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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Memória Diplomática: Linha do tempo de Paulo Roberto de Almeida

5072. “Memória Diplomática: Linha do tempo de Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 28 de setembro de 2025, 8 p. Complemento ao trabalho 5062, contendo roteiro cronológico ilustrado sobre as principais etapas da vida pessoal e da carreira diplomática, para subsidiar entrevista gravada com organizadores do Museu da Pessoa, em projeto encomendado pela ADB, em 3/10/2025; incluindo os livros sobre questões internacionais publicados ao longo da carreira. Faltam fotos, recortes das várias etapas.

Memória Diplomática – Linha do tempo de Paulo Roberto de Almeida


Brasília, 29 de setembro de 2025
Pequeno roteiro cronológico ressaltando principais etapas da carreira diplomática, com vistas a entrevista gravada com organizadores do Museu da Pessoa, em projeto encomendado pela ADB, em 3/10/2025.


1) 1977: Ingresso na carreira: origem social; autoexílio na ditadura (1970); estudos na Bélgica: graduação (1975):

032. Idéologie et Politique dans le Développement Brésilien, 1945-1964, “Mémoire” de Licence (Bruxelles : Université Libre de Bruxelles, Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques, 1976, 108 p.).

Mestrado e início do doutoramento; decisão de voltar ao Brasil; projeto de carreira acadêmica; concurso em plena tentativa de golpe de Frota; teste para possível fichamento SNI: concurso Itamaraty; fichamento ocorreu logo em seguida: descoberta mais tarde;
(fichado como “diplomata subversivo” no Arquivo Nacional de Brasília: diretório SNI)

2) 1979-1985: casamento; primeiros postos no exterior: Berna e Belgrado: término do doutoramento; viagens pelo socialismo; revisão das concepções políticas e sobre a economia; alguns escritos ainda sob outros nomes: brasileiros na guerra civil espanhola;

Um dos meus primeiros trabalhados publicados, ainda na ditadura:

066. “Brasileiros na Espanha: um estudo preliminar sobre a participação de brasileiros na Guerra Civil Espanhola”, Brasília, 9-28 outubro 1979, 28 p. Ensaio de pesquisa histórica, sintetizando informações de fontes primárias e secundárias. Publicado, [PR], em Temas de Ciências Humanas (São Paulo, Ano 1980, volume 9, p. 125-158). Relação de Publicados n. 013.

084. Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil : une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise, Thèse présentée en vue de l'obtention du Grade de Docteur ès Sciences Sociales, Directeur : Prof. Robert Devleeshouwer (Bruxelles : Université Libre de Bruxelles, Année Académique 1983-84, Tomes I et II, 503 p.). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/15308281/84_Revolution_Bourgeoise_au_Bresil_these_de_doctorat_1984_). Relação de Trabalhos Publicados n. 018.

3) 1985-1987: trabalho na SERE: professor na UnB e no IRBr: sociologia política; inflação e planos econômicos frustrados; primeiros escritos sobre partidos políticos e política externa, parlamento; convocação da Constituinte: trabalhos sobre Diplomacia e Constituição.

100. “Partidos Políticos e Política Externa”, Brasília, 25 novembro 1985, 51 p. Artigo sobre a interação dos partidos políticos com a política externa, do ponto de vista programático e da experiência congressual. Publicado na Revista de Informação Legislativa (Brasília, Ano 23, n. 91, julho-setembro 1986, p. 173-216) e na revista Política e Estratégia (São Paulo, vol. IV, nº 3, julho-setembro 1986, p. 415-450). Relação de Trabalhos Publicados n. 023 e 025.

4) 1987-1990: Convite para Washington de Marcílio Marques Moreira (Paulo Tarso); remoção para Genebra, Desarmamento e Delegação Econômica: Paulo Nogueira Batista e Rubens Ricupero: Rodada Uruguai; Unctad; Ompi; estudos de economia e comércio internacional; primeira tentativa de fazer um trabalho sobre a formulação da política econômica externa

5) 1990-1992: Montevidéu-ALADI; Sensação de grande potência no pequeno Uruguai, ainda muito atrasado; estudo sério da integração: Alalc-Aladi-Mercosul; governo Collor: primeira tentativa de modernização econômica no Brasil; revisão de grandes conceitos da diplomacia terceiro-mundista; algumas incursões acadêmicas;
Livro: Mercosul: Textos Básicos (Brasília: IPRI-Fundação Alexandre de Gusmão, 1992, Coleção Integração Regional nº 1; esgotado).

6) 1992-1993: Breve estada em Brasília: primeiro livro sobre a integração e o Mercosul (1993); intensas atividades acadêmicas em diversas instituições do Brasil; muitas viagens para explicar a integração e divulgar seus principais aspectos;

Livro: O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9; Estante Virtual; Academia.edu).

7) 1993-1995: Paris: setor econômico da embaixada, Clube de Paris, OCDE; vida universitária; aprofundamento na História; colaboração com a professor Katia Mattoso; livrinho de história do Brasil; viagens pela Europa.

8) 1995-1999: SERE: chefia da DPF, acordos de investimentos; diplomacia bastante casada à política externa; tese sobre Brasil e OCDE rejeitada em 1996; tese sobre a Formação da diplomacia econômica no Brasil (publicada posteriormente).
Livros publicados:
1) José Manoel Cardoso de Oliveira: Actos Diplomaticos do Brasil: tratados do periodo colonial e varios documentos desde 1492 (edição fac-similar, publicada na coleção “Memória Brasileira” do Senado Federal; Brasília: Senado Federal, 1997; 2 volumes; Volume I: 1493 a 1870; Volume II: 1871 a 1912; Academia.edu);
2) Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5; esgotado; Amazon.com);
3) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (edição fac-similar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13; 420 p.; Academia.edu);
4) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3; esgotado; Academia.edu);
5) O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, na coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9; Estante Virtual);
6) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5; esgotado; Academia.edu)
7) Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social (São Paulo: LTr, 1999, com Yves Chaloult);
8) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3; Estante Virtual; Academia.edu).

9) 1999-2003: ministro-conselheiro em Washington; trabalho com brasilianistas; ataques terroristas em NY e W.DC; eleição de Lula; invasão do Iraque;
Diversos livros publicados:
1) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud, Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5);
2) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Editora Senac, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9;
3) Une histoire du Brésil: pour comprendre le Brésil contemporain (avec Katia de Queiroz Mattoso; Paris: Editions L’Harmattan, 2002, 142 p.; ISBN: 978-2747514538; Amazon.com.br) ;
4) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5’esgotado; Estante Virtual; Academia.edu);
5) O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000 (ed. Com Marshall C. Eakin; Rubens Antônio Barbosa; São Paulo: Paz e Terra, 2002; ISBN: 85-219-0441-X; Academia.edu).
6) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8; esgotado; Estante Virtual).

10) 2003-2006: convite para dirigir mestrado do IRBr, vetado pela nova chefia; temas candentes: Alca, política econômica e escolhas diplomáticas do lulopetismo; trabalho no Núcleo de Assuntos Estratégicos, fora do Itamaraty, mas na PR; ministro Gushiken; saída no ingresso de Roberto Mangabeira; retorno ao MRE, mas sem qualquer oportunidade de trabalho na SERE; professor no Ceub, até 2021.
Livros publicados:
1) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8; esgotado; Estante Virtual);
2) Envisioning Brazil: A Guide to Brazilian Studies in the United States, 1945-2003 (with Marshall C. Eakin; Madison: Wisconsin University Press, 2005, 536 p.; ISBN: 0-299-20770-6; Amazon);
3) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2005, 328 p.; ISBN: 978-85-02-05385-4);
4) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2ª edição; São Paulo: Editora Senac, 2005, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9);
5) Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, 440 p.; coleção Relações internacionais e integração n. 1; ISBN: 85-7025-738-4; esgotado; Amazon.com.br).

11) 2006-2010: ostracismo e refúgio na Biblioteca do Itamaraty; reflexões sobre a diplomacia brasileira e as escolhas do lulopetismo diplomático; intensa atividade acadêmica; viagens pelo Brasil nas universidades.
Livros publicados:
1) O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2; Amazon.com.br; Academia.edu);
2) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (Rio de Janeiro: Freitas Bastos, edição eletrônica, 2009, 191 p.; ISBN: 978-85-99960-99-8; esgotado; ASIN: B00F2AC146);
3) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6; Amazon.com.br);
4) Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos (com Rubens Antônio Barbosa e Francisco Rogido Fins; Brasília: Funag, 2010, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-274-1; Academia.edu);
5) O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; esgotado; ASIN: B00F2AC146).

12) 2010: curta estada na China; pavilhão brasileira na Exposição Universal de Xangai; viagens pela China, Macau, Hong Kong, Japão; blog: http://shangaiexpress.blogspot.com/

13) 2012: licença-prêmio, convite como professor no IHEAL-Sorbonne: 6 meses em Paris e viagens pela Europa;
Livro publicado:
Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 328 p.; ISBN: 978-85-216-2001-3; esgotado; não disponível na Amazon; Estante Virtual).

14) 2013-2015: último posto no exterior: consulado geral em Hartford, CT; intenso trabalho acadêmico: livro sobre o lulopetismo diplomático; viagens pela América do Norte; a maior crise da história econômica do Brasil: 2014-15.
Livros publicados:
1) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 192 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7; Amazon.com.br);
2) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (Brasília: 1ª edição: 2014; 2ª. edição: 2018; Kindle edition; 809 KB; ASIN: B00P9XAJA4);
3) Rompendo Fronteiras: a Academia pensa a Diplomacia (Kindle, 2014, 414 p.; 1324 KB; ASIN: B00P8JHT8Y);
4) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Kindle, 2014, 326 p.; ASIN: B00P6261X2; Academia.edu; ).
5) Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas (Kindle edition, 2014, 151 p., 484 KB; ASIN: B00OL05KYG);
6) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Hartford: edição para a Funag, 2013, 667 p; não publicada; disponível em Research Gate; 2ª. edição de Autor; 16/07/2014, 663 p.; Academia.edu; Research Gate);
7) Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8; Academia.com.br);
8) The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (with Ted Goertzel; 2015, 278 p.; Edição Kindle, ASIN: B00NZBPX8A; ISBN: 978-1-4951-2981-0; Amazon);
9) Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste : Démocratie et autoritarisme au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6 ; Inroduction : Academia.edu; livre complet : Amazon.com);
10) Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3; Amazon.com; Amazon.com.br);
11) O Panorama visto em Mundorama: Ensaios Irreverentes e Não Autorizados (Hartford: 2a. edição do autor, 2015, 294 p.; DOI: 10.13140/RG.2.1.4406.7682; nova edição, ampliada dos artigos até o final de 2015, em 4/12/2015, em 374 p.; Research Gate; edição original: Academia.edu);
12) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015; 543 p.; 1908 KB; DOI: 10.13140/RG.2.1.1916.4006; Academia.edu; ASIN: B082Z756JH; Research Gate).
13) Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, e-book, 2016, 450 p.; 1366 KB; Kindle, ASIN: B0758G8BXL; Amazon.com.br).

15) 2016: Impeachment de Dilma Rousseff; finalmente o retorno a um trabalho na SERE;
Livro publicado:
Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (Brasília: Senado Federal, 2016, 504 p.; ISBN: 978-85-7018-696-6; Academia.edu).

17) 2016-2018: diretor do IPRI: intensa produção de livros e palestras, viagens pelo Brasil e no exterior (Portugal: Estoril Political Forum); relatório de atividades: dezembro 2018.
Livros publicados:
1) Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima; Paulo Roberto de Almeida; Rogério de Souza Farias (orgs.); Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; vol. 1, 568 p.; ISBN: 978-85-7631-696-1; vol. 2, 356 p.; ISBN: 978-85-7631-697-8);
2) O homem que pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-8547304850; Diplomatizzando; Amazon.com.br);
3) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª edição; Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; 964 p.; ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume; 2º volume);
4) A Constituição contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394; Amazon).

18) 2019-2021: novo ostracismo sob o bolsonarismo diplomático: livros sobre as aberrações da diplomacia bolsolavista; pandemia e os horrores do negacionismo vacinal.
Livros publicados:
1) Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9; Amazon.com.br);
2) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5; Boa Vista: Editora da UFRR, Clube de Autores, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42; ISBN livro impresso: 978-85-8288-201-6; ISBN livro eletrônico: 978-85-8288-202-3; Academia.edu; Amazon.com.br);
3) Vivendo com livros: uma loucura gentil (Brasília: Edição de Autor, 2019, 344 p.; 557KB; ISBN: 978-65-00-06750-7; Kindle, ASIN: B0838DLFL2);
4) Um contrarianista no limbo: artigos em Via Política, 2006-2009 (Brasília: Edição de Autor, 2019, 331 p; 2439 KB; Kindle, ASIN: B083611SC6; Academia.edu);
5) Minhas colaborações a uma biblioteca eletrônica: contribuições a periódicos do sistema SciELO (Brasília: Edição de Autor, 2019, 525 p.; 920 KB; Kindle, ASIN: B08356YQ6S);
6) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Brasília, Edição do Autor, 2019, 543 p.; 1908 KB; Kindle, ASIN: B082Z756JH);
7) O panorama visto em Mundorama: ensaios irreverentes e não autorizados (Brasília: 2ª. edição do Autor, 2019, 655 p.; 5725 KB; Academia.edu; Kindle, ASIN: B082ZNHCCJ);
8) Pontes para o mundo no Brasil: minhas interações com a RBPI (Brasília, Edição do Autor, 2019, 685 p.; 1693 KB; Kindle, ASIN: B08336ZRVS);
9) Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 200 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; Kindle, ASIN: B082YRTKCH); 2ª edição: Brasília: Diplomatizzando, 2023, 214 p.; ASIN: B0CR31C5YG)

19) 2022: aposentadoria, continuidade do trabalho acadêmico; mais livros e dedicação aos netos e a meus próprios livros.
Livros publicados:
1) A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022, 277 p.; 1377 KB; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4);
2) Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (São Paulo: LVM Editora, 2022, 304 p.; ISBN: 978-65-5052-036-6; Amazon).

20) 2023-2025: organização da doação de minha biblioteca ao Itamaraty: “Coleção PRA” na Biblioteca do Itamaraty;
Livros e publicações mais recentes:
1) O Brasil no contexto regional e mundial: artigos sobre nossa dimensão internacional (Brasília: Diplomatizzando, 2023, 216 p.; 1323 KB; ISBN: 978-65-00-89870-5; ASIN: B0CR1Z682R);
2) Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (2ª ed.; Brasília: Diplomatizzando, 2023, 307 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; ASIN: B0CR31C5YG; 1ª. edição: Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 283 p.; 844 KB; ISBN: 978-65-00-05969-4; Edição Kindle, ASIN: B082YRTKCH);
3) Treze ideias fora do lugar nas relações internacionais do Brasil: argumentos contrarianistas sobre a política externa e a diplomacia (Brasília: Diplomatizzando, 2024, 91 p.; ISBN: 978-65-00-91081-0; ASIN: B0CS5PTJRL; Kindle).
4) Constituições brasileiras: ensaios de sociologia política (Brasília: Diplomatizzando, 2024, 187 p; ISBN: 978-65-01-23460-1; Kindle: ASIN: B0DNM4G28D; 1456 KB; 266 p. Disponível na Amazon.com.br).
5) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação (Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves; ISBN: 978-85-265-0497-4; São Paulo: Editora Unifesp; ISBN: 978-65-5632-199-8; 2025, 425 p.);
6) Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil (Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades, 2025, ISBN: 978-65-86972-43-6, 364 p.).

Brasília, 28 setembro 2025, 8 p.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

A Guerra na Ucrânia - Capítulo 1: Introdução, Linha do Tempo - Marcelo Guterman

 Início de uma série:

A Guerra na Ucrânia - Capítulo 1: Introdução, Linha do Tempo e Referências

Motivação e capítulos

A ideia inicial dessa série era ser apenas um artigo para rebater um documentário produzido pelo Brasil Paralelo, “A Face Oculta de Zelensky”, que enquadra o presidente da Ucrânia como o culpado pela guerra em seu país. Segundo a narrativa do documentário, no final de 2019, Zelensky, pressionado por grupos nacionalistas nazistas, não teria dado continuidade a um acordo com Putin, que já havia sinalizado o fim dos movimentos separatistas da região do Donbas. A partir daí, continua a narrativa, Zelensky foi endurecendo cada vez mais, e foi questão de tempo para que Putin decidisse invadir a Ucrânia. O documentário vai além, insinuando que, para Zelensky, interessa que a guerra continue indefinidamente, pois assim, pode exercer seus poderes ditatoriais “legalmente”.

Comecei a pesquisar em materiais da época, para entender melhor a dinâmica dos acontecimentos. E, como tudo em história, uma coisa puxa a outra e, se não tomamos cuidado, a coisa termina em Adão e Eva. Assim, decidi colocar o início dos acontecimentos no referendo de independência, em 1991, que marca o início política da Ucrânia moderna.

Blog do Marcelo Guterman é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga.

Depois que comecei a escrever o artigo, percebi que estava ficando muito longo. Decidi, então, dividir em capítulos, e o artigo transformou-se nesta série. Os capítulos serão os seguintes:

  1. Introdução, linha do tempo e referências: este capítulo inicial servirá como uma referência para os próximos.

  2. Demografia e economia da Ucrânia: para entender os acontecimentos que se desenvolvem atualmente, é essencial termos ao menos uma ideia do terreno onde pisamos.

  3. Os referendos e as eleições presidenciais: entender a dinâmica das diversas eleições ao longo do tempo nos permite entender os movimentos da opinião pública ucraniana.

  4. A Revolução Laranja e a Euromaidan: o que nos dizem as revoltas populares a respeito dos ucranianos.

  5. O “neonazismo” ucraniano: a influência da extrema-direita na política ucraniana.

  6. O anschluss russo: a dinâmica de anexação de territórios de países vizinhos.

  7. A Rússia e a OTAN: a história da relação tumultuada entre a Rússia e a Aliança militar ocidental.

  8. Os acordos de Minsk: uma tentativa de entender porque os acordos de paz não funcionaram para evitar a guerra.

  9. Quem é Volodymyr Zelensky: uma análise do atual presidente da Ucrânia.

Linha do tempo

Colocar os eventos em uma linha do tempo é útil para relacionar eventos que parecem não ter relação entre si.

Década de 1990

19/ago/1991: tentativa frustrada de golpe de Estado contra Boris Yeltsin na União Soviética.

24/ago/1991: o Soviete Supremo da Ucrânia aprova a Declaração de Independência por 326 votos a 2, com uma abstenção. No mesmo dia, o parlamento ucraniano aprova a independência por 346 votos contra um, com 3 abstenções, e convoca um referendo para o dia 1º de dezembro. A declaração faz menção à tradição milenar do Estado ucraniano e à indivisibilidade e inviolabilidade do território do País.

01/dez/1991: a independência da Ucrânia é aprovada em referendo popular por 92,3% dos votos válidos e comparecimento de 84,2% da população. Mesmo as províncias mais russófonas votaram em peso pela independência.

01/dez/1991: no mesmo dia do referendo, os ucranianos elegem o seu primeiro presidente, Leonid Kravchuk, que vence no primeiro turno com 61,6% dos votos válidos. Kravchuk era o presidente do Soviete Supremo da Ucrânia até a sua dissolução, e havia atuado como presidente interino desde a declaração de independência até as eleições.

02/dez/1991: Boris Yeltsin, em uma declaração a uma emissora de TV, reconhece a independência da Ucrânia. Oficialmente, o parlamento russo reconheceria o novo País em 12/dez/1991.

08/dez/1991: assinado o Acordo de Belovezhapela Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, que estabelece o Commonwealth Independent States (CIS) no lugar da antiga União Soviética. No seu artigo 5, o Acordo determina o “reconhecimento e o respeito à inviolabilidade e à integridade territorial de seus signatários”.

26/dez/1991: a União Soviética é oficialmente dissolvida.

22/jan/1993: os estatutos do CIS são aprovados sem a assinatura da Ucrânia.

10/jul/1994: Leonid Kushma é eleito o 2º presidente da República da Ucrânia, vencendo o incumbente, Leonid Kravchuk, por 53,6% a 46,4% no 2º turno, recebendo a maior parte de seus votos das províncias do Leste, de maioria étnica russa.

05/dez/1994: assinado o Memorando de Budapeste, em que Ucrânia, Bielorrússia e Kazaquistão aderem ao Pacto de Não-Proliferação Nuclear, abrindo mão das armas nucleares herdadas da antiga União Soviética. Em troca, recebem várias garantias por parte da Rússia, EUA e Grã-Bretanha, inclusive, de respeito às fronteiras reconhecidas.

31/mai/1997: assinado o Tratado de Amizade, Cooperação e Parceria entre Rússia e Ucrânia, estabelecendo uma parceria estratégica entre os dois países e reafirmando o respeito pela integridade territorial de ambos os países.

12/mar/1999: Rep. Tcheca, Hungria e Polônia tornam-se membros da OTAN.

14/nov/1999: o presidente Leonid Kushma é reeleito no 2º turno por grande margem (59,8% contra 40,2%) contra o seu adversário, Petro Symonenko. Ao contrário de sua primeira eleição, Kushma recebeu mais votos das províncias do Oeste, perdendo em Donetsk e Crimeia, províncias onde tinha vencido com facilidade 5 anos antes.

31/dez/1999: Boris Yeltsin renuncia ao governo da Rússia, sendo sucedido interinamente pelo seu primeiro-ministro, Vladimir Putin.

Década de 2000

26/mar/2000: Vladimir Putin é eleito, pela primeira vez, presidente da Rússia, com 53% dos votos no 1º turno.

28/mai/2002: É assinada a Declaração de Roma, em que se estabelece o Conselho OTAN-Rússia (NRC), um fórum de cooperação em que a Rússia entrava como um parceiro em igualdade de condições com os outros membros da OTAN.

02/nov/2003: depois de eleições parlamentares fraudadas, a oposição lidera o que ficou conhecida como “Revolução Rosa” na Georgia, que depõe o presidente pró-Rússia. É considerada a precursora da “Revolução Laranja” na Ucrânia pela mesma razão e com os mesmos efeitos.

14/mar/2004: Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia com 71,3% dos votos.

29/mar/2004: Estônia, Lituânia, Letônia, Bulgária, Romênia, Eslováquia e Eslovêniaaderem oficialmente à OTAN.

03/set/2004: um ataque terrorista checheno em uma escola de Beslan, cidade na fronteira com a Georgia, mata mais de 500 pessoas, inclusive crianças. Putin dirá que “nós nos mostramos fracos, e os fracos são abatidos”.

21/nov/2004: Viktor Yanukovych vence o 2º turno das eleições por 51,5% a 48,5% contra Viktor Yushchenko. Os votos de Yanukovych vieram principalmente das províncias russófonas do Leste. Assim que os resultados são anunciados, uma onda de protestos contra fraudes nas eleições toma conta do país, na chamada “Revolução Laranja”, pois seus adeptos usavam laços cor-de-laranja.

03/dez/2004: a Suprema Corte ucraniana anula o 2º turno das eleições, e marca uma nova votação para o dia 26/12.

26/dez/2004: Viktor Yushchenko vence o novo 2º turno das eleições contra Viktor Yanukovych, por 54,1% a 45,9%, recebendo votos principalmente das províncias do Oeste.

02/mar/2008: Dmitri Medvedev é eleito presidente da Rússia, para suceder a Vladimir Putin, com 70,3% dos votos. Putin é “escolhido” como primeiro-ministro pelo presidente eleito Dmitri Medvedev.

07/ago/2008: o Kremlin ordena a invasão da Georgia, nas regiões da Abkhazia e Ossetia do Sul.

01/abr/2009: Albânia e Croácia tornam-se membros da OTAN.

Década de 2010

07/fev/2010: em um 2º turno apertado, o candidato pró-Rússia Viktor Yanukovych, que havia vencido as eleições anteriores, mas teve o resultado anulado pela Suprema Corte, vence a candidata pró-Europa Yulia Tymoshenko, por 51,8% a 48,2%. Como na eleição anterior, Yanukovych tem a maior parte de seus votos vindos das províncias do Leste.

11/out/2011: Yulia Tymoshenko é sentenciada e presa em um processo anticorrupção. Os países do Ocidente condenam a prisão da principal líder da oposição.

04/mar/2012: Vladimir Putin é eleito presidente da Rússia com 63,6% dos votos para suceder a Dmitri Medvedev.

30/mar/2012: os termos de um futuro Acordo de Associação entre a Ucrânia e a União Europeia são finalizados.

21/nov/2013: o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, anuncia que o País não iria assinar o acordo de cooperação comercial com União Europeia, que iria ser assinado uma semana depois. Começam os protestos populares contra a decisão.

30/nov/2013: pela primeira vez, a polícia reprime violentamente os protestos. A partir de então, as manifestações ganham volume.

11/dez/2013: a polícia tenta esvaziar a Praça da Independência com violência.

17/dez/2013: Putin assina um acordo com o presidente Yanukovych, comprando $15 bilhões da dívida externa ucraniana e baixando o preço do gás em um terço.

07/fev/2014: tem início as Olímpiadas de Inverno de Sochi, Rússia.

18-20/fev/2014: a repressão aos protestos atinge o ápice da violência, até que, no dia 20, snipers atiram nos manifestantes reunidos na Euromaidan, precipitando a perda de legitimidade do governo Yanukovich.

22/fev/2014: o congresso ucraniano vota unanimemente pela destituição de Yanukovych, que foge para a Rússia. Oleksandr Turchynov, presidente do Congresso, assume como presidente interino até que novas eleições possam ser organizadas (a próxima oficial seria no início de 2015).

23/fev/2014: o parlamento vota o fim do russo como 2ª língua do país, causando uma onda de revolta nas províncias pró-Rússia. A votação foi cancelada dias depois.

23/fev/2014: encerramento das Olímpiadas de Inverno de Sochi, Rússia.

27/fev/2014: a Rússia dá início à invasão da Crimeia.

18/mar/2014: Putin assina decreto absorvendo a Crimeia como parte da Rússia.

21/mar/2014: Ucrânia e União Europeia assinam um Acordo de Associação (Association Agreement), aquele mesmo que o ex-presidente Yanukovich se recusou a assinar.

07/abr/2014: manifestantes começam a ocupar prédios do governo em Donetsk e Luhansk.

15/abr/2014: o presidente em exercício, Olexander Turchynov, anuncia o início da “Operação Anti-Terrorismo” (ATO, na sigla em inglês) contra os separatistas pró-Rússia.

17/abr/2014: os chanceleres de Rússia, Ucrânia, EUA e UE se reúnem em Genebra e entram em um acordo para desescalar a crise no Leste. A Rússia afirma que a crise deve ser resolvida pelos ucranianos, e sugere que “mudanças constitucionais devem começar”, supostamente para dar autonomia a essas duas províncias.

11/mai/2014: os separatistas declaram a independência de Donetsk e Luhansk após referendos não reconhecidos pela comunidade internacional.

25/mai/2014: as eleições ucranianas (antecipadas) são vencidas no 1º turno por Petro Poroshenko (55,5%), seguido por Yulia Tymoshenko (13,0%) e Oleh Liashko (8,4%). O comparecimento nas províncias ocupadas do Leste é muito baixo.

05/jul/2014: as forças ucranianas retomam a cidade de Sloviansk das mãos dos rebeldes. A retomada de Donetsk parece ser o próximo passo.

17/jul/2014: um voo da Malaysia Airlines que vinha de Amsterdam com 298 passageiros e tripulantes é derrubado pelos separatistas.

14/ago/2014: tem início uma “invasão furtiva” do Donbas por tropas russas.

26/ago/2014: 4 militares russos são capturados pelas forças ucranianas em território ucraniano, evidenciando o envolvimento da Rússia no conflito. O Kremlin afirma que os militares atravessaram a fronteira “por acidente”.

03/set/2014: pressionado pela ofensiva russa, Petro Poroshenko anuncia que chegou a um acordo de cessar-fogo com Vladimir Putin. O Kremlin nega, afirmando cinicamente que, não sendo parte no conflito, não pode entrar um acordo de cessar-fogo.

05/set/2014: Ucrânia e Rússia assinam o primeiro Acordo de Minsk, na capital da Bielorrússia.

03/nov/2014: separatistas elegem novos líderesdas autodenominadas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk em eleições apoiadas pela Rússia e contestadas pela Ucrânia e pelo Ocidente como uma quebra do acordo de Minsk. Alexander Zakharchenko é eleito o primeiro-ministro de Donetsk, e Igor Plotnitsky o primeiro-ministro de Luhansk.

12/fev/2015: o Acordo de Minsk II é assinado por representantes da Rússia, Ucrânia e OSCE, depois que o primeiro não surtiu os efeitos desejados.

16/nov/2015: vai ao ar o primeiro episódio da série Servo do Povo, estrelado por Volodymir Zelensky.

18/fev/2017: o Kremlin decide reconhecerdocumentos emitidos pelas autoridades rebeldes de Donetsk e Lugansk.

05/jun/2017: Montenegro torna-se membro da OTAN.

24/nov/2017: o líder separatista de Luhansk, Igor Plotisky, é deposto em golpe patrocinado por forças leais ao líder separatista de Donetsk, Alexander Zakharchenko. A República Independente de Luhansk é assumida por Leonid Pasechnik, um oficial de carreira ligado ao FSB, o órgão de inteligência russo.

30/nov/2017: Zelensky anuncia o fim de uma série chamada Matchmakers, que ele produzia na estúdio Kvartal 95, depois que o governo ucraniano impediu o ator russo Fyodor Dobroravov, protagonista da série, de entrar no país.

03/dez/2017: o estúdio Kvartal 95, produtora de Zelenksy, inclusive da série Servo do Povoregistra um partido com o mesmo nome.

22/dez/2017: a administração Trump permite, pela primeira vez, a venda de armas letais para a Ucrânia, revertendo uma orientação da administração Obama. No caso, foram fornecidos mísseis anti-tanques Javelin.

28/fev/2018: a Suprema Corte da Ucrânia entende como inconstitucional uma lei de 2012 que permitia o uso do russo em cortes, escolas e repartições públicas.

18/mar/2018: Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia com 76,7% dos votos.

30/abr/2018: a Operação Anti-Terrorismo (ATO) é substituída pela Operação Forças Conjuntas (JFO) no combate aos separatistas. A diferença é que, a partir de agora, as operações são comandadas pelas Forças Armadas, ao invés das Forças de Segurança Interna. O conceito é de que o inimigo não são os separatistas (considerados terroristas), mas a própria Rússia.

31/ago/2018: Alexander Zakharchenko, líder separatista de Donetsk, é assassinado em um atentado a bomba. Assume o seu lugar Denis Pushilin, ligado a Vladislav Surkov, ponto de contato entre o Kremlin e os separatistas.

22/nov/2018: o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, envia ao Congresso um projeto de emenda à Constituição que prevê a adesão à União Europeia e à OTAN como objetivos estratégicos do país.

31/dez/2018: Volodymyr Zelensky anuncia sua candidatura à presidência nas eleições do ano seguinte.

06/jan/2019: O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, a principal autoridade do cristianismo ortodoxo, reconhece a independência da Igreja Ortodoxa Ucraniana, separando-a formalmente da Igreja Ortodoxa Russa, que mantém laços estreitos com o Kremlin e supervisionava a Igreja Ucraniana há séculos. Putin acusa os Estados Unidos de estar por trás do movimento.

07/fev/2019: o parlamento ucraniano aprova emenda à Constituição que coloca a adesão à União Europeia e à OTAN como objetivos estratégicos do país.

31/mar/2019: 1º turno das eleições nacionais. Volodymyr Zelensky tem 30,2% dos votos, Petro Poroshenko (o incumbente) tem 16,0%, Julya Tymoshenko tem 13,6% e Yurly Boyko (candidato pró-Rússia) obtém 11,8% dos votos.

21/abr/2019: 2º turno das eleições nacionais. Zelensky vence as eleições com 73,0% dos votos. Suas maiores votações ocorreram justamente nas províncias mais russófonas do Leste e do Sul do país.

24/abr/2019: o Kremlin publica o decreto no 183, que permite um fast track para a naturalização de ucranianos que vivem nas áreas dominadas pelos separatistas, diminuindo de 8 anos para 3 meses o tempo necessário para os trâmites. Os documentos necessários são as identidades emitidas pelas autoridades separatistas.

29/abr/2019: o Kremlin estende o direito para aqueles que residiam nessas regiões antes de abril de 2014 e que possuem documentos que lhes permitem ficar em território russo.

14/jul/2019: protestos começam a tomar as ruas de Moscou contra a interferência de Putin nas eleições municipais.

17/jul/2019: o direito de obtenção do passaporte russo é estendido para todos os habitantes da região do Donbas, mesmo aquelas partes controladas pelo governo ucraniano.

21/jul/2019: o partido de Zelensky vence as eleições parlamentares, com os deputados de seu partido levando 43% das cadeiras, enquanto o partido pró-Rússia – For Life – ganha apenas 13%. O parlamento teve renovação de nada menos que 80% das cadeiras, em uma demonstração da insatisfação da população com a elite política local.

25/jul/2019: em um telefonema, Trump pede um “favor” ao presidente ucraniano: uma investigação sobre os negócios do filho de Joe Biden, Hunter Biden, na Ucrânia. Este telefonema seria usado como base para o processo de impeachment de Trump, em dezembro.

08/set/2019: o partido de Putin é derrotado nas eleições municipais em várias cidades importantes, incluindo Moscou.

24/set/2019: a presidente do Câmara, a democrata Nancy Pelosi, anuncia que a Câmara começará os procedimentos de impeachment de Donald Trump por conta de um telefonema de 25/07/2019 em que Trump pede a Zelensky que investigue o filho de Biden.

25/set/2019: primeiro encontro oficial entre Zelensky e Trump, na Assembleia Geral da ONU.

01/out/2019: Zelensky anuncia que a Ucrânia assinou a sua concordância com a Fórmula Steinmeier para a implementação do Acordo de Minsk II, o que significa permitir eleições nos territórios ocupados e, se forem consideradas limpas, a devolução do controle da fronteira para Kiev com a retirada das forças russas do território ucraniano.

09/dez/2019: reunião de cúpula em Paris, entre Zelensky, Putin, Merkel e Macron. Muito pouco se avança.

09/dez/2019: a Agência Mundial Anti-Doping bane a Rússia por 4 anos de todas as competições olímpicas sob acusação de doping sistêmico.

Década de 2020

27/mar/2020: a Macedônia do Norte torna-se membro da OTAN.

12/jun/2020: a OTAN reconhece a Ucrânia como um “Enhanced Opportunities Partner”, juntando-se a Austrália, Finlândia, Georgia, Jordânia e Suécia como país com esse status.

04/jul/2020: a Constituição da Rússia recebe uma emenda sob medida para que Putin possa concorrer a mais dois mandatos consecutivos, além deste que está exercendo no momento. Com isso, Putin pode ficar no poder até 2036.

20/ago/2020: Alexei Nalvany, opositor de Putin, é envenenado.

14/set/2020: o governo ucraniano aprova a nova Estratégia Nacional de Segurança, que prevê as condições para uma parceria com a OTAN, com o objetivo de uma futura admissão à Aliança.

18/jan/2021: Alexei Nalvany é preso pelo governo russo para nunca mais ser libertado até a sua morte, em fev/2024.

02/fev/2021: o governo de Zelensky fecha três canais de TV pró-Rússia: ZIK, NewsOne e 112 Ukraine, supostamente pertencentes a Viktor Medvedchuk, o aliado mais proeminente do Kremlin na Ucrânia. Putin é padrinho de casamento da filha de Medvedchuk.

20/fev/2021: o governo de Zelenskyy impõe sanções a vários políticos ucranianos com laços estreitos com o presidente russo Putin, incluindo Viktor Medvedchuk.

14/abr/2021: o ministro da defesa da Ucrânia, Andrii Taran, afirma que 110.000 soldados russos estão se concentrando na fronteira em 56 grupos táticos do tamanho de um batalhão, citando as últimas informações da inteligência de Kiev.

14/mai/2021: Viktor Medvedchuk, aliado de Putin na Ucrânia, é preso pelo governo ucraniano sob acusação de traição, por ter supostamente usado recursos de suas empresas para financiar os separatistas.

19/mai/2021: o governo Biden levanta as sanções impostas pelo governo americano à construção do Nord Stream 2, o gasoduto sob o Mar Báltico, como uma política de boa vizinhança com o governo alemão.

16/jun/2021: Biden se encontra com Putin em Genebra.

23/jun/2021: a Rússia atira em um destroyer britânico no Mar Negro, que passou próximo da Crimeia.

12/jul/2021: Putin escreve um longo artigo, intitulado “Sobre a Histórica Unidade de Russos e Ucranianos”, defendendo que a Ucrânia sempre fez parte da Rússia.

07/dez/2021: em teleconferência entre Biden e Putin, o presidente americano deixou claro para o seu par russo as consequências de uma guerra na Ucrânia.

23/dez/2021: em uma conferência de imprensa com jornalistas russos, Putin afirma que os Estados Unidos querem a guerra.

10 a 13/jan/2022: Putin faz um périplo: conversa com Biden em Genebra, participa de uma reunião no Conselho OTAN-Rússia e de uma reunião na OSCE. As demandas de Putin: 1) que a OTAN renuncie a qualquer expansão adicional, não somente na Ucrânia ou Georgia; 2) os EUA devem abrir mão de proteger seus aliados com armas nucleares táticas e mísseis de curto e médio alcance; 3) não mais envio de tropas e exercícios militares nos países do leste europeu que fazem parte da NATO e 4) fim da cooperação militar com as ex-repúblicas soviéticas. Essas demandas são vistas como uma espécie de ultimato para justificar a invasão da Ucrânia.

24/fev/2022: a Rússia oficialmente invade a Ucrânia.

04/abr/2023: a Finlândia torna-se membro da OTAN.

07/mar/2024: a Suécia torna-se membro da OTAN.

17/mar/2024: Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia com estonteantes 88,5% dos votos. As próximas eleições serão em 2030, quando Putin poderá se candidatar novamente.

Referências

Livros, artigos e sites

Reportagens

Blog do Marcelo Guterman é uma publicação apoiada pelos leitores.