Um “filho” do Império britânico fala da importância desse império para o mundo. Aproveito para confirmar que uma boa leitura complementar é o livro Empire, do historiador Niall Ferguson, atualmente nos EUA, uma das mais brilhantes realizações imperiais, como ele também estudou em Colossus (mas onde também lamenta que o rebento nunca quis vestir o manto imperial do criador).
Li, até onde foi possível pela oferta do editor, a introdução do autor, um filho de Indianos do Punjab, nascido na Inglaterra, mas que foi para a escola primária sem sequer falar inglês, e que depois se tornou um grande jornalista da mídia britânica. Era preciso um filho do Império britânico — o maior do mundo em toda a história — para falar, bem, desse grande império, que se tornou grande pelo tráfico de escravos e pelo comércio de mercadorias coloniais.
Uma história bem humorada, revelando coisas que os próprios britânicos desconhecem que são imperiais, ou coloniais. O império britânico já quase acabou, mas ofereceu grandes coisas ao resto da humanidade. Talvez, um quarto do que o mundo é hoje, em tudo, seja o produto do Império britânico, mas metade desse mundo é indiano e chinês, dois grandes impérios que foram subjugados, dominados e humilhados pelo primeiro. Coisas da vida e da história: em mais algumas décadas, o mundo será, de novo ou novamente, indiano e chinês. Esperem e verão: indianos e chineses serão os que, por sua vez, humilharão britânicos e "ocidentais", pela criatividade de seus povos respectivos. A História se vinga.
Paulo Roberto de Almeida
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