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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Como os lacaios de Trump violaram a Constituição brasileira para ajudar um golpista do Império: golpe contra Maduro - José Casado (Veja)

Antes mesmo de tomar posse, os lacaios do aloprado Trump, Bozo e o chanceler acidental, TRAMARAM CONTRA A CONSTITUIÇÃO, o princípio na não intervenção nos assuntos internos de outro país, no caso bem pior, a tentativa de golpe contra o ditador chavista Maduro, da Venezuela. Os trapalhões se deram mal, pois a inteligência cubana já tinha detectado os movimentos preparatórios.

Paulo Roberto de Almeida

 Fiasco de Trump e Bolton, com ajuda de Bolsonaro, salvou o ditador Maduro


Ex-assessor de Trump fala do fracasso de plano de golpe na Venezuela, que teve adesão de Bolsonaro 32 dias antes da posse em Brasília 

Por José Casado Atualizado em 14 jul 2022, 08h15 - Publicado em 14 jul 2022, 08h00 

John Bolton, 73 anos ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo Donald Trump, comentou ontem, em entrevista a Jack Tapper, da CNN, as manobras do ex-presidente para tumultuar a eleição presidencial americana de 2020, impedir a posse de Joe Biden e continuar no poder.

Bolton, integrante da elite de servidores do Partido Republicano, conviveu com Trump por 16 meses. Romperam por diferenças sobre as intervenções de Trump na política externa — foi demitido num tuíte e chamado de “doido” e “incompetente” pelo presidente.

Fora do governo, Bolton se vingou num livro (“The Room Where It Happened: A White House Memoir” — jA sala onde aconteceu: um livro de memórias da Casa Branca). Contou com detalhes algumas das delinquências presidenciais. Entre elas, o aval de Trump ao presidente da China, Xi Jinping, na construção de campos de concentração para mais de um milhão de pessoas da minoria étnica muçulmana uigur.

Ontem, Bolton falava na CNN sobre a tentativa de golpe de Trump na invasão da sede do Congresso americano, em janeiro do ano passado, quando o jornalista Jack Tapper provocou, com ironia: “Não é necessário ser brilhante para tentar um golpe de estado.”

O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump rebateu: “Discordo disso. Como alguém que já ajudou a planejar golpes de estado, não aqui [nos Estados Unidos], mas, você sabe, em outros lugares, isso demanda muito trabalho. E não foi isso o que [Trump] fez. Ele apenas foi tropeçando de uma ideia a outra.

No fim das contas, ele incentivou a invasão do Capitólio. Quanto a isso, não há nenhuma dúvida.

“Os golpes foram bem sucedidos?” — Tapper quis saber.

Bolton, que foi embaixador do governo George W. Bush na ONU, entre 2005 e 2006, preferiu desconversar: “Não vou entrar em detalhes, mas…” E mencionou superficialmente o esforço do governo Trump para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro, admitindo: “Não foi bem-sucedido.

Foi um completo fiasco — e com a participação de Jair Bolsonaro, que aderiu à proposta de Trump para ajudar a derrubar Maduro exatos 32 dias antes de tomar posse em Brasília.

Às 7 horas da manhã de quinta-feira 29 de novembro, o recém-eleito Bolsonaro recebeu, com uma continência, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA na sua casa na Barra da Tijuca, no Rio. Estava acompanhado dos futuros ministros Fernando Azevedo (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Bolton saíra de Washington para uma reunião do G-10, o grupo dos países mais industrializados, em Buenos Aires. A escala no Rio tinha dois objetivos: convidar Bolsonaro para, depois da posse, se reunir com Trump em Washington, e, confirmar a disposição do futuro governo brasileiro em se engajar num plano para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro.

Em janeiro de 2019, quando Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto, o projeto de golpe avançava com um governo paralelo na Venezuela, liderado pelo oposicionista Juan Guaidó. A cooperação brasileira foi coordenada, simultaneamente, em Washington e Caracas

“Contatos contínuos”, contou Bolton no livro, “estavam sendo feitos com altos oficiais militares, com exmembros do gabinete chavista, líderes sindicais e outros setores da sociedade venezuelana para construir alianças. Achávamos que o ímpeto permanecia com a Oposição, mas eles precisavam acelerar o ritmo.”

Prosseguiu: “Na Venezuela, estava sendo desenvolvido um plano, que achávamos promissor, para trazer suprimentos humanitários através das fronteiras da Colômbia e do Brasil para distribuir pela Venezuela.”

Maduro havia fechado as fronteiras com o Brasil e a Colômbia. Para a Casa Branca, a ajuda humanitária no país em convulsão social e com a economia derretendo, catalisaria as forças de oposição ao regime. Também mostraria que as fronteiras da Venezuela, na prática, estavam abertas, “refletindo a crescente falta de controle” de Maduro. E ele ficaria na “posição impossível de negar suprimentos humanitários a seus cidadãos empobrecidos”.

Combinou-se o sábado 23 de fevereiro como o “Dia D”, a data-alvo para o começo da “ajuda humanitária da Colômbia e do Brasil à Venezuela”.

Entre janeiro e fevereiro, relata Bolton, intensificaram-se os boatos de deserções na cúpula militar de Maduro. “Houve rumores semelhantes antes”, relata Bolton, mas o plano humanitário transfronteiriço foi o principal fator para que, desta vez, pudesse ser verdade.”

O governo Trump, com a ajuda do Brasil e da Colômbia, estava pondo em marcha um novo plano de golpe na Venezuela, baseando-se mais em expectativas do que no controle efetivo dos acontecimentos. “Havia também algum sentimento de que deserções dessa magnitude [na cúpula militar] trariam um número significativo de tropas com eles, com as unidades militares aparentemente se movendo em direção às fronteiras, mas depois voltando para Caracas para cercar o Palácio de Miraflores, a Casa Branca da Venezuela.”

“Suprimentos de ajuda vinham sendo construídos há semanas em vários postos de controle em ambas as fronteiras, e comboios adicionais foram preparados para chegar aos postos ao longo do dia, escoltados por voluntários da Colômbia ou do Brasil, para serem recebidos do outro lado por voluntários venezuelanos. Pelo menos esse era o plano.

O sábado 23 de fevereiro amanheceu com multidão na fronteira da Colômbia, e violência na zona limítrofe da Venezuela com o Brasil, no Estado de Roraima, onde vivem os índios Pemones. Eles lutaram contra a Guarda Nacional de Maduro: “Ambos os lados sofreram baixas. Os Pemonessupostamente capturaram 27 guardas, incluindo um general, e queimaram um posto de controle do aeroporto.”

Pouca coisa deu certo — e restrita à zona secundária da operação, a fronteira do Brasil com a Venezuela. A tentativa de golpe “simplesmente fracassou”, resumiu Bolton nas memórias do período. “Fiquei feliz por obter o resultado certo, mas o tempo perdido no debate interno [entre Washington e Caracas] foi equivalente a jogar uma tábua de salvação a Maduro.”

Um mês depois, a Rússia enviou novas tropas e equipamentos à Venezuela, para reforçar a defesa do regime, e “havia fortes indícios de que mais estavam chegando”. De Brasília, porém, Bolton continuava a receber “boas” notícias: “O ministro da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo, me dizia que o fim estava próximo para Maduro.”

A aventura desastrada de Trump e Bolton, com a ajuda de Bolsonaro e do presidente colombiano Iván Duque, ainda custa caro aos venezuelanos. No próximo 13 de outubro Maduro completa dez anos no poder. A ditadura continua.

https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/fiasco-de-trump-e-bolton-com-ajuda-de-bolsonaro-salvou-o-ditador-maduro/

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O Império se inquieta e indica seus atuais "inimigos" - Novo podcast do Belfer Center da Harvard University

Quando um império sente que entrou em decadência – que é o que ocorre atualmente com os Estados Unidos, processo acelerado pela gestão extraordinariamente desastrosa do governo Trump – suas elites começam a ficar paranoicas, e passam a ver inimigos mesmo onde eles não existem, ou mesmo que existem, quando eles não têm (por enquanto) nenhuma condição de enfrentar a supremacia estratégica do império até aqui dominante.
Parece ser o caso dos representantes do mais brilhante establishment de pensamento estratégico (junto com Yale e alguns think tanks de Washington, notadamente o CSIS), o Belfer Center da Universidade de Harvard.
Ele já identificaram os seus inimigos do momento: Rússia, China e Irã.
Não creio que qualquer um desses Estados, duas grandes potências e uma potência média, queira enfrentar o império americano, mas o problema é que o império PRECISA de inimigos, do contrário como viveriam os seus militares paranoicos do Pentágono e agora, também, os novos paranoicos da academia.
Em todo caso, vamos ouvi-los.
Paulo Roberto de Almeida
São Paulo, 31/10/2019

Dear Friends:
We are pleased to announce a new podcast by International Security, a quarterly journal edited and sponsored by the Belfer Center for Science and International Affairs at Harvard Kennedy School, and published by the MIT Press.
The podcast, IS: Off the Page,” will discuss recent research published in International Security, and more importantly, go beyond each article’s findings to engage in contemporary policy debate. To help move the conversation forward, each episode will feature the author of a recent IS article and 1-2 guests from the broader policy community.
This podcast, which I’m privileged to host, seeks to bridge the gap between policy-relevant academic research and the policy world itself.
We invite you to listen to our inaugural episode titled, “Weaponized Interdependence,” featuring guests Abraham Newman (Georgetown University) and Elizabeth Rosenberg (Center for a New American Security). How do sanctions work in a globalized world? When do private companies comply with state-imposed sanctions? Will American economic coercion against Russia, China, and Iran backfire? Listen to find out!
In the coming weeks, the podcast will explore issues related to Chinese policy in the South China Sea, the future of NATO, and the liberal international order. Future episodes will be released on a rolling basis and we encourage you to follow along.
Please join International Security in going “off the page”!
Sincerely,
Morgan L. Kaplan
Executive Editor, International Security
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IS: Off the Page

Current Episode

01. "Weaponized Interdependence – Economic Networks, Sanctions, and State Coercion"

Contrary to traditional arguments that globalization and economic interdependence will lead to increasing international cooperation, this episode discusses how states can weaponize their position in global economic networks to engage in coercion.
How do sanctions work in a globalized world? When do private companies comply with state-imposed sanctions? Will American economic coercion against Russia, China, and Iran backfire? Listen to find out!
Guests:
Abraham Newman is a professor in the Edmund A. Walsh School of Foreign Service and Government Department at Georgetown University. He currently serves as the Director of the Mortara Center for International Studies.
Elizabeth Rosenberg is a Senior Fellow and Director of the Energy, Economics, and Security Program at the Center for a New American Security.
International Security Article:
This episode is based on, Henry Farrell and Abraham L. Newman, “Weaponized Interdependence: How Global Economic Networks Shape State Coercion,” Vol. 44, No. 1 (Summer 2019), pp. 42-79.
Additional Related Readings:
Originally aired on October 30, 2019