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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 9 de maio de 2021

Alysson Paulinelli: o estadista da moderna agricultura brasileira (Revista Oeste)

 O comandante da Revolução Verde no Brasil


Indicado ao Nobel da Paz deste ano, Alysson Paulinelli conseguiu transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta. Reportagem de Branca Nunes para a revista Oeste:


Alysson Paulinelli tinha 34 anos quando assumiu, em 1974, o Ministério da Agricultura do governo Ernesto Geisel. Desde 1971 no comando da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, no novo cargo ele seria um dos protagonistas da Revolução Verde, que transformou um Brasil importador em um dos maiores exportadores mundiais de grãos, leguminosas, frutas e proteína animal. “Nas décadas de 1960 e 1970, quase 50% da renda familiar do brasileiro era destinada à alimentação”, diz Paulinelli. “A partir dos anos 1980, esse custo caiu para menos de 30%. O alimento melhorou e ficou mais barato.”

Essa mudança só foi possível graças a três fatores: pensamento de longo prazo, projetos claros e muito investimento. A primeira medida foi o envio de 1.500 jovens aos melhores centros de pesquisa agropecuária dos cinco continentes. A missão dessa pequena multidão era absorver o conhecimento que já existia e adaptá-lo ao país de origem. De volta, ao lado de gente como Paulinelli, eles conseguiram façanhas notáveis. A principal foi transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta.

Por seu desempenho no combate à fome no Brasil e no mundo, Paulinelli acaba de ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. Permanentemente otimista, ele diz com bom humor o que pensa do futuro da agricultura no país: “Se o Brasil fizer aquilo de que é capaz, daqui a 30, 50 anos estaremos entregando a nossos consumidores um produto com as mesmas características do alimento que Adão e Eva comeram no paraíso”.

Confira os principais trechos da entrevista.

Como o senhor recebeu a notícia da indicação ao prêmio Nobel da Paz?

Foi uma surpresa e uma grande honra. Um gesto muito carinhoso de amigos que trabalham comigo há mais de 50 anos. O Brasil precisa do esforço de todos para vencer suas dificuldades, e esse foi o resultado de um trabalho que fizemos desde 1954. Se ganharmos, esse prêmio não será meu, mas de todos os brasileiros.

Como o senhor descreveria o agronegócio brasileiro?

O agro brasileiro é importante para o mundo inteiro. Se há 50 anos éramos importadores de alimentos, hoje somos um dos maiores exportadores mundiais. Desenvolvemos aqui uma nova agricultura, até então desconhecida. Uma agricultura tropical, altamente sustentável, que conseguiu não só a autossuficiência como também alimentar mais de 1 bilhão de pessoas fora do país. Boa parte desses produtos é cultivada no cerrado: uma área degradada que se transformou numa das mais produtivas e competitivas do planeta. Nossos concorrentes têm o solo coberto por neve em média seis meses por ano e só produzem uma safra. Nós temos 12 meses de calor, luz e água e estamos produzindo até três safras por ano. A integração lavoura-pecuária-floresta, outra grande inovação, possibilita a utilização intensa do solo o ano inteiro. É grande a genialidade dos profissionais brasileiros. Com isso e com a irrigação, vamos revolucionar a produção agrícola no mundo. Possuímos água doce para irrigar mais de 50 mil hectares. Hoje, irrigamos 7 mil.

O que foi a chamada Revolução Verde, que aconteceu no Brasil na década de 1970?

Em 1974, quando assumi o Ministério da Agricultura, o Brasil dependia da importação de alimentos e, com a crise do petróleo, não havia condições financeiras para sustentar isso. Resolvemos então apostar na ciência e na tecnologia para criar um conhecimento que ainda não tínhamos e conseguir explorar os solos tropicais. Por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que havia sido criada um ano antes, mandamos mais de 1.500 jovens para estudar nos melhores centros de ciência do mundo. Eles foram com uma missão: entrar em contato com o que existia de mais avançado na agropecuária, aprender e trazer esse conhecimento para cá para que conseguíssemos adaptá-lo para o bioma tropical brasileiro. Foram pesquisados solos, plantas, animais, formas de plantar, manejo, como corrigir doenças, pragas etc. Com isso, foi possível transformar completamente um bioma considerado um dos mais improdutivos: o cerrado, que existe também na África e na Ásia. Além de usar recursos próprios, a Embrapa fez convênios com universidades, instituições estaduais de pesquisa e com a iniciativa privada. Também houve uma parceria com o Japão, que tinha interesse em que o Brasil se tornasse um grande produtor, para ter alternativas e deixar de depender exclusivamente dos Estados Unidos.

O que levou o governo a apostar na agricultura?

Nos anos 1970, nossa indústria era bastante obsoleta, e o presidente Geisel, que havia estado à frente da Petrobras entre 1969 e 1973, sabia que o petróleo não era uma opção competitiva. Antes da posse, em 15 de março, houve uma reunião em que estiveram presentes eu, Geisel, o Mário Henrique Simonsen, que seria o ministro da Fazenda, e o Rondon Pacheco, então governador de Minas, entre outros. Esse grupo definiu o investimento no agronegócio como o melhor caminho a seguir.

Além da Embrapa, existia também a Empresa Brasileira de Terras (Embrater). Qual era o papel dela?

A Embrapa produzia o conhecimento e a Embrater transmitia e prestava assistência técnica para o produtor e para que a família desse produtor melhorasse as condições de vida. Por meio do programa Polo Centro, destinaram-se mais de US$ 3 bilhões em créditos para que fossem feitas as inovações necessárias e construída toda a infraestrutura: desde a cerca da fazenda até a estrada para escoar a produção, passando por rede elétrica, telefonia, melhoria da casa, compra da caminhonete, do trator, da plantadeira, armazenamento do silo, enfim, tudo o que era necessário para otimizar a produção. Antes, o que havia no cerrado era uma agricultura da enxada, do arado, do carro de boi. Nosso esforço foi na direção de tornar o produtor capaz de gerenciar seu negócio e otimizá-lo. Essa foi a verdadeira revolução. Infelizmente a Embrater foi extinta antes de atingir a todos os agricultores. Foram pouco mais de 840 mil propriedades, enquanto cerca de 4,5 milhões ficaram de fora e ainda não conseguem produzir sequer para si próprias. O Brasil não pode conviver com essa mancha.

O brasileiro reconhece a importância do agronegócio?

O agricultor não soube se comunicar bem. A sociedade teve benefícios fabulosos. Quando o Brasil importava comida, a família média brasileira pagava o alimento mais caro do mundo. Nas décadas de 1960 e 1970, 48% de toda a renda era destinada à alimentação, o que inviabilizava investir numa educação melhor, em saúde de mais qualidade, num bom transporte. Entre 1980 e 2000, esse custo caiu para 30%. O alimento passou a ser melhor e mais barato. Nos últimos meses, houve uma nova alta nos preços por causa da escassez, mas com a normalização da oferta eles voltarão a cair. E ninguém será mais eficiente nisso que o Brasil. Já somos os primeiros produtores ou estamos entre os maiores em quase tudo: soja, milho, carne, frango, açúcar, laranja.

Quais os maiores mitos envolvendo o agronegócio?

Falar que o produtor rural desmata, por exemplo, é uma grande fake news. Ao contrário do que aconteceu em países temperados, o Brasil não só preservou sua vegetação como tornou produtivas áreas degradadas. Nossos concorrentes estão perdendo mercado e, por isso, são um pouco invejosos. A França, por exemplo, depende todo ano de 500 mil toneladas de soja brasileira, além de milho em grande quantidade, e fica reclamando sem conhecer a nossa realidade. Outro grupo que coloca o Brasil em más condições são os órfãos do Muro de Berlim. Eles vêm em cima por saber que o país é e será cada vez mais uma potência capitalista. Uma grande potência alimentar, com imensa variedade de alimentos produzidos de forma cada vez mais sustentável.

Quais os grandes desafios da agricultura?

Estudos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do Banco Mundial mostram que até 2050, quando haverá um relativo equilíbrio entre nascimentos e mortes, a população mundial terá de 2,2 bilhões a 2,5 bilhões de habitantes a mais e uma demanda de alimentos até 70% superior à dos dias de hoje. Só nós temos capacidade de aumentar a produção em mais de 40%. O Brasil será a grande segurança alimentar em 2050.

Existe diferença entre agricultura familiar e agronegócio?

Os governos populistas tentaram criar essa separação para passar a ideia de que o pequeno produtor abastecia o Brasil, enquanto o grande seria responsável pela exportação. Um era familiar, e o outro, agronegócio. Na verdade, a agricultura pode ser dividida em duas: uma usa tecnologia, repõe os elementos que usa no solo, tem alta produtividade, boa governança e vai ao supermercado porque produz alimentos de melhor qualidade, mais baratos e com abastecimento constante. A outra é uma agricultura incipiente, de subsistência, extrativista. Não é o tamanho da propriedade que determina. Hoje, pequenos agricultores estão produzindo com tecnologia e ganham muito, enquanto algumas médias e grandes propriedades são extrativistas. E todas elas são familiares.

O que o senhor faria se assumisse novamente o Ministério da Agricultura?

Acho que nem assumiria. A ministra Tereza Cristina é excelente. Ela tem lutado muito pelo agronegócio, mas está sem forças para manter os recursos. Até a Embrapa está sem um tostão para investimentos. São 2.500 doutores com pós-doutorado, a melhor empresa de agricultura tropical do mundo, e não se consegue o dinheiro necessário para aproveitar seu potencial. É como se o Brasil tivesse uma bomba na mão para acabar com a guerra, mas ficasse querendo transformá-la em biribinha de festa de São João.

Qual o futuro da agricultura?

O agricultor brasileiro está cada vez mais confiante, acredita na sua atividade, está investindo, adquirindo máquinas modernas, utilizando a tecnologia da informação. Temos drones e máquinas conduzidas por satélites, capazes de colher, limpar, classificar, padronizar os produtos com eficiência. Um bom produtor no Brasil já tem a própria fábrica de biológicos e está produzindo os fungos e as bactérias para o controle das pragas em sua propriedade ou na região. Precisamos mandar novamente a juventude a centros internacionais para conhecer o que de melhor está sendo feito nessa área. Depois da pandemia, todos vão querer alimentos mais seguros, mais naturais, mais nutritivos. Não podemos perder essa chance. Os consumidores vão querer saber onde o alimento está sendo produzido, qual a técnica usada, como foi tratado, colhido, armazenado, processado, industrializado e transportado. Segundo a FAO, a agricultura orgânica não tem capacidade para atender 0,7% da população mundial. Portanto, é preciso diminuir cada vez mais a quantidade de fertilizantes, de remédios e compostos químicos. Podemos fazer isso só com a biotecnologia. Se o Brasil fizer aquilo de que é capaz, daqui a 30, 50 anos estaremos entregando a nossos consumidores um produto com a mesma característica do alimento que Adão e Eva comeram no paraíso. Estão aparecendo agora os alimentos feitos em laboratório. Não acredito nisso. Não troco um franguinho caipira por um feito por computador.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Une perspective historique sur les processus de modernisation sociale et d’urbanisation au Brésil: 1940-1992 - Paulo Roberto de Almeida

 Um trabalho antigo, que tinha permanecido inédito até aqui, feito para aulas, palestras e informação sobre a história social e econômica do Brasil durante minha estada na embaixada do Brasil em Paris.

387. “Une perspective historique sur les processus de modernisation sociale et d’urbanisation au Brésil: 1940-1992”, Paris, 12 janeiro 1994, 40 p. Revisão e atualização de trabalhos anteriores, para servir de base a textos de divulgação sobre o Brasil. Inédito. Divulgado na plataforma Academia.edu (27/12/2020; link: https://www.academia.edu/44779801/387_Une_perspective_historique_sur_les_processus_de_modernisation_sociale_et_durbanisation_au_Bresil_1940_1992_1994_).

Une perspective historique sur les processus de modernisation sociale et d’urbanisation au Brésil: 1940-1992

 

Paulo Roberto de Almeida

Docteur ès Sciences Sociales

Paris, 12 de janeiro de 1994 

 

Sommaire:


1. La Question Urbaine en Amérique Latine 

1.1. Le processus d’urbanisation

1.2. L’urbanisation-métropolisation en Amérique Latine

1.3. Hyper-urbanisation et marginalité

 

2. Modernisation et Urbanisation au Brésil

2.1. L’évolution démographique

2.2. L’urbanisation en marche

2.3. Un pays urbain ?

2.4. Tendances récentes

 

3. Les Rapports Ville-Campagne dans la Modernisation 

3.1. Le développement industriel 

3.2. Crise conjoncturelle et croissance économique

3.3. La modernisation autoritaire

3.4. Concentration du développement dans le Centre-Sud

 

4. Problèmes Actuels de l’Urbanisation au Brésil

4.1. Une transition incomplète

4.2. Une urbanisation malade

4.3. Les inégalités régionales et sociales

 

Références Bibliographiques

 

Ler a íntegra neste link: 

https://www.academia.edu/44779801/387_Une_perspective_historique_sur_les_processus_de_modernisation_sociale_et_durbanisation_au_Bresil_1940_1992_1994_


sábado, 19 de setembro de 2015

Revolutions bourgeoises et modernisation capitaliste: a editora me manda um poster

Recebi, esta semana, um poster simpático sobre a publicação de meu próximo livro, que ainda não recebi, para conferir, mas a capa ficou bonita (fui eu quem escolhi a ilustração, com a ajuda de Carmen Lícia).
Reproduzo abaixo o sumário (não o índice completo) do livro, e o início da minha introdução (Avant-Propos) a esta edição da minha tese de doutoramento, remetendo ao texto completo na plataforma Academia.edu.
Paulo Roberto de Almeida



(Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6); 
version révisée de la thèse présenté en 1984 à la Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques de l’Université Libre de Bruxelles: Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil: une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise ; ajoutée du travail 2862). 
Relação de Originais n. 2863; Publicados n. 1193.


SOMMAIRE DU LIVRE

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance, 15

1.    Introduction , 42

Première Partie
THÉORIE ET PRATIQUE DE LA
RÉVOLUTION BOURGEOISE

2.    La carrière d’un concept  56
3.    Théorie de la Révolution Bourgeoise ,  71
4.    La modernisation capitaliste, 100
5.    Classe et Pouvoir , 119
6.    Pratique de la Révolution Bourgeoise , 153
7.    Bourgeoisie et révolution dans la pratique historique et dans
       la théorie sociologique , 214

Deuxième Partie
LA REVOLUTION BOURGEOISE AU BRÉSIL:
MYTHE ET REALITÉ

8.    Les bases de la Révolution Bourgeoise au Brésil , 239
9.    La transition au capitalisme , 271
10.  Différenciation sociale et crise des élites , 287
11.  Caractère de la rupture313
12.  L’État et les classes sociales , 341
13.  Démocratie et autocratie dans le capitalisme , 378
14.  Bourgeoisie et démocratie: réalité historique et mythe sociologique , 409

       Bibliographie , 429
       Autres livres par Paulo Roberto de Almeida , 450

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance

 (...)
Le présent travail – lequel, dans sa première incarnation, avait été soutenu en 1984, en tant que thèse de doctorat en Sciences Sociales à l’Université Libre de Bruxelles, sous le titre quelque peu ambitieux de « Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil : une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise » – ne prétend certes pas se poser en « synthèse » de sociologie historique appliquée et, même s’il tend vers ce but, n’est en aucun cas une synthèse achevée. Plus modestement, il cherche, d’une part, à établir le bilan critique d’un modèle explicatif de nature historico-sociologique – sous le concept de Révolution Bourgeoise, à côté des révolutions bourgeoises réelles – et, d’autre part, à faire la mise au point empirico-théorique de la légitimité de ce modèle pour l’interprétation d’un processus donné de développement historique : la modernisation économique de la société brésilienne et ses manifestations au niveau du système de pouvoir. Elle touche donc à deux domaines classiques de la sociologie et de l’histoire, objets d’attention constante au sein de l’académie : le capitalisme et la démocratie.
Si, éventuellement, le travail n’a pas pu répondre à tous les problèmes soulevés par ce type de démarche, nous espérons néanmoins qu’il aura su poser toutes les questions pertinentes qu’il est possible d’énoncer dans ce genre d’entreprise. En attendant la « synthèse » sociologique du développement historique de la société brésilienne, dans son long cheminement vers une authentique démocratie politique dans le cadre d’une économie capitaliste avancée, voici donc un « travail d’analyse » théorico-empirique qui a tout fait pour mériter son caractère d’ouvrage académique : premier projet, lectures intensives et recherches extensives, recomposition du plan et nouvelle formulation des hypothèses de travail, développement des arguments, critique approfondie du manuscrit, mise au point du texte et rédaction finale, bref, le plat de consistance de tout candidat prétendant à des titres académiques.
Après avoir été l’objet d’un âpre débat avec (et entre) les membres du jury, lors de sa soutenance publique, au début du mois de juin de 1984, et ayant été décernée une évaluation finale de « Grande Distinction » par les examinateurs, la thèse a été déposée à la Bibliothèque de la Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques de l’Université Libre de Bruxelles, où elle a dormi le sommeil des justes au cours des trois décennies successives. Pour être plus précis, quelques petits morceaux arrachés ça et là à ses première et deuxième parties ont servi à composer deux ou trois articles, publiés l’un en tant que chapitre d’un livre collectif, les autres dans deux revues académiques brésiliennes. Mais, à part cela, l’ensemble est resté inédit et oublié depuis, y compris car, n’ayant pas entamé une carrière académique, comme prétendu à l’origine, et préférant plutôt suivre le service diplomatique de l’État, son contenu de sociologie historique comparée a toujours eu très peu de rapports avec les sujets de relations économiques internationales dont je me suis occupé depuis. Les révolutions bourgeoises ne sont pas, décidemment, un sujet diplomatique.
(...)

 Ler a íntegra deste Avant-Propos, neste link de Academia.edu: 

domingo, 13 de setembro de 2015

Revolucao Burguesa? Du cote de chez moi??? Unicamente neste meu livro, saindo do forno - Paulo Roberto de Almeida

Revolução burguesa no Brasil?
Esqueçam, pelo menos com esta "burguesia" que temos: um punhado de amigos do rei, de um lado, e os coitados dos empresários, do outro, sendo dilapidados continuamente pelo Estado obeso.
Na primeira tropa temos os banqueiros satisfeitos com os juros da dívida pública e os capitalistas promíscuos, que acompanham os companheiros totalitários, os neobolcheviques (que alguém já chamou de "burguesia do capital alheio), no assalto ao Estado e que assalto: parece que a extorsão na Petrobras vai ficar nos anais dos grandes roubos da História, como o mais vasta empreendimento de corrupção jamais conhecido em todo o mundo e no itinerário do capitalismo (bem medíocre o nosso).
A maior parte do que deveria ser uma burguesia liberal tenta sobreviver em face do ogro famélico que é o Estado extrator. Sem remédio, pedem proteção, reserva de mercado, subsídios.
Portanto, nada de revolução burguesa no horizonte previsível.
Eu sempre preguei a realização de uma "fronda empresarial" por parte desses capitalistas não amigos do rei, uma capaz de fazer do Brasil um país "normal", ou seja, uma economia de mercado como qualquer outra, e capaz de lutar por um  sistema político simplesmente menos corrupto do que o que temos.
Alguma esperança disso? Não riam...
Acho que não vamos ter, nem fronda empresarial, muito menos uma revolução burguesa, en bonne et due forme.
Em lugar disso, nós, classe média, vamos ter de continuar lutando para expulsar os mafiosos do poder, para depois começar tudo outra vez.
Mas, enquanto esperam, os curiosos pela trajetória da nossa frustrada "revolução burguesa" podem ler, se quiserem, o meu próximo livro, que está sendo publicado nos próximos dias, como informo em seguida:


Paulo Roberto de Almeida:
Révolutions Bourgeoises et Modernisation Capitaliste: Démocratie et autoritarisme au Brésil
(Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 396 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6)


Lombada: Les révolutions bourgeoises et le Brésil

Informação de quarta capa: 
Les rapports du capitalisme avec le système politique, ainsi que l’impact du processus de modernisation économique sur le régime de pouvoir, passant ou non par des bouleversements révolutionnaires, constituent quelques uns des thèmes majeurs de la sociologie historique comparée. Ce long essai sur les révolutions bourgeoises classiques et leur rôle dans l’itinéraire plus ou moins réussi de certaines sociétés vers des formes plus avancées du régime démocratique prend appui sur les traditions marxiste et wébérienne de la théorie sociale pour essayer d’en déceler des expériences similaires, ou comparables, dans le cas brésilien. Le Brésil, en dépit de son processus plus ou moins avancé de modernisation capitaliste et du dépassement de ses épisodes autoritaires, hélas trop fréquents au cours du XXème siècle, reste une économie insuffisamment capitaliste et son système politique possède des nombreuses insuffisances. Cela se doit-il à que le pays n’a pas connu une véritable révolution bourgeoise, capable d’affermir un régime démocratique fonctionnel ? Ce livre fait le parcours de ces questions, appuyée sur une bibliographie représentative de l’état de l’art en sociologie historique. 

SOMMAIRE DU LIVRE 

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance , 15

1.    Introduction, 39

Première Partie
THÉORIE ET PRATIQUE DE LA
RÉVOLUTION BOURGEOISE

2.    La carrière d’un concept, 53
3.    Théorie de la Révolution Bourgeoise,  66
4.    La modernisation capitaliste, 91
5.    Classe et Pouvoir, 107
6.    Pratique de la Révolution Bourgeoise, 137
7.    Bourgeoisie et révolution dans la pratique historique et dans
       la théorie sociologique , 191

Deuxième Partie
LA REVOLUTION BOURGEOISE AU BRÉSIL:
MYTHE ET REALITÉ

8.    Les bases de la Révolution Bourgeoise au Brésil , 213
9.    La transition au capitalisme 241
10.  Différenciation sociale et crise des élites, 255
11.  Caractère de la rupture278
12.  L’État et les classes sociales 302
13.  Démocratie et autocratie dans le capitalisme, 334
14.  Bourgeoisie et démocratie: réalité historique et mythe sociologique, 361

       Bibliographie , 379

Este é apenas o sumário; depois vou colocar o índice completo no meu site.
Paulo Roberto de Almeida 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

China: o grande arquiteto da modernizacao economica - Liu He (Belfer Center)

Overcoming the Great Recession: Lessons from China
Belfer Center for Science and International Affairs,  July 10, 2014
   
Overcoming the Great Recession: Lessons from China

The US-China Strategic and Economic Dialogue being held in Beijing this week reminds us of the most important bilateral relationship in the world today. Americans are understandably concerned that the perspectives of American policymakers and scholars are understood broadly by elites and publics in other countries. We tend to be less vigilant, however, in listening to the perspectives of others.

Liu He is worth listening to. A rare combination of scholarly analysts and policy advisor, he has emerged as Chinese President Xi Jinping's right hand man on economic policy. The Chinese press has named him the "Chief Architect" of the current economic program to transform the Chinese economy. As Head of the Office of the Central Leading Group on Financial and Economic Affairs in the President's office, he plays a role not unlike that which one of us had in the Obama Administration's first term.

In the aftershocks of the Great Financial Crisis of 2008, Liu led a research team that prepared an analysis of earlier financial crises to provide guidance for the Chinese government's response. We arranged for that document to be translated, and it was just published as a joint discussion paper of Harvard's Belfer Center for Science and International Affairs and Mossavar-Rahmani Center for Business and Government at Harvard's Kennedy School.

As we note in a foreword to the paper, five years after the meltdown that threatened a second Great Depression, the Eurozone's economic output has yet to reach pre-crisis levels. The US is stuck in secular stagnation. But China has averaged 7.5% annual growth, three quarters its previous rate. Indeed, the incandescent fact about the performance of the major economies since 2008 is that of all the growth that has taken place in the global economy, 40% of it has occurred in just one country: China.

Liu He's analysis provides clues to the reasons why—claims worthy of discussion and debate in the wider policy-related community.

Read Full Analysis (PDF): http://links.hks-belfercenter.mkt4851.com/ctt?kn=15&ms=ODk5NjMyMwS2&r=MzQxMTk0NDYyMjAS1&b=0&j=MzQwODQ3MDYwS0&mt=1&rt=0

Belfer Center for Science and International Affairs
79 JFK Street, Cambridge, MA 02138
Email: belfer_center@hks.harvard.edu | Phone: 617-495-1400