Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013
A Grande Marcha do PT para tras: atrasando o pais em um seculo -Reinaldo Azevedo
terça-feira, 22 de outubro de 2013
"O Petroleo e' nosso"?: demonstracao de atraso - Joao Luiz Mauad
Arautos do Atraso
JOÃO LUIZ MAUAD *
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Otaviano Canuto e o atraso mental economico do Brasil - entrevista Denise Crispim Marin
Mas o Brasil tem um problema mais grave, que é o atraso mental de suas elites, não apenas dos dirigentes atuais (esses irrecuperáveis), mas das elites em geral, que são tacanhas mentalmente...
Acho que vai ser difícil corrigir, consertar.
Vai demorar...
Paulo Roberto de Almeida
'O Brasil não pode se fechar'
Denise Crispim Marin
O Estado de São Paulo, 17/10/2013
Além de acentuar o atraso do País, a proteção alimenta o parasitismo e não empurra as reformas necessárias
Não há argumento para convencer Otaviano Canuto de que a proteção comercial traria benefícios para os setores produtivos e para a sociedade brasileira. Ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda na época em que as negociações na Organização Mundial do Comércio, com os Estados Unidos e o restante das Américas.e com a União Europeia estavam em curso, nos primeiros anos do século, Canuto vê a falência desses processos como perda de oportunidades para " o Brasil e a exclusão de sua indústria de cadeias internacionais de valor.
Neste momento em que o "custo Brasil" se soma ao "peso morto" na corrosão da competitividade dos setores brasileiros, Canuto defende o engajamento do País em negociações abrangentes de livre-comércio - não só de bens como de serviços. O relançamento das conversas com os europeus, depois de quatro anos de paralisia, é bem-vinda, em sua opinião. Fechar-se seria a pior opção. A seguir, os principais trechos da entrevista.
O Brasil adiantou-se ao Mercosul e apresentou sua proposta de liberalização comercial para a UE. Quão atrasado o País está?
Antes tarde do que nunca. Dado o impasse na agenda multilateral, proliferaram as iniciativas regionais. Os dois exemplos mais gritantes são as negociações dos Estados Unidos no Pacífico e com a Europa. A Parceria Transpacífico vai garantir o acesso privilegiado dos asiáticos ao mercado americano. Em contrapartida, haverá abertura das agendas de liberalização de serviços, de regras de propriedade intelectual e outras, o que é uma forma de os EUA colocarem pressão sobre a China.
Há dez anos, o Brasil estava envolvido nas negociações na CMC e de liberalização comercial com as Américas e a UE. A ruína desses processos, o desinteresse do Brasil por novas iniciativas e sua omissão na agenda de aprofundamento do Mercosul significaram perdas de oportunidades?
Certamente, houve perda de oportunidades. Apesar de pequenos retrocessos mais recentes na defesa comercial, o mundo orientou-se para a maior liberalidade dos fluxos de comércio. Houve fragmentação geográfica do processo de produção e a emergência das cadeias de valor, que são incompatíveis com as estruturas de proteção comercial. Esse não é o fator dominante para explicar a falta de dinamismo da inserção comercial brasileira. Mas a prejudicou. As exceções do Brasil justamente confirmam a regra. A Embraer está na cabeça de uma cadeia de valor, mas tem a liberdade de montar seus produtos comprando os componentes do exterior.
Como inserir o País nas cadeias de valor se a competitividade está minada pelo custo Brasil?
Os fatores logísticos têm sido impeditivos para a maior competitividade brasileira. Não se pode participar de uma cadeia de valor sem ter logística e meios de transportes adequados, burocracia reduzida, custos baixos para se poder fazer negócio.
É difícil, no Brasil, aceitar que salário real maior possa ser problema, dado o passado de arrocho e o benefício que esse aumento trouxe para a economia.
O salário real mais alto não foi grande problema enquanto se estabeleceu uma relação virtuosa de ampliação da demanda agregada. Mas esse ciclo maravilhoso chegou ao limite, e a evolução do salário acima da produtividade pressiona os ganhos do empresariado.
A desvalorização do câmbio não reduz essa pressão?
A desvalorização recupera um pouco a competitividade dos setores que estavam com seus lucros reduzidos pelos gargalos logísticos. Mas se não houver uma agenda em paralelo de redução do custo Brasil, os ganhos com a desvalorização real não serão suficientes. Os países de baixa renda perceberam que esse custo é, na verdade, um "peso morto".
Na estratégia de liberalização, qual área será central?
Apesar das dificuldades na Organização Mundial do Comércio, a liberalização vai se expandir para a área de serviços por meio dos acordos regionais, e o Brasil não pode ficar atrás nessa corrida. Na OMC, se há uma área com chance positiva na reunião ministerial de Bali, em dezembro, é a de facilitação do comércio. Não por acaso, o embaixador Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, está concentrando esforços nessa área.
Levando em conta o nosso passivo em produtividade, pesos mortos e custo Brasil, este é o momento adequado para o País se lançar em negociações liberalizantes ou melhor seria se fechar para limpar esse atraso?
Não, pelo amor de Deus, O Brasil não pode se fechar. Fechar-se significaria ficar de fora das cadeias produtivas. O atraso seria maior ainda. O Brasil tem neste momento condição de emprego muito favorável, um sistema de proteção social que eventualmente pode ser usado para apoiar a adaptação da força de trabalho, flexibilidade cambial e estabilidade econômica.
O País deve, portanto, mergulhar em uma agenda abrangente, inclusive de liberalização dos serviços, que são insumos importantes da competitividade industrial
O Mercosul garantiu ao Brasil mercado ampliado e reservado para seus produtos industriais. O bloco deve continuar como prioridade na agenda brasileira?
O Mercosul foi importante. Mas, na relação custo-benefício, o resultado não foi o melhor possível. Gosto de comparar o Mercosul a dois processos. A UE foi um processo político, no qual os países continuam abdicando de soberania.
O outro caso é a integração do Sudeste Asiático, onde só agora, com a integração econômica e comercial consolidada, os governos começam a desenhar o arcabouço institucional do bloco. O Mercosul seguiu a Europa, mas sem a base de cessão de soberania. Com o benefício de olhar para trás, creio que uma base mais pragmática para o Mercosul teria dado melhores resultados. Isso não quer dizer que não se possa tomar, agora, esse caminho.
Pragmatismo significa o abandono da união aduaneira?
Ou reconhecer que, se o desejo dos países é ter tantas exceções à Tarifa Externa Comum, o Mercosul está mais para uma área de livre-comércio do que para união aduaneira. Se os seus países não querem abdicar de soberania, poderiam buscar acordos em conjunto, quando convém, ou criar flexibilidades. A ideia de ter na América do Sul um bloco tão integrado, como é economicamente o Sudeste Asiático ou politicamente a Europa não passa de uma quimera.
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terça-feira, 15 de outubro de 2013
Esquerda e direita: a confusao mental que prevalece no Brasil atual - Reinaldo Azevedo
Gráficos e tabelas, localizar nas publicações originais.
Paulo Roberto de Almeida
Acho a observação boa. O que se convencionou chamar de “direita” no Brasil adora um cartório e uma “Bolsa BNDES”, não é mesmo? O tema é vasto. Faço essas considerações porque a Folha desta segunda traz reportagem sobre pesquisa feita pelo Datafolha identificando a ideologia dos brasileiros. Em seguida, cruzam-se esses dados com a possível opção de voto em 2014. Vejam isto.
Quais são os critérios para identificar a ideologia? A reportagem do jornal explica:
Para identificar e fazer os agrupamentos ideológicos dos eleitores, o Datafolha faz um conjunto de perguntas envolvendo valores sociais, políticos e culturais, como a influência da religião na formação do caráter das pessoas e o entendimento sobre as causas da criminalidade. As questões com opiniões mais divididas foram a que tratava da hipótese de pena de morte e a que avaliava a importância dos sindicatos. Metade dos entrevistados (50%) respondeu que não cabe à Justiça matar alguém, mesmo que a pessoa tenha cometido um crime grave, posição mais associada a valores de esquerda.Outros 46% disseram que a pena de morte é a melhor punição para crimes graves, ideia mais ligada à direita. Sobre os sindicatos, 48% responderam que eles servem mais para fazer política do que para defender os trabalhadores (direita). Já para 47%, eles são importantes para defender os interesses dos trabalhadores (esquerda).
O critério é válido, sim, mas não é perfeito. A esmagadora maioria dos conservadores católicos que conheço se opõe, por exemplo, à pena de morte, que é, como se sabe, aplicada com dedicação e método em países oficialmente comunistas. Nessas horas, há sempre o risco de se identificar o humanismo como um fundamento da esquerda, o que é uma afronta aos fatos.
Há, já observei, o risco — nesse questionário e em qualquer outro que busque quantificar a população segundo a ideologia — o risco de se confundirem as pessoas generosas com a esquerda, e as mais, digamos assim, severas com a direita. Huuummm… Há uma possibilidade, nesta vereda que abro, de haver um pouco mais de “conservadores” — de direitistas — no Brasil do que aponta a pesquisa. Por quê?
Peguemos as afirmações sobre a posse de armas:
Este seria o primado da esquerda:
Devem ser proibida, pois ameaça a vida de outras pessoas.
Este seria o primado da direita?:
Arma legalizada deve ser um direito do cidadão para se defender
“Arma legalizada deve ser um direito do cidadão; o que é preciso é proibir a arma ilegal”.
“O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”.
Chama-se, muitas vezes, de “pensamento de direita” ou “pensamento conservador” o que é nada além de bom senso. Nesse sentido, ideologia, esta sim, é a engenharia social a que se dedicam as esquerdas, ao tentar impor um ponto de vista ancorado em convicções e crenças que insistem em desafiar a realidade. Uma questão, para mim, é emblemática: a criminalidade
Viés de esquerda:
“A maior causa é a falta de oportunidades iguais para todos (36%)”
Viés de direita
“A maior causa é a maldade das pessoas (61%)”
Não gosto da palavra “maldade”. Ela me parece reducionista em excesso. E se as respectivas formulações fossem estas?
Viés de esquerda
“A pessoa não pratica crime porque quer, mas porque não teve melhores oportunidades”
Viés de direita
“Praticar crime é uma escolha; mesmo com uma vida difícil, o certo é se esforçar para vencer na vida”.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Um pais atrasado, mais mentalmente, do que materialmente. Qual seria?
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Da coluna do jornalista Carlos Brickmann, 13/08/2013:
Um grande político baiano, Octavio Mangabeira, cunhou uma frase fantástica: "Pense num absurdo. Na Bahia tem precedente". Poderia ser mais ambicioso: se o absurdo for realmente absurdo, no Brasil há precedente. Pois não é que o Supremo Tribunal Federal inicia o estudo, hoje, da possibilidade de transformar a última instância em penúltima? Oito meses depois de determinar a sentença dos réus condenados no processo do Mensalão, o Supremo discute se pode ou deve rever a decisão da qual não cabe recurso - mas, se o recurso se chamar embargo, recurso talvez possa haver. Enfim, seja qual for o nome do que está sendo debatido, onze dos 25 condenados podem ter a sentença reduzida. E penas de prisão em regime fechado serão, no caso, modificadas para regime semiaberto.
E assim terminará o caso? Não: o deputado Nathan Donadon foi condenado à prisão em regime semiaberto e já está cumprindo pena. Mas, como o Supremo decidiu que quem pode cassar mandatos é o Congresso, enquanto o Congresso não tomar sua decisão o nobre parlamentar pode exercer a função de deputado durante o dia e virar presidiário à noite, dormindo na cadeia. Dos onze condenados pelo Mensalão cuja sentença pode ser reduzida - ou não - José Genoíno e João Paulo Cunha são deputados. E talvez consigam trabalhar em meio período.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Sobre as manifestacoes de "massa" (talvez muita massa e pouco cerebro) - Rodrigo Constantino
Não há muito o que dizer, por enquanto, dessa enorme transpiração, com muito pouca inspiração, a não ser que existe muita confusão mental, em quase todos os participantes, a maioria porque sabe o que não quer, mas ainda não sabe o que quer, exatamente e como conseguir, e uma minoria porque sabe bem o que quer, mas seus objetivos são tão malucos e perversos que nem vale a pena falar deles.
Na falta de tempo, portanto, faço o que mais faço aqui, postar algum material reflexivo.
Aliás, provavelmente 90% do material aqui postado é de terceiros, pois eu não vivo para ficar escrevendo no blog o dia inteiro, fazendo-o apenas nos intervalos ou no curso de leituras rápidas, que me permitem apenas e tão somente fazer comentários iniciais muito rápidos, depois de ler alguma matéria interessante que penso deva merecer registro neste blog (um repositório, ou biblioteca, de ideias e problemas).
Consoante esse espírito, portanto, vou postar uma mensagem de um amigo e um artigo de outro amigo.
Raivosos opositores podem comentar, desde que seja quanto aos argumentos, não atirando sobre o mensageiro, ou xingando o blogueiro, muitas vezes anonimamente.
Esse pessoal é tão canhestro que não consegue conviver com a liberdade de ideias.
Eu, por exemplo, leio tudo o que eles escrevem, mas eles só leem o que eles mesmos escrevem, e quando é diferente ficam com raiva e saem atirando.
Triste. Mas assim é mundo.
Mais da metade do mundo vive sem liberdade e na pobreza, justamente devido a esses energúmenos.
A parte do mundo que é rica e próspera é constituída de democracias de mercado, perfeitamente capitalistas (ainda que com muito besteirol keynesiano).
Dito isto, vamos aos materiais...
Paulo Roberto de Almeida
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
Republica Federativa do Atraso (Mental), e do protecionismo, e do mercantilismo, e do...
Incrível como certos ingênuos econômicos (para não acusá-los simplemente de ignorantes) insistem em soluções equivocadas para falsos problemas, e continuam a colaborar para o atraso do país.
Este não é tanto material, quanto sobretudo mental. O atraso material pode ser medido em anos. O mental em décadas.
Infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida
Comissão aprova proposta que estimula indústria nacional
Boletim da Liderança do PT na CD, 13/11/2012
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio aprovou ontem parecer ao projeto de lei (PL 1770/11), do deputado Vicentinho (PT-SP), que dispõe sobre a obrigatoriedade de as montadoras de veículos utilizarem, na fabricação de seus produtos, 70% de peças produzidas no Brasil.
Ao justificar a proposta, Vicentinho ressaltou o estímulo que a globalização econômica tem dado as grandes montadoras de veículos quanto à concepção, fabricação e distribuição de veículos automotores. Ele lembrou, no entanto, que “há um movimento de integração da produção a nível global o que leva, em muitos casos, que um veículo montado em um determinado país tenha peças de distintas origens nacionais”.
Tal processo, segundo o deputado, tem sido responsável pela perda de muitos postos de trabalho, tanto na indústria automobilística como na indústria de autopeças que sempre deu suporte às montadoras instaladas no Brasil. “Além de estabelecer um percentual de 70% de nacionalização de peças, tendo como base o número de componentes, nossa iniciativa delega ao Poder Executivo a regulamentação dos procedimentos de fiscalização, controle e implementação das medidas”, afirmou Vicentinho. Ele acrescentou que caberá também ao Executivo o estabelecimento de penalidades.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
A "nova geografia do comércio internacional" - Rolf Kuntz
O novo "gênio da lâmpada" chegou não apenas a propor um acordo de livre comércio do Mercosul com a China, mas também que esse comércio se fizesse em moedas locais, ou seja, em reais e em yuans; isso para escapar da "ditadura do dólar", claro, que como todos sabemos, é uma moeda perversa, imperialista, através do qual o Império impõe sua vontade econômica a todos os demais países do mundo.
Assim, o saldo que ainda temos com a China -- mas isso deve acabar graças às parcerias estratégicas do genial governo com as novas potências do Sul -- seria obrigatoriamente convertido em compras na própria China, como antigamente se fazia na época dos "rentenMarks", quando o comércio entre o Brasil de Vargas e a Alemanha nazista, nos anos 1930, era estritamente bilateralizado. Essa enormidade de inovação econômica e monetária -- endossada na época pelo chanceler submisso, e até hoje pelo ministro que parece que se ocupa das finanças do Brasil -- faria o sistema de pagamentos do Brasil recuar mais de oitenta anos atrás, passando do multilateralismo estabelecido em Bretton Woods, para o sistema de intercâmbio dirigido dos anos da Depressão.
Não é preciso dizer que os companheiros no poder se esforçaram também para sabotar todos os vínculos comerciais com as "potências do Norte" e estimular a tal de "nova geografia". Os asiáticos, que não são bobos, concordaram em vender mais ao Brasil, já que nós nos oferecíamos para abrir nossos mercados, mas continuavam exportando suas manufaturas para todos os mercados abertos, especialmente para os países desenvolvidos: eles já tinham descoberto a "nova geografia" muito tempo antes dos companheiros, e exportavam para todos os mercados solváveis, em lugar de gastar dinheiro com promoção comercial apenas nos mercados do Sul. Para eles, mercados são mercados, e não têm ideologia, cor ou geografia: tudo o que possa comprar é interessante.
O gênio da lâmpada também sugeriu que os nossos importadores fizessem o genial programa brasileira de "substituição de importações", ou seja, deixar de comprar onde fosse mais barato ou de melhor qualidade, para "comprar dos nossos irmãos mais pobres, mesmo que fosse um pouco mais caro", como argumenta esse gênio. O seu criado amestrado logo criou um programa desse tipo em seu ministério, fazendo com que o Brasil pagasse pelo que era dever dos outros: se quer vender, arregace as mangas e vá buscar mercados. Aqui não: nós é que nos dispúnhamos a ir buscar os seus produtos caros para inunda o mercado brasileiro. Genial, não?
O Brasil não é tão atrasado materialmente, como ele é mentalmente atrasado, sobretudo pela mentalidade de certas pessoas que tomam certas decisões. Ainda não experimentamos todas as soluções genias que vão criar para nos trazer de volta aos gloriosos anos do protecionismo generalizado.
Paulo Roberto de Almeida
A estratégia do atraso
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Por uma vez concordo com os companheiros: Nao foi privatizacao, foi concessao...
Podem completar os quatro pontinhos que faltam...
Eu viajo muito, todos sabem: conheço dezenas de aeroportos no mundo inteiro, até no interior da China, no deserto da Mongólia.
Pois bem: em poucos lugares tenho encontrado aeroportos tão primitivos, tão desconfortáveis, tão vagabundos quanto os brasileiros. E estou falando de Galeão, Guarulhos, Brasília, Congonhas, todos uma M.... completa, com perdão das senhoras e crianças aqui presentes...
Pois é, como os companheiros são contra as privatizações, essas M....s de aeroportos vão continuar uma M.... completa, e piorar, claro, pois a M.... vai custar mais caro, podem apostar...
O que é que vocês queriam: eles não privatizaram, isso não.
Entregaram, com o nosso dinheiro (pois o dinheiro do BNDES é nosso, não é?), a fundos de pensão estatais, e a uma empresa de aeroportos da África do Sul, como o Brasil um membro proeminente do grupo Brics, e um exemplo de desenvolvimento econômico, social, tecnológico, enfim, dos irmãos africanos, tudo a ver com a nossa herança histórica, etc...
Por uma vez que queria concordar com o jornalista abaixo, mas não vou poder.
Vou concordar com os companheiros: não foi privatização, foi mera concessão.
Pior, foi uma estatização.
Preparem-se para a M.... em regime de concessão.
E agradeçam aos companheiros, pois vocês não vão estar pagando para capitalistas perversos.
Não, imaginem: vão estar pagando para os companheiros dos sindicatos mafiosos dos fundos de pensão.
Que alívio...
M.... nacional, mais cheirosa...
Paulo Roberto de Almeida
'Privatização? o que é isso? não, foi concessão', diz o abc do PT
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
América Latina sempre na contramao da historia (normal, ao que parece...)
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Brasil: a caminho da introversao produtiva e do stalinismo industrial
Pois bem, essa "máquina"-- que nunca foi muito inovadora, e subsistiu sempre à custa de proteção tarifária, subsídios públicos e uma extensa panóplia de regras definidas pelo Estado -- está sendo agora destruída, não pela concorrência estrangeira, como parecem acreditar os ingênuos (à falta de melhor expressão) que nos governam, mas pelas próprias políticas distorcivas, espoliativas, "extrativas", enfim, estúpidas, do próprio governo (e isso há muito tempo).
O Brasil não tem um problema grave de atraso material, ou de disfunções técnicas, como ele tem um gravíssimo problema de atraso mental, que afeta os políticos em geral, os que estão no governo em particular, e também os capitalistas, que insistem em delegar ao "Robin Hood" que nos governa a direção dos seus assuntos microeconômicos.
O Brasil é um país que caminha rapidamente para a irrelevância industrial e produtiva, graças aos idiotas que nos governam...
Paulo Roberto de Almeida
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Dezoito montadoras terão redução de IPI até 31 de dezembro
Do MDIC
Brasília, 31 de janeiro de 2012 - Dezoito montadoras poderão usufruir, até 31 de dezembro de 2012, da redução de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre automóveis de passeio, comerciais leves e caminhões produzidos em suas fábricas instaladas no Brasil, Mercosul e México.
Esse será o percentual de aumento do IPI a partir de 2 de fevereiro, conforme o Decreto nº 7.567/2011, publicado com o objetivo de incentivar a produção nacional de automóveis. A avaliação das empresas foi feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e publicada no Diário Oficial desta terça-feira.
Foram habilitadas as empresas: Agrale S.A, Caoa Montadora de Veículos S.A., Fiat Automóveis S.A., Ford Motor Company Brasil S.A, General Motor do Brasil S.A., Honda Automóveis do Brasil S.A., Internacional Indústria Automotiva da América do Sul Ltda., Iveco Latin América Ltda., MAN Latin América Indústria e Comércio de Veículos Ltda., Mercedes-Benz do Brasil Ltda., MMC Automotores do Brasil S.A., Nissan do Brasil Automóveis Ltda., Peugeot Citroën do Brasil Automóveis Ltda., Renault do Brasil S.A., Scania Latin América Ltda., Toyota do Brasil Ltda., Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda., Volvo do Brasil Veículos Ltda.
O aumento do IPI foi estabelecido pelo Decreto nº 7.567/2011 e vale até 31 de dezembro de 2012. As novas regras para gerir o regime automotivo, no período entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de julho de 2016, conforme critérios estabelecidos na medida provisória nº 540/2011, estão sendo estudadas pelo governo.
Exigências
Para receber a habilitação definitiva do MDIC, as empresas cumpriram uma série de exigências técnicas e comprovaram regularidade fiscal, tributária e utilização da Escrituração Fiscal Digital (EFD), nos termos do disposto no Ajuste Sinief nº 2, de 3 de abril de 2009, conforme determinado pela Receita Federal. De acordo com a legislação, estará fora do aumento de imposto os automóveis de passeio, comerciais leves e caminhões que cumpram as seguintes exigências:
• Uso mínimo de 65% de conteúdo regional de peças - autopeças originárias de países-membros do Mercosul serão consideradas como produzidas no país.
• Realização de investimentos em atividades de inovação, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de produto no país, correspondentes a pelo menos 0,5% da receita bruta total de venda de bens e serviços, excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda.
• Desenvolvimento, no país, de pelo menos seis das seguintes atividades:
1.montagem, revisão final e ensaios compatíveis;
2.estampagem;
3.soldagem;
4.tratamento anticorrosivo e pintura;
5.injeção de plástico;
6.fabricação de motores;
7.fabricação de transmissões;
8.montagem de sistemas de direção, de suspensão, elétrico e de freio, de eixos, de motor, de caixa de câmbio e de transmissão;
9.montagem de chassis e de carrocerias;
10.montagem final de cabines ou de carrocerias, com instalação de itens, inclusive acústicos e térmicos, de forração e de acabamento; e
11.produção de carrocerias preponderantemente através de peças avulsas estampadas ou formatadas regionalmente.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
As duas "América Latinas": a que olha para a frente, a que olha para tras...
Fácil de identificar: a que olha para a frente, faz acordos de livre comércio e se integra na globalização.
A que olha para trás, retorna a velhas receitas substitutivas, industrializantes, protecionistas.
Nem preciso dizer quais são os países que estão na primeira opção (pois se trata de uma opção, de estadistas responsáveis), e quais estão na segunda, alguns perto de nós.
Vamos estar, no entorno imediato, com governos que vão continuar olhando para trás pelos próximos dez anos pelo menos.
Enfim, líderes e políticos já fizeram opção pelo atraso.
Lamento por eles.
Pena que eu também seja afetado por decisões equivocadas...
Paulo Roberto de Almeida