O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Livros do Banco Mundial: importantes obras sobre economia mundial

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The World Bank Group Publications team is pleased to announce its latest book releases. Scroll through to learn more and find out how to access these newest titles, and check out our Publications and eProducts Spring 2020 Catalog.
Titles are available for purchase at the Online Bookstore (Bank staff) or Amazon.
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Rethinking Power Sector Reform in the Developing World
By Vivien Foster and Anshul Rana
This book aims to revisit and refresh thinking on power sector reform in the developing world. Drawing on a wealth of historical evidence, and informed by emerging technological trends, the study offers practitioners a new frame of reference that is shaped by context, driven by outcomes and informed by alternatives.
ISBN: 978-1-4648-1442-6.
December 2019. 356 pages.
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Innovative China
New Drivers of Growth
By the Development Research Center of the State Council and the World Bank Group
This report proposes a reform agenda that emphasizes productivity and innovation to help policymakers promote China's future growth and achieve their vision of a modern and innovative China.
ISBN: 978-1-4648-1335-1.
January 2020. 184 pages.
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International Debt Statistics 2020
By The World Bank
International Debt Statistics (IDS) is an annual publication of the World Bank featuring external debt statistics and analysis for the 122 low- and middle-income countries that report to the World Bank Debt Reporting System (DRS).
ISBN: 978-1-4648-1461-7.
October 2019. 196 pages.
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Enabling the Business of Agriculture 2019
By The World Bank
Enabling the Business of Agriculture 2019 examines how regulation affects local farmers. The study provides data on eight quantitative indicators in 101 countries. The study presents the main data trends and highlights which countries are reforming their agribusiness regulations.
ISBN: 978-1-4648-1387-0.
December 2019. 140 pages.
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Opportunities for Environmentally Healthy, Inclusive, and Resilient Growth in Mexico's Yucatán Peninsula
Ed. by Ernesto Sánchez-Triana, Jack Ruitenbeek, Santiago Enriquez, and Katharina Siegmann
Mexico's Yucatán Peninsula faces growing risks from environmental hazards. Oil spills, hurricanes, coral bleaching, extreme flooding, and erosion have all been experienced over the past decade. This report explores selected topics that aim to inform decision-making in the region.
ISBN: 978-1-4648-1357-3.
December 2019. 140 pages.
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Learning Environments and Learning Achievement in the Russian Federation
How School Infrastructure and Climate Affect Student Success
By Tigran Shmis, Maria Ustinova, and Dmitry Chugunov
Using rich data collected from the OECD School User Survey (LEEP) and the Trends in Mathematics and Science Study (TIMSS), this book analyzes how the physical characteristics and psychological climates of Russian Federation schools, in conjunction with the teaching methods used, may affect the progress and success of students.
ISBN: 978-1-4648-1499-0.
December 2019. 46 pages.
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Moving Forward
Connectivity and Logistics to Sustain Bangladesh’s Success
By Matías Herrera Dappe, Charles Kunaka, Mathilde Lebrand, and Nora Weisskopf
This book provides a granular diagnostic of Bangladesh’s logistics system, its demand and associated costs, and the actions needed to improve its performance. It provides insights on chokepoints and makes a case for a comprehensive yet strategic approach to addressing them.
ISBN: 978-1-4648-1507-2.
October 2019. 156 pages.
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Transition to Diagnosis-Related Group (DRG) Payments for Health
Lessons from Case Studies
Ed. by Caryn Bredenkamp, Sarah Bales, and Kristiina Kahur
By looking at nine different health systems--U.S. Medicare, Australia, Thailand, Kyrgyz Republic, Germany, Estonia, Croatia, China (Beijing), and the Russian Federation--this book provides guidance on how health systems can transition to using case-based payments, especially diagnostic-related groups (DRGs), to pay for hospital care.
ISBN: 978-1-4648-1521-8.
December 2019. 66 pages.
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Scaling Up Nutrition in the Arab Republic of Egypt
Investing in a Healthy Future
Ed. by Christopher H. Herbst, Amr Elshalakani, Jakub Kakietek, Alia Hafiz, and Oliver Petrovic
This book aims to inform the development of a feasible nutrition policy and strategy and to guide nutrition investments over the coming years in Egypt. It looks at Egypt's nutrition situation, interventions currently in place, and opportunities to scale up, along with the fiscal requirements of doing so.
ISBN: 978-1-4648-1467-9.
November 2019. 186 pages.
Understanding Poverty
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Nestor Forster: novo embaixador em Washington

Aprovado em sabatina, indicado para embaixada nos EUA minimiza imigração irregular de brasileiros

Diplomata Nestor Forster também disse no Senado que não há alinhamento automático com americanos

Aprovado por unanimidade —12 votos a 0— na Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta quinta-feira (13) para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o diplomata Nestor Forster minimizou as queimadas ocorridas em 2019 na Amazônia e o aumento do número de brasileiros sem documentos ingressando em território norte-americano.
Para ser oficializado como embaixador, o nome do diplomata ainda precisa ser aprovado no plenário do Senado, o que deve acontecer na próxima semana.
Forster disse que é preciso "dar a dimensão devida" ao problema de imigração para os Estados Unidos envolvendo brasileiros sem documentação. Para ele, a questão é "pontual".
Entre 2018 e 2019, esse número cresceu dez vezes, chegando a 18 mil pessoas (sendo que 95% são famílias). Há 1,3 milhão de brasileiros vivendo nos EUA, de acordo com o diplomata.
"O que aconteceu? O Brasil está em crise econômica? Alguém está mandando eles embora? Não é isso. É que houve um redirecionamento de organizações criminosas de imigração ilegal que atuavam na América Central e estão atuando hoje no Brasil", afirmou.
Em janeiro, o governo norte-americano anunciou que brasileiros que tentassem atravessar a fronteira sudoeste dos EUA para pedir asilo no país seriam enviados de volta ao México para aguardar a tramitação de seus processos de imigração.
Em outra frente de ação da Casa Branca, mais 130 brasileiros foram deportados num voo fretado na semana passada —o terceiro com o mesmo propósito desde outubro.
Ele também negou que, entre os países comandados pelos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro (sem partido), haja um alinhamento automático, "uma expressão que é usada com um certo cunho depreciativo, mas que, na prática, não poder ser sequer realizada".
"Se houvesse alinhamento automático, nós não precisaríamos nem ter embaixada, talvez nem precisássemos ter o Itamaraty. Isso não existe com país nenhum", afirmou Forster.
O diplomata tratou de Amazônia em mais de uma oportunidade ao longo de sua sabatina. Disse, por exemplo, que foi ao Parlamento americano conversar com os congressistas, principalmente na Câmara, de maioria democrata.
"É preciso ter um diálogo aberto e franco com eles, explicar o que está acontecendo no Brasil e o que não está acontecendo, desfazer exageros e enfrentar os temas com realismo e determinação", afirmou Forster.
Depois, respondendo a perguntas de senadores, disse que as queimadas do ano passado não foram as maiores dos registros históricos e o papel da diplomacia "não é esconder nada, distorcer nada, fazer fake news", mas é, "com serenidade, esclarecer e trazer os fatos à realidade".
"Não é a floresta que está pegando fogo, são as bordas, áreas já desmatadas do cerrado, que fazem parte da Amazônia Legal, mas não do bioma amazônico. Quando a gente esclarece, explica as coisas, desfaz estas más impressões ou desinformações que tem nesta área", afirmou.
Forster fez algumas referências ao presidente da República. Chamou a visita que Bolsonaro fez aos Estados Unidos, em março do ano passado, por exemplo, de histórica.
"Uma virada de página, assinalando um novo momento em que Brasil e Estados Unidos podem usar o que chamei de leito profundo de valores e princípios compartilhados que podem aflorar de forma mais firme e efetiva para a realização dos interesses dos dois países", afirmou Forster.
O diplomata listou consequências da visita, como a mudança de postura dos EUA em relação ao pleito do Brasil para ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a designação de aliado especial extra-Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o que abre portas para uma maior cooperação no âmbito de defesa, além da assinatura do acordo de salvaguardas tecnológicas, permitindo o uso da base de Alcântara (MA) para o lançamento de satélites.
Em outubro do ano passado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, enviou um documento ao secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, no qual dizia que Washington defendia as candidaturas imediatas apenas de Argentina e Romênia.
Em janeiro, os Estados Unidos fizeram um gesto ao governo Bolsonaro defendendo "que o Brasil se torne o próximo país a iniciar o processo de adesão à OCDE", segundo embaixada dos EUA em Brasília.
Forster destacou também consequências do calendário eleitoral norte-americano, o que, segundo ele, impõe constrangimentos do lado dos EUA para um engajamento mais firme em acordos comerciais.
O diplomata colocou aos senadores como maior desafio uma questão que se discute há décadas: um acordo que permita evitar a bitributação para empresas e para pessoas físicas.
"Isso teria grande alcance na facilitação de comércio entre os dois países, no aumento da eficiência do comércio e tudo isso. É algo complexo, está na mesa há muito tempo", afirmou.
O governo de Donald Trump, no entanto, publicou na segunda-feira (10) uma norma que retira o Brasil da lista de nações consideradas em desenvolvimentoe que dava ao país determinados privilégios comerciais.
O principal objetivo do governo Trump, segundo a nota, é reduzir o número dos países em desenvolvimento que poderiam receber tratamento especial sem serem afetados por barreiras contra seus produtos.
Entre as consequências práticas de deixar o status na OMC (Organização Mundial do Comércio) –mas não na mudança da lista dos EUA– poderia estar o fim da isenção unilateral de tarifas em exportações, pelo SGP (Sistema Geral de Preferências), do direito a acordos parciais de comércio com outros países em desenvolvimento e de parte dos empréstimos do Banco Mundial.

Demora no processo

No comando interino da embaixada do Brasil nos EUA desde junho, o diplomata queria ser sabatinado no fim do ano passado para iniciar 2020 já oficializado no cargo. 
Com a demora para o agendamento da sessão, disse a pessoas próximas que não havia como interferir no calendário de Brasília e que teria que esperar pela convocação dos parlamentares.
A paciência, dizem aliados, foi justamente a chave de Forster durante o caminho tortuoso que desembocou na sua indicação.
Jair Bolsonaro decidiu indicá-lo embaixador na capital americana somente depois que o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, desistiu do posto diante do desgaste de sua imagem em meio à crise do PSL e da relação turbulenta entre governo e Congresso. O Planalto avaliava que o Senado não daria os votos necessários para a aprovação do nome do filho do presidente.
Forster recebeu então o aval do governo Donald Trump para ocupar o posto em 19 de novembro. O chamado agrément é uma consulta que o Itamaraty faz de maneira sigilosa aos países que vão receber o futuro embaixador e, somente depois dele, sua indicação é encaminhada formalmente ao Senado brasileiro.
​​Bolsonaro, porém, já havia atropelado o rito natural desse processo quando anunciou, antes de qualquer pedido de aval ao governo dos EUA, que indicaria seu filho para a embaixada em Washington. Depois da desistência de Eduardo, afirmou —também sem a prévia chancela americana— que seria Forster o substituto.
Amigo do polemista Olavo de Carvalho, o diplomata tinha o apoio do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para assumir a embaixada antes mesmo de Bolsonaro falar sobre a possibilidade de Eduardo abraçar o posto.
Forster havia ganhado força —e a simpatia do presidente— durante a viagem de Bolsonaro à capital americana, em março.
Ele foi um dos responsáveis por elaborar a lista de convidados da "Santa Ceia da direita", jantar com a presença de pensadores e jornalistas conservadores na primeira noite de Bolsonaro em Washington e, desde então, teve participação em reuniões importantes do governo brasileiro nos EUA.
Como revelou a Folha, em junho, Forster chegou a interromper suas férias para se encontrar pessoalmente com Bolsonaro em Seattle, durante uma parada técnica da comitiva brasileira após o encontro do G20, no Japão.
Naquele momento, a conversa foi vista por integrantes do Itamaraty como o movimento que faltava para sua indicação formal a embaixador nos EUA, mas, pouco tempo depois, Eduardo entrou em cena.
Forster não comentava publicamente sobre a possível nomeação do filho do presidente para um dos postos mais cobiçados da diplomacia brasileira. A aliados, dizia que continuaria trabalhando até que a indicação de Eduardo fosse aprovada pelo Senado. Mas a possibilidade parecia cada vez mais difícil, até ser enterrada de vez.
Conservador, católico e alinhado ao governo americano, Forster tem na sua sala no terceiro andar da embaixada um boné de apoio a Trump e uma mensagem em que se lê "make unborn babies great again" —que adapta o slogan do presidente americano a campanhas antiaborto no país.
Especializado em América do Norte há quase 30 anos, o diplomata já comandou os consulados de Nova York e de Hartford, em Connecticut. Desde 2017, era responsável por temas migratórios e de administração na embaixada em Washington antes de assumir a função de encarregado de negócios.
Depois da sabatina desta quinta, Forster pretende fazer reuniões com autoridades em Brasília e no Rio de Janeiro, e passar uns dias no seu estado natal, o Rio Grande do Sul, antes de voltar aos EUA na próxima semana.

Europe needs a China Strategy (se possível a mesma dos americanos) - Julianne Smith (Brookings)

Os americanos continuam insistindo numa atitude confrontacionista em relação à China e pretendem que os europeus os sigam nessa trajetória agressiva. 

Europe needs a China strategy; Brussels needs to shape it

European Commission President Ursula von der Leyen gives a speech on the future of Europe in Brussels, Belgium January 31, 2020. REUTERS/Francois Lenoir
Europe’s momentum in developing a clear-eyed approach toward China has stalled. In March 2019, the European Commission issued a white paper naming China a systemic rival and economic competitor. That publication marked a fundamental shift in how far European institutions were willing to go in raising the challenges China poses to Europe’s openness and prosperity. It also reflected shifts that were occurring in capitals across Europe. Just as the European Union was rolling out its white paper on China, German Chancellor Angela Merkel was arguing that Europe should view China as a competitor as much as a partner, and French President Emmanuel Macron warned China that “the period of European naivety is over.”
However, since those March proclamations, neither the EU nor individual European leaders have taken the meaningful steps needed to close existing vulnerabilities in Europe’s relationship with China, stand up for European values of democracy and human rights, or strengthen Europe’s resolve against Chinese economic and political pressure. Certainly, the EU had significant distractions in the second half of 2019, as it managed a leadership transition and negotiated the Brexit arrangement, but EU leaders also had opportunities to press China on these key issues. During Merkel’s visit to China last September, she raised her concerns about Hong Kong’s pro-democracy movement but failed to bring up Chinese human rights abuses against Muslims in Xinjiang. Macron was even more reserved on human rights in his visit to China in November. He made no public mention of Chinese human rights abuses in Xinjiang, nor did he call on President Xi Jinping to respect China’s commitment to Hong Kong people’s rights.
Back home in Europe, national decisions on whether to ban Chinese tech company Huawei in Europe’s 5G telecommunications auctions on account of security concerns have been delayed and remain uncertain. Meanwhile, Greece, Portugal and Hungary have largely ignored the political leverage that comes with China’s promises of investment. Last spring, Italy became the first member of the G-7 to join China’s Belt and Road Initiative, a move criticized by Brussels, Germany and France. There is also talk among some European experts of pursuing an “equidistant” approach between the United States and China, as President Trump’s unilateral foreign policy and trade practices drive Europeans away from the transatlantic relationship.
The lack of strategy to address China’s growing role in Europe has been compounded by domestic instability within Europe. Powerful capitals including Paris, Berlin and London are mired in political turmoil or stagnation. The coming months are unlikely to produce better results. The EU will continue to face domestic and regional challenges, including ongoing protests throughout France, a weakening coalition government in Germany, and Britain’s formal exit from the union on January 31, which will trigger months—if not years—of additional work to implement.
If Europe is to regain momentum in developing a tougher China policy, it will have to come from Brussels. While recent months were consumed by a complicated and lengthy political process to confirm EU leadership, the new commission finally started in December 2019 and is off to an ambitious start.
The new president of the European Commission, Ursula von der Leyen, has called on the EU to become more “geopolitical.” She is leading an effort to revamp the EU’s competition laws to guard against unfair practices from state-owned enterprises and intends to appoint a “chief trade enforcer” for anti-dumping cases that hurt European companies. The EU’s new foreign policy chief, Josep Borrell, is also pushing for tougher member-state responses to China’s human rights abuses in Xinjiang. The EU has launched a framework for an EU-wide investment screening mechanism to address foreign (including Chinese) takeovers of European companies. Von der Leyen has also taken the lead on efforts to update and reform the World Trade Organization, which will be a central player in advancing cooperation between the United States and the EU on Chinese trade practices.
Von der Leyen’s ambitious agenda should be commended, particularly because 2020 will be a critical year for EU foreign policy as it hosts not one but two major summits with China and navigates intensifying competition between the U.S. and China. But neither von der Leyen’s plans nor the upcoming summits will be successful unless the EU does more to bridge the existing gaps across the continent when it comes to China. Europe already has several tools at its disposal to reduce vulnerabilities to Beijing’s economic leverage and political influence. Not everyone in Europe agrees, however, that China’s activities in Europe pose challenges.
Von der Leyen should therefore invest some time auditing China’s engagement in Europe, especially political influence operations. Some European countries are getting better at monitoring Chinese investments inside their own borders and many are sharpening their understanding of the complexities of the 5G debates. But individual capitals know little about China’s broader playbook in Europe. Among other policies, China is also doing its very best to keep Europe divided by pursuing regional forums like its “17+1” initiative for countries in Central and Eastern Europe. Brussels should therefore serve as a clearinghouse, enabling countries to share cautionary tales and best practices across Europe.
For example, EU members should hear from Zdenek Hrib, the mayor of Prague who recently broke sister-city ties with Beijing. How did he reach that decision, and what have been the ramifications? Brussels may also want to invite the Estonian government to share how the Chinese reacted when one of its daily papers, Postimees, published a three-part series on Chinese malign influence, intelligence gathering and soft power. Other governments could glean lessons from these stories.
In addition to auditing Chinese actions in Europe, von der Leyen and her team need to extract lessons from other democracies around the world. Taiwan, Australia and Japan have a lot to share regarding their own experiences with disinformation and foreign interference. In response to encroaching Chinese political influence, Australia passed a sweeping national security law in 2018 that banned foreign political interference and made it illegal to engage in covert activity on behalf of a foreign government, such as organizing a rally. The legislation also required foreign lobbyists to register on a public list. (In response, China canceled visas for Australian business leaders.) In Taiwan, the liberal democracy that receives the most disinformation spread by a foreign government, social media platforms are consistently flooded with disinformation from Chinese state-backed influence campaigns. This level of Chinese interference may not be on Europe’s radar yet, but China’s pressure campaign will likely move westward as its interests in Europe grow.
Just as it doesn’t have one perspective on Russia or the United States, Europe will never settle on a single view of China. But if von der Leyen manages to at least increase European awareness of Chinese activities in Europe, she could then turn to the important task of sharpening the EU’s existing toolkit. Here, there are three things she needs to do. First, she should use the Dutch decision to prevent China from acquiring one of its sensitive semiconductor equipment companies as a call to action. The Dutch government made that decision only after the White House gave the Netherlands prime minister an intelligence report on the dangers of China acquiring that firm. European governments should be able to make those assessments themselves, and European intelligence agencies should be raising similar concerns. Von der Leyen can lead policymakers toward more thorough evaluations of Chinese acquisitions.
Second, von der Leyen needs to strengthen European competition rules. Access to the single market is a major element of Europe’s geo-economic power. The EU should prioritize tougher regulation and enforcement laws to ensure that all companies, including Chinese state-owned enterprises, are playing by the same rules as European companies. Margrethe Vestager, the European commissioner for competition, is already looking into possible responses to state-owned companies outside the EU gaining an advantage over European companies. That’s a great start. The European Commission may also want to look at the Dutch proposal to add a pillar to EU competition law, allowing the EU to intervene if it finds that state-backed businesses are distorting markets and pursuing unfair practices.
Finally, von der Leyen needs to enhance European and national-level investment screening mechanisms. Chinese foreign direct investment in Europe increased 10-fold over a decade, peaking at 37.2 billion euros in 2016 (although it has tapered in recent years). In response, Brussels has been ramping up its efforts to develop an EU-wide approach. In April 2019, the EU created a new framework for foreign investment screening. It enables member states and the European Commission to exchange information and raise concerns related to foreign investments—an important first step. However, the screening framework has been watered down to accommodate internal differences and member states still have the final say.
The EU needs to strengthen this mechanism and continue to close loopholes. In doing so, it should look to the U.S. screening mechanism, the Committee on Foreign Investment in the United States (CFIUS), for both its strengths and its weaknesses. The CFIUS is well staffed and resourced. It reviews hundreds of foreign acquisitions per year and has proved capable of blocking or restricting investments that are deemed a national security threat. It also requires companies to provide notification of potential acquisitions in critical industries and does not allow them to proceed without CFIUS review. Still, the U.S. system does miss some smaller transactions and could do a better job profiling foreign investments that try to circumvent the CFIUS through real estate acquisitions or technology transfers. Such drawbacks could be corrected in the European approach.
Brussels has many of the ingredients it needs to forge a stronger and more coherent strategy on China. The new leadership appears committed to tackling these issues, and the EU’s existing toolkit is a solid foundation that simply needs to be strengthened and implemented. The one missing piece for Brussels is willing partners. If powerful EU member states step up and make important decisions on their approaches toward China, including whether to strengthen national investment screening mechanisms and work with Huawei on 5G, Brussels could make 2020 a defining moment for Europe’s China strategy.

Balanço do Diplomatizzando em 2019 - Paulo Roberto de Almeida

Blog Diplomatizzando (inaugurado em 2006)

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Trajetória do Pensamento Político Brasileiro: 200 anos de produção intelectual - Paulo Roberto de Almeida

Um livro ainda em preparação, que deve dobrar de tamanho, quando ficar pronto, inclusive porque vai ter um terço a mais de personagens de nossa história.




Prefácio: dois séculos de produção intelectual no Brasil    9

Primeira Parte: os pais fundadores da nação e os construtores do Estado
1. O primeiro estadista: Hipólito José da Costa  13
2. O patriarca da nação: José Bonifácio de Andrada e Silva  31
3. O patrono da historiografia: Francisco Varnhagen 41
4. O pioneiro da industrialização: Irineu Evangelista de Souza 51
5. Um germanófilo insurreto: Tobias Barreto  59
6. Um monarquista frustrado: Joaquim Nabuco 71
7. O pai da diplomacia brasileira: Barão do Rio Branco  81
8. Um historiador diplomático: Oliveira Lima      91

Segunda Parte: Tribunos republicanos e promotores da modernidade
9. Um tribuno republicano: Ruy Barbosa     105
10. Um revolucionário modernizador: Oswaldo Aranha  113
11. Um visionário do progresso: Monteiro Lobato     131
12. A luta pela educação: Fernando de Azevedo     147
13. O progresso pelas mãos do Estado: Roberto Simonsen   157
14. O Dom Quixote da economia de mercado: Eugênio Gudin    171
15. Um jurista weberiano malgré lui: Raymundo Faoro     177
16. O pensador da política: Afonso Arinos de Mello Franco   183

Terceira Parte: Intérpretes da nação e reformadores econômicos
17. O economista desenvolvimentista: Celso Furtado    193
18. O progresso na inserção econômica global: Roberto Campos  203
19. Um estudioso da sociedade patriarcal: Gilberto Freyre    215
20. A interpretação marxista da história: Caio Prado Jr.    221
21. Um sociólogo incontornável: Florestan Fernandes     227
22. Do marxismo ao liberalismo: Antonio Paim   237
23. O enfant terrible do liberalismo: Gustavo Franco   245
24. A diplomacia na construção da nação: Rubens Ricupero   255

Como se livrar da corrupção: não vai ser fácil - Fernão Lara Mesquita

O artigo está no blog Vespeiro desde o dia 11/02/2020, e foi publicado no Estadão, o velho jornal reacionário daquela família paulista à qual pertence seu autor.
Fernão Lara Mesquita pertence àquela famosa família do jornal conservador paulista, mas eu o considero um rebelde, no limite do anarquismo. Ele fala aqui sobre como os EUA começaram a se livrar da corrupção institucionalizada nos meios políticos e empresariais. 
Acho que no Brasil vai demorar mais tempo e ser mais difícil, pela falta daquelas virtudes cívicas que se encontram num país que se caracteriza pela "Grass-roots Democracy", quando aqui no Brasil vivemos sob o patrimonialismo desde o Descobrimento. 
Recomendo uma visita ao seu blog: Vespeiro.

Paulo Roberto de Almeida

Como foi que eles conseguiram


11 de fevereiro de 2020 § 29 Comentários

Fernão Lara Mesquita, jornalista
O Vespeiro, 11/02/2020
O Estado de S. Paulo, 12/02/2020
Artigo para O Estado de S. Paulo de 11/2/2020
Todo mundo pergunta como foi que, partindo de uma situação em que tudo estava dominado” pela corrupção, os americanos conseguiram virar o jogo.
Movimento Progressista” foi uma resposta aos problemas que se tornaram agudos depois da Guerra Civil (1861-1865) que em tudo fazem lembrar os do Brasil de hoje: urbanização desordenada com multiplicação de cortiços, favelas e violência urbana; exploração vil do trabalho; usurpação dos governos das cidades por máquinas políticas corruptas altamente profissionalizadas financiadas por empresários de araque; corrida às fusões e consolidações de empresas de setores inteiros da economia concentrando a riqueza e criando grupos gigantes com poder de corrupção ilimitado (os famigerados robber barons)…
Embora todos tivessem as mesmas queixas, até meados da década de 1890 dezenas de grupos reformistas ou de protesto separados por antagonismos em torno de minucias programáticas e vaidades imensas batiam cabeças em cidades e estados diferentes sem força para mudar nada.
Quatro fatores, principalmente, concorreram para que somassem forças a partir da crise que levou ao pânico financeiro de 1893. A ação de todas as igrejas na crítica do estado de coisas e na pregação do social gospel que associava a salvação individual também à “salvação social” preparou o terreno. Mas foi a fundação da National Municipal League (NML), em 1894, amplamente financiada pelo empresariado que perdia com a corrupção, que profissionalizou a critica do sistema e a busca de alternativas pesquisando sistematicamente ao redor do mundo bons modelos de gestão das cidades, formando pessoal, prestando assessoria jurídica e legislativa e, principalmente, difundindo para o grande público as alternativas encontradas, municiando de argumentos e estruturando em rede” os movimentos reformistas do país inteiro
Também foi crucial o início de uma revolução no jornalismo americano que evoluiu do sensacionalismo e do panfletarismo partidário para o jornalismo investigativo dos repórteres revolvedores da sujeira” (muckrakers) da revista de Samuel McClure que circulou entre 1893 e 1929 e expôs os intestinos da corrupção dos robber barons dos setores de petróleo, financeiro, do aço e outros, que constituíram monopólios maquiavélicos mancomunados com os donos das ferrovias e com políticos corruptos. Foram esses jornalistas, também, que pesquisaram e difundiram persistentemente nos EUA novos métodos de combate à corrupção, especialmente as ferramentas de democracia direta usadas na Suíça.
Os muckrakers e a NML deram a contribuição decisiva para a mobilização da opinião pública numa direção consistente apoiada numa espinha dorsal de sólido conhecimento.
O elemento sorte entrou, então, decisivamente em cena pela mão de Theodore Roosevelt. Vindo de fora dos currais tradicionais da política, ele foi o primeiro político do Ocidente a compreender a força do novo jornalismo nascente. Jogando fechado” com os grandes repórteres daquela geração, começou como chefe de polícia de Nova York, foi eleito na sequência governador do estado, e logo tornou-se herói nacional ao enfrentar a máfia que dominava a política local havia décadas e controlava nacionalmente o Partido Republicano. Traído, foi esterilizado” numa candidatura à vice-presidência num golpe dos velhos caciques corruptos dentro da convenção republicana. Mas com o assassinato do presidente McKinley antes da posse TR”, aos 42 anos, carismático e orador brilhante, tornou-se, em 1901, o 26o e mais moço de todos os presidentes dos Estados Unidos, servindo até 1909.
Sua primeira providência foi reviver o Sherman Antitrust Act de 1890, engavetado pelos antecessores, regulamentar a operação das ferrovias e instituir a preservação de um grau mínimo de concorrência em cada setor em benefício do consumidor como limite legal da disputa por mercados. Ao mesmo tempo atacou forte as bases do caciquismo” que viciava a política implantando eleições primárias diretas, eleição direta de senadores (antes indicados pelos legislativos estaduais) e os direitos de recall, iniciativa e referendo popular dos atos dos Legislativos e Executivos estaduais e municipais. Essas medidas vieram de encontro aos novos modelos de gestão das cidades a partir de eleições municipais despartidarizadas promovidos pela NML, o de City Council (um conselho eleito de 5 a 7 membros executando todas as funções antes prerrogativas de prefeitos e vereadores) e o de City Manager (uma variação do mesmo sistema mas ainda mais profissionalizado) e acabaram com o poder dos velhos caciques.
TR picou” o poder econômico onde estava excessivamente concentrado e, na política, deu poder de polícia aos eleitores contra os representantes eleitos o que matou o varejo da corrupção e garantiu a constante renovação de quadrosDesde então os EUA vivem em reforma permanente mas com o povo e não os políticos dirigindo a pauta, o que explica toda a diferença de desenvolvimento, afluência e liberdade entre eles e o resto do mundo.