Cultura Brasileira
O "Jornal do Brasil" dedicou, uma página inteira ao livro "Cultura Brasileira de hoje", mostrando, graças a Deus, que o mais que centenário veículo de comunicação – impresso e digital – está aí para incentivar os valores eternos da Educação e da Cultura.
A autora do livro enriquece a reportagem com o artigo: "Diálogos interartísticos". O livro é um projeto da Fundação Casa de Ruy Barboza. Flora Sussekind, do setor de Filologia da (FCRB) e seus parceiros Tânia Dias, Bia Lessa, Ronaldo Brito, Carlito Azevedo, Arjan Martins, José Rezende e Silviano Santiago foram fundo na realização dos depoimentos conjuntos – duplas de intelectuais e artistas de atuação relevante em áreas diversas. "O trabalho tem a intenção de investigar o estado das artes, da literatura e da crítica no país, assim como as formas de interação entre esses campos". Que beleza! A obra – em três volumes – é apenas o começo, de um projeto ambicioso que vai ter continuidade. Algo que precisava ocorrer em nosso Brasil, tal como acontece no exterior há muito tempo. Parêntese: tenho prá mim que, apesar dos pesares, estamos melhorando. Um outro livro: "A diplomacia na construção do Brasil – 1750 – 2016", fantástica realização de um homem extraordinário, o embaixador Rubens Ricupero, "A mais completa e atualizada história das relações do Brasil com o mundo". Comparo seu trabalho com a façanha de nosso conterrâneo Francisco Adolfo de Varnhagen, que inaugurou a história escrita da pátria brasileira com seu livro seminal: "História da Independência do Brasil", no século 19. Uma edição deste monumental registro historiográfico foi publicado pelo Instituto Nacional do Livro e veio à luz em 1972.
Voltando ao nosso assunto de hoje:
O cineasta, escritor e professor Sylvio Tendler, consagrado pelos documentários que realiza desde a juventude – entre eles "Os anos JK", é um dos personagens dos livros que compõem os "Diálogos". Ele, porém, não conseguiu participar do lançamento, por que o local escolhido não dispõe de condições para cadeirantes. Vexame! Mas não é novidade, nem aqui, nem alhures.
Na minha longeva carreira de leitor e escritor tive oportunidade de criar algumas frases. A melhor delas aconteceu durante a ditadura. O Planalto estava incomodado com o fora Temer da época: "Brasil, ame-o ou deixe-o". Aproveitando a maravilhosa atuação da seleção canarinho em Guadalajara, em 1970, em meio à uma reunião, um autêntico "Brain Storm", em uma segunda-feira, após arrasadora vitória do Brasil, a capa da "Veja" mostrava um carro esportivo com a capota arriada. Sentados e em pé, uma galera – moças e rapazes em trajes sumários – agitando a bandeira verde e amarela, na avenida Atlântica, em tarde de sol. A
reunião já durava uma hora ou mais. De estalo, lembrei-me da foto e soltei: "Ninguém segura o Brasil". Foi um gol de placa. O coronel chefe da comunicação da Presidência gostou e pediu: "para a final, domingo próximo, vamos inundar o Rio com adesivos, cartazes e o que mais pudermos – a bandeira e a frase". Foi assim.
Em outra ocasião para divulgar uma feira de livros, Josué Montello, então presidente do SNEL – Sindicato Nacional de Editores de Livro, pediu-me para produzir um folheto. Fí-lo, com alegria, sob o tema: "Sem leitura, não há Cultura". Acho que é isso, sempre!
Serviço: "Jornal do Brasil", caderno B, página 5, 16-04-18; "A diplomacia na Construção do Brasil – 1750-2016 – Rubens Ricupero, Editora Versal Editores, 1a edição, Rio de Janeiro, 2017, páginas 22 e 760 (bibliografia seletiva).
Reflexão: "Culto – instruído. Cultura: conhecimento, instrução; civilização cultural" – Mini Houaiss – Editora Objetiva, 2001
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