domingo, 2 de junho de 2013

Agronegocio e ciencia: tudo o que o MST nao gosta; mas funciona...

Início do conteúdo

Agrárias põem Brasil entre universidades tops

USP é considerada 6ª melhor instituição do mundo na área no Urap; Unicamp aparece em 19ª posição no QS World

Ocimara Balmant e Paulo Saldana
O Estado de S. Paulo, 01 de junho de 2013
A vocação das terras brasileiras que encantaram colonizadores continua, após 500 anos, um grande diferencial do País - não apenas na balança comercial, mas também na academia. Pesquisas agrárias brasileiras conquistam destaque mundial e alçam as universidades do País a suas melhores posições em rankings internacionais.
Millor Fernandes do Rosário, pesquisador da Esalq-USP: pesquisa genética de frangos e ovos - Divulgação
Divulgação
Millor Fernandes do Rosário, pesquisador da Esalq-USP: pesquisa genética de frangos e ovos
As edições mais recentes do University Ranking by Academic Performance (Urap) e QS World University confirmam a força do setor. No primeiro ranking, a Universidade de São Paulo (USP) conquistou neste ano a 28.ª posição na classificação geral. Considerando apenas Agricultura e Ciências Ambientais, chegou ao 6.º lugar, atrás de quatro universidades americanas e uma holandesa.
A USP está na 139.ª posição no QS geral. Por área, a brasileira mais bem colocada é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 19.º lugar em Agricultura e Silvicultura. Em 24.º, vem a USP.
Os rankings mapeiam, entre outros quesitos, a repercussão da produção científica e a reputação internacional. Nos dois levantamentos, as melhores brasileiras têm desempenho superior em agrárias do que na média geral.
O diálogo entre academia e agropecuária ajuda a explicar o desempenho. "Grande parte do PIB (Produto Interno Bruto) provém do agronegócio. Os rankings mostram que temos profissionalismo e rigor científico", diz Carlos Eduardo Pelegrino Serri, presidente da Comissão de Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba.
Os pesquisadores se dedicam a encontrar soluções acadêmicas e práticas. Millor Fernandes do Rosário, de 35 anos, estudou por mais de dez na Esalq. Desde o doutorado, defendido em 2008, pesquisa genética de frangos para corte e postura de ovos. "Além do campo, quis trabalhar com a análise laboratorial de DNA, na procura de genes associados a determinadas características dos animais", diz ele, hoje docente da Universidade Federal de São Calos (UFScar).
Referência em pesquisa aplicada, o agrônomo Elibio Rech, de 51 anos, atua em Biologia Molecular. Fez doutorado na Inglaterra nos anos 1980 e voltou para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Criou a primeira soja transgênica do Brasil, com a Basf. "O produto foi desenvolvido a partir de uma patente nossa e outra da empresa", diz ele, que também dá aulas na Universidade de Brasília (UnB).
A relação com o setor produtivo e o pioneirismo nas Engenharias de Alimentos e Agrícola elevam a Unicamp nos rankings, diz a pró-reitora de Pesquisa, Gláucia Pastore. "Temos muita relevância em inovação e criação de patentes no setor de alimentos, o mais competitivo da indústria brasileira."
Motivo de orgulho para a reitora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Nilda Soares, a boa posição nos rankings - entre as cem melhores - foi divulgada em cartazes. "Queremos que nossos alunos se orgulhem de que estão na universidade que mais contribui para a produção no cerrado."
Referência. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aponta a fundação da Embrapa, em 1973, como fundamental para que o País chegasse até aqui e pudesse comemorar. "O Brasil tem hoje liderança na agricultura tropical. Nossa força decorre do tamanho continental e das estratégias para a criação da Embrapa, de formar recursos humanos em outros países."
Serri, da Esalq-USP, também considera esse intercâmbio essencial. "A internacionalização faz com que a qualidade do produto final cresça e, consequentemente, aumente o número de citações de nossos pesquisadores em revistas científicas." O protagonismo na agricultura tropical, porém, tem invertido o fluxo do intercâmbio científico. "Antes, a gente tinha de insistir para conseguir parceiros. Hoje, podemos selecionar. Há meses em que recebemos mais de uma delegação por dia de reitores interessados em nosso trabalho", orgulha-se o pesquisador. 

Um comentário:

  1. Foi exatamente o componente de ligação entre pesquisa e indústria que, em minha opinião, não,foi destacado no "plano estratégico" da FIESP.

    A interação entre a pesquisa aplicada e a teórica, como pode ser demonstrado pelo caso do Agronegócio faz maravilhas por ambas. O setor consegue desenvolver tecnologias a um preço muitas vezes competitivos e adequados à realidade do país, enquanto que o setor acadêmico ganha um fator externo e objetivo que mede a "qualidade" das pesquisas (esse troço funciona de verdade para ser utilizado em escala comercial?). Uma mensuração externa de eficiência, além das burocracias do CNPq, Capes e etc (que tb tem seus méritos), pode ajudar muito.

    Se o Brasil sonha em liderar, não há outro caminho, o plano da FIESP é de quem ainda quer melhorar, mas não visa o ponto mais alto do pódio.

    ResponderExcluir

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.