos da OCDE como mais um instrumento para apoiar o desenvolvimento do País: modernizar a economia, fortalecer os mecanismos de regulação, aprimorar as politicas públicas e promover reformas estruturais e institucionais.
O nosso engajamento na OCDE serviria para enriquecer os processos de reflexão e de formulação de políticas. Permitiria colher lições de experiências de 34 países que em conjunto somam cerca da metade da corrente de comércio do Brasil, a maioria esmagadora dos investimentos diretos estrangeiros no País e da capacitação dos nossos cientistas e engenheiros em pesquisa, doutorado e pós-doutorado no exterior.
Em contraste com outros organismos econômicos (como o BIRD, o FMI, a OIT e a OMC), a OCDE tem um escopo temático mais abrangente. Reúne capacidade para integrar temas de diferentes perspectivas. Atua em várias frentes do G20, tais como: monitorar medidas restritivas do comércio e dos investimentos internacionais; combater a corrupção e outros ilícitos transnacionais; aprimorar a governança corporativa e a responsabilidade social das empresas; revisitar as regras internacionais de tributação contra a erosão fiscal; compreender as relações entre emprego e comércio e o papel das cadeias globais de valor; identificar politicas e reformas estruturais para revigorar o crescimento de cada país de modo sustentado e equilibrado.
O reconhecimento do papel da OCDE na construção da ordem econômica internacional não pode ser passivo, mas ativo e crítico. Deveria estimular a Organização a reconciliar interesses e objetivos de países desenvolvidos e em desenvolvimento – uma missão implícita nos mandatos que lhe atribui o G20. Cabe ao Brasil, membro desse Grupo e tradicional advogado do desenvolvimento, ser um dos líderes nesse processo. Como outras organizações econômicas internacionais, a OCDE não logrou antecipar a crise financeira internacional iniciada nos EUA, tampouco denunciar convincentemente desequilíbrios – mesmo entre países membros. Ao Brasil e à comunidade internacional interessa que a OCDE corrija consideráveis falhas em análises e prescrições, feitas individual ou coletivamente, para países desenvolvidos e em desenvolvimento.
            Hoje a OCDE negocia a adesão da Colômbia e da Rússia, entre outros países e intensifica relações com países do sudeste asiático. Deseja, sobretudo, a participação ampla e regular e, mesmo, se possível, a adesão do Brasil e dos outros BRICS.
Da integração dos BRICS – a OCDE não esconde - dependerão não só o alcance e a credibilidade dos seus trabalhos, mas também a superação de seu déficit de representatividade. São essenciais todas essas condições para que a OCDE continue a desempenhar papel influente e global. Por essa razão, a OCDE já vem incluindo os BRICS sistematicamente em todos os seus principais estudos e relatórios. Ademais, faculta a estes participar de virtualmente todos os 200 Comitês e organismos da OCDE, dedicados a distintos setores e temas.
De sua parte, o Brasil, como outros BRICS, participa, em diferentes modalidades, de cerca de 1/3 desses Comitês e organismos. Essa presença é, porém, ainda discreta, sem que o País exerça a influência correspondente ao seu peso internacional dentro da OCDE, exceto em alguns poucos foros - por exemplo, o encarregado do programa internacional de testes de educação  (PISA).
Tanto diante da internacionalização da economia como para a consecução dos objetivos de desenvolvimento do Pais,  são três as vantagens que se tornam cada vez mais evidentes para o Brasil numa eventual adesão `a OCDE:
1) comparar políticas econômicas e públicas aplicadas por países, muitos dos quais mais desenvolvidos, e aperfeiçoarmos praticas, por exemplo em matéria de eficiência de políticas econômicas em prol do crescimento, de desenvolvimento da capacitação em C&T e da inovação industrial, de aprimoramento das políticas nas áreas de educação, saúde e inclusão social em geral,
2) influenciar, com base em nossa experiência e nossos interesses, inclusive como país em desenvolvimento, a concepção de estatísticas internacionais, bem como a identificação e a difusão de "boas práticas" de políticas econômicas públicas;
3) participar ativamente - e não reativamente - da definição de parâmetros e regras internacionais que, inicialmente aplicadas pelos países membros, acabam tornando-se elementos centrais em negociações multilaterais, (inter-)regionais e mesmo bilaterais, por exemplo nas áreas de tributação, comercio, investimentos, agricultura, finanças (inclusive créditos e garantias à exportação), propriedade intelectual, energia e mudança do clima.
As mudanças comandadas pelo Ministro Joaquim Levy para dinamizar a economia e torná-la mais produtiva e competitiva podem se beneficiar da adesão à OCDE. O Brasil poderia retirar lições comparadas, identificar subsídios para nossas políticas, fortalecer a ação de nossa diplomacia econômica e melhor projetar no mundo nossas experiências e “boas práticas”.
            Novo governo, novas ideias. O ingresso do Brasil na OCDE seria uma estimulante decisão de politica externa com amplos reflexos na economia.

RUBENS BARBOSA, Presidente do Conselho de Comercio Exterior da Fiesp

Academia.edu: os dez mais dos 60 dias: livros de diplomatas, corrupcao na Petrobras - Paulo R. Almeida

Estou bastante orgulhoso pelo primeiro lugar obtido na minha página no Academia.edu pelo meu livro sobre os livros de diplomatas: mini-resenhas, resenhas grandes, médias, enormes e variadas de obras de colegas e de terceiros, sempre na perspectiva dos temas de relações internacionais e de políticas externa do Brasil.
Mas, não deixo de sentir uma ponta de tristeza pelo segundo lugar, um relato de um funcionário anônimo da Petrobras sobre os roubos ocorridos no que se pode legitimamente chamar, agora, de Petralhabras, o mais gigantesco assalto à companhia, e o mais horroroso espetáculo de extorsão jamais cometido no Brasil por gangsteres, como devem ser classificados todos os que assim atuaram deliberadamente, sendo que o chefe da quadrilha ainda corre o risco de passar impune pelos seus crimes. Triste.
Esta é a visão apenas dos dez mais descarregados nos últimos 60 dias, mas vendo a lista sob outras formas de organização (palavras-chave, por exemplo), não deixa de ser engraçado constatar o que certos malucos andam buscando. Deixa prá lá...

Title60-Day Views60-Day Uniques60-Day DownloadsAll-Time ViewsAll-Time Downloads
22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Edição de Autor, 2014)292246261,314165
O roubo mafioso na Petrobras: depoimento de funcionario à DPF3142165431454
19) Integração Regional: uma introdução (2013)1110616951
2469) Vision 2050: A New Political and Economic Map of the World (2013)77030449
21) Nunca Antes na Diplomacia: a politica externa brasileira em tempos não convencionais (2014)2218915245
26) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (2014)3525814539
2723) Produção intelectual sobre relações internacionais e política externa do Brasil (1954-2-14)35221013739
25) Rompendo Fronteiras: a academia pensa a diplomacia (2014)107510633
16) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (2010)6152825732
24) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (2014)7155720030

Mas, também, devo dizer que poucos escrevinhadores colocam tantos materiais à disposição dos estudantes como este modesto escriba (que só pode ser maluco também).
Bem, tenho mais o que fazer. Eu só faço essas postagens para ver como anda o mundo aí fora. Aqui está muito frio: - 20C, ideal para ficar em casa lendo. Deixa eu voltar para os meus textos.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 24 de fevereiro de 2015.

SwissLeaks: ah, essa inveja dos ricos, essa curiosidade malsa; quem sao os bilionarios brasileiros?

Desproporção gritante, neste meu blog, entre as buscas pelos nomes de brasileiros com contas no HSBC de Genebra, e as demais buscas por quaisquer outros motivos, como se pode constatar por estas estatísticas dos últimos dias (no caso do SwissLeakes apenas cinco dias):

Posts


Será que todo mundo quer saber quem são os felizes proprietários de contas na Suíça?
Simples curiosidade ou voyeurismo financeiro?
Nem vou buscar: quem achar o meu nome, favor avisar...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil "vs" Indonesia: defesa de traficante pode trazer prejuizo de US$ milhoes ao Brasil

Pois é: todo gesto mal pensado tem consequências inesperadas. Qualquer pessoa enfronhada no assunto, sabe como é difícil concretizar vendas no setor militar, extremamente sensível, no qual considerações de ordem política e estratégica superam facilmente argumentos de natureza econômica.
Neste caso, as indústrias de defesa do Brasil podem ter de amargar um prejuizo de algumas centenas de milhões de dólares, não só em função da defesa de um reles traficante profissional, mas sobretudo pela desfeita, descortesia e atitude altamente irresponsável, no plano diplomático, da recusa de aceitação de credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil.
Até onde pode chegar a inconsciência de certas pessoas...
Acho que no dia 15 de março haverá até mais razões de tipo econômico, do que no plano estritamente político, ou de corrupção, para manifestar.
Paulo Roberto de Almeida

Indonésia ameaça reconsiderar compra de material militar do Brasil

Em Bancoc (Tailândia)



O governo da Indonésia ameaçou reconsiderar a compra de material militar do Brasil após a deterioração das relações entre os dois países devido à execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira em janeiro, informou nesta terça-feira (24) a imprensa local.

A Indonésia chamou de volta, no sábado, seu representante no Brasil e apresentou um protesto formal às autoridades brasileiras porque a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, Toto Riyanto.

Após o incidente, o vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, disse que Jakarta poderia reconsiderar a compra de 16 aviões de combate EMB-314 Super-Tucano e lança mísseis de fabricação brasileira, segundo o jornal "The Jakarta Post".

As relações entre Brasil e Indonésia atravessam um período de crescente tensão desde que o país asiático executou Marco Archer por tráfico de drogas, apesar do pedido de clemência da presidente.

Dilma, que chamou para consultas o embaixador em Jacarta após a execução de Marco Archer, também pediu clemência para Rodrigo Muxfeldt Gularte, também condenado por tráfico e cuja execução esta prevista para este mês, por um pelotão de fuzilamento.

Neste caso, o Brasil pede a suspensão da execução e a hospitalização de Rodrigo, que sofre de esquizofrenia, conforme admitiram as próprias autoridades da Indonésia.

Politica fiscal: a heranca super-maldita deixada pela equpe economica precedente - Mansueto Almeida

Leiam os dados impressionantes em postagem desta terça 24/02/2015, no blog do economista Mansueto Almeida:

Hoje os jornais trazem matérias bastantes interessantes. Conversei com jornalistas sobre alguns desse tópicos e, por esse motivo, sou citado. Mas os jornalista fazem um trabalho minucioso de investigação e têm uma capacidade impressionante de resumo e de explicação que falta a nós economistas.

Para assinantes do Valor, leiam a matéria “Saúde faz gasto de custeio em janeiro superar expectativa” (clique aqui) do Ribamar Oliveira e Leandra Peres. Essa matéria mostra algo que descobri em janeiro bem interessante: apenas no primeiro mês do ano, as despesas de exercícios anteriores já superaram todo o valor pago em 2014.

Mas que diabos é isso? são despesas que ocorreram, mas que os recursos não chegaram nem mesmo a serem empenhados e, assim, não foram inscritas em restos a pagar. Esse é um tipo diferente de truque contábil e uma conta salgada deixada para nova equipe econômica.

A outra matéria no Estado de São Paulo com a jornalista Lu Aiko é sobre um levantamento que fiz sobre restos a pagar de subsídios (clique aqui). No início deste ano, o saldo desses restos a pagar que o Tesouro deve a bancos público alcançou R$ 34 bilhões, mas o valor real já ultrapassa R$ 50 bilhões ou 1% do PIB. Restos a pagar não são contabilizados como dívida, mas o governo mais cedo ou mais tarde terá que pagar essa conta seja com receita corrente ou com dívida.  Adicionalmente, o governo não tem nem mesmo espaço fiscal para pagar apenas a conta deste ano. Este ‘um problema ainda sem solução.

A matéria trata também do crescimento real negativo da receita em janeiro deste ano (clique aqui). Assim, por enquanto, o crescimento baixo e os “fantasmas do passado” estão dificultado o trabalho na nova equipe econômica. Apenas reforçando, a culpa é da equipe econômica que estava na Esplanada até 2014.