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terça-feira, 25 de março de 2014

Venezuela: o comeco do fim da ditadura chavista? Ainda nao, mas a situacao se deteriora...

Reinaldo Azevedo, 25/03/2014

A situação se deteriora na Venezuela. O ditador Nicolás Maduro anunciou que foram presos três oficiais-generais da Força Aérea que estariam envolvidos numa tentativa de golpe. Segundo ele, os militares, que seriam ligados à oposição, pretendiam mobilizar a Aeronáutica contra o governo. Expurgos nas Forças Armadas, em regimes de força, como é hoje o que se exerce na Venezuela, costumam ser um passo importante da crise e um sinal óbvio de degradação do poder do tirano. A ser verdade que três generais estavam prestes a se rebelar, então é evidente que o descontentamento é maior. É bom que fique claro que o regime venezuelano não se distingue de uma ditadura militar. Na cúpula do Exército, diga-se, há chavistas que são internacionalmente procurados por tráfico de drogas.
O anúncio de Maduro foi feito durante uma reunião com representantes da Unasul, o fórum de países sul-americanos, que se transformou em mero esbirro da ditadura venezuelana.
Os respectivos nomes dos militares presos não foram divulgados. A informação de que seriam ligados à oposição é, obviamente, inverossímil. Por mais radicais ou ingênuas que fossem as forças que se opõem a Maduro, sabem que não há espaço para uma espécie de quartelada no país — ainda que o líder tenha enlouquecido. O mais provável é que o presidente demencial esteja à cata de bodes expiatórios e de símbolos que possam evidenciar a suposta tentativa de golpe de estado.
Maria Corina Machado
Uma comissão de deputados de oposição recorreu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que, na Venezuela, é o correspondente ao nosso STF, acusando Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, de agir ilegalmente ao declarar que a deputada Maria Corina Machado perdeu o mandato. Eles qualificaram a medida de “sem efeito”.

Os deputados ainda tentaram aprovar uma moção derrubando a decisão de Cabello, mas não conseguiram. Os parlamentares, então, se dirigiram em massa para o TSJ. No tribunal, o deputado Miguel Ángel Rodríguez afirmou que a medida de Cabello é uma “violação grave” dos direitos individuais, da Constituição, de tratados internacionais e do Regimento Interno da Assembleia Nacional. Alfonso Marquina, por sua vez, destacou que Cabello não tem o poder para destituir um deputado, que só pode deixar o cargo, segundo a Constituição, com a morte, a renúncia, referendo revogatório ou uma sentença condenatória do TSJ, que julga o parlamentar depois de a Assembleia suspender a imunidade parlamentar.

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