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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Educacao brasileira: Pensadora promete se esforcar para merecer o titulo

Mais um pouco, com mais ou menos três livros, ela poderá voltar e dizer:
-- Oi gente! Agora eu já sou uma pensadora.
Paulo Roberto de Almeida 

Professor defende questão com a 'grande pensadora' Valesca Popozuda

Docente diz que usou pergunta da prova para chamar a atenção da imprensa

Professor de filosofia chama Valesca Popozuda de "grande pensadora contemporânea" em prova do ensino médio
Professor de filosofia chama funkeira Valesca Popozuda de "grande pensadora contemporânea" em prova do ensino médio (Reprodução/Facebook)
Uma prova de filosofia do Centro de Ensino Médio 3 de Taguatinga, no Distrito Federal, rodou a internet esta noite. No teste, o professor Antônio Kubitschek questiona os alunos sobre o que diz a "grande pensadora contemporânea" Valesca Popozuda em sua música "Beijinho no Ombro", hit de funk lançando há três meses.

Na prova de múltiplas escolhas, os alunos deveriam completar o trecho da música que diz "se bater de frente..." com as seguintes opções: A) "É só tiro, porrada e bomba"; B) "É só beijinho no ombro"; C) "É recalque" ou D)"É vida longa". Para aqueles que não conhecem o funk, a resposta é a letra A.

Segundo  Kubitschek, responsável pela prova, a pergunta foi colocada no contexto de um debate em sala de aula sobre a formação moral da sociedade e sobre a construção de valores. "Discutimos em sala que a escola só aparece na mídia em contextos ruins. Há 20 dias fizemos uma exposição de fotos e nenhum veículo de comunicação deu atenção. Eu decidi colocar uma questão como essa na prova esperando a repercussão nas redes sociais e na imprensa", afirmou em entrevista à rádio CBN.

Ainda segundo o docente, o uso do termo "grande pensadora" não foi colocado entre aspas na prova porque ele acredita que a funkeira tem influência sobre a sociedade. "Por que não posso chamar a Valesca de pensadora? Qualquer pessoa que consiga construir um conceito é um filósofo. A todo momento em que você abre sites e revistas de fofocas, aparece que fulano 'deu beijinho no ombro'. Ela acabou criando um conceito. Se ela influencia a sociedade com o que ela pensa, eu a considero sim uma pensadora".
Leia também:
Valesca Popozuda vai lançar documentário sobre a carreira
Entrevista Valesca Popozuda: ‘Não tenho inimigas. Nem amigas’


Em sua página no Facebook, Valesca comentou o fato de ter sido citada como grande pensadora. "Eu acho uma bobagem isso tudo, se ele tivesse colocado um trecho de qualquer música de MPB, ou até mesmo de qualquer outro gênero musical que não fosse o funk, talvez não tivesse provocado esse problema", declarou a funkeira.

Leia ainda: "Encino": alunos de escola pública do DF recebem uniforme com erro de grafia
Valesca disse ainda: "O que me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova sem analisar os termos por trás disso tudo. E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? Eu fiquei foi bem honrada, tanto pela pergunta quanto com o titulo de pensadora. Mas isso eu vou ter que recusar porque é um titulo muito forte e eu ainda não me sinto pronta pra isso." Ao fim do post, a cantora ainda ironizou: "Vou ali ler um Machado de Assis e treinar para, quem sabe, um dia conseguir ser uma pensadora de elite!”

Kubitschek diz concordar com a afirmação da funkeira. "Eu concordo com ela. E digo mais: se fosse uma música do MC Catra [outro funkeiro] não teria gerado polêmica, porque ele não é mulher. A sociedade não vê a mulher como um ser pensante. Essa ação mobilizou muitas pessoas para o debate sobre o papel da escola e esse era meu intuito.”

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do Distrito Federal não comentou os fatos.

terça-feira, 8 de abril de 2014

A miseria educacional brasileira, ao vivo, em cores

Em relação ao chamado "ensino básico" no Brasil, eu sempre achei que a realidade, no fundo, deveria ser muito pior, mas MUITO MAIS PIOR, como diria alguém, do que a imagem que temos dessa ruindade tal como simplesmente relatada por meio de exames, brasileiros ou internacionais, que são regularmente aplicados aos alunos. A gente sempre sabe que eles não sabem nada, mas não tínhamos ideia de como seria a "coisa" dentro da sala de aula.
Eu sempre acreditei que deveria ser pior do que esses simples resultados objetivos.
Agora temos a prova.
Por isso mesmo eu sou ABSOLUTAMENTE PESSIMISTA quanto ao itinerário da educação (o termo não se aplica) brasileira nos próximos anos. Não há nenhum risco de melhorar, e tenho certeza de que vai continuar piorando. Não é possível que melhore, com coisas como essas...
Paulo Roberto de Almeida 

G1, 8/04/2014

Um professor de filosofia da rede pública do Distrito Federal provocou polêmica depois de citar a funkeira Valesca Popozuda como "grande pensadora contemporânea" em uma prova aplicada a alunos do Centro de Ensino Médio 03 de Taguatinga. Por telefone, a Secretaria de Educação reconheceu que a questão foi elaborada pelo docente Antônio Kubitschek, mas disse que não vai se posicionar oficialmente a respeito.

Questão em prova aplicada a alunos de escola da rede pública do DF que faz referência à funkeira Valesca

 Popopuza (Foto: Reprodução)

No enunciado número 11 da prova, o professor pede que os estudantes completem o trecho "se bater de frente", do hit "Beijinho no ombro". A resposta correta é a letra A, que traz "é só tiro, porrada e bomba". O homem dá aulas para as turmas de 2° e 3º anos.

Em redes sociais, o professor foi duramente criticado e ironizado pela questão. Mas o professor defendeu a inclusão da questão na prova e comentou as postagens que a funkeira fez em redes sociais sobre o assunto. "Acho que a Valesca foi muito feliz ao levantar as críticas contra o preconceito em relação ao funk e à ela, assim como quanto aos problemas dos professores", disse ao G1.
A prova de múltipla escolha com 12 questões foi aplicada aos alunos do 3º ano na última sexta-feira. O tema da prova a “Construção dos valores e moral da sociedade”. A prova foi feita por 360 alunos.
O professor disse que o tema foi discutido com os alunos. "Partiu da discussão de sala de aula. Como se constrói um valor da sociedade?", indagou. Ele disse que já esperava que a questão fosse render reportagens e afirmou que gostaria de ver em que situações os jornalistas vão à escola.
"As discussões foram válidas. O objetivo não era se a Valesca era ou não uma grande pensadora. De acordo com alguns pensadores franceses, todo aquele que consegue produzir um conceito é um pensador. Dentro disso, sim, ela é."
Ele também afirmou que o objetivo foi mesmo provocar. "Se trouxesse Chico Buarque, a prova seria considerada mais intelectual do que provocativa. É preciso criar essa proximidade com os alunos."
Para a aluna do 3º ano Brenna Sanna, de 18 anos, a repercussão negativa em torno da questão é "sem sentido". Ela afirma concordar com a inclusão da música na avaliação.
"Antigamente era mais rígido [o processo de elaboração das provas], mas agora tem uma abertura para o que é a cultura popular. Não acho errado. O professor colocou algo que tinha a ver com o contexto da prova e a sociedade está vivendo", declarou.

'Bobagem'
Em um post feito em sua página oficial no Facebook, Valesca diz acreditar que a polêmica ocorreu por terem chamado uma funkeira de "pensadora contemporânea" e diz achar a situação "uma bobagem".
"[O que] me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova sem analisar os termos por trás disso tudo. E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia? E se o professor quis apenas distrair a turma e fez a questão apenas pra brincar?", declarou.
Valesca disse ainda que as pessoas deveriam na verdade protestar contra as condições de trabalho dos professores e pela falta de equipamentos e merendas nas escolas.
"Parabéns ao corajoso professor que, mesmo não ganhando muito bem, é batalhador e corajoso demais pra chegar em casa e elaborar uma questão de uma prova colocando um dito popular do momento e sambando na cara de todo mundo que está a julgando por isso!".

A funkeira também afirmou se sentir homenageada. "Mas isso eu vou ter que recusar, porque é um título [de grande pensadora contemporânea] muito forte e eu ainda não me sinto pronta pra isso", riu. "Prometo que vou trabalhar isso. [...] Vou ali ler um Machado de Assis e ir treinando pra quem sabe um dia conseguir ser uma pensadora de elite!".

terça-feira, 1 de abril de 2014

Educacao: Brasil e um dos últimos em teste do PISA (raciocinio)

Brasil é um dos últimos em teste que avalia capacidade de resolver problemas

País amarga 38.º entre 44 países, de acordo com levantamento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)

O Estado de S. Paulo, 1/04/2014
No topo do ranking ficaram países asiáticos como Cingapura, Coreia do Sul e Japão - Marcos de Paula/Estadão
Marcos de Paula/Estadão
No topo do ranking ficaram países asiáticos como Cingapura, Coreia do Sul e Japão
O Brasil decepcionou mais uma vez no Pisa, avaliação internacional que mede competências de alunos em diferentes nações. A educação brasileira amargou o 38.º lugar em uma lista de 44 países, de acordo com o resultado divulgado nesta terça-feira, 1.º, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Tradicionalmente voltado para Leitura, Matemática e Ciências, pela primeira vez o Pisa mediu a capacidade de estudantes de 15 anos em resolver problemas mais complexos de lógica e raciocínio. No topo do ranking ficaram países asiáticos como Cingapura, Coreia do Sul e Japão. Já entre os últimos colocados, estão Uruguai, Bulgária e Colômbia. 

O resultado do Brasil, de 428 pontos, ficou abaixo da média da OCDE, que era de 500 pontos. O Pisa também mediu distorções regionais nas habilidades dos estudantes. Enquanto a Região Sudeste do País teve 447 pontos, o Nordeste registrou apenas 393. O Norte teve o pior índice entre os brasileiros, com 383 pontos, abaixo no ranking global apenas de algumas regiões dos Emirados Árabes Unidos.
Apesar do resultado fraco, o desempenho dos alunos brasileiros foi superior ao que eles mesmo esperavam no teste. As maiores distorções entre a expectativa e o resultado aconteceram com os estudantes da Bulgária, Xangai (China) e Polônia, que foram bem abaixo do que imaginavam.
O teste, que avalia as chamadas habilidades não-cognitivas, mediu a capacidade de explorar e compreender as informações, pensar representações gráficas, planejar e executar metas, além de monitorar e refletir sobre o desempenho. O relatório da OCDE mostrou que o currículo das escolas e a formação dos professores são essenciais no desenvolvimento desse tipo de competência.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Educacao no Brasil: nao tem nenhum risco de melhorar - Editorial Estadao

Como sempre digo, sou relativamente pessimista quanto à economia brasileira: creio que continuaremos crescendo a taxas medícores, fruto de um Estado extorsivo, de uma poupança pífia, de constrangimentos burocráticos e regulatórios que só permitem uma taxa de investimentos extremamente reduzida, incompatível, portanto, com uma taxa mais vigorosa de crescimento.
Mas, no que se refere à educação, em todos os níveis, sou ABSOLUTMENTE pessimista, e digo mais: não só não existe nenhum risco de melhorar, como vamos continuar piorando indefinidamente, pois os erros acumulados, e os equívocos que ainda vão ser feitos, são muito grandes, e prometedores, de mais mediocridade, de mais rebaixamento de padrões, de mais deterioração na (má) qualidade do ensino.
Além das "saúvas freireanas" que infestam o MEC e os cursos de pedagogia, todas homenageando o nosso maior idiota nacional, e patrono da (des)educação brasileira, temos todas as bobagens cometidas pelos companheiros nesses doze anos de idiotice aplicada, e o comportamento nocivo das máfias sindicais de professores, que não estão interessados em mérito, apenas em isonomia bem remunereada.
Repito: não existe nenhum risco de melhorar. Só vai piorar...
Pobres crianças, pobre Brasil...
Paulo Roberto de Almeida

A greve do professorado

20 de março de 2014 | 2h 08

Editorial O Estado de S.Paulo
Um mês depois do início do ano letivo, os professores das redes estaduais e municipais de ensino fundamental e servidores técnico-administrativos da área de educação pública declararam uma greve nacional de três dias, com o objetivo de "chamar a atenção" para suas reivindicações. Eles pedem melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira, jornada de 30 horas semanais, cumprimento da lei do piso salarial, concessão de auxílio-alimentação, aumento de matrículas em cursos noturnos, votação imediata do Plano Nacional de Educação, destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e investimento dos royalties de petróleo na valorização de suas categorias.
A adesão dos professores à suspensão das atividades didáticas, iniciada na segunda-feira, variou conforme os Estados. Em alguns, a greve se limitou às capitais. Em outros, ela atingiu escolas do interior. Os problemas causados, no entanto, foram os mesmos de sempre. Os alunos ficaram sem aulas e o cronograma das aulas foi desrespeitado, pondo em risco o planejamento de 2014 - ano em que o calendário escolar já prevê vários feriados, por causa dos jogos da Copa.
Em 2013, as greves de professores afetaram mais de 1,5 milhão de alunos da rede pública de ensino fundamental. Foi um ano marcado por longas paralisações, com destaque para o Rio de Janeiro, que teve 56 dias de greve, e Mato Grosso, com 52.
Algumas reivindicações são antigas e procedentes. É o caso do piso salarial nacional do magistério público. Apesar de a lei que o instituiu ter entrado em vigor em julho de 2008, até hoje - quase seis anos depois - vários Estados continuam descumprindo-a, alegando que não dispõem de recursos próprios e que não recebem repasses federais suficientes para arcar com os gastos de custeio de suas redes escolares.
É também o caso do Plano Nacional de Educação, que estabelece metas e estratégias para melhorar o ensino no País. Apesar de ter sido elaborado para vigorar entre 2011 e 2020, o governo só o enviou para o Congresso nos últimos 15 dias de 201o.
Além desse atraso, o Plano ficou parado em algumas comissões técnicas. Quando tramitou, foi desfigurado no Senado, atendendo a interesses paroquiais da base governista e eleitoreiros da presidente Dilma Rousseff. Como não há previsão de votação, o Plano corre o risco de ser aprovado quando seu prazo de validade já estiver praticamente no fim.
Outros pleitos dos professores e dos servidores técnico-administrativos, contudo, são demagógicos. É esse o caso, por exemplo, da reivindicação de "gestão democrática" de escolas públicas - pretensão que, se acolhida, liquidaria com o princípio do mérito no ambiente escolar. É o caso, também, do pedido de aumento dos investimentos em educação pública, com a destinação de 10% do PIB e dos royalties do petróleo. Há vários anos o Brasil já investe no setor porcentuais próximos ou equivalentes dos destinados pelos países desenvolvidos para seus sistemas de ensino. E, como mostram estudos e levantamentos de conceituados organismos multilaterais, o problema da educação - principalmente a falta de qualidade da rede pública de ensino básico - decorre de incompetência administrativa e falta de empenho das autoridades, e não de escassez de recursos.
Independentemente da procedência ou do caráter demagógicos das reivindicações, a greve também tem um componente político, decorrente das mudanças ocorridas nas entidades sindicais do professorado e dos servidores técnico-administrativos da área de educação. Durante décadas, elas estiveram próximas da CUT e do PT. Mas, nos últimos anos, algumas se vincularam a pequenos partidos de extrema esquerda, como o PSOL e o PSTU.
A recorrência das paralisações de professores e servidores é o resultado de uma equação cujos elementos são conhecidos: inépcia administrativa, interesses corporativos e oportunismo eleiçoeiro. Quem perde com isso são os estudantes, como sempre.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Politicas educacionais no Brasil: do mal ao pior - Ricardo Velez-Rodriguez

Partilho amplamente da análise do professor Ricardo Velez-Rodriguez, embora tenha reparos a fazer em alguns pontos muito específicos de sua análise, mas ele tem minha total adesão a sua análise dos males da educação brasileira.
Como eu já disse, e repito, as coisas estão tão erradas com a educação que não existe nenhum risco de melhorar no futuro previsível...
O amigo Orlando Tambosi resumiu o longo artigo.
Paulo Roberto de Almeida


Não só a economia brasileira faz voos de galinha, mas também as políticas públicas no setor educacional, que  não tiveram continuidade ao longo dos últimos 50 anos. Quem diz isso é o professor Ricardo Vélez-Rodríguez, do blog Rocinante, que analisa três períodos da história brasileira. O terceiro diz respeito ao catastrófico lulopetismo, que ideologizou gramscianamente o ensino, do primário ao universitário. Cito um trecho, remetendo depois ao texto integral. Boa leitura dominical:

(....) Poderíamos sintetizar em dez pontos os aspectos negativos do sistema de ensino brasileiro ao longo dos dois governos de Lula e do governo da sua sucessora, Dilma Rousseff:

1 – Queda do setor de ensino primário nas avaliações internacionais.

2 – Queda do setor de ensino secundário nas avaliações internacionais.

3 – Queda do setor de ensino superior nas avaliações internacionais.

4 – Critérios dúbios adotados pelo Ministério de Educação na avaliação do sistema de ensino brasileiro nos seus três níveis.

5 – Pano de fundo altamente ideológico e radical das reformas educacionais petistas, no contexto da denominada “revolução cultural” de inspiração gramsciana.

6 – Inépcia do INEP na gestão dos vestibulares.

7 – Aparelhamento, pelo Partido dos Trabalhadores, dos Institutos de Pesquisa do Estado em relação ao desenvolvimento econômico e social (IPEA, IBGE).

8 – Inadequada formulação do programa “Ciência sem Fronteiras”, para enviar ao exterior 100 mil estudantes brasileiros de nível superior, um caso gritante de “turismo acadêmico”.

9 – Preconceitos do PT em face do setor privado no terreno educacional.


10 – Despreparo do governo para lidar com o ensino digital de grandes proporções. (Texto completo).

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UM CASO TÍPICO DE VOO DE GALINHA: AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO DE 64 ATÉ 2014

Ricardo Vélez-Rodriguez
Rocinante, 22 de fevereiro de 2014




O fenômeno do desajeitado voo galináceo do desenvolvimento brasileiro manifesta-se, notadamente, no campo educacional. As políticas públicas para o setor não tiveram continuidade ao longo dos últimos cinquenta anos, além da circunstância de que, em geral, não foram adequadamente traçadas. 

É o que mostrarei nas próximas páginas. Analisarei, em primeiro lugar, as reformas educacionais do ciclo militar, destacando a tradição cientificista em que elas ancoraram. Passarei a analisar, em seguida, os problemas do ensino na Nova República, e as políticas públicas com que os governos tentaram dar resposta, notadamente ao longo dos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Analisarei, em terceiro lugar, as políticas públicas de educação ao longo dos governos petistas.

Concluirei destacando a falta de continuidade na formulação das políticas públicas em educação nesses três momentos da história republicana.


Ler a íntegra neste link:
http://pensadordelamancha.blogspot.com.br/2014/02/um-caso-tipico-de-voo-de-galinha-as.html

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Brasil e o PISA: a vergonha da educacao nacional - João Batista Araujo Oliveira

A ponte entre educação e economia

27 de janeiro de 2014 | 2h 06
João Batista Araujo Oliveira* - O Estado de S.Paulo
A última rodada do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), divulgada no final do ano passado, mostra que o Brasil continua firme no ranking entre os países com pior desempenho em educação. E os melhores países continuam os mesmos, com algumas mudanças de posição. As sete primeiras são ocupadas pelos asiáticos. A diferença entre os alunos do país mais bem colocado - China, Xangai - e os do Brasil é de mais de 200 pontos, ou seja, o equivalente a cinco anos escolares. É com países desse naipe educacional que competimos na arena internacional.
É fato que não se podem esperar grandes mudanças a cada aplicação do Pisa. Para isso acontecer teria sido necessário um esforço gigantesco dos brasileiros, o que não ocorreu. O que chama mesmo a atenção, contudo, é o silêncio e o alheamento dos responsáveis pela política econômica e das lideranças empresariais diante da situação educacional do Brasil em relação ao restante do mundo. Afinal, o Pisa é a ponte que liga a educação à economia do conhecimento.
Concebido na virada do século por especialistas reunidos pela Organização de Cooperação para Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa logo se tornou um benchmark, o termômetro da qualidade internacional da educação. A cada ano é maior o número de países que adere a esse teste, aplicado a cada três anos e que é original em várias dimensões.
A característica mais importante do Pisa é a de que a avaliação afere habilidades consideradas essenciais para o sucesso do jovem na escola, no mercado de trabalho e na vida da economia do século 21. O teste está para a sociedade do conhecimento da mesma forma que saber ler e escrever estava para os primórdios da Revolução Industrial. É preciso ressaltar que o Pisa não é um teste escolar, ele mede a capacidade das pessoas de mobilizar conhecimentos das três disciplinas escolares básicas - Linguagem, Matemática e Ciências - para lidarem com informações e problemas do mundo real. É tudo o que um empresário gostaria de saber antes de recrutar um novo funcionário. O Pisa faz isso.
O Pisa também traz outro alerta importante para o setor produtivo: a escola deve preparar o aluno para continuar a estudar e para resolver os problemas concretos do mundo. Mas para isso é preciso existir um ensino rigoroso das disciplinas básicas no ensino fundamental. Profissionalização é assunto para o ensino médio e deve ser realizada em instituições com vocação específica, não relegadas a status inferior em escolas de educação geral.
Os dados colhidos na aplicação dos testes também revelam a importância da disciplina, da pontualidade e do respeito aos professores para o sucesso escolar dos alunos. Crianças que faltam ou se atrasam já na pré-escola se situam entre as de pior desempenho mais tarde. A escola não é fábrica. A educação escolar, contudo, deve ser também educação para a cidadania e para os valores do mundo do trabalho.
Estudos realizados com alunos que fizeram o primeiro teste do Pisa, em 2003, comprovam a sua validade preditiva quanto ao desempenho acadêmico e profissional dos jovens nas economias globalizadas. Não por acaso, em pouco menos de dez anos o Pisa virou uma espada de Dâmocles pairando sobre os países industrializados, levados a ajustar os seus sistemas educativos aos resultados do teste.
Da última rodada do Pisa participaram 65 países. O Brasil ficou entre os seis e/ou os oito piores, dependendo da disciplina considerada - Linguagem, Matemática e Ciências. O mais preocupante é a quantidade de alunos brasileiros abaixo do mínimo, o nível 2 - em Matemática são mais de 67%. Nos países da OCDE, com os quais competimos comercialmente, 23% dos alunos estão abaixo desse nível.
Outro dado que deveria preocupar as elites brasileiras: em média, 12,6% dos alunos dos países da OCDE alcançam o patamar superior da prova. Esse porcentual no Brasil é de apenas 0,8%. Não cuidamos das categorias de base nem do grupo de elite. A média dos alunos de nossas escolas particulares fica a uma boa distância abaixo da dos países mais desenvolvidos. E por aí vai.
O Brasil participa do Pisa desde a primeira rodada e tem mostrado alguns avanços. Mas a maior parte deles não se deve a melhoras na educação, e sim na economia. O melhor desempenho econômico das famílias e a escolaridade dos pais estão entre os fatores que explicam o avanço dos alunos. No País é a economia que melhora a educação, e não vice-versa. Nada que justifique qualquer demonstração de euforia.
O comentário mais interessante sobre os resultados dos Estados Unidos no Pisa de 2012 veio do economista Erik Hanushek, da Universidade Stanford. Disse ele: "Nossa economia ainda continua forte porque temos um bom sistema econômico capaz de superar as deficiências de nosso sistema educativo".
Mudar a educação não é fácil. Se fosse, muitos países teriam um sistema educacional muito melhor. Mas os caminhos para que isso ocorra são conhecidos e são muito diferentes dos que vimos trilhando ou do que está delineado no Plano Nacional da Educação (PNE). Em qualquer país, uma reforma educativa requer o estabelecimento de um consenso e uma mobilização em torno de ideias básicas e cientificamente fundamentadas, como currículo, avaliação, formação e carreira de professores e gestão. Requer foco e capacidade de definir prioridades, sem açodamento. E requer também uma enorme capacidade de implementação adequada, no caso, ao nosso modelo federalista de governo.
Se Erik Hanushek teme que a economia americana não venha a se tornar robusta o suficiente para financiar um sistema educacional que se situe na média do dos países da OCDE, o que diria ele da economia brasileira? Penso que não compartilharia a euforia que o ministro da Educação do Brasil tem demonstrado.
*João Batista Araujo Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB).

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Pisa-Ocde: a miseria educacional brasileira, maior do que se imaginava...



Ciência é a pior área entre alunos brasileiros


País não avançou em três anos no Pisa


Ciências é a matéria em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países, aponta o Pisa, exame internacional de estudantes.

Essa é a disciplina em que o país tem seu pior desempenho (59º entre 65 países). E ainda não obteve avanço nos últimos três anos (2009-2012). Em matemática, o Brasil foi o 58º; em leitura, 55º.

Os alunos avaliados, das redes pública e privada, têm entre 15 e 16 anos (ensino médio). Os dados foram divulgados anteontem pela OCDE, organização de países desenvolvidos que aplica a prova. Entre os seis níveis em que os alunos são distribuídos, o Brasil teve apenas 0,3% nos dois mais elevados em ciências. A média dos países desenvolvidos foi de 8,4%.

A maioria dos estudantes brasileiros ficou nos dois patamares mais baixos. Não souberam, por exemplo, explicar por que crianças e idosos são públicos prioritários na vacinação contra a gripe (a resposta é porque eles têm menos resistência ao vírus).

Para a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, um dos motivos que podem explicar o baixo desempenho em ciências é a falta de ênfase no problema dessa disciplina. Em matemática, diz ela, as dificuldades foram notadas há mais tempo e, por isso, as médias têm aumentado.

A carência de laboratórios, o ensino muito teórico e a baixa atratividade da carreira docente são os fatores apontados pelo físico Luiz Davidovich, da diretoria da Academia Brasileira de Ciências.

"Há exceções, mas, de forma geral, não há estímulo à curiosidade, à criatividade."

(Folha de S.Paulo)

Dois em três alunos no Brasil não sabem frações e porcentagens


Resultado do Pisa 2012 mostrou que estudantes brasileiros de 15 anos também demonstram dificuldade em entender gráficos simples


Dois em cada três estudantes de 15 anos no Brasil não sabem trabalhar operações matemáticas simples como frações, porcentagem e relações proporcionais. Esse é um dos resultados do Pisa 2012, divulgado nesta terça-feira (04) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Apesar de ser um dos países que mais apresentou avanços na matéria na última década, o Brasil ainda ocupa a 57ª posição dentre 65 nações avaliadas, com 391 pontos. No topo da tabela, a província chinesa de Xangai, aos 613 pontos.

Para comparar o desempenho de diversos sistemas de ensino pelo mundo, a OCDE determinou critérios comuns a serem avaliados, porém balanceados segundo a formação sócio-econômica dos participantes. A parte de Matemática, que foi o foco da prova do Pisa 2012, quis medir a capacidade dos estudantes para formular, empregar e interpretar a matemática em uma variedade de contextos do dia a dia, na resolução de problemas. Por isso, para os avaliadores, não basta que um aluno saiba somar e dividir, por exemplo, mas sim colocá-los em prática.

A partir da pontuação na prova, a OCDE estabeleceu seis níveis de rendimento, onde o seis é o nível máximo de conhecimento. No Brasil, mais de dois terços dos quase 20 mil estudantes que fizeram a prova ficaram na faixa que vai até o nível dois, ou seja, bem abaixo na tabela. Nesse nível, eles conseguem interpretar e reconhecer situações em contextos que exigem apenas a inferência direta, além de fazerem interpretação literal dos resultados. Mas para por aí. Mais de 65% dos estudantes brasileiros não conseguem analisar um gráfico ou uma situação do cotidiano e traduzir o problema para modelos matemáticos.

Como exemplo para explicar sua metodologia, a OCDE mostrou uma questão da prova de Matemática onde o aluno se depara um gráfico em plano cartesiano contendo quatro grupos de rock, segundo a quantidade de CDs vendidos por mês. A partir daí, foi pedido para que o aluno identificasse em qual mês uma determinada banda vendeu mais discos do que outra, tarefa considerada complexa para muitos dos brasileiros.

Para o diretor-adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Cláudio Landim, o Brasil tem o que comemorar, sobretudo na parte mais baixa da tabela, os 10% piores, que melhoraram 100 pontos de 2003 a 2012. No entanto, Landim reconheceu que o país vive ainda uma situação "precária":

- Não saber usar frações ou porcentagens é cada vez mais grave, pois vivemos num mundo tecnológico, onde dominar essa operações é cada vez mais imperativo - argumenta o diretor do Impa.

Cláudio Landim também ressaltou que grande parte da dificuldade dos alunos em entender gráficos simples ou tabelas vem da deficiência em Leitura, outra área analisada pelo Pisa:

- Quando participamos da Olimpíada Brasileira de Matemática, percebemos que a dificuldade do aluno é compreender o que está sendo perguntado. É compreensão do texto, puramente isso. Uma grande parcela não consegue responder porque não entende o que está lendo. A compreensão textual tem impacto significativo na Matemática.

Com 391 pontos em Matemática, o Brasil ficou abaixo de vizinhos como o Chile, e de outros emergentes como a Turquia, 44ª no ranking, aos 448 pontos. Como para a OCDE, 41 pontos na tabela equivaleria a um ano de estudo formal, os alunos brasileiros teriam que estudar um ano a mais para alcançar o nível de seus colegas turcos, ou quase três anos para se aproximarem do nível do Vietnã, que ficou em 17º lugar, com 511 pontos. Já se a comparação for com os estudantes de Xangai, líderes na prova, o Brasil deveria recuperar cinco anos de atraso.

Preocupação na indústria
O desempenho do Brasil foi considerado preocupante pelo gerente-executivo de Estudo e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Luiz Caruso. Segundo ele, as baixas na educação desses jovens podem impactar sobre o desenvolvimento da indústria no país.
- Quando estiverem no mercado de trabalho, eles terão mais dificuldade para absorver e trabalhar com novas tecnologias, o que impacta diretamente a produtividade e a competitividade do país. Sem uma educação básica de boa qualidade, a gente não tem cidadão e nem um bom trabalhador - avalia Caruso.

De acordo com Caruso, a realidade também merece atenção, se levado em consideração as oportunidades em educação profissionalizante, que vêm recebendo investimentos do governo:

- É difícil trabalhar com esses jovens, pois a educação profissional requer maior grau de complexidade. E como os jovens apresentam defasagem em disciplinas básicas como matemática e português, acaba sendo necessário sanar essas dificuldades durante o ensino médio, ocupando uma parte da carga horária que poderia ser destinada a fins mais específicos - afirma.

(Leonardo Vieira/O Globo)

As reações ao Pisa


Editorial do Estado de S.Paulo sobre o resultado do programa


Tão importante quanto os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostraram como Xangai, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul estão colhendo dividendos de seus investimentos na área da educação, por considerá-la decisiva para o desenvolvimento econômico da região, foram as reações dos demais países avaliados. Em alguns, como o Chile, que ficou em 51.º lugar em matemática e em 46.º em ciências, as autoridades educacionais pediram desculpas aos estudantes.

Em países como a Finlândia e a Alemanha, que ocuparam as primeiras posições nas edições anteriores do Pisa, a perda da liderança para os países asiáticos deflagrou acirradas polêmicas. Como o desempenho da economia finlandesa e da alemã é condicionado por sua capacidade de inovação tecnológica, as autoridades econômicas não esconderam o temor de que os resultados negativos do Pisa de 2012 afetem o desenvolvimento futuro dos dois países. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, cujos estudantes ficaram abaixo da média alcançada pelos países da OCDE. A maior economia do planeta não conseguiu ficar nem mesmo entre os 20 primeiros lugares no ranking de matemática e ciência. Pedagogos americanos lembraram que os estudantes dos países orientais se destacaram não só em matemática e ciências, mas, igualmente, em leitura. E também conseguiram exceder as informações aprendidas em sala de aula, usando o conhecimento com criatividade para lidar com problemas cotidianos.

Jornais americanos lembraram que essa habilidade era, até agora, associada ao modelo de ensino do Ocidente. Mostraram que os países asiáticos estabeleceram metas altas para sua rede escolar e indicaram os melhores professores para as salas de aula mais desafiadoras e os diretores mais competentes para as escolas mais problemáticas. Em editorial, o Wall Street Journal advertiu que os Estados Unidos estão correndo o risco de perder a liderança mundial no campo científico.

No Brasil, as reações foram diferentes. Preocupada com as dificuldades que os adolescentes terão para absorver tecnologia quando entrarem no mercado de trabalho, a Confederação Nacional da Indústria advertiu para o risco de perda de produtividade e competitividade do País por causa da má qualidade do ensino básico. Já o ministro da Educação, relevando o 58.º lugar ocupado pelo Brasil entre os 65 países, converteu o aumento da média dos estudantes brasileiros em matemática - de 356 pontos, no Pisa de 2003, para 391 pontos, em 2012 - em motivo de ufanismo. "Fomos o país em que os estudantes mais evoluíram, na década. Quando olhamos o filme, somos o primeiro da sala", disse Aloizio Mercadante.

Mas não há motivo para euforia. O avanço brasileiro partiu de um patamar muito baixo. "Como comemorar os pontos ganhos no Pisa de 2012, se o aumento na pontuação se deu com maior força entre os piores alunos, cuja nota média em 2003 equivalia a zero e hoje, dez anos depois, esse mesmo grupo ainda não é capaz de ler uma única informação em um gráfico de barras?", indaga Paula Louzano, da Faculdade de Educação da USP. É que apenas 0,8% dos estudantes brasileiros teve notas compatíveis com os níveis 5 e 6 da escala do Pisa, que identificam as competências para resolver questões mais complexas.

Por conveniência política, o ministro deixou de lado o fato de que 70% dos participantes brasileiros do Pisa de 2012 não ultrapassaram o nível 1 da escala de habilidade em matemática, que identifica a capacidade de resolver questões simples. Esses alunos não sabem, por exemplo, usar informações de uma tabela ou gráfico para calcular uma média ou tendência.

A prosperidade dos indivíduos, o sucesso das empresas e a riqueza das nações dependem dos investimentos em educação. A reação de muitos países desenvolvidos à sua queda no ranking do Pisa de 2012 mostra que eles sabem disso e que tomarão providências urgentes para voltar a disputar a liderança com os países orientais nas próximas edições do Pisa. Já no Brasil, onde a educação tem sido entregue a políticos profissionais, reações ufanistas dificilmente conseguirão levar essa área estratégica a dar um salto de qualidade.

(O Estado de S. Paulo)

PISA-OCDE: a America Latina aprofunda sua miseria educacional, enquanto a Asia...

Bem, outro dia eu li uma carta de um leitor americano do New York Times, indignado com os resultados de Xangai, dizendo que os chineses estão trapaceando os resultados, já que se fizessem a média para toda a China, com os rurícolas menos afortunados nos estudos apresentando resultados muito baixos, o país também se situaria em patamares muito inferiores aos de Xangai, o primeiro lugar no PISA da OCDE.
Certamente.
Mas, pensei comigo mesmo: se cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, ou Buenos Aires fizessem avaliações separadas -- o que esses países têm o pleno direito de fazer -- aposto como os resultados seriam apenas um pouco superiores às médias nacionais respectivas, e ficariam muito abaixo de Xangai, que continuaria, portanto, em primeiro lugar da lista.
O fato é este: nossa educação não é só mediocre, ela é muito pior do que vocês podem imaginar, e vai continuar se deteriorando, graças às saúvas freireanas que dominam o MEC dinossauro e aos companheiros que controlam a educação brasileira. Estamos simplesmente retrocedendo, e vai continuar assim, em todos os níveis, do pré-primário ao pós-doc.
Nada poderá salvar a educação brasileira da mediocridade crescente, ao que se acrescenta a estupidez dos companheiros em matéria de padrões educacionais.
Paulo Roberto de Almeida

El informe PISA pone a América Latina de cara a la pared
Por Ana Mengotti
EFE, 5/12/2013

Bogotá - La última evaluación de la OCDE sobre el estado de la educación en el mundo pone de cara a la pared a los países latinoamericanos analizados y muestra que la bonanza económica no ha tenido su correlato educativo.

Aunque solo ocho países de la región están entre los evaluados en el informe PISA 2012, son lo suficientemente representativos como para generalizar sus preocupantes resultados, que muestran que a la educación no se le da en América Latina la relevancia que tiene.

La célebre frase "es la economía, estúpido", que se le atribuye a un asesor de Bill Clinton en la campaña electoral de 1992 para marcar lo verdaderamente importante, bien podría cambiarse en este caso por "es la educación, estúpidos".

A tenor de los resultados de PISA, los países de América Latina no han aprovechado el crecimiento económico ni la estabilidad política de los últimos años para dar un salto cualitativo en materia de educación, lo que sí han hecho los países asiáticos, que ocupan los primeros puestos de la tabla.

Argentina, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, México, Perú y Uruguay están al final de la lista de los 65 países que participaron en este examen para evaluar los conocimientos en matemáticas, lenguaje y ciencias de los alumnos de 15 años.

El mejor situado de los ocho, en el puesto 51, es Chile, donde el tema educativo ha estado en el centro de la atención debido a las protestas estudiantiles en demanda de una educación gratuita y de calidad, y el peor, Perú, el último de la lista, en el puesto 65.

Entre uno y otro están México (53), Uruguay (55), Costa Rica (56), Brasil (58), Argentina (59) y Colombia (62), todos ellos con puntuaciones por debajo del promedio.

En la anterior prueba Pisa (Programa Internacional de Evaluación Estudiantil), dada a conocer en 2010, fueron evaluados los mismos países latinoamericanos salvo que en lugar de Costa Rica estuvo Panamá y los resultados fueron por el estilo a los de 2012.

La prueba promovida por la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), formada por 34 países, solo dos de ellos latinoamericanos, Chile y México, tiene como objetivo determinar "qué saben los chicos de 15 años y qué son capaces de hacer con lo que saben".

En el informe la OCDE destaca la importancia de una buena formación en matemáticas de cara al futuro de los alumnos.

Precisamente las matemáticas son el "fuerte" de los países asiáticos. Los ocho mejor situados en la tabla de PISA sobre los conocimientos matemáticos son Shangai (China) con una puntuación de 613, Singapur (573), Hong Kong (561), Taipei (560), Corea del Sur (554), Macao (538) y Japón (536).

La puntuación de Shangai está 119 puntos por encima de la media de los países de la OCDE, que en conjunto invierten 230.000 millones de dólares al año en la enseñanza de esa ciencia en las escuelas, y 245 puntos por encima de la nota de Perú, el último de la fila y uno de los países latinoamericanos que ha desarrollado más lazos económicos y comerciales con la región de Asia Pacífico.

Perú y los otros miembros de la Alianza del Pacífico, que son México, Colombia y Chile, pretenden ser socios de Asia en una economía global y sin barreras.

Si así fuera, los chicos de 15 años de las dos regiones competirán entre ellos en el futuro y los chilenos, peruanos, mexicanos y colombianos estarán en inferioridad de condiciones respecto a los asiáticos.

"Una buena formación en matemáticas tiene un importante impacto en las oportunidades de un individuo en la vida. El informe muestra que tener unos conocimientos reducidos en matemáticas limita severamente el acceso de una persona a los puestos mejor pagados y más valiosos", dice la OCDE en el informe que acompaña la tabla.

Aunque el secretario general de la OCDE, el mexicano Ángel Gurría, señala que el informe PISA "no trata de dar lecciones a nadie", parece claro que los países asiáticos han dado una lección al resto.

El informe busca precisamente que los países tengan información acerca de las experiencias exitosas de otros países en materia educativa.

La selección y recompensa de los buenos profesores, la creación de un ambiente innovador en el colegio y emplear los recursos educativos de una manera equitativa entre las escuelas más y menos avanzadas son los elementos de los que se valen los países que están en primer lugar en la tabla.

Algunos de los Gobiernos de los países analizados han hecho autocrítica; otros han preferido callar o destacar algún aspecto positivo.


"No hicimos lo suficiente. Hay que hacer mucho más, el fenómeno es mucho más complejo", afirmó el presidente uruguayo, José Mujica. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Educacao em estagnacao, Brasil recua (alguma surpresa?); Enquanto isso, em Xangai...

Nenhuma: com a educação companheira, o Brasil só poderia recuar, absoluta e relativamente.
Paulo Roberto de Almeida 

Avaliação

Avanço do Brasil na educação perde fôlego, revela o Pisa

Especialistas divergem sobre razões da melhoria passada, mas concordam sobre o futuro: para acelerar, é preciso promover mudanças profundas. Confira ranking completo da mais importante avaliação do ensino mundial

Jadyr Pavão Júnior
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013 (Wilson Dias/Agência Brasil)
Avaliar para mudar
O Pisa (Programme for International Student Assessment) é uma avaliação realizada a cada três anos pela OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Participam estudantes com 15 anos de idade. A avaliação pretende aferir o quanto os alunos aprenderam em sala de aula, mas também se conseguem aplicar conhecimentos na solução de problemas reais. Outro objetivo da avaliação é fornecer subsídio para políticas de educação. Em 2012, 501.000 jovens de 65 países ou regiões econômicas delimitadas (caso de Xangai) aplicaram a prova. No Brasil, foram 19.877 estudantes, divididos em 837 escolas.
O ensino nas escolas públicas brasileiras é, em geral, muito ruim. Ponto. Resta saber se ele está melhorando. O relatório do Pisa, mais importante avaliação da educação internacional, publicado nesta terça-feira mostra que a formação oferecida nas escolas (públicas e privadas) do país vem avançando desde 2000, quando a primeira edição do levantamento foi lançada. Contudo, o movimento ascendente vem perdendo força muito antes de colocar o Brasil ao lado dos melhores ou até mesmo dos medianos. Isso faz com que especialistas sentenciem: para avançar mais, o país terá que promover reformas profundas. "Não cresceremos mais sem isso", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, ONG que atua ao mesmo tempo vigiando e propondo políticas públicas.
Comparadas as notas das avaliações de 2009 e 2012, o Brasil — 58º do novo ranking — caiu em leitura (412 pontos para 410), marcou passo em ciências (405) e registrou melhora em matemática (386 para 391). Praticamente estagnado na faixa dos 400 pontos, o país permanece distante dos líderes do levantamento — a província chinesa de Xangai, por exemplo, com média geral de 588 pontos — e se mantém na vizinhança de nações como Albânia, Tunísia. A pontuação não é decorativa. Continue a ler a reportagem
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Shanghai students top of the class ... and the world
By Zhao We
Shanghai Daily,  December 4, 2013, Wednesday |  PRINT EDITION

Shanghai again ranked first for mathematics, science and reading in a three-yearly report on global education as students in Asia continued to outshine their Western counterparts.
They also spent more time doing homework than their peers in the 65 countries and regions which took part in the tests for the Paris-based Organization for Economic Cooperation and Development.
Its PISA report (Program for International Student Assessment) is the single largest study of global schooling.
It is highly influential, with participating countries and regions representing more than 80 percent of the global economy and often adapting policy in response to the findings.
The first PISA survey was carried out in 2000, and Shanghai joined in 2009, coming first in the three categories.
Around 6,400 students from 155 schools in Shanghai took part in the latest assessment in April last year. Globally, about half a million 15-year-olds took part.
The tests are based on a 1,000-point scale.
In mathematics, average scores ranged from 368 in Peru to 613 in Shanghai. The US average was 481, below the global average of 494. Singapore and Hong Kong took second and third with scores of 573 and 561.
In science, average scores ranged from 373 in Peru to 580 in Shanghai. The US scored 497. The global average was 501.
In reading, average scores ranged from 384 in Peru to 570 in Shanghai. The US scored 498, just above the global 496.
“The results are very inspiring. While it is good to see our students have performed so well, it is worth thinking if we really need so many students to be so good at mathematics,” said Zhang Minxuan, leader of the Shanghai PISA program and president of Shanghai Normal University.
Shanghai students reported an average of 13.8 hours every week doing school assignments, the highest and almost three times the average 4.9 hours.
Zhang said an analysis showed the optimal time for students to do homework is 11 hours per week including weekends. “We found that students who spent more than 11 hours on homework didn’t make significant progress, which deprived their time of discovering other talents.”
The mathematics test was divided into several parts to examine students’ skills to solve real-world questions using a knowledge of geometry, algebra, calculation and statistics. Shanghai students performed well in translating a real-world problem into a mathematics problem but were poorer at explaining the results.
Zhang attributed Shanghai’s students’ good performance in mathematics to more chances to learn the subject, personal ability and family background.
Boys and girls have a similar performance in mathematics but girls were more modest in assessing their ability.
“We should encourage girl students to think they can do math as good as boys and help them build confidence,” Zhang said.
In reading and science, the score gap between boys and girls in Shanghai has narrowed compared to 2009, Zhang said.
He said the results showed that Shanghai’s education was well-balanced as the gap between low proficiency and high proficiency was smaller than the average level.
Zhang said the PISA results had given thoughtful hints on how to provide a balanced education for students.

Schools are advised to give fewer after-school assignments and reduce homework so that students can have more time for individual development. For teachers, they should think about how to help students use mathematics skills to solve real problems instead of learning how to solve a math problem only. It is also suggested that parents not overburden their children with after-school tutoring.

sábado, 28 de setembro de 2013

A "pedagogia" de Paulo Freire como fraude no ensino

Apenas registrando para desenvolver:

Todo o ensino brasileiro baseado em Paulo Freire é uma fraude e uma mediocridade. 
Ensinar com base na experiência vivida é de um senso comum beócio. 
Ensinar que o mundo se caracteriza pela luta de classes e que os pobres são melhores que os ricos é um fraude completa. 
O Brasil tem uma tragédia educacional, aliás duas: uma se chama Paulo Freire. 
Outra é a ditadura pedagógica exercida sobre o ensino por essa fraude, ambas patrocinadas pelo partido neobolchevique no poder. 
Infelizmente para o Brasil e os brasileiros. 
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 4 de agosto de 2013

Miseria educacional brasileira: mais dinheiro nao vai melhorar um sistema ruim -Gustavo Ioschpe

Dilma, não desperdice nossos recursos nesse sistema educacional

23 de julho de 2013 
Autor: Gustavo Ioschpe
pequeno normal grande
Gustavo Ioschpe
Excelentíssima presidente da República, deputados e senadores: Está em suas mãos a decisão de aprovar ou vetar dois projetos de lei que aumentam o gasto em educação, um deles destinando 75% dos royalties do pré-sal para a área e o outro, o Plano Nacional de Educação, estipulando que dobremos o volume de gastos nos próximos dez anos, dos atuais 5% do PIB para 10% do PIB.
Nos últimos dez anos eu venho escrevendo sobre educação brasileira, e nela militando, com apenas um propósito: melhorar radicalmente a qualidade do ensino no país para que possamos dar um salto de desenvolvimento. Faço-o por espírito público, mas também por egoísmo: quero que meus filhos vivam em um país melhor que este que temos agora. Não ganho dinheiro com esse tema, não defendo interesse de nenhum grupo público ou privado, nacional ou estrangeiro. Ajo como se munido de uma procuração para falar em nome dos milhões de alunos das péssimas escolas públicas brasileiras, que não têm voz nem vez no debate político nacional. Por isso, espero que a senhora e os senhores acreditem em mim quando digo: eu defenderia qualquer medida para a qual houvesse evidências de que impacta positivamente o nível de aprendizado dos nossos alunos. Se essa medida fosse algo tão fácil e simples quanto aprovar uma lei, então eu ficaria mais feliz ainda. E, se essa medida tivesse como consequência secundária melhorar a renda dos 5 milhões de brasileiros que trabalham no sistema educacional, isso me deixaria triplamente contente. E, mesmo que não busque popularidade nem pretenda fazer-lhes companhia em atividades eleitorais, tampouco sou masoquista, de forma que ficaria mais alegre ainda em defender algo que vem sendo pedido pelos manifestantes de rua e por uma série de almas caridosas que clamam para que a senhora e os senhores aprovem as ditas leis. Por tudo isso, adoraria me juntar a esse coro dos que bradam por mais recurso. Mas não posso. Porque não consigo faltar com a verdade. nem ignorar décadas de evidências, nem consentir que duas dádivas que recebemos – a capacidade de trabalho do povo brasileiro, que gera os impostos de que os senhores estão prestes a se apropriar; e as riquezas minerais enterradas em nossa costa – sejam tão clamorosamente desperdiçadas em um sistema que é um Midas ao contrário: transforma o ouro que recebe em desperdício e ignorância.
A senhora e os senhores devem ter ouvido que o Brasil investe pouco em educação. Que os países que deram grandes saltos educacionais aumentaram seus gastos no setor para viabilizar seus avanços. Que se gastarmos mais conseguiremos resolver nossos problemas. Que se pagarmos mais aos nossos professores haveremos de recuperar sua combalida autoestima e finalmente trazer “os melhores” alunos para o magistério, para que elevemos a qualidade dos mestres de amanhã. Bem, desculpem-me pela franqueza e pela linguagem direta, mas a urgência e a gravidade do assunto tomam-nas necessárias: isso é tudo mentira. Deslavada.
O Brasil não gasta pouco em educação
O Brasil não gasta pouco em educação. Como mostram os dados do levantamento mais respeitado do mundo na área, o Education ata Glance de 2013, investimos em nossa educação básica 4.3% do PIB, contra 3,9% do PIB dos países desenvolvidos. Se olharmos para os gastos educacionais como um todo, ainda gastamos um pouco menos, mas isso é basicamente porque nosso sistema universitário público é minúsculo e gasta bem menos, no total, do que esses países, em que a maioria da população da faixa etária correspondente cursa o ensino superior. Nosso investimento por aluno, quando comparado ao nível de renda brasileiro, é basicamente o mesmo dos países desenvolvidos. (A senhora e os senhores, cercados por gente que quer ter mais dinheiro para administrar, provavelmente viram esses dados em seus valores absolutos nominais, em dólares. Como se fizesse sentido comparar gastos nominais em países que têm renda três ou quatro vezes maior do que a nossa, e como se em alguma atividade os valores nominais de países desenvolvidos e em desenvolvimento fossem semelhantes…).
Talvez a senhora e os senhores já saibam que gastamos o mesmo que os países com os melhores sistemas educacionais do mundo, mas acreditem que esses são patamares de nações que “já chegaram lá”. Já devem ter ouvido alguém falar que, quando esses países deram seu salto educacional, gastaram perto dos 10% do PIB que tencionamos agora gastar. Novamente: é mentira. Creio que o gráfico ao lado se encarrega de desmontar essa empulhação sem maiores delongas (os dados originais e outras bibliografias estão em twitter.com/gioschpe). São dados da Unesco para países que são referência no mundo em melhoria educacional, além dos nossos vizinhos. Cobrem o período de 1970 (quando esses dados começam a ser coletados) a 2012. Tanto faz se olharmos para o período todo ou só para o momento (1970-89) em que a maioria desses países começou a dar seu salto, a conclusão é a mesma: não houve elevação de investimento antes, durante ou depois das melhorias, e os patamares de investimento chegam no máximo à casa dos 5% do PIB. Tanto faz se o PIB é de país rico, como Espanha e Inglaterra, ou de países em desenvolvimento, como China e Chile.
Finalmente, sobre os professores. Como já escrevi em vários artigos aqui, há diversas pesquisas em que os próprios professores são entrevistados, e a maioria diz que escolheu a profissão porque a ama, gosta dela e não pretende abandoná-la. Não creio que essa categoria tenha uma autoestima menor do que a média, portanto. Muito se fala dos poucos casos de países que conseguem atrair os estudantes mais talentosos para a docência, mas esse é o típico caso da exceção que confirma a regra. Mesmo nos países mais bem-sucedidos, em geral o jovem que opta pela carreira de professor não é o mais qualificado de seu grupo etário. Os mais competentes acabam optando por profissões da iniciativa privada, em que seu talento será valorizado. Professor é carreira pública, com as limitações, engessamentos e estabilidade comuns às demais funções públicas. O que a maioria dos países top consegue fazer é pegar esse jovem mediano e, através de formação excelente e acompanhamento continuado ao longo da carreira, transformá-lo em um profissional competente. É o que deveríamos buscar fazer também.
Entendo que a senhora e os senhores querem fazer algo pela educação brasileira. Porém, como diz o vulgo, de boas intenções o inferno está cheio. Estão agindo sob a premissa errada: de que nossos problemas se resolvem com dinheiro. Isso é falso. Não é nem uma questão da quantidade de dinheiro, nem da forma como esse dinheiro é gerido. Precisamos de muitas coisas para nossa educação, e as mais importantes não têm nada a ver com dinheiro. Onde focar? Na melhoria das universidades de pedagogia/licenciatura, que são totalmente teóricas e ideológicas e não preparam ninguém para a docência. Na seleção criteriosa de diretores de escola. No estabelecimento de um currículo nacional. Na criação de expectativas altas para todos os nossos alunos, especialmente os mais pobres. Coibindo o absenteísmo docente. Fazendo com que a jornada de aulas seja aproveitada, sem tempo desperdiçado com atrasos, anúncios, chamadas, conselhos de classe. Impedindo professores de achar que encher a lousa de matéria e mandar que os alunos copiem é uma aula. Alfabetizando aos 6 anos de idade. Desinchando o currículo, especialmente no ensino médio, e dando opção de cursos técnicos e profissionalizantes nessa etapa. Prescrevendo e corrigindo mais dever de casa. Utilizando avaliações constantes e intervenções rápidas quando se identifica um aluno com problema.
Poucos itens acima podem ser resolvidos na esfera federal. A maior parte é de responsabilidade de prefeitos, governadores e seus secretários de Educação. Hoje, a maioria deles faz um trabalho muito ruim. Jogar mais um caminhão de dinheiro nas mãos dessas pessoas, com esse sistema, será a garantia de um desperdício colossal. Se ao fazerem um péssimo trabalho eles são recompensados com o dobro de recursos, que incentivo terão para melhorar?! Espero que os senhores parlamentares não se rendam ao populismo. Caso sucumbam, presidente Dilma, use o seu poder de veto. Talvez não ajude na sua próxima eleição, mas certamente beneficiará os colegas do seu neto.

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Os artigos assinados não traduzem a opinião do Instituto Millenium. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre os valores defendidos pelo Instituto e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
  1. Você só não comparou os salários dos docentes em relação aos dos países citados (EUA, Finlândia,Japão, entre outros) e não fez referência à estrutura precária das instituições de ensino. Professor , no Brasil, não tem valor. Professor no Brasil adoece sim (com sobrecarga sistêmica de atividade laboral)para ganhar um pouquinho melhor, precisa fazer Mestrado e Doutorado, além da Graduação e mesmo assim trabalha em casa também,inclusive se privando do descaço, direito de todo cidadão. Existem vários artigos científicos nessa área.Professor no Brasil tem salário de fome!Acho que o senhor está muito por fora do que é ser docente no Brasil. E ninguém só trabalha por amor, ou o senhor só trabalha por amor? Que romântico.
    Junior

    23-07-2013 13:16:21
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