O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador eleições 2014. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador eleições 2014. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: quao fiaveis sao as urnas eletronicas e o processo de agregacao de votos?

Não partilho da paranoia corrente sobre as fraudes inevitáveis no atual sistema de votação eletrônica administrado pelo TSE.
ATENÇÃO: não confio tampouco em que o TSE seja perfeito.
Acredito, sinceramente, que as urnas são frágeis, podem ser fraudadas, assim como podem ser fraudadas as transmissões ao TSE e o próprio processo de agregação final dos votos.
Acredito que tudo isso possa ser feito. O que não quer dizer que esteja sendo feito, de fato.
Ou seja, a possibilidade existe, mas sua probabilidade também precisa ser provada e documentada.
Não atuo apenas por suposições, mas todas elas são possíveis.
Sou favorável a um grande debate público sobre isso e, paralelamente, um processo de verificação, teste, verificação, teste, comprovação da fiabilidade de todo o processo, envolvendo os tecnocratas do TSE, auditores independentes, professores universitários, técnicos de empresas e representantes de partidos, todos reunidos, examinando cada etapa do processo, num plano eminenentemente técnico.
Desde já estou fora disso: não me julgo competente, mas gostaria de ler matérias a respeito.
Apenas por esta razão que coloco abaixo esta mensagem recebido de um cidadão, patriota como podem ser os militares, e que também se preocupa com o assunto.
Concluo: não sou paranoico, mas acredito que certas pessoas podem sim nos atacar...
Paulo Roberto de Almeida

Mensagem recebida em 19/10/2014, 16h43

Caríssimas(os) amigas(os):

Considero totalmente sem importância quem irá votar e como; mas o que é muito importante é quem irá contar os votos, e como !" 
        Iosif Vissarianovich Stalin

 Tem havido frequentes e bem embasadas denúncias sobre a não confiabilidade das urnas eletrônicas brasileiras, em total contradição com a propaganda ufanista do TSE.  Confira em:

https://www.youtube.com/watch?v=1GKkNR9fdX0

Nossas urnas eletrônicas foram desenvolvidas pacientemente, em um projeto genuinamente nacional e utilizadas progressivamente, atingindo 100%  dos municípios brasileiros em 2000, em uma eleição proporcional. Ninguém em sã consciência pode diminuir o êxito desse trabalho e/ou contestar a honestidade de propósitos de seus executores.

Naquela época, seria impensável fraudar uma urna. Hoje, com  o PT  no poder, aparelhando todos os setores do Estado brasileiro, inclusive o TSE, o risco que isso ocorra é muito alto.  Além disso, nossas urnas  estão ultrapassadas pois não permitem qualquer auditoria no resultado da votação uma vez que todos os resultados ficam gravados apenas  no cartão de memória que a cada releitura fornecerá sempre as mesmas respostas.

O Artigo 5º da Lei Eleitoral 12.034/2009, aprovada pelo Congresso, visava  impedir a fraude eletrônica, exigindo a emissão de um comprovante físico (voto impresso) conferido pelo eleitor no momento da votação. Isso permitiria a recontagem e/ou a verificação aleatória dos resultados.

O Ministro Lewandowski, então Presidente do STE, incentivou a Procuradoria Geral da Republica a entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que conseguiu anular esse Artigo, alegando que ele prejudicava a privacidade do voto (!!!???). O absurdo dessa decisão é que esse procedimento é hoje obrigatório em todos os países do mundo que usam esse tipo de urna. Isso está muito bem explicado em

 http://www.brunazo.eng.br/voto-e/textos/ADI4543.htm

Para que a sociedade pudesse avaliar a qualidade dos resultados emitidos pelas urnas eletrônicas, elas são periodicamente submetidas a testes de desempenho, por parte de especialistas de fora do TSE. A ideia seria que esses testes dispusessem do tempo e dos meios necessários e suficientes para uma avaliação completa do sistema e que as vulnerabilidades encontradas fossem imediatamente corrigidas.

O comportamento do TSE por ocasião do último desses testes, ocorrido em 2012 foi muito estranho. Ele impôs inúmeras restrições ao livre trabalho dos investigadores, limitou drasticamente a duração dos testes, e não liberou mais tempo mesmo depois que várias vulnerabilidades foram detectadas e nem tomou providências para sanar as irregularidades detectadas.

Mesmo assim, foi descoberto que o sigilo do voto é protegido por um conjunto de instruções infantis, que podem ser quebradas por qualquer iniciante em informática; que é possível a agentes internos ou externos manipular o software para alterar o resultado da votação. E isso for feito alterando certos comandos, esse comportamento malicioso pode ser estendido a várias delas simultaneamente, derrubando o argumento de que, como as urnas são, em princípio, isoladas umas das outras, seria necessário contaminá-las uma a uma. A ação é facilitada pelo fato de que o TSE insiste em que a chave criptográfica, armazenada no sistema de forma insegura, seja a mesma para as mais de 500.000 urnas. Assistam:

https://www.youtube.com/watch?v=BaicDqJ5juU

Quando o chefe da equipe da Universidade de Brasília insistiu com o TSE para que tomasse providências para corrigir os problemas detectados, foi acusado de estar "ameaçando da democracia". Se não estivéssemos vivendo tempos de PT, isso seria inacreditável.  Confiram:

Se somarmos todas essas informações e levarmos em conta que o Sr. Franklin Martins criou um grupo de mais de dois mil militantes para serem treinados em técnicas digitais, basicamente para perturbar as campanhas dos adversários, mas com capacitação para muito mais, o cenário da fraude, os protagonistas e o enredo da trama ficam bem claros.

Além disso, a instalação e as providências preparatórias para a votação foram terceirizadas regionalmente neste ano. Com isso, inúmeros funcionários, de diversas empresas, que podem ser cooptados, por questões ideológicas ou por dinheiro, terão acesso a procedimentos capazes de manipular à vontade os cartões de memória, inclusive introduzindo neles  vírus que atendam a seus interesses.

Inúmeras denúncias de irregularidades no funcionamento das urnas foram registradas durante o primeiro turno como, documentadamente, na urna da Seção nº 47 da 22ª Zona Eleitoral de Porto Velho, por exemplo, na qual, quando digitado o número 1, a máquina imediatamente completava para 13. Em São Paulo, houve urnas que não aceitavam o número 45.

Todas as fraudes reportadas beneficiavam o PT.

Nestas eleições, pela primeira vez o PT tem enormes chances de ser derrotado no segundo turno. Sempre foram reportados problemas pontuais, mas a alteração maciça de resultados de urnas, que foi desnecessária nas eleições anteriores, agora tem uma possibilidade muito elevada de ocorrer.

Palavras do grande timoneiro Lula: “vocês não tem ideia daquilo que o PT pode fazer para vencer as eleições".

Quando o Ministro Lewandovsky detonou o Art 5º em 2009, já se sabia que o Ministro Toffoli estaria na presidência do TSE em 2014, tendo em vista que existe a tradição de eleger como presidente o Ministro do Supremo cujo mandato na Corte eleitoral se iniciou há mais tempo, neste ano, o Ministro  Toffoli.

Existem três gerações de urnas eletrônicas em uso no mundo. A primeira é a nossa.  A segunda (IVVR ou VVPAT) proporciona um comprovante físico do voto do eleitor e a  terceira (E2E)  torna essa comprovação muito mais transparente e eficaz. O Brasil é o ÚNICO PAÍS DO MUNDO que ainda usa urnas da primeira geração. Esse tipo foi abandonado ao longo do tempo por Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Rússia, Bélgica, Argentina, México, Paraguai, Índia e Equador, onde gerações mais modernas são utilizadas.

 É inacreditável que ainda haja pessoas que digam que o sistema de votação brasileiro é “referência mundial”. Talvez o seja, mas exatamente por sua obsolescência.

Assistam:

http://www.folhapolitica.org/2014/07/brasil-e-o-unico-pais-que-ainda-utiliza.html

 Para ter sucesso em uma fraude dessas dimensões, além do controle total do processo, que o TSE possui, basta desenvolver um software dedicado para trocar votos, programado para se apagar no final da votação. Em princípio, os resultados fraudados devem ser coerentes com as pesquisas de intenção de votos, mantendo-se dentro de limites eufemisticamente chamados de “margens de erro”. Por exemplo, com uma margem de erro de ± 2 pontos, é possível escamotear até 4 pontos de um dos candidatos, mantendo-se dentro do  “esperado”.  Isso é extremamente fácil de ser feito. Assista:

http://youtu.be/VnH_ElxR6jY  

A obtenção de resultados destorcidos nas pesquisa de intenção de votos pode ser induzida  pelos Institutos: a) com o emprego de uma metodologia viesada; b) com perguntas estimuladas ou induzidas e c) com uma escolha adequada da qualificação, localização e volume do universo de entrevistados.  Houve informações na rede, por exemplo, que as intenções de votos de pessoas com formação superior não foram levadas em consideração para o primeiro turno.

Ressalte-se que tanto as pesquisas de intenções de votos, em todos os Institutos de pesquisa chapa branca, foram completamente diferentes do resultado no primeiro turno. Seria uma preparação de espíritos para que uma discrepância grande também no segundo seja considerada normal?

Causa muita preocupação um cenário em que a diferença de intenções de voto entre Dilma e Aécio seja mantida artificialmente apertada pelos Institutos de pesquisa amestrados. E, até hoje, eles o tem mantido em 2 ± 2  pontos, ideal para uma fraude. Mas o ISTOE/Sensus desde o começo do segundo turno vem mostrando coisa diferente. Confira o vídeo abaixo, referente a 18 de outubro:

http://www.istoe.com.br/reportagens/388139_AECIO+ESTA+13+PONTOS+A+FRENTE+DE+DILMA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage


Além da fraude na urna, os pacotes de informações enviados via rede segura, entre Cartórios Eleitorais, TSE´s e o TSE, podem ser invadidos. Para diminuir esse risco, sugiro que todos colaborem patrioticamente com a proteção dessas informações entrando em  http://somos.vocefiscal.org/   .

Eu já sou um orgulhoso Fiscal em Cachoeira Paulista - SP

Negar as vulnerabilidades cientificamente demonstradas da urna eletrônica é um desserviço e uma deslealdade para com a sociedade brasileira. Deixar de observar que existe toda uma estranha conjugação de circunstâncias, criada pelo governo, que facilitam a exploração dessas vulnerabilidades é uma displicência reprovável e omitir que o PT dispõe de um núcleo cibernético perfeitamente capaz de fazê-lo é uma imprudência inaceitável.

O único ponto discutível consiste em acreditar ou não que essas facilidades serão usadas para fraudar as eleições.

O assunto é muito importante e merece que vocês, por favor, assistam todos os vídeos. Depois, formem suas próprias opiniões a respeito.

Um patriótico e fraterno abraço.
José Gobbo Ferreira, PhD

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: pesquisa da Sensus coloca Aecio com 13 pontos na frente

Bye-bye companheiros neobolcheviques? Não sei dizer, mas tudo indica que vamos ter de administrar uma série crise de abstinência...
Como no caso desses alcoolatras compulsivos, os companheiros não conseguem viver sem as tetas do Estado. Antes até que sobreviviam, mas depois de 12 anos de lambanças, estão mal acostumados...
Eles já devem ter uma desculpa pronta:
"A despeito de todos os benefícios concedidos por nós, a população preferiu o candidato adversário, o representante da direita reacionária, do neoliberalismo, o homem que vai fazer o Brasil recuar para a submissão ao império e às regras do Consenso de Washington, total alinhamento com o capitalo financeiro internacional, blá, blá, blá. Isso porque, vamos ser sinceros aqui minha gente, a nossa candidata foi muito ruim na campanha, não soube explicar bem ao povo onde estavam os seus verdadeiros interesses, blá, blá, blá."
Enfim, mais ou menos isso, não é?
Acho que vou ficar com uma frase do Aécio: Já deu PT!
E uma outra que eu mesmo adaptei a partir de uma famosa publicidade de presunto: Nem a pau Juvenal!
Pois é minha gente, todo mundo deve ter um petista amigo para consolar.
Sejam generosos, não tripudiem...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil/Eleições 2014
ISTOÉ/Sensus  N° Edição:  2343 |  17.Out.14
Aécio está 13 pontos à frente de Dilma
Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra o candidato tucano com 56,4% das intenções de voto e a petista com 43,6%

Pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada entre a terça-feira 14 e a sexta-feira 17 mostra a consolidação da liderança de Aécio Neves (PSDB) sobre a petista Dilma Rousseff no segundo turno da sucessão presidencial. De acordo com o levantamento, o tucano soma 56,4% dos votos válidos, contra 43,6% da presidenta. Uma diferença de 12,8 pontos percentuais, que representa cerca de 19,5 milhões de votos. Se fossem considerados os votos totais, Aécio teria 49,7%; Dilma, 38,4%; e 12% dos eleitores ainda se manifestam indecisos ou dispostos a votar em branco. A pesquisa indica que nessa reta final da disputa os dois candidatos já são bastante conhecidos pelos eleitores. O índice de conhecimento de Dilma é de 94,4% e de Aécio, de 93,3%. “Com os candidatos mais conhecidos, a tendência é a de que o voto fique mais consolidado”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. O levantamento, que ouviu 2.000 eleitores de 24 Estados, revela também a liderança de Aécio Neves quando não é apresentado ao eleitor nenhum candidato. Trata-se da chamada resposta espontânea. Nesse quesito, o tucano foi citado por 48,7% dos entrevistados e a petista, que governa o País desde janeiro de 2011, por 37,8%.

Realizada em 136 municípios, a pesquisa ISTOÉ/Sensus também constatou que a campanha petista não conseguiu reduzir o índice de rejeição à candidata Dilma Rousseff. Quase metade do eleitorado, 45,4%, afirma que não admite votar na presidenta de maneira alguma. Com relação ao tucano, segundo o levantamento, a rejeição é de 29,9%. “Isso significa que a margem de crescimento da candidata Dilma é menor do que a de Aécio”, avalia Guedes. Os números mostram, segundo a pesquisa, uma forte migração para o senador tucano dos votos que foram dados a Marina Silva (PSB) no primeiro turno. “Hoje estamos juntos em torno de um programa para mudar o Brasil”, disse Marina na sexta-feira 17, ao se encontrar com Aécio em evento público na zona oeste de São Paulo.

Desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger diretamente o presidente da República, é a primeira vez que um candidato que terminou o primeiro turno em segundo lugar começa a última etapa da disputa na liderança. A pesquisa Istoé/Sensus divulgada no sábado 11 já apontava esse movimento, quando revelou que Aécio estava com 52,4% das intenções de voto. Na última semana, os levantamentos que são feitos diariamente pelo comando das duas campanhas também mostraram a liderança de Aécio. É com base nessas consultas que tanto o PT como o PSDB planejam a última semana de campanha. E tudo indica que o tom será cada vez mais quente. No PT há uma divisão. Um grupo sustenta que a campanha deve aumentar o tom dos ataques contra Aécio e outro avalia que a presidenta deva imprimir um ritmo mais propositivo à campanha. O mais provável, no entanto, é que a campanha de Dilma continue a jogar pesado contra o tucano. Segundo Humberto Costa, líder do PT no Senado, o partido vai insistir na tese de que é necessário “desconstruir a candidatura tucana”. “Não basta ficar defendendo nosso governo”, disse o senador na sexta-feira 17. Claro, trata-se de um indicativo de que a campanha de Dilma vai continuar usando do terrorismo eleitoral. “Se deu certo contra Marina, deverá dar certo contra Aécio”, afirmou Costa.

No QG dos tucanos, a ordem é não deixar nada sem resposta e continuar mostrando ao eleitor os inúmeros casos de corrupção que marcam as gestões petistas, particularmente os quatro anos do governo de Dilma. “Não podemos nos colocar como vítimas. O que precisamos é mostrar nossas propostas, mas em nenhum momento deixar de nos defender com veemência das armações feitas pelos adversários”, disse um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves. “Marina tentou apenas fazer a campanha propositiva e acabou atropelada pela máquina de calúnias do PT.” Nessa última semana de campanha, Aécio vai intensificar a agenda em Minas e no Nordeste, principalmente na Bahia, em Pernambuco e no Ceará. Não está descartada a possibilidade de que os nomes de novos ministros venham a ser divulgados pelo candidato.

Eleicoes 2014: UFC politico termina com alguem carregado do ringue; um massacre...



RICARDO NOBLAT

Dilma foi nocauteada


Aécio deixou de ser tucano. Na versão política, tucano é uma ave que, apesar do bico grande, bica com delicadeza. É capaz de perder a vida para não perder a elegância. Quem imaginou que Aécio, nesta quinta-feira, no debate do SBT, ofereceria a outra face para apanhar, enganou-se.
Marqueteiros dizem que o eleitor detesta ataques. Lorota. Detesta baixarias. Se alguém se rendeu à baixaria foi Dilma quando perguntou a Aécio o que ele achava da lei que pune motoristas que dirijam bêbados ou drogados.
Uma vez, no Rio, Aécio foi surpreendido por uma blitz da Lei Seca. E se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Se Dilma sabe que ele estava bêbado ou drogado deveria ter dito. É uma grave acusação que não pode apenas ser insinuada. Leviandade. No debate da Band, na última terça-feira, Dilma impôs a Aécio sua agenda de discussão. Aécio não soube assimilar os golpes. Foi derrotado.
No debate do SBT, Aécio impôs sua agenda. E rebateu os ataques de Dilma com calma, lógica e argumentos bem pensados. Dilma voltou a perguntar pelos parentes que Aécio empregou no governo de Minas. Aécio respondeu sobre apenas um deles — sua irmã, Andrea, que trabalhou no governo sem nada ganhar.
Em seguida, perguntou a Dilma pelo irmão dela, “que ganha sem trabalhar” na prefeitura de Belo Horizonte. Dilma acusou o golpe.
Aécio carimbou na testa de Dilma que ela não conhece direito Minas. Dilma passou recibo da acusação.
O debate acabou com Dilma nocauteada. Não é força de expressão. Desorientada, como se não soubesse direito onde estava e o que lhe aconteceu, Dilma perdeu a voz ao responder à pergunta de uma repórter do SBT. Esqueceu que estava ao vivo. E, aparentemente grogue, pediu para recomeçar.
Não conseguiu. Alegou que estava passando mal. Foi socorrida com um copo de água. Quis voltar à responder. Como seu tempo acabara, se irritou com a repórter. Desfecho perfeito para uma luta que ela perdeu.

Eleicoes 2014: ATENÇAO, mini-eleicao antes do dia 26, vote agora voce tambem...

Copyright: Augusto Nunes
16/10/2014

PS antecipado: eu acertei no mais votado. Acerte você também!

  • Enquete

    Dilma avisou que não deixará a vida pública mesmo se for derrotada por Aécio. Qual destes cargos merece?
    • Embaixadora do PT no Estado Islâmico(73,0%, 12.551 Votos)
    • Diretora de Finanças do Instituto Lula(12,0%, 2.082 Votos)
    • Ministra de Minas e Energia da Bolívia(8,0%, 1.417 Votos)
    • Chefe de Gabinete do prefeito de Hortolândia (5,0%, 774 Votos)
    • Chefe da Casa Civil do governador mineiro Fernando Pimentel (1,0%, 233 Votos)
    • Secretária da Fazenda do governador baiano Rui Costa (1,0%, 101 Votos)
    Total Voters: 17.158

Eleicoes 2014: The Economist ja votou, e o poste nao vai gostar...

Será que o pessoalzinho do Planalto vai responder? Será que vai ser o Goebbels? Ah, mas ele não fala inglês, só alemão, e gótico ainda por cima. Esse pessoal é mesmo bárbaro, em vários sentidos, se vocês me entendem. Alguns são hunos, outros são vândalos, outros ostrogodos e tem também os godos corintianos, alguns até vascainos.
Enfim, a soberana acaba de ganhar mais uma caracterização: a Carmen Miranda das frutas podres. Temos de conhecer o nome do artista para cumprimentá-lo pela trouvaille genial.
Deve ser por isso que as frutas estão caras: os companheiros deixam apodrecer.
Eles são mesmo uns visigodos...
Paulo Roberto de Almeida 
The economist mudança
VEJA.com, 16/10/2014

Uma figura que faz lembrar Carmen Miranda, mas com ar enfadonho e que carrega sobre a cabeça frutas apodrecidas. É com essa imagem que a conceituada revista britânica The Economist acompanha a seguinte frase: por que o Brasil precisa de mudança. A edição distribuída na América Latina traz nesta sexta-feira capa que trata das eleições no Brasil. E sentencia: os eleitores brasileiros devem se livrar de Dilma Rousseff e eleger Aécio Neves.

O texto lembra que em 2010, quando Dilma foi eleita, o Brasil parecia finalmente fazer jus a seu imenso potencial. A economia crescia a 7,5% ao ano. Quatro anos depois, a economia patina e os avanços sociais andam em marcha lenta. E lembra que em junho do ano passado milhões de brasileiros saíram às ruas para protestar por melhores serviços públicos e contra a corrupção.
Depois de fazer um panorama das viradas que marcaram a corrida eleitoral no Brasil, o texto trata da atual situação econômica do país. Ao citar a crise econômica mundial – apontada por Dilma como a culpada pelo atual quadro brasileiro –, a revista salienta que o país tem se saído pior do que os vizinhos latino-americanos no enfrentamento da questão. Cita ainda a intromissão constante do governo federal nas políticas macroeconômicas e as tentativas de interferir no setor privado como responsáveis pela queda nos investimentos.
Ao tratar dos problemas de infraestrutura e da burocracia que atravanca o país, a revista afirma que Dilma reforçou a mão do Estado na economia, servindo-se favores para iniciados, como incentivos fiscais e empréstimos subsidiados de bancos estatais inchados. A Economist diz ainda que Dilma prejudicou a Petrobras e a indústria de etanol, mantendo o preço da gasolina contido à força “para mitigar o impacto de sua política fiscal frouxa”. Cita ainda os sucessivos escândalos que envolvem a estatal.
A Economist trata, por fim, dos ataques perpetrados pela campanha petista contra Aécio. Classifica como infundadas as alegações de que o tucano colocaria fim ao Bolsa Família – e lembra que ao longo dos anos o PT caricaturou o PSDB como um partido “de gatos gordos sem coração”. O texto explica que as políticas propostas por Aécio, ao contrário do que quer fazer crer o PT, beneficiariam os brasileiros mais pobres. Diz que ele promete fazer o país voltar a crescer. E que sua história e a de seu partido tornam a promessa crível. Afirma que Aécio tem uma equipe impressionante de conselheiros liderados por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, que é respeitado por investidores. Cita as promessas de retorno a políticas macroeconômicas sólidas, de redução no número de ministérios, de simplificar o sistema fiscal e aumentar o investimento privado em infraestrutura. E sentencia: Aécio merece ganhar.
“Aécio lutou de forma tenaz na campanha e já deu provas de que pode fazer funcionar suas políticas econômicas. A maior ameaça aos programas sociais no país é a forma como o PT hoje conduz a economia. Com sorte, o apoio de Marina Silva, que já foi do PT e nasceu na pobreza, deve ajudá-lo. O Brasil precisa de crescimento e de um governo melhor. Aécio é quem tem mais condições de fazê-lo”, encerra o texto.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tempo de eleicao, tempo de reflexao - Paulo Roberto de Almeida


Tempo de eleição, tempo de reflexão

 Paulo Roberto de Almeida 

Disputas eleitorais são momentos de paixão, e sempre vêm permeadas por muita emoção, ademais, para os mais engajados, de um comprometimento com alguma causa que se considera relevante, para a sua própria vida, para o futuro dos familiares, do país, ou para a sua atividade profissional.
Eleições deveriam dar lugar a um debate saudável sobre programas de governo, para a prestação de contas dos que terminam um mandato, e pedem para ficar mais um, ou competem para outro cargo. Nem sempre é o que acontece, em todos os lugares. Em lugar de disputas civilizadas, o que se tem, muitas vezes é troca de acusações, denúncias contra adversários, alegações pouco substanciadas sendo lançadas contra os opositores, que muitas vezes são identificados a inimigos políticos.
Brasil e Estados Unidos passam ambos por campanhas eleitorais, gerais no nosso caso, parciais no caso americano. Em cada um dos países, as regras para o financiamento dos candidatos e dos partidos são diferentes, assim como são as normas que presidem à publicidade pré-eleitoral. Não cabe fazer comparações muito estritas, uma vez que cada sistema político é o resultado de um longo processo histórico de construção gradativa de instituições democráticas, que não dispensam desvios, deformações e até graves lacunas nas regras que presidem à escolha dos candidatos, na forma como os eleitores são convocados a exercer os seus direitos democráticos – voto livre e opcional, por exemplo, ou compulsório, no nosso caso – ou no modo através do qual os partidos são financiados e pelo qual eles sustentam suas campanhas (recurso a financiamento público, por exemplo, ou contribuições privadas, mas aqui entra o sempre difícil problema das contribuições das grandes empresas e a questão do abuso do poder econômico).
A própria legislação eleitoral e a arquitetura geográfica da representação política é outra importante questão para a qual não existem respostas fáceis. Nosso sistema é baseado na proporcionalidade federativa, mas sabemos que existem limites – no teto e no piso do número de mandatos por estados, que são grandes circunscrições eleitorais – que dificultam a escolha dos candidatos. Outros sistemas se baseiam num sistema distrital, o que torna a própria representação uma escolha majoritária numa região bem menor pela sua dimensão geográfica, e portanto aproximaria, pelo menos teoricamente, o candidato do eleitor. Estas também são o resultado de uma lenta evolução das sociedades, em direção de sistemas mais legítimos, e mais transparentes.
Em qualquer hipótese, e independentemente das características próprias a cada disputa eleitoral, tais momentos também deveriam nos oferecer uma oportunidade para uma reflexão do que representa o nosso voto na construção de instituições democráticas mais fortes, mais propensas a criar prosperidade para todos, independentemente das correntes políticas a que se filiam os eleitores. Alguns valores básicos sempre veem à mente quando temos de fazer uma escolha entre dois, ou mais, competidores políticos: quem é aquele que exala mais sinceridade, mais comprometimento com uma boa gestão pública, aquele que mais presta conta de suas atividades, ou o que mais zela pela boa aplicação dos impostos arrecadados. Tenha isso em mente, quando for votar.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 16 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: Consultora do "Fim do Brasil" reafirma incompetencia e mentiras do continuismo

Parece que a deslavada mania de mentir, caluniar, ofender, que caracteriza a campanha oficial, oficiosa, e mercenária, dos companheiros acabou irritando o pessoal que já tinha produzido o livro "O Fim do Brasil", cujas peças principais foram objeto de censura por parte do pessoal do poder.
Irritados, eles respondem a verdade para cada mentira afirmada pelos marketeiros do poder.
Transcrevo abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Por que Dilma mente?
Consultoria Empiricus, 16/10/2014

Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário. Se George Orwell estivesse por ai, seria prontamente acusado de terrorismo eleitoral.

Enquanto insistirem em falar mentiras sobre os “neoliberais”, cumprirei o compromisso de falar verdades sobre o governo.

Há dois elementos constrangedores envolvendo o governo Dilma: a incompetência e a desonestidade intelectual - essa última conhecida popularmente como hábito da mentira.

Inventam o que querem para evitarem a mudança de endereço. Abaixo listo as dez mentiras que mais me incomodam, cujas implicações ao seu patrimônio podem ser substanciais.

Restrinjo-me a questões de economia e finanças. Não imagino que a mitomania limite-se a essa área, mas prefiro manter-me no escopo, por uma questão de pertinência desta newsletter.

Ao não reconhecer os erros, mantém-se a rota errada da política econômica. Bateremos de frente com uma crise financeira em 2015.

1. “A crise vem de fora.”

Esse é o discurso oficial para justificar a recessão técnica em curso no Brasil. O que os dados podem nos dizer sobre isso? Comecemos do mais simples: o crescimento econômico do Governo Dilma será, na média, dois pontos percentuais menor àquele apresentado pela América Latina. Nos governos Lula e FHC, avançamos na mesma velocidade dos vizinhos.

Indo além, há de se lembrar que a economia mundial cresceu 3,9% em 2011, 3% ao ano entre 2012 e 2013, e deve emplacar mais 3,6% em 2014. Nada mal.

Comparando com o pessoal mais aqui ao lado especificamente, Chile, Colômbia e Peru, exatamente aqueles que adotaram políticas econômicas ortodoxas e perseguiram uma agenda de reformas na América Latina, cresceram 4,1%, 4,0% e 5,6% ao ano, entre 2008 e 2013.

Enquanto isso, a evolução média do PIB brasileiro na administração Dilma deve ser de 1,7% ao ano.

A retórica oficial, desprovida de qualquer embasamento empírico, continua ser de que a crise vem de fora. Aquela marolinha identificada pelo presidente Lula, lá em 2008, seis anos atrás, ainda deixando suas mazelas.

2. “A política neoliberal vai aumentar o desemprego.”

Não há como desafiar o óbvio de que o produto agregado (PIB) depende dos fatores de produção, capital e trabalho. Ora, com o PIB desabando por conta da política econômica heterodoxa, cedo ou tarde bateremos no emprego.

Podemos não conseguir precisar qual a exata função de produção, ou seja, de como o PIB se relaciona com o nível de emprego, mas não há como contestar a existência de relação entre as variáveis.

O crescimento econômico da era Dilma é o menor desde Floriano Peixoto, governo terminado em 1894, subsequente à crise do encilhamento. Há uma transmissão óbvia desse comportamento para o emprego.

Os dados do Caged de maio apontaram a menor geração de postos de trabalho desde 1992. Em sequência, junho foi o pior desde 1998. E julho, o pior desde 1999. O dado de setembro, recém divulgado, foi o pior desde 2001.

Quem vai gerar desemprego é a nova matriz econômica - não o fez ainda simplesmente porque essa é a última variável a reagir (e a única que ainda não foi destruída).

3. “A oposição quer acabar com o reajuste do salário mínimo.”

Essa é uma mentira escabrosa por vários motivos. O primeiro é trivial: o candidato da oposição (embora pareça haver dois, há apenas um) já se comprometeu, em dezenas de oportunidades, em manter a política de reajuste de salário mínimo.

Ademais, quando Dilma se coloca como a protetora do salário mínimo, está simplesmente contrariando as estatísticas. O aumento real do salário mínimo foi de 4,7% ao ano entre 1994 e 2002, de 5,5% ao ano entre 2003 e 2010, e de 3,5% ao ano entre 2011 e 2013.

Ou seja, o reajuste do mínimo na era Dilma é inferior àquele implementado por Lula e também ao observado no período FHC. Ainda assim, Dilma se coloca como o bastião em favor do salário mínimo.

4. “A política neoliberal proposta pela oposição vai promover arrocho salarial.”

Esse ponto, obviamente, guarda relação com o anterior. Destaquei-o mesmo assim porque denota a doença de ilusão monetária ou uma tentativa descarada de enganar a população.

Arrocho salarial já vem sendo promovido pela atual política econômica, por meio da disparada da inflação. O salário nominal, o quanto o sujeito recebe em reais no final do mês, não interessa per se. O relevante é como e quanto esse numerário pode ser transformado em poder de compra - isso, evidentemente, tem sido maltratado pela leniência no combate à inflação.

Precisamos dar profundidade mínima ao debate. Se você consegue aumentos sistemáticos de salário acima da produtividade do trabalhador, a contrapartida óbvia no longo prazo é a inflação, que acaba reduzindo o próprio salário real.

O que os “neoliberais” querem é perseguir aumentos de produtividade maiores e duradouros. Isso permitiria dar incrementos de salário substanciais, sem impactar a inflação.

Caso contrário, aumentos do salário nominal serão corroídos pela inflação.

5. “O Brasil quebrou três vezes.”

O Brasil quebrou uma única vez, em fevereiro de 1987, no governo Sarney, quando foi decretada a suspensão do pagamento dos juros da dívida externa.

Quebrar é uma definição explícita e até mesmo técnica, ligada à moratória, o que é bem diferente de recorrer ao FMI, grosso modo um acesso a um dinheiro barato, sem mito ou fábula.

Durante o governo FHC, houve três empréstimos do FMI: i) durante a transição do câmbio fixo para flutuante entre 1998 e 1999; ii) durante a crise de 2001, ano especialmente difícil por conta da quebra (verdadeira) da Argentina; e iii) em 2002, por conta da chegada ao poder de Lula, que impusera aos mercados grande incerteza e, por conseguinte, enorme fuga de capitais.

Bom, mas como verdades não são o forte da campanha, logo ouviremos de novo sobre as três vezes que o Brasil (não) quebrou.

6. “A política monetária foi exitosa.”

A frase foi proferida por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, em seminário nos EUA sobre política monetária. A inflação brasileira já estourou o teto da meta, de 6,50% em 12 meses, ignorando o princípio básico de um sistema de metas, em que o centro do intervalo deve ser perseguido. A banda de tolerância de dois pontos existe apenas para abarcar choques exógenos.

O IPCA de setembro aponta variação de 6,75% em 12 meses, estourando o limite superior do intervalo.

Transformamos o teto no nosso objetivo e represamos cerca de dois pontos de inflação através do controle de preços de combustíveis, energia e câmbio.

Esse é o tipo de êxito que esperamos da política econômica?

7. “Precisamos de um pouco mais de inflação para não perder empregos.”

Para ser justo, a frase, ao menos que seja de meu conhecimento, não foi dita ipsis verbis por nenhum membro do Governo. Entretanto, a julgar pelas decisões e diretrizes de política monetária, parece permanecer o racional da administração petista.

O velho trade-off entre inflação e crescimento, em pleno século XXI?

Bom, antes de entrar no debate acadêmico, pondero que poderia até ser verdade se houvesse, de fato, crescimento. Conforme supracitado, não é o caso.

Ignorando esse fato e fingindo que vivemos crescimento econômico pujante, a questão sobre o trade-off entre inflação e crescimento parece apoiar-se numa discussão tacanha sobre a Curva de Phillips.

O debate até faria sentido se estivéssemos nos idos de 1970. Dai em diante, Friedman, Phelps e outros destruíram o argumento de mais inflação, mais emprego.

A partir da síntese de 1976, naquilo que ficou batizado de crítica de Lucas, com trabalhos posteriores sobretudo de Kydland e Prescott, a fronteira do conhecimento passou a incorporar a ideia de que o trade-off entre inflação e desemprego existe apenas a curtíssimo prazo.

Ao trabalhar com uma inflação sistematicamente mais alta, rapidamente voltamos a um novo equilíbrio, com nível de preços maior e o mesmo nível de emprego original.

E, sim, o espaço aqui está aberto para o pessoal da Unicamp rebater o argumento de Lucas (professor Belluzzo incluindo, sem nenhum tipo de enfrentamento aqui; convite educada e genuinamente a um derbi das ideias). Criticam-nos por ouvir apenas a oposição e ignoram que eles declinam nosso convites - só pode haver vozes governistas e/ou heterodoxas em nossos eventos se elas aceitarem participar, certo? Lembre-se: fizemos o convite ao competente Nelson Barbosa, que, infelizmente, não pode comparecer por incompatibilidade de agenda.

8. “As contas públicas estão absolutamente organizadas. O superávit primário, embora menor do que em 2008, é um dos maiores do mundo. Dizer que há uma desorganização fiscal é um absurdo.”

A preciosidade foi dita pelo ministro Guido Mantega em entrevista ao jornal Valor. O superávit primário do setor público não é somente menor àquele de 2008. No primeiro semestre, foi o menor da história, em R$ 29,4 bilhões.

Agosto marcou o quarto mês consecutivo de déficit primário, de modo que o acumulado está em R$ 10,2 bilhões.

O superávit acumulado no ano até agosto é de 0,3% do PIB, enquanto a promessa do governo (para segurar o rating) é entregar 1,9% do PIB.

Essa é a herança que a “absoluta organização das contas públicas está nos deixando.”

9. “Nunca foi feito tanto pelo pobre neste país.”

Intuitivamente, você já poderia desconfiar da afirmação quando pensa na inflação, que é um fenômeno essencialmente ruim para as classes mais baixas. Os abastados têm um estoque de riqueza aplicada em ativos que remuneram acima da inflação. Logo, estão em grande parte protegidos. A inflação é um instrumento clássico de concentração de riqueza.

Mas há de ser além da simples intuição, evidentemente. Estudos mais recentes indicam que, depois de 10 anos consecutivos em queda, a desigualdade de renda no Brasil parou de cair de forma estatisticamente significativa em 2012. Documento IPEA n 159 é categórico em dizer que a concentração de renda no Brasil cai sistematicamente até 2012; a partir daí, há dúvidas.

O índice de Gini apresenta queda marginal entre 2011 e 2012, enquanto as curvas de Lorenz dos dois anos estão sobrepostas, indicando, grosso modo, estagnação na melhora.

Ainda mais problemático, estudo encomendado pelo IPEA a partir de dados do Imposto de Renda mostra concentração de renda entre 2006 e 2012 - em 2012, os 5% mais ricos do País detinham 44% da renda; em 2006, o percentual era de 40%.

A política econômica heterodoxa não cresce o bolo e também não o distribui de forma mais equitativa.

10. “A oposição faz terrorismo eleitoral.”

Se você compactua com um dos nove pontos anteriores, você é um terrorista eleitoral, egoísta e interessado apenas em si mesmo. Provavelmente, é financiado por um dos candidatos de oposição.

Enquanto isso, a situação acusa a candidata oposicionista de homofóbica e de semelhanças com Fernando Collor. Sim, ele mesmo, parte da base de apoio da....situação.

Seríamos nós, analistas e economistas, os terroristas?

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: pesquisas eleitorais (alguem confia?), apenas para registro, segundo turno

Nem vou comentar, sequer ler todas elas, pois seria perda de tempo, mas meu amigo Maurício David coletou várias e faz o comentário inicial.
A serviço de quem gosta desse tipo de coisa. Prefiro debates, que aliás tem sido miseráveis.
Paulo Roberto de Almeida

Assustada com avanço de Aécio, campanha de Dilma pede socorro ao Bispo Macedo (dono da Igreja Universal e da Rede Record de Televisão) para apresentar pesquisa "montada" para favorecê-la. A Igreja Universal, como se sabe, vive de fazer milagres... Aparece então uma misteriosa "pesquisa" da Vox Populi encomendada pela TV Record ( Vox Populi é a empresa que fez a campanha do Collor em 1989 e que hoje trabalha com exclusividade contratada pelo PT e pele revista CartaCapital, porta-voz extra-oficial do governo e mantida com verbas das empresas estatais).
Maurício David

Pesquisas Eleitorais para Presidente
14/10/2014
Tal como no filme famoso do Román Polanski 'A Dança dos Vampiros", quanto mais a eleição se aproxima da reta final, mas as campanhas "providenciam" pesquisas favoráveis para segurar os militantes.
Agora, o Vox Populi ( que trabalha para a campanha da Dilma via contratos com o PT e com a publicação pró-governo CartaCapital), providenciou uma para negar as evidências de que o Aecio está com  vários pontos à frente da Dilma, depois do apoio da Marina, do PSB e demais partidos, e do super-escândalo da Petrobrás...
Vejamos o tira-teima com o Ibope e a DataFolha amanhã, quarta-feira...

Vox Populi - Pesquisa Presidente 2º Turno
A última pesquisa Vox Populi encomendada pela TV Record, Record News e Portal R7, referente ao segundo turno da eleição presidencial em 2014, divulgada dia 13 de outubro, mostra Dilma numericamente na primeira posição, mas empatada tecnicamente com Aécio Neves.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Dilma (PT) -  51%
Aécio Neves (PSDB) - 49%

A Justiça Eleitoral chega aos resultados oficiais da eleição através dos votos válidos, procedimento que retira da amostra os votos em branco, nulos e os votos dos eleitores indecisos. Para um candidato ser eleito no segundo turno, ele precisa atingir a maioria dos votos.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Dilma (PT) - 45%
Aécio Neves (PSDB) - 44%
Branco/Nulo -  5%
Indecisos - 5%
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 12 de outubro de 2014 com 2.000 eleitores em 147 cidades brasileiras de todas as regiões. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01079/2014 e foi divulgada no site r7.com.

Sensus - Pesquisa Presidente 2º Turno
Na mais recente pesquisa Sensus/Istoé sobre o segundo turno da eleição para presidente em 2014, divulgada dia 11 de outubro, Aécio Neves aparece com 17,6 pontos percentuais a mais que a presidente Dilma, no que se refere aos votos válidos.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 58,8%
Dilma (PT) - 41,2%
Nos votos válidos, são retirados os votos em branco, os nulos e os eleitores indecisos, este é o procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para alcançar o resultado oficial da eleição. O candidato precisa atingir 50% dos votos válidos mais um para ser eleito no segundo turno.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato -  Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 52,4%
Dilma (PT) - 36,7%
Indeciso/Branco/Nulo - 11%
Quando os nomes dos candidatos não foram exibidos, Aécio Neves foi mencionado por 52,1%, Dilma por 35,4% e os indecisos totalizaram 12,6%.

Os entrevistados também foram questionados sobre qual candidato não votariam de forma alguma, neste cenário, Dilma foi a mais rejeitada com 46,3% das citações, enquanto Aécio Neves foi mencionado por 29,2%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 07 e 10 de outubro de 2014 com 2.000 eleitores em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios brasileiros. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01076/2014 e foi divulgada no site istoe.com.br.

Datafolha - Pesquisa Presidente 2º Turno
O Datafolha divulgou dia 09 de outubro a primeira pesquisa do instituto sobre o segundo turno da disputa presidencial em 2014. Sob encomenda da TV Globo e do jornal "Folha de S.Paulo", a pesquisa revela Aécio Neves na liderança, mas empatado tecnicamente com Dilma, que vem na sequência com dois pontos percentuais de diferença.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato  - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 51%
Dilma (PT) - 49%
Para chegar aos votos válidos, é retirado da amostra os votos em branco, os nulos e os eleitores indecisos. Este método, é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para determinar o resultado oficial da eleição. O candidato para ser considerado eleito no segundo turno, deverá alcançar 50% dos votos válidos mais um.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 46%
Dilma (PT) - 44%
Branco/Nulo - 4%
Não Sabe/Não Respondeu - 6%
A pesquisa foi realizada entre os dias 08 e 09 de outubro de 2014 com 2.879 eleitores. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01068/2014 e foi divulgada no site Globo.com.

Ibope - Pesquisa Presidente 2º Turno
No levantamento referente ao segundo turno da eleição para presidente em 2014 realizada pelo Ibope, encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", divulgada dia 09 de outubro, Aécio Neves aparece numericamente na primeira posição, mas empatado tecnicamente com a presidente Dilma.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 51%
Dilma (PT) - 49%
Para a obtenção dos votos válidos, procedimento usado pela Justiça Eleitoral para chegar aos resultados oficiais da eleição, é realizado ao excluir os votos em branco, nulos e os votos dos eleitores indecisos. Para um candidato ser eleito no segundo turno, é necessário que obter a maioria dos votos.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 46%
Dilma (PT) - 44%
Branco/Nulo/Nenhum - 6%
Não Sabe/Não Respondeu - 4%
Em relação a rejeição dos candidatos, quando os eleitores são questionados sobre qual candidato não votariam de forma alguma, Dilma foi a mais rejeitada com 41% das menções, enquanto Aécio Neves obteve 33%.

Perguntaram ainda aos entrevistados quem eles achariam que venceria a eleição, independentemente da intenção do voto. Neste cenário, 49% acham que Dilma será reeleita, enquanto 40% acreditam que Aécio vencerá e 11% não sabem ou não responderam.

A pesquisa foi realizada entre os dias 07 e 08 de outubro de 2014 com 3.010 eleitores. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01071/2014 e foi divulgada no site Globo.com.

Veritá - Pesquisa Presidente 2º Turno
A pesquisa eleitoral sobre o segundo turno para presidente em 2014 do Instituto Veritá, realizada com recursos próprios e divulgada dia 09 de outubro, mostra Aécio Neves na frente da disputa com 9,6 pontos percentuais de diferença para a presidente Dilma.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 54,8%
Dilma (PT) - 45,2%
O cálculo dos votos válidos é feito retirando os votos em branco, nulos e os votos dos eleitores indecisos. Este é o mesmo procedimento usado pela Justiça Eleitoral para revelar os resultados oficiais da eleição. A vitória no segundo turno é alcançada pelo candidato que alcançar a maioria dos votos.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 47,8%
Dilma (PT) - 39,4%
Branco/Nulo - 7%
Não Sabe/Não Respondeu - 5,8%
Quando os nomes dos candidatos não foram apresentados, Aécio Neves recebeu 42% das menções dos entrevistados, enquanto Dilma obteve 36,1%. Os votos em branco ou nulo somaram 4,5% e os que não sabem ou não responderam 17,4%.

Neste levantamento os eleitores foram questionados sobre qual candidatos eles acreditam que irá vencer, onde Aécio Neves foi citado por 53,1% e Dilma por 46,9% dos inquiridos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 06 e 08 de outubro de 2014 com 5.165 eleitores nas 27 Unidades da Federação. A margem de erro é 1,4 pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01067/2014 e foi divulgada no site brasil247.com.

Paraná Pesquisas - Pesquisa Presidente 2º Turno
O Instituto Paraná Pesquisas, sob encomenda da Revista Época, divulgou dia 08 de outubro o primeiro levantamento eleitoral para o segundo turno da disputa para presidente em 2014, onde Aécio Neves apareceu com oito pontos percentuais a frente de Dilma, no que se refere aos votos válidos.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Válidos)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 54%
Dilma (PT) - 46%
A Justiça Eleitoral utiliza apenas os votos válidos para a obtenção do resultado oficial da eleição, excluindo os votos em branco e os nulos. Para ser considerado eleito no segundo turno, o candidato precisa alcançar 50% dos votos válidos mais um.

Pesquisa para Presidente da República (Votos Totais)
Candidato - Intenções de Voto (%)
Aécio Neves (PSDB) - 49%
Dilma (PT) - 41%
Nenhum - 5%
Não Sabe - 5%
Na pesquisa espontânea, onde os nomes dos candidatos não são exibidos, Aécio Neves foi citado por 45% dos entrevistados, enquanto Dilma recebeu 39% das menções.

Os eleitores também foram questionados sobre qual dos candidatos não votariam de forma alguma, onde Dilma foi rejeitada por 41%, enquanto Aécio Neves não seria votado por 32%. Os que declararam que poderia votar em qualquer um dos candidatos totalizaram 16% e os que não souberam ou não responderam 8%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 06 e 08 de outubro de 2014 com 2.080 eleitores de 19 Estados e 152 municípios. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada do TSE sob o protocolo nº BR-01065/2014 e foi divulgada no site epoca.globo.com.

Eleicoes 2014: companheiros usam estatais como feudo privado: CEF e Serpro

PT usa Caixa e Serpro na campanha eleitoral
Diário do Poder, 13/10/2014

Após o uso dos Correios na campanha eleitoral do PT, Caixa e Serpro são alvo de acusação idêntica de funcionários. O Caixa-Mail, sistema interno de comunicação do banco, foi usado para espalhar acusações contra o candidato do PSDB. No Serpro, funcionária ligada ao PT, Ana Maria Amorim, mulher do ministro Celso Amorim (Defesa), disparou e-mail de teor eleitoral pró-PT na rede interna da repartição pública.

O e-mail eleitoral na Caixa, de posse desta coluna, repete a velha mentira de que o banco será “privatizado”, no caso de vitória tucana.

Tudo nosso
Ocupando boquinha no Serpro desde 2007, em seu email Ana Amorim compara os governos do PSDB e PT, usando dados não confirmados.

Privacidade
O Serpro desconversa, dizendo que “não pode monitorar e-mails internos”, mas não se fala em punição pelo uso eleitoral da rede.

Aparelhamento
O deputado federal tucano William Dib (SP) também foi procurado por funcionários da Caixa que denunciaram o uso eleitoral do Caixa-Mail.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Eleicoes e mistificacoes: as mentiras companheiras - Samuel Pessoa


Bruna Marquezine e a retórica petista
Samuel Pessoa  
Folha de S.Paulo, 12/10/2014
via Instituto Millenium, 13/10/2014 
 
Com o início da campanha do segundo turno na quinta-feira, o programa eleitoral da presidente Dilma Rousseff apresentou diversas manchetes de jornais com vários dados referentes à década de 90 e outros referentes à década de 2000. Há nesta estratégia uma série de truques de retórica.
Ao primeiro chamaremos de “efeito Bruna Marquezine”. Circula na internet um divertido meme com a foto da criança Bruna nos anos FHC, e outra, da bela mulher em que se transformou, nos anos Lula. A brincadeira é que a retórica petista sugere que a transformação é consequência das políticas dos governos petistas.
Inúmeras melhoras ocorridas na sociedade brasileira nos últimos 30 anos são avanços vegetativos associados à evolução natural da sociedade. Boa parcela da queda da desigualdade na última década segue da melhora educacional –que tem ocorrido desde os anos 40, com forte aceleração em seguida à redemocratização– em associação ao fim de nossa transição demográfica. Pela primeira vez somos uma sociedade com escassez de trabalho. Nada disto deve-se ao PT no governo.
O arsenal retórico do PT pode ajudar a reeleger Dilma. Em nada ajuda a evolução da sociedade
A propaganda petista gosta de apresentar números impressionantes que fulguram ante cifras bem menores da era FHC. Em muitos casos essas comparações representam a evolução natural de programas e realizações a partir de largadas necessariamente modestas na fase que se seguiu ao fim do caos hiperinflacionário. Foi um período no qual o país teve de concentrar recursos escassos e energia política nas penosas reformas estruturantes, que foram a base para os avanços posteriores e contra as quais o PT lutou com todas as forças.
O segundo truque retórico é a descontextualização da informação. Por exemplo, a dívida pública no governo FHC cresceu. O que não se fala é que mais da metade do crescimento da dívida pública no período resultou da assunção de dívidas passadas que não estavam contabilizadas. Este fato está bem documentado no texto para a discussão de janeiro de 2004 do Ipea “Os Passivos Contingentes e a Dívida Pública no Brasil: Evolução Recente (1996-2003) e Perspectivas (2004-2006)”.
Por exemplo, afirmar que a inflação foi mais elevada com FHC do que com o PT é não reconhecer que antes de FHC havia hiperinflação e que a sociedade melhorou: 7% ao ano no período FHC é conquista; 7% hoje é derrota.
O terceiro truque retórico, que remete ao gênio da comunicação nazista Joseph Goebbels, é repetir uma mentira até que seja verdadeira. Por exemplo, repetir que FHC quebrou o país três vezes quando naquele período nunca quebramos. Monica de Bolle na seção “Tendências e Debates” da Folha de sexta-feira (10) elucida a questão.
O quarto truque retórico é escolher estatísticas e bases de comparação de forma oportunista. Este é o caso quando se afirma que o desempregou caiu 7,6 pontos percentuais, dos 13,0% de 2003 para os 5,4% de 2013. Esta informação de desemprego refere-se à Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Abrange somente seis regiões metropolitanas. A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, que abrange todo o território nacional, apresenta redução de 3,2 pontos percentuais, de 9,7% em 2003 para 6,5% em 2013.
Se tomarmos como base de comparação 2002, último ano de FHC, o desemprego caiu 2,6 pontos percentuais, de 9,1% para 6,5%. Queda bem menos brilhante se considerarmos a dinâmica demográfica muito favorável.
O quinto truque retórico é simplificar um debate ao máximo de forma a demonizar seu adversário e incutir medo na população. Esta estratégia foi empregada à larga para desconstruir Marina Silva.
Fui recentemente alvo dessa estratégia. Na coluna de 29 de junho abordei o tema da cobrança de mensalidade em universidades, públicas ou privadas. O tema foi tratado de forma conceitual e no contexto das dificuldades de financiamento da USP e do reconhecimento do enorme sucesso do Fies, uma das vitrines, com todos os méritos, do atual governo. Na retórica petista eu quero privatizar as universidades federais, algo que nunca passou pela minha cabeça.
O arsenal retórico do PT pode ajudar a reeleger Dilma. Em nada ajuda a evolução da sociedade.
Sobre:
Samuel Pessoa
Samuel de Abreu Pessôa é professor da pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro (EPGE/FGV), chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e editor da revista “Pesquisa e Planejamento Econômico”. É doutor em economia pela Universidade de São Paulo (USP), bacharel e mestre em física pela mesma universidade. É especialista em crescimento, flutuações e planejamento econômico. Participou da organização do livro "Desenvolvimento econômico - Uma perspectiva brasileira" (Editora Campus, 2012).

Eleicoes 2014: uma analise da disputa presidencial a partir dos EUA - Eurasia Group

 Concordo amplamente com a análise, embora fatores objetivos talvez possam contar menos, nesta etapa final, do que certas impressões subjetivas que os eleitores possam ter com respeito aos dois candidatos. E muito vai se desenvolver nos dois ou três debates que os colocarão face a face, com aquilo que aparece rapidamente aos espectadores: essa ou esse candidato é sincero, dá para acreditar nele ou nela?
    Acho que é isso que vai determinar, no momento decisivo, o voto dos indecisos, que é o que vai fazer a balança pender para um dos lados, nessa contagem muito próxima como de fato indicado no artigo.
    Meus parabéns aos autores.
-----------------------------------
Paulo Roberto de Almeida


Rousseff and Neves are headed for a close finish
Eurasia Group, 13 October 2014 03:15 PM EDT

• A Sensus poll released over the weekend shows Rousseff down 17 points against Aecio, but that number should be taken with a huge grain of salt given more reputable polls put Aecio's lead in the low single digits.

• But Rousseff is facing stronger than anticipated headwinds given a Petrobras scandal that continues to receive ample media coverage and, although less important, endorsements that Aecio received over the weekend.

• We still consider Rousseff likely to win and expect her campaign to make up some ground by the end of the week, but these headwinds put a downward bias on our 60% assessment and suggest the 26 October vote will be extremely close.

Sensus released its first national public opinion poll over the weekend, but its survey should be taken with a huge grain of salt. According to the polling company, opposition candidate Aecio Neves is leading Rousseff by a margin of 17 points with 52.4% of the vote against 36.7% support for Rousseff. The poll, however, stands in sharp contrast with IBOPE and Datafolha, both of which are traditionally more reliable and show Rosseff down by only 2 points (51% vs. 49%). While Sensus was released over the weekend, it is important to note that its poll was conducted in roughly the same time period as IBOPE and Datafolha--Sensus's field was from 7-10 October while IBOPE's and Datafolha's was from 7-9 October. There is much debate over whether IBOPE and Datafolha show a "PT-bias" given how they weight their results, but if there is one, it is unlikely to be more than a couple percentage points. In addition, it is also important to flag that while in the last three elections both polls have overstated the PT candidate's support by roughly 4 points in the first round vote, there has been no discrepancy in the second round vote. As a result, one should probably assume that Aecio's lead stands at roughly 2-6 points, not in the double digit range.

Rousseff's campaign is on the defensive

Rousseff's campaign, however, is fighting stronger headwinds than we anticipated, and as such, is clearly on the defensive. As we highlighted last week, Aecio's strong start in the second round campaign was probably driven by two factors. First, by very favorable media coverage following his surprising performance in the first round on 6 October that occupied most headlines during a "lull" in the campaign which ran from the day of the election to when the TV campaigning re-started on 9 October. Second, by the fact he got a "free pass" in the first round of the election with the PT campaign focused exclusively on going negative against Marina Silva.

But the fact the Petrobras scandal took a new and negative twist right when the TV campaign re-started has clearly put Rousseff's campaign on the defensive. While the allegations which were levied by Petrobras's ex-director Paulo Roberto da Costa don't reveal anything "new", the fact they were levied through hours of audio tape has made a difference. The news media has been giving ample coverage to the tapes, and replaying segments of it on the nightly news in recent days detailing da Costa's account of how a supposed corruption racquet in Petrobras benefitted the PT and its allies in congress. Looking forward, it won't come as a surprise if additional segments of Roberto da Costa's deposition get leaked to the press by dribs and drabs to keep the story alive. Add the endorsements that Aecio Neves received from third party candidate Marina Silva, and equally if not more important, from Eduardo Campos's family in the state of Pernambuco, it is safe to say the news flow has been very negative to the PT's campaign. We remain of the view that third party candidate endorsements don't have much of an impact on voting behavior, and that remains the case for Marina Silva's endorsements. But from a news flow perspective, it contributes to what was already a positive momentum for Aecio amidst a negative news flow for Rousseff.

The end result has been a defensive posture of Rousseff's campaign. Rather than attack Aecio and the PSDB for all the vulnerabilities which have proven effective in the last three elections (party of the elite, risk to the economic gains accrued under PT etc.), Rousseff's campaign focused a bit more on shoring up her attributes on fighting corruption and on her positive agenda. The intent was probably to insulate a very negative news flow and prevent a downward spiral in her negative attributes. The TV ads have been relatively light on attacks against Aecio. In the campaigning, Rousseff also focused her time in the Northeast-her bastion of support.

All of the above makes this second round much more competitive and difficult to call than we anticipated, and as a result, we now view Rousseff as only a slight favorite to win. We already lowered the probability of her winning last week from 70% to 60%, and we would even put a downward bias to our existing probability assessment given the trend described above.

What are we looking for this week?

But it would still be early, in our view, to conclude Aecio is now favored to win. With Rousseff on the defensive late last week, her campaign has yet to fully explore the liabilities Aecio Neves and the PSDB, as they have done successfully in the last three elections. That means the PT will most likely pivot to a more aggressive stance this week, and Rousseff will probably start that posture in tomorrow night's first presidential debate. In other words, this will be the week in which Aecio's image and electoral vulnerabilities will be stress tested in a manner they haven't yet been. The fact such a "stress-testing" of Aecio's vulnerabilities has begun later in the second round than anticipated certainly makes this election harder to call.

As a result, we will be looking at two signposts. The first is how Rousseff performs in this week's debates. While Aecio is seen as a better debater, in a one-on-one format the president has proven to hold her ground reasonably well (that was the case last election). Even if she doesn't come across as the clear winner, she needs to effectively jumpstart a more negative swing to her campaign this week in tomorrow night's debate. While the appraisal of who "won" will matter, the PT campaign will look to Tuesday's debate as a means to help jumpstart a more offensive swing. Alternatively, if Aecio comes across much better than Rousseff, and as seen as the clear winner, it will be all the harder for Rousseff to gain momentum this week.

Second, we will be looking at the polls by the end of this week. Aecio most likely has kept the average lead he held by the end of last week. So we expect the Vox Populi, IBOPE, and Datafolha polls by mid-week to show him still ahead-most likely within the 2-6 point range. But if polls by the end of this week show Rousseff still down by a similar average deficit, it could be the first strong indicator that the PSDB's liabilities are not coming out as we expected-be it because of tactical flows in the campaign or because the desire for change in segments of the middle class are more robust than we appreciated. Independently, we view this week as critical to our assessment over who in fact is likely to win on 26 October.

Joao Augusto de Castro Neves, PhD
Director, Latin America

Christopher Garman
Deputy Head of Research

Cameron T. Combs
Researcher, Brazil

domingo, 12 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: o fim dos embusteiros - Augusto Nunes

E isso foi antes das últimas pesquisas...
PRA

Augusto Nunes, 05/10/2014

OS 35 MILHÕES QUE LEVARAM AÉCIO AO SEGUNDO TURNO CALARAM OS CÚMPLICES DO EMBUSTE FORJADO POR UM GETÚLIO DE PICADEIRO

Aécio Neves começou a cruzar a fronteira do segundo turno no momento em que ignorou o palavrório de marqueteiros poltrões, assumiu o comando da própria campanha, declarou guerra à corrupção impune e se transformou no candidato do Brasil indignado com o clube dos cafajestes no poder. Os 35 milhões de brasileiros que votaram no candidato do PSDB desmontaram o embuste forjado por Lula e seus cúmplices para desfigurar a paisagem eleitoral enfim escancarada pelas urnas.  Confiantes no triunfo da mentira, Dilma e seus devotos estão com cara de Felipão depois daquele jogo contra a Alemanha.
Além do Getúlio Vargas de picadeiro e da protetora de bandidos que finge combater, os 34% obtidos por Aécio derrotaram os blogueiros canalhas, os parteiros de boatos infamantes, os assassinos da honra alheia, os comerciantes da base alugada, os colunistas sabujos, os analistas de araque, os milicianos da esgotosfera e os fabricantes de profecias encomendadas. Ao longo desse duelo com a tribo dos sem-vergonha, o senador mineiro também ministrou uma aula de tenacidade, coragem e altivez aos aliados pusilânimes e eleitores que se vergam a malandragens tramadas por qualquer Maquiavel de chanchada.
Candidatos confrontados com tantos reveses sucessivos costumam sucumbir ao desânimo. Aécio não parou de sonhar com a arrancada improvável ─ e sobreviveu à epidemia de descrença. Depois do índice que alcançou neste 5 de outubro, a credibilidade dos institutos de pesquisa não é superior à de uma bola de cristal. Mas os ibopes da vida são duros na queda, e os videntes de acampamento cigano não se emendam. Logo estarão de volta, prontos para ampliar o acervo de equívocos bisonhos e/ou suspeitíssimos, sempre amplificados com bandas e fanfarras  por jornais e emissoras de televisão.
Quem continuar caindo no conto da pesquisa tem o dever de acreditar que existem duendes, que Dilma é uma sumidade como oradora e que Lula está escrevendo um livro. Anotem: nas usinas de porcentagens, a candidata a mais um mandato vencerá a disputa do segundo turno do primeiro ao último minuto da campanha. Só será derrotada por Aécio no dia da eleição.

sábado, 11 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: Aecio dispara em pesquisa pos-divulgacao das patifarias petistas

O que será que eles vão fazer? Recrudescer nos golpes baixos ou tentar ganhar novamente terreno com base em comportamento aceitável?
Não sei: agora eles vão revelar sua verdadeira natureza...
Paulo Roberto de Almeida

Revista ISTOÉ Brasil
Política
|  ISTOÉ Online |  11.Out.14 - 17:12 |  Atualizado em 11.Out.14 - 20:02

Falta muito pouco para liquidar a fatura...
Aécio dispara e abre 17 pontos de vantagem sobre Dilma, mostra pesquisa Istoé/Sensus

Primeiro levantamento após divulgação de áudios da Petrobrás mostra que escândalo atingiu em cheio campanha da petista
Mário Simas Filho

Primeira pesquisa ISTOÉ\Sensus realizada depois do primeiro turno da sucessão presidencial mostra o candidato Aécio Neves (PSDB) com 58,8% dos votos válidos e a petista Dilma Rousseff com 41,2%. Uma diferença de 17,6 pontos percentuais. O levantamento feito entre a quarta-feira 7 e a sexta 10 é o primeiro a captar parte dos efeitos provocados pelas revelações feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o detalhamento do esquema de corrupção na estatal. “Além do crescimento da candidatura de Aécio Neves, observa-se um forte aumento na rejeição da presidenta Dilma Rousseff”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Segundo a pesquisa, o índice de eleitores que afirmam não votar em Dilma de forma alguma é de 46,3%. A rejeição de Aécio Neves é de 29,2%. “O tamanho da rejeição à candidatura de Dilma, torna praticamente impossível a reeleição da presidenta”, diz Guedes. A pesquisa também capta, segundo o diretor do Sensus, os apoios políticos que Aécio recebeu durante a semana, entre eles o do PSB, PV e PPS.

As 2000 entrevistas feitas em 24 Estados e 136 municípios mostra que houve uma migração do eleitorado à candidatura tucana mais rápida do que as manifestações oficiais dos líderes políticos. No levantamento sobre o total dos votos, Aécio soma 52,4%, Dilma 36,7% e os indecisos, brancos e nulos são 11%, tudo com margem de erro de 2,2% e índice de confiança de 95%. Nos votos espontâneos, quando nenhum nome é apresentado ao eleitor, Aécio soma 52,1%, Dilma fica 35,4% e os indecisos são 12,6%. “A analise de todos esses dados permite afirmar que onda a favor de Aécio detectada nas duas semanas que antecederam o primeiro turno continua muito forte”, diz Guedes. O tucano, segundo a pesquisa ISTOÉ\Sensus, vence em todas as regiões do País, menos no Nordeste. No PSDB, a espectativa é a de que a diferença a favor de Dilma no Nordeste caia nas próximas pesquisas, principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. Em Pernambuco devido o engajamento da família de Eduardo Campos na campanha, oficializado na manhã do sábado 10. Na Bahia em função da presença mais forte do prefeito de Salvador, ACM Neto, no palanque tucano. E, no Ceará, com a participação do senador eleito Tasso Jereissati.

Além da vantagem regional, Aécio, de acordo com o levantamento, supera Dilma em todas as categorias socioeconômicas, o que, segudo a análise de Guedes, indica que a estratégia petista de apostar na divisão do País entre pobres e ricos não tem dado resultado.

PESQUISA ISTOÉ|Sensus
Realização – Sensus

Registro na Justiça Eleitoral – BR-01076/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 07 a 10 de Outubro de 2014
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%