Professor defende questão com a 'grande pensadora' Valesca Popozuda
Docente diz que usou pergunta da prova para chamar a atenção da imprensa
Na prova de múltiplas escolhas, os alunos deveriam completar o trecho da música que diz "se bater de frente..." com as seguintes opções: A) "É só tiro, porrada e bomba"; B) "É só beijinho no ombro"; C) "É recalque" ou D)"É vida longa". Para aqueles que não conhecem o funk, a resposta é a letra A.
Segundo Kubitschek, responsável pela prova, a pergunta foi colocada no contexto de um debate em sala de aula sobre a formação moral da sociedade e sobre a construção de valores. "Discutimos em sala que a escola só aparece na mídia em contextos ruins. Há 20 dias fizemos uma exposição de fotos e nenhum veículo de comunicação deu atenção. Eu decidi colocar uma questão como essa na prova esperando a repercussão nas redes sociais e na imprensa", afirmou em entrevista à rádio CBN.
Ainda segundo o docente, o uso do termo "grande pensadora" não foi colocado entre aspas na prova porque ele acredita que a funkeira tem influência sobre a sociedade. "Por que não posso chamar a Valesca de pensadora? Qualquer pessoa que consiga construir um conceito é um filósofo. A todo momento em que você abre sites e revistas de fofocas, aparece que fulano 'deu beijinho no ombro'. Ela acabou criando um conceito. Se ela influencia a sociedade com o que ela pensa, eu a considero sim uma pensadora".
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Em sua página no Facebook, Valesca comentou o fato de ter sido citada como grande pensadora. "Eu acho uma bobagem isso tudo, se ele tivesse colocado um trecho de qualquer música de MPB, ou até mesmo de qualquer outro gênero musical que não fosse o funk, talvez não tivesse provocado esse problema", declarou a funkeira.
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Kubitschek diz concordar com a afirmação da funkeira. "Eu concordo com ela. E digo mais: se fosse uma música do MC Catra [outro funkeiro] não teria gerado polêmica, porque ele não é mulher. A sociedade não vê a mulher como um ser pensante. Essa ação mobilizou muitas pessoas para o debate sobre o papel da escola e esse era meu intuito.”
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do Distrito Federal não comentou os fatos.
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