Por que Lula insiste em bajular tiranetes? Cria-se um ruído desnecessário com quem vê democracia e direitos humanos como valores centrais
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 12 de setembro de 2023
Lula apoia tiranos por gosto, perversão ou ignorância? Deve ser antiamericanismo barato - artigo de Joel Pinheiro (FSP)
sábado, 17 de abril de 2021
Reflexão sobre grandes tiranos e um protótipo incompleto - Paulo Roberto de Almeida
Frequentemente leio comparações acerca do degenerado que nos desgoverna com outros tiranos do passado e concluo que elas não se aplicam, não porque lhe falte vontade de ser déspota, mas porque não tem sequer condições de aspirar a ser um.
Mussolini e Hitler possuíam realmente projetos de nação, ainda que patológicos e demenciais. Mao Tsetung também, ao lançar o seu Grande Salto para a Frente, que produziu mais mortos do que todos os demais tiranos reunidos, incluindo Stalin, que levou adiante seu projeto de nação a ferro e a fogo, à base de uma moderna escravidão.
Não é o caso de Bolsonaro: ele não tem qualquer projeto de nação, qualquer programa de governo, qualquer doutrina legitimadora, como tinham todos os demais monstros.
Ele é a negação absoluta de qualquer projeto, programa ou ação pensada, ele é a pura expressão dos instintos mais primitivos, e o resultado é esse, demolição, eliminação, destruição, muitas vezes sem a intenção expressa de fazê-lo, a não ser em direção daqueles que ele vê como inimigos (e são muitos, todos os que não concordam com sua visão torpe do mundo e que não se lhe submetem).
Ele é o niilismo no estado mais antifilosófico do termo, a extirpação de qualquer pensamento ou razão, a selvageria de alguém acometido de loucura incurável. Ele consegue reunir em si mesmo vários cavaleiros do apocalipse, mas sequer tem consciência disso.
O Brasil foi entregue a um demente!
Gostaria de complementar o que escrevi, e postei, abaixo, dando nomes, ou pelo menos “profissões”, aos “bois” (com perdão da palavra, talvez sugestiva demais):
“Diagnóstico da situação: creio que o terreno já está mapeado e claro. Todos os sensatos já desembarcaram da nau desgarrada do capitão. Só sobraram os muito ignorantes, os fanáticos de sempre e os oportunistas de todos os matizes. O homem vai ficar desesperado, mas é o que sobrou!”
Era isso, apenas, mas vamos aos bois:
A principal base política do capitão é constituída pela segunda categoria , ou seja, o gado propriamente dito, que também pode compreender elementos bípedes da primeira e da terceira categorias. Mas não se sabe bem quantos seriam: tem muitos idiotas das três categorias que participam de marchas e manifestações, e o curralzinho do Alvorada tem ficado cada vez mais rarefeito (será que muitos já morreram, com o “kit Bolsovirus?); eles parecem muito mais numerosos nas redes sociais, pois aí tem algum trabalho dos mercenários que manipulam robôs e replicadores, o que pode dar essa impressão de quantidade (quando de fato pode ser dez ou cem vezes menor o volume do gado).
Os evangélicos se distribuem por todas as três categorias, mas a diferenciação se faz pelas faixas de renda: os pobres estão na primeira, os pastores na dos espertalhões, o que não os impede também de serem cavalgaduras completas.
Os milicos entram majoritariamente na terceira categoria, mas de suboficiais para baixo, e nas PMs, também devem entrar ignorantes e fanáticos. Uma coisa não impede a outra entre fardados, mas dificilmente oficiais que fizeram os cursos de Estado-Maior poderiam ser sinceramente bolsonaristas: seria muito difícil para gente instruída.
Capitalistas, do campo ou da cidade, se situam igualmente na terceira categoria, o que não impede empresários e ruralistas bolsonaristas de serem perfeitamente estúpidos, como ele próprio aliás.
Nem o pessoal do chamado Gabinete do Ódio é fanático: eles apenas estão fazendo o seu trabalho mercenário, e não podem ser tão estúpidos quanto os chefes da famiglia: eles precisam ser pelo menos eficientes, para abastecer as redes e alguns ministros mais idiotas.
Se contarmos que, com o mau exemplo do capitão, sua nau vai ficando sem grumetes, remadores ou marinheiros, que vão morrendo ou desistindo pelo caminho, talvez tenhamos um “navio fantasma” até o final do ano. Vai navegar a esmo pelos mares do Brasil? É provável!
Vai sobrar aquilo que Barbara Tuchman poderia chamar de marcha dos insensatos!
Titanic já era: virou uma caravela toda estropiada, dentro em pouco um barquinho desmilinguido, a jangada de Medusa...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3893, 17 de abril de 2021
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Muro de Berlim: a 25 anos de sua queda, milhoes ainda vivem sob tiranias comunistas - Marion Smith (WSJ)
Paulo Roberto de Almeida
The Berlin Wall Fell, but Communism Didn’t
From North Korea to Cuba, millions still live under tyrannous regimes
By Marion Smith
Nov. 6, 2014 WALL STREET JOURNAL
As the world marks the 25th anniversary of the fall of the Berlin Wall on Nov. 9, 1989, we should also remember the many dozens of people who died trying to get past it.
Ida Siekmann, the wall’s first casualty, died jumping out of her fourth-floor window while attempting to escape from East Berlin in August 1961. In January 1973, a young mother named Ingrid hid with her infant son in a crate in the back of a truck crossing from East to West. When the child began to cry at the East Berlin checkpoint, a desperate Ingrid covered his mouth with her hand, not realizing the child had an infection and couldn’t breathe through his nose. She made her way to freedom, but in the process suffocated her 15-month-old son. Chris Gueffroy, an East German buoyed by the ease of tensions between East and West in early 1989, believed that the shoot-on-sight order for the Berlin Wall had been lifted. He was mistaken. Gueffroy would be the last person shot attempting to flee Communist-occupied East Berlin.
But Gueffroy was far from the last victim of communism. Millions of people are still ruled by Communist regimes in places like Pyongyang, Hanoi and Havana.
As important as the fall of the Berlin Wall was, it was not the end of what John F. Kennedy called the “long, twilight struggle” against a sinister ideology. By looking at the population statistics of several nations we can estimate that 1.5 billion people still live under communism. Political prisoners continue to be rounded up, gulags still exist, millions are being starved, and untold numbers are being torn from families and friends simply because of their opposition to a totalitarian state.
Today, Communist regimes continue to brutalize and repress the hapless men, women and children unlucky enough to be born in the wrong country.
In China, thousands of Hong Kong protesters recently took to the streets demanding the right to elect their chief executive in open and honest elections. This democratic movement—the most important protests in China since the Tiananmen Square demonstrations and massacre 25 years ago—was met with tear gas and pepper spray from a regime that does not tolerate dissent or criticism. The Communist Party routinely censors, beats and jails dissidents, and through the barbaric one-child policy has caused some 400 million abortions, according to statements by a Chinese official in 2011.
In Vietnam, every morning the unelected Communist government blasts state-sponsored propaganda over loud speakers across Hanoi, like a scene out of George Orwell ’s “1984.”
In Laos, where the Lao People’s Revolutionary Party tolerates no other political parties, the government owns all the media, restricts religious freedom, denies property rights, jails dissidents and tortures prisoners.
In Cuba, a moribund Communist junta maintains a chokehold on the island nation. Arbitrary arrests, beatings, intimidation and total media control are among the tools of the current regime, which has never owned up to its bloody past.
The Stalinesque abuses of North Korea are among the most shocking. As South Korea’s President Park Geun-hye recently told the United Nations, “This year marks the 25th anniversary of the fall of the Berlin Wall, but the Korean Peninsula remains stifled by a wall of division.” On both sides of that wall—a 400-mile-long, 61-year-old demilitarized zone—are people with the same history, language and often family.
But whereas the capitalist South is free and prosperous, the Communist North is a prison of torture and starvation run by a family of dictators at war with freedom of religion, freedom of movement and freedom of thought. President Park is now challenging the U.N. General Assembly “to stand with us in tearing down the world’s last remaining wall of division.”
To tear down that wall will require the same moral clarity that brought down the concrete and barbed-wire barrier that divided Berlin 25 years ago. The Cold War may be over, but the battle on behalf of human freedom is still being waged every day. The triumph of liberty we celebrate on this anniversary of the Berlin Wall’s destruction must not be allowed to turn to complacency in the 21st century. Victory in the struggle again totalitarian oppression is far from inevitable, but this week we remember that it can be achieved.
Mr. Smith is executive director of the Victims of Communism Memorial Foundation in Washington, D.C.