segunda-feira, 17 de março de 2014
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Eu iria escrever "em reação ao golpe militar", mas me dei conta que a expressão não se aplicava e de fato seria totalmente equivocada, não só em relação ao Brasil, mas para outros países latino-americanos também.
Cuba não foi suspensa da OEA apenas por ser comunista, ou marxista-leninista, como pretendia Fidel desde 1961.
Fidel apoiou movimentos guerrilheiros na Venezuela e na América Central desde essa fase, e o governo venezuelano de então, recém saído de uma ditadura militar, levou o caso da intervenção armada cubana nos seus assuntos internos imediatamente após sua proclamação marxista-leninista de abril de 1961.
De fato, mesmo que não houvesse golpe militar no Brasil, em 1964, os comunistas cubanos já estavam preparando guerrilheiros e movimentos armados para atuar no Brasil, talvez ainda no governo Goulart, possivelmente no governo seguinte (a reunião da OLAS, em Havana, se deu em 1965, que é quando Guevara ainda estava no Congo, mas já se preparava para voltar à América Latina).
Enfim, depois desta pequena introdução, dois dos comentários recebidos.
Paulo Roberto de Almeida
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Luiz Eduardo Rocha Paiva
Diga-me um caso histórico de guerra contra-revolucionária que não tenha sido violenta. Agora, me aponte uma que tenha sido menos traumática do que a brasileira.
Ambos os lados defendiam seus ideais. No governo e na oposição legal, havia a visão de futuro de um país democrata e na luta armada a de um país comunista, como reconhecido por ex-militantes sinceros.
Toda guerrilha começa fraca e se tiver apoio popular ou controlar a população consegue se fortalecer e firmar. Se o Governo não agisse com oportunidade, hoje poderíamos ter uma FARC como a Colômbia ou as consequências que vi na conflito em El Salvador – mais de 70 mil mortos, 400 mil desabrigados, um milhão de refugiados nos EUA – tudo isso num país de sete milhões de habitantes e do tamanho de Sergipe.
A sociedade apoiou o Estado contra a luta armada e, por isso, sua neutralização levou apenas nove anos. A anistia não foi para pacificar a sociedade, mas sim grupos antagônicos radicais delimitados, à esquerda e à direita, que poderiam dificultar a redemocratização.
A esquerda revolucionária no Brasil não teve o reconhecimento de nenhuma democracia e de nenhum organismo internacional de que representasse parte do povo brasileiro e lutasse por democracia.
É hipocrisia a condenação dos governos militares por quem professava e ainda professa a ideologia de ditaduras totalitárias responsáveis pelos maiores crimes contra a humanidade como foram a União Soviética e a China maoísta. Se conquistassem o poder, cometeriam atrocidades, no mínimo, iguais às de Cuba de Fidel, ícone de nossos governantes.
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