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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O racismo oficial dos governos e a realidade da "economia negra" -Walter E. Williams

Conjuntamente com Thomas Sowell, Walter E. Williams, economista, académico e comentador, é uma personalidade vincadamente incómoda para o pensamento politicamente correcto nomeadamente por advogar o fim das políticas "positivas" de discriminação, nomeadamente no domínio racial tema em que escreveu (e escreve) extensamente. Nascido, tal como Sowell, em meio bem pouco favorável (família pobre em ausência do pai), chegou a ser motorista de táxi (ver vídeo de entrevista a Williams legendado em português do Brasil).


Endereçando, sem rebuço, as questões raciais, e a sua radical oposição às políticas de "acção afirmativa" que, recorde-se, começaram com Richard Nixon, pareceu-me útil proporcionar a mais leitores o conteúdo do seu artigo, publicado ontem - Progressives and Blacks -, traduzindo-o.
Walter E.Williams
(...) Os progressistas lidam com os negros como se fossem vítimas que têm que ser tratadas com luvas de pelica e benefícios especiais, como quotas raciais e condições de preferência. Esta abordagem tem vindo a ser experimentada há décadas na educação e revelou-se um fracasso. Eu mantenho que é hora de explorar outras abordagens. Uma abordagem é a sugerida pelo desporto. Os negros distinguem-se - talvez dominem seja uma palavra melhor - em desportos como o basquetebol, o futebol [americano] e o boxe, a tal ponto que os negros constituem 80% dos jogadores profissionais de basquetebol, representam 66% dos jogadores profissionais de futebol e, há décadas, vêm dominando a maioria das categorias do boxe  profissional.

Estes resultados deveriam fazer surgir várias questões. No desporto, alguma vez se ouviu falar de um treinador que tenha explicado ou desculpado o mau desempenho de um jogador negro culpando o "legado da escravidão" ou o facto de o jogador ter sido criado numa família monoparental? Quando é que se ouviu falar de os padrões desportivos serem apelidados de racistas ou culturalmente enviesados? Eu ainda estou para ouvir um jogador, muito menos um treinador, dizer semelhante disparate. Na verdade, os padrões de desempenho no desporto são, justamente, dos mais implacáveis onde quer que seja. As desculpas não são toleradas. Pense-se nisto. O que acontece a um jogador, negro ou branco, que numa universidade não atinja os padrões dos treinadores de basquetebol ou futebol? Ele ficará fora da equipa. Os jogadores sabem disso, e fazem todos os esforços para se excederem. E tanto mais assim será quanto mais aspirações tiverem a tornar-se jogadores profissionais. A propósito, os negros também se destacam na indústria do entretenimento - um outro sector em que existe uma competição implacável em que vale tudo.

Observando como os negros demonstram uma capacidade para prosperar num ambiente de competição impiedosa e com exigentes desempenhos, talvez pudesse haver algo a ganhar com um ambiente escolar similar. Talvez devêssemos ter algumas escolas em que os jovens são assoberbados com trabalhos de casa, testes frequentes e exigentes, professores de alto nível. Em tais escolas, não haveria desculpas para nada. Os jovens atingem o que deles se espera, ou são expulsos e colocados numa outra escola. Eu aposto que um número significativo de jovens negros iria prosperar num tal ambiente, da mesma forma que prosperam nos desportos altamente competitivos e nos ambientes de entretenimento.


A agenda dos "progressistas" apela não apenas às desculpas como também à dependência. Em nenhum domínio isso é mais evidente do que nos seus esforços para conseguir que o maior número possível de americanos esteja dependente dos vales-alimentação; todavia, nesta parte da sua agenda, eles oferecem uma igualdade racial de oportunidades. Durante os anos que o presidente Barack Obama leva no cargo, o número de pessoas que recebem vales-alimentação disparou 39%. O professor Edward Lazear, que dirigiu o Conselho Económico do presidente de 2006 a 2009, escreveu num artigo do Wall Street Journalintitulado "O desastre escondido dos sem emprego" (de 5 de Junho de 2013) [link] que a pesquisa levada a cabo por Casey Mulligan, da Universidade de Chicago, sugere "que devido ao facto de perderem os benefícios estatais quando o rendimento aumenta, algumas pessoas renunciam a empregos humildes em vez dos benefícios estatais - seguro de desemprego, vales-alimentação e benefícios por incapacidade entre os mais óbvios". As ajudas estatais, provavelmente, contribuem em boa medida para explicar o número sem precedentes de americanos, cerca de 90 milhões, que já não estão à procura de trabalho.

Tudo isto é parte da agenda progressista para "agarrar" os americanos, particularmente os americanos negros, às ajudas do estado. Em futuras eleições, eles serão capazes de alegar que qualquer pessoa que faça campanha pela diminuição dos impostos e da despesa é um racista. Isso foi o que afirmou o Representante Charles Rangel, democrata por Nova Iorque, ao denunciar o manifesto Republicano de 1994 a favor de diminuição nos impostos. Disse ele: "Já não dizem 'spic' [os de origem sul e centro-americana, espanhola ou portuguesa] ou 'n****r' [nigger]. (Em vez disso), dizem: 'Vamos reduzir os impostos".

Quando os negros americanos finalmente reconhecerem os danos provocados pela agenda progressista, aposto que elas serão as pessoas mais conservadoras do país, pois quem mais foi tão prejudicado pelo progressismo?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Contra a Igualdade: uma manifesto natural - Walter E. Williams

Somos iguais?01/05/2013 - Walter E. WilliamsNão há absolutamente nenhuma evidência de que em qualquer lugar, em algum momento, a proporcionalidade tenha sido a regra na Terra.
As mulheres são iguais aos homens? São os judeus iguais aos gentios? São negros iguais aos italianos, irlandeses, poloneses e outros brancos? A resposta é provavelmente um grande e gorduroso não, e a pretensão ou suposição de que somos iguais – ou deveríamos ser iguais – é temerária e cria o mal. Vamos olhar para isso.

Gênios masculinos superam os gênios do sexo feminino em 7 por 1. A inteligência feminina é compactada muito mais perto do meio da curva de sino, ao passo que a inteligência dos homens tem muito maior variabilidade. Isso significa que, apesar de existirem muito mais gênios masculinos, há também muito mais idiotas masculinos. Este último pode explicar em parte por que mais homens do que mulheres estão na cadeia.

Assista a um jogo de basquete colegial qualquer sábado à tarde e faça a si mesmo a pergunta fixada na mente dos esquerdistas de toda parte: "Isto se parece com a América?". Entre os 10 jogadores na quadra, na melhor das hipóteses, haverá dois jogadores brancos. Se você quiser ver os jogadores brancos da equipe, você deve olhar para o banco. Um jogador japonês ou chinês está perto de ser totalmente fora de cogitação, mesmo no banco.

O basquete profissional não é muito melhor, com 80% dos jogadores sendo negros, mas pelo menos há um par de jogadores chineses. O futebol profissional não é muito melhor, com os negros sendo 65%. Em ambos os esportes, os negros estão entre os jogadores mais bem pagos e têm o maior número de prêmios por excelência. Negros que têm sua ascendência da África Ocidental, incluindo negros americanos, detêm mais de 95 por cento das vitórias em corridas.

Por outro lado, os negros são apenas 2% dos jogadores de hóquei no gelo da NHL. Mas não se preocupe sobre a sub-representação dos negros na NHL. A sub-representação por estado é ainda pior. A maioria dos jogadores profissionais de hóquei dos EUA nasceu em Minnesota, seguido por Massachusetts. Nem um único jogador de hóquei profissional nos EUA pode se orgulhar de ter nascido e sido criado no Havaí, Mississippi ou Louisiana. Sob qualquer forma de recorte simplesmente não há proporcionalidade ou diversidade racial no basquete, futebol ou hóquei profissional.

Uma pergunta ainda mais carregada emocionalmente é se temos inteligência igual. Pegue os judeus, por exemplo. Eles são apenas 3% da população dos EUA. Teorias mal acabadas de proporcionalidade racial poderiam prever que 3% dos laureados com o Nobel nos EUA seriam judeus, mas isso está bem longe do alvo. Os judeus constituem gritantes 39% dos americanos ganhadores do Prêmio Nobel. Em nível internacional, a disparidade é ainda pior. Os judeus não são sequer 1% da população do mundo, mas eles constituem 20% dos ganhadores do Prêmio Nobel do mundo.

Há muitas outras desigualdades e desproporções. Ásio-americanos rotineiramente atingem as marcas mais altas em matemática no SAT [exame educacional padrão nos EUA], ao passo que os negros as marcas menores. Os homens são 50% da população, mas são atingidos seis vezes mais por raios do que as mulheres. Eu pessoalmente gostaria de saber de quem está no comando de um relâmpago o que ele tem contra os homens. As estatísticas demográficas de Dakota do Sul, Iowa, Maine, Montana e Vermont mostram que nem sequer 1% de suas respectivas populações é negra. Por outro lado, na Geórgia, Alabama e Mississippi, os negros estão sobrerrepresentados em termos de porcentagens na população em geral. Índios Pima do Arizona têm taxas de diabetes conhecidas como as mais altas do mundo. O câncer de próstata é quase duas vezes mais comum entre os homens negros do que entre homens brancos. As taxas de câncer do colo do útero são cinco vezes maiores entre as mulheres vietnamitas nos EUA do que entre as mulheres brancas.

Acadêmicos de pensamento pouco consistente e advogados e juízes fracos, por causa da discriminação, amparam a tola noção de uma distribuição proporcional de raça para renda, educação, ocupação e outros efeitos. Não há absolutamente nenhuma evidência de que em qualquer lugar, em algum momento, a proporcionalidade tenha sido a regra na Terra; no entanto, muito do nosso pensamento, muitas de nossas leis e de grande parte da nossa política pública são baseados na proporcionalidade como norma. Talvez essa visão seja mantida porque as pessoas acreditam que a igualdade de fato é necessária para a igualdade perante a lei. Mas a única exigência de igualdade perante a lei é ser um ser humano.

Tradução: Maria Júlia Ferraz
Título original: Are We Equal?
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