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quarta-feira, 27 de abril de 2011

De volta a uma moeda verdadeira ? - Klauber Cristofen Pires

A despeito de concordar com as premissas e os argumentos de meu amigo Klauber, sobre os verdadeiros fundamentos de uma moeda verdadeira, não julgo possível, prático, ou efetivo, uma volta aos padrões metálicos do passado.
Os bancos centrais, que detêm o monopólio emissionista nos últimos duzentos anos, assim como os governos que os secundam, que os criaram, que os deformaram, e que abusam de sua capacidade de empurrar o prejuízo para o público pagante -- ou seja, todos nós, reféns da moeda inflacionada e depreciada que eles nos empurram --, essas duas entidades absolutamente irresponsáveis -- algumas mais do que outras, claro -- não vão renunciar à faculdade criar papel pintado e de pretender nos fazer acreditar que isso é valor real.
Infelizmente, o fiat money veio para ficar e não acredito que seja possível voltar ao padrão-ouro ou adotar qualquer novo padrão que tenha algum lastro metálico em sua composição.
Simplesmente não é prático, não é economicamente credível, não é politicamente aceito pelos políticos que nos governam.
Acredito, ao contrário, que a globalização trará maiores opções em termos de moedas mais ou menos credíveis (todas papel, infelizmente, embora possa haver algum governo suficientemente "maluco" para prover lastro-ouro às suas expensas), opções que serão usadas por cidadãos suficientemente espertos para, ou em capacidade de, fugir ao monopólio abusivo -- muitas vezes arbitrário e irresponsável -- de bancos centrais e/ou governos deletérios.
Por outro lado, a globalização poderá também oferecer novas oportunidades para uma saudável competição entre "paraísos fiscais" e contas off-shore (mas teria de ser em alguma moeda nacional, por enquanto), para que os cidadãos também escapem, pelo menos parcialmente, dos privilégios abusivos que os governos se arrogam sobre seus ativos pessoais.
O dinheiro eletrônico em contas off shore será o padrão monetário do futuro, mas como disse, ele terá de ser baseado, no futuro previsível, em alguma moeda nacional.
Não sei se veremos esse tipo de fuga do monopólio no futuro previsível.
Enquanto isso não ocorre, esse tipo de tentativa -- estados americanos reconhecerem como moeda metais considerados de reserva, ouro ou prata -- me parece apenas parcial e paliativo, pois mesmo esses governos terão de dizer quanto vale o ouro ou a prata em circulação legal. Vão eles cotar pelos mercados spot? Vão estabelecer um valor fixo, mas qual? Uma banda? O quê, exatamente?
Se eu consulto o site da Bloomberg, constato que hoje, 27/04/2011, o ouro (gold spot) está cotado em US$ 1.507 (estava em 1.517 ainda ontem). e o platinum spot em US$ 1.810. Como as pessoas vão fazer? Carregar os seus lingotes de ouro por aí? Pagar um cofre em banco, um corretor para administrar esses ativos? As transações "externas", ou seja, não metálicas, terão de ter uma taxa de câmbio, portanto, uma comissão pela intermediação, e terão, de toda forma de ser cotadas pelo seu equivalente em alguma moeda papel.
O "papel exorbitante" do dólar -- como classificou Barry Eichengreen -- ainda vai continuar por muito tempo, e na verdade só é um pouco mais exorbitante do que outras moedas, que também têm esse direito abusivo de roubar valor aos particulares, sendo que os EUA apenas roubam um pouco do resto do mundo. Quem é grande e forte, geralmente faz isso, e na verdade o "papel exorbitante" do dólar não foi imposto aos outros; os outros é que fizeram bobagens suficientes para desqualificarem totalmente suas moedas.
O debate está aberto...
Paulo Roberto de Almeida

O dinheiro de verdade está voltando!
Por Klauber Cristofen Pires
Libertatum, 26 April 2011

A notícia econômica que promete ser a mais bombástica do século XXI simplesmente tem sido ignorada pelo mainstream jornalístico brasileiro. Refiro-me ao fato de que atualmente em treze estados norte-americanos tramitam projetos de lei com a finalidade de reconhecer os metais preciosos como o dólar e a prata como moedas legítimas. Em Utah, falta tão somente a assinatura do governador para a promulgação da lei. Além do Utah, em diferentes estágios de processo legislativo se encontram os estados do Colorado, Georgia, Montana, Missouri, Indiana, Iowa, New Hampshire, Oklahoma, Carolina do Sul, Tennessee, Vermont e Washington.

Um assunto de tamanha importância já deveria ter sido matéria veiculada pelos jornais e telejornais ao grande público, a transitar abertamente pelas bocas nos bares entre as rodas de chope, nas corridas de táxi, nos churrascos de domingo e nas barbearias. Ainda assim, a despeito de todo este silêncio sobre o assunto, decidi efetuar uma busca mais profunda na internet e só para confirmar o que eu já desconfiava, não encontrei sequer uma vírgula, fosse das Sras Mirian Leitão, Cladia Safatle, Raquel Landim, Dora Kramer, Tereza Cruvinel e Mônica Waldvogel, ou dos Srs Luís Nassif, Alberto Tamer, Sergio Leo, Joelmir Betting e outros que me perdoem pelo olvido de seus brilhantes nomes.

A razão pela qual esses estados estão tomando tal providência não é tão difícil de adivinhar: após quase oitenta anos de corridas quase ininterruptas de desvalorizações cambiais, o modelo keynesiano de moeda abstrata está virando farelo, e agora num passo acelerado. O processo contínuo de endividamento estatal adiado ao máximo pela possibilidade desimpedida de imprimir papel moeda a partir do literalmente nada está por encerrar um ciclo de empobrecimento mundial generalizado, com os estados e municípios totalmente quebrados e já sem condições de oferecer com uma qualidade minimamente aceitável os serviços públicos mais básicos, como a educação, a polícia e os bombeiros. Ei, estou falando aqui dos Estados Unidos! Do Brasil todos estamos fartos deste filme.

A despeito da fama de alguns indivíduos criminosos comuns, uma parte consideravelmente maior das emissões fraudulentas de papel-moeda, estas sim, realmente massivas, têm sido mesmo feitas por países tais como a China e a Rússia (esta tanto no anterior quanto posteriormente à queda do regime soviético). A suposta vítima, os E.U.A., por sua vez, não têm lá muita moral para reclamar: ao avaliarmos corretamente o seu “direito” próprio de emitir dinheiro, hoje em dia bastando-lhe para tanto alguns comandos eletrônicos como alguém que inocentemente efetua um saque em um caixa eletrônico, este país é justamente o maior falsário do seu sistema monetário.

Bail-out é o termo em inglês utilizado para definir o socorro que o governo norte-americano tem prestado a grandes instituições corporativas do seu país, com ênfase para a indústria automobilística, os bancos e as instituições de crédito imobiliárias. Este socorro tem sido prestado mediante uma combinação de concessões de crédito sob condições privilegiadas e muita, mas muita impressão de papel (ou de forma mais ecologicamente correta - se isto importa - pela digitação de uma numerosa quantidade de zeros). Seja como for, não se esconde a insatisfação de uma parcela significativa da população norte-americana, que por mais ajuizada que a brasileira, rapidamente tem entendido que seriam os seus cidadãos a pagar a conta pela má gestão destas instituições e das políticas falaciosas de seu governo central.

Todavia, o maior emblema do século da mentira não termina aí: como se não bastassem os governos dos diferentes países por décadas terem fulminado o valor representativo da riqueza das moedas, tenha sido por conta própria ou por ação malevolente dos demais, também as instituições bancárias têm multiplicado de forma absolutamente estelionatária a multiplicação de operações de créditos e a emissão de títulos representativos de propriedade de ouro e prata, de uma forma que, para a compreensão mais fácil, assemelha-se, em escala bastante reduzida, ao overbooking praticado pelas empresas aéreas ou às “linhas compartilhadas” que algumas estatais telefônicas no Brasil faziam quando vendiam uma mesma linha telefônica para mais de um cliente.

O que aparenta dar liga nesta cola é a mera prerrogativa que os bancos têm de não lhe entregar o bem físico em espécie, mas apenas o valor em dinheiro, isto é, em papel pintado, segundo a cotação do dia do precioso metal. Se eventualmente houver falta de cédulas e preciso for, estas serão providenciadas mediante encomenda do governo da hora. Moral: o cidadão comum é sempre o enganado. E os bancos se quedam cada vez não somente mais ricos, mas também mais poderosos, mancomunados que estão com os governos dos países nesta pirâmide-da-fortuna da qual formamos a base que os sustenta.

Garry Garret relata em seu livro The American Story como se deu a complexa operação em quatro passos conduzida pelo presidente Roosevelt que deu origem ao dinheiro sem lastro: primeiramente, foi decretado o fechamento dos bancos, bem como qualquer negociação em moeda estrangeira e transferência de capital para o exterior. Logo após, uma lei de iniciativa do governo foi baixada legalizando o fechamento dos bancos que havia sido imposto até então por decreto, e além disso, dispôs que nenhum banco no Sistema do Federal Reserve poderia reabrir senão sob licença do governo; em terceiro lugar, ela deu ao Presidente poder absoluto sob o câmbio externo, e em quarto, autorizou o Presidente a convocar os proprietários privados de ouro a abrir mão dele. Em seguida, mediante o apelo ao patriotismo e usando de todo o seu carisma político, os cidadãos e empresas foram convocados para depositarem os seus haveres em ouro no Federal Reserve em troca do papel-moeda que até então era 100% conversível.

Quando, enfim, todo o ouro já estava trancado nas caixas fortes no Banco da Reserva Federal, foi tornado crime para uma pessoa particular ter em sua posse tanto quanto uma moeda de ouro de cinco dólares. Para cortar a fita de inauguração do papel-moeda de curso forçado, uma lei posterior veio para autorizar o Presidente a: 1) desvalorizar o dólar por meio da redução de sua equivalência em ouro pela metade; 2) entrar no mercado financeiro e adquirir três bilhões de título do governo com papel-moeda; 3) emitir três bilhões de papel moeda fiduciário, garantido por nada, e torná-lo moeda corrente; 4) cunhar uma quantidade ilimitada de dólares de prata; 5) emitir uma quantidade ilimitada de certificados de prata em papel; e 6) fixar os valores do ouro e da prata em relação uma com a outra.

No Brasil, o governo federal possui a competência privativa para legislar sobre sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais (CF/88, art. 22, VI), o que coloca os nossos estados e municípios em uma posição extremamente vulnerável aos humores do governo central, sendo que este, por sua vez, irresponsavelmente nada está fazendo para evitar ou pelo menos minorar um grave processo de estagflação que já está dando os seus primeiros sinais de eclosão.

Para piorar, do muito pouco que se tem falado sobre o assunto, quando muito para comentar a sugestão meramente hipotética, principalmente por parte do falastrão Sarkozy, toda a abordagem dos sedizentes “especialistas” versa sobre a defesa mesma do papel-moeda de curso forçado, este impostor, o que não representa surpresa alguma, como se insistir em algo fundamentalmente errado pudesse por milagre resultar em algo correto.

O que seus adeptos pretendem é legitimar seus argumentos com base em especulações sobre o efeito deflacionário generalizado que o ouro alegadamente poderia impor à economia, o que não passa, na melhor das hipóteses, de uma tosca confusão mental. É claro que o agigantamento da produção de bens e serviços pode fazer com que o ouro se valorize, mas e daí? Isto já ocorre mesmo com o papel-moeda inconversível. Por volta dos anos quarenta, um agricultor brasileiro produzia, em média, para dezoito pessoas, e hoje, para mais de duzentas! Certa vez, meu pai quis transferir-me um consórcio sobre um aparelho de DVD, por não conseguir manter em dia as prestações, mas atualmente, um aparelho destes pode ser comprado por um valor que representa apenas uma única mensalidade daqueles idos anos! Há cerca de sete anos, adquiri um aparelho de tv de 29” por cerca de aproximadamente R$ 1.300,00, enquanto hoje assisto nos comerciais serem ofertados por menos de quinhentos reais! Na verdade, praticamente todos os produtos e serviços estão se barateando com o passar do tempo, devido à tecnologia crescente e aos repetidos aumentos de produtividade. Será que isto é necessariamente um problema?

O embaralhamento mental destas pessoas consiste em identificar um possível natural processo de valorização do ouro devido ao gradual aumento da oferta de bens e serviços com a ressaca resultante de políticas públicas falaciosas assentadas justamente em expansão artificial de crédito e manipulação dos juros a manter na marra baixas taxas. Ora, incutir ao ouro a conseqüência da incúria dos governantes é o mesmo que culpar o termômetro pela febre.

Além disso, sustentam que a adoção do ouro possivelmente resultaria em entesouramento especulativo. Isto é o que eles pensam, segundo os termos com que entendem o fenômeno natural que prefiro chamar de poupança. Com efeito, aos que reclamaram das ações do governo norte-americano de desatrelar o dólar do ouro, o governo da casa Branca respondeu: “- dinheiro é para circular”. Na verdade, o que eles estavam querendo dizer era “dinheiro é para se gastar”, o que refletia o pensamento inconseqüente e imprevidente da doutrina keynesianista em seus primeiros momentos de glória, a começar a gerar um progressivo e estratosférico endividamento tanto dos poderes públicos quanto dos particulares, quanto até o fim do padrão-ouro ambos eram - acreditem – absolutamente superavitários! Foi assim que queimaram - ou melhor, queimamos, porque estamos juntos nessa canoa furada - o futuro das gerações seguintes, por termos dado crédito para um sujeito por cujo comportamento pessoal pouco lhe importava sobre preocupar-se com futuros longínquos e proles.

Os processos inflacionários são decorrentes quase que exclusivamente por expansão monetária, e esta por sua vez, consiste em um efetivo meio arrecadatório. Imagine que uma indústria de laticínios decida retirar algo como 100ml de cada litro de leite a ser oferecido aos consumidores, substituindo-o por água. Com tal medida fraudulenta, ela colherá o lucro adicional de um litro de leite a cada dez unidades vendidas. Isto lhe permitiria até mesmo diminuir em parte o preço de cada litro como estratégia de marketing, claro, em um valor inferior ao que pagaria os 100ml surrupiados, o que deixaria muitos consumidores bocós satisfeitos. O mesmo fenômeno se dá com a moeda. Há algum tempo atrás, uma reportagem televisiva demonstrou que o dinheiro brasileiro suficiente para comprar um Fusca nos anos 70 não seria suficiente hoje sequer para comprar uma mera caixa de fósforos. Em termos de leite, o que o governo fez ao longo dos anos foi adulterá-lo cada vez mais e mais, de modo que atualmente um consumidor levaria para casa um litro de uma mistura na qual contivesse, quando muito, uma gota de leite. Eis a razão porque os governos centrais dos países opõem-se a aceitar o retorno ao padrão-ouro.

Concluindo, é difícil encontrar uma solução para o quadro brasileiro. Por um lado, temos os governos estaduais e municipais impedidos de reconhecer legalmente a aceitação dos metais como moeda corrente, e por outro lado, temos um governo central ímprobo e pródigo que não enxerga que está nos levando de encontro ao iceberg (ou enxerga sim e deseja justamente este resultado). Qualquer solução de grande porte há de vir por influência estrangeira, como a que está germinando nos EUA, e o máximo que pudermos fazer para evitar o pior desta catástrofe será adotarmos o metalismo como solução individual.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Gold is back, as desired as god...

Não pretendo seguir nenhum conselho de investimento deste corretor interessado em ganhar comissão sobre os negócios feitos por seu intermédio, mas é interessante ler os argumentos, e antes disso, as informações que ele traz sobre o novo papel do ouro nestes tempos de desvalorização deliberada do dólar -- como a solução de facilidade encontrada pelos EUA para resolver seus imensos problemas atuais -- e seu posicionamento como ativo de refúgio, em tempos de inflação e de erosão do poder de compra do velho "green back".
Na verdade,  o ouro não vai emergir como padrão num hipotético futuro reordenamento do sistema monetário internacional -- pois os governos não vão querer renunciar ao seu monopólio monetário e à faculdade de empurrar seus problemas para o distinto público pagador -- mas ele vai continuar a ser uma "defesa" -- deficiente como possa ser -- dos cidadãos em face dessa capacidade extratora e "depressora" de sua poupança por parte de governantes inescrupulosos.
O ouro, como qualquer outra commodity, vai suportar os acasos e incertezas das possibilidades produtivas -- sempre cambiantes, com a geografia e com a tecnologia -- e os bumps and booms dos mercados de futuros, onde vale mais a percepção dos jogadores do que os dados reais de oferta. Ele é, portanto, uma base instável para qualquer sistema monetário digno desse nome. Mas, à falta de outros ativos tangíveis mais credíveis, ele se apresenta como alternativa momentânea aos céticos e aos opositores do poder absoluto dos governos inflacionistas.
 Ou seja, não partilho dessa crença que ele é "A Perfect Hedge", como colocado neste relatório feito para atrair investidores em ouro. Mas, se alguém tiver dinheiro sobrando e quiser especular um pouco, o ouro pode ser a oportunidade do momento.
Acredito, pessoalmente, que ele pode subir ainda até atingir 2 mil dólares. Depois, alguns "espertos" vão descobrir que não se pode fazer nada com o ouro, nem comer, nem ficar sentado em cima muito tempo, pois é duro e frio, e aí vai começar a retirada, ou a debandada, quando a bolha estourar. Alguns vão ganhar dinheiro, e os incautos, como sempre, vão perder.
Assim vai, assim é o mundo.
O ouro, por enquanto, é o novo deus. As good as gold, como dizem os americanos...
Paulo Roberto de Almeida

Gold: Back in the News …
By Bob Bauman JD
The Sovereign Investor, November 9, 2010

Dear Paulo Roberto,

No, I don’t mean because gold hit an all time high price yesterday, as gold futures smashed through the US $1,400 per-troy-ounce mark.
I am referring to the fact that the president of the World Bank, Robert Zoellick, wrote yesterday in a Financial Times article that leading world economies should consider “employing gold as an international reference point of market expectations about inflation, deflation and future currency values.”

Can This Gold Discovery Really Make You 17-Times Your Money?
2,478 miles northwest of Sydney... Buried beneath a remote Australian peninsula... Sits a massive 3.09 million ounce gold deposit...

That’s enough gold to make the junior mining company sitting on this “mother lode” $3.8 billion richer… And enough gold to push its market cap up 1,727%...

Investors who get in before word on this windfall gets out are poised to turn every $1,000 invested into $17,000.

Just go here for a brief presentation with full details…

Zoellick's argument was simple recognition of the current reality. No matter what the U.S. Federal Reserve or other fiat money issuers say, gold is being sought out as an alternative currency right now. Smart people have faith in gold and declining faith, if any at all, in the sinking U.S. dollar.

Gold is the “anti dollar” and that's why it is wildly popular now as a result. As Zoellick put it, “Although textbooks may view gold as the old money, markets are using gold as an alternative monetary asset today.”

If any proof is needed of that statement, gold closed at records last Friday and Thursday but the precious metal has scored 17 record highs in less than five weeks in September and October. The latest string of records came after the Federal Reserve’s decision to start another round of U.S. bond buying, pumping out an inflationary additional $600 billion over eight months.

The Gold Standard
When I served as a member of the U.S. House of Representatives I co-sponsored Rep. Phil Crane’s legislation that would have returned to the U.S. to at least a partial gold standard.

I have made my pro-gold views known in these pages on several occasions. You can go back and review my pro-gold thoughts if you wish.

Martin Wolf of the Financial Times correctly wrote a few days ago, before the new gold price high:

It is not hard to understand the attractions of a gold standard. Money is a social convention. The advantage of a link to gold (or some other commodity) is that the value of money would apparently be free from manipulation by the government. The aim, then, would be to “de-politicize” money. The argument in favor of doing so is that in the long-run governments will always abuse the right to create money at will. Historical experience suggests that this is indeed the case.

A Perfect Hedge
Think about it. Gold cannot be inflated by printing more. It cannot be devalued by government decree — as we have seen once again in the last few days, the free market dictates the price. And, unlike paper currency or investments in stocks and bonds, gold is an asset which doesn’t depend on anybody’s promise to repay.

Although gold has been mined for more than 6,000 years, only about 120,000 metric tons have been produced. Lump that together and it’s just enough for a cube measuring only 18 meters (about 55 feet) along each of its six sides. New gold mined each year totals less than 2,000 metric tons, about the size of the living room in a small modern house. Gold remains one of the scarcest, and most sought after metals on earth.

Time and again, gold has proven the successful hedge against devaluation of an investor’s national currency. It’s one of the few investments that survives, even thrives, during times of economic uncertainty.

Sovereign Society Favorite
For those who in recent years followed Sovereign Society repeated advice to buy gold, the investment has paid off handsomely.

With gold at record high prices and the world facing a prolonged period of economic turmoil, buying gold even now may be a good hedge against the future.

People who have known prolonged prosperity may not fully understand the historic implications of gold and its role when bad times arrive. Once those bad times arrive, (as they have now), gold again is being recognized as the one perennial investment that’s still "good as gold."

Bob Bauman, JD
Legal Counsel, The Sovereign Society

quinta-feira, 15 de abril de 2010

2020) A moeda (ainda inexistente) dos Brics: um exercicio intelectual, segundo Lamy

Sempre achei que essa mania de trocar o dólar por moedas locais, ou outras moedas, acarreta custos, e não apenas de transações, como diz o diretor geral da OMC, Pascal Lamy, mas também custos políticos.
Ora, não acho que seja função de Bancos Centrais assumir riscos comerciais de agentes privados, que devem, de maneira geral, ser brindados com todas as opções disponíveis no mercado para que eles mesmos façam suas escolhas (ou seja, escolher eles mesmos as moedas em que pretendem transacionar -- bens, serviços, moedas, financiamentos, etc -- e assumir os riscos cambiais disso).
Aos Bancos Centrais, em nome dos governos, cabe diminuir os custos de transação e tornar o sistema homogeneo, simples e de fácil contabilidade e controle.
A libra nos serviu durante mais de 150 anos; desde 1939 foi substituída pelo dólar, por razões de guerra e de ordem econômica: este já se tinha tornado a moeda dominante de nosso comércio.
O que deveria haver, sim, seria a conversibilidade do Real brasileiro, e a plena liberdade dos agentes econômicos para fazer o que desejarem de seus bens e moedas.
Ao governo, cabe defender o interesse coletivo e o patrimônio público.
Se trocar o dólar por qualquer outra moeda implica em maiores riscos e maiores custos, é evidente que pretender trocá-lo contra essas evidências, só pode ser por motivos políticos e ideológicos, e é preciso que isso fique bastante claro.
Por isso concordo com Lamy: essa conversa de substituir o dólar é um exercício intelectual, mas vou mais longe do que ele. É um exercício que pode custar caro para o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Substituição do dólar é apenas um exercício intelectual, diz Lamy
Assis Moreira
Valor Econômico, Quinta-feira, 15 de abril de 2010

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, chegará nesta sexta-feira à noite ao Brasil sem muito entusiasmo por um dos temas que os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) pode ter discutido pouco antes em Brasília: o uso de suas moedas no comércio entre eles em gradual substituição ao dólar. Em entrevista antes de partir para o Chile, Lamy qualificou a questão de exercício intelectual e que o papel do dólar no sistema monetário internacional é um debate de 50 anos.

Se você olhar a taxa de câmbio dessas moedas (dos Bric), ela é muito mais estável que uma cesta aleatória de outras moedas, afirmou. Haveria uma expressão política dos países emergentes em optar por isso, eles acham que o sistema monetário internacional devia agir quanto ao dólar. Acredito que é bom investir intelectualmente no que for o sistema monetário internacional adequado em uma economia globalizada. Mas é um exercício intelectual.

Em novembro, a OMC foi bem mais incisiva num texto divulgado como anexo. Primeiro, constatou sinais de erosão no papel dominante do dólar no mundo. Estimou que nos próximos cinco anos a economia americana vai crescer menos do que o resto do mundo. E essa divergência de expansão é particularmente importante em comparação com a China e a Índia. Enquanto os EUA continuarão a ser a maior economia do mundo, sua fatia de produção vai declinar. Futuros déficits fiscais americanos e ameaça de inflação por causa da gigantesca expansão monetária na crise podem erodir a confiança no futuro valor do dólar. Mas, diz a OMC, é difícil prever se o dólar será destronado, como ocorreu com a libra esterlina no século XX.

Em todo caso, segundo a OMC, o papel internacional do dólar americano, mesmo se erodido, não vai declinar imediatamente. É que, para o comércio, um sistema monetário internacional com múltiplas moedas em vez de uma dominante significa custos de transação mais elevados e mais incertezas na condução das exportações e importações.

Lamy procurou, porém, driblar a questão de moedas, que está no centro das divergências entre os Estados Unidos e a China, por exemplo, com Washington acusando Pequim de subavaliar sua moeda e agir deslealmente no comércio. Isso que o câmbio chinês está desequilibrando o comércio é o que dirão alguns economistas, mas outros dirão que o câmbio não importa para moldar os fluxos comerciais, comentou.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

2073) Confusoes monetarias nos Brics

Raramente assisti, em temas internacionais, a uma exposição pública de dúvidas, indefinições, hesitações, confusão mental quanto ao que se pretende fazer. Em diplomacia é certamente bizarro esse tipo de confissão pública sobre incertezas de propósitos.
O tema da moeda única, ou da moeda alternativa ao dólar, que deveria se prestar a sustentar as relações comerciais (e outras) entre os Bric, tem demonstrado que isso é possível. Raramente ocorre na exposição pública de determinadas decisões entre países normais tal demonstração de indefinição de vaguidão nas políticas, mas por vezes acontece essa "coisa" de não se saber bem o que se pretende, mas isso apenas entre países que não sabem bem onde se situam no mundo, a que galáxia pertencem, enfim, pessoas e instituições perdidas no espaço, pode acontecer assim...

Lula vai propor aos países do BRIC adoção de moeda única
Karina Nappi
Diário do Comércio e Indústria, 09/04/10

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os representantes dos países que integram o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - se reúnem em Brasília na próxima semana para discutir questões comuns aos países. Um dos temas que serão abordados na 2ª Cúpula do BRIC é a adoção de uma moeda alternativa a ser adotada pelo grupo nos acordos comerciais. A pedido dos chineses, está na mesa a proposta de escolher uma moeda que não seja o dólar.
Por enquanto, os debates estão em nível técnico. Nas relações multilaterais, a ideia é ampliar as parcerias e buscar mecanismos para fortalecer o grupo no cenário internacional.
"É uma obrigação de todos os países buscar um mecanismo com mais sustentabilidade. Mas não se trata de fazer nada [de modo] açodado. Ninguém pretende fazer algo que dê marolas ou ondas excessivas", afirmou o subsecretário-geral Político do Itamaraty, Roberto Jaguaribe, que coordena a cúpula.
Segundo o embaixador, os técnicos dos bancos centrais dos países integrantes do BRIC vão se reunir para discutir o tema. De acordo com ele, o objetivo é que o grupo seja reconhecido como um fórum de coordenação e negociação, não uma entidade normativa. "O BRIC não pretende ser um grupo como o G-7 ou G-8, mas um fórum de conversas. É um esforço de coordenação, não um grupo normativo", disse ele.
Jaguaribe afirmou que há cálculos que indicam que de 2000 a 2008 as nações do BRIC foram responsáveis pelo maior crescimento econômico no mundo. "[O grupo] passou a ser um instrumento de análise e virou uma categoria de compreensão dos entendimentos do comércio", disse.
Apesar de diferenças pontuais entre seus integrantes, o BRIC considera que há muitas questões convergentes. O Brasil e a Rússia são grandes produtores de matérias-primas, os brasileiros, de alimentos e os russos, de petróleo. A Índia concentra o setor de serviços, enquanto a China acelera o crescimento industrial tornando um dos principais parceiros de vários países. Com economias em desenvolvimento, todas as nações se sentem unidas pelas dificuldades no cenário internacional.

segunda-feira, 15 de março de 2010

1882) O mapa monetario da America Latina...

Talvez se pudesse repensar os atuais mapas geográficos, ou até os mapas econômicos (PIB per capita, etc) e fazer uma nova geografia econômica da estabilidade monetária e da apreciação cambial.
Nesse sentido, teríamos países com moedas fortes, como o próprio Brasil, o Chile, a Colômbia, e outros, onde a moeda simplesmente degringola...

Las monedas fuertes de Latinoamérica
Andrés Oppenheimer
El Nuevo Herald (Miami), Domingo, 03.14.10

Justo cuando todos estábamos celebrando que Latinoamérica ha salido relativamente indemne de la crisis económica mundial, una nueva amenaza podría poner en peligro el crecimiento de la región: las monedas cada vez más fuertes.

A simple vista, la constante valorización de muchas monedas latinoamericanas es una buena noticia para muchos en la región. Una vez más, muchos latinoamericanos podrán importar con mayor facilidad productos de lujo, irse de vacaciones al extranjero, y tal vez hasta regresar a los buenos tiempos cuando los comerciantes de Miami o Madrid los conocían como ``los dame dos'', porque pedían dos pares de cada cosa que compraban.

Pero, por otro lado, la constante apreciación de las monedas podría perjudicar las exportaciones de la región.

Marcelo Giugale, director de la Oficina de Política Económica y Pobreza para América Latina del Banco Mundial, me hizo notar ese peligro en una conversación pocos días atrás. Subrayó que, irónicamente, las economías de mejor desempeño de la región serán las más afectadas por la fortaleza de sus monedas.

Los países latinoamericanos más exitosos tendrán que aprender a vivir con monedas fuertes, dijo Giugale. Eso los hará menos competitivos.

El razonamiento es simple: con las tasas de interés en Estados Unidos a casi cero, cada vez más inversores estadounidenses y europeos están comprando monedas locales de América Latina para aprovechar las tasas de interés más altas de la región, ganar más intereses, y luego convertir sus ahorros nuevamente a dólares.

Es cierto que muchos inversores extranjeros perdieron hasta la camisa con este juego en las últimas décadas, cuando varios países de la región sufrieron crisis financieras y devaluaron sus monedas repentinamente. Pero la mayoría de los economistas coinciden en que los países latinoamericanos financieramente responsables no caerán en crisis económicas en el futuro inmediato, y que la región en general crecerá más del 3 por ciento este año.

Ya sea por la caída del dólar o por la constante apreciación de las monedas latinoamericanas, lo cierto es que en los últimos doce meses la moneda de Brasil se apreció un 24 por ciento respecto del dólar, la de Colombia un 25 por ciento, la de Uruguay un 19 por ciento, la de México un 17 por ciento, la de Chile un 12 por ciento y la de Perú un 10 por ciento.

En casi todos estos países, un constante flujo de dólares del exterior está creando una gran demanda de moneda local, que hace apreciarse a sus monedas.

Entre las excepciones a la regla está Argentina, cuya moneda se depreció en un 7 por ciento durante los últimos doce meses, en gran medida porque el país no atrae capital extranjero.

``Exportar desde lugares como Bogotá, Lima, San Pablo o Santiago será más caro'', dijo Giugale, explicando que los costos laborales locales serán más altos en dólares estadounidenses. ``Les resultará más difícil vender sus productos en Estados Unidos y en cualquier otro país que mantenga su moneda atada al dólar estadounidense, incluyendo a China''.

Entonces, ¿qué deberían hacer los países de la región? Según Giugale y muchos otros otros economistas, firmar nuevos acuerdos de libre comercio para expandir sus mercados todavía será una buena opción, pero no será suficiente. Para crecer, la región tendrá que generar nuevos --y cada vez mejores- productos de exportación.

En otras palabras, para ser competitivos, los países latinoamericanos con monedas fuertes le tendrán que apostar a la innovación. Ese va a ser un reto enorme, porque la región apenas está recibiendo el 2 por ciento de la inversión mundial en investigación y desarrollo, mientras que los países asiáticos están recibiendo el 28 por ciento, según la Red de Indicadores de Ciencia y Tecnología Iberoamericana (RICYT).

Mientras que China invierte el 1.4 por ciento de su producto interno bruto en investigación y desarrollo, Brasil invierte el 1 por ciento, Argentina el 0.6 por ciento, México el 0.4 por ciento, y Colombia y Perú 0.1 por ciento cada uno, según RICYT.

Aun más preocupante, la mayor parte de la inversión latinoamericana en investigación y desarrollo son proyectos teóricos financiados por el Estado, sin ningún valor comercial. Por increíble que parezca, mientras Corea del Sur registró 80,000 patentes en todo el mundo el año pasado, Brasil registró apenas 580, México 320, y Argentina 80, según la Organización Mundial de la Propiedad Intelectual.

Mi opinión: Las monedas fuertes generalmente son señal de economías saludables, y deben ser el objetivo de cualquier país. Pero los países latinoamericanos deberían tratar de que la valorización de sus monedas sea gradual, y no especulativa, y asegurarse de que no perjudique a sus exportaciones. Para exportar con monedas fuertes, tendrán que vender productos cada vez más sofisticados, lo que requerirá más innovación, y más educación.