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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 12 de outubro de 2019

2019 em Brasília: o ano disruptivo na política brasileira - Daniel Marenco (crowdfunding)

Participe, você também, deste crowdfunding, para um livro excepcional: o ano mais disruptivo da política brasileira, devidamente fotografado por um artista profissional:

https://benfeitoria.com/embrasilia2019?fbclid=IwAR3I44_kKoethdyxp-xR0yIOog4-KzoqrLf39WUa3Opw_zp5XZ0wbpou4K8

EM BRASÍLIA, 2019. O ano disruptivo
Daniel Marenco

O Brasil de 2019 pelas lentes de quem acompanha o dia a dia da política na capital federal. Um registro fotográfico de um ano disruptivo.

O fotojornalista Daniel Marenco acaba de lançar o projeto “Em Brasília, 2019. O ano disruptivo”, um registro fotográfico do momento político em que vivemos. Será um livro impresso em qualidade, com capa dura, com imagens feitas nos bastidores de Brasília, em eventos oficiais e também imagens que retratam onde e como as falas dos governantes podem afetar a população. São fotos que procuram retratar não somente o fato político, mas também contextualizar suas consequências em um país tão heterogêneo, desigual, gigante.

A campanha de crowdfunding está no ar no endereço https://benfeitoria.com/embrasilia2019 e tem como recompensas, além do próprio livro, fotos em séries limitadas - com no máximo 20 impressões, de algumas das fotos da carreira de Marenco, assinadas e impressas com qualidade museológica - cursos de fotografia, curadoria para projetos pessoais, entre outros.

Como fotógrafo, desde 1999 Marenco busca mostrar o que acontece por onde passa em registros visuais. Já fotografou miséria extrema, alguns dos piores desastres, eleições presidenciais, grandes eventos. E, neste último ano e meio, vem respirando política no meio do furacão onde ela mais se expressa: em Brasília.

É um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também é um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período.

Sobre Daniel Marenco
Fotojornalista baseado em Brasília, Daniel Marenco trabalhou em quatro jornais. Em 2015, foi indicado ao Esso, principal prêmio de jornalismo brasileiro, com dois trabalhos. A foto “Terremoto em Katmandu” mostra uma cerimônia fúnebre no Nepal e foi publicada no jornal Folha de S. Paulo, empresa em que trabalhou por cinco anos. "Marcado com ferro e fogo" é o retrato de um homem torturado pela polícia no Rio de Janeiro. A foto foi publicada em O Globo, onde Marenco começou a trabalhar em 2015. Em 2009, o fotojornalista foi indicado para o mesmo prêmio, por causa de uma série de fotos da Prisão Central de Porto Alegre. Ele foi premiado na categoria de ensaio no 7º Melhor Concurso Cultural de Fotografia da Leica (2009) e no Prêmio Petrobras de Jornalismo (2015). Em 2014, com o ensaio “El Gaucho”, foi finalista da bolsa Roberto Villagraz, em Madri, e com um ensaio sobre as manifestações de junho de 2013, finalista do Prêmio de Arte da Fundação Conrado Wessel. Marenco é formado em jornalismo na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (2007). Trabalha como fotógrafo desde 1999 e já passou também pelos jornais Diário Gaúcho e Zero Hora. Entre as principais coberturas em que participou, estão os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em 2011, os protestos brasileiros em 2013, a Copa do Mundo no Brasil em 2014, o terremoto no Nepal em 2015, o Jogos Olímpicos de 2016, o fim da Minustah no Haiti (2017) e quatro eleições presidenciais. Em 2018, Daniel Marenco estreou em documentários com “Contramaré”, selecionado em mais de 10 festivais.

Seu portfólio está disponível em https://danielmarenco.com/

Um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período.

Olá, meus amigos, que bom que chegaram até aqui. De antemão, agradeço pelo tempo e carinho de vocês. Aproveito para dizer que aqui terão a oportunidade de não só contribuir para fazermos juntos o livro que será um registro histórico do tempo em que vivemos, mas também ter em casa aquela minha foto que você gosta.
Essa campanha foi pensada com esse intuito. Agradar a todos vocês. E presenteá-los não só com o produto desse crowdfunding, mas também com o que mais tenho de valioso: meu carinho despejado em cada fotografia que faço. Espero ir parar na parede das casas de cada um de vocês. 
Para isso, preparamos recompensas para todo o tipo de ajuda. E, para algumas, séries limitadas, com no máximo 20 impressões, de algumas das minhas fotos, assinadas e impressas com qualidade museológica! Confira abaixo essas imagens:


Como fotógrafo, desde 1999 busco mostrar o que acontece por onde passo em registros visuais. Já fotografei miséria extrema, alguns dos piores desastres, eleições presidenciais, grandes eventos. E, neste último ano e meio, venho respirando política no meio do furacão onde ela mais se expressa: em Brasília. Essas fotos também serão disponibilizadas em recompensas, mas sem limite de impressões. Abaixo mais alguns exemplos dessas fotos. E, claro, se você gosta muito de alguma imagem minha que não está aqui, só entrar em contato por e-mail que damos um jeito.

Além disso, teremos outras recompensas, como cursos de fotografia, curadoria para o seu projeto pessoal, entre outros. Espie todas e dê uma reparada no nome de cada recompensa. Depois me conta o que achou!
Sobre esse livro, algumas considerações. A última eleição para Presidência da República representou uma quebra de paradigmas, com uma disputa eleitoral em que as redes sociais tiveram novo peso, com a ruptura da polarização entre PT e PSDB, entre outras novidades no âmbito político e social brasileiro. 

São, até o lançamento desta campanha de crowdfunding, mais de nove meses de governo. Um governo já marcado por declarações polêmicas em diversas áreas e com uma rápida queda de aprovação. Um governo que já aprovou uma grande reforma com o apoio do Congresso, a reforma da previdência, mas que também teve derrotas importantes e vê sua imagem desgastada por discursos e práticas. 
Desde a eleição, ou mesmo desde a posse, muita coisa mudou. Para marcar esse momento histórico no país, venho propor um documento imagético: um livro, o "Em Brasília, 2019. O ano disruptivo". 
Será um livro impresso em qualidade, com capa dura, com imagens feitas nos bastidores de Brasília, em eventos oficiais e também imagens que retratam onde e como as falas dos governantes podem afetar a população. São fotos que procuram retratar não somente o fato político, mas também contextualizar suas consequências em um país tão heterogêneo, desigual, gigante. 
É um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também é um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período. 
E eu, testemunha ocular desses acontecimentos, conto com a colaboração de vocês para divulgar esses registros. Seria muito legal se vocês compartilhassem e contribuíssem com esse projeto. Agradeço imensamente a cada um que se dispuser a ajudar e deixo desde já o meu muito obrigado.
Um abraço forte em cada um de vocês! 

FINANCIAMENTO COLETIVO
É tudo ou nada! Precisamos bater a meta até 15/12/2019 - 23:59

Rodrigo Constantino: como agem os mercenários do poder

Os blogueiros de crachá: Moura Brasil expõe militância virtual ligada ao governo
por Rodrigo Constantino

Felipe Moura Brasil, diretor de jornalismo da Jovem Pan, publicou uma longa reportagem muito importante na revista Crusoé, expondo nomes e como atuam os militantes virtuais do bolsonarismo, agindo desde dentro do governo. Eis o resumo:

“De fato, trata-se de uma espécie de petismo com sinal trocado, na linha do que já havia denunciado Janaina Paschoal, que percebeu postura similar àquela dos seguidores de Lula.”

Um dos nomes que mais aparecem, para surpresa de ninguém que conheça os bastidores da direita populista, é o de Filipe G. Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais. Quem tiver interesse em conhecer melhor o perfil dele, recomendo essa reportagem da Época.

O jovem, que exerce bastante influência em Bolsonaro por ser uma espécie de preposto de Olavo de Carvalho no governo, atua diretamente na articulação dessa militância. Como "analista", mais parecia o goleiro Muralha, sempre pulando para o mesmo lado e cantando a vitória da direita. Acertava metade. E "analisava" desde a posição de membro de diretório de partido, com cargo no PSL e de olho num eventual cargo no governo em caso de vitória do "seu" candidato. Analista independente é isso!

Vera Magalhães comentou o caso no Jornal da Manhã de hoje:
(...)
Vera é alvo constante dessa "milícia digital" bolsonarista, assim como tantos outros jornalistas. Carlos Andreazza, por exemplo, que também comentou a reportagem:

“Até os ministros Paulo Guedes e Sergio Moro são alvos dessa turma. Sabemos que os nacional-populistas e reacionários influenciados por Olavo e Bannon não engolem os liberais, e enxergam em Guedes um instrumento útil no momento, nada mais.”

Filipe G. Martins, chamado de Robespirralho ou Sorocabannon nas redes sociais, foi o responsável pela barrigada no caso da OCDE, criando um baita alarde na época do apoio de Trump, como se fosse sinônimo já de vitória e ingresso no "clube dos ricos". Esses dias soubemos que não é bem assim que as coisas funcionam no mundo da diplomacia real...

A militância foi imediatamente acionada, ao que tudo indica, para entrar em campo defendendo o jovem assessor e o governo. A mídia só espalharia Fake News, dizem. A reação é a prova da falta de humildade desse pessoal para reconhecer um erro. Venderam um peixe que não foram capazes de entregar, e agora atacam o mensageiro. Comentamos isso no Jornal da Manhã hoje:

É constrangedor ver o malabarismo dos bolsolavistas para defender Filipe. "A OCDE tem regras", "a Argentina já estava na fila" etc. Ora, então qual foi a razão de toda aquela empolgação eufórica do assessor à época da notícia do apoio americano? Daqui a pouco, se até isso fracassar na frente, vão resgatar o globalismo e desqualificar a própria OCDE como irrelevante ou instrumento dos comunistas. Haja pano para passar.

Para Rubens Ricupero, ex-embaixador nos Estados Unidos, "estamos colhendo a humilhação pública depois de todo festejo". O diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida, alvo da militância por ter discordado de Olavo num debate sobre globalismo, comentou: "Ricupero volta a sublinhar o que é relevante nos fatos, não nas alucinações exteriores do olavo-bolsonarismo diplomático, feito de retórica vazia. Vou atualizar minha lista das NÃO realizações da 'política externa para o povo'."

O jornalista Merval Pereira, em sua coluna de hoje, resgatou a frase atribuída a Dulles de que não há países amigos, mas interesses comuns, e acrescentou:

“A propalada amizade entre Trump e a família Bolsonaro, base para a defesa de uma política externa atrelada aos Estados Unidos, começa a ser desmistificada pelos próprios americanos, que ontem aceitaram Argentina e Romênia no chamado “clube dos ricos”, sem abrir brecha para o Brasil, o que fora anunciado como a grande vitória alcançada na visita do presidente Bolsonaro aos Estados Unidos.

A indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada americana, apesar da visível falta de qualificação, subiu no telhado agora. Afinal, o trunfo usado era justamente a "amizade" entre os dois presidentes. Mas e se essa "amizade" pouco quer dizer na prática? Não é assim que se constrói relações republicanas. O "jeitinho" personalista pode ter raízes profundas fincadas na cultura brasileira, mas não se pode dizer o mesmo da América.”

Filipe Martins e essa militância dos "blogueiros de crachá", e Eduardo Bolsonaro com sua obsessão pela embaixada e por assassinar a reputação de eventuais críticos do governo, como tentou fazer comigo usando uma mentira patética acerca do meu passado no mercado financeiro, representam o que há de pior no governo Bolsonaro. E o fato de serem tão influentes na cabeça do presidente é o que mais assusta..."

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A guinada ultraconservadora da diplomacia brasileira na ONU a pedido dos EUA - Jamil Chade

Jamil Chade refaz a trajetória da inversão conservadora da diplomacia brasileira, atendendo a demandas dos EUA nas questões da mulher, e confirmando a submissão servil - redundante, eu sei - a tudo o que vem do governo Trump. Diplomatas brasileiros evitarão falar a respeito dessa nova vergonha política, pois todos eles dependem do Gabinete do chanceler para promoção, remoção ou chefias na Casa. 
Trata-se do maior afundamento da dignidade da diplomacia brasileira em décadas.
Paulo Roberto de Almeida 

Exclusivo: os bastidores da nova política externa brasileira, "inspirada" na Casa Branca. https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/10/12/eua-acionam-brasil-para-implementar-agenda-ultraconservadora-na-onu/ 

EUA acionam Brasil para implementar agenda ultraconservadora na ONU Jamil Chade 12/10/2019 04h00 Trump e Bolsonaro se cumprimentam durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington (REUTERS)   Nos bastidores, a guinada ideológica sem precedentes no Itamaraty teve pressão direta de Washington, resistência de diplomatas brasileiros e novo alinhamento do governo nas entidades internacionais.     GENEBRA – Em fevereiro deste ano, muitos na ONU respiraram aliviados. Numa primeira visita da ministra de Direitos Humanos às Nações Unidas, Damares Alves não criou polêmicas e falou abertamente sobre a questão de gênero, direitos das mulheres e educação sexual. Vítima de abus... - Veja mais em https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/10/12/eua-acionam-brasil-para-implementar-agenda-ultraconservadora-na-onu/?cmpid=copiaecola

Retomo (PRA):


Uma tal subserviência da diplomacia brasileira a diretrizes determinadas em Washington, em total contradição com posturas exibidas tradicionalmente pela diplomacia tradicional do Brasil, tem poucos precedentes, provavelmente nenhum, na nossa longa história de política externa orientada em função de critérios que refletem determinados consensos da sociedade brasileira.
Agora não mais: no afã de atender e de seguir recomendações ou sugestões emanadas dos setores ultraconservadores da administração Trump, ou pressionadas por setores identificados com as mesmas posturas no próprio Brasil, as novas instruções dadas pelo Gabinete do chanceler brasileiro se conformam fielmente às ideias extremistas defendidas por esses setores do governo bolsonarista.
Em resumo, a diretriz básica dessa diplomacia abjetamente servil adotada a partir de agora pelo Brasil da extrema-direita parece ser apenas esta:
The world according to Washington.
Não tenho registro histórico de episódios semelhantes que possam ter humilhado a diplomacia profissional brasileira nessa perda total de autonomia política decisória. Talvez tenha ocorrido algo similar no início da Guerra Fria, quando o então delegado brasileiro na ONU, Oswaldo Aranha, foi admoestado pelo Governo Dutra, extremamente servil aos EUA, por não ter votado exatamente como a delegação americana numa resolução qualquer, quando tinham sido os próprios americanos que mudaram repentinamente de posição, sem comunicar a nova postura aos seus “satélites” da época, entre os quais se incluia o Brasil alinhado com Washington. 
Salvo esse precedente, não se tem memória de casos em que tenhamos descido tão baixo na sabujice explícita. 
A “nova” diplomacia brasileira, supostamente “sem ideologia”, envergonha o corpo profissional do Itamaraty, pela extrema ideologia de suas posturas radicalmente em ruptura com padrões seguidos até recentemente. 
Cabe repetir o título de meu livro de 2014: “Nunca antes na diplomacia...”
Vou ter de reescrever esse livro.
Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 12/10/2019