Pelo menos é o que interpreto deste projeto de lei politicamente correto:
(comentários ao final)
"Lei pode banir termo 'homem'
Se for sancionada, documentos usarão 'brasileiros e brasileiras’
José Maria Tomazela escreve para “O Estado de SP” (30/06/2006):
Um projeto aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva proíbe o uso de palavras masculinas, em documentos oficiais, para designações coletivas que incluam mulheres.
Caso a lei seja sancionada, o termo "brasileiros" usado para designar o conjunto da população terá de ser substituído por "brasileiros e brasileiras".
A palavra "homem" não poderá mais ser usada quando abranger pessoas do sexo masculino e feminino.
A deputada Iara Bernardi (PT-SP), autora do projeto, acredita que o presidente Lula não deixará de sancionar uma lei que, no seu entender, contribuirá para a igualdade "real" entre mulheres e homens. "A reconstrução da linguagem é inevitável para gerar uma nova consciência na população", justificou a deputada.
Quando sancionada, a lei vai exigir que todas as disposições normativas sejam redigidas observando os preceitos da "linguagem inclusiva".
O próprio projeto estabelece, num dos dispositivos, como se fará a mudança: quando a palavra "homem" estiver se referindo a pessoas de ambos os sexos, deverá ser substituída por "homem e mulher".
'Mulher honesta'
Foi de Iara o projeto que tornou crime o assédio sexual. Em 2004, a deputada conseguiu a aprovação de uma lei que retirou termos preconceituosos do Código Penal brasileiro, como a referência a "mulher honesta" e "mulher virgem" nos artigos que tratavam de crimes sexuais.
Conseguiu também a extinção do artigo que considerava crime o adultério. Para Iara, a lei vai contribuir para fortalecer os movimentos de mulheres em todo o País."
My God, como são chatos esses projetos politicamente corretos. Quando é que á gente vai ter liberdade para falar e fazer besteiras?
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
sexta-feira, 30 de junho de 2006
538) O jornalista e a autoridade...
Transcrevo apenas um trecho de uma crônica do jornalista (sem diploma, com muita honra) Janer Cristaldo, intitulada "Cavacos do Ofício":
"O jornalista há de ter coragem. Coragem é uma virtude sem a qual todas as demais perdem o sentido. Me dói o estômago quando vejo repórteres ouvindo mentiras óbvias e respostas incoerentes de autoridades, sem ao menos adverti-las que ultrapassaram todos os limites da boa lógica. Quando um presidente ou ministro diz uma besteira, que código de ética impõe ao jornalista o silêncio? Nenhum. Se o jornalista não pede explicações sobre uma impropriedade, é porque teme o poder. Se teme o poder, melhor faria que escolhesse outra profissão, para o bem geral da nação."
Esta crônica deu origem a uma outra, chamada "As três vias de acesso", que transcrevi em meu blog auxiliar de Textos, neste link.
Convido a todos a visitarem o belo e saboroso blog desse profissional eclético, neste link.
"O jornalista há de ter coragem. Coragem é uma virtude sem a qual todas as demais perdem o sentido. Me dói o estômago quando vejo repórteres ouvindo mentiras óbvias e respostas incoerentes de autoridades, sem ao menos adverti-las que ultrapassaram todos os limites da boa lógica. Quando um presidente ou ministro diz uma besteira, que código de ética impõe ao jornalista o silêncio? Nenhum. Se o jornalista não pede explicações sobre uma impropriedade, é porque teme o poder. Se teme o poder, melhor faria que escolhesse outra profissão, para o bem geral da nação."
Esta crônica deu origem a uma outra, chamada "As três vias de acesso", que transcrevi em meu blog auxiliar de Textos, neste link.
Convido a todos a visitarem o belo e saboroso blog desse profissional eclético, neste link.
537) Governo desemprega empregados domésticos...
Ops, não era essa a intenção, mas acho que essa vai ser a resultante...
"FGTS para domésticos não deve ser vetado, avalia Fontana
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou ontem que o presidente Lula não deverá vetar o recolhimento do FGTS para o empregado doméstico, previsto na medida provisória (MP 284/06), aprovada nesta quarta-feira (28), em plenário. A medida permite à pessoa física descontar, na declaração de imposto de renda, a contribuição previdenciária relativa ao empregado doméstico. O texto contemplou emenda que torna obrigatório o recolhimento do FGTS para o empregado doméstico.
Para o líder petista o recolhimento do FGTS do empregado doméstico não aumentará os impostos, pois o governo concedeu vantagens tributárias para o empregador. "Todos nós que temos uma empregada doméstica sabemos da obrigação com as leis sociais. Isto é mais um incentivo, um ganho. Além disso, o sistema previdênciário ficará mais fortalecido com o ingresso desses trabalhadores", disse.
Para a deputada Dra. Clair (PT-PR), autora da emenda que criou essa obrigatoriedade, a MP faz justiça a esses trabalhadores. "Além do FGTS, também garantimos o seguro-desemprego; a estabilidade à gestante; e férias de 30 dias mais 1/3 da remuneração. Com isso, estamos tentando acabar com a discriminação contra os empregados domésticos", afirmou a parlamentar petista."
"FGTS para domésticos não deve ser vetado, avalia Fontana
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou ontem que o presidente Lula não deverá vetar o recolhimento do FGTS para o empregado doméstico, previsto na medida provisória (MP 284/06), aprovada nesta quarta-feira (28), em plenário. A medida permite à pessoa física descontar, na declaração de imposto de renda, a contribuição previdenciária relativa ao empregado doméstico. O texto contemplou emenda que torna obrigatório o recolhimento do FGTS para o empregado doméstico.
Para o líder petista o recolhimento do FGTS do empregado doméstico não aumentará os impostos, pois o governo concedeu vantagens tributárias para o empregador. "Todos nós que temos uma empregada doméstica sabemos da obrigação com as leis sociais. Isto é mais um incentivo, um ganho. Além disso, o sistema previdênciário ficará mais fortalecido com o ingresso desses trabalhadores", disse.
Para a deputada Dra. Clair (PT-PR), autora da emenda que criou essa obrigatoriedade, a MP faz justiça a esses trabalhadores. "Além do FGTS, também garantimos o seguro-desemprego; a estabilidade à gestante; e férias de 30 dias mais 1/3 da remuneração. Com isso, estamos tentando acabar com a discriminação contra os empregados domésticos", afirmou a parlamentar petista."
quinta-feira, 29 de junho de 2006
536) Nessa vocês não vão acreditar...
Incremento de atividades alternativas
O site oficial do Ministério do Trabalho, ensina como tornar-se prostituta. Ali constam informações sobre como batalhar programas, técnicas de abordagem de clientes e roupas adequadas para a atividade, considerada a profissão 5198 pelo governo federal.
Para saber mais, clique no site:
http://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=5198-05
Podem conferir:
"Batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria. Realizam ações educativas no campo da sexualidade; propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão."
Esta é a descrição sumária da "trabalhadora do sexo", digamos assim. Só não diz se elas recolhem imposto sindical, mas pelo menos as meninas são orientadas a promover a organização da categoria. Que tal um programa "sexo zero", isto é, nenhum brasileiro sem satisfação sexual.
Alguns juizes do Rio já começaram: autorizaram alguns velhinhos a receber Viagra pelo sistema público, isto é, de graça.
Isso é que é economia solidária...
Vejamos mais um pouco as instruções sobre como ser uma profissional competente:
“Formação e experiência
Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, oferecidas pelas associações da categoria.
Outros cursos complementares de formação profissional, como por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento, bem como cursos profissionalizantes para rendimentos alternativos também são oferecidos pelas associações, em diversos Estados. O acesso à profissão é livre aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima séries do ensino fundamental. O pleno desempenho das atividades ocorre após dois anos de experiência.”
“Competências pessoais:
1 Demonstrar capacidade de persuasão
2 Demonstrar capacidade de expressão gestual
3 Demonstrar capacidade de realizar fantasias eróticas
4 Agir com honestidade
5 Demonstrar paciência
6 Planejar o futuro
7 Prestar solidariedade aos companheiros
8 Ouvir atentamente (saber ouvir)
9 Demonstrar capacidade lúdica
10 Respeitar o silêncio do cliente
11 Demonstrar capacidade de comunicação em língua estrangeira
12 Demonstrar ética profissional
13 Manter sigilo profissional
14 Respeitar código de não cortejar companheiros de colegas de trabalho
15 Proporcionar prazer
16 Cuidar da higiene pessoal
17 Conquistar o cliente
18 Demonstrar sensualidade”
Mas, acho que ainda faltam informações fundamentais sobre, por exemplo: níveis de preços, tarifas (diferenciadas?), descontos, pacotes combinados, custos marginais, rendimentos decrescentes, ofertas temporárias, cartão fidelidade (acumulação de milhagens?), enfim, o mercado ainda não é muito transparente (et pour cause...) e o consumidor não possui todas as informações para fazer uma boa escolha.
Uma coisa é certa: há muita concorrência, alguns cartéis, obviamente, como sempre acontece, mas não parecem existir barreiras à entrada. Não se pensou tampouco em investimentos de longo prazo ou em mecanismos regulatórios, como alguma agência nacional encarregada do setor.
Pelo menos, as meninas já dispõem de um forte setor de marketing, agora realçada com a marca Daspu...
Não se sabe se as recepcionistas da Mary Jane Córner estão seguindo as instruções do MTbE, ou se existem recursos não contabilizados na jogada...
O site oficial do Ministério do Trabalho, ensina como tornar-se prostituta. Ali constam informações sobre como batalhar programas, técnicas de abordagem de clientes e roupas adequadas para a atividade, considerada a profissão 5198 pelo governo federal.
Para saber mais, clique no site:
http://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=5198-05
Podem conferir:
"Batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria. Realizam ações educativas no campo da sexualidade; propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão."
Esta é a descrição sumária da "trabalhadora do sexo", digamos assim. Só não diz se elas recolhem imposto sindical, mas pelo menos as meninas são orientadas a promover a organização da categoria. Que tal um programa "sexo zero", isto é, nenhum brasileiro sem satisfação sexual.
Alguns juizes do Rio já começaram: autorizaram alguns velhinhos a receber Viagra pelo sistema público, isto é, de graça.
Isso é que é economia solidária...
Vejamos mais um pouco as instruções sobre como ser uma profissional competente:
“Formação e experiência
Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, oferecidas pelas associações da categoria.
Outros cursos complementares de formação profissional, como por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento, bem como cursos profissionalizantes para rendimentos alternativos também são oferecidos pelas associações, em diversos Estados. O acesso à profissão é livre aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima séries do ensino fundamental. O pleno desempenho das atividades ocorre após dois anos de experiência.”
“Competências pessoais:
1 Demonstrar capacidade de persuasão
2 Demonstrar capacidade de expressão gestual
3 Demonstrar capacidade de realizar fantasias eróticas
4 Agir com honestidade
5 Demonstrar paciência
6 Planejar o futuro
7 Prestar solidariedade aos companheiros
8 Ouvir atentamente (saber ouvir)
9 Demonstrar capacidade lúdica
10 Respeitar o silêncio do cliente
11 Demonstrar capacidade de comunicação em língua estrangeira
12 Demonstrar ética profissional
13 Manter sigilo profissional
14 Respeitar código de não cortejar companheiros de colegas de trabalho
15 Proporcionar prazer
16 Cuidar da higiene pessoal
17 Conquistar o cliente
18 Demonstrar sensualidade”
Mas, acho que ainda faltam informações fundamentais sobre, por exemplo: níveis de preços, tarifas (diferenciadas?), descontos, pacotes combinados, custos marginais, rendimentos decrescentes, ofertas temporárias, cartão fidelidade (acumulação de milhagens?), enfim, o mercado ainda não é muito transparente (et pour cause...) e o consumidor não possui todas as informações para fazer uma boa escolha.
Uma coisa é certa: há muita concorrência, alguns cartéis, obviamente, como sempre acontece, mas não parecem existir barreiras à entrada. Não se pensou tampouco em investimentos de longo prazo ou em mecanismos regulatórios, como alguma agência nacional encarregada do setor.
Pelo menos, as meninas já dispõem de um forte setor de marketing, agora realçada com a marca Daspu...
Não se sabe se as recepcionistas da Mary Jane Córner estão seguindo as instruções do MTbE, ou se existem recursos não contabilizados na jogada...
535) Sempre a mesma receita: economia solidaria, mas com dinheiro publico...
Do site da Agencia Carta Maior, 29/06/2006:
"ALTERNATIVA
Economia solidária busca maior organização e apoio público
Existem hoje 15 mil empreendimentos alternativos no Brasil, envolvendo cerca de 1,5 milhão de pessoas em 2274 municípios. Participantes da I Conferência Nacional do setor querem mais crédito e facilidades na comercialização."
Ou seja, não basta ser solidário, mas tem de ser solidário com "apoio público". Assim eu também quero ser solidário, desde que o governo seja solidário comigo, e me arranje um crédito facilitado para trocar de carro, ajudar a pagar minhas contas até o final do mês (sem ser obrigado, como agora, a dar aulas para complementar salário), quem sabe algum juro hipotecário bem baixinho, para comprar casa própria, ou até algum subsídio-férias (os preços dos hotéis e restaurantes estão pelos olhos da cara)?
Mas, pensando bem: talvez fosse melhor o governo reduzir os impostos, que me obrigam a trabalhar cinco meses inteiros para o poder público. Só com isso, eu teria renda extra para viver razoavelmente, sem precisar de "solidariedade", isto é, de "apoio público" de ninguém...
"ALTERNATIVA
Economia solidária busca maior organização e apoio público
Existem hoje 15 mil empreendimentos alternativos no Brasil, envolvendo cerca de 1,5 milhão de pessoas em 2274 municípios. Participantes da I Conferência Nacional do setor querem mais crédito e facilidades na comercialização."
Ou seja, não basta ser solidário, mas tem de ser solidário com "apoio público". Assim eu também quero ser solidário, desde que o governo seja solidário comigo, e me arranje um crédito facilitado para trocar de carro, ajudar a pagar minhas contas até o final do mês (sem ser obrigado, como agora, a dar aulas para complementar salário), quem sabe algum juro hipotecário bem baixinho, para comprar casa própria, ou até algum subsídio-férias (os preços dos hotéis e restaurantes estão pelos olhos da cara)?
Mas, pensando bem: talvez fosse melhor o governo reduzir os impostos, que me obrigam a trabalhar cinco meses inteiros para o poder público. Só com isso, eu teria renda extra para viver razoavelmente, sem precisar de "solidariedade", isto é, de "apoio público" de ninguém...
534) Enriquecimento de uranio no Brasil
Uma conquista que passou despercebida
José Mauricio Bustani
Jornal do Brasil, 26/06/2006
“Graças a sua inteligência e persistência, o Brasil deixará em poucos anos de ser importador-dependente, passando a ser um dos mais competitivos fornecedores de urânio enriquecido no bilionário mercado internacional”
Passou quase despercebido, mas, no mês de maio, o Brasil foi alçado a um novo patamar internacional: integramos o seleto grupo de 10 países dotados de capacidade de enriquecer urânio, juntamente com as cinco potências nucleares oficiais de acordo com o Tratado de Não-Proliferação (TNP), mais Alemanha, Japão, Holanda, Índia e Paquistão.
A Fábrica de Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende, Rio de janeiro, deverá entrar para os manuais da História do país como uma conquista comparável aos feitos anteriores em áreas como o petróleo (Petrobras), a aeronáutica (Embraer), a hidroeletricidade (Itaipu), o aproveitamento agrícola do cerrado (Embrapa) e a liderança mundial em biocombustíveis.
O mérito da conquista pertence à comunidade científica, à diplomacia e às lideranças políticas.
Não tenho o necessário conhecimento técnico, como diplomata, para discorrer sobre as dificuldades científico-tecnológicas que enfrentamos. Sou testemunha, contudo, de inúmeros casos em que programas estratégicos do Brasil - como o programa espacial ou de propulsão naval - tiveram seu acesso a materiais e equipamentos externos denegados por governos estrangeiros.
Explorando as ambigüidades das regras de não-proliferação de armas, as grandes potências agem, também em nome de seus interesses, tanto estratégicos quanto comerciais, para manter um oligopólio internacional em setores de ponta.
É desta ótica que, creio, precisa ser considerada a recente proposta de membros do secretariado da Agência Internacional de Energia Atômica de colocar sob controle multinacional as atividades de enriquecimento de urânio. Será mesmo que as grandes potências cederão à comunidade internacional o controle de suas fábricas de urânio enriquecido?
Colocados à prova, contudo, a ciência e os cientistas brasileiros deram mostra de sua engenhosidade, ao desenvolverem uma tecnologia própria e extremamente avançada.
Graças a sua inteligência e persistência, o Brasil deixará em poucos anos de ser importador-dependente, passando a ser um dos mais competitivos fornecedores de urânio enriquecido no bilionário mercado internacional.
Para enriquecer urânio a 4% (a porcentagem necessária para abastecer uma usina, mas muito abaixo da necessária para fazer uma bomba), EUA e França, que detêm a metade do mercado mundial, consomem cerca de 13.250 kWh/kg, enquanto nosso processo exige apenas 530 kWh/kg.
Nossos cientistas criaram uma nova vantagem comparativa e um novo setor dinâmico na economia brasileira.
A política internacional ergueu desafios tão grandes, ou até maiores, dos que os técnicos. É clássica a pressão que exercem as grandes potências em favor do desarmamento da periferia - não apenas militar, mas também científico-tecnológico, tarifário etc. -, com vistas a preservar seu diferencial de poder, riqueza e influência.
Em 2004, uma série de suspeitas a respeito do programa nuclear brasileiro foi estimulada pela mídia internacional, alimentada por desinformações, às vezes endógenas.
Ao invés de perguntarem "quo bono?", alguns setores da imprensa brasileira ecoaram aquelas suspeitas. Era precisamente o que esperavam os anônimos autores da campanha: voltar a sociedade brasileira contra o projeto de seu governo e forçar a mudança de posição do Brasil nas negociações com o secretariado da Aiea.
A campanha foi frustrada pela competência de nossa diplomacia e pela visão dos interesses nacionais de diversas lideranças políticas. O Itamaraty e o Ministério da Ciência e Tecnologia concluíram com habilidade e firmeza a dificílima negociação com a Aiea.
Como democracia madura e transparente, em dia com suas obrigações internacionais, o Brasil não comprometeu seu direito de desenvolver todo tipo de atividade nuclear para fins exclusivamente pacíficos, nos termos do artigo 4° do Tratado de Não-Proliferação.
A atuação de nossa diplomacia foi também instrumental para desmascarar a atitude maliciosa contra o Brasil e reiterar nossas credenciais de ator responsável.
Mobilizamo-nos para recordar ao resto do mundo que o compromisso do Brasil com a não-proliferação nuclear data do Tratado de Tlatelolco (1967), que criou a "área livre de armas nucleares" na América Latina; que a Constituição de 1988 formalizou a decisão da nação brasileira de proibir as armas nucleares; que era inaceitável comparar o Brasil a países que admitiram ter atividades paralelas; que o Brasil é um dos mais ativos defensores do desarmamento nuclear.
Obtivemos de dois secretários de Estado consecutivos dos EUA, Colin Powell e Condoleezza Rice, claras declarações de confiança nos fins pacíficos do programa nuclear brasileiro.
Nossa maior vulnerabilidade terá sido na frente interna. Aliando-se aos interesses estrangeiros, talvez por pura descrença na capacidade e no futuro do Brasil, alguns setores defenderam que o governo cedesse às exigências.
Não caberia aqui citar nomes, mas talvez valha a pena recordar-lhes os argumentos: pequeno e fraco, segundo eles, o Brasil não deveria comprar uma briga com o secretariado da Aiea e, supostamente, as grandes potências, ainda que isso significasse sacrificar o projeto nuclear; ficaríamos isolados internacionalmente e poderíamos sofrer sanções; deveríamos temer nossos próprios setores militares; a energia nuclear seria antiética e antieconômica; deveríamos, em síntese, aceitar que nosso lugar é na periferia.
Hoje, essas mesmas vozes, defendem que o Brasil ponha sua fábrica de combustível nuclear sob controle multinacional. Quanta falácia!
É preciso extrair uma importante lição para o futuro. Como ensinou o presidente da República durante a recente formatura de diplomatas no Itamaraty, o Brasil deve ter um projeto de desenvolvimento e, sobretudo, persegui-lo mantendo a cabeça erguida.
Presto minha homenagem a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a concretização do projeto nacional de enriquecimento de urânio no Brasil.
José Mauricio Bustani é Embaixador do Brasil em Londres.
José Mauricio Bustani
Jornal do Brasil, 26/06/2006
“Graças a sua inteligência e persistência, o Brasil deixará em poucos anos de ser importador-dependente, passando a ser um dos mais competitivos fornecedores de urânio enriquecido no bilionário mercado internacional”
Passou quase despercebido, mas, no mês de maio, o Brasil foi alçado a um novo patamar internacional: integramos o seleto grupo de 10 países dotados de capacidade de enriquecer urânio, juntamente com as cinco potências nucleares oficiais de acordo com o Tratado de Não-Proliferação (TNP), mais Alemanha, Japão, Holanda, Índia e Paquistão.
A Fábrica de Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende, Rio de janeiro, deverá entrar para os manuais da História do país como uma conquista comparável aos feitos anteriores em áreas como o petróleo (Petrobras), a aeronáutica (Embraer), a hidroeletricidade (Itaipu), o aproveitamento agrícola do cerrado (Embrapa) e a liderança mundial em biocombustíveis.
O mérito da conquista pertence à comunidade científica, à diplomacia e às lideranças políticas.
Não tenho o necessário conhecimento técnico, como diplomata, para discorrer sobre as dificuldades científico-tecnológicas que enfrentamos. Sou testemunha, contudo, de inúmeros casos em que programas estratégicos do Brasil - como o programa espacial ou de propulsão naval - tiveram seu acesso a materiais e equipamentos externos denegados por governos estrangeiros.
Explorando as ambigüidades das regras de não-proliferação de armas, as grandes potências agem, também em nome de seus interesses, tanto estratégicos quanto comerciais, para manter um oligopólio internacional em setores de ponta.
É desta ótica que, creio, precisa ser considerada a recente proposta de membros do secretariado da Agência Internacional de Energia Atômica de colocar sob controle multinacional as atividades de enriquecimento de urânio. Será mesmo que as grandes potências cederão à comunidade internacional o controle de suas fábricas de urânio enriquecido?
Colocados à prova, contudo, a ciência e os cientistas brasileiros deram mostra de sua engenhosidade, ao desenvolverem uma tecnologia própria e extremamente avançada.
Graças a sua inteligência e persistência, o Brasil deixará em poucos anos de ser importador-dependente, passando a ser um dos mais competitivos fornecedores de urânio enriquecido no bilionário mercado internacional.
Para enriquecer urânio a 4% (a porcentagem necessária para abastecer uma usina, mas muito abaixo da necessária para fazer uma bomba), EUA e França, que detêm a metade do mercado mundial, consomem cerca de 13.250 kWh/kg, enquanto nosso processo exige apenas 530 kWh/kg.
Nossos cientistas criaram uma nova vantagem comparativa e um novo setor dinâmico na economia brasileira.
A política internacional ergueu desafios tão grandes, ou até maiores, dos que os técnicos. É clássica a pressão que exercem as grandes potências em favor do desarmamento da periferia - não apenas militar, mas também científico-tecnológico, tarifário etc. -, com vistas a preservar seu diferencial de poder, riqueza e influência.
Em 2004, uma série de suspeitas a respeito do programa nuclear brasileiro foi estimulada pela mídia internacional, alimentada por desinformações, às vezes endógenas.
Ao invés de perguntarem "quo bono?", alguns setores da imprensa brasileira ecoaram aquelas suspeitas. Era precisamente o que esperavam os anônimos autores da campanha: voltar a sociedade brasileira contra o projeto de seu governo e forçar a mudança de posição do Brasil nas negociações com o secretariado da Aiea.
A campanha foi frustrada pela competência de nossa diplomacia e pela visão dos interesses nacionais de diversas lideranças políticas. O Itamaraty e o Ministério da Ciência e Tecnologia concluíram com habilidade e firmeza a dificílima negociação com a Aiea.
Como democracia madura e transparente, em dia com suas obrigações internacionais, o Brasil não comprometeu seu direito de desenvolver todo tipo de atividade nuclear para fins exclusivamente pacíficos, nos termos do artigo 4° do Tratado de Não-Proliferação.
A atuação de nossa diplomacia foi também instrumental para desmascarar a atitude maliciosa contra o Brasil e reiterar nossas credenciais de ator responsável.
Mobilizamo-nos para recordar ao resto do mundo que o compromisso do Brasil com a não-proliferação nuclear data do Tratado de Tlatelolco (1967), que criou a "área livre de armas nucleares" na América Latina; que a Constituição de 1988 formalizou a decisão da nação brasileira de proibir as armas nucleares; que era inaceitável comparar o Brasil a países que admitiram ter atividades paralelas; que o Brasil é um dos mais ativos defensores do desarmamento nuclear.
Obtivemos de dois secretários de Estado consecutivos dos EUA, Colin Powell e Condoleezza Rice, claras declarações de confiança nos fins pacíficos do programa nuclear brasileiro.
Nossa maior vulnerabilidade terá sido na frente interna. Aliando-se aos interesses estrangeiros, talvez por pura descrença na capacidade e no futuro do Brasil, alguns setores defenderam que o governo cedesse às exigências.
Não caberia aqui citar nomes, mas talvez valha a pena recordar-lhes os argumentos: pequeno e fraco, segundo eles, o Brasil não deveria comprar uma briga com o secretariado da Aiea e, supostamente, as grandes potências, ainda que isso significasse sacrificar o projeto nuclear; ficaríamos isolados internacionalmente e poderíamos sofrer sanções; deveríamos temer nossos próprios setores militares; a energia nuclear seria antiética e antieconômica; deveríamos, em síntese, aceitar que nosso lugar é na periferia.
Hoje, essas mesmas vozes, defendem que o Brasil ponha sua fábrica de combustível nuclear sob controle multinacional. Quanta falácia!
É preciso extrair uma importante lição para o futuro. Como ensinou o presidente da República durante a recente formatura de diplomatas no Itamaraty, o Brasil deve ter um projeto de desenvolvimento e, sobretudo, persegui-lo mantendo a cabeça erguida.
Presto minha homenagem a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a concretização do projeto nacional de enriquecimento de urânio no Brasil.
José Mauricio Bustani é Embaixador do Brasil em Londres.
533) Ressuscitando a Alca?
Improvável que isto ocorra agora, sobretudo neste governo, mas o estudo referido abaixo do economista Marcos Jank questiona alguns dos fundamentos da atual política comercial brasileira:
Estudo indica que Brasil deveria incrementar comércio com a América
Jornal Valor Econômico, 29/06/2006, pág. A4
Raquel Landim
Os dados da balança evidenciam que a prioridade da política comercial brasileira deveria ser a integração do continente americano. Essa é a conclusão de estudo de Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), e Sidney Nakahodo, pesquisador-sênior da entidade.
Os especialistas dividiram a pauta de exportação do Brasil em commodities e produtos diferenciados. As commodities foram subdivididas em agrícolas, combustíveis e minerais. Os diferenciados variaram de alta tecnologia (avião ou celular), média-alta tecnologia (automóveis e máquinas e equipamentos), média-baixa tecnologia (aço), e baixa tecnologia (têxteis e calçados).
Nos últimos 10 anos, a única região onde o Brasil coleciona superávits crescentes em todas essas áreas é o continente americano. "A Alca é mais oportunidade que ameaça. Tínhamos um processo integrativo que fazia todo sentido", diz Jank, lamentando a paralisia da negociação.
Para o especialista, a América está fragmentada e os Estados Unidos partiram para fechar acordos bilaterais com todos os países do continente, menos com o Mercosul. A maior parte desses acordos é mais vantajoso do que os obtidos pelo Brasil. Por conta da falta de vontade política dos governos de Brasil e EUA, Jank diz que é mais fácil o governo brasileiro também partir para acordos bilaterais.
A balança comercial entre o Brasil e a Ásia mostra fortes superávits agrícolas e déficits crescentes em produtos de alta e média tecnologia. "É impossível pensar em um acordo comercial com essa região", diz Jank, ressaltando que a resistência da indústria seria muito forte por conta da China. Já a balança entre Brasil e União Européia mostra que quase nada mudou em 10 anos, pois a indústria enfrenta dificuldades para entrar nesse mercado, tradicional cliente dos produtos agrícolas brasileiros.(RL)
Estudo indica que Brasil deveria incrementar comércio com a América
Jornal Valor Econômico, 29/06/2006, pág. A4
Raquel Landim
Os dados da balança evidenciam que a prioridade da política comercial brasileira deveria ser a integração do continente americano. Essa é a conclusão de estudo de Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), e Sidney Nakahodo, pesquisador-sênior da entidade.
Os especialistas dividiram a pauta de exportação do Brasil em commodities e produtos diferenciados. As commodities foram subdivididas em agrícolas, combustíveis e minerais. Os diferenciados variaram de alta tecnologia (avião ou celular), média-alta tecnologia (automóveis e máquinas e equipamentos), média-baixa tecnologia (aço), e baixa tecnologia (têxteis e calçados).
Nos últimos 10 anos, a única região onde o Brasil coleciona superávits crescentes em todas essas áreas é o continente americano. "A Alca é mais oportunidade que ameaça. Tínhamos um processo integrativo que fazia todo sentido", diz Jank, lamentando a paralisia da negociação.
Para o especialista, a América está fragmentada e os Estados Unidos partiram para fechar acordos bilaterais com todos os países do continente, menos com o Mercosul. A maior parte desses acordos é mais vantajoso do que os obtidos pelo Brasil. Por conta da falta de vontade política dos governos de Brasil e EUA, Jank diz que é mais fácil o governo brasileiro também partir para acordos bilaterais.
A balança comercial entre o Brasil e a Ásia mostra fortes superávits agrícolas e déficits crescentes em produtos de alta e média tecnologia. "É impossível pensar em um acordo comercial com essa região", diz Jank, ressaltando que a resistência da indústria seria muito forte por conta da China. Já a balança entre Brasil e União Européia mostra que quase nada mudou em 10 anos, pois a indústria enfrenta dificuldades para entrar nesse mercado, tradicional cliente dos produtos agrícolas brasileiros.(RL)
532) Associacao de amigos e aliados...
Apenas pra registro...
Governo acelera Bolsa-Família a 3 meses da eleição
Em um único mês - e a pouco mais de 90 dias da eleição presidencial-, cerca de 1,8 milhão de famílias tornaram-se beneficiárias do principal programa social do governo Lula e receberão o benefício até o quinto dia útil de julho.
Ao menos 1 milhão dessas famílias não recebia por nenhum outro programa federal de transferência de renda até maio. O número de famílias incluídas no Bolsa-Família em um único mês - exatas 1.784.624 - contrasta com o ritmo de crescimento do programa desde outubro de 2003, quando o benefício foi criado. Até o final do primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia 3,6 milhões de famílias beneficiadas.
Nos dois anos seguintes, 2,9 milhões e 2,2 milhões de famílias foram incluídas, respectivamente: em 2004, o número aumentou para 6,5 milhões e, em 2005, passou a 8,7 milhões. Ou seja, no mês de junho, o programa cresceu o equivalente a 62% de todo o ano de 2004. Somente em um mês, ingressaram no programa 81% do número de famílias incluídas do início ao fim de 2005.
Não há impedimento legal para que mais famílias sejam incluídas no Bolsa-Família no período da campanha eleitoral. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social ajudam a explicar como o governo conseguiu ultrapassar neste mês a meta fixada para o ano de 11,1 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa-Família, que paga entre R$ 15 e R$ 95 por mês.
Governo acelera Bolsa-Família a 3 meses da eleição
Em um único mês - e a pouco mais de 90 dias da eleição presidencial-, cerca de 1,8 milhão de famílias tornaram-se beneficiárias do principal programa social do governo Lula e receberão o benefício até o quinto dia útil de julho.
Ao menos 1 milhão dessas famílias não recebia por nenhum outro programa federal de transferência de renda até maio. O número de famílias incluídas no Bolsa-Família em um único mês - exatas 1.784.624 - contrasta com o ritmo de crescimento do programa desde outubro de 2003, quando o benefício foi criado. Até o final do primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia 3,6 milhões de famílias beneficiadas.
Nos dois anos seguintes, 2,9 milhões e 2,2 milhões de famílias foram incluídas, respectivamente: em 2004, o número aumentou para 6,5 milhões e, em 2005, passou a 8,7 milhões. Ou seja, no mês de junho, o programa cresceu o equivalente a 62% de todo o ano de 2004. Somente em um mês, ingressaram no programa 81% do número de famílias incluídas do início ao fim de 2005.
Não há impedimento legal para que mais famílias sejam incluídas no Bolsa-Família no período da campanha eleitoral. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social ajudam a explicar como o governo conseguiu ultrapassar neste mês a meta fixada para o ano de 11,1 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa-Família, que paga entre R$ 15 e R$ 95 por mês.
quarta-feira, 28 de junho de 2006
531) Em defesa do Fundeb?
Cena insólita
Jornal Valor Econômico - pág. A6
Rosângela Bittar
28/06/2006
Passados três anos e meio, o governo ainda sofre do mal das atitudes de oposição nele enraizadas. Surpreendeu, por inesperada a esta altura, uma cena da qual o gramado em frente ao Congresso Nacional foi palco, na semana passada: o Ministro da Educação, Fernando Haddad, pulando e gritando palavras de ordem ao lado de meia dúzia de gatos pingados estudantis que pressionavam parlamentares a votar.
Jornal Valor Econômico - pág. A6
Rosângela Bittar
28/06/2006
Passados três anos e meio, o governo ainda sofre do mal das atitudes de oposição nele enraizadas. Surpreendeu, por inesperada a esta altura, uma cena da qual o gramado em frente ao Congresso Nacional foi palco, na semana passada: o Ministro da Educação, Fernando Haddad, pulando e gritando palavras de ordem ao lado de meia dúzia de gatos pingados estudantis que pressionavam parlamentares a votar.
530) Defesa Nacional: documento de referência
Nunca é demais lembrar:
A "Política de Defesa Nacional", importante documento de concepção, doutrina e de planejamento dessa área importante da vida nacional, encontra-se disponível no site:
https://www.defesa.gov.br/pdn/index.php?page=home
Lá se encontram claramente definidos alguns conceitos discutidos hoje, em especial o de Segurança e o de Defesa.
Por exemplo:
"Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas".
Outro exemplo:
"Gradualmente, o conceito de segurança foi ampliado, abrangendo os campos político, militar, econômico, social, ambiental e outros. Entretanto, a defesa externa permanece como papel primordial das Forças Armadas no âmbito interestatal".
Esta é a introdução deste documento:
"Introdução
A Política de Defesa Nacional voltada, preponderantemente, para ameaças externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por finalidade estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. O Ministério da Defesa coordena as ações necessárias à Defesa Nacional.
Esta publicação é composta por uma parte política, que contempla os conceitos, os ambientes internacional e nacional e os objetivos da defesa. Outra parte, de estratégia, engloba as orientações e diretrizes.
A Política de Defesa Nacional, tema de interesse de todos os segmentos da sociedade brasileira, tem como premissas os fundamentos, objetivos e princípios dispostos na Constituição Federal e encontra-se em consonância com as orientações governamentais e a política externa do País, a qual se fundamenta na busca da solução pacífica das controvérsias e no fortalecimento da paz e da segurança internacionais.
Após um longo período sem que o Brasil participe de conflitos que afetem diretamente o território nacional, a percepção das ameaças está desvanecida para muitos brasileiros. Porém, é imprudente imaginar que um país com o potencial do Brasil não tenha disputas ou antagonismos ao buscar alcançar seus legítimos interesses. Um dos propósitos da Política de Defesa Nacional é conscientizar todos os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da Nação é um dever de todos os brasileiros."
E este é o menu do documento:
Introdução
O Estado, a Segurança e a Defesa
O Ambiente Internacional
O Ambiente Regional e o Encontro Estratégico
O Brasil
Objetivos da Defesa Nacional
Orientações Estratégicas
Diretrizes
Apenas repetindo:
https://www.defesa.gov.br/pdn/index.php?page=home
A "Política de Defesa Nacional", importante documento de concepção, doutrina e de planejamento dessa área importante da vida nacional, encontra-se disponível no site:
https://www.defesa.gov.br/pdn/index.php?page=home
Lá se encontram claramente definidos alguns conceitos discutidos hoje, em especial o de Segurança e o de Defesa.
Por exemplo:
"Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas".
Outro exemplo:
"Gradualmente, o conceito de segurança foi ampliado, abrangendo os campos político, militar, econômico, social, ambiental e outros. Entretanto, a defesa externa permanece como papel primordial das Forças Armadas no âmbito interestatal".
Esta é a introdução deste documento:
"Introdução
A Política de Defesa Nacional voltada, preponderantemente, para ameaças externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por finalidade estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. O Ministério da Defesa coordena as ações necessárias à Defesa Nacional.
Esta publicação é composta por uma parte política, que contempla os conceitos, os ambientes internacional e nacional e os objetivos da defesa. Outra parte, de estratégia, engloba as orientações e diretrizes.
A Política de Defesa Nacional, tema de interesse de todos os segmentos da sociedade brasileira, tem como premissas os fundamentos, objetivos e princípios dispostos na Constituição Federal e encontra-se em consonância com as orientações governamentais e a política externa do País, a qual se fundamenta na busca da solução pacífica das controvérsias e no fortalecimento da paz e da segurança internacionais.
Após um longo período sem que o Brasil participe de conflitos que afetem diretamente o território nacional, a percepção das ameaças está desvanecida para muitos brasileiros. Porém, é imprudente imaginar que um país com o potencial do Brasil não tenha disputas ou antagonismos ao buscar alcançar seus legítimos interesses. Um dos propósitos da Política de Defesa Nacional é conscientizar todos os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da Nação é um dever de todos os brasileiros."
E este é o menu do documento:
Introdução
O Estado, a Segurança e a Defesa
O Ambiente Internacional
O Ambiente Regional e o Encontro Estratégico
O Brasil
Objetivos da Defesa Nacional
Orientações Estratégicas
Diretrizes
Apenas repetindo:
https://www.defesa.gov.br/pdn/index.php?page=home
529) Proposta de reforma universitaria do governo
Sem comentários (por enquanto...):
Do boletim "Informes", da liderança do PT na Câmara dos Deputados (Quarta-feira, 28/jun/06 - Ano XV - nº 3.526 )
Reforma do ensino superior prevê inclusão e qualidade
Enviada pelo Executivo ao Congresso no início de junho deste ano, a proposta de reforma do ensino superior é avaliada pelo governo e por parlamentares petistas como um medida de importância fundamental na consolidação de uma série de ações voltadas para o resgate da escola pública no país. Em linhas gerais, a proposta assegura a autonomia das universidades, garante o repasse de 75% do orçamento do Ministério da Educação ao ensino superior durante dez anos e estabelece critérios de qualidade na distribuição de recursos.
O texto da reforma universitária em estudo estabelece as normas gerais, a regulação e a função social da educação superior no país. As normas se aplicam às instituições públicas de ensino superior mantidas pela União, pelos estados, Distrito Federal e municípios; comunitárias e particulares; de pesquisa científica e tecnológica.
O principal objetivo é estabelecer um marco regulatório para toda a educação superior nacional. Na avaliação do governo, a expansão de cursos e instituições verificada nos últimos anos exige a constituição de uma lei que normatize e regule o setor, determinando critérios, exigências e prerrogativas para as universidades, centros universitários e faculdades.
O marco regulatório implica a manutenção, pelo Ministério da Educação, da responsabilidade de pré-credenciamento, credenciamento, renovação de credenciamento, alteração de classificação de instituições de ensino, autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos. Dentro desse marco, será proposto que pelo menos 70% do capital votante das entidades mantenedoras de instituição de ensino superior, se lucrativas, deva pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados.
Financiamento - A proposta da reforma determina a aplicação, na educação superior, de, no mínimo 75% da receita constitucionalmente vinculada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, por um prazo de dez anos, tendo em vista as metas do Plano Nacional de Educação.
O texto vincula a distribuição dos recursos a indicadores de desempenho e qualidade. Entre eles, o número de matrículas e de concluintes na graduação e na pós-graduação, a produção institucionalizada de conhecimento, por meio de publicações e registro da comercialização de patentes, e os resultados positivos nas avaliações conduzidas pelo Ministério da Educação.
Acesso - O projeto também cria condições para a expansão do ensino superior com qualidade e eqüidade. O nível de acesso no Brasil é um dos mais baixos do continente já que, atualmente, apenas 9% dos estudantes na faixa etária dos 18 aos 24 anos freqüentam a universidade. Diante disso, o projeto defende a ampliação do número de vagas e programas de assistência estudantil. Segundo o texto, as instituições federais de ensino superior deverão destinar recursos correspondentes a pelo menos 9% de sua verba de custeio, exceto pessoal, para implementar as medidas de assistência estudantil.
Sistema - O projeto de lei estipula a existência de três tipos de instituições: as universidades, os centros e as faculdades. As universidades oferecerão, no mínimo, 16 cursos de graduação ou de pós-graduação. Aos centros universitários funcionarão com pelo menos oito cursos de graduação. As faculdades terão a função de formar pessoal e profissional de garantida qualidade científica, técnica, artística e cultural.
Do boletim "Informes", da liderança do PT na Câmara dos Deputados (Quarta-feira, 28/jun/06 - Ano XV - nº 3.526 )
Reforma do ensino superior prevê inclusão e qualidade
Enviada pelo Executivo ao Congresso no início de junho deste ano, a proposta de reforma do ensino superior é avaliada pelo governo e por parlamentares petistas como um medida de importância fundamental na consolidação de uma série de ações voltadas para o resgate da escola pública no país. Em linhas gerais, a proposta assegura a autonomia das universidades, garante o repasse de 75% do orçamento do Ministério da Educação ao ensino superior durante dez anos e estabelece critérios de qualidade na distribuição de recursos.
O texto da reforma universitária em estudo estabelece as normas gerais, a regulação e a função social da educação superior no país. As normas se aplicam às instituições públicas de ensino superior mantidas pela União, pelos estados, Distrito Federal e municípios; comunitárias e particulares; de pesquisa científica e tecnológica.
O principal objetivo é estabelecer um marco regulatório para toda a educação superior nacional. Na avaliação do governo, a expansão de cursos e instituições verificada nos últimos anos exige a constituição de uma lei que normatize e regule o setor, determinando critérios, exigências e prerrogativas para as universidades, centros universitários e faculdades.
O marco regulatório implica a manutenção, pelo Ministério da Educação, da responsabilidade de pré-credenciamento, credenciamento, renovação de credenciamento, alteração de classificação de instituições de ensino, autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos. Dentro desse marco, será proposto que pelo menos 70% do capital votante das entidades mantenedoras de instituição de ensino superior, se lucrativas, deva pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados.
Financiamento - A proposta da reforma determina a aplicação, na educação superior, de, no mínimo 75% da receita constitucionalmente vinculada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, por um prazo de dez anos, tendo em vista as metas do Plano Nacional de Educação.
O texto vincula a distribuição dos recursos a indicadores de desempenho e qualidade. Entre eles, o número de matrículas e de concluintes na graduação e na pós-graduação, a produção institucionalizada de conhecimento, por meio de publicações e registro da comercialização de patentes, e os resultados positivos nas avaliações conduzidas pelo Ministério da Educação.
Acesso - O projeto também cria condições para a expansão do ensino superior com qualidade e eqüidade. O nível de acesso no Brasil é um dos mais baixos do continente já que, atualmente, apenas 9% dos estudantes na faixa etária dos 18 aos 24 anos freqüentam a universidade. Diante disso, o projeto defende a ampliação do número de vagas e programas de assistência estudantil. Segundo o texto, as instituições federais de ensino superior deverão destinar recursos correspondentes a pelo menos 9% de sua verba de custeio, exceto pessoal, para implementar as medidas de assistência estudantil.
Sistema - O projeto de lei estipula a existência de três tipos de instituições: as universidades, os centros e as faculdades. As universidades oferecerão, no mínimo, 16 cursos de graduação ou de pós-graduação. Aos centros universitários funcionarão com pelo menos oito cursos de graduação. As faculdades terão a função de formar pessoal e profissional de garantida qualidade científica, técnica, artística e cultural.
528) Gosta de apostar no futuro? Eu tambem, mas quao longe no futuro?
Se você é um futurista, gosta de fazer predições sobre coisas que ainda vão acontecer. Mas até onde você está disposto a ir no futuro? COmputadores, aviões sem piloto, fim da expansão do universo?
Gostaria de ganhar dinheiro com isso?
Pois agora você já pode.
Tente este site, leia as previsões dos outros e faça as suas próprias predições...
http://www.longbets.org/bets
Eu, por exemplo, sou capaz de apostar metade da minha biblioteca em que não serei capaz de ler metade da minha biblioteca em minha vida útil. Estou disposto a apostar comigo mesmo, ai eu posso pelo menos tentar ganhar a metade da biblioteca que certamente não conseguirei ler. O problema é que eu não saberei qual é essa metade...
Gostaria de ganhar dinheiro com isso?
Pois agora você já pode.
Tente este site, leia as previsões dos outros e faça as suas próprias predições...
http://www.longbets.org/bets
Eu, por exemplo, sou capaz de apostar metade da minha biblioteca em que não serei capaz de ler metade da minha biblioteca em minha vida útil. Estou disposto a apostar comigo mesmo, ai eu posso pelo menos tentar ganhar a metade da biblioteca que certamente não conseguirei ler. O problema é que eu não saberei qual é essa metade...
527) Mapeando o seu futuro
Não, não sou eu quem vou fazer.
Me ofereceram tudo isso:
"Um relatório de 90 paginas sobre os dez próximos anos de sua vida
Ano por ano até 2015.
Mês por mês até 2008
Um relatório de 60 paginas sobre suas compatibilidades, afinidades com seu par.
Um relatório de 20 paginas sobre seus números da sorte
Uma Análise de 15 paginas sobre 8 nomes ou expressões ou nome do seu estabelecimento de trabalho, e direi o que melhor convêm com sua numerologia
Uma surpresa de 5 paginas que se chama "Diamond Chart"
Também posso analisar seu numero de telefone e seu endereço"
Acha pouco? Acho que está bem.
Mas, sempre tem um mas: tudo isso não vem de graça.
Custaria a módica soma de R$ 19.95.
O pessoal é eclético e adaptado à globalização (o inglês é capenga):
"We can also do your Numerology in Spanish, Portuguese and French.
Podemos também fazer seu estudo numerológico em Português.
Podemos también hacer su estudio numerológico en Español.
Nous pouvons également faire votre étude graphologique en Français."
Não me perguntem como ou onde, pois eu não faço publicidade gratuita para magos, cartomantes, adivinhos, políticos...
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Ano por ano até 2015.
Mês por mês até 2008
Um relatório de 60 paginas sobre suas compatibilidades, afinidades com seu par.
Um relatório de 20 paginas sobre seus números da sorte
Uma Análise de 15 paginas sobre 8 nomes ou expressões ou nome do seu estabelecimento de trabalho, e direi o que melhor convêm com sua numerologia
Uma surpresa de 5 paginas que se chama "Diamond Chart"
Também posso analisar seu numero de telefone e seu endereço"
Acha pouco? Acho que está bem.
Mas, sempre tem um mas: tudo isso não vem de graça.
Custaria a módica soma de R$ 19.95.
O pessoal é eclético e adaptado à globalização (o inglês é capenga):
"We can also do your Numerology in Spanish, Portuguese and French.
Podemos também fazer seu estudo numerológico em Português.
Podemos también hacer su estudio numerológico en Español.
Nous pouvons également faire votre étude graphologique en Français."
Não me perguntem como ou onde, pois eu não faço publicidade gratuita para magos, cartomantes, adivinhos, políticos...
terça-feira, 27 de junho de 2006
526) Debate sobre a politica externa (SP, 3/07/2006)
O BRASIL EM DEBATE
Política externa inaugura série de ´Debates Carta Maior´
Primeiro encontro de uma série de debates mensais será realizado segunda (3), em SP, e abordará os desafios da política externa brasileira. José Luís Fiori, Luiz Gonzaga Belluzzo, Samuel Pinheiro Guimarães, Emir Sader e Paulo Nogueira Batista Jr. participam da discussão, com transmissão ao vivo pela TV Carta Maior.
Redação - Carta Maior
SÃO PAULO - Os desafios da política externa brasileira serão tema do “Debates Carta Maior”, na próxima segunda-feira, 3 de julho. Este será o primeiro de uma série de debates mensais, sempre na primeira semana de cada mês, que a Carta Maior organiza em parceria com a Fundação Perseu Abramo, até o final deste ano. O evento será realizado no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, a partir das 19 horas, e será aberto ao público.
Estão confirmadas as participações do secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiros Guimarães, do sociólogo Emir Sader, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do cientista político José Luís Fiori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e dos economistas Paulo Nogueira Batista Jr., da Fundação Getúlio Vargas, e Luiz Gonzaga Belluzzo, da Universidade de Campinas (Unicamp). A TV Carta Maior fará a transmissão ao vivo do encontro através da internet, com conexão no Universo On Line (UOL). O hotel Maksoud Plaza está localizada na alameda Campinas, 150, em Cerqueira César.
A idéia geral do debate é localizar os desafios econômicos e políticos da política externa brasileira no contexto da atual conjuntura internacional. Cada um dos debatedores terá cerca de 20 minutos para fazer sua exposição inicial e depois será aberto o debate com a mediação de Flavio Aguiar.
A proposta do debate sobre a política externa brasileira inclui os seguintes temas: os objetivos e os principais desafios da política externa brasileira; a política externa brasileira no atual contexto geopolítico internacional; o projeto de integração da América do Sul e seus condicionantes econômicos; a importância do projeto de integração da América do Sul para a construção de um novo modelo de desenvolvimento.
Um dos objetivos centrais da série de debates Carta Maior é tentar conectar o que normalmente é apresentado de modo fragmentado. No caso da política externa brasileira, a idéia é abordá-la do ponto de vista econômico, no contexto da construção de um projeto nacional de desenvolvimento e segundo a atual configuração geopolítica internacional.
Estarão em pauta também alguns eventos recentes, como o episódio da nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia e os problemas envolvendo os países do Mercosul. Será uma oportunidade também para dialogar com as críticas à atual política externa brasileira, especialmente aquelas que “denunciam” um suposto desejo nostálgico de retorno ao terceiro-mundismo, o que seria uma demonstração de anacronismo, segundo elas.
Política externa inaugura série de ´Debates Carta Maior´
Primeiro encontro de uma série de debates mensais será realizado segunda (3), em SP, e abordará os desafios da política externa brasileira. José Luís Fiori, Luiz Gonzaga Belluzzo, Samuel Pinheiro Guimarães, Emir Sader e Paulo Nogueira Batista Jr. participam da discussão, com transmissão ao vivo pela TV Carta Maior.
Redação - Carta Maior
SÃO PAULO - Os desafios da política externa brasileira serão tema do “Debates Carta Maior”, na próxima segunda-feira, 3 de julho. Este será o primeiro de uma série de debates mensais, sempre na primeira semana de cada mês, que a Carta Maior organiza em parceria com a Fundação Perseu Abramo, até o final deste ano. O evento será realizado no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, a partir das 19 horas, e será aberto ao público.
Estão confirmadas as participações do secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiros Guimarães, do sociólogo Emir Sader, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do cientista político José Luís Fiori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e dos economistas Paulo Nogueira Batista Jr., da Fundação Getúlio Vargas, e Luiz Gonzaga Belluzzo, da Universidade de Campinas (Unicamp). A TV Carta Maior fará a transmissão ao vivo do encontro através da internet, com conexão no Universo On Line (UOL). O hotel Maksoud Plaza está localizada na alameda Campinas, 150, em Cerqueira César.
A idéia geral do debate é localizar os desafios econômicos e políticos da política externa brasileira no contexto da atual conjuntura internacional. Cada um dos debatedores terá cerca de 20 minutos para fazer sua exposição inicial e depois será aberto o debate com a mediação de Flavio Aguiar.
A proposta do debate sobre a política externa brasileira inclui os seguintes temas: os objetivos e os principais desafios da política externa brasileira; a política externa brasileira no atual contexto geopolítico internacional; o projeto de integração da América do Sul e seus condicionantes econômicos; a importância do projeto de integração da América do Sul para a construção de um novo modelo de desenvolvimento.
Um dos objetivos centrais da série de debates Carta Maior é tentar conectar o que normalmente é apresentado de modo fragmentado. No caso da política externa brasileira, a idéia é abordá-la do ponto de vista econômico, no contexto da construção de um projeto nacional de desenvolvimento e segundo a atual configuração geopolítica internacional.
Estarão em pauta também alguns eventos recentes, como o episódio da nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia e os problemas envolvendo os países do Mercosul. Será uma oportunidade também para dialogar com as críticas à atual política externa brasileira, especialmente aquelas que “denunciam” um suposto desejo nostálgico de retorno ao terceiro-mundismo, o que seria uma demonstração de anacronismo, segundo elas.
525) E por falar em futebol, tem para todos os gostos e todas as tendências...
Eu nunca tinha ouvido falar, mas se já existe uma Associação Internacional de Futebol para Gays e Lésbicas, é porque a iniciativa é um sucesso.
Esperemos que os machistas não provoquem conflitos na saída do estádio...
Por um futebol menos machista e homofóbico
De Buenos Aires
jornal Valor Econômico, 27/06/2006
Buenos Aires venceu a disputa com o Rio de Janeiro e Lima e será a sede, entre 23 e 29 de setembro do ano que vem, da quarta edição do torneio mundial promovido pela Associação Internacional de Futebol para Gays e Lésbicas (IGLFA, na sigla em inglês).
Será a primeira vez que um país da América Latina organizará a chamada Copa do Mundo gay. As edições anteriores do torneio aconteceram nas cidades de Londres, Sydney e Boston. A escolha da capital portenha como sede do evento foi anunciada em maio pela IGLFA.
Hernán Lombardi, responsável pelo marketing do hotel Axel em Buenos Aires, será um dos organizadores do evento portenho e espera que a competição traga turistas e atletas de todo o mundo à cidade. Antes, entre 9 e 19 de novembro deste ano, a capital argentina também será sede de um festival de cinema e vídeo com obras de temática homossexual.
A equipe que representará a Argentina na Copa do Mundo gay chama-se DAG Amerika, e segundo o jornal argentino "Clarín", já participou de torneios anteriores. A competição será aberta a equipes de homens e mulheres, e haverá times de 11 e 7 integrantes.
Cesar Cigliutti, ativista pró-direitos dos homossexuais, afirmou que a realização do campeonato é "um grande passo" para a comunidade local. Segundo disse ao portal SentidoG, o evento é especialmente importante por acontecer em um país onde "o futebol ainda é um esporte machista e homofóbico".(PB)
Esperemos que os machistas não provoquem conflitos na saída do estádio...
Por um futebol menos machista e homofóbico
De Buenos Aires
jornal Valor Econômico, 27/06/2006
Buenos Aires venceu a disputa com o Rio de Janeiro e Lima e será a sede, entre 23 e 29 de setembro do ano que vem, da quarta edição do torneio mundial promovido pela Associação Internacional de Futebol para Gays e Lésbicas (IGLFA, na sigla em inglês).
Será a primeira vez que um país da América Latina organizará a chamada Copa do Mundo gay. As edições anteriores do torneio aconteceram nas cidades de Londres, Sydney e Boston. A escolha da capital portenha como sede do evento foi anunciada em maio pela IGLFA.
Hernán Lombardi, responsável pelo marketing do hotel Axel em Buenos Aires, será um dos organizadores do evento portenho e espera que a competição traga turistas e atletas de todo o mundo à cidade. Antes, entre 9 e 19 de novembro deste ano, a capital argentina também será sede de um festival de cinema e vídeo com obras de temática homossexual.
A equipe que representará a Argentina na Copa do Mundo gay chama-se DAG Amerika, e segundo o jornal argentino "Clarín", já participou de torneios anteriores. A competição será aberta a equipes de homens e mulheres, e haverá times de 11 e 7 integrantes.
Cesar Cigliutti, ativista pró-direitos dos homossexuais, afirmou que a realização do campeonato é "um grande passo" para a comunidade local. Segundo disse ao portal SentidoG, o evento é especialmente importante por acontecer em um país onde "o futebol ainda é um esporte machista e homofóbico".(PB)
524) Uma desistencia compreensivel: a fadiga da atividade parlamentar
Peço licença, e desculpas, aos meus leitores, para escapar do meu temário habitual -- relações internacionais, política externa, questões culturais em geral, livros em particular, neste blog e nos auxiliares -- para reproduzir uma carta de um agrônomo, doublé de político, que desiste de continuar na atividade parlamentar.
Lamento, sinceramente, mas apoio a atitude no Xico Graziano, pois ele deve estar decepcionado com muita coisa na vida política e no cenário nacional. Eu também estou.
Por isso mesmo, apenas transcrevo sua carta de "desistência" -- mas que é ao mesmo tempo um chamado a continuar a luta, por outros meios --, sem aduzir maiores comentários ao seu gesto.
Apenas minha solidariedade.
---------
Leia a seguir a carta endereçada pelo Xico Graziano ao PSDB/SP, abdicando de sua candidatura a Deputado Federal. Nela você encontrará as razões que motivaram esse gesto.
Agrobrasil
Venho, respeitosamente, comunicar ao PSDB a decisão de não me candidatar nas próximas eleições. Honra-me muito ser Deputado Federal pelo PSDB, mandato que ostento por duas legislaturas. Julgo que participar da política é obrigação daqueles que, como eu, desejam melhorar o país. E o caminho proposto pela social-democracia, o das mudanças consentidas, sempre me pareceu o mais correto para buscar a justiça social. Sou daqueles que militam na esquerda desde a juventude sem jamais abandonar os valores democráticos, o respeito à liberdade individual. Odeio o autoritarismo, seja de direita ou de esquerda.
Aprendi com Franco Montoro que o exercício da cidadania exige a participação. Confesso, entretanto, que o momento político não tem sido estimulante para a atividade parlamentar. O Congresso Nacional, sabidamente, nunca gozou de muito prestígio, o que é péssimo para a democracia. Recentemente porém, após a ascensão do PT ao poder, a desilusão fez aumentar o descrédito. O "mensalão" comandado pela quadrilha instalada no Planalto arrasou a imagem da Câmara dos Deputados. Por sua vez, esta não soube dar respostas à altura da cobrança popular. Inexiste agenda parlamentar em Brasília. Nada se discute, nem se vota. Uma pasmaceira total.
O sistema eleitoral brasileiro, infelizmente, não fortalece os partidos políticos nem promove a boa prática partidária. O voto individual nos candidatos torna adversário justamente os melhores companheiros de partido. Isso tem sido terrível na carreira política de cada um de nós. A cada eleição, o jogo do poder constitui uma espécie de mercado de votos, consumindo farta energia e, claro, exigindo muito dinheiro, dos candidatos proporcionais. O ambiente eleitoral favorece os poderosos e os demagogos, que se impõem iludindo o povo, carente e sempre esperançoso. A lista partidária, a fidelidade e o voto distrital misto poderiam, tal como nos países desenvolvidos, sanar esse terrível problema da democracia representativa no Brasil. Aí, venceriam as melhores idéias e propostas, haveria maior identidade dos partidos políticos. Mas a tão falada reforma política tarda a sair do papel. Um dia ela virá.
Deixo a vida parlamentar mas não abandonarei, de forma nenhuma, a política, nem mesmo a vida partidária. Continuarei me dedicando à formação doutrinária e à formulação das propostas do PSDB, militando na organização da agenda de debates da social-democracia, através do ITV, em Brasília, trabalho que estimula minha pedagogia. O trabalho de conscientização dos jovens será fundamental para o futuro da democracia brasileira.
O enorme desgaste da política rouba credibilidade daqueles que mantém outras atividades profissionais. Sempre temi depender da política para viver, cedendo às suas tentações vis. Minha história é a de professor, com carreira na Unesp. Minha luta, uma verdadeira proposta de vida, liga-se à valorização do campo. Criado numa fazenda, defendo o fortalecimento da agropecuária. Agrônomo, entendo que a terra é o berço fundamental da riqueza da sociedade. Aprendiz de comunicador, descobri que o preconceito contra o campo somente se vencerá pela batalha da informação.
Na sociedade de massas, agora globalizada, o grande desafio dos agrupamentos sociais reside na sua capacidade de expressão e comunicação. Nada tem sido mais dramático para os agricultores brasileiros que seu isolamento da opinião pública. O Brasil despreza a força de sua agricultura. E ninguém valoriza o que desconhece. Isso precisa mudar.
Na televisão, nos jornais, no rádio, nas conferências públicas e nas aulas da Academia, no marketing agrícola, estarei sempre defendendo as mesmas idéias que me levaram à Câmara dos Deputados. Muda a forma, mas permanece o conteúdo.
Solicito a compreensão de meus amigos e correligionários, a quem agradeço por tudo. Não é uma decisão fácil. Preocupa-me o vazio de liderança, lamento perder a representação daqueles que sempre acreditaram em meu trabalho. Talvez seja uma passagem, um tempo na busca de amadurecimento humano e político.
O PSDB apresenta excelentes candidatos para a Câmara dos Deputados. A alguns terei condições, modestamente, de ajudar na árdua jornada eleitoral. Em São Paulo, farei o que estiver ao meu alcance para eleger José Serra, o mais preparado dos políticos nacionais. No Brasil, a moralização da vida pública recebe a candidatura de Geraldo Alckmin. O povo decidirá sobre seu futuro.
Manterei comigo, sempre, os valores que trago do berço familiar: a honradez e a simplicidade. Mais que qualquer coisa, o traço do caráter me levou a admirar dois políticos extraordinários, com quem aprendi boas lições: Mário Covas e Fernando Henrique. Nutro-me do exemplo de outro grande homem, Sérgio Mota, para manter-me obstinado, cultivando meu idealismo, uma vontade de ajudar a construir uma grande Nação, mais justa e fraterna.
Nós conseguiremos, tenho certeza.
Receba os cumprimentos do
Xico Graziano
Lamento, sinceramente, mas apoio a atitude no Xico Graziano, pois ele deve estar decepcionado com muita coisa na vida política e no cenário nacional. Eu também estou.
Por isso mesmo, apenas transcrevo sua carta de "desistência" -- mas que é ao mesmo tempo um chamado a continuar a luta, por outros meios --, sem aduzir maiores comentários ao seu gesto.
Apenas minha solidariedade.
---------
Leia a seguir a carta endereçada pelo Xico Graziano ao PSDB/SP, abdicando de sua candidatura a Deputado Federal. Nela você encontrará as razões que motivaram esse gesto.
Agrobrasil
Venho, respeitosamente, comunicar ao PSDB a decisão de não me candidatar nas próximas eleições. Honra-me muito ser Deputado Federal pelo PSDB, mandato que ostento por duas legislaturas. Julgo que participar da política é obrigação daqueles que, como eu, desejam melhorar o país. E o caminho proposto pela social-democracia, o das mudanças consentidas, sempre me pareceu o mais correto para buscar a justiça social. Sou daqueles que militam na esquerda desde a juventude sem jamais abandonar os valores democráticos, o respeito à liberdade individual. Odeio o autoritarismo, seja de direita ou de esquerda.
Aprendi com Franco Montoro que o exercício da cidadania exige a participação. Confesso, entretanto, que o momento político não tem sido estimulante para a atividade parlamentar. O Congresso Nacional, sabidamente, nunca gozou de muito prestígio, o que é péssimo para a democracia. Recentemente porém, após a ascensão do PT ao poder, a desilusão fez aumentar o descrédito. O "mensalão" comandado pela quadrilha instalada no Planalto arrasou a imagem da Câmara dos Deputados. Por sua vez, esta não soube dar respostas à altura da cobrança popular. Inexiste agenda parlamentar em Brasília. Nada se discute, nem se vota. Uma pasmaceira total.
O sistema eleitoral brasileiro, infelizmente, não fortalece os partidos políticos nem promove a boa prática partidária. O voto individual nos candidatos torna adversário justamente os melhores companheiros de partido. Isso tem sido terrível na carreira política de cada um de nós. A cada eleição, o jogo do poder constitui uma espécie de mercado de votos, consumindo farta energia e, claro, exigindo muito dinheiro, dos candidatos proporcionais. O ambiente eleitoral favorece os poderosos e os demagogos, que se impõem iludindo o povo, carente e sempre esperançoso. A lista partidária, a fidelidade e o voto distrital misto poderiam, tal como nos países desenvolvidos, sanar esse terrível problema da democracia representativa no Brasil. Aí, venceriam as melhores idéias e propostas, haveria maior identidade dos partidos políticos. Mas a tão falada reforma política tarda a sair do papel. Um dia ela virá.
Deixo a vida parlamentar mas não abandonarei, de forma nenhuma, a política, nem mesmo a vida partidária. Continuarei me dedicando à formação doutrinária e à formulação das propostas do PSDB, militando na organização da agenda de debates da social-democracia, através do ITV, em Brasília, trabalho que estimula minha pedagogia. O trabalho de conscientização dos jovens será fundamental para o futuro da democracia brasileira.
O enorme desgaste da política rouba credibilidade daqueles que mantém outras atividades profissionais. Sempre temi depender da política para viver, cedendo às suas tentações vis. Minha história é a de professor, com carreira na Unesp. Minha luta, uma verdadeira proposta de vida, liga-se à valorização do campo. Criado numa fazenda, defendo o fortalecimento da agropecuária. Agrônomo, entendo que a terra é o berço fundamental da riqueza da sociedade. Aprendiz de comunicador, descobri que o preconceito contra o campo somente se vencerá pela batalha da informação.
Na sociedade de massas, agora globalizada, o grande desafio dos agrupamentos sociais reside na sua capacidade de expressão e comunicação. Nada tem sido mais dramático para os agricultores brasileiros que seu isolamento da opinião pública. O Brasil despreza a força de sua agricultura. E ninguém valoriza o que desconhece. Isso precisa mudar.
Na televisão, nos jornais, no rádio, nas conferências públicas e nas aulas da Academia, no marketing agrícola, estarei sempre defendendo as mesmas idéias que me levaram à Câmara dos Deputados. Muda a forma, mas permanece o conteúdo.
Solicito a compreensão de meus amigos e correligionários, a quem agradeço por tudo. Não é uma decisão fácil. Preocupa-me o vazio de liderança, lamento perder a representação daqueles que sempre acreditaram em meu trabalho. Talvez seja uma passagem, um tempo na busca de amadurecimento humano e político.
O PSDB apresenta excelentes candidatos para a Câmara dos Deputados. A alguns terei condições, modestamente, de ajudar na árdua jornada eleitoral. Em São Paulo, farei o que estiver ao meu alcance para eleger José Serra, o mais preparado dos políticos nacionais. No Brasil, a moralização da vida pública recebe a candidatura de Geraldo Alckmin. O povo decidirá sobre seu futuro.
Manterei comigo, sempre, os valores que trago do berço familiar: a honradez e a simplicidade. Mais que qualquer coisa, o traço do caráter me levou a admirar dois políticos extraordinários, com quem aprendi boas lições: Mário Covas e Fernando Henrique. Nutro-me do exemplo de outro grande homem, Sérgio Mota, para manter-me obstinado, cultivando meu idealismo, uma vontade de ajudar a construir uma grande Nação, mais justa e fraterna.
Nós conseguiremos, tenho certeza.
Receba os cumprimentos do
Xico Graziano
523) Os economistas e a matematica...
Trecho da trajetoria intelectual de Lord Skidelsky (neste link):
[T]he chief source of authority in economics is mathematics. Mathematics is hailed as critical to the process of discovery, but its main use, it seems to me, is to establish the the intellectual authority of economists. (I say this with some feeling because my maths was never nearly good enough for economics. I did try to improve it, but that is another story, best told by my wife.) Economists use mathematics in an attempt to make precise what is necessarily vague. Keynes famously said, ‘It is better to be vaguely right than precisely wrong’. Most economists would disagree. They might agree that it is better to be precisely right than precisely wrong, but better to be precisely wrong than vaguely right, because only a precise hypthesis can give rise to a precise (testable) counter-hypothesis. Progress is assured if each successive hypothesis is only marginally less wrong than its predecessor. This is fine if one forgets that economics is a policy-machine, and that immense damage can be done by applying policies which are ‘precisely wrong’ rather than ‘vaguely right’.
Most economists I know suffer from ‘mathematics anxiety’, the fear that their maths is not up to scratch. Most of their time is spent acquiring and then maintaining their mathematical techniques in competitive readiness. This has a doubly crippling effect on their creativity: they have little time to think about much else and they are forced to repress any intuitions that are not mathematically tractable. All writing for newspapers carries a risk to academic reputation, but academic economists have virtually stopped addressing the public, since they dare not to think outside their mathematical boxes.
[T]he chief source of authority in economics is mathematics. Mathematics is hailed as critical to the process of discovery, but its main use, it seems to me, is to establish the the intellectual authority of economists. (I say this with some feeling because my maths was never nearly good enough for economics. I did try to improve it, but that is another story, best told by my wife.) Economists use mathematics in an attempt to make precise what is necessarily vague. Keynes famously said, ‘It is better to be vaguely right than precisely wrong’. Most economists would disagree. They might agree that it is better to be precisely right than precisely wrong, but better to be precisely wrong than vaguely right, because only a precise hypthesis can give rise to a precise (testable) counter-hypothesis. Progress is assured if each successive hypothesis is only marginally less wrong than its predecessor. This is fine if one forgets that economics is a policy-machine, and that immense damage can be done by applying policies which are ‘precisely wrong’ rather than ‘vaguely right’.
Most economists I know suffer from ‘mathematics anxiety’, the fear that their maths is not up to scratch. Most of their time is spent acquiring and then maintaining their mathematical techniques in competitive readiness. This has a doubly crippling effect on their creativity: they have little time to think about much else and they are forced to repress any intuitions that are not mathematically tractable. All writing for newspapers carries a risk to academic reputation, but academic economists have virtually stopped addressing the public, since they dare not to think outside their mathematical boxes.
522) Embaixadinha? Nao, nao se trata de uma embaixada pequena
Do site No Minimo: por Sérgio Rodrigues
Embaixadinha (26.06.2006)
O amigo botafoguense se empolga com a nota sobre o “Olé” e pergunta, talvez esperando que eu encontre mais uma vez em João Saldanha a explicação para o mistério: e a embaixadinha, de onde vem? Talvez saiba que o chute é indefensável e o gol, certo. Nunca se chegou a um acordo sobre a origem dessa acepção futebolística de “embaixada”, provavelmente mais usada no diminutivo, “embaixadinha” – aquele exercício de foca em que se controla a bola com pés, coxas, cabeça e até ombros, sem permitir que ela toque no chão.
Em seu livro “A origem curiosa das palavras” (José Olympio), Márcio Bueno não toma partido de nenhuma das duas teses que dividem os estudiosos do futebol. Limita-se a registrá-las e deixar que o leitor escolha. Uma é rebuscada e luxuosa: a palavra viria do fato de a embaixadinha ser considerada uma jogada de gala, digna de black tie e outros salamaleques exigidos em recepções diplomáticas – hipérbole típica de locutor esportivo. A segunda tese é simples e prosaica: sem qualquer relação com a diplomacia, “embaixada” viria apenas do advérbio “embaixo”, que é onde se precisa tocar na bola para mantê-la no ar.
Embaixo + ada, sufixo de coletivo. Muitas vezes embaixo, um festival de toques embaixo da bola. Não soa bem? Provavelmente nunca saberemos ao certo, mas que a simplicidade dessa explicação lhe dá um jeitão de verdadeira, dá.
Embaixadinha (26.06.2006)
O amigo botafoguense se empolga com a nota sobre o “Olé” e pergunta, talvez esperando que eu encontre mais uma vez em João Saldanha a explicação para o mistério: e a embaixadinha, de onde vem? Talvez saiba que o chute é indefensável e o gol, certo. Nunca se chegou a um acordo sobre a origem dessa acepção futebolística de “embaixada”, provavelmente mais usada no diminutivo, “embaixadinha” – aquele exercício de foca em que se controla a bola com pés, coxas, cabeça e até ombros, sem permitir que ela toque no chão.
Em seu livro “A origem curiosa das palavras” (José Olympio), Márcio Bueno não toma partido de nenhuma das duas teses que dividem os estudiosos do futebol. Limita-se a registrá-las e deixar que o leitor escolha. Uma é rebuscada e luxuosa: a palavra viria do fato de a embaixadinha ser considerada uma jogada de gala, digna de black tie e outros salamaleques exigidos em recepções diplomáticas – hipérbole típica de locutor esportivo. A segunda tese é simples e prosaica: sem qualquer relação com a diplomacia, “embaixada” viria apenas do advérbio “embaixo”, que é onde se precisa tocar na bola para mantê-la no ar.
Embaixo + ada, sufixo de coletivo. Muitas vezes embaixo, um festival de toques embaixo da bola. Não soa bem? Provavelmente nunca saberemos ao certo, mas que a simplicidade dessa explicação lhe dá um jeitão de verdadeira, dá.
521) Preparados para uma sessão de tortura? (ou seria a própria seção do inferno?)
Veja quais são os 74 impostos no Brasil
Com a criação da taxa de fiscalização e controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP nº 233/2004 - agora são 74 impostos e taxas no Brasil - correspondendo a 48,83% sobre o faturamento bruto das empresas.
Confira a lista de tributos que pagamos no Brasil - segundo o sitio da Aclame.
(está em ordem alfabética para não deixar ninguém confuso, mas uma organização cronológica revelaria toda a lógica (ou falta de) de nosso ordenamento tributário, que mais se parece uma casa de loucos, que só faz sentido para a própria receita, e para os governantes, que adoram dispor de recursos fáceis...)
* Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM - Lei 10.893/2004
* Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação"
* Contribuição ao Funrural
* Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955
* Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
* Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Lei 8.621/1946
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
* Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP)
* Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
* Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)
* Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)
* Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico - CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001
* Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002
* Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional - CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002
* Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
* Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal)
* Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT)
* Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001
* Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
* Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
* Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.)
* Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.
* Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974
* Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - lei 5.070/1966 com novas disposições da lei 9.472/1997
* Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
* Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9998/2000
* Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002.
* Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
* Imposto sobre a Exportação (IE)
* Imposto sobre a Importação (II)
* Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
* Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
* Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
* Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica)
* Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
* Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
* Imposto sobre Transmissão Bens Intervivos (ITBI)
* Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
* INSS - Autônomos e Empresários
* INSS - Empregados
* INSS - Patronal
* IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
* Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
* Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro
* Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - lei 10.870/2004
* Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto Lei 1.899/1981
* Taxa de Coleta de Lixo
* Taxa de Combate a Incêndios
* Taxa de Conservação e Limpeza Pública
* Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA - lei 10.165/2000
* Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - lei 10.357/2001, art. 16
* Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais)
* Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - lei 7.940/1989
* Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23
* Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - lei 10.834/2003
* Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004
* Taxa de Licenciamento Anual de Veículo
* Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal
* Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999
* Taxa de Serviços Administrativos - TSA - Zona Franca de Manaus - lei 9960/2000
* Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da lei 9933/1999
* Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
* Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.)
* Taxas de Saúde Suplementar - ANS - lei 9.961/2000, art. 18
* Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004
* Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)
* Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998
Chegou até o final? Cansou?
Deve ter mais: eu acho simplesmente impossível que sejam só 74. Não é possível, tem de ter mais. Esqueceram as gorjetas dos trombadinhas, os dez por cento obrigatórios nos serviços diretos aos clientes de restaurantes, o Natal dos porteiros e dos lixeiros, a Páscoa das crianças nos semáforos, enfim vários impostos indiretos que nos tocam muito diretamente.
Não é para ficar deprimido...
Com a criação da taxa de fiscalização e controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP nº 233/2004 - agora são 74 impostos e taxas no Brasil - correspondendo a 48,83% sobre o faturamento bruto das empresas.
Confira a lista de tributos que pagamos no Brasil - segundo o sitio da Aclame.
(está em ordem alfabética para não deixar ninguém confuso, mas uma organização cronológica revelaria toda a lógica (ou falta de) de nosso ordenamento tributário, que mais se parece uma casa de loucos, que só faz sentido para a própria receita, e para os governantes, que adoram dispor de recursos fáceis...)
* Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM - Lei 10.893/2004
* Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação"
* Contribuição ao Funrural
* Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955
* Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
* Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Lei 8.621/1946
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
* Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP)
* Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
* Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)
* Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)
* Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico - CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001
* Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002
* Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional - CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002
* Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
* Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal)
* Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT)
* Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001
* Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
* Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
* Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.)
* Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.
* Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974
* Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - lei 5.070/1966 com novas disposições da lei 9.472/1997
* Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
* Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9998/2000
* Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002.
* Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
* Imposto sobre a Exportação (IE)
* Imposto sobre a Importação (II)
* Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
* Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
* Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
* Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica)
* Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
* Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
* Imposto sobre Transmissão Bens Intervivos (ITBI)
* Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
* INSS - Autônomos e Empresários
* INSS - Empregados
* INSS - Patronal
* IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
* Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
* Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro
* Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - lei 10.870/2004
* Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto Lei 1.899/1981
* Taxa de Coleta de Lixo
* Taxa de Combate a Incêndios
* Taxa de Conservação e Limpeza Pública
* Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA - lei 10.165/2000
* Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - lei 10.357/2001, art. 16
* Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais)
* Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - lei 7.940/1989
* Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23
* Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - lei 10.834/2003
* Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004
* Taxa de Licenciamento Anual de Veículo
* Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal
* Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999
* Taxa de Serviços Administrativos - TSA - Zona Franca de Manaus - lei 9960/2000
* Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da lei 9933/1999
* Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
* Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.)
* Taxas de Saúde Suplementar - ANS - lei 9.961/2000, art. 18
* Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004
* Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)
* Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998
Chegou até o final? Cansou?
Deve ter mais: eu acho simplesmente impossível que sejam só 74. Não é possível, tem de ter mais. Esqueceram as gorjetas dos trombadinhas, os dez por cento obrigatórios nos serviços diretos aos clientes de restaurantes, o Natal dos porteiros e dos lixeiros, a Páscoa das crianças nos semáforos, enfim vários impostos indiretos que nos tocam muito diretamente.
Não é para ficar deprimido...
520) Lord Skidelsky: um britânico da China
The man who wrote The Road From Serfdom...
Gostaria de recomendar a todos, absolutamente a todos todos, o site do grande intelectual britânico (nascido na Mandchúria, no entre guerras, em 1939), Robert Skidelsky: www.skidelskyr.com
Professor Lord Skidelsky is Professor of Political Economy at the University of Warwick, author of The World After Communism (1995) and a biography of the economist John Maynard Keynes, which received 5 prizes, including the Lionel Gelber Prize for International Relations and the Council of Foreign Relations Prize for International Relations. He was elected a Fellow of the British Academy in 1994.
The single-volume abridgment of his three-volume biography of John Maynard Keynes was recently published in the US.
Robert Skidelsky elevated to the House of Lords in 1991 and served as Chief Opposition Spokesman on Treasury Affairs (1998-1999). From 1991 to 2001 he was Chairman of the Social Market Foundation. Since 2002 he has been Chairman of the Centre for Global Studies (London).
Lord Skidelsky is a non-executive director of Janus Capital Inc, Chairman of the Greater Europe Fund and a Director of Transnational Insights Ltd. A Russian speaker, he is Director of the Moscow School of Political Studies and Founder and Executive Secretary of The UK/Russia Round Table. He is also a Trustee of the Manhattan Institute and Chairman of the Governors of the Brighton College.
Alguns de seus muitos artigos, discursos, entevistas podem ser encontrados neste link: http://skidelskyr.com/?publications
Recomendo particularmente este trabalho:
From History to Economics and Back: A Personal and Intellectual Journey,
neste link.
Boas leituras a todos...
Gostaria de recomendar a todos, absolutamente a todos todos, o site do grande intelectual britânico (nascido na Mandchúria, no entre guerras, em 1939), Robert Skidelsky: www.skidelskyr.com
Professor Lord Skidelsky is Professor of Political Economy at the University of Warwick, author of The World After Communism (1995) and a biography of the economist John Maynard Keynes, which received 5 prizes, including the Lionel Gelber Prize for International Relations and the Council of Foreign Relations Prize for International Relations. He was elected a Fellow of the British Academy in 1994.
The single-volume abridgment of his three-volume biography of John Maynard Keynes was recently published in the US.
Robert Skidelsky elevated to the House of Lords in 1991 and served as Chief Opposition Spokesman on Treasury Affairs (1998-1999). From 1991 to 2001 he was Chairman of the Social Market Foundation. Since 2002 he has been Chairman of the Centre for Global Studies (London).
Lord Skidelsky is a non-executive director of Janus Capital Inc, Chairman of the Greater Europe Fund and a Director of Transnational Insights Ltd. A Russian speaker, he is Director of the Moscow School of Political Studies and Founder and Executive Secretary of The UK/Russia Round Table. He is also a Trustee of the Manhattan Institute and Chairman of the Governors of the Brighton College.
Alguns de seus muitos artigos, discursos, entevistas podem ser encontrados neste link: http://skidelskyr.com/?publications
Recomendo particularmente este trabalho:
From History to Economics and Back: A Personal and Intellectual Journey,
neste link.
Boas leituras a todos...
segunda-feira, 26 de junho de 2006
519) Lei da mordaça no IPEA?
Leio, na coluna da Sonia Racy, "Direito da Fonte", publicada no jornal O Estado de S.Paulo, no último sábado, 24 de junho de 2005, esta nota final, na seção "Curtas":
"Decidiu-se dentro da cúpula do governo Lula, incluindo o Planejamento, que o economista Fabio Giambiagi não mais poderá falar em nome do IPEA."
Minha impressão é a de que a dita cúpula não ficou contente com os estudos do IPEA, feitos por vários economistas, entre eles Giambiagi, que demonstram o excesso de gastos do governo com aumentos no salário mínimo e outras despesas sociais, ameaçando o equilíbrio fiscal a curto prazo. Esse alerta tinha sido refletido na coluna daquela jornalista sob o título de "Aumentos reais do mínimo custaram R$ 250 bilhões" (OESP, 21/06/06). A repercussão parece ter sido péssima no atual ar seco de Brasília.
Não adiantou muito o presidente do IPEA ter dito, logo em seguida que "as opiniões ali emitidas (no documento analítico do IPEA) são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do IPEA ou do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão". Parece que esse "disclaimer", que é de rigor em se tratando de estudos controversos, não produziu os efeitos desejados em certos "quartéis", preferindo os preocupados silenciar o mensageiro, antes que preocupar-se com o conteúdo da mensagem, de fato deveras preocupante...
Parece, bem mais, que, no caso em espécie, não se trata apenas de "opiniões", mas de fatos, ou pelo menos de deduções apoiadas em projeções relativamente objetivas quanto ao percurso futuro das contas públicas a partir dessas novas despesas contratadas pelo governo e produzindo "lasting effects", isto é, vindo para perdurar, não sendo aquele tipo de gasto com investimento que produz efeitos "once and for all" (isto é, se esgotam no ato de "consumo", ou de investimento).
Governos em geral costumam recorrer à lei da mordaça contra funcionários recalcitrantes, ou que costumam colocar o dedo na ferida.
Não creio que a "lei da mordaça" seja um sinal de, não digo abertura ao diálogo, mas de simples "diálogo com os números". Por enquanto, os números vencem o governo por larga distância.
O problema é que não se trata de um problema do governo, e sim de todos nós.
Aumento de despesas públicas, e déficits que se manifestam em conseqüência disso, só tem três saídas possíveis: mais inflação (via emissionismo irresponsável), mais tributos (dada a necessidade de cobrir as despesas com novos recursos), ou mais dívida pública (que onera a todos nós, e a nossos filhos e netos, com grandes amortizações futuras e um serviço da dívida maior, o que por sua vez onera a conta dos juros e os custos do superávit primário).
Ou seja, não há ganhadores nessa história, seja pela conta a ser paga mais à frente (ou já em 2007), seja pela falta de transparência na discussão dos problemas reais da economia brasileira.
Em lugar de fazer "lei da mordaça", os responsáveis da área poderiam vir a público oferecer explicações e uma interpretação diferente do cenário proposto pelos economistas do IPEA.
"Decidiu-se dentro da cúpula do governo Lula, incluindo o Planejamento, que o economista Fabio Giambiagi não mais poderá falar em nome do IPEA."
Minha impressão é a de que a dita cúpula não ficou contente com os estudos do IPEA, feitos por vários economistas, entre eles Giambiagi, que demonstram o excesso de gastos do governo com aumentos no salário mínimo e outras despesas sociais, ameaçando o equilíbrio fiscal a curto prazo. Esse alerta tinha sido refletido na coluna daquela jornalista sob o título de "Aumentos reais do mínimo custaram R$ 250 bilhões" (OESP, 21/06/06). A repercussão parece ter sido péssima no atual ar seco de Brasília.
Não adiantou muito o presidente do IPEA ter dito, logo em seguida que "as opiniões ali emitidas (no documento analítico do IPEA) são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do IPEA ou do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão". Parece que esse "disclaimer", que é de rigor em se tratando de estudos controversos, não produziu os efeitos desejados em certos "quartéis", preferindo os preocupados silenciar o mensageiro, antes que preocupar-se com o conteúdo da mensagem, de fato deveras preocupante...
Parece, bem mais, que, no caso em espécie, não se trata apenas de "opiniões", mas de fatos, ou pelo menos de deduções apoiadas em projeções relativamente objetivas quanto ao percurso futuro das contas públicas a partir dessas novas despesas contratadas pelo governo e produzindo "lasting effects", isto é, vindo para perdurar, não sendo aquele tipo de gasto com investimento que produz efeitos "once and for all" (isto é, se esgotam no ato de "consumo", ou de investimento).
Governos em geral costumam recorrer à lei da mordaça contra funcionários recalcitrantes, ou que costumam colocar o dedo na ferida.
Não creio que a "lei da mordaça" seja um sinal de, não digo abertura ao diálogo, mas de simples "diálogo com os números". Por enquanto, os números vencem o governo por larga distância.
O problema é que não se trata de um problema do governo, e sim de todos nós.
Aumento de despesas públicas, e déficits que se manifestam em conseqüência disso, só tem três saídas possíveis: mais inflação (via emissionismo irresponsável), mais tributos (dada a necessidade de cobrir as despesas com novos recursos), ou mais dívida pública (que onera a todos nós, e a nossos filhos e netos, com grandes amortizações futuras e um serviço da dívida maior, o que por sua vez onera a conta dos juros e os custos do superávit primário).
Ou seja, não há ganhadores nessa história, seja pela conta a ser paga mais à frente (ou já em 2007), seja pela falta de transparência na discussão dos problemas reais da economia brasileira.
Em lugar de fazer "lei da mordaça", os responsáveis da área poderiam vir a público oferecer explicações e uma interpretação diferente do cenário proposto pelos economistas do IPEA.
518) O Mercosul em francês vira Mercosud (pelo menos para mim...)
Le Brésil et le Mercosud
Une émission de la radio France Culture
O que segue abaixo é o resultado de um programa sobre o Brasil produzido pelo jornalista francês Thierry Garcin para a Radio France Culture, no quadro do ano do Brasil na França (em 2005). Ele me entrevistou sobre o Mercosul, um de meus objetos de pesquisa. A despeito de eu privilegiar a palavra Mercosud, um néologisme en Français, sobre sua forma mais frequente no exterior (Mercosur, que retoma do espanhol), eu acabei me referindo, algumas vezes ao Mercosul ou ao Mercosur, no meio da entrevista gravada.
Para os que desejam se familiarizar um pouco com a terminologie française de l'intégration, en vue des examens d'entrée à l'Itamaraty, c'est une occasion d'écouter (ou d'entendre, si vous voulez bien) ce que j'ai à dire sur le Mercosud.
C'est tout de même dommage que le journaliste Thierry Garcin ait seulement retenu une toute petite partie du long interview (eh, oui, en Anglais, n'en déplaise les francophones, ou francopholes, enragés) que je lui en donné pendant une bonne partie d'un après-midi de printemps à Brasilia...
Brésil 3/5
Emission du 26 Octobre 2005
Paulo Roberto de Almeida
Neste link para as informações introdutórias.
(ici il y avait une belle photo de moi, prise par T.G.)
Paulo Roberto de Almeida
© R.F./Thierry Garcin
L’intégration économique régionale du Mercosud.
Malgré son nom (marché commun du Sud), le Mercosud tend au marché commun. C’est un processus original, graduel et non linéaire d’intégration économique régionale.
Sa composition est déséquilibrée : un éléphant (le Brésil), un poids moyen (l’Argentine), et deux tout petits pays (l’Uruguay, le Paraguay).
Le Mercosud a des accords avec des membres associés.
Quelles réalisations, à partir de quels échanges, dans quel but, en fonction de quels aléas internes (crises monétaires brésiliennes, grave crise économique et financière en Argentine), et externes (aux conditions des Etats-Unis).
Comment le Mercosud peut-il évoluer? (PRA: j'ai corrigé une petite erreur de Français ici, car c'était écrit "évoulué"; tout de même, si je dois corriger le Français à des français, o'u allons-nous tomber, comme on dirait par ici?)
Vous retrouverez également dans l'émission "Radio libre" un documentaire de deux heures, intitulé : « Le Brésil, entre les contradictions internes et les aspirations mondiales » le samedi 29 octobre, de 15h à 17h.
http://www.blogger.com/img/gl.link.gif
Voir la bibliographie du 17 octobre dernier dans la fenêtre "Archives"
Invité: Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida est docteur en Sciences Sociales (Université Libre de Bruxelles, 1984), Maître en Planning Économique (Université d’Anvers, 1977) et diplomate de carrière depuis 1977. Il est aussi professeur à l’académie diplomatique du Brésil (Instituto Rio Branco) et au Centre Universitaire de Brasília (Uniceub).
Depuis 2003, il est Conseiller auprès de l’Unité d’Affaires Stratégiques de la Présidence de la République du Brésil. Avant, il était Ministre-Conseiller à l’Ambassade du Brésil à Washington (1999-2003).
Auteur de plusieurs livres publiés au Brésil et à l’étranger.
Écouter l’émission: http://www.radiofrance.fr/listen.php?file=/chaines/france-culture/chroniques2/enjeux/enjeux_20051026.ra
(ouvir em Real Audio, ou Real Player)
Une émission de la radio France Culture
O que segue abaixo é o resultado de um programa sobre o Brasil produzido pelo jornalista francês Thierry Garcin para a Radio France Culture, no quadro do ano do Brasil na França (em 2005). Ele me entrevistou sobre o Mercosul, um de meus objetos de pesquisa. A despeito de eu privilegiar a palavra Mercosud, um néologisme en Français, sobre sua forma mais frequente no exterior (Mercosur, que retoma do espanhol), eu acabei me referindo, algumas vezes ao Mercosul ou ao Mercosur, no meio da entrevista gravada.
Para os que desejam se familiarizar um pouco com a terminologie française de l'intégration, en vue des examens d'entrée à l'Itamaraty, c'est une occasion d'écouter (ou d'entendre, si vous voulez bien) ce que j'ai à dire sur le Mercosud.
C'est tout de même dommage que le journaliste Thierry Garcin ait seulement retenu une toute petite partie du long interview (eh, oui, en Anglais, n'en déplaise les francophones, ou francopholes, enragés) que je lui en donné pendant une bonne partie d'un après-midi de printemps à Brasilia...
Brésil 3/5
Emission du 26 Octobre 2005
Paulo Roberto de Almeida
Neste link para as informações introdutórias.
(ici il y avait une belle photo de moi, prise par T.G.)
Paulo Roberto de Almeida
© R.F./Thierry Garcin
L’intégration économique régionale du Mercosud.
Malgré son nom (marché commun du Sud), le Mercosud tend au marché commun. C’est un processus original, graduel et non linéaire d’intégration économique régionale.
Sa composition est déséquilibrée : un éléphant (le Brésil), un poids moyen (l’Argentine), et deux tout petits pays (l’Uruguay, le Paraguay).
Le Mercosud a des accords avec des membres associés.
Quelles réalisations, à partir de quels échanges, dans quel but, en fonction de quels aléas internes (crises monétaires brésiliennes, grave crise économique et financière en Argentine), et externes (aux conditions des Etats-Unis).
Comment le Mercosud peut-il évoluer? (PRA: j'ai corrigé une petite erreur de Français ici, car c'était écrit "évoulué"; tout de même, si je dois corriger le Français à des français, o'u allons-nous tomber, comme on dirait par ici?)
Vous retrouverez également dans l'émission "Radio libre" un documentaire de deux heures, intitulé : « Le Brésil, entre les contradictions internes et les aspirations mondiales » le samedi 29 octobre, de 15h à 17h.
http://www.blogger.com/img/gl.link.gif
Voir la bibliographie du 17 octobre dernier dans la fenêtre "Archives"
Invité: Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida est docteur en Sciences Sociales (Université Libre de Bruxelles, 1984), Maître en Planning Économique (Université d’Anvers, 1977) et diplomate de carrière depuis 1977. Il est aussi professeur à l’académie diplomatique du Brésil (Instituto Rio Branco) et au Centre Universitaire de Brasília (Uniceub).
Depuis 2003, il est Conseiller auprès de l’Unité d’Affaires Stratégiques de la Présidence de la République du Brésil. Avant, il était Ministre-Conseiller à l’Ambassade du Brésil à Washington (1999-2003).
Auteur de plusieurs livres publiés au Brésil et à l’étranger.
Écouter l’émission: http://www.radiofrance.fr/listen.php?file=/chaines/france-culture/chroniques2/enjeux/enjeux_20051026.ra
(ouvir em Real Audio, ou Real Player)
domingo, 25 de junho de 2006
517) O internacionalista: formacao e profissionalizacao
Internacionalistas: uma carreira, uma profissão?
Elementos de reflexão para os estudantes da área
Tenho sido procurado por coordenadores dos muitos cursos de graduação em relações internacionais existentes, assim como pelos próprios estudantes, para falar em semanas ou "foros" de RI em vários estados do Brasil. As preocupações são as de sempre: formação, perspectivas de carreira, possibilidades de trabalho dentro da própria área ou em áreas afins. Para os interessados nos diversos aspectos da carreira diplomática, recomendo uma visita a esta seção do meu site pessoal sobre a Diplomacia.
Tenho procurado atender a esses convites na medida do possível, transmitindo um pouco da minha visão e das minhas reflexões críticas sobre possibilidades e perspectivas existentes no campo. Procuro enfatizar a necessidade da autoformação, do autodidatismo e dos esforços individuais na construção de um perfil próprio de carreira.
O mundo do futuro não é tanto do emprego assegurado, como o do trabalho modelado segundo as necessidades dos contratantes, das diversas ocupações possíveis, num mercado em mobilidade constante, com muita competição e desafios.
No que se refere aos diferentes aspectos da formação e da profissionalização dentro dessa área, para os quais elaborei uma seção específica em meu site (neste link), vou simplesmente listar algumas das minhas palestras ou entrevistas sobre a formação e as perspectivas do mercado de trabalho dos chamados "internacionalistas"..
1) O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata
Palestra (1491) feita na Semana Acadêmica da UFRGS – 2005 dos programas de graduação e mestrado em Relações Internacionais (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30) A palestra filmada encontra-se disponível em vídeo neste link; para entender do que eu estava falando torna-se necessário fazer o download desta apresentação em PowerPoint.
2) As relações internacionais como oportunidade profissional
Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais (1563); divulgado em cinco partes, no blog Cousas Diplomaticas, do post 282 ao 286 (aqui o link inicial). Consolidado em documento em Word, neste link.
3) O Ser Diplomata: reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia (1591). Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4 de maio de 2006 (documento em Word neste link).
4) O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios
Palestra no Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Apresentação (1607) em PowerPoint neste link.
Tenho outros trabalhos, mas pelo momento fico nestes.
Elementos de reflexão para os estudantes da área
Tenho sido procurado por coordenadores dos muitos cursos de graduação em relações internacionais existentes, assim como pelos próprios estudantes, para falar em semanas ou "foros" de RI em vários estados do Brasil. As preocupações são as de sempre: formação, perspectivas de carreira, possibilidades de trabalho dentro da própria área ou em áreas afins. Para os interessados nos diversos aspectos da carreira diplomática, recomendo uma visita a esta seção do meu site pessoal sobre a Diplomacia.
Tenho procurado atender a esses convites na medida do possível, transmitindo um pouco da minha visão e das minhas reflexões críticas sobre possibilidades e perspectivas existentes no campo. Procuro enfatizar a necessidade da autoformação, do autodidatismo e dos esforços individuais na construção de um perfil próprio de carreira.
O mundo do futuro não é tanto do emprego assegurado, como o do trabalho modelado segundo as necessidades dos contratantes, das diversas ocupações possíveis, num mercado em mobilidade constante, com muita competição e desafios.
No que se refere aos diferentes aspectos da formação e da profissionalização dentro dessa área, para os quais elaborei uma seção específica em meu site (neste link), vou simplesmente listar algumas das minhas palestras ou entrevistas sobre a formação e as perspectivas do mercado de trabalho dos chamados "internacionalistas"..
1) O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata
Palestra (1491) feita na Semana Acadêmica da UFRGS – 2005 dos programas de graduação e mestrado em Relações Internacionais (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30) A palestra filmada encontra-se disponível em vídeo neste link; para entender do que eu estava falando torna-se necessário fazer o download desta apresentação em PowerPoint.
2) As relações internacionais como oportunidade profissional
Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais (1563); divulgado em cinco partes, no blog Cousas Diplomaticas, do post 282 ao 286 (aqui o link inicial). Consolidado em documento em Word, neste link.
3) O Ser Diplomata: reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia (1591). Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4 de maio de 2006 (documento em Word neste link).
4) O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios
Palestra no Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Apresentação (1607) em PowerPoint neste link.
Tenho outros trabalhos, mas pelo momento fico nestes.
516) Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional
O Brasil no Mundo que vem aí
Iª Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional
Promoção:
Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG)
Data: 6 e 7 julho de 2006
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI)
Local: Palácio Itamaraty, Rio de Janeiro
Programa
Dia 06/07/06 - quinta-feira
Inauguração
9:00hs. às 10:00hs. : Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães
Debates
As mesas de cada debate serão compostas por um moderador, e dois a três expositores.
No debate cada expositor terá dez minutos para fazer breve apresentação. Após essas introduções, será aberta ampla discussão com o público e entre os expositores, sob controle do moderador.
10:00hs às 11:30hs. : Debate 1 - "Nova Geografia Econômica"
Moderador: Ministro Roberto Azevedo
Expositores: Embaixador Clodoaldo Hugueney, Professora Maria da Conceição Tavares e Professor Luiz Gonzaga Belluzzo.
11:30hs às 13:00hs. : Debate 2 - "Pobreza, Migrações e Pandemias"
Moderadora: Ministra Ana Lucy Gentil Cabral Petersen
Expositores: Ministra Mariangela Rebuá de Andrade Simões e Professor Eduardo Rios.
14:30hs às 16:00hs. : Debate 3 - "América do Sul"
Moderador: Embaixador Jorge Taunay
Expositores: Doutor Armando Mariante, Professor Luiz Alberto Moniz Bandeira e Professor Paulo Nogueira Batista Jr.
16:00hs. às 17:30hs. : Debate 4 - "Energia"
Moderador: Ministro Antônio Simões
Expositores: Professor Luís Alfredo Salomão e Professor Marc Von Montagu.
17:30hs às 19:00hs.: Debate 5 - "Ciência e Tecnologia"
Moderador: Ministro Hadil Fontes da Rocha Vianna
Expositores: Doutor Luís Manuel Fernandes e Professor Fábio Erber.
Programa
Dia 07/07/06 - sexta-feira
8:00hs às 9:00hs. : Debate 6 - "Estados Unidos"
Moderador: Embaixador Gonçalo Mourão
Expositores: Professor Carlos Ivan Simonsen e Professor César Guimarães.
9:00hs às 10:00hs. : Debate 7 - "Europa"
Moderadora: Ministra Maria Edileuza Fontenelle Reis
Expositores: Embaixador Regis Arslanian e Professor Antonio Carlos Peixoto.
10:00hs às 11:30hs. : Debate 8 - "África"
Moderador: Embaixador Fernando Jacques de Magalhães Pimenta
Expositores: Professor Fernando Mourão e Embaixador Alberto da Costa e Silva.
11:30hs às 13:00hs. : Debate 9 - "Poder e Panorama Militar Internacional"
Moderador: Embaixador Antônio Patriota
Expositores: Embaixador Sérgio Duarte, Professor Gilberto Dupas e Conselheira Glivânia Maria de Oliveira.
14:30hs às 16:00hs. : Debate 10 - "Oriente Médio"
Moderador: Embaixador Sarkis Karmirian
Expositores: Embaixador Afonso Ouro Preto, Professor Nizar Messari e Professor Gilberto Sarfati.
16:00hs às 17:30hs. : Debate 11- "China e Índia"
Moderadora: Ministra Regina Dunlop
Expositores: Embaixador Luís Augusto de Castro Neves, Professor Carlos Aguiar de Medeiros e Embaixador José Vicente de Sá Pimentel.
17:30hs. : Encerramento
Esplanada dos Ministérios, Palácio Itamaraty, Anexo II, Sala 1 - 70170-900 Brasília, DF Telefones: (61) 3411-6033/6034; Fax: (61) 3411-9125 -
Rio de Janeiro: Telefax: (21) 233-2079/2318
E-Mail: funag@mre.gov.br - Home Page:http://www/funag.gov.br
Iª Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional
Promoção:
Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG)
Data: 6 e 7 julho de 2006
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI)
Local: Palácio Itamaraty, Rio de Janeiro
Programa
Dia 06/07/06 - quinta-feira
Inauguração
9:00hs. às 10:00hs. : Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães
Debates
As mesas de cada debate serão compostas por um moderador, e dois a três expositores.
No debate cada expositor terá dez minutos para fazer breve apresentação. Após essas introduções, será aberta ampla discussão com o público e entre os expositores, sob controle do moderador.
10:00hs às 11:30hs. : Debate 1 - "Nova Geografia Econômica"
Moderador: Ministro Roberto Azevedo
Expositores: Embaixador Clodoaldo Hugueney, Professora Maria da Conceição Tavares e Professor Luiz Gonzaga Belluzzo.
11:30hs às 13:00hs. : Debate 2 - "Pobreza, Migrações e Pandemias"
Moderadora: Ministra Ana Lucy Gentil Cabral Petersen
Expositores: Ministra Mariangela Rebuá de Andrade Simões e Professor Eduardo Rios.
14:30hs às 16:00hs. : Debate 3 - "América do Sul"
Moderador: Embaixador Jorge Taunay
Expositores: Doutor Armando Mariante, Professor Luiz Alberto Moniz Bandeira e Professor Paulo Nogueira Batista Jr.
16:00hs. às 17:30hs. : Debate 4 - "Energia"
Moderador: Ministro Antônio Simões
Expositores: Professor Luís Alfredo Salomão e Professor Marc Von Montagu.
17:30hs às 19:00hs.: Debate 5 - "Ciência e Tecnologia"
Moderador: Ministro Hadil Fontes da Rocha Vianna
Expositores: Doutor Luís Manuel Fernandes e Professor Fábio Erber.
Programa
Dia 07/07/06 - sexta-feira
8:00hs às 9:00hs. : Debate 6 - "Estados Unidos"
Moderador: Embaixador Gonçalo Mourão
Expositores: Professor Carlos Ivan Simonsen e Professor César Guimarães.
9:00hs às 10:00hs. : Debate 7 - "Europa"
Moderadora: Ministra Maria Edileuza Fontenelle Reis
Expositores: Embaixador Regis Arslanian e Professor Antonio Carlos Peixoto.
10:00hs às 11:30hs. : Debate 8 - "África"
Moderador: Embaixador Fernando Jacques de Magalhães Pimenta
Expositores: Professor Fernando Mourão e Embaixador Alberto da Costa e Silva.
11:30hs às 13:00hs. : Debate 9 - "Poder e Panorama Militar Internacional"
Moderador: Embaixador Antônio Patriota
Expositores: Embaixador Sérgio Duarte, Professor Gilberto Dupas e Conselheira Glivânia Maria de Oliveira.
14:30hs às 16:00hs. : Debate 10 - "Oriente Médio"
Moderador: Embaixador Sarkis Karmirian
Expositores: Embaixador Afonso Ouro Preto, Professor Nizar Messari e Professor Gilberto Sarfati.
16:00hs às 17:30hs. : Debate 11- "China e Índia"
Moderadora: Ministra Regina Dunlop
Expositores: Embaixador Luís Augusto de Castro Neves, Professor Carlos Aguiar de Medeiros e Embaixador José Vicente de Sá Pimentel.
17:30hs. : Encerramento
Esplanada dos Ministérios, Palácio Itamaraty, Anexo II, Sala 1 - 70170-900 Brasília, DF Telefones: (61) 3411-6033/6034; Fax: (61) 3411-9125 -
Rio de Janeiro: Telefax: (21) 233-2079/2318
E-Mail: funag@mre.gov.br - Home Page:http://www/funag.gov.br
sábado, 24 de junho de 2006
515) Assim marcha (ou não) a integração na América do Sul...
Reproduzo abaixo matéria veiculada originalmente no site argentino da Nueva Mayoria, um grupo de pesquisas acadêmicas de orientação pragmática, e reproduzido no site brasileiro do Instituto Millenium.
Chamao a atenção para dois trechos, logo ao início:
1) "Os chefes de Estado da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, em uma declaração conjunta, concordaram em respeitar o direito de qualquer país andino de negociar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos..."
PRA: Esse posicionamento pode ter conseqüências para o Mercosul, onde se sabe que Uruguai e Paraguai reivindicam o mesmo direito. A diferença é que no Mercosul a união aduaneira e a aplicação da TEC sempre foram mais elaboradas e respeitadas do que na CAN, que formalmente era uma UZ, mas esta nunca chegou a funcionar na prática.
2) "...o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela (anunciou) que seu país se retiraria da Comunidade Andina de Nações (CAN) (...) por (esta) encontrar-se 'fatalmente ferida' dado ao fato de que o Peru e a Colômbia haviam assinado acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos."
PRA: Este argumento do presidente Chávez não procede e trata-se de mera escusa para encontrar um contencioso politico, uma vez que a Venezuela teria, de toda forma, de retirar-se inapelavelmente da UA da CAN, desde que anunciou que estava ingressando plenamente no Mercosul. A regra é simples: pode-se ser membro de quantas ZLCs se quiser, mas só se pode ser membro de uma única UA, que são exclusivas, dado o proóprio conceito gattiano de território aduaneiro e de tarifa aplicada.
Integração latinoamericana
Sexta-feira, 23 de Junho de 2006
Arturo Valenzuela (desde Washington)
para Nueva Mayoría
Algo surpreendente ocorreu em Quito esta semana. Os chefes de Estado da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, em uma declaração conjunta, concordaram em respeitar o direito de qualquer país andino de negociar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, pedindo em troca à potência do norte a renovação das preferências comerciais que, desde 1991, permitem a entrada no mercado “estadounidense” de milhares de produtos da região. Estas preferências terminam no final do ano ao menos que o Congresso dos Estados Unidos as renove.
O surpreendente é que a reunião de cúpula tenha se realizado somente dois meses após o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, anunciar que seu país se retiraria da Comunidade Andina de Nações (CAN), criada para fomentar a integração regional, por encontrar-se “fatalmente ferida” dado ao fato de que o Peru e a Colômbia haviam assinado acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos.
Chávez esperava contar com o apoio decidido de Evo Morales, o presidente indígena da Bolívia, para lançar junto a Cuba a Alternativa Bolivariana para as Américas, um projeto de integração hemisférico que contrariaria a influência de Washington na região.
Também esperava que a eleição à presidência no Peru do nacionalista de esquerda Ollanta Humala provocasse uma guinada da política exterior daquele país, ajudando a afiançar as perspectivas do projeto bolivariano.
Sem dúvida, Ollanta perdeu a disputa presidencial frente a Alan García no Peru e o próprio Morales tem dado sinais de que quer se tornar independente de Chávez, ao se dar conta de que não lhe convêm que a Bolívia fique fora de um acordo regional com Washington, especialmente quando as indústrias de seus vizinhos, como, por exemplo, as têxteis, teriam acesso ao mercado da super potência. E assim, o grande ausente em Quito acabou por ser o próprio líder da República Bolivariana da Venezuela.
A reunião de cúpula em Quito demonstra duas realidades. A primeira é que o esforço de Chávez pela liderança de uma aliança hemisférica contraposta aos Estados Unidos, ao invés de gerar um maior consenso na região, tem provocado novos conflitos, contribuindo, por sua vez, a uma maior deterioração das instituições regionais já fragilizadas que foram elaboradas a duras penas para conseguir uma maior integração continental. O Mercosul já se encontrava debilitado pelas grandes assimetrias entre o Brasil e a Argentina por um lado, e, Uruguai e Paraguai, por outro quando, Chávez pediu para entrar no acordo comercial como país associado, exacerbando as difíceis relações bilaterais provocadas pelo conflito entre Montevidéu e Buenos Aires, pela construção das fábricas de celulose em território uruguaio que dá no Rio da Prata. E, ao sair da CAN, foi a Venezuela, e não seus vizinhos, quem deu o golpe de misericórdia a um acordo regional que poderia ter incrementado o comércio e a integração de seus países membros.
A segunda realidade é que é muito difícil para os países latino-americanos de se visualizar é a de um crescimento econômico sem investimento estrangeiro e acesso aos grandes mercados do mundo. É preciso lembrar que os Estados Unidos representam 75% do produto de todo o continente americano. Agregando ao México e ao Canadá se chega a mais de 85%. O restante dos países, incluindo o Brasil, produzem o resto. E como bem articulou Alan García, durante sua bem sucedida candidatura, não cabe à Venezuela impedir acordos que permitam a outros países obter acesso ao gigantesco mercado “estadounidense”, especialmente quando os Estados Unidos são de longe o principal sócio comercial de Caracas no mundo. Em outras palavras, e, apesar do prestígio do governo de Washington, os Estados Unidos continuam sendo muito importantes para o futuro econômico do continente.
Isto não significa que os países deveriam descuidar dos seus próprios interesses ao abrir suas economias à competição estrangeira. Muito discretamente, deveriam cobrar uma resposta mais clara por parte dos Estados Unidos e da Europa no que trata dos subsídios e das cotas agrícolas, que prejudica a competitividade dos produtos agrícolas da região.
Mas o livre comércio em si não é a panacéia que automaticamente vai gerar um maior bem-estar em um continente com atrasos econômicos e sociais.
Duas décadas após a introdução das reformas de primeira e segunda geração que estabeleceram disciplinas macroeconômicas e reformas estruturais que levaram à privatização de empresas estatais, entendemos melhor agora que o êxito econômico está também relacionado ao fortalecimento de instituições estatais, ao aprofundamento do estado de direito e à práticas políticas que incentivem a formulação de políticas públicas coerentes e responsáveis.
Mas, também se requer um maior esforço supranacional para melhor integrar as economias da região. O tema energético poderia ser o cerne da integração, como foi a Comunidade do Carvão e do Aço para os europeus no pós-guerra. Este esforço se deu, sem dúvida, com esquemas idealizados, demagógicos e excludentes, porém, com respostas claras, transparentes e práticas acompanhadas de uma vontade política de cooperação que para o momento está ausente nas Américas.
Tradução: Fernanda Vasconcelos
Chamao a atenção para dois trechos, logo ao início:
1) "Os chefes de Estado da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, em uma declaração conjunta, concordaram em respeitar o direito de qualquer país andino de negociar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos..."
PRA: Esse posicionamento pode ter conseqüências para o Mercosul, onde se sabe que Uruguai e Paraguai reivindicam o mesmo direito. A diferença é que no Mercosul a união aduaneira e a aplicação da TEC sempre foram mais elaboradas e respeitadas do que na CAN, que formalmente era uma UZ, mas esta nunca chegou a funcionar na prática.
2) "...o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela (anunciou) que seu país se retiraria da Comunidade Andina de Nações (CAN) (...) por (esta) encontrar-se 'fatalmente ferida' dado ao fato de que o Peru e a Colômbia haviam assinado acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos."
PRA: Este argumento do presidente Chávez não procede e trata-se de mera escusa para encontrar um contencioso politico, uma vez que a Venezuela teria, de toda forma, de retirar-se inapelavelmente da UA da CAN, desde que anunciou que estava ingressando plenamente no Mercosul. A regra é simples: pode-se ser membro de quantas ZLCs se quiser, mas só se pode ser membro de uma única UA, que são exclusivas, dado o proóprio conceito gattiano de território aduaneiro e de tarifa aplicada.
Integração latinoamericana
Sexta-feira, 23 de Junho de 2006
Arturo Valenzuela (desde Washington)
para Nueva Mayoría
Algo surpreendente ocorreu em Quito esta semana. Os chefes de Estado da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, em uma declaração conjunta, concordaram em respeitar o direito de qualquer país andino de negociar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, pedindo em troca à potência do norte a renovação das preferências comerciais que, desde 1991, permitem a entrada no mercado “estadounidense” de milhares de produtos da região. Estas preferências terminam no final do ano ao menos que o Congresso dos Estados Unidos as renove.
O surpreendente é que a reunião de cúpula tenha se realizado somente dois meses após o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, anunciar que seu país se retiraria da Comunidade Andina de Nações (CAN), criada para fomentar a integração regional, por encontrar-se “fatalmente ferida” dado ao fato de que o Peru e a Colômbia haviam assinado acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos.
Chávez esperava contar com o apoio decidido de Evo Morales, o presidente indígena da Bolívia, para lançar junto a Cuba a Alternativa Bolivariana para as Américas, um projeto de integração hemisférico que contrariaria a influência de Washington na região.
Também esperava que a eleição à presidência no Peru do nacionalista de esquerda Ollanta Humala provocasse uma guinada da política exterior daquele país, ajudando a afiançar as perspectivas do projeto bolivariano.
Sem dúvida, Ollanta perdeu a disputa presidencial frente a Alan García no Peru e o próprio Morales tem dado sinais de que quer se tornar independente de Chávez, ao se dar conta de que não lhe convêm que a Bolívia fique fora de um acordo regional com Washington, especialmente quando as indústrias de seus vizinhos, como, por exemplo, as têxteis, teriam acesso ao mercado da super potência. E assim, o grande ausente em Quito acabou por ser o próprio líder da República Bolivariana da Venezuela.
A reunião de cúpula em Quito demonstra duas realidades. A primeira é que o esforço de Chávez pela liderança de uma aliança hemisférica contraposta aos Estados Unidos, ao invés de gerar um maior consenso na região, tem provocado novos conflitos, contribuindo, por sua vez, a uma maior deterioração das instituições regionais já fragilizadas que foram elaboradas a duras penas para conseguir uma maior integração continental. O Mercosul já se encontrava debilitado pelas grandes assimetrias entre o Brasil e a Argentina por um lado, e, Uruguai e Paraguai, por outro quando, Chávez pediu para entrar no acordo comercial como país associado, exacerbando as difíceis relações bilaterais provocadas pelo conflito entre Montevidéu e Buenos Aires, pela construção das fábricas de celulose em território uruguaio que dá no Rio da Prata. E, ao sair da CAN, foi a Venezuela, e não seus vizinhos, quem deu o golpe de misericórdia a um acordo regional que poderia ter incrementado o comércio e a integração de seus países membros.
A segunda realidade é que é muito difícil para os países latino-americanos de se visualizar é a de um crescimento econômico sem investimento estrangeiro e acesso aos grandes mercados do mundo. É preciso lembrar que os Estados Unidos representam 75% do produto de todo o continente americano. Agregando ao México e ao Canadá se chega a mais de 85%. O restante dos países, incluindo o Brasil, produzem o resto. E como bem articulou Alan García, durante sua bem sucedida candidatura, não cabe à Venezuela impedir acordos que permitam a outros países obter acesso ao gigantesco mercado “estadounidense”, especialmente quando os Estados Unidos são de longe o principal sócio comercial de Caracas no mundo. Em outras palavras, e, apesar do prestígio do governo de Washington, os Estados Unidos continuam sendo muito importantes para o futuro econômico do continente.
Isto não significa que os países deveriam descuidar dos seus próprios interesses ao abrir suas economias à competição estrangeira. Muito discretamente, deveriam cobrar uma resposta mais clara por parte dos Estados Unidos e da Europa no que trata dos subsídios e das cotas agrícolas, que prejudica a competitividade dos produtos agrícolas da região.
Mas o livre comércio em si não é a panacéia que automaticamente vai gerar um maior bem-estar em um continente com atrasos econômicos e sociais.
Duas décadas após a introdução das reformas de primeira e segunda geração que estabeleceram disciplinas macroeconômicas e reformas estruturais que levaram à privatização de empresas estatais, entendemos melhor agora que o êxito econômico está também relacionado ao fortalecimento de instituições estatais, ao aprofundamento do estado de direito e à práticas políticas que incentivem a formulação de políticas públicas coerentes e responsáveis.
Mas, também se requer um maior esforço supranacional para melhor integrar as economias da região. O tema energético poderia ser o cerne da integração, como foi a Comunidade do Carvão e do Aço para os europeus no pós-guerra. Este esforço se deu, sem dúvida, com esquemas idealizados, demagógicos e excludentes, porém, com respostas claras, transparentes e práticas acompanhadas de uma vontade política de cooperação que para o momento está ausente nas Américas.
Tradução: Fernanda Vasconcelos
514) A imprensa americana e o 11 de setembro
Minhas respostas a uma dessas consultas que recebo regularmente de estudantes em busca de algum material para rechear trabalhos escolares, e que costumo responder bilateralmente. Coloco aqui, pois pode interessar outros igualmente.
1) Como você vê a imprensa norte-americana após o 11 de setembro?
Ela foi certamente impactada fortemente pelo episodio, e reagiu como toda a sociedade: indignacao suprema em face de um ataque covarde, criminoso e assassino. Alias, para a imprensa e a sociedade dos EUA os ataques não foram um simples episodio e sim uma reviravolta fundamental na questao da segurança e do terrorismo internacional, que ate entao eram preocupacoes relativamente distantes do americano medio.
2) Você acredita que o povo americano apoia o governo e seus planos?
Imediatamente apos os ataques, a aprovacao do e ao governo subiu a niveis historicos, o que se confirmou ainda durante a invasao do Afeganistao. Posteriormente, com a questao do Iraque, a sociedade e a imprensa se dividiram, mas ainda assim uma maioria aprovava a destituicao de Saddam Husseim, uma vez que estavam convencidos pelas alegacoes da presidencia quanto ao perigo representado pelo Iraque. Posteriormente, com a deterioracao da situacao da segurança no Iraque e as mortes crescentes de soldados americanos, a opiniao voltou-se contra o governo.
3) Você acha que a imprensa norte americana após o atentado, consegue ser IMPARCIAL?
Não existe uma unica imprensa americana, mas diferentes veiculos de comunicacao com conteudos e enfases diversos.
Os grandes canais de TV (com excecao da Fox, resolutamente governista e conservadora) e os grandes jornais de opiniao conseguem ser bastante objetivos na sua cobertura, oferecendo espaco para todos os fatos envolvendo a luta contra o terror, mesmo aqueles mais incomodos para o governo, como podem ser as torturas na prisao de Abu-Graib, a situacao indefinida dos prisioneiros em Guantanamo, os abusos cometidos pelas tropas no Iraque e outros eventos incomodos para o governo.
Não sei se isso significa ser imparcial, pois ela está obviamente comprometida com a luta contra o terrorismo, eximindo-se, por exemplo, de publicar dados que poderiam ser prejudiciais à seguranca dos EUA, mas creio que a grande imprensa dos EUA ainda se mantem bastante objetiva na cobertura desses processos.
Os melhores exemplos sao obviamente os dois grandes jornais, The New York Times e The Washington Post, que fazem uma cobertura honesta de todos os aspectos envolvidos na luta contra o terrorismo. Os grandes canais de TV tambem veiculam trechos importantes das declaracoes dos proprios terroristas, tais como transmitidos por canais como al-Jazira, apenas eliminando as cenas mais degradantes como degola de prisioneiros e outras cenas chocantes.
No computo geral, minha apreciação da imprensa americana é bastante positiva, pois ela consegue ser objetiva e não se subordina aos interesses dos governos de plantão, pensando mais em termos de sociedade e de nação.
1) Como você vê a imprensa norte-americana após o 11 de setembro?
Ela foi certamente impactada fortemente pelo episodio, e reagiu como toda a sociedade: indignacao suprema em face de um ataque covarde, criminoso e assassino. Alias, para a imprensa e a sociedade dos EUA os ataques não foram um simples episodio e sim uma reviravolta fundamental na questao da segurança e do terrorismo internacional, que ate entao eram preocupacoes relativamente distantes do americano medio.
2) Você acredita que o povo americano apoia o governo e seus planos?
Imediatamente apos os ataques, a aprovacao do e ao governo subiu a niveis historicos, o que se confirmou ainda durante a invasao do Afeganistao. Posteriormente, com a questao do Iraque, a sociedade e a imprensa se dividiram, mas ainda assim uma maioria aprovava a destituicao de Saddam Husseim, uma vez que estavam convencidos pelas alegacoes da presidencia quanto ao perigo representado pelo Iraque. Posteriormente, com a deterioracao da situacao da segurança no Iraque e as mortes crescentes de soldados americanos, a opiniao voltou-se contra o governo.
3) Você acha que a imprensa norte americana após o atentado, consegue ser IMPARCIAL?
Não existe uma unica imprensa americana, mas diferentes veiculos de comunicacao com conteudos e enfases diversos.
Os grandes canais de TV (com excecao da Fox, resolutamente governista e conservadora) e os grandes jornais de opiniao conseguem ser bastante objetivos na sua cobertura, oferecendo espaco para todos os fatos envolvendo a luta contra o terror, mesmo aqueles mais incomodos para o governo, como podem ser as torturas na prisao de Abu-Graib, a situacao indefinida dos prisioneiros em Guantanamo, os abusos cometidos pelas tropas no Iraque e outros eventos incomodos para o governo.
Não sei se isso significa ser imparcial, pois ela está obviamente comprometida com a luta contra o terrorismo, eximindo-se, por exemplo, de publicar dados que poderiam ser prejudiciais à seguranca dos EUA, mas creio que a grande imprensa dos EUA ainda se mantem bastante objetiva na cobertura desses processos.
Os melhores exemplos sao obviamente os dois grandes jornais, The New York Times e The Washington Post, que fazem uma cobertura honesta de todos os aspectos envolvidos na luta contra o terrorismo. Os grandes canais de TV tambem veiculam trechos importantes das declaracoes dos proprios terroristas, tais como transmitidos por canais como al-Jazira, apenas eliminando as cenas mais degradantes como degola de prisioneiros e outras cenas chocantes.
No computo geral, minha apreciação da imprensa americana é bastante positiva, pois ela consegue ser objetiva e não se subordina aos interesses dos governos de plantão, pensando mais em termos de sociedade e de nação.
513) A Embaixada dos EUA em Brasilia: um premio de consolacao?
Trechos finais de matéria do Valor Econômico desta Sexta-Feira 23 de junho de 2006, do correspondente em Washington, Ricardo Balthazar:
O novo embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, "um homem de negócios que fez fortuna com uma empresa de telefonia na internet chamada Net2Phone, levantou mais de US% 400 mil para candidatos do Partido Republicano nos últimos anos. Ele disputou a indicação do partido para concorrer a governador do Estado de Nova Jersey neste ano, mas perdeu a vaga para outro candidato. Anunciada logo depois, sua indicação como embaixador no Brasil foi vista por muitos como um prêmio de consolação".
Se ouso interpretar bem, os US$ 400 mil foram para vários candidatos do Partido Republicano, o que colocaria, digamos assim, a cotação de uma embaixada no Brasil, no ranking de contribuições financeiras, algo abaixo disso...
O novo embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, "um homem de negócios que fez fortuna com uma empresa de telefonia na internet chamada Net2Phone, levantou mais de US% 400 mil para candidatos do Partido Republicano nos últimos anos. Ele disputou a indicação do partido para concorrer a governador do Estado de Nova Jersey neste ano, mas perdeu a vaga para outro candidato. Anunciada logo depois, sua indicação como embaixador no Brasil foi vista por muitos como um prêmio de consolação".
Se ouso interpretar bem, os US$ 400 mil foram para vários candidatos do Partido Republicano, o que colocaria, digamos assim, a cotação de uma embaixada no Brasil, no ranking de contribuições financeiras, algo abaixo disso...
512) Verdureiros do Brasil, uni-vos (na conquista do poder...)
Amanhã eu vou conferir os preços no supermercado perto de casa. Se estiver superafaturado, seria o caso de sugerir uma CPI?
Do site do Josias de Souza, 21/06/2006
A Presidência vai à feira
Da coluna de Mônica Bergamo (para assinantes da Folha):
A Presidência da República abriu licitação para o fornecimento de hortifrutigranjeiros por seis meses ao Palácio do Planalto. As frutas devem ser "de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvidas e maduras". Não serão permitidas "manchas ou defeitos na casca". As verduras devem ser "frescas", isentas de "odor e sabor estranhos". Bactérias do grupo "coliforme de origem fecal" podem estar presentes "2 x 102/g", de acordo com o edital. Gasto estimado: R$ 27.347,00, ou R$ 4.557 por mês. Confira alguns preços abaixo:
ABACAXI PÉROLA
800 unidades - (R$ 3,90/un) R$ 3.120,00
ALFACE ROXA
50 maços - (R$ 1,30/mç) - R$ 65,00
BANANA PRATA
300 kg - (R$ 1,75/kg) - R$ 525,00
CEBOLA
50 kg- (R$ 1,75/kg) - R$ 87,50
GOIABA
600 kg - (R$ 3,90/kg) - R$ 2.340,00
LARANJA PÊRA
2.500 kg - (R$ 1,45/kg) - R$ 3.625,00
LIMÃO
100 kg - (R$ 2,50/kg) - R$ 250,00
MAÇÃ GALA
600 kg - (R$ 4,50/kg) - R$ 2.700,00
MAMÃO PAPAYA
200 kg - (R$ 2,90/kg) - R$ 580,00
MELANCIA
800 kg - (R$ 1,25/kg) - R$ 1.000,00
OVOS TIPO EXTRA
50 dúzias - (R$ 2,90/dz) - R$ 145
UVA RUBI
362 kg - (R$ 6,90/kg) - R$ 2.497
Escrito por Josias de Souza às 15h51
Do site do Josias de Souza, 21/06/2006
A Presidência vai à feira
Da coluna de Mônica Bergamo (para assinantes da Folha):
A Presidência da República abriu licitação para o fornecimento de hortifrutigranjeiros por seis meses ao Palácio do Planalto. As frutas devem ser "de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvidas e maduras". Não serão permitidas "manchas ou defeitos na casca". As verduras devem ser "frescas", isentas de "odor e sabor estranhos". Bactérias do grupo "coliforme de origem fecal" podem estar presentes "2 x 102/g", de acordo com o edital. Gasto estimado: R$ 27.347,00, ou R$ 4.557 por mês. Confira alguns preços abaixo:
ABACAXI PÉROLA
800 unidades - (R$ 3,90/un) R$ 3.120,00
ALFACE ROXA
50 maços - (R$ 1,30/mç) - R$ 65,00
BANANA PRATA
300 kg - (R$ 1,75/kg) - R$ 525,00
CEBOLA
50 kg- (R$ 1,75/kg) - R$ 87,50
GOIABA
600 kg - (R$ 3,90/kg) - R$ 2.340,00
LARANJA PÊRA
2.500 kg - (R$ 1,45/kg) - R$ 3.625,00
LIMÃO
100 kg - (R$ 2,50/kg) - R$ 250,00
MAÇÃ GALA
600 kg - (R$ 4,50/kg) - R$ 2.700,00
MAMÃO PAPAYA
200 kg - (R$ 2,90/kg) - R$ 580,00
MELANCIA
800 kg - (R$ 1,25/kg) - R$ 1.000,00
OVOS TIPO EXTRA
50 dúzias - (R$ 2,90/dz) - R$ 145
UVA RUBI
362 kg - (R$ 6,90/kg) - R$ 2.497
Escrito por Josias de Souza às 15h51
511) A batalha de Lepanto ainda nao terminou...
Abaixo, uma matéria sobre uma importante pesquisa de opinião pública que confirma o grande abismo existente entre as visões do mundo de povos islâmicos e ocidentais.
Para os que nao sabem ou se esqueceram, a batalha de Lepanto foi uma grande confrontação naval, perto do Tirreno, entre frotas islâmicas (otomanas) e européias, que no seculo XVI conseguiu refrear o ímpeto muçulmano na conquista da Europa. Foi uma espécie de Pirineus naval, ainda que os turcos tenham batido às portas de Viena pouco depois, mas a onda estava contida. Hoje seria preciso enterrar a Lepanto mental que ainda separa as duas grandes comunidades que continuam a se "enfrentar" em torno do Mediterrâneo, mas isso vai demorar mais um pouco...
"Great Divide" Seen in Muslim and Western Opinions
Jim Lobe
WASHINGTON, Jun (IPS) - A "great divide" separates the worldviews of Muslims and Westerners, according to the results of a major new survey which suggests that European Muslims, who held the most tolerant views, could be a bridge between the two groups.
"Many in the West see Muslims as fanatical, violent, and as lacking tolerance," according to an analysis of the survey by the Washington-based Pew Global Attitudes Project. "Muslims in the Middle East and Asia generally see Westerners as selfish, immoral and greedy -- as well as violent and fanatical."
But the survey also found that was less true among European Muslims. "In many ways, the views of Europe's Muslims represent a middle ground between the way Western publics and Muslims in the Middle East and Asia view each other," it said.
The survey and analysis, which were released by Pew here Thursday, found that positive views held by Muslims of al Qaeda leader Osama bin Laden and terror tactics associated with him have declined over the past year, quite substantially in Pakistan and Jordan, where suicide attacks killed more than 50 people in Amman hotels over the last year.
At the same time, the percentage of Muslims who believe that Arabs did not carry out the Sep. 11, 2001, attacks on New York and the Pentagon has increased. Majorities in Indonesia, Turkey, Egypt, Jordan and among the Muslim community in Britain doubt that Arabs had any role.
The survey, which was carried out in 13 countries from the beginning of April until mid-May, found that negative views of Muslims have become especially pronounced in Germany and Spain, where only 36 percent and 29 percent of respondents, respectively, expressed favourable opinions of Muslims. Both marked major declines from the last Pew poll one year ago.
By contrast, nearly two-thirds of French and British citizens said they had favourable views of Muslims. Fifty-six percent of Russians agreed with that opinion, as did 54 percent of U.S. respondents.
Interestingly, British and French respondents were the most upbeat as well about the prospects for democracy in Muslim countries. Six in 10 respondents in France and Britain said democracy can work well there, while only 49 percent of U.S. citizens and an average of four in 10 Spanish and Germans agreed.
More than 60 percent of Indonesians and Jordanians said they had favourable views of Christians, followed by 48 percent of Egyptians.
But only about one in four Pakistanis described their views as favourable, while only about one in seven Turks agreed, a possible reflection of growing anti-European and anti-U.S. opinion resulting from negotiations over Turkey's admission to the European Union and the popular anger there against the U.S. invasion of Iraq.
By contrast, Muslims living in Europe were much more positive about Christians, one of a number of indications in the survey that European Muslims are not only considerably less alienated from the societies in which they reside than many recent analyses have suggested, but also that they could act as a moderating force in the Muslim-Western divide.
Nine out of 10 French Muslims said they had positive views of Christians, followed by eight out of 10 Spanish Muslims (in spite of the strongly anti-Muslim views of most Spanish). Roughly seven out of 10 English and German Muslims also said their views of Christians were favourable.
Of all Muslim populations surveyed, French Muslims were by far the most positive toward Jews -- 71 percent said they had favourable opinions, roughly twice the percentage of Muslims in Britain, Germany and Spain.
Elsewhere in the Muslim world, views of Jews were far more negative: in Indonesia, 17 percent of respondents said they had favourable opinions; in Turkey, 15 percent; in Pakistan six percent; and in the two Arab countries countries surveyed, Egypt and Jordan, only two and one percent, respectively.
As to relations between Muslims and Westerners, majorities in 10 out of 12 countries described them as "generally bad". In Europe, the most negative views were found in Germany (70 percent said "generally bad") and France (66 percent). Fifty-five percent of U.S. respondents described it the same way.
Turkey was the most negative of the predominantly Muslim nations, with nearly two-thirds opting for "generally bad" -- although 77 percent of Nigerian Muslims made the same assessment -- followed by Egypt (58 percent), Jordan (54 percent), and Indonesia (53 percent). Pakistan, where a slight plurality said that relations were "generally good", was the only exception.
The Pew analysis concluded that Muslims hold "an aggrieved view of the West -- they are much more likely than Americans or Western Europeans to blame Western policies for their own lack of prosperity. For their part Western publics instead point to government corruption, lack of education and Islamic fundamentalism as the biggest obstacles to Muslim prosperity."
Thus, Muslims, particularly in Asia and the Middle East, tended to blame the controversy over the Danish cartoon depictions of Mohammad earlier this year on Western disrespect for Islam. Majorities in the U.S. and Europe, on the other hand, blamed the crisis on Muslim intolerance.
In many respects, the two groups hold mirror images, however. When asked to choose among a list of negative traits Muslim and non-Muslim respondents saw in the other group, the survey found that Muslims in the Middle East and Asia -- often by large majorities -- generally view Westerns as selfish, arrogant, and violent. European Muslims, particularly those in France and Spain, however, tended to be far less damning about the traits of non-Muslims than in predominantly Muslim countries.
At the same time, majorities of non-Muslims in Europe found Muslims to be fanatical and violent, although only minorities in Britain, the U.S. and France subscribed to that view.
The survey's findings suggested that French and Spanish Muslims were the least alienated from their surrounding societies, even if the general public in Spain was found to be the most hostile toward Muslims of any of the European societies covered by the poll.
Four in ten non-Muslim Spaniards said they believe that most or many Muslims in their country support Islamic extremism, but only 12 percent of Spanish Muslims agreed. Of the four minority publics surveyed, British Muslims are the most critical of their country and "come closer to views of Muslims around the world in their opinions of Westerners".
The religious divide was found to be surprisingly sharp in Nigeria, where, for example, nearly three out of four Muslims and Christians ascribed negative traits to the other groups. Nigerian Muslims also constituted a "conspicuous exception" to the trend toward declining confidence in bin Laden in the Muslim world.
More than six in 10 Nigerian Muslims said they have at least some confidence in the al Qaeda leader, up from 44 percent in 2003. In addition, nearly half of Nigeria's Muslims said that suicide bombings could be justified often or sometimes in the defence of Islam.
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This and all "other news" issues can be found at http://soros.c.topica.com/maaeVu6abrvofbRHD37b/
Para os que nao sabem ou se esqueceram, a batalha de Lepanto foi uma grande confrontação naval, perto do Tirreno, entre frotas islâmicas (otomanas) e européias, que no seculo XVI conseguiu refrear o ímpeto muçulmano na conquista da Europa. Foi uma espécie de Pirineus naval, ainda que os turcos tenham batido às portas de Viena pouco depois, mas a onda estava contida. Hoje seria preciso enterrar a Lepanto mental que ainda separa as duas grandes comunidades que continuam a se "enfrentar" em torno do Mediterrâneo, mas isso vai demorar mais um pouco...
"Great Divide" Seen in Muslim and Western Opinions
Jim Lobe
WASHINGTON, Jun (IPS) - A "great divide" separates the worldviews of Muslims and Westerners, according to the results of a major new survey which suggests that European Muslims, who held the most tolerant views, could be a bridge between the two groups.
"Many in the West see Muslims as fanatical, violent, and as lacking tolerance," according to an analysis of the survey by the Washington-based Pew Global Attitudes Project. "Muslims in the Middle East and Asia generally see Westerners as selfish, immoral and greedy -- as well as violent and fanatical."
But the survey also found that was less true among European Muslims. "In many ways, the views of Europe's Muslims represent a middle ground between the way Western publics and Muslims in the Middle East and Asia view each other," it said.
The survey and analysis, which were released by Pew here Thursday, found that positive views held by Muslims of al Qaeda leader Osama bin Laden and terror tactics associated with him have declined over the past year, quite substantially in Pakistan and Jordan, where suicide attacks killed more than 50 people in Amman hotels over the last year.
At the same time, the percentage of Muslims who believe that Arabs did not carry out the Sep. 11, 2001, attacks on New York and the Pentagon has increased. Majorities in Indonesia, Turkey, Egypt, Jordan and among the Muslim community in Britain doubt that Arabs had any role.
The survey, which was carried out in 13 countries from the beginning of April until mid-May, found that negative views of Muslims have become especially pronounced in Germany and Spain, where only 36 percent and 29 percent of respondents, respectively, expressed favourable opinions of Muslims. Both marked major declines from the last Pew poll one year ago.
By contrast, nearly two-thirds of French and British citizens said they had favourable views of Muslims. Fifty-six percent of Russians agreed with that opinion, as did 54 percent of U.S. respondents.
Interestingly, British and French respondents were the most upbeat as well about the prospects for democracy in Muslim countries. Six in 10 respondents in France and Britain said democracy can work well there, while only 49 percent of U.S. citizens and an average of four in 10 Spanish and Germans agreed.
More than 60 percent of Indonesians and Jordanians said they had favourable views of Christians, followed by 48 percent of Egyptians.
But only about one in four Pakistanis described their views as favourable, while only about one in seven Turks agreed, a possible reflection of growing anti-European and anti-U.S. opinion resulting from negotiations over Turkey's admission to the European Union and the popular anger there against the U.S. invasion of Iraq.
By contrast, Muslims living in Europe were much more positive about Christians, one of a number of indications in the survey that European Muslims are not only considerably less alienated from the societies in which they reside than many recent analyses have suggested, but also that they could act as a moderating force in the Muslim-Western divide.
Nine out of 10 French Muslims said they had positive views of Christians, followed by eight out of 10 Spanish Muslims (in spite of the strongly anti-Muslim views of most Spanish). Roughly seven out of 10 English and German Muslims also said their views of Christians were favourable.
Of all Muslim populations surveyed, French Muslims were by far the most positive toward Jews -- 71 percent said they had favourable opinions, roughly twice the percentage of Muslims in Britain, Germany and Spain.
Elsewhere in the Muslim world, views of Jews were far more negative: in Indonesia, 17 percent of respondents said they had favourable opinions; in Turkey, 15 percent; in Pakistan six percent; and in the two Arab countries countries surveyed, Egypt and Jordan, only two and one percent, respectively.
As to relations between Muslims and Westerners, majorities in 10 out of 12 countries described them as "generally bad". In Europe, the most negative views were found in Germany (70 percent said "generally bad") and France (66 percent). Fifty-five percent of U.S. respondents described it the same way.
Turkey was the most negative of the predominantly Muslim nations, with nearly two-thirds opting for "generally bad" -- although 77 percent of Nigerian Muslims made the same assessment -- followed by Egypt (58 percent), Jordan (54 percent), and Indonesia (53 percent). Pakistan, where a slight plurality said that relations were "generally good", was the only exception.
The Pew analysis concluded that Muslims hold "an aggrieved view of the West -- they are much more likely than Americans or Western Europeans to blame Western policies for their own lack of prosperity. For their part Western publics instead point to government corruption, lack of education and Islamic fundamentalism as the biggest obstacles to Muslim prosperity."
Thus, Muslims, particularly in Asia and the Middle East, tended to blame the controversy over the Danish cartoon depictions of Mohammad earlier this year on Western disrespect for Islam. Majorities in the U.S. and Europe, on the other hand, blamed the crisis on Muslim intolerance.
In many respects, the two groups hold mirror images, however. When asked to choose among a list of negative traits Muslim and non-Muslim respondents saw in the other group, the survey found that Muslims in the Middle East and Asia -- often by large majorities -- generally view Westerns as selfish, arrogant, and violent. European Muslims, particularly those in France and Spain, however, tended to be far less damning about the traits of non-Muslims than in predominantly Muslim countries.
At the same time, majorities of non-Muslims in Europe found Muslims to be fanatical and violent, although only minorities in Britain, the U.S. and France subscribed to that view.
The survey's findings suggested that French and Spanish Muslims were the least alienated from their surrounding societies, even if the general public in Spain was found to be the most hostile toward Muslims of any of the European societies covered by the poll.
Four in ten non-Muslim Spaniards said they believe that most or many Muslims in their country support Islamic extremism, but only 12 percent of Spanish Muslims agreed. Of the four minority publics surveyed, British Muslims are the most critical of their country and "come closer to views of Muslims around the world in their opinions of Westerners".
The religious divide was found to be surprisingly sharp in Nigeria, where, for example, nearly three out of four Muslims and Christians ascribed negative traits to the other groups. Nigerian Muslims also constituted a "conspicuous exception" to the trend toward declining confidence in bin Laden in the Muslim world.
More than six in 10 Nigerian Muslims said they have at least some confidence in the al Qaeda leader, up from 44 percent in 2003. In addition, nearly half of Nigeria's Muslims said that suicide bombings could be justified often or sometimes in the defence of Islam.
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This and all "other news" issues can be found at http://soros.c.topica.com/maaeVu6abrvofbRHD37b/
sexta-feira, 23 de junho de 2006
510) Assim marcha a integracao (ou não...)
Brasil inicia ofensiva diplomática para acalmar Uruguai e Paraguai
Jornal Valor Econômico, 23/062006
O objetivo é tentar reagir ao descontentamento de Uruguai e Paraguai com o Mercosul
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, chegou na noite desta quinta-feira a Montevidéu acompanhado de funcionários de vários ministérios, órgãos governamentais e do BNDES, além de empresários. No domingo e na segunda o mesmo grupo estará em Assunção.
Amorim terá hoje reuniões com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e com os principais ministros de seu gabinete.
Paralelamente, acontece em Montevidéu um seminário empresarial em que o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, explicará as possibilidades de aceder a financiamentos do banco.
Também está em estudo a formalização de um convênio entre a instituição de crédito brasileira e o uruguaio Banco de la República para financiar projetos uruguaios que demandem a aquisição de bens e serviços brasileiros.
O objetivo da viagem é tentar dar uma resposta prática às queixas de uruguaios e paraguaios, que reclamam que o Mercosul não tem sido capaz de melhorar suas possibilidades de desenvolvimento e inserção internacional, atuando, muitas vezes, como uma trava.
O próprio Amorim disse recentemente que o Brasil deveria esforçar-se mais para ajudar o desenvolvimento dos sócios menores.
"O mea culpa oficial do Brasil pelo seu destrato comercial ao Uruguai e a promessa de corrigi-lo é uma boa notícia se desta vez isso se cumprir", afirmou em editorial o jornal " El Observador ".
O texto diz que a viagem de Amorim é uma "esperança", mas que essa esperança tem de se traduzir em fatos concretos.
A crise no Mercosul se agravou com o conflito entre Uruguai e Argentina por causa da instalação de duas fábricas de polpa de celulose no lado uruguaio da fronteira.
Manifestantes argentinos bloquearam durante vários meses o trânsito entre os países, causando prejuízos ao Uruguai e violando um dos princípios do Mercosul, a livre circulação.
Na esteira do conflito, o Uruguai ressuscitou a idéia de buscar acordos comerciais fora do bloco, possibilidade que Brasil e Argentina rejeitam.
"Temos que demonstrar que, num processo de integração, somos capazes de ajudar aos sócios menores", disse Amorim na semana passada, durante visita a Buenos Aires.
Essa ajuda viria com a melhoria das condições de acesso dos produtos provenientes dos países pequenos ao mercado brasileiro e por meio da participação do Brasil em projetos locais de energia e infraestrutura.
Para isso, viajam com o chanceler funcionários dos ministérios do Desenvolvimento, Minas e Energia, Agricultura e de organismos de certificação como o Inmetro.
Até julho, a presidência pro-tempore do bloco será ocupada pela Argentina, e o cargo irá depois para o Brasil.
Uma das queixas uruguaias é que o governo de Buenos Aires usou sua posição para evitar que o Mercosul tratasse da questão das fábricas de celulose.
O Brasil apóia o argumento argentino de que o conflito, no que diz respeito à possível contaminação que as fábricas venham a causar, tem de ser resolvido de maneira bilateral, de acordo com a decisão da Corte Internacional de Haia, onde o caso está sendo discutido.
Mas o Brasil admite levar para um tribunal arbitral do Mercosul a queixa uruguaia em relação aos prejuízos causados pelos bloqueios. (Paulo Braga)
Jornal Valor Econômico, 23/062006
O objetivo é tentar reagir ao descontentamento de Uruguai e Paraguai com o Mercosul
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, chegou na noite desta quinta-feira a Montevidéu acompanhado de funcionários de vários ministérios, órgãos governamentais e do BNDES, além de empresários. No domingo e na segunda o mesmo grupo estará em Assunção.
Amorim terá hoje reuniões com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e com os principais ministros de seu gabinete.
Paralelamente, acontece em Montevidéu um seminário empresarial em que o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, explicará as possibilidades de aceder a financiamentos do banco.
Também está em estudo a formalização de um convênio entre a instituição de crédito brasileira e o uruguaio Banco de la República para financiar projetos uruguaios que demandem a aquisição de bens e serviços brasileiros.
O objetivo da viagem é tentar dar uma resposta prática às queixas de uruguaios e paraguaios, que reclamam que o Mercosul não tem sido capaz de melhorar suas possibilidades de desenvolvimento e inserção internacional, atuando, muitas vezes, como uma trava.
O próprio Amorim disse recentemente que o Brasil deveria esforçar-se mais para ajudar o desenvolvimento dos sócios menores.
"O mea culpa oficial do Brasil pelo seu destrato comercial ao Uruguai e a promessa de corrigi-lo é uma boa notícia se desta vez isso se cumprir", afirmou em editorial o jornal " El Observador ".
O texto diz que a viagem de Amorim é uma "esperança", mas que essa esperança tem de se traduzir em fatos concretos.
A crise no Mercosul se agravou com o conflito entre Uruguai e Argentina por causa da instalação de duas fábricas de polpa de celulose no lado uruguaio da fronteira.
Manifestantes argentinos bloquearam durante vários meses o trânsito entre os países, causando prejuízos ao Uruguai e violando um dos princípios do Mercosul, a livre circulação.
Na esteira do conflito, o Uruguai ressuscitou a idéia de buscar acordos comerciais fora do bloco, possibilidade que Brasil e Argentina rejeitam.
"Temos que demonstrar que, num processo de integração, somos capazes de ajudar aos sócios menores", disse Amorim na semana passada, durante visita a Buenos Aires.
Essa ajuda viria com a melhoria das condições de acesso dos produtos provenientes dos países pequenos ao mercado brasileiro e por meio da participação do Brasil em projetos locais de energia e infraestrutura.
Para isso, viajam com o chanceler funcionários dos ministérios do Desenvolvimento, Minas e Energia, Agricultura e de organismos de certificação como o Inmetro.
Até julho, a presidência pro-tempore do bloco será ocupada pela Argentina, e o cargo irá depois para o Brasil.
Uma das queixas uruguaias é que o governo de Buenos Aires usou sua posição para evitar que o Mercosul tratasse da questão das fábricas de celulose.
O Brasil apóia o argumento argentino de que o conflito, no que diz respeito à possível contaminação que as fábricas venham a causar, tem de ser resolvido de maneira bilateral, de acordo com a decisão da Corte Internacional de Haia, onde o caso está sendo discutido.
Mas o Brasil admite levar para um tribunal arbitral do Mercosul a queixa uruguaia em relação aos prejuízos causados pelos bloqueios. (Paulo Braga)
509) De volta ao tema dos EUA como poder imperial
O biógrafo de Keynes e autor de um "much acclaimed" The Road from Serfdom, Lord Skidelsky, volta ao tema dos EUA enquanto novo império.
Ver o artigo completo neste link. Abaixo um resumo.
Hot, Cold & Imperial
By Robert Skidelsky
The question of how the world should be run, and America's part in its running, is the subject of much academic and political discussion in Washington these days. The factual questions are: Is the United States on the road to becoming an empire like the Roman and British Empires before it? What are the prospects for such an enterprise in today's world? More speculatively, does globalization require an imperial underpinning? There are also questions of value: Is imperialism a good or bad thing? Should the United States sacrifice its republican institutions in order to fulfil an imperial vocation?
Para ler o artigo completo, follow the link.
Ver o artigo completo neste link. Abaixo um resumo.
Hot, Cold & Imperial
By Robert Skidelsky
The question of how the world should be run, and America's part in its running, is the subject of much academic and political discussion in Washington these days. The factual questions are: Is the United States on the road to becoming an empire like the Roman and British Empires before it? What are the prospects for such an enterprise in today's world? More speculatively, does globalization require an imperial underpinning? There are also questions of value: Is imperialism a good or bad thing? Should the United States sacrifice its republican institutions in order to fulfil an imperial vocation?
Para ler o artigo completo, follow the link.
508) Um embaixador do barulho?
Serviço público de informação. Da coluna diária de Cesar Maia (23/06/2006):
EDIÇÃO ESPECIAL E EXCLUSIVA!
O EMBAIXADOR-AGENTE DO SNI QUE DENUNCIAVA, PRENDIA E COMPRAVA TRAIDORES!
Todos aqueles que lutaram por um regime democrático não podem ficar calados frente a um fato gravíssimo que é um governo - de partido do qual participam tantos que lutaram pela mesma causa, que foram presos e aviltados- indenizar e promover um embaixador que se prestou aos papéis mais sórdidos no período ditatorial. Tantos democratas que lutaram -pagando com sua saúde, sua vida, seu futuro- se encontram hoje em atividades profissionais as mais diversas e em partidos políticos distintos, em situações diferentes. Mas esse passado nos faz convergir.
Sou daqueles que entende que anistia é anistia, e para todos os lados. Mas indenizar um servidor público que em condição de mando ocultou sua identidade de agente de espionagem e delação, na carreira diplomática, e agora -inacreditavelmente- promovê-lo na aposentadoria, a embaixador da Guiné, como prêmio especial e reparo do que fez, é inaceitável. É escandaloso. O próprio processo que refez a decisão da comissão dirigida pelo embaixador Ricúpero, o indenizou e lhe concedeu direitos, deveria ser revisto a bem da moralidade pública e da integridade democrática.
Tive ocasião -uns poucos anos atrás- contar em artigo na imprensa (clique no final), o que se fez na embaixada brasileira em Santiago cujos "porões” serviram para reunião preparatória dos golpistas no dia 7 de setembro, no aniversário de nossa Pátria. A repercussão no Chile foi enorme. Aqui -a investigação que pedi- não foi feita. E tudo em defesa da história do Itamaraty, que orgulha a todos nós brasileiros como padrão de serviço público. Se este ato for consumado, o Itamaraty estará sendo tão seviciado quanto foram os atingidos pelas sevícias praticadas ou estimuladas pelo embaixador-agente. Não vou fazer história para trás, sobre a segunda guerra mundial e as origens nazistas dele, pois não posso transferir responsabilidades por gerações. Mas os arquivos franceses podem contar. Mas não descarto que por educação ou por dna se possa explicar muito.
As notas abaixo são encaminhadas para leitura dos senhores senadores e para o próprio presidente da república e seu ministro de relações exteriores. Reflitam e não maculem a democracia e a diplomacia, brasileiras. Não se pede revanche. De forma alguma. Pede-se respeito. Respeito apenas.
DESRESPEITO AO SENADO !
Pensando que ainda estava na ditadura e que o Senado ainda era casa de simples ratificações dos atos do executivo, o embaixador dedo-duro, já tomava decisões como se o Senado fosse apenas uma formalidade, um passeio !
20/ 04/ 2006 Editor da UnB.
Embaixador quer UnB na Guiné
Mais nova representação brasileira no exterior pretende desenvolver trabalho de combate à Aids com ajuda da universidade
O embaixador do Brasil na Guiné, Jacques Fernandes Vieira Guilbauld, tem uma grande missão pela frente. É o responsável por implantar a representação brasileira no país e, antes mesmo de embarcar, já tem projetos a realizar. Uma de suas primeiras iniciativas visa a ajudar a Guiné a combater a epidemia de Aids, que já atinge 80% dos pouco mais de nove milhões de habitantes. Para concretizar seu plano, pretende levar uma equipe da Universidade de Brasília (UnB) para lá. Guilbauld fez o pedido diretamente ao reitor da instituição, Timothy Mulholland, em encontro realizado na tarde de quinta-feira, 20 de abril.
O CASO DO EMBAIXADOR AGENTE DO SNI !
MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES ENCAMINHOU O PEDIDO DE AGREMENT E OCULTOU, (OU FOI CÚMPLICE?), A EXPULSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E SEU PASSADO TENEBROSO! É CASO DE AFASTAMENTO DO MINISTRO POR OMITIR INFORMAÇÃO RELEVANTE AO SENADO!
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Palácio Itamaraty
Nota nº 259 - 26/04/2006
Distribuição 22
Concessão de "agrément" ao Embaixador do Brasil na República da Guiné
O Governo da República da Guiné concedeu "agrément" ao Embaixador Jacques Claude François Michel Fernandes Vieira Guilbaud como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil naquele país.
MAIS HISTÓRIAS DO EMBAIXADOR DEDO DURO !
ISTOÉ de 10 de setembro de 2003.
Chile
Foi na condição de “araponga” que o diplomata Jacques Guilbaud serviu no Chile. Cumprida a “tarefa” de espionar exilados, ele seguiu para Portugal em 1977. “Minha missão seria a de apurar, isto é, confirmar o envolvimento de diplomatas brasileiros com os soviéticos (KGB)”, escreveu Guilbaud ao advogado Francisco Arrais Rosal, referindo-se à polícia secreta da extinta União Soviética. Apesar de ter desempenhado um papel pouco nobre no período, Guilbaud conquistou do governo federal, no fim do ano passado, uma pensão mensal vitalícia de R$ 8.500, além de uma indenização de R$ 955 mil, como se tivesse sido vítima de perseguição pela ditadura brasileira.
Pelos registros do Itamaraty, o diplomata foi demitido em 1980, por abandono de emprego, quando servia no Consulado de Toronto, no Canadá. O embaixador Rubens Ricupero, hoje secretário-geral de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad), em Genebra, na Suíça, presidiu a comissão que se deslocou para Toronto para apurar os motivos da ausência do diplomata. Como Guilbaud não atendia o telefone, um funcionário foi enviado a sua casa, mas ele se recusou a assinar uma citação. De uma segunda vez, quem atendeu foi a empregada, que ficou de chamar Guilbaud. “Passou um certo tempo e a rua foi invadida por carros de polícia, que prenderam nosso representante. Guilbaud chamara a polícia dizendo que éramos do esquadrão da morte e íamos exterminá-lo”, relata Ricupero. Curiosamente, o secretário-geral não foi ouvido pela Comissão de Anistia que decidiu pela indenização de Guilbaud.
O MACABRO CASO DO EMBAIXADOR DEDO-DURO !
Já em 2004 era denunciado !
CartaCapital, 14/7/04
“A LEI NÃO É PARA QUEM VENCEU”
Suzana Lisbôa, representante de familiares de desaparecidos e mortos, discorda de critérios e valores de indenizações. Desde a primeira Lei de Anistia, há 25 anos, a gaúcha Suzana Lisbôa está engajada na luta pelos direitos dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura.
CC: A quem cabe a decisão final quanto aos valores?
Ou aquele diplomata, Jacques Guilbaud, que prestava serviço para a ditadura. Se ele foi demitido injustamente, deve ser reintegrado ao Itamaraty, mas nunca pela Lei de Anistia, porque jamais teve participação política contra a ditadura. Essa lei não foi feita para quem venceu, e sim para quem perdeu aquela guerra. Mas, pelos critérios que essa comissão está julgando, vai acabar aprovando o pedido do Cabo Anselmo também, o que é um escárnio. (O Cabo Anselmo, informante da repressão, levou à morte dezenas de antigos companheiros. Deu entrada no pedido de indenização em 1º de abril deste ano.)
MAIS NOTÍCIAS DE CONACRI !
Quando se conhece a vida pregressa do Embaixador Jacques Guilbaud se fica ainda mais estarrecido. Ele prestava serviços ao SEDOC (Serviço de Documentação), do Itamaraty, que usava esse nome fantasia para encobrir suas relações diretas com o SNI. Dois funcionários estão vivos e serviram nesse serviço e poderão depor a respeito na Comissão de Relações Exteriores do Senado: os Ministros Murilo de Miranda Basto Filho e Agildo Sellos de Moura. Ambos residem em Brasília.
O Embaixador Francisco Soares Alvim, na Costa Rica, poderá contar como sua casa em Paris foi invadida por elementos daquele serviço, capitaneados pelo diplomata Paulo Sérgio Nery. Foi um ato de barbárie, cometido num território estrangeiro. As razões para sua reintegração à Carreira e, agora, para sua designação para um posto diplomático são falsas. Trabalhava com total independência, num canal próprio de comunicações com o SEDOC e o SNI. Nem o Embaixador, General Fontoura (ex-Chefe do SNI) sabia o que ele fazia. Comentava-se na época,no Itamaraty,que ele teria participado do recrutamento do Cabo Anselmo e do Almirante Aragão, que se venderam em troca de uma "pro labore" mensal.
MAIS E MAIS DA PERIGOSA CARREIRA DE AGENTE DO SNI !
Análise da justificativa apresentada pelo ministro das relações exteriores -dizem que assinada por ele e preparara pelo Sargento Garcia,( o Marco Aurélio, é claro). Menciona-se que, em 1974, ele fora nomeado Assistente e Subchefe da Assessoria de Documentação de Política Exterior - nome fantasia do órgão do Itamaraty que fazia interface com o SNI. Em seguida, já treinado,ele foi designado para as Embaixadas em Santiago do Chile e em Lisboa. De ambas foi expulso pelos respectivos Embaixadores, Espedito Rezende e Carlos Alberto da Fontoura. Isso consta por certo dos assentamentos funcionais dele. Não se menciona que o Sr. Guilbaud fora demitido do quadro de funcionários diplomáticos do Ministério das Relações Exteriores em 21/08/1980, "a bem do serviço público", com base nos itens 2, 3 e 4 do artigo 20, combinado com o artigo 209, do Estatuto do Funcionalismo Público Civil da União, por ter incorrido em "abandono de cargo, incontinência pública escandalosa e insubordinação grave em serviço".
Isso é grave, pois se quer induzir os Senadores a um erro de avaliação. Mais adiante, consta a promoção dele a Primeiro Secretário e a Ministro de Primeira Classe - sem passar pelos escalões de Conselheiro e Ministro de Segunda Classe. Os membros da Comissão de Relações Exteriores deveriam ouvir alguns diplomatas que acompanharam de perto as atividades de araponga do Sr. Guilbaud (Embaixador Cláudio Sotero Caio, Ministro Agildo Sellos de Moura, Conselheiro Murilo de Miranda Basto, todos eles aposentados e residentes em Brasília). Não se pode criar constrangimentos aos diplomatas da ativa.
SOBRE O EMBAIXADOR ARAPONGA ?
O Embaixador Claudio Sotero Caio tem um longo dossiê sobre o caso. Deve ser ouvido e ele está disposto a depor.
AQUI O ARTIGO CITADO NA INICIAL !
http://geocities.yahoo.com.br/blogdocm/artigojb.pdf
___________________________________
Pesquisa e Edição : JCM
Para indicar um amigo : http://cesarmaia.blogspot.com/
EDIÇÃO ESPECIAL E EXCLUSIVA!
O EMBAIXADOR-AGENTE DO SNI QUE DENUNCIAVA, PRENDIA E COMPRAVA TRAIDORES!
Todos aqueles que lutaram por um regime democrático não podem ficar calados frente a um fato gravíssimo que é um governo - de partido do qual participam tantos que lutaram pela mesma causa, que foram presos e aviltados- indenizar e promover um embaixador que se prestou aos papéis mais sórdidos no período ditatorial. Tantos democratas que lutaram -pagando com sua saúde, sua vida, seu futuro- se encontram hoje em atividades profissionais as mais diversas e em partidos políticos distintos, em situações diferentes. Mas esse passado nos faz convergir.
Sou daqueles que entende que anistia é anistia, e para todos os lados. Mas indenizar um servidor público que em condição de mando ocultou sua identidade de agente de espionagem e delação, na carreira diplomática, e agora -inacreditavelmente- promovê-lo na aposentadoria, a embaixador da Guiné, como prêmio especial e reparo do que fez, é inaceitável. É escandaloso. O próprio processo que refez a decisão da comissão dirigida pelo embaixador Ricúpero, o indenizou e lhe concedeu direitos, deveria ser revisto a bem da moralidade pública e da integridade democrática.
Tive ocasião -uns poucos anos atrás- contar em artigo na imprensa (clique no final), o que se fez na embaixada brasileira em Santiago cujos "porões” serviram para reunião preparatória dos golpistas no dia 7 de setembro, no aniversário de nossa Pátria. A repercussão no Chile foi enorme. Aqui -a investigação que pedi- não foi feita. E tudo em defesa da história do Itamaraty, que orgulha a todos nós brasileiros como padrão de serviço público. Se este ato for consumado, o Itamaraty estará sendo tão seviciado quanto foram os atingidos pelas sevícias praticadas ou estimuladas pelo embaixador-agente. Não vou fazer história para trás, sobre a segunda guerra mundial e as origens nazistas dele, pois não posso transferir responsabilidades por gerações. Mas os arquivos franceses podem contar. Mas não descarto que por educação ou por dna se possa explicar muito.
As notas abaixo são encaminhadas para leitura dos senhores senadores e para o próprio presidente da república e seu ministro de relações exteriores. Reflitam e não maculem a democracia e a diplomacia, brasileiras. Não se pede revanche. De forma alguma. Pede-se respeito. Respeito apenas.
DESRESPEITO AO SENADO !
Pensando que ainda estava na ditadura e que o Senado ainda era casa de simples ratificações dos atos do executivo, o embaixador dedo-duro, já tomava decisões como se o Senado fosse apenas uma formalidade, um passeio !
20/ 04/ 2006 Editor da UnB.
Embaixador quer UnB na Guiné
Mais nova representação brasileira no exterior pretende desenvolver trabalho de combate à Aids com ajuda da universidade
O embaixador do Brasil na Guiné, Jacques Fernandes Vieira Guilbauld, tem uma grande missão pela frente. É o responsável por implantar a representação brasileira no país e, antes mesmo de embarcar, já tem projetos a realizar. Uma de suas primeiras iniciativas visa a ajudar a Guiné a combater a epidemia de Aids, que já atinge 80% dos pouco mais de nove milhões de habitantes. Para concretizar seu plano, pretende levar uma equipe da Universidade de Brasília (UnB) para lá. Guilbauld fez o pedido diretamente ao reitor da instituição, Timothy Mulholland, em encontro realizado na tarde de quinta-feira, 20 de abril.
O CASO DO EMBAIXADOR AGENTE DO SNI !
MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES ENCAMINHOU O PEDIDO DE AGREMENT E OCULTOU, (OU FOI CÚMPLICE?), A EXPULSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E SEU PASSADO TENEBROSO! É CASO DE AFASTAMENTO DO MINISTRO POR OMITIR INFORMAÇÃO RELEVANTE AO SENADO!
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Palácio Itamaraty
Nota nº 259 - 26/04/2006
Distribuição 22
Concessão de "agrément" ao Embaixador do Brasil na República da Guiné
O Governo da República da Guiné concedeu "agrément" ao Embaixador Jacques Claude François Michel Fernandes Vieira Guilbaud como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil naquele país.
MAIS HISTÓRIAS DO EMBAIXADOR DEDO DURO !
ISTOÉ de 10 de setembro de 2003.
Chile
Foi na condição de “araponga” que o diplomata Jacques Guilbaud serviu no Chile. Cumprida a “tarefa” de espionar exilados, ele seguiu para Portugal em 1977. “Minha missão seria a de apurar, isto é, confirmar o envolvimento de diplomatas brasileiros com os soviéticos (KGB)”, escreveu Guilbaud ao advogado Francisco Arrais Rosal, referindo-se à polícia secreta da extinta União Soviética. Apesar de ter desempenhado um papel pouco nobre no período, Guilbaud conquistou do governo federal, no fim do ano passado, uma pensão mensal vitalícia de R$ 8.500, além de uma indenização de R$ 955 mil, como se tivesse sido vítima de perseguição pela ditadura brasileira.
Pelos registros do Itamaraty, o diplomata foi demitido em 1980, por abandono de emprego, quando servia no Consulado de Toronto, no Canadá. O embaixador Rubens Ricupero, hoje secretário-geral de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad), em Genebra, na Suíça, presidiu a comissão que se deslocou para Toronto para apurar os motivos da ausência do diplomata. Como Guilbaud não atendia o telefone, um funcionário foi enviado a sua casa, mas ele se recusou a assinar uma citação. De uma segunda vez, quem atendeu foi a empregada, que ficou de chamar Guilbaud. “Passou um certo tempo e a rua foi invadida por carros de polícia, que prenderam nosso representante. Guilbaud chamara a polícia dizendo que éramos do esquadrão da morte e íamos exterminá-lo”, relata Ricupero. Curiosamente, o secretário-geral não foi ouvido pela Comissão de Anistia que decidiu pela indenização de Guilbaud.
O MACABRO CASO DO EMBAIXADOR DEDO-DURO !
Já em 2004 era denunciado !
CartaCapital, 14/7/04
“A LEI NÃO É PARA QUEM VENCEU”
Suzana Lisbôa, representante de familiares de desaparecidos e mortos, discorda de critérios e valores de indenizações. Desde a primeira Lei de Anistia, há 25 anos, a gaúcha Suzana Lisbôa está engajada na luta pelos direitos dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura.
CC: A quem cabe a decisão final quanto aos valores?
Ou aquele diplomata, Jacques Guilbaud, que prestava serviço para a ditadura. Se ele foi demitido injustamente, deve ser reintegrado ao Itamaraty, mas nunca pela Lei de Anistia, porque jamais teve participação política contra a ditadura. Essa lei não foi feita para quem venceu, e sim para quem perdeu aquela guerra. Mas, pelos critérios que essa comissão está julgando, vai acabar aprovando o pedido do Cabo Anselmo também, o que é um escárnio. (O Cabo Anselmo, informante da repressão, levou à morte dezenas de antigos companheiros. Deu entrada no pedido de indenização em 1º de abril deste ano.)
MAIS NOTÍCIAS DE CONACRI !
Quando se conhece a vida pregressa do Embaixador Jacques Guilbaud se fica ainda mais estarrecido. Ele prestava serviços ao SEDOC (Serviço de Documentação), do Itamaraty, que usava esse nome fantasia para encobrir suas relações diretas com o SNI. Dois funcionários estão vivos e serviram nesse serviço e poderão depor a respeito na Comissão de Relações Exteriores do Senado: os Ministros Murilo de Miranda Basto Filho e Agildo Sellos de Moura. Ambos residem em Brasília.
O Embaixador Francisco Soares Alvim, na Costa Rica, poderá contar como sua casa em Paris foi invadida por elementos daquele serviço, capitaneados pelo diplomata Paulo Sérgio Nery. Foi um ato de barbárie, cometido num território estrangeiro. As razões para sua reintegração à Carreira e, agora, para sua designação para um posto diplomático são falsas. Trabalhava com total independência, num canal próprio de comunicações com o SEDOC e o SNI. Nem o Embaixador, General Fontoura (ex-Chefe do SNI) sabia o que ele fazia. Comentava-se na época,no Itamaraty,que ele teria participado do recrutamento do Cabo Anselmo e do Almirante Aragão, que se venderam em troca de uma "pro labore" mensal.
MAIS E MAIS DA PERIGOSA CARREIRA DE AGENTE DO SNI !
Análise da justificativa apresentada pelo ministro das relações exteriores -dizem que assinada por ele e preparara pelo Sargento Garcia,( o Marco Aurélio, é claro). Menciona-se que, em 1974, ele fora nomeado Assistente e Subchefe da Assessoria de Documentação de Política Exterior - nome fantasia do órgão do Itamaraty que fazia interface com o SNI. Em seguida, já treinado,ele foi designado para as Embaixadas em Santiago do Chile e em Lisboa. De ambas foi expulso pelos respectivos Embaixadores, Espedito Rezende e Carlos Alberto da Fontoura. Isso consta por certo dos assentamentos funcionais dele. Não se menciona que o Sr. Guilbaud fora demitido do quadro de funcionários diplomáticos do Ministério das Relações Exteriores em 21/08/1980, "a bem do serviço público", com base nos itens 2, 3 e 4 do artigo 20, combinado com o artigo 209, do Estatuto do Funcionalismo Público Civil da União, por ter incorrido em "abandono de cargo, incontinência pública escandalosa e insubordinação grave em serviço".
Isso é grave, pois se quer induzir os Senadores a um erro de avaliação. Mais adiante, consta a promoção dele a Primeiro Secretário e a Ministro de Primeira Classe - sem passar pelos escalões de Conselheiro e Ministro de Segunda Classe. Os membros da Comissão de Relações Exteriores deveriam ouvir alguns diplomatas que acompanharam de perto as atividades de araponga do Sr. Guilbaud (Embaixador Cláudio Sotero Caio, Ministro Agildo Sellos de Moura, Conselheiro Murilo de Miranda Basto, todos eles aposentados e residentes em Brasília). Não se pode criar constrangimentos aos diplomatas da ativa.
SOBRE O EMBAIXADOR ARAPONGA ?
O Embaixador Claudio Sotero Caio tem um longo dossiê sobre o caso. Deve ser ouvido e ele está disposto a depor.
AQUI O ARTIGO CITADO NA INICIAL !
http://geocities.yahoo.com.br/blogdocm/artigojb.pdf
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Pesquisa e Edição : JCM
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