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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

Rua Fuzhou, Xangai: livro de Carmen Lícia Palazzo (Kindle): já disponível

“Ler Rua Fuzhou, Xangai é viajar à China pelo olhar de quem se lançou cedo na descoberta do mundo. No livro, a autora desconstrói clichês sobre o exotismo cultural e procura o tom adequado para lidar com o fascínio da alteridade. Sem preciosismos acadêmicos, a despeito de ter uma vasta bagagem como pesquisadora, Lícia nos leva às ruas do País, alternando um olhar divertido sobre as pequenas coisas do dia a dia com a visão épica de um povo conhecido pelo etnocentrismo e, sabe-se lá, por um viés messiânico do próprio destino. Longe de ser um manual de negócios - ou uma enumeração fastidiosa de dos and dont´s, tão a gosto do mundo anglo-saxônico - Rua Fuzhou, Xangai se propõe a ensinar pelo prazer. Seja em Xi´an ou em Pequim, o leitor sente que pode confiar num olhar maduro - imune ao deslumbramento e vacinado contra o maravilhamento gratuito. Mas nem por isso sisudo ou ácido, muito pelo contrário. Na verdade, o sentimento que nos perpassa é o de estar diante de alguém que parece trabalhar se divertindo e se diverte enquanto trabalha.”

 Apresentação da Editora na Amazon.

Link para o livro.

domingo, 6 de abril de 2014

Xangai, que figura no primeiro lugar da educacao mundial, internacionaliza as suas escolas

Xangai, como se sabe, encontra-se em primeiro lugar nos exames do PISA. Não a China, mas Xangai, com todo o artificialismo -- e o stakanovismo educativo -- que isso possa representar. A cidade fez questão de preparar os seus alunos para os exames do PISA e eles responderam ao desafio.
Tendo vivido em Xangai durante boa parte do ano de 2010, quando esse grande salto estava sendo feito, posso testemunhar sobre essa realidade, pois inúmeras vezes vi jovens, crianças, saindo da escola no sábado em torno das 12hs, ou indo compensar algum feriado aos domingos. Esse é um esforço necessário para tirar o primeiro lugar.
Sacrificado para as crianças? Talvez, mas as famílias sabem que esse é o único caminho para sua ascensão social, num país altamente competitivo, e num mundo que oferece todas as oportunidades para a China.
Agora a cidade caminha para a internacionalização ampliada de suas escolas, públicas e privadas.
Enquanto os alunos do primário no Brasil são obrigados a perder tempo com estudos "afrobrasileiros" -- o que é uma mistificação e uma empulhação -- e com "portunhol" -- os alunos chilenos estão se preparando para se tornar bilingues em inglês em poucos anos, e os chineses, pelo menos os de Xangai, avançam rapidamente para colocar suas escolas no compasso dos países mais avançados.
Quando é que o Brasil vai aprender?
Acho que vai demorar.
Sinto muito dizer isto, mas SOU ABSOLUTAMENTE PESSIMISTA quanto ao futuro (ou falta de) da educação brasileira, hoje entregue à imbecilização freireana dos dinossauros do MEC e das faculdades de pedagogia. A idiotice e o atraso mental dos professores brasileiros me parecem irrecuperáveis pelos próximos anos, e com isso vamos afundando na mediocridade educacional.
Paulo Roberto de Almeida

City trial for international curriculum

A TOTAL of 21 local high schools have been chosen for a trial of international curriculum following a study by the Shanghai Education Commission, officials said yesterday.
The schools ­— 11 public schools and 10 private ones — will begin admissions from this year, providing an option of mixed Sino-foreign education for local students.
Students who want to learn international curriculum need to sit for a pre-admission exam held by the school. They must attend the city’s unified entrance exam for high schools as well, according to the SEC.
Even before the commission’s study last year, 33 schools had their own international curriculums since Shanghai began encouraging the measure to diversify school syllabus in a bid to meet different needs of a varying crop of students. For example, those who want to go abroad or those who are children of overseas returnees.
These schools offered 18 kinds of international courses, including IBDP (International Baccalaureate Diploma Program), A-level (General Certificate of Education Advanced Level) and AP (Advanced Placement).
The 21 schools were selected based on strict evaluation and discussions to ensure quality, the commission said.
Chinese language, ideology and politics, history and geography subjects will still be mandatory for students who opt for international syllabus as they are part of the national curriculum, said Ni Minjing, director of the SEC’s basic education department.
Ni said the integrated curriculum and textbooks will be scrutinized by the commission before classes begin.
Authorized public schools include No. 2 High School of East China Normal University, High School affiliated to Fudan University, and High School Affiliated to Shanghai Jiao Tong University.
Private schools include Shanghai International Studies University Xiwai International School and Shanghai United International School.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Educacao em estagnacao, Brasil recua (alguma surpresa?); Enquanto isso, em Xangai...

Nenhuma: com a educação companheira, o Brasil só poderia recuar, absoluta e relativamente.
Paulo Roberto de Almeida 

Avaliação

Avanço do Brasil na educação perde fôlego, revela o Pisa

Especialistas divergem sobre razões da melhoria passada, mas concordam sobre o futuro: para acelerar, é preciso promover mudanças profundas. Confira ranking completo da mais importante avaliação do ensino mundial

Jadyr Pavão Júnior
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013 (Wilson Dias/Agência Brasil)
Avaliar para mudar
O Pisa (Programme for International Student Assessment) é uma avaliação realizada a cada três anos pela OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Participam estudantes com 15 anos de idade. A avaliação pretende aferir o quanto os alunos aprenderam em sala de aula, mas também se conseguem aplicar conhecimentos na solução de problemas reais. Outro objetivo da avaliação é fornecer subsídio para políticas de educação. Em 2012, 501.000 jovens de 65 países ou regiões econômicas delimitadas (caso de Xangai) aplicaram a prova. No Brasil, foram 19.877 estudantes, divididos em 837 escolas.
O ensino nas escolas públicas brasileiras é, em geral, muito ruim. Ponto. Resta saber se ele está melhorando. O relatório do Pisa, mais importante avaliação da educação internacional, publicado nesta terça-feira mostra que a formação oferecida nas escolas (públicas e privadas) do país vem avançando desde 2000, quando a primeira edição do levantamento foi lançada. Contudo, o movimento ascendente vem perdendo força muito antes de colocar o Brasil ao lado dos melhores ou até mesmo dos medianos. Isso faz com que especialistas sentenciem: para avançar mais, o país terá que promover reformas profundas. "Não cresceremos mais sem isso", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, ONG que atua ao mesmo tempo vigiando e propondo políticas públicas.
Comparadas as notas das avaliações de 2009 e 2012, o Brasil — 58º do novo ranking — caiu em leitura (412 pontos para 410), marcou passo em ciências (405) e registrou melhora em matemática (386 para 391). Praticamente estagnado na faixa dos 400 pontos, o país permanece distante dos líderes do levantamento — a província chinesa de Xangai, por exemplo, com média geral de 588 pontos — e se mantém na vizinhança de nações como Albânia, Tunísia. A pontuação não é decorativa. Continue a ler a reportagem
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Shanghai students top of the class ... and the world
By Zhao We
Shanghai Daily,  December 4, 2013, Wednesday |  PRINT EDITION

Shanghai again ranked first for mathematics, science and reading in a three-yearly report on global education as students in Asia continued to outshine their Western counterparts.
They also spent more time doing homework than their peers in the 65 countries and regions which took part in the tests for the Paris-based Organization for Economic Cooperation and Development.
Its PISA report (Program for International Student Assessment) is the single largest study of global schooling.
It is highly influential, with participating countries and regions representing more than 80 percent of the global economy and often adapting policy in response to the findings.
The first PISA survey was carried out in 2000, and Shanghai joined in 2009, coming first in the three categories.
Around 6,400 students from 155 schools in Shanghai took part in the latest assessment in April last year. Globally, about half a million 15-year-olds took part.
The tests are based on a 1,000-point scale.
In mathematics, average scores ranged from 368 in Peru to 613 in Shanghai. The US average was 481, below the global average of 494. Singapore and Hong Kong took second and third with scores of 573 and 561.
In science, average scores ranged from 373 in Peru to 580 in Shanghai. The US scored 497. The global average was 501.
In reading, average scores ranged from 384 in Peru to 570 in Shanghai. The US scored 498, just above the global 496.
“The results are very inspiring. While it is good to see our students have performed so well, it is worth thinking if we really need so many students to be so good at mathematics,” said Zhang Minxuan, leader of the Shanghai PISA program and president of Shanghai Normal University.
Shanghai students reported an average of 13.8 hours every week doing school assignments, the highest and almost three times the average 4.9 hours.
Zhang said an analysis showed the optimal time for students to do homework is 11 hours per week including weekends. “We found that students who spent more than 11 hours on homework didn’t make significant progress, which deprived their time of discovering other talents.”
The mathematics test was divided into several parts to examine students’ skills to solve real-world questions using a knowledge of geometry, algebra, calculation and statistics. Shanghai students performed well in translating a real-world problem into a mathematics problem but were poorer at explaining the results.
Zhang attributed Shanghai’s students’ good performance in mathematics to more chances to learn the subject, personal ability and family background.
Boys and girls have a similar performance in mathematics but girls were more modest in assessing their ability.
“We should encourage girl students to think they can do math as good as boys and help them build confidence,” Zhang said.
In reading and science, the score gap between boys and girls in Shanghai has narrowed compared to 2009, Zhang said.
He said the results showed that Shanghai’s education was well-balanced as the gap between low proficiency and high proficiency was smaller than the average level.
Zhang said the PISA results had given thoughtful hints on how to provide a balanced education for students.

Schools are advised to give fewer after-school assignments and reduce homework so that students can have more time for individual development. For teachers, they should think about how to help students use mathematics skills to solve real problems instead of learning how to solve a math problem only. It is also suggested that parents not overburden their children with after-school tutoring.