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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Governo federal fica grande demais para caber em Brasilia: se estende a Goias...

Estou brincando, claro, mas quase toco na verdade. 
O governo federal (e, junto com ele, possivelmente todos os governos estaduais, municipais, de clubes, de associações, de condomínios, etc.) está crescendo demasiado, acima de sua já enorme grandeza da fase da chamada Nova República (que ficou velha rapidamente). Ele se tornou desmesurado, atualmente, disforme, balofo, hipertrofiado, cheio de aspones que não sabem nada e não fazem nada, apenas recolhem dinheiro para o partido.
Brasília foi construída com exatamente 19 prédios ministeriais, na Esplanada que leva esse nome. E aí cabiam todos os ministérios, inclusive quatro (sim 4) das FFAA: as três singulares mais o Estado Maior das FFAA, hoje sede do ministério da Defesa.
Isso foi em 1961. Os militares promoveram algumas ampliações, fizeram puxadinhos ministeriais, mas, sobretudo, criaram estatais: talvez umas duzentas. E deixaram o governo com 35% do PIB controlado pelo Estado.
A Nova República começou criando novos ministérios, o que foi revertido na era Collor, que juntou, extinguiu, eliminou vários, pelo menos no papel, mas ainda assim reverteu o processo de crescimento da máquina pública, de maneira altamente irracional e caótica, isso não discuto.
A era FHC foi discreta na ampliação e mais ousada na reformulação, tendo inclusive um ministério da reforma do Estado. Em todo caso, privatizou e reduziu o tamanho do Estado. Ufa! Ainda bem. Mas contraditoriamente, a carga fiscal continuou aumentando, para pagar todas as supostas benesses criadas pela Constituição de 1988.
Mas a era Lula retomou, ampliou, exacerbou, exagerou a imensa obra de conquista do Brasil pelo Estado, a começar pelo próprio governo, devidamente aparelhado pelos companheiros. Agora o Estado cresce não para atender ao que determina a Constituição, mas o partido dos companheiros, e gasta o nosso dinheiro com ele mesmo, seus marajás e seus aspones companheiros.
O que temos hoje é um governo que não cabe em Brasília, nem sequer no Brasil. Se trata de um recorde para o livro do Guinness, sem dúvida.
Ah: não se esqueça, caro leitor: você é quem está pagando tudo isso...
Paulo Roberto de Almeida 


Por Isabel Braga, no Globo:

Sob protestos da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada à Presidência da República. Enviado ao Congresso em 2011, o projeto prevê a criação de 66 cargos em comissão, a serem ocupados por servidores não concursados, e os cargos de ministro e de secretário-executivo. O custo previsto na exposição de motivos é de R$ 7,9 milhões. O projeto precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial.
A oposição reclamou da criação de mais uma secretaria e do 39º ministro do governo Dilma. Afirmou que a intenção não é beneficiar o setor das pequenas e micro empresas, mas acomodar novos aliados do Planalto. Nos bastidores, especula-se que a nova secretaria poderá ser oferecida ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido que deverá integrar a base do governo Dilma Rousseff.
“É mais uma secretaria com status de ministério. O projeto nada mais é do que arrumar emprego para os indicados da base aliada. Enquanto isso, o custeio da máquina pública foi para as estrelas e o país fica sem investimentos”, criticou o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). O projeto foi aprovado nesta quarta-feira à noite por 300 votos a 45.
Deputados da base aliada elogiaram a iniciativa, mas não esconderam que a nova pasta traz à tona disputas por espaços no governo. “Estão dizendo que é para o Kassab? Não é não, é para o (Gabriel) Chalita (deputado do PMDB que disputou a prefeitura de São Paulo e apoiou o petista Fernando Haddad no segundo turno)”, brincou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), preferiu não brincar com o fato e procurou ressaltar a importância da nova pasta: “É uma secretaria importante para um segmento crescente no Brasil”. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que o projeto que cria a secretaria tramitava há mais de um ano na Casa e que houve acordo com os líderes partidários, em reunião feita, na semana passada, para votá-lo. ”É uma matéria que dialoga com um setor importante da sociedade brasileira, o setor de micro e pequenas empresas. A criação da secretaria dá um tratamento especial para políticas nesse setor e garante o desenvolvimento da economia brasileira”, disse Maia.
Em agosto de 2011, Dilma convidou a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, para comandar a pasta. Diante da necessidade de acomodação de aliados, não se sabe se o convite será mantido. A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff. Na transição de governo, a pasta foi oferecida ao PSB, que indicaria para o cargo o senador Antônio Carlos Valadares (SE), mas ele disse que não aceitaria um ministério criado só para acomodá-lo.