(a) uma violenta crise econômica, que recoloca todo o funcionamento do sistema produtivo em novas bases;
(b) uma revolta aristocrática, burguesa, em todo caso elitista, quando senhores da economia resolvem dar um basta na gastança irresponsável dos governantes, eventualmente decapitando algum, e pendurando outro pelo pescoço...
Por que a Argentina estaria no limite da sua irresponsabilidade fiscal, com "só" 47% do PIB? Por que não poderia o seu governo ultrapassar 50% do PIB. Existe algum limite político, econômico, psicológico, natural para isso? Não acredito. Ela pode facilmente ir a 55%, ou mais, de arrecadação e gastos, basta saber vender sua mensagem dizendo que o faz pelo bem comum.
Ou basta virar uma ditadura, mas talvez não precise tanto: basta virar um regime corporativo, com amplo envolvimento das máfias sindicais na gestão pública, o que significa, em outros termos, um sistema fascista.
O fascismo econômico não precisa ser totalmente estatizado, basta que o Estado controle as atividades do setor privado, e deixe a propriedade formal dos meios de produção em mãos privadas.
Não pensem que estamos longe disse: mais alguns anos o Brasil chega lá: dependendo da contabilidade que se faça, o Brasil já ultrapassou 38% (ou mesmo mais de 40%, na metodologia antiga do IBGE) do PIB, e para todos os efeitos já somos uma economia fascista, com essa república sindical já instalada no poder político e nos fundos de pensão.
O Brasil precisaria de uma boa fronda empresarial, ou seja, uma revolta fiscal para conter esse ogro insaciável que se chama Estado, com esse gastador compulsivo a frente, que é o Governo, irresponsável e perdulário, como vários governos. Enquanto isso não ocorrer, o Brasil estará seguindo o caminho da Argentina,... e da Grécia.
Sinto alarmar os ingênuos...
Paulo Roberto de Almeida
Especialistas dizem que Argentina chegou ao limite do gasto público
Por Marli Olmos
Valor Econômico, 18/10/2013
MAR DEL PLATA - Equivalente a 46,9% do Produto Interno Bruto, um recorde histórico, o gasto público na Argentina "chegou ao limite", segundo Juan José Llach, professor e diretor do Centro de Estudos de Governo, Empresa e Economia.
Diante de uma plateia de empresários que parecia já cansada de tanto abordar esse tema sem esperanças de mudança, Llach participou de uma das discussões mais concorridas nesta sexta-feira, 18, segundo dia de um encontro organizado pelo Idea, um instituto que une o setor produtivo na busca de discussões para o desenvolvimento do país.
Na última década, o gasto público argentino aumentou 17%, é 10% maior que o brasileiro e está 15% acima da média dos países emergentes, segundo dados do centro de estudos. Desde 2000, a carga tributária argentina cresceu 53%.
Com os gastos concentrados, os repasses às províncias são escassos, o que tem levado a uma constante elevação de tributos regionais. Segundo Guilhermo Pérez, presidente do grupo GNP, desde 2000, o imposto na província de Buenos Aires para o comércio subiu de 2,5% para 5%.
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