Transcrevo o post abaixo não por qualquer motivação pró ou anti-gay. Não tenho nada a ver com essa causa, embora ache que eles fazem um pouco de barulho demais para menos de 10% da população (é o que me dizem os entendidos, e os intendidus...). Para mim eles podem casar à vontade e transmitir heranças entre eles, respeitados os direitos de outros familiares por acaso envolvidos, em algum momento, com a construção do patrimônio familiar (pois é, tem um monte de enrustido que sai do armário muito mais tarde do que deveria, mas compreendo essas coisas também). Mas sou contra, por exemplo, a adoção geral pelos casais gays, deixando aos juízes decidir caso a caso, embora eu mesmo acredite que nenhum juiz tem o direito de impor a uma criança, indefesa, psicologicamente frágil, essa experiência de ter de explicar na escola que seus país são, como diz o jornalista abaixo, Zézinho e Zezinho, ou Joaninha e Joaninha, o que inevitavelmente converterá essa criança em objeto de riso ou até dessa coisa que agora chamam (estupidamente, reconheço) de bullying.
Também acho que essas paradas gays descambam facilmente para o ridículo, quando não para o grotesco, o que eles justamente dizem que querem evitar da parte dos outros, mas acabam se oferecendo no plateau dos estereótipos mais bizarros que se possa pensar. Tem, em SP, esse incômodo maior de bloquear o acesso a hospitais das cercanias da Avenida Paulista, o que é uma crueldade com quem não tem nada a ver com essa parada ridícula.
Pois bem, não tenho nada contra os gays, mas acho que eles fazem muito barulho por pouca coisa.
Mas a postagem abaixo não tem nada a ver com isso.
Ela se destina apenas a comprovar (como se isso fosse preciso, ainda) como a Universidade brasileira descamba para um grotesco pior que uma parada gay, como revelado no "estudo" absolutamente esquizofrênico dessa economista, que de economista não tem nada, e apenas pretende servir a uma das causas politicamente corretas (e estúpidas) das chamadas Humanidades, que no Brasil já viraram (des)umanidadis, de tão ruim que anda o campo.
Realmente, a coisa está assumindo proporções tão amplas, que se eu fosse do CNPq pediria a um comitê que examinasse a fundamentação teórica e os objetivos práticos desses projetos que pretendem provar que todos nós, heterossexuais, somos preconceituosos, e apenas a malta é virtuosa.
Paulo Roberto de Almeida
Reinaldo Azevedo, 2/06/2013
São Paulo realiza hoje mais uma edição da Parada Gay. A imprensa militante — isto é, a antigamente chamada “grande imprensa” — fala em até 3,5 milhões de pessoas, o que é uma sandice. No ano passado, o Datafolha mediu o público com critérios técnicos: os anunciados 2 milhões se reduziram a 270 mil, considerando os curiosos que ocupam as calçadas. “Paradeiros” mesmo, que fizeram todo o percurso, estimou-se, ficaram em torno de 65 mil. Ainda assim, é bom notar, é bastante gente! Mas não são 2 milhões, certo? Isso é número que serve à propaganda, justificando, ainda que com dados falsos, o peso editorial desproporcional que jornais, TVs e meios eletrônicos conferem ao evento.
Ao longo da semana, publicaram-se várias reportagens de apoio: o mercado consumidor gay e a renda dessa faixa da população; a indústria do entretenimento gay em São Paulo; os preparativos e coisa e tal. Bem, tudo é mais ou menos a mesma coisa. As pautas ficam arquivadas, e aí é só atualizar o texto com entrevistados novos. Eis que, no Estadão (e ninguém deveria se surpreender mais com isso) deste domingo, uma reportagem foge da mesmice e informa: “Diversidade é maior entre casais gays”. É claro que há certa graça involuntária num título — ou terá sido picardia? — que informa ser maior a diversidade de um casal em que o Zezinho se casa com o Zezinho, não com a diversa Joaninha…
É que se falava de uma outra diversidade, a social!!! Ah, bom! Os subprodutos, agora supostamente acadêmicos, da cultura gay já ultrapassaram o limite da busca por aceitação e igualdade. Chegou a hora de provar a superioridade moral, intelectual e política da homossexualidade, no confronto com o que se passou a chamar de “heteronormatividade”. Qual e o busílis da reportagem, assinada por Luciano Bottini Filho e William Castanho? Prestem atenção!
Uniões de homossexuais registrariam maior variação de idade entre os parceiros (58,59% contra 45,96% dos héteros), de escolaridade (43,33% contra 37%) e de cor (36,74% contra 29,76%). Os dados foram coligidos pela economista Fernanda Fortes de Lena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Nisso é gasto o nosso dinheiro… Bem, bem, bem… Como explicar, não é?
Qualquer pessoa dotada de um mínimo de raciocínio matemático — seja hétero, gay, bi ou assexuado — entende de imediato a razão de as coisas serem assim: como o universo em que os gays podem escolher seus parceiros é absurdamente mais reduzido do que aquele em que os héteros fazem as suas opções, então a condição obrigatória (ser gay) acaba tornando menos importantes as condições ligadas ao mero gosto (idade parecida, mesma escolaridade ou mesma cor da pele). Ora, a condição exclusiva do universo em que os héteros selecionam potenciais parceiros é mais ampla do que a condição excludente — logo, eles podem partir para as exigências seguintes com muito mais chances de sucesso. Com os gays, dá-se o contrário: a condição excludente é muito maior do que a exclusiva, e o universo das escolhas se reduz dramaticamente.
O mesmo se daria — prestem atenção! — se viciados em Chicabon decidissem se casar só com outros viciados em Chicabon. Seria preciso deixar de lado outros critérios para, como dizia meu avô, “arrumar tampa pra binga” — a expressão quer dizer “achar o devido complemento”. Não estou comparando sexualidade com gosto por sorvete. Estou apenas deixando claro que, quanto menor o universo em que incide a condição necessária, mais se tende a relaxar nas condições meramente satisfatórias.
“Ciência” militante
Não, não, não! Se a coisa é óbvia, a chance de que seja aceita em certas áreas da universidade brasileira é muito reduzida. A tal economista Fernanda Fortes de Lena prefere extrair da evidência dos fatos uma lição de educação, moral e civismo: “Os casais gays, em razão de suas características de associação de cor e escolaridade, contribuem menos para a transmissão de desigualdades na estrutura social”. AHHH, BOM!!!
Sabem aquela ideia antiga de que, afinal de contas, a heterossexualidade responde, vá lá, pela continuidade da espécie? Esqueçam. Os héteros contribuem mesmo é para “transmitir a desigualdade na estrutura social”. A afirmação desta gigante do pensamento traz alguns desdobramentos lógicos, a saber:
a: quanto mais casais gays, então, menos desigualdade na estrutura social;
b: o incentivo à formação de casais gays seria um estímulo à igualdade;
c: mas esperem… Imaginemos, sei lá, uma cidade formada por milhões de gays de todos os tipos: jovens, velhos, ricos, pobres, negros, brancos, mestiços, universitários, secundaristas… Falo de um lugar em que houvesse um exponencial aumento da oferta de parceiros. Será que essa dita “diversidade” maior de manteria? Ora…
A psicóloga Adriana Numan até ensaia a resposta correta — a população reduzida de homossexuais limita as escolhas —, mas, depois, fica com medo do óbvio e solta uma pérola do politicamente correta: “Os gays não precisam copiar os modelos dos heterossexuais; eles criam suas próprias regras”. É? Quais regras? União civil, casamento e adoção de crianças, tudo indica, significa justamente “copiar as regras”, não é? Até mesmo nos casos de inseminação artificial. Mas atenção para o que vem agora.
“Há preponderância da valorização da diferença no universo homossexual, e não falta de escolha. Entre os heterossexuais, existe um ideal romântico, no qual o homem deve ser um pouco mais velho, e as uniões devem obedecer a certos padrões. Existem orientações culturais, como se fossem fantasias coletivas.”
Quem afirma essas barbaridades é uma senhora chamada Regina Facchini, antropóloga do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Huuummm… Entendi! Os heterossexuais participam de uma fantasia coletiva, orientadas pela cultura. Por alguma razão que a antropóloga deve saber, mas não conta para ninguém, os homossexuais estariam imunes a esse determinismo cultural. Não sei se a dona colabora com a causa. Passa a impressão de que o indivíduo decidiu escolher alguém do mesmo sexo só para demonstrar que não é desses que se deixa levar pela maioria… Se ela estiver certa, a gente deve acreditar que uma mulher escolhe um homem um pouco mais velho porque é uma tonta romântica; já o gay que casa com um parceiro mais maduro o faz para deixar claro que valoriza a diversidade. Escrevo de novo: quando a Joaninha se casa com o Zezinho, está apenas reproduzindo a mesmice sem imaginação; se, no entanto, o Zezinho pega o Zezinho, e a Joaninha, a Joaninha, aí, sim, existe diversidade!!!
Evangélicos
No dia 25 do mês passado, aconteceu no Rio a “Marcha para Jesus”, promovida por denominações evangélicas. Reuniu, segundo estimativas da própria polícia, 500 mil pessoas. Digamos que tenha sido a metade. É muita gente mesmo assim. O evento foi solenemente ignorado pela antiga grande imprensa. Era como se aquilo não tivesse acontecido. As marchas da maconha em São Paulo ou no Rio, que juntam entre 1 mil e 1,5 mil manifestantes, sempre mereceram cobertura mais ampla e mais entusiasmada — e invariavelmente a favor. No dia 5, na quarta-feira, denominação cristãs — e os católicos também estão sendo convidados — realizarão em Brasília, a partir das 15h, outra manifestação, desta feita em defesa da liberdade de expressão, da liberdade religiosa, da família tradicional e da vida — leia-se: contra o aborto. Também será ignorada? Vamos ver.
Antes que alguns bobalhões comecem a “bobalhar”, deixo claro: não estou contra passeata de ninguém — embora seja um absurdo realizar o ato gay na Paulista por razões óbvias. Chegar a pelo menos dez hospitais da região se torna tarefa impossível. Cada um faça o que achar melhor, nos limites da lei. A minha questão diz mais respeito à imprensa do que aos manifestantes; diz respeito aos fatos. Ah, sim: o Félix da novela ficou inconsolável com essa parte da “igualdade social”…
2 comentários:
O argumento do Reinaldo está errado, o tamanho da população não é fator determinante para a escolha entre classes, pois ao mesmo tempo que reduz o universo de oferta, também reduz na mesma proporção a procura.
A seguir detalho porque o argumento está errado.
Um exemplo numérico ilustra isso claramente: imagine que temos duas classes: A e B. A população de homens tem uma distribuição de 70(A)-30 (B) enquanto que a das mulheres se distribuem na forma 60-40. Nesse caso, se houvesse preferência de formação de pares de mesma classe, haveriam 10 casais de classes mistas, que reflete a difeerença entre oferta e procura, um total de 10% da população.
Se repetimos o exemplo anterior para populações menores, de apenas 10 indivíduos, as distribuiçóes seriam 7-3 e 6-4, de forma que teríamos 1 casal de classe mista, ou seja 10% da população.
O que afeta realmente a "diversidade" é a proporção das classes. No caso dos homossexuais, o fato de existir apenas um sexo faz com que uma menor diversidade fosse esperada, no caso de existir preferência pelas mesmas classes, pois seria possível para cada indivíduo encontrar um par na sua classe, qualquer que fosse a distribuição (70-30; 60-40; 10-90, não importa).
Não conheço os detalhes do estudo e nem quero entrar no mérito de se a questão vale o dinheiro dos impostos, mas parece existir uma boa chance da pesquisadora estar correta em suas conclusões (de detecção do fenômeno, não da causa, que não julgo o mérito).
O argumento do Reinaldo está errado, o tamanho da população não é fator determinante para a escolha entre classes, pois ao mesmo tempo que reduz o universo de oferta, também reduz na mesma proporção a procura.
A seguir detalho porque o argumento está errado.
Um exemplo numérico ilustra isso claramente: imagine que temos duas classes: A e B. A população de homens tem uma distribuição de 70(A)-30 (B) enquanto que a das mulheres se distribuem na forma 60-40. Nesse caso, se houvesse preferência de formação de pares de mesma classe, haveriam 10 casais de classes mistas, que reflete a difeerença entre oferta e procura, um total de 10% da população.
Se repetimos o exemplo anterior para populações menores, de apenas 10 indivíduos, as distribuiçóes seriam 7-3 e 6-4, de forma que teríamos 1 casal de classe mista, ou seja 10% da população.
O que afeta realmente a "diversidade" é a proporção das classes. No caso dos homossexuais, o fato de existir apenas um sexo faz com que uma menor diversidade fosse esperada, no caso de existir preferência pelas mesmas classes, pois seria possível para cada indivíduo encontrar um par na sua classe, qualquer que fosse a distribuição (70-30; 60-40; 10-90, não importa).
Não conheço os detalhes do estudo e nem quero entrar no mérito de se a questão vale o dinheiro dos impostos, mas parece existir uma boa chance da pesquisadora estar correta em suas conclusões (de detecção do fenômeno, não da causa, que não julgo o mérito).
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