O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A grande ilusao dos intelectuais sobre o comunismo - Lilian Hellman

When Stalinism Was in Vogue

The Wall Street Journal, May 1, 2012
Hellman disdained a system that made her fabulously rich while romanticizing one that made its citizens spectacularly poor.

Upon returning from the Soviet Union in 1933, the British writer Malcolm Muggeridge, stunned by the privation and state terror of communism, wondered how it was possible that "so many obvious and fundamental facts about Russia are not noticed even by serious and intelligent visitors." In 1937, as Stalin commenced his psychopathic purge of "Trotskyite enemies," the serious and intelligent playwright Lillian Hellman arrived in Moscow a stalwart supporter of Bolshevism, eager to demonstrate Muggeridge's point.
Hellman, who cycled between writing for the theater and fattening her wallet producing Hollywood melodrama, would cite this Potemkin visit to Moscow as inspiration for "The North Star," her 1943 screenplay celebrating a verdant collective farm in Ukraine whose productive peasants—singing, insouciant comrades—were rudely dispersed by invading Nazis. The critic Mary McCarthy, who would later emerge as one of Hellman's fiercest detractors, declared the film a "tissue of falsehoods woven of every variety of untruth."
The script earned Hellman an Oscar nomination. But a decade later it would also earn her a subpoena from the House Committee on Un-American Activities—and a reputation as an iron-spined dissident. In a letter to the committee, Hellman declared that she would not "cut my conscience to fit this year's fashions," while insisting that she had little interest in politics.
Like most of Hellman's public statements about her political activities, this was a lie. It is because of her political activism that Hellman, whose literary output was of variable quality, has been the subject of countless biographies and academic studies. In "A Difficult Woman," Alice Kessler-Harris, a professor of history at Columbia University, returns to this well-tilled soil, offering an "empathetic view of Hellman and her politics."
Like most book-length treatments of Hellman, "A Difficult Woman" is less concerned with her oeuvre than with relitigating the politics of anticommunism. Now that key claims of American radicalism have been upended by revelations from the Soviet archives—the innocence of Alger Hiss and Julius Rosenberg, the independence of the American Communist Party—Ms. Kessler-Harris grouses that "victory went to those who defined communism as the enemy of national security."

A Difficult Woman

By Alice Kessler-Harris
(Bloomsbury, 439 pages, $30)
One can dip into a shallow reserve of sympathy for those who, like Muggeridge, were briefly seduced by utopianism and soon disabused by reality. But Hellman deserves no such leniency. Ms. Kessler-Harris marvels that Hellman "dedicated much of her life to the cause of civil liberties; in return, she earned the Stalinist label." This is giving Hellman short shrift: she worked rather hard to earn the Stalinist label.
Consider: Hellman zealously supported the Moscow line on Trotsky, offering no criticism when he was murdered by Kremlin agents; she defended Stalin's mass executions of party cadres in 1937-38, signing a petition that accused the victims of being "spies and wreckers" of socialism; she supported Stalin's alliance with Nazi Germany, despite her supposed devotion to "anti-fascism," and defended Moscow's indefensible invasion of Finland in 1939-40, claiming that the country supported Nazism and deserved no pity, a scurrilous lie that Ms. Kessler-Harris leaves unchallenged.

Hellman disdained a system that made her fabulously rich while romanticizing one that made its citizens spectacularly poor. And as Hellman biographer Carl Rollyson noted, she never made "more than a grudging admission of how profoundly wrong she was about Stalin." Unlike Martin Heidegger and Ezra Pound, both of whom supported a different genocidal tyrant, Hellman barely saw her reputation suffer because of her repellent allegiances.
Ms. Kessler-Harris's defense of Hellman and others who refused to abjure Stalinism will sound familiar. While some party apparatchiks were "vaguely aware in the 1930s of Stalin's increasingly ruthless methods"—a rather limp way of describing a roiling genocide—one must remember that "this was, after all, a period when rumors flew." Soviet enthusiasts like Hellman, Ms. Kessler-Harris writes, were merely showing a commitment to "social justice" and not Stalinism per se. The Communist Party plumped for the noble goals of racial equality and a vaguely defined "peace," leading Ms. Kessler-Harris to ask: "How could [Hellman] not have joined?" It is a question easily answered by Alfred Kazin, Irving Howe and countless other liberal intellectuals who understood the axiomatic immorality of Bolshevism.
Ms. Kessler-Harris claims that American anti-communists waged campaigns "filled with hyperbole and outright lies." But it was the Stalinists, Hellman included, who made falsehood a core principle. Her penchant for fantastical tales prompted Mary McCarthy's acid comment that "every word she writes is a lie, including 'and' and 'the.' " The story of Hellman's friendship with "Julia," an Austrian working in the anti-fascist resistance whom she supposedly assisted, was put forward in Hellman's memoir "Pentimento" (1973) and made into a Hollywood film. The story, it turned out, was cribbed from an acquaintance. (The film's director would later denounce Hellman as a "phony.")

Ms. Kessler-Harris acknowledges Hellman's prevarications only grudgingly, resorting to a tedious postmodern explanation that writers are entitled to their own version of "truth"—though Hellman insisted that stories like Julia's were literal truth. Despite voluminous evidence to the contrary, Ms. Kessler-Harris insists that Hellman's "concern for accuracy persisted throughout her life." Not when it came to her memoirs and certainly not when it came to communism's crimes. The previous draft of history was correct: The anticommunists were right, and Hellman was profoundly, inexcusably wrong.
Mr. Moynihan is a contributing editor of Reason magazine.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tourada na Bolivia: soldados como bandarilheiros

Parece que a moda pegou: depois da corrida em Buenos Aires, agora temos nova pegada de touros bravos na Bolívia. Normalmente o touro morre ao final, mas de vez em quando ele também espeta o toureiro...
Vamos ver o que vai dar...
Paulo Roberto de Almeida

Após Argentina, Bolívia expropria empresa espanhola de energia

A TDE é responsável por 73% das linhas de transmissão do setor elétrico da Bolívia 

01 de maio de 2012 | 13h 20
 
Texto atualizado às 13h49
SÃO PAULO - O presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou nesta terça-feira, 1º, a Transportadora de Electricidad SA (TDE), distribuidora de energia controlada pela espanhola Red Eléctrica Internacional. Morales ordenou a ocupação da empresa pelas Forças Armadas.
"Hoje, como nós homenageamos aos trabalhadores e aos cidadãos da Bolívia que lutaram para a recuperação dos recursos naturais e serviços básicos, nós estamos nacionalizando a provedora de transmissão de energia elétrica", disse Morales.
O anúncio foi realizado em solenidade do Dia do Trabalho no Palácio de Quemado, em La Paz. A TDE foi fundada em 1997 e é responsável por 73% das linhas de transmissão do sistema elétrico da Bolívia.
De acordo com o site da TDE, 99,94% de seu capital pertence à Red Eléctrica Internacional, enquanto a outra fatia (0,06%) é de propriedade dos trabalhadores da empresa.
A medida é uma resposta aos pedidos dos trabalhadores, que exigem reajustes salariais maiores. Desde que chegou ao poder, Morales já nacionalizou outras empresas no Dia do Trabalho, em setores como o de petróleo e eletricidade.
Uma porta-voz do governo espanhol procurada pela agência Dow Jones disse que a Espanha está analisando a situação de perto e poderá divulgar um comunicado ainda hoje.
Em abril, a Argentina anunciou a expropriação de outra companhia espanhola, a petrolífera YPF, de propriedade da Repsol.
(Com informações da AFP, Dow Jones e Efe)

Catedra Rio Branco em Oxford - Edital Capes

Transcrevendo:

Cátedra Rio Branco – OxfordPDFImprimirE-mail

OBJETIVO:

A Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (CAPES), e o Instituto Rio Branco, e a Universidade de Oxford, realizam seleção de candidatos à bolsa para o Programa Cátedra Rio Branco em Relações Internacionais da Universidade de Oxford, na área de educação. O programa tem como objetivo enviar pesquisadores, intelectuais e formuladores de políticas públicas à Universidade de Oxford, proporcionando ambiente propício proporcionando ambiente propício para a análise da função desempenhada pelo Brasil no cenário mundial e das posições adotadas pelo país em temas globais.

BENEFÍCIOS:

Pela CAPES:
  • Bolsa mensal de £ 3500,00 (três mil e quinhentas libras esterlinas);
  • Auxílio-instalação;
  • Auxílio para aquisição de passagem aérea Brasil/ Inglaterra/ Brasil;
  • Seguro saúde.
Pela Universidade de Oxford:
  • O candidato selecionado será admitido como membro da Universidade de Oxford e de uma de suas Faculdades; terá acesso às bibliotecas da Universidade de Oxford e terá disponibilizada sala de trabalho no Centro Latino Americano ou nas proximidades;
  • Quantia mensal de £1.500 (hum mil e quinhentas libras esterlinas) por até 3 meses letivos para custos com acomodação em Oxford;
  • Isenção de taxas escolares.

DURAÇÃO:

Mínimo de 3 e máximo de 12 meses.

DATA LIMITE DE CANDIDATURAS:

Até 6 de junho de 2012.

Inscrições

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20/04/2012Edital Capes n° 15/2012 - Cátedra Rio Branco em Relações Internacionais Universidade de OxfordDOC
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As verdadeiras origens da Comunidade Europeia: autoritarismo centralizador de direita - Antonin Cohen

Finalmente, um livro de um historiador vem revelar o que para mim era o óbvio, desde o início, contrariamente a todas essas estórias mal contadas sobre o idealismo da integração europeia, até num sentido romântico da palavra, como sendo a obra de congraçamento de povos em favor da mais perfeita união, derrubada de barreiras, liberalização geral dos negócios e essas justificativas bem intencionadas de integração.
O processo europeu sempre foi tecnocrático, centralizador, mercantilista e intervencionista, como a mentalidade dirigista de seus promotores o permitia fazer naquelas circunstâncias sombrias de um pós-guerra difícil, e a ameaça de novos conflitos militares à frente.
Ainda que uma suposta ameaça soviética, ou de bolchevização à francesa pudesse ter entrado na equação -- o PCF fazia então quase um quarto dos votos nacionais -- o que ameaçava mais era a militarização da Alemanha e o espectro de uma quarta invasão no futuro. 
Portanto, ademais dessa herança semi-fascista dos projetos comunitários, caberia colocar também o pavor francês de uma nova derrota frente à Alemanha (já que os americanos impediram os franceses de esmagar economicamente a Alemanha, como tinha acontecido em Versalhes, em 1919, o que levou Keynes a prever, profeticamente, um novo conflito), como um dos fatores que levaram Monnet a escrever o seu famoso Memorandum de comunidade do carvão e do aço.
Em todo caso, este livro deve passar a ser uma referência nos estudos de área. Sem idealismos, portanto.
Paulo Roberto de Almeida 


Antonin Cohen:
 De Vichy à la Communauté européenne
Paris, PUF, 2012, 456p.

Comment le Plan Monnet-Schuman du 9 mai 1950, acte fondateur de la construction européenne, a été influencé par les réseaux et les idées de la troisième voie et de la Révolution nationale, du régime de Vichy à la Guerre froide.

L'ouvrage
Adossée à l’idée que l’Europe communautaire serait sortie en droite ligne des projets de la Résistance, l’historiographie classique tend à passer sous silence tout ce que cette entreprise doit aux cercles intellectuels et politiques issus de la Révolution nationale. À ce titre, ce livre offre une perspective nouvelle sur la construction européenne. Il retrace de manière minutieuse l’influence de la troisième voie corporatiste et personnaliste sur la genèse des premières institutions européennes, du régime de Vichy à la Guerre froide. Il montre en particulier ce que le projet d’une autorité supranationale chargée de gérer l’économie de marché sans contrôle parlementaire, proposé par Jean Monnet et Robert Schuman le 9 mai 1950, hérite des conceptions de l’économie et de la politique issues de la troisième voie : ni capitalisme, ni socialisme. L’acte fondateur de la construction européenne apparaît ainsi sous un jour nouveau, non pas tant comme une origine que comme une fin. 
Ce livre est donc, aussi, une passionnante réflexion, en acte, sur la construction de l’histoire en train de se faire. Une généalogie de la «communauté européenne».

Table des matières

Introduction

Chapitre 1. Le roman des origines
La construction sociale d’un récit héroïque
Les fonctions symboliques d’un récit des origines
Pour une historicisation des événements

Chapitre 2. Aux sources de la «communauté» européenne
Pour une Révolution nationale
Par une révolution communautaire
Vers une communauté européenne
Chapitre 3. La troisième voie personnaliste et communautaire
Aux origines de la philosophie personnaliste et communautaire
Le «mythe» de la communauté entre Berlin et Vichy
D’une communauté l’autre : une entreprise intellectuelle entre deux mondes
Chapitre 4. Révolution nationale, révolution communautaire
Un réseau de réseaux
À l’intersection de tous les réseaux
Les journées du Mont-Dore
Chapitre 5. De la Révolution nationale à l’Europe fédérale
Pour une Europe fédérale et communautaire
Le Congrès de l’Europe
Vers une seconde chambre supranationale
Chapitre 6. Vers une Europe communautaire
De la Révolution nationale au Revenu national
Les États-Unis en Europe
Retour au Plan Schuman

Conclusion
Index

A propos de l'auteur:
Antonin Cohen est maître de conférences en science politique à l’Université Paris Ouest Nanterre La Défense, membre du Groupe d’analyse politique et de l’Institut des sciences sociales du politique (CNRS). 

Divida Publica dos EUA maior do que o PIB: desafios presentes

O que tinha de acontecer aconteceu. Aliás, desde fevereiro último, mas só tomei conhecimento dessa matéria hoje, 1 de maio de 2012.
A dívida pública total do governo dos EUA tinha acabado de ultrapassar o tamanho do PIB, ou seja, o que os americanos devem, a si mesmos, aos estrangeiros que detém títulos da dívida federal -- feita pelo governo da União, excluindo, portanto, os particulares, que devem ter uma dívida maior do que o seu patrimônio, na média -- ultrapassa, por enquanto de pouco, o que os americanos produzem anualmente como riqueza.
Simplesmente ultrapassar não seria talvez o problema, se ela não crescesse a um ritmo três vezes mais rápido do que a produção de riqueza. Como dito na matéria abaixo, nenhum país, aliás nenhuma família, ou pessoa, pode viver tranquilamente devendo mais do que ela ganha, legalmente, como rendimentos, salários, honorários, royalties, etc.
Claro, se você tem uma "tia rica", que lhe paga o seu cartão de crédito, você ainda pode viver, durante certo tempo, gastando mais do que tem, mas isso um dia acaba: a tia rica pode morrer, ou simplesmente deixar de financiá-lo generosamente.
Os europeus, e alguns asiáticos, no pós-guerra, viveram com essa tia rica generosa, que eram os próprios EUA. Depois os EUA encontraram outra "tia rica", espalhada pelo resto do mundo, que eram todos os povos que tinham imensa confiança na economia e no poderio americanos, que viviam à sombra dessa potência -- evitando, assim, de ter de gastar mais com sua própria defesa -- e que não se incomodavam de devolver um pouco dos dólares que ganhavam exportando para os EUA investindo em títulos americanos.
Até hoje, aliás, o esquema funciona assim: os chineses realizam um superávit extraordinário exportando produtos americanos para os EUA, e retribuem com a compra de títulos do Tesouro americano.
A "tia rica" dos EUA ainda é o direito de senhoriagem sobre os dólares que emitem e que espalham abusivamente pelo resto do mundo, empurrando para os outros, portanto, um pouco da sua prodigalidade.
Mas tudo isso um dia acaba.
Americanos, talvez de direita, mas certamente conservadores, no plano fiscal, pretendem um governo limitado, que não construa desastres no futuro, ou seja, para os seus filhos.
Este é o sentido da matéria abaixo...
Paulo Roberto de Almeida 

Debt officially larger than the economy

By Robert Romano

Americans For Limited Government, Feb. 9, 2012.


You can put it in the history books now. That was the day the $15.6 trillion national debt surpassed 100 percent of the $15.4 trillion Gross Domestic Product (GDP).
Based on the latest data by the Bureau of Economic Analysis, the economy just grew by $142.2 billion in the first quarter, or an annual rate of 2.2 percent. That compares to data from the U.S. Treasury showing the national debt grew by $359.6 billion at an annual rate of 9.4 percent.
That’s at a rate of $3.95 billion in new debt every day, compared with just $1.56 billion in economic growth. This year, at that rate, it will expand by $1.4 trillion. $14 trillion over the next ten years.
“No nation can long sustain itself when it takes on debt at nearly 5 times the rate its economy grows,” remarked Americans for Limited Government President Bill Wilson.
Wilson noted the tepid 2.2 percent rate in the first quarter came well below the Obama Administration’s rosy projection of 3 percent growth for the year.
“In 2011, they projected 3.1 percent growth and only got 1.8 percent. As their growth projections prove to be way off once again, revenues will fall short of expectations, and the national debt will continue to grow that much faster,” he explained.
That, coupled with foolish administration and congressional policies underfunding the Social Security program by $95 billion this year, explains why there will have to be another vote in Congress to raise the $16.394 trillion debt ceiling.
Ironically, Republican leaders in Congress reportedly were attempting avoid a controversial showdown on the payroll tax issue in an election year. But by voting for the payroll tax deal, they guaranteed the mother of all controversial issues will likely come up this summer in the midst of the heated election battle.
But, this time, Congress will likely just sweep the issue under the rug and pass another gargantuan debt ceiling increase, not demanding any spending cuts or significant in return. After all, they caved last time. All they got was that stupid committee.
Which is just as well, really. Congress has not been able to reduce the debt at all since 1957, despite numerous claims of having “balanced” the budget since then.
Plus, the only way we can even meet our debt obligations right now is with a printing press. The Federal Reserve holds over $1.66 trillion in U.S. treasuries, with hundreds of billions in more purchases guaranteed for the foreseeable future.
That is because we are spending so much that not even financial institutions with unlimited credit lines from the central bank and sovereigns the world over have enough to lend to us. So we have to print in order to fill the gap.
In that context, it is no wonder the U.S. lost its gold-plated Triple-A credit rating with Standard & Poor’s, despite Treasury Secretary Timothy Geithner’s assurances that we would not.
“Absolutely not,” Geithner had said in an interview with ABC News’s “This Week” about the prospect in Feb. 2010, adding, “That will never happen to this country.”
Except it did. The establishment was wrong. Just like it was wrong about the positive effects of trillions of dollars of fiscal and monetary stimulus. Said ALG’s Wilson, “Unemployment is still above 8 percent, which the Administration said would never happen if the ‘stimulus’ was passed. Growth is still quite sluggish, only coming in at 2.2 percent in the first quarter, despite promises of a V-shaped recovery.”
So much for that.
Wilson said the weak economy would hurt Obama’s reelection chances: “[With] almost $4 a gallon for gasolinefood prices once again increasinghome values continuing to drop into a double-dip recession, 1 in 2 recent college graduates cannot find full-time work to pay off hundreds of billions of student loan debt, the election outlook for Obama must look quite gloomy.”
“This is Jimmy Carter all over again — only worse,” Wilson concluded. That’s actually true. When Jimmy Carter was running for reelection, the gross debt was just $907.7 billion or 32.5 percent of the $2.785 trillion GDP.
All of which gives Obama the unique honor of being the most awful president since Carter was run out of town on a rail. Come to think of it, that may not be a bad idea. Voters should consider that before we reach any more depressing milestones that threaten to bankrupt the entire country.

Robert Romano is the Senior Editor of Americans for Limited Government.

Um retrato da politica brasileira: nao parece Chicago da Lei Seca?

Sem comentários. (PRA)

OPERAÇÃO MORDAÇA - CAPÍTULO I
Quidnovi, 09/03/2012 - 20:17

Ainda estava escuro, quando às 6 horas da manhã, do dia 29 de fevereiro de 2012, a mansão de luxo, na Rua Cedroarana, Quadra G-3, Lote 11, no Residencial Alphaville Ipês, em Goiânia, de propriedade do governador de Goiás Marconi Pirillo até 2010, foi invadida pela “swat” da Polícia Federal. Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso numa ação cinematográfica. O arrombamento da porta da sala e a chegada dos agentes federais ao quarto de Carlos Cachoeira coroava a Operação Monte Carlo.

Cachoeira, como é chamado, acordou assustado. No corredor, a sua prisão era assistida pela fresta da porta por uma criança de 12 anos, sua enteada, e pela esposa, Andressa. O delegado que comandava a operação pediu que o contraventor abrisse o cofre, mas Cachoeira argumentou que não sabia o segredo. Só Andressa tinha a senha. A polícia entrou no quarto e exigiu que o cofre fosse aberto. Imediatamente a esposa de Cachoeira mostrou o que havia guardado em segredo: joias, inclusive de família, uma quantia em dinheiro de um imóvel vendido por Andressa, documentos e alguns DVDs de conteúdo ainda não revelado.

Governador de Goiás Marconi Perillo
O delegado espalhou sobre a cama todas as joias, a maioria herança de família, principalmente dos avós e do ex-marido de Andressa Wilder Morais, atual suplente do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A esposa do contraventor pediu ao delegado que deixasse as jóias e que não invadisse o quarto que sua filha dormia. O pedido foi atendido. Cachoeira foi levado pela polícia, enquanto a criança atônita tentou ir ao seu encontro, sem entender o que se passava. Até este momento, Andressa estava forte. Mas ao ver a filha, a esposa de Cachoeira desmontou.
A Polícia Federal acreditou ter fechado a Operação Monte Carlo naquele momento, mas não sabia que ali começava um dos maiores escândalos da política brasileira. Cachoeira foi para a carceragem da PF em Brasília e preferiu o silêncio.
Em fevereiro de 2004, Carlinhos foi protagonista do escândalo Waldomiro Diniz, onde o assessor do ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, foi denunciado por receber propina do esquema de jogo clandestino no país. Naquele momento, Cachoeira recebeu total apoio do PT comandado por Zé Dirceu, que rotulava o contraventor como “empresário do jogo”, e o Ministério Público como “aparelho repressor e conspiratório.”

José Dirceu
O ministro da Justiça era Márcio Tomaz Bastos. O advogado, era Antônio Carlos de Almeida e Castro, o Kakay. Quem acusava era o mesmo Ministério Público, que agora também comanda a operação só que a serviço do PT .
As digitais do PT foram constatadas quando a Polícia Federal começou as investigações sob o comando da sede em Brasília. O Palácio do Planalto acompanhava tudo e aguardava o momento certo para contrapor o escândalo do Mensalão que será votado nos próximos meses pelo Supremo Tribunal Federal.
Cachoeira tinha um forte esquema de proteção na Polícia Federal de Goiás, onde contava com seu fiel escudeiro o chefe da inteligência da Polícia Federal. Cachoeira sempre foi um homem muito bem relacionado. Colaborador de todas as horas nas campanhas políticas, principalmente do PT. As investigações aconteciam e surpreendiam o comando da PF. Políticos de alto escalão se misturavam com empresários e contraventores.
Cachoeira foi transferido como preso comum para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Desembarcou na cidade sob um sol escaldante, de 42 graus, e foi levado para a cela 17 do presídio. Parecia que a situação tinha chegado ao fim, quando o contraventor foi chamado para raspar a cabeça e receber o tratamento de preso de alta periculosidade. Enquanto a máquina deixava à vista o couro cabeludo de Cachoeira, lágrimas de ódio rolavam pelo seu rosto. Naquele momento, revendo o filme da prisão de Fernandinho Beira Mar, o silêncio de Carlos Cachoeira se transformava em ira contra o PT. Somente no dia seguinte teve o direito de encontrar seu advogado Ricardo Sayeg.
Aí começava o desabafo de alguém que sabe muito e não vai evitar a vingança. Os responsáveis pela Operação Monte Carlo foram os petistas, o alvo; o líder de oposição Demóstenes Torres (DEM-GO) e a isca; o mesmo Cachoeira que no passado foi tão amigo do PT, e agora tão usado.

Aécio Neves
Com a chegada do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Congresso, era esperado que naturalmente o neto de Tancredo Neves fosse o líder da oposição ao Governo Dilma. Aécio recebeu algum recado e se mantem apagado no cenário político. Com isso, o líder do Democratas se destacou nacionalmente como o homem que lidera a oposição. Com o destaque, o senador passou a ser o inimigo número um do Partido dos Trabalhadores, que começou a caçada. Aécio Neves, taxado por ter telhado de vidro, trabalhou como bom mineiro, no silêncio, e assiste o colega de oposição servindo de boi de piranha. Nos bastidores se comenta que Aécio só irá assumir a liderança da Oposição no último ano do Governo Dilma evitando o desgaste prematuro.

Apesar do PT ter pesado a mão sobre Demóstenes Torres não foram encontradas provas que possam calar a voz da oposição. A relação do senador com Carlos Cachoeira é meramente social, como as mantidas com outros empresários do estado de Goiás. É menos íntima, por exemplo, do que a mantida entre o ex-presidente Lula e o seu churrasqueiro Jorge Lorenzetti, envolvido num escândalo de repasse de R$ 18,5 milhões em verba pública para sua ONG. Tanto barulho por conta de um fogão e uma geladeira, presente de casamento da esposa de Carlinhos para a esposa de Desmóstenes, amigas de longa data? Com certeza, há mais fartura à mesa do PT.
O exército de Cachoeira também foi desestabilizado. Funcionários públicos, empresários, políticos, policiais, familiares e pessoas que emprestavam o próprio nome para manter a força e o poder de quem hoje detém um arsenal capaz de mudar a história política do país foram presos ou desarticulados com a Operação Monte Carlo.
Cachoeira sempre foi um homem prevenido. Na era dos escândalos detonados dentro e fora dos Governos, o contraventor documentava todos os encontros com seus “parceiros”, em vídeo, áudio, contratos de gaveta, e as transações bancárias no Brasil e no exterior. Monitorava seus “sócios” através de agentes de informações. Durante todos esses anos que transitou nas altas rodas políticas e sociais do país, Carlinhos Cachoeira produziu vários documentários, capazes de mudar o curso da vida, principalmente de quem será julgado ainda este ano pelo Supremo, com a chance de ter o ministro algoz do Mensalão do PT, Joaquim Barbosa, na presidência da maior instância jurídica do País.
No encontro com o seu advogado Ricardo Sayeg, em Mossoró, Cachoeira avisou que a família e amigos tem nas mãos “esse” material que será despejado na imprensa nos próximos dias. Nesta sexta-feira, o contraventor começou a cumprir sua promessa. A Revista Veja, divulgou on line, vídeo no qual Carlinhos tem uma conversa com o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), na qual oferece R$ 100 mil para ajudar o petista e insinua já ter contribuído com a mesma quantia para o candidato em outra campanha.
Só um detalhe: Otoni nunca declarou a quantia ao Tribunal Regional Eleitoral e não consegue explicar o porquê disso.

A TRAJETÓRIA DE CACHOEIRA
Carlinhos Cachoeira cresceu no meio da jogatina. Seu pai fez parte do grupo de Castor de Andrade e levou para Goiás o conhecido jogo do Bicho. Seus irmãos difundiram pelo Estado o jogo e a chegada das máquinas caça-níqueis. Cachoeira, no entanto, se aperfeiçoou com projetos oferecidos em vários Estados batizado de On Line Real Time. Trata-se de um software que permite ligar as caça-níqueis diretamente à Caixa Econômica, buscando, aos moldes das Loterias, a legalização do jogo.
Carlinhos montou várias empresas para gerenciar o jogo nos Estados. E começou sua fortuna. Procurava grupos coreanos, italianos, espanhóis e vendia à vista, a exploração do jogo pelo país. Assim passou a recrutar políticos que viabilizavam a exploração dos jogos de azar pelos Governos estaduais. Cachoeira sofisticou seus negócios a partir da implantação de seu novo sistema com o apoio do então governador de Goiás Maguito Vilella, padrinho do seu primeiro casamento. Carlinhos criou a empresa Gerplan no governo de Vilella.

Marconi Perillo
Com a entrada do governador tucano Marconi Pirillo, o empresário do jogo expandiu seus negócios para vários Estados, até bater de frente com os interesses do então ministro chefe da Casa Civil, o petista Zé Dirceu.
Waldomiro Diniz, assessor de Zé Dirceu na Casa Civil, trabalhava para a família Ortiz, forte concorrente de Carlinhos Cachoeira. Os Ortiz lutavam pela permanência do jogo clandestino, pois reconheciam que o negócio era mais rentável. Carlos Cachoeira queria a legalização porque detinha toda uma estrutura profissional com tecnologia de hardware e software para a arrecadação do jogo pelo governo em tempo real e com a garantia de desconto dos impostos.

Waldomiro Diniz
Cachoeira então gravou Waldomiro pedindo propina para a campanha do PT em 2002. Com isso, o empresário do jogo usava o flagrante para combater a propina paga pela família Ortiz ao assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, responsável também pelo pagamento do mensalão do PT dentro do Congresso Nacional.
Waldomiro era tido como uma águia, mas foi abatido pelo Ministério Público em pleno voo. O escândalo fragilizou José Dirceu permitindo o ataque de Roberto Jefferson, que culminou com a cassação do mandato de deputado e a demissão da Casa Civil.
Cachoeira foi cercado de atenções pelo PT durante todos esses anos para
evitar um escândalo maior em torno do financiamento de campanhas em vários Estados. Este roteiro, com conteúdo explosivo, desta vez virá à tona, pois Carlinhos planeja em sua solidão na cela 17 do Presidio de Segurança Máxima de Mossoró, como se vingar do PT que o abandonou e o colocou nesta situação.

Nesse arsenal explosivo tem várias empresas: Construtoras, Laboratórios, Bancos no Brasil e no Exterior. Na próxima edição, o Quidnovi vai mostrar, com documentos, como a máfia do jogo atua com o braço político nos cofres públicos.
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Complemento informativo: 
Todo mundo menos eu, Coluna Carlos Brickmann
(*) Coluna exclusiva para a edição dos jornais de Quarta-feira, 2 de maio


Anthony Garotinho, principal adversário político do governador fluminense Sérgio Cabral, divulgou fotos devastadoras (www.gabeira.com.br): Cabral e o dono da Delta, Fernando Cavendish, até agora personagem principal da CPI do Cachoeira, dançando juntos em Paris, enquanto suas companheiras exibiam ao fotógrafo as solas vermelhas dos caríssimos sapatos Louboutin. Num lugar chiquérrimo, a mais cafona das celebrações - sabe-se lá o que celebravam. 
Mas Garotinho não está a salvo: quem pagou a postagem de cartas pedindo votos a seus candidatos, nas eleições de 2004, foi, em grande parte, a Delta, de Cavendish. Nas cartas, Garotinho, evangélico, dizia estar orando pelos eleitores. Sua fatia da Delta, parece, não foi tão apetitosa; mas também comeu por lá.
Neste caso Delta-Cachoeira, não há quem escape: amigos, inimigos, antigos amigos hoje inimigos, antigos inimigos hoje amigos, ferozes defensores da moralidade dos outros, gente mais tolerante com a moralidade dos outros (e também com a própria). Há o tucano Perillo, governador de Goiás, há Demóstenes Torres, do DEM goiano, há Agnelo Queiroz, do PT de Brasília, há o peemedebista Sérgio Cabral, há Garotinho do PR (o mesmo do ex-ministro Alfredo Nascimento, aquele que caiu do Ministério mas manda muito no Senado e no partido). A CPI teme ligar a metralhadora, porque a arma pode girar.
Tanta gente! Daqui a pouco teremos de lembrar um velho sucesso de Carlos Galhardo (e também de Silvio Caldas): "Todo mundo, menos eu".
Velhos versos
Certos antigos poemas são irretocáveis. Desta mesma composição, uma única quadrinha: "Entre as luzes fatais da cidade/ A orgia cruel te envolveu/ Todo mundo chorou de piedade/ Todo mundo, menos eu".
Outros comentários já estão ficando fora de moda. O jornalista Ennio Pesce, sempre brilhante, costumava dizer que o mal do mar de lama é que as praias não davam para todo mundo. Pois não é que, neste caso, as praias cresceram muito?