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segunda-feira, 22 de julho de 2013

De avioes e de sapatos: a Historia costuma dar voltas, e pegar as pessoas por tras...

Opa, não era bem isso que eu quis dizer, mas também serve.
Durante anos, fomos servidos, de maneira perfeitamente desonesta, e até canalha, com a tal história dos sapatos.
Acho que o avião vistoriado é uma afronta bem maior à altiva, ativa e soberana...

EM VÁRIAS LÍNGUAS
Diário do Poder, 22 de julho de 2013 às 17:15
Nem quando foi chanceler do Itamaraty, Amorim foi notícia em tantos países
Nem quando foi chanceler do Itamaraty, Amorim foi notícia em tantos países
A revista feita pela polícia boliviana no avião do ministro da Defesa, Celso Amorim, virou notícia internacional depois que foi divulgada no Diário do Poder. Jornais, sites e revistas de todo o mundo questionaram os motivos da demora da Defesa de assumir o que houve nas terras do cocalero Evo Morales e das reais intenções da polícia ao violar a soberania brasileira.
A explicação não oficial, portanto a mais provável, era de que as autoridades estavam à procura do senador Roger Pinto, asilado na embaixada brasileira em La Paz. O que é, no mínimo, curioso é a veemência do ministro ao afirmar, reiterar e relembrar que a “vistoria” foi feita antes do pedido de asilo político pelo senador boliviano. Se for assim, é pior ainda, pois não restam razões para tamanha afronta.
A história veiculada em primeira mão pelo Diário do Poder repercutiu em Portugal, Espanha, França, Suíça, México, Venezuela, Colômbia, Peru, Paraguai, Chile, Argentina, Nicarágua, Guatemala, Cuba, Porto Rico, China e é claro, Bolívia.
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O presidente muy amigo
Adriano Ceolin
Revista Veja, 20/07/2013

Evo Morales, presidente da Bolívia, foi submetido no início do mês a um constrangimento. Em viagem oficial à Europa, seu avião foi impedido de sobrevoar o espaço aéreo da França, Itália, Espanha e Portugal. A Áustria autorizou o pouso e o reabastecimento do avião de Evo. Em terra, sem nenhuma autorização, policiais locais revistaram a aeronave em busca de um suposto passageiro clandestino - Edward Snowden, o ex-agente de inteligência que denunciou a existência de uma rede mundial de espionagem de comunicações montada pelo governo dos Estados Unidos. A ação das autoridades europeias, considerada arbitrária e desrespeitosa, foi repudiada pelos países do Mercosul. Na última reunião da entidade, a presidente Dilma Rousseff se solidarizou com o colega boliviano, disse que a vida dele correu riscos e lembrou que o caso desrespeitava a Convenção de Viena. Foi aplaudida por todos os presentes, incluindo o próprio Evo Morales. O que a presidente não sabia é que, meses antes, o governo do companheiro Evo patrocinara uma agressão similar ao Brasil que teve como vítima o ministro da Defesa, Celso Amorim.

O enredo, revelado pelo site Diário do Poder, foi praticamente o mesmo. O ministro voltava de uma viagem oficial à Bolívia em outubro de 2011. Antes da decolagem, policiais armados invadiram o avião, revistaram todos os compartimentos e se foram. Embora nunca tenham explicado oficialmente o motivo da ação, as autoridades bolivianas suspeitavam que a aeronave estivesse transportando clandestinamente o senador Roger Pinto, que está refugiado na embaixada brasileira em La Paz. O parlamentar tenta deixar a Bolívia desde que denunciou o envolvimento de importantes políticos do país com o narcotráfico. Em 2012, ele pediu e obteve asilo no Brasil. No entanto, o governo boliviano ameaça prendê-lo caso ele deixe a representação diplomática brasileira. Sem um salvo-conduto, o senador só poderia sair da Bolívia de forma clandestina. Ao revistar o avião do ministro Amorim, os bolivianos suspeitaram que o governo brasileiro estivesse sendo cúmplice de uma operação ilegal. Quase dois anos depois do incidente, só na semana passada o presidente Evo Morales pediu desculpas publicamente. Garantiu que nada sabia sobre mais esse vexame imposto pelos bolivarianos à diplomacia brasileira.

domingo, 21 de julho de 2013

A frase da semana, mas de uma semana de 2011 (Celso Amorim)

Uma frase incompleta, e atrasada, em cerca de dois anos e meios, sobre um episódio realmente abusivo, lamentável e condenável, mas que permanece na sombra, pode-se agora consignar uma "frase da semana", com as prováveis desculpas do seu autor (indiretas e involuntárias) por esse pequeno atraso na divulgação:

“Foi um processo abusivo, lamentável e condenável!”


Celso Amorim, ministro da Defesa, sobre a inspeção feita por policiais bolivianos em aeronaves da FAB em 2011.

[Mais um pouco se poderia dizer que foi um atentado à soberania brasileira, claro, não tão grave quanto tirar os sapatos em um aeroporto do império, mas quase tão grave quanto. Mas, os sapatos sempre serão mais estratégicos do que aviões, inclusive porque sem sapatos fica difícil caminhar, mas, no que se refere a aviões, ou "a nível de aviões", como diria alguém, sempre se pode esperar por um outro...]