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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Mini-reflexão sobre essa dicotomia mercados-Estado (ou interesses individuais e coletivos) - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre essa dicotomia mercados-Estado (ou interesses individuais e coletivos)

Paulo Roberto de Almeida


Volta e meia, dando meias voltas nas redes sociais, eu me deparo com essas críticas furibundas à “ditadura dos mercados”, à ideologia “neoliberal”, às desigualdades e à concentração de renda que seriam “típicas”, ou “inerentes” ao capitalismo desumano, que seria contrário aos valores “verdadeiramente humanos” da solidariedade, da fraternidade, da própria humanidade, ao privilegiar os interesses puramente materiais de acumulação de riquezas, de lucro individual, de ambições mesquinhas e egoistas. 

Não é só em determinadas academias — as faculdades de Humanidades — que se usa, e se ousa, tal tipo de retórica: até o Papa Francisco, um homem profundamente piedoso, integralmente bom, preocupado com a situação dos mais humildes, exibe esse tipo de preocupação.

Pois eu pergunto: quem são os “adoradores do Deus mercado”? Apenas os endinheirados, os donos do capital? Todos os demais acreditam em quem? Nos detratores do mercados? Nos “adoradores do Estado”? 

Quando se é maniqueísta se chega a esse tipo de pensamento binário. 

Mas o mundo se reduz a isso? 

Acredito que exista muita pobreza de pensamento ao se raciocinar de modo simplisticamente binário. 

Mercados são formados por indivíduos e não existem fora das fugazes interações que se estabelecem entre eles.

As condições sob as quais indivíduos entram e saem dos mercados são determinadas por um determinado estoque de realizações (patrimônio) e de conhecimento, que só existem socialmente, mas que podem ser mudados no plano individual, pela força da vontade, pela necessidade, pelo tino individual. 

Liberdade é essencial na realização de determinados objetivos individuais e sociais. Sociedades defensoras e promotoras de liberdades são em geral mais prósperas e mais felizes.

Acredito que se deva valorizar a liberdade humana. Acredito, também, que ela se encontra mais do lado dos mercados do que do lado da administração central, ou Estado.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 23/02/2021

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