O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Eleicoes 2014: Academia Brasileira de Ciencias encaminha suas propostas aos candidatos

Documento da ABC com recomendações aos presidenciáveis é entregue à candidata do PT

Ntícias da Academia Brasileira de Ciência, 10/07/2014

O documento com recomendações de políticas para o desenvolvimento científico do Brasil, destinado aos candidatos à Presidência da República e elaborado pela ABC, foi entregue oficialmente à atual presidente, Dilma Rousseff, que pleiteia a reeleição pelo PT. 

Jacob Palis, Dilma Rousseff, Henrique Paim (MEC), Mauro Borges (MDIC) e Clélio Campolina (MCTI)

Rousseff recebeu o texto, intitulado "Por uma política de estado para ciência, tecnologia e inovação - contribuições da ABC para os candidatos à presidência do Brasil", por ocasião da reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que ela preside. Ele foi entregue pelo presidente da ABC, Jacob Palis, que participou do encontro. 

De quatro em quatro anos, quando há eleições presidenciais, a ABC redige documento análogo, com o objetivo de orientar os presidenciáveis em matérias relativas à situação da ciência, tecnologia e inovação no país. 

Em 2014, o texto foi trabalhado nos meses de abril e maio por uma junta de membros da ABC nomeados pela Diretoria e, depois, apresentado na Reunião Magna, o evento da Academia mais importante do ano. O documento foi, então, referendado pelos Acadêmicos nos dias seguintes. Trata-se, portanto, de um trabalho conjunto dos membros da ABC. 

"Depois de varias discussões, o documento reflete o pensamento da Academia sobre a situação atual e futura da ciência no país", afirma o Acadêmico Jailson Bittencourt de Andrade, que foi um dos redatores. 

A ABC já enviou ofício aos candidatos do PSDB, PSB, PSOL, PSC e PCB e, agora, aguarda oportunidades para que os candidatos recebam o documento. Em breve, o texto será divulgado para o público.

(Clarice Cudischevitch para NABC)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Understanding Political Islam - Dalibor Rohac (Cato Institute)

Understanding Political Islam
Cato Weekly Dispatch
July 10, 2014

The rise of political Islam into prominence poses important questions both for people in the Middle East and North Africa (MENA) region and for policymakers in the West. Since 9/11, the thrust of Western foreign and security policy toward the MENA region has aimed at containing radical forms of Islam.

In a new study, Cato scholar Dalibor Rohac examines the roots of political Islam, the policy implications of its rise, and the longer term prospects for secular liberal democracy in the region.
Understanding Political Islam,” by Dalibor Rohac
"How Political Repression Breeds Islamic Radicalism," by Dalibor Rohac

Brasil e o padrao companheiro de construcao civil: lento e muito mal feito, caindo, para ser mais exato...

Três vigas de viaduto em construção desabam na Anchieta, em Cubatão
G1, 10/07/2014

Parte de viaduto desabou em Cubatão, SP (Foto: Jéssica Bitencourt / G1)Parte de viaduto desabou em Cubatão, no litoral de São Paulo (Foto: Jéssica Bitencourt/G1)
Três vigas de um viaduto em construção desabaram na Rodovia Anchieta, no sentido São Paulo, na altura de Cubatão (SP), na manhã desta quinta-feira (10). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. A Defesa Civil foi enviada ao local e vai investigar as causas do acidente.

A queda aconteceu por volta das 10h40. O bombeiros também foram chamados porque, a princípio, havia a informação de que três pessoas estariam soterradas pelas estruturas, que, somadas, pesam cerca de 300 toneladas. Após analisar a área, os bombeiros concluíram que ninguém foi atingido no acidente.

As causas do desabamento ainda estão sendo apuradas. As informações iniciais apontam que uma das vigas estava sendo instalada quando se soltou e derrubou outras duas partes da estrutura do viaduto, construído nas proximidades de Vila Natal, em Cubatão.

De acordo o morador Adenilson Eduardo, que estava em uma casa próxima quando a estrutura caiu, a situação no local é muito precária. "Além do risco de acidentes, desde que essas obras começaram o número de assaltos, alagamentos e falta de iluminação aumentou. Esse acidente poderia ter atingido uma casa. Escutamos um grande barulho", disse.

Segundo Rui Klein, gerente de engenharia da Ecovias, concessionária que administra a Rodovia Anchieta, todas as causas da queda do elevado serão investigadas. Ele também ressaltou a importância dos protocolos de segurança que eram seguidos no momento que as vigas caíram. "Todas as hipóteses serão investigadas. É cedo para saber se uma causa é mais ou menos provável. Todas serão investigadas. São várias as hipóteses, inclusive a do solo ter cedido por causa das chuvas. Isso não deve acontecer de qualquer maneira, mas infelizmente é uma movimentação de risco e, por sabermos disso, a gente toma as providências de contingência, que são cumprimentos de protocolos de segurança sempre feitos na movimentação dessas vigas", explicou.

Guindaste era responsável pela colocação das vigas no viaduto (Foto: Jéssica Bitencourt / G1)Guindaste era responsável pela colocação de vigas no viaduto (Foto: Jéssica Bitencourt/G1)

Millor Fernandes: enfim, um escritor com estilo - Guilherme Freitas

MILLÔR FERNANDES (1923-2012)

O gênio e seu legado

Por Guilherme Freitas
Observatório da Imprensa, 08/07/2014, edição 806
Reproduzido do Globo.com, 5/7/2014; título original “Homenageado da Flip, Millôr Fernandes ganha mais de 10 novas edições e tem legado revisto”
Ele gostava de se definir como “um escritor sem estilo”, mas deixou sua marca em tudo que fez: desenhos, crônicas, poemas, peças de teatro, traduções, aforismos e fábulas, publicados em livros, revistas e jornais ao longo de sete décadas de carreira. Humorista, intelectual, artista plástico e comentarista político, considerava-se acima de tudo jornalista. Seu nome e os muitos pseudônimos que adotou (Vão Gogo, Volksmillor, Milton à Milanesa, Adão Júnior) estão ligados a algumas das páginas mais marcantes da história da imprensa nacional, em “O Cruzeiro”, “Pif Paf”, “Pasquim” e vários outros veículos. Nascido em 1924, no bairro suburbano do Rio que lhe valeu o apelido de “guru do Meyer”, ajudou a criar um esporte carioca, o frescobol, e um mito carioca, Ipanema. Morto em 2012, aos 88 anos, poderia ser descrito de mil maneiras, menos uma: “Só peço que não me olhem como um pensador, ou pior, um erudito”, escreveu: “Pensem em mim para o/s prazer/es calmo/s da vida. Mas também pro que der e vier. Sobretudo o contrário”.
Nas próximas semanas, muito vai se pensar e falar sobre Millôr Fernandes, que completaria 90 anos em 2014. Homenageado na edição deste ano da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece de 30 de julho a 3 de agosto, ele será tema de mesas na tenda principal, reunindo nomes como Jaguar, Reinaldo, Hubert, Loredano, Sérgio Augusto e Claudius, e de exposições e debates na programação paralela. A ocasião será marcada por uma leva de reedições de algumas de suas obras mais importantes e compilações, somando mais de 10 lançamentos. E ainda há inéditos de Millôr espalhados pelas casas de amigos e parentes.
Na segunda-feira chegam às livrarias novas edições, pela Companhia das Letras, de quatro títulos, alguns esgotados há décadas: “Tempo e contratempo”, “Essa cara não me é estranha e outros poemas”, “The cow went to the swamp” e “Esta é a verdadeira história do Paraíso”. A L&PM acaba de reeditar “A Bíblia do Caos”, súmula de suas frases lapidares, e resgata peças como “O homem do princípio ao fim” e “Kaos”, entre outros volumes. A Nova Fronteira lançará a coletânea inédita “Guia politicamente correto Millôr da história do Brasil” e mais dois títulos. A Cosac Naify publica sua tradução de “A ovelha negra e outras fábulas”, do hondurenho Augusto Monterroso. E o Instituto Moreira Salles (IMS), que abriga o acervo gráfico do autor, hoje com cerca de 9 mil itens, lança dia 31, na Flip, “Millôr 100 + 100: desenhos e frases”, com cartuns escolhidos por Loredano e máximas selecionadas por Sérgio Augusto. A Casa do IMS, em Paraty, terá uma exposição inspirada no livro. E a instituição prepara para 2015 uma retrospectiva da obra visual de Millôr, com mais de 300 trabalhos.
– Ele detestava esse termo, “obra”. Dizia que quem faz obra é pedreiro – diverte-se o filho de Millôr, Ivan Fernandes, de 60 anos. – Ele vivia no presente, mais concentrado no trabalho diário de jornalista, não se preocupava tanto com os livros.
Desde a morte do pai, Ivan se dedicou a reorganizar seu catálogo, antes disperso por quase 20 editoras e agora concentrado em três, L&PM, Companhia das Letras e Nova Fronteira, e no IMS. Os planos do herdeiro incluem difundir o trabalho de Millôr em outros países. E ainda estuda a possibilidade de publicar um livro inédito que ele deixou pronto, com textos e desenhos sobre Igor, o poodle com quem conviveu por muitos anos.
O apartamento de Ivan, na Lagoa, guarda outros inéditos. No quarto, está um quadro que Millôr fez quando o filho de 7 anos pediu o desenho de um passarinho. Num canto estratégico da sala, a salvo da luz natural, está uma pintura a guache datada de 12/5/1947. Mostra um homem, uma mulher e um casal de crianças. No verso, a dedicatória: “A Wanda, c/a do Vão”. Foi um presente de noivado para Wanda Rubino, com quem se casaria no ano seguinte e teria dois filhos, Ivan e Paula.
– O quadro mostra como ele imaginava que seria a família É um desenho muito especial, que não dou para o IMS! – brinca Ivan, que, num texto a ser incluído num dos livros da Nova Fronteira, define sua relação com Millôr: “Meu pai foi um pai seco. Com explosões de carinho. Jamais se apresentou a mim como ‘estrela’. Sempre me tratou de igual para igual. Meu maior interlocutor. Nos respeitávamos mesmo discordando. Embora humorista, jamais foi de brincadeira. E nos amávamos. Muito.”
Humor, quintessência da seriedade
O humorista que não era de brincadeira resumiu essa postura num lema que ficou famoso: “O humor é a quintessência da seriedade”. No livro “Millôr 100 + 100: desenhos e frases”, essa máxima vem acompanhada de um cartum publicado na “Veja” durante a ditadura. Nele, um homem lê a revista sentado na linha do trem, enquanto uma locomotiva se aproxima. A legenda diz: “Aviso: é perigoso e ilegal ler esta seção nas entrelinhas”. Para o cartunista Cássio Loredano, colunista do GLOBO, consultor do Acervo Millôr Fernandes no IMS e organizador da parte visual do livro, esse é um dos desenhos que mostram como o trabalho de Millôr envelheceu bem.
– Quem olha esse desenho hoje ainda entende como o ambiente estava sufocante na época – diz Loredano, fã de longa data do artista. – Acompanho o Millôr desde criança, meu pai se virava para me explicar as piadas. Foi um prazer reencontrar esse material agora no acervo e ver como ele revisitava e aperfeiçoava piadas e temas.
“Millôr 100 + 100” traz amostras dessa prática, aproximando frases e desenhos criados em separado, às vezes com anos de distância. Um de seus dísticos mais repetidos, “Os pássaros voam porque não têm ideologia”, é acompanhado do desenho de aves vestidas caminhando num parque, sob um céu repleto de pessoas nuas voando. Outro clássico, “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem!”, aparece com o cartum de um psicanalista no divã, olhando-se num espelhinho.
Independência e audácia
Responsável pela seleção dos textos do livro, incluída em 2003 na edição dedicada a Millôr dos “Cadernos de Literatura Brasileira”, do IMS, o jornalista Sérgio Augusto diz ter tido muita dificuldade para escolher apenas 100 frases entre as mais de 15 mil cunhadas pelo autor. Tanto que cogita levar mais 100 para ler em sua mesa na Flip. Com a experiência de quem conheceu Millôr em 1963, na redação de “O Cruzeiro”, e depois trabalhou com ele no “Pasquim”, Sérgio enumera as maiores qualidades do colega como jornalista:
– Independência, audácia e o brilho do texto. A primeira máxima que ele publicou, no “Diário da Noite”, em 1944, já é um gol: “Meu bem é o nome de solteiro do marido” – diz Sérgio.
O percurso até a primeira máxima foi longo. Nascido Milton Fernandes, perdeu o pai em 1925, com 1 ano, e a mãe, aos 10. Dizia vir daí seu ceticismo radical, que definia como “a paz da descrença”. Separado dos irmãos (entre eles Helio Fernandes, que também se tornaria jornalista), teve uma infância pobre, “dickensiana”, na casa dos primos. Foi graças a um tio, gráfico de “O Cruzeiro”, que começou a trabalhar na revista, como faz-tudo, em 1938. No mesmo ano, descobriu que a má caligrafia do escriturário que lavrou sua certidão de nascimento fazia seu nome parecer “Millôr”, e adotou o pseudônimo.
Leitor assíduo de quadrinhos americanos, como “Flash Gordon”, Millôr começou a publicar textos e desenhos em veículos como “A Cigarra”, “Diário da Noite” e “O Guri”. Em 1945, com as bênçãos do amigo Frederico Chateaubriand, sobrinho do Chatô, estreou em “O Cruzeiro” a seção semanal “O Pif-Paf”, sob o pseudônimo Vão Gogo. A princípio seus textos eram acompanhados por desenhos de Péricles, criador de “O amigo da onça”, mas em 1956 passou a ilustrar as próprias colunas. Nesse período, a circulação da revista subiu de 11 mil para 750 mil exemplares, e Millôr se tornou um dos nomes mais célebres da imprensa nacional.
Reunindo parte do trabalho assinado por Vão Gogo, o livro “Tempo e contratempo”, relançado agora pela Companhia das Letras depois de décadas esgotado, ajuda a entender o fenômeno. A produção de Millôr nessa época é uma explosão de inventividade gráfica e literária. Há gags visuais, como a seção “Como um quadro do salão vê as pessoas que o veem”, em que desenhos do ponto de vista das obras definem os tipos de frequentadores de galerias (“O Explicador: É o parasita da pintura”). Há cartuns ridicularizando a psicanálise e textos parodiando o saber estéril das enciclopédias (“Nascido em 1724 e morto em 1804, Emmanuel Kant conseguiu nesse período viver 80 anos, tendo, pois, aproveitado a vida”). E até a fábula de Chapeuzinho Vermelho narrada e ilustrada em quatro estilos: romântico, jornalístico, telúrico e metafísico.
Revolução visual na imprensa
Foi nessa fase que o cartunista Chico Caruso, do GLOBO, conheceu o trabalho de Millôr. Neto de um pintor tradicionalista, que não aceitava nem Picasso, ele se espantou com aquela forma de expressão “moderna, livre, absolutamente maluca”, diz:
– Era uma revolução como só se tinha visto na pintura, com Picasso e Mondrian, por exemplo, mas não na imprensa – diz Chico, que compara a obra de Millôr à do cartunista americano Saul Steinberg, lembrando que os dois dividiram um prêmio de caricatura em Buenos Aires, em 1957. – Neles, o fundamental é a linha. A caneta pensa.
Amigo de Millôr por três décadas, o cartunista mantém em casa, no Leblon, um quarto com livros, pinturas e objetos do mestre. Na estante, há uma primeira edição autografada de “Tempo e contratempo”, onde está um dos trabalhos preferidos de Chico: uma enorme página desdobrável com uma árvore desenhada, folha por folha, num papel que Millôr pregava na porta do escritório.
– Ele fazia uma, duas, cinco folhinhas de cada vez, por meses. Tinha uma dedicação e um amor pelo desenho que ninguém mais tinha – diz Chico, lembrando outra lição do amigo. – Por mais atividades que tivesse, Millôr sempre dizia que era jornalista, e isso fazia a gente pensar no nosso trabalho como jornalismo, não como arte ou humorismo.
A fase de ouro de Millôr em “O Cruzeiro” terminou em 1963, com a polêmica que se seguiu à publicação de “Esta é a verdadeira história do Paraíso”. Versão anárquica do “Gênesis”, retrata o Todo-Poderoso como uma figura mascarada, cuja identidade só se revela no último desenho. Ele cria o universo num impulso, resolve os problemas da Criação na base do improviso e envia a mulher, que considera sua obra-prima, para acabar com a entediante perfeição do Paraíso. A conclusão mordaz é Millôr em sua melhor forma: “Essa pressa leviana/ Demonstra o incompetente:/ Por que fazer o Mundo em sete dias?/ Se tinha a Eternidade pela frente?”.
O escândalo causado pela história é resgatado na nova edição de “Esta é a verdadeira história do Paraíso”, também pela Companhia das Letras, que inclui fac-símile e releituras por 18 cartunistas, como Angeli, Allan Sieber e Reinaldo. Escrita ao longo de muitos anos, ela chegou a ser exibida na TV na década de 1950, sem maiores percalços, antes de sair em “O Cruzeiro”, em novembro de 1963. No ambiente carregado das vésperas do golpe militar, protestos de religiosos e autoridades levaram a revista a se retratar publicamente. Millôr se demitiu e processou os Diários Associados. Disse depois que se sentiu “como um navio abandonando os ratos”.
‘Ipanema era a praça dele’
A carreira de Millôr seguiu em frente. Criou a revista “Pif Paf”, fechada pela censura em 1964 depois de apenas 8 números. Foi um dos fundadores do “Pasquim”, onde debochava da ditadura assinando uma página com a divisa “O inventor da liberdade de imprensa”. Escreveu dezenas de peças e traduziu Shakespeare, Molière, Ibsen, Pirandello, Beckett – e ironizou a má tradução na série “The cow went to the swamp”, com provérbios brasileiros adaptados ao pé da letra para o inglês. Publicou poemas, muitos reunidos na nova edição de “Essa cara não me é estranha”, e ajudou a difundir o haicai no Brasil. Implicou com os poderosos, em especial os presidentes (as ambições literárias de Sarney eram um de seus alvos preferidos). E continuou a jogar frescobol, o esporte que inventou nas areias de Copacabana nos anos 1950, e a observar Ipanema da cobertura na Vieira Souto, onde viveu por mais de 50 anos, e do estúdio na Gomes Carneiro.
– Ele amava o bairro, comentava qualquer mudança. Ipanema era a praça dele – diz o geólogo e jornalista Luiz Gravatá, amigo e vizinho de Millôr por mais de 30 anos.
Em sua cobertura em Ipanema, de onde costumava acenar para Millôr em seu estúdio, Gravatá mantém um museu afetivo em homenagem ao amigo. Guarda quadros, edições autografadas com desenhos inéditos (como um autorretrato com a camisa do Fluminense), livros e móveis seus e, emolduradas, as primeiras raquetes de frescobol –a dele mais gasta, de tanto acertar a bolinha, a do adversário bem menos. Um painel na piscina reproduz um cartum de Millôr e o bar da casa teve a logomarca, “Gravatá’s”, desenhada por ele.
Em 2012, Gravatá mobilizou parentes e colegas para conseguir da Prefeitura a criação do Largo do Millôr, no Arpoador. Atendia a um último pedido do amigo: não queria ser lembrado com monumentos nem pompa, só com um banquinho de onde se pudesse ver o pôr do sol. Dois anos depois de inaugurado o memorial, porém, a plaquinha com uma frase de Millôr que enfeitava o espaço foi trocada, sem aviso, por um anúncio publicitário, contrariando tudo que o autor quis dizer com o que antes se lia ali: “Para uma Constituição mais humana. Artigo 1º e Único: O pôr do sol é de quem olha”.
***
Guilherme Freitas, do Globo

China: o grande arquiteto da modernizacao economica - Liu He (Belfer Center)

Overcoming the Great Recession: Lessons from China
Belfer Center for Science and International Affairs,  July 10, 2014
   
Overcoming the Great Recession: Lessons from China

The US-China Strategic and Economic Dialogue being held in Beijing this week reminds us of the most important bilateral relationship in the world today. Americans are understandably concerned that the perspectives of American policymakers and scholars are understood broadly by elites and publics in other countries. We tend to be less vigilant, however, in listening to the perspectives of others.

Liu He is worth listening to. A rare combination of scholarly analysts and policy advisor, he has emerged as Chinese President Xi Jinping's right hand man on economic policy. The Chinese press has named him the "Chief Architect" of the current economic program to transform the Chinese economy. As Head of the Office of the Central Leading Group on Financial and Economic Affairs in the President's office, he plays a role not unlike that which one of us had in the Obama Administration's first term.

In the aftershocks of the Great Financial Crisis of 2008, Liu led a research team that prepared an analysis of earlier financial crises to provide guidance for the Chinese government's response. We arranged for that document to be translated, and it was just published as a joint discussion paper of Harvard's Belfer Center for Science and International Affairs and Mossavar-Rahmani Center for Business and Government at Harvard's Kennedy School.

As we note in a foreword to the paper, five years after the meltdown that threatened a second Great Depression, the Eurozone's economic output has yet to reach pre-crisis levels. The US is stuck in secular stagnation. But China has averaged 7.5% annual growth, three quarters its previous rate. Indeed, the incandescent fact about the performance of the major economies since 2008 is that of all the growth that has taken place in the global economy, 40% of it has occurred in just one country: China.

Liu He's analysis provides clues to the reasons why—claims worthy of discussion and debate in the wider policy-related community.

Read Full Analysis (PDF): http://links.hks-belfercenter.mkt4851.com/ctt?kn=15&ms=ODk5NjMyMwS2&r=MzQxMTk0NDYyMjAS1&b=0&j=MzQwODQ3MDYwS0&mt=1&rt=0

Belfer Center for Science and International Affairs
79 JFK Street, Cambridge, MA 02138
Email: belfer_center@hks.harvard.edu | Phone: 617-495-1400

Futebol: governo promete intervir - agora a coisa vai piorar de vez

Pô: não bastasse a humilhação da derrota vergonhosa, agora o governo promete intervir no futebol.
Pronto: lá se foi o último reduto da espontaneidade...
Paulo Roberto de Almeida

Após 'lição' na Copa, governo quer intervir no futebol

Ministro cita organização do calendário e de clubes


O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,copa-do-mundo,governo-quer-intervir-no-futebol-brasileiro-revela-aldo-rebelo,1526534

Integração Regional e Políticas Comerciais na América Latina - Paulo Roberto de Almeida

Mais recente trabalho publicado:


2606. “Integração Regional e Políticas Comerciais na América Latina”
Hartford, 16 Maio 2014, 9 p. 
Publicado em Sapientia (São Paulo: ano 3, n. 18, junho-julho 2014, p. 31-36; disponível no link: http://www.cursosapientia.com.br/images/revista/edicao18.pdf). 
Relação de Publicados n. 1132.

Toda a revista possui excelentes matérias e o link fornecido acima permite ler sua íntegra.

Também publicado sob o título de “O Brasil e a integração regional, da Alalc à Unasul: algum progresso?”,  
Mundorama (Divulgação Científica em Relações Internacionais, ISSN: 2175-2052, 11/06/2014; link: http://mundorama.net/2014/06/11/o-brasil-e-a-integracao-regional-da-alalc-a-unasul-algum-progresso-por-paulo-roberto-de-almeida/). 

Paulo Roberto de Almeida  

Copa do Mundo: a ultima ofensa, Argentina no Maracana - Le Monde

Mondial 2014 : l'Argentine au Maracana, affront ultime pour les Brésiliens

Le Monde.fr |  • Mis à jour le  |Par 
Abonnez-vous
à partir de 1 €
 Réagir Classer
Partager   google + linkedin pinterest
Des supporteurs argentins brandissent un maillot de Maradona à Sao Paulo après la victoire de l'Argentine face aux Pays-Bas.

« Brésil, dis-moi ce que ça fait d'avoir papa à la maison … Tu vas voir Messi, il va nous ramener la Coupe. Maradona est plus grand que Pelé ». Le chant entonné par les nombreux supporteurs argentins présents au Brésil depuis le début du Mondial 2014 risque de raisonner de plus belle dans les rues de Sao Paulo et de Rio. Mercredi, malgré un Lionel Messi très discret et une demi-finale ennuyeuse (0-0, 4 tab à 2), l'Albiceleste s'est qualifiée aux dépens des Pays-Bas pour la finale de la compétition organisée chez leur rival brésilien.

Alors que la Seleçao a connu face aux Allemands un nouveau drame footballistique mardi, 64 ans après le premier traumatisme d'une défaite en finale face à l'Uruguaylors de son premier Mondial, l'Argentine a elle l'occasion de s'offrir une troisième étoile de championne du monde (1978 et 1986). Et même si les faveurs des pronostics penchent naturellement pour l'Allemagne, impressionnante en demi-finale (7-1), les Argentins ont derrière eux l'histoire de la Coupe du monde. En quatre éditions sud-américaines, en sept éditions au total sur le continent américain (deux au Mexique et une aux Etats-Unis), jamais une sélection européenne ne s'est imposée.
UNE TROISIÈME ÉTOILE ARGENTINE ?
Si cette statistique se confirme, les supporteurs auriverde se préparent des lendemains difficiles tant leurs homologues argentins excellent dans l'art de la provocation. Ainsi, Flavio, 42 ans, architecte à Belo Horizonte (Minas Gerais), annoncent la couleur : « Je vais soutenir l'Allemagne. Si les Argentins l'emportent, cela sera le pire jour de ma vie ». Les Argentins ne sont pas en haute estime dans le coeur du Minero : « Ils sont chauvins et prétendent toujours être les meilleurs aufootball alors qu'ils n'ont gagné que deux Mondiaux ».
Originaire de Sao Paulo, Renata Santos ne pouvait croire en la victoire des rivaux face aux Néerlandais. « Les Pays-Bas ont montré un meilleur football. La plupart des Brésiliens soutenaient les Néerlandais ce soir. On espérait tous jouer face à l'Argentine pour la troisième place...», regrette la Paulista.
Des supporteurs argentins à Buenos Aires.
Des supporteurs argentins à Buenos Aires. | AP/Ivan Fernandez
MARADONA S'EN MÊLE
La presse n'est pas en reste. « Le cauchemar continue ! L'Argentine bat la Hollande aux pénalties et va en finale », titre l'édition en ligne du quotidien populaire de RioO'Dia. « Après la douleur brésilienne, la joie des rivaux, poursuit O Dia. L'Argentine est en finale de la Coupe du monde et peut être sacrée au Maracana! (...). En plus de ne pas pouvoir rêver d'un sixième titre, les Brésiliens vont devoir vivre avec la possibilité réelle du sacre d'un de ses principaux rivaux dans le temple ultime du football. Le cauchemar augmente ». 
Sous le titre #SomosTodosAlemanha! (#NousSommesTousAllemands), le site du quotidien sportif Lance estime lui aussi que « le cauchemar allemand vécu par des millions de Brésiliens [..] pourrait passer au second plan dimanche prochain. Car l'Argentine est en finale de la Coupe du monde sur le sol brésilien ». 
Très caustique depuis le début de la compétition, l'idole Diego Maradona n'attend qu'un succès de ses successeurs dimanche à 21 heures au Maracana de Rio pourcontinuer à chambrer ses meilleurs ennemis. Le plaisir ressenti surpasserait certainement la crainte de voir Lionel Messi le remplacer dans les coeurs argentins.

Eleicoes 2014 em ritmo de Copa do Mundo: propaganda eleitoral autorizada

Confeccionado por Maria do Carmo Strozzi Coutinho

National Security Archive: tortura no Brasil durante o regime militar (1970)

National Security Archive:
1970s Brazilian Government Torture Techniques Revealed in Declassified U.S. Documents
by Kevin Y. Kim

BRAZIL: TORTURE TECHNIQUES REVEALED IN DECLASSIFIED U.S. DOCUMENTS
DICTATORSHIP-ERA RECORDS GIVEN BY VICE PRESIDENT BIDEN TO PRESIDENT ROUSSEF
DETAIL "PSYCHOPHYSICAL" SYSTEMS OF TORTURE, SECRET EXECUTIONS
43 STATE DEPARTMENT RECORDS MADE PUBLIC BY BRAZILIAN TRUTH COMMISSION

National Security Archive Electronic Briefing Book No. 478
Posted July 8, 2014
Edited by Peter Kornbluh

For more information contact:
Peter Kornbluh 202/374-7281 or peter.kornbluh@gmail.com

Washington, D.C., July 8, 2014 -- The Brazilian military regime employed a "sophisticated and elaborate psychophysical duress system" to "intimidate and terrify" suspected leftist militants in the early 1970s, according to a State Department report dated in April 1973 and made public yesterday. Among the torture techniques used during the military era, the report detailed "special effects" rooms at Brazilian military detention centers in which suspects would be "placed nude" on a metal floor "through which electric current is pulsated." Some suspects were "eliminated" but the press was told they died in "shoot outs" while trying to escape police custody. "The shoot-out technique is being used increasingly," the cable sent by the U.S. Consul General in Rio de Janeiro noted, "in order to deal with the public relations aspect of eliminating subversives," and to "obviate 'death-by-torture' charges in the international press."

Peter Kornbluh who directs the National Security Archive's Brazil Documentation Project called the document "one of the most detailed reports on torture techniques ever declassified by the U.S. government."

Titled "Widespread Arrests and Psychophysical Interrogation of Suspected Subversives," the document was among 43 State Department cables and reports that Vice President Joseph Biden turned over on June 17 to President Dilma Rousseff during his trip to Brazil for the World Cup competition for use by the Brazilian Truth Commission. The Commission is in the final phase of a two-year investigation of human rights atrocities during the military dictatorship which lasted from 1964 to 1985. On July 2, the Commission posted all 43 documents on its website, accompanied by this statement: "The CNV greatly appreciates the initiative of the U.S. government to make these records available to Brazilian society and hopes that this collaboration will continue to progress."

The records range in date from 1967 to 1977. They report on a wide range of human rights-related issues, among them: secret torture detention centers in Sao Paulo, the military's counter-subversion operations, attitudes of the Church on human rights violations, and the regime's hostile reaction in 1977 to the first State Department human rights report on abuses. Some of the documents had been previously declassified under routine release procedures; others, including the April 1973 report on psychophysical torture, were reviewed for declassification as recently as June 5, 2014, in preparation for Biden's trip.

During his meeting with President Rousseff, Biden announced that the Obama administration would undertake a broader review of still highly classified U.S. records on Brazil, among them CIA and Defense Department documents, to assist the Commission in finalizing its report. "I hope that in taking steps to come to grips with our past we can find a way to focus on the immense promise of the future," he noted.

Since the inception of the Truth Commission in May 2012, the National Security Archive has been assisting the Commissioners in obtaining U.S. records for their investigation, and pressing the Obama administration to fulfill its commitment to a new standard of global transparency and the right-to-know by conducting a special, Brazil declassification project on the military era. "Advancing truth, justice and openness is precisely the way these classified U.S. historical records should be used," according to Kornbluh. "Biden's declassified diplomacy will not only assist the Truth Commission in shedding light on the dark past of Brazil's military era, but also create a foundation for a better and more transparent future in U.S.-Brazilian relations."

To call attention to the records and the Truth Commission's work, the Archive is highlighting five key documents from Biden's timely donation.

Check out today's posting at the National Security Archive's website - http://www2.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB478/

Find us on Facebook - http://www.facebook.com/NSArchive

Unredacted, the Archive blog - http://nsarchive.wordpress.com/
________________________________________________________
THE NATIONAL SECURITY ARCHIVE is an independent non-governmental research institute and library located at The George Washington University in Washington, D.C. The Archive collects and publishes declassified documents acquired through the Freedom of Information Act (FOIA). A tax-exempt public charity, the Archive receives no U.S. government funding; its budget is supported by publication royalties and donations from foundations and individuals.
_________________________________________________________
PRIVACY NOTICE The National Security Archive does not and will never share the names or e-mail addresses of its subscribers with any other organization. Once a year, we will write you and ask for your financial support. We may also ask you for your ideas for Freedom of Information requests, documentation projects, or other issues that the Archive should take on. We would welcome your input, and any information you care to share with us about your special interests. But we do not sell or rent any information about subscribers to any other party.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ironias da vida: autor de um guia de sobrevivencia aos touros de Pamplona foi chifrado por um touro de Pamplona...

São dessas coisas que acontecem, algo como se o autor de um livro sobre como ficar rico facilmente, consegue ir à falência em menos de três investimentos...
Esta entra na categoria das histórias deliciosas... sobre as desgraças alheias...
Paulo Roberto de Almeida 

Author of “How to Survive the Bulls of Pamplona” gets gored by bull at Pamplona — but is it irony?

  
The Washington Post, July 9 at 1:31 PM  
By now you must have heard the news.
Bill Hillmann — yes, the man who helped write “Fiesta: How to Survive the Bulls of Pamplona” — just got gored by a bull at Pamplona.
So, how good a guide was it? It was an eBook that went on for pages and pages, when a simple “Don’t run with the bulls at Pamplona” would have sufficed. Ernest Hemingway’s grandson also contributed to the book. AsGawker notes, “Hemingway is the grandson of Ernest ‘Big Papa’ Hemingway, whose book The Sun Also Rises popularized the old-world ritual among adrenalin-addicted manly English-speakers.”
I have taken the liberty of making some edits to the book.
Where they write, “I asked his grandson, John Hemingway, about this [Ernest Hemingway's own 'goring'] and got the following pithy response: Well excuse the pun, but I think there was a lot of bull in my grandfather’s dispatches to Toronto in the ’20s.” I have left it intact. That part is great.
I have gone through the rest of the book with a red pen and replaced most of the advice with a simple series of steps.
1. So, you want to run with the bulls in Pamplona, do you? Like “Papa” did? Great! It is good to have hopes and dreams and bucket-list items. Bucket-list items are most useful when you are really sick or in danger. They give you something to think about and live for. “No,” you say, clinging tighter to the edge of that ledge, “I can’t let go now. I haven’t run with the bulls at Pamplona yet. It has always been my dream to run with the bulls at Pamplona.” The only danger is that if you make it back onto the ledge, you might actually go out and put this dream into practice. That is no good! If you do it, you will have nothing left to live for. And you will inevitably be disappointed and surrounded by people who smell, as one of the book’s author’s puts it, “of urine, alcohol, and vomit. . . . The one thing they do not stink of is fear. Fear itself has no smell, despite what the novelists say.” Sure. Besides, you might get hurt. The point is: Cherish this dream from the comfort of your home.

Nunca Antes na Historia do Brasil: a maior vergonha futebolistica

Uma coleção de manchetes de jornais brasileiros, que valem pelo inusitado da situação e pela criatividade das capas:

http://imgur.com/a/Hs88z#XqFD8jV

Bem, os argentinos devem estar contentes, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 

Oriente Medio: revisitando os 14 pontos de Woodrow Wilson - David Ignatius (WP)

Rethinking Woodrow Wilson’s 14 Points
David Ignatius
The Washington Post, 9/07/2014

As U.S. policymakers ponder the future shape of the Middle East, they should perhaps recall that the United States was opposed to the 1916 Sykes-Picot agreement, the famous “line in the sand” that is now said to be dissolving.
The United States’ opposition back then was based on its rejection of the secret diplomacy between Britain and France that produced the plan to divide the Ottoman Empire after World War I. The United States opposed this neo-colonial carve-up of the region and called instead for the right to national self-determination.
The tragedy of the U.S. role in the modern Middle East is that it became, without entirely intending or realizing it, the protector of the very post- imperial order it once resisted. That story could fill a book, but for now, let’s refresh our memories about the alternative U.S. vision when the Ottoman Empire collapsed.
President Woodrow Wilson enunciated his framework in his famous “Fourteen Points” statement in January 1918, nine months after the United States had entered World War I. Following the armistice in November 1918, Wilson’s idealistic formula was a contentious centerpiece of debate at the Versailles peace conference. It was an inspiration to those who felt victimized by the old order and an annoyance to France and Britain.
Britain and France prevailed at Versailles, imposing a peace settlement so selfish and shortsighted that it all but guaranteed the rise of a revanchist Germany leading to World War II, and the endless headaches of the modern Middle East. It was, as David Fromkin titled his great 1989 history, “A Peace to End All Peace.” It’s this very fabric that is now ripping apart, as civil wars in Syria and Iraq create de-facto partitions of those countries. The question facing policymakers is whether to redraw the lines or let the region devolve into smaller cantons, like the ethnically cohesive “vilayets” of Ottoman times.
My sense is that it’s too early to judge whether the post-1919 boundaries are finished. After all, Lebanon was effectively partitioned during its 15-year civil war, but Lebanese national identity proved strong enough that its sovereignty was restored in the Taif Agreement of 1989. I’d guess that the Syrian national idea will survive over time, too. I’m not as sure about Iraq, but in any event, these are questions for the peoples of the region to decide, not outsiders.
What can Wilson’s Fourteen Points teach us that’s relevant to the current debate? The first five have some bearing, and they’re worth noting carefully because they set a framework for any reexamination of the Middle East map. Let’s list them, with some notations:
(1) “Open covenants of peace, openly arrived at.” This was Wilson’s reaction to the cynical private deal-making of Sir Mark Sykes and Francois Georges-Picot, which appalled observers such as T.E. Lawrence. Lesson for today: Any new order in the region must have buy-in from the region itself, starting with regional kingpins Iran and Saudi Arabia.
(2) “Absolute freedom of navigation upon the seas.” Still crucial for the United States, the world’s leading maritime power, is ensuring oil flow in the Strait of Hormuz and the Persian Gulf. But as U.S. power recedes, will China embrace this open, rules-based maritime order?
(3) “The removal, so far as possible, of all economic barriers.” The only hopeful vision of the region is one that begins with free trade, in which labor and capital flow across Israeli and Arab boundaries. This economically integrated Middle East could be astonishingly profitable.
(4) “National armaments will be reduced to the lowest point consistent with domestic safety.” The logic of a nuclear-weapons-free Middle East is becoming increasingly obvious, even to Israelis. Does Israel really benefit from a world in which Iran, Egypt and Saudi Arabia compete to match Israel’s undeclared deterrent?
(5) “In determining . . . questions of sovereignty, the interests of the populations concerned must have equal weight with the equitable claims of the government whose title is to be determined.” The heart of the matter. One implication: Kurdish aspirations to nationhood don’t trump Iraqi sovereignty, but they deserve equal weight.
Let us ponder, finally, the self-declared “Islamic State,” which meets none of these Wilsonian conditions. Indeed, it is a textbook example of illegitimate state-making.
The only positive aspect of the Islamic State is that the jihadists, by declaring their caliphate, have given their neighbors (and the world’s counterterrorism forces) an address. Any state that makes itself a safe haven for terrorism becomes a target. In that sense, the Islamic State was born with a suicide pill in its mouth.

Ironias (dramaticas) da Historia: armas quimicas no Iraque

A noticia:

    •  Iraq's government told the United Nations that militants from the group Islamic State have seized a large chemical weapons factory north of Baghdad.

Agora o comentário:
Justo agora? Mas os EUA não tinham invadido o Iraque dez anos atrás justamente para desmantelar armas químicas que nunca encontraram?
Paulo Roberto de Almeida