O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Progressos da educacao na googlelizacao - novos instrumentos

Durante muito tempo, nos acostumamos a identificar o Google com "cópia" na internet para um rápido trabalhinho escolar, tanto que se popularizou o termo, ou o verbo, "to google", ou seja, "googlelizar", significando, habitualmente o copy and paste dos alunos preguiçosos.
Mas todo vício vem com a sua cura, ao que parece. O Google desenvolveu inúmeras ferramentas para ajudar nos trabalhos sérios, inclusive com instrumentos de busca e seleção de materiais que podem ajudar os professores a aperfeiçoarem suas aulas.
Agradeço à educadora Juliana por ter-me chamado a atenção para esta matéria, em seu blog.
Paulo Roberto de Almeida 

Search Education, o novo site de pesquisas educacionais do Google

Do Estadão:

Se você digita uma palavra no Google, em menos de um segundo o buscador vai apresentar alguns milhares de resultados que mencionam o termo. Alguns deles, de fato, podem ajudar muito na sua busca; outros, nem tanto. Para ensinar estudantes e professores a separar o joio do trigo e ajudá-los a fazer pesquisas mais qualificadas, o Google lançou, este mês, o site Search Education (www.google.com/insidesearch/searcheducation). Ainda completamente em inglês, o site é voltado a professores interessados em ensinar estratégias de pesquisa a seus alunos ou a usuários que querem otimizar suas buscas. 

“Nós decidimos ensinar a pesquisar porque o Google tem uma gama de ferramentas, mas a maioria das pessoas só conhece parte delas”, diz Tasha Bergsin-Michelson, educadora do Google. Uma das seções do site é a Lessons Plans, ou planos de aula, em português. Nela, é possível encontrar os tutorias em três níveis de dificuldade que ensinam educadores com mais ou menos intimidade com o Google a pesquisar. Os vídeos dão dicas de como escolher os termos de pesquisa mais adequados, entender o resultado da busca, restringir a pesquisa para chegar a melhores resultados e até avaliar a credibilidade da fonte de informação.

A estratégia do Google de falar aos professores tem como objetivo fazer o treinamento chegar aos alunos para torná-los capazes de aprender sozinhos e de ser bons questionadores. “Nós precisamos cultivar a autonomia da aprendizagem nos nossos estudantes, para que, quando eles saírem para o mundo, depois do ensino médio, na faculdade, na carreira ou na vida, eles saibam como pesquisar e pensar criticamente”, diz Anne Arriaga, bibliotecária e membro da equipe de educadores do Google. No Search Education, os professores encontram também uma série de sugestões para desafiar os alunos. Dividido por disciplinas como história, geografia, biologia, o Google Day Challenge propõe atividades em que os estudantes serão testados tanto no conhecimento da matéria quanto nas ferramentas do buscador. Pelo site, o professor recebe dicas de como conduzir o exercício.

As atividades específicas foram desenvolvidas a partir do currículo norte-americano e, por enquanto, não há previsão de que a ferramenta seja traduzida ou adaptada para o ensino brasileiro. Para os vídeos gerais, que falam sobre as funcionalidades do Google, no entanto, as dicas podem ser muito úteis. O único problema é que todos os tutoriais são em inglês. Quem não domina o idioma, porém, pode recorrer à ajuda do próprio Google para decifrá-los. Ao clicar no botão CC, na parte inferior da tela, é possível selecionar a opção de ter a transcrição do áudio. Com o áudio transcrito, é só jogar o texto para ser traduzido pelo Google Tradutor.

A miseria educacional brasileira, crescente, no terceiro ciclo

A miséria educacional é completa, extensa, absoluta, relativa e crescente. Desculpem o excesso de adjetivos pessimistas, mas eu conheço -- parafraseando José Marti -- as entranhas do monstro. Já "frequentei", a convite e por contatos, e conheço o funcionamento e a "produção" de muitas universidades federais, especialmente as faculdades da minha área de humanidades, pois sou chamado a bancas, seminários e a dar parecer sobre artigos.
Tenho, portanto, muitos motivos para ser absolutamente pessimista quanto à situação atual e quanto à degradação futura dessas instituições que condensam um pouco todos os males da educação brasileira, desde o pré-primário até o pós-doutoramento.
Os adeptos do regime atual poderão protestar, mas eu também já os ouvi, mais do que gostaria, nessas reuniões sindicais que decidem pela greve, como atualmente. A indigência mental dos argumentos só perde para a decadência moral dos propósitos. Estou verdadeiramente assustado e preocupado com o que vejo.
Não tenho nenhuma dúvida de que a situação vai continuar a se deteriorar, com greve ou sem greve.
Abaixo mais um desabafo sobre a questão.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 24/05/2012

Quando Luiz Inácio ApeDELTA da Silva recebeu uma baciada de títulos de Doutor Honoris Causa — de todas as universidades públicas do Rio —, fez um discurso escandalosamente mentiroso. Apontei aqui as suas falácias. Entre outras indelicadezas com a verdade, multiplicou por dois o número de universitários do país. Há alguns anos, tenho escrito que em poucas áreas se mente com tanta desenvoltura como no ensino superior — justamente o setor que, em tese, concentra a elite intelectual do país. Como isso é possível? Ora, as nossas universidades, especialmente nos cursos de humanidades, reúnem mais comunistas do que Pequim, Pyongyang e Havana juntas… Dominam o aparelho universitário e ajudam a levar a farsa adiante.
Muito bem! Uma das grandes obras de Fernando Gugu Haddad, sob os auspícios do ApeDELTA, seria a gigantesca expansão das universidades federais. Há muita pilantragem na conta, é verdade, mas é fato que algumas instituições foram criadas. Em quais condições, no entanto, elas operam? Vejam este vídeo sobre o campus Rio Paranaíba, da Universidade Federal de Viçosa. Volto depois:

Voltei
Eis aí. Inaugurou-se um novo campus da Universidade Federal de Viçosa (que Lula conta como uma nova instituição) sem acesso por asfalto, sem iluminação e esgoto tratado — na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Garanhuns, a, perdoem-me a crueza, merda corre a céu aberto. Os depoimentos também deixam evidente a carência na estruturação técnica do corpo docente.
Nessas horas, o que tende a dizer o lulo-petismo? “Ah, não havia nada lá. Ao menos nós fizemos alguma coisa!” Foi mais ou menos esse o sentido das declarações de Aloizio Mercadante (ver posts abaixo), que substituiu Haddad. Para ele, essa infraestrutura deficiente é só a “dor do parto”. Qualquer pessoa do mundo chamaria de desleixo e falta de planejamento.
A greve
Estão em greve 70% das universidades federais do país. O assunto quase não é notícia. No ano passado, os institutos federais de ensino (também os de nível técnico) ficaram parados quase cinco meses. Poucos se interessavam pelo assunto. Por quê? Fácil de responder. Porque são os intelectuais e as ONGs petistas que hoje pautam boa parte dos veículos de comunicação. O partido também é majoritário nas associações e sindicatos de professores. Se os pelegos petistas não conseguiram impedir o movimento, é porque a situação, com efeito, não é das melhores — embora eu insista que a greve, nesses casos, prejudica, na verdade, os alunos. Servidores públicos deveriam pensar meios simbólicos de fazer seu protesto chegar à sociedade. Bem, essa é outra questão. Volto ao ponto.
As mentiras da era Lula-Haddad começam a chegar ao grande público. Aos poucos, estamos vendo como se fez a propalada expansão do ensino superior federal. Uma aluna de veterinária da Universidade Federal do Tocantins me manda a seguinte mensagem:
“O problema de infraestrutura é grave. No meu curso de Medicina Veterinária, a gente tem muitos problemas com aula prática. Como pode um estudante de veterinária sem aula prática de anatomia, radiologia, citologia e por aí vai? O governo abre cursos e não dá condição nenhuma de o professor ensinar e de o aluno aprender. E a gente é obrigado a ouvir essa ladainha desses políticos! É revoltante!!!!”
Henrique, um professor, escreve:
“Sou professor de um curso criado pelo REUNI e sou testemunha da falta de planejamento e do descaso na criação de cursos. A Universidade criou o curso sem ter a infraestrutura e os professores necessários. Temos mais professores contratados do que efetivos (concursados), e não há perspectiva de novas vagas. Não temos laboratórios, e a primeira turma irá se formar sem nunca ter feito práticas básicas da área. A seleção exclusivamente feita pelo ENEM não seleciona. Nossos alunos entram sem saber resolver uma mísera equação de 1º grau, e a taxa de reprovação é alta, levando ao abandono. Mas, na propaganda do governo, tudo parece perfeito. Só olhando de perto para ver o quanto se festeja uma mentira.”
A leitora Vera L. informa:
O retrato do Hospital do Fundão, ligado à UFRJ, é o retrato do governo do PT. Os médicos residentes andam à cata de pacientes para poderem ESTUDAR! A UFRJ abriu uma faculdade de medicina em Macaé SEM hospital de referência para os alunos que serão futuros médicos! Agora, eles vêm de Macaé para o Hospital do Fundão, onde há falta de TUDO, principalmente de pacientes, por falta de infraestrutura. As universidades federais do governo do PT só existem funcionando nas PROPAGANDAS do MEC a PREÇO DE OURO, PAGAS com NOSSO DINHEIRO. Lá TUDO funciona.
Os Hospitais Federais do RJ NUNCA antes tão precários. Há uns 10 anos, todos eram referência de bom atendimento. (…) Enquanto a USP se torna uma das melhores universidades do MUNDO, as federais nas mãos do PT estão em petição de miséria. Esse é o JEITO PT de governar que ELES querem para São Paulo, com Haddad de candidato. Que Deus livre SP dessa tragédia”
Pior: voltem lá ao vídeo do campus da Universidade Federal de Viçosa: a infraestrutura que serve à universidade entrou no radar do clientelismo, das emendas parlamentares, dos arranjos políticos…
Se vocês tivessem estômago, valeria frequentar algumas salas de debate dos professores sindicaleiros do ensino superior… Sabem onde está localizado, para eles, o centro do mal do ensino superior do país? Acertou quem respondeu “São Paulo”, muito particularmente a USP, onde radicaloides e boçalides repetem o mantra: “Fora Rodas”. Fernando Haddad, com a competência demonstrada até aqui, é um dos que gostam de falar do suposto “autoritarismo” vigente nas universidades estaduais paulistas. Essa gente tem mesmo é um pacto contra a competência e contra a verdade.
Os números
No discurso dos títulos a baciadas, Lula afirmou que chegou ao governo com 6 milhões de universitários e que, hoje, eles serim 12 milhões. Mentira! Segundo o Censo Universitário, no fim de 2010, assinado por Haddad, havia 6,37 milhões de estudantes no terceiro grau — 14,7% estão na modalidade “ensino à distância”, que tem virado, no Brasil, uma “picaretância”. Disse ter criado novas universidades federais. Mentira também! Deve chegar, no máximo, à metade. Algumas “universidades novas” são campi avançados ou divisão de instituições anteriores. Em 2010, as universidades públicas brasileiras formaram 24 mil estudantes A MENOS do que em… 2004!
As universidades federais brasileiras mais incharam do que cresceram. Lula e Haddad foram criando alguns puxadinhos e puxadões Brasil afora, sem oferecer as condições mínimas necessárias para um ensino de qualidade. As mentiras têm sido reproduzidas por aí, com base em releases distribuídos por assessorias de comunicação.
É chegada a hora de visitar os campi dessas novas “universidades federais” criadas por Lula e Haddad e saber como funcionam. Vamos ver como estão seus laboratórios, bibliotecas e salas de aula, conhecendo também os docentes, seu regime de trabalho e sua qualificação intelectual e técnica.
Já conhecemos os milagres de Lula. Agora só falta conhecermos a verdade.

Coronelismo, enxada e PT: a escolha do atraso

Basta olhar os mapas eleitorais das três últimas eleições gerais no Brasil, para constatar esta fabulosa transmutação do pretensamente "moderno" em irrecusável atraso: as bases eleitorais do PT se mudaram para os chamados grotões, e as práticas mais nefastas do clientelismo, do voto de cabresto, do fisiologismo, das alianças com o que existe de mais atrasado nesses cantos recuados do Brasil, se perpetuam hoje nas políticas ditas de "inclusão" que nada mais são do que a preservação da pobreza, da dependência política e social, enfim, o curral eleitoral com que trabalharam todos os coronéis da política brasileira, desde os tempos do Império. Esse é o partido que pretende fazer avançar o Brasil, e que na verdade consagra o atraso e corroi as instituições.
Paulo Roberto de Almeida 

O poder do latifúndio nos domínios do PT

José Nêumanne
O Estado de S.Paulo, 23/05/2012
Petrolina e, como a cidade às margens do São Francisco, Pernambuco inteiro, pela voz de seu governador, Eduardo Campos (do clã Alencar, do Cariri cearense), indignaram-se com as críticas ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, por ter destinado 90% de todas as verbas da pasta ao seu Estado. Também a Paraíba mobilizou suas tropas retóricas para atacar qualquer um que lembrasse a circunstância de o novo ministro das Cidades do mesmo governo soi-disant socialista de Dilma Rousseff, Aguinaldo Ribeiro, ser neto de Agnaldo Veloso Borges, vilão histórico da esquerda acusado de ter mandado matar os líderes camponeses João Pedro Teixeira e Margarida Maria Alves. Agora vem o repórter Leonencio Nossa, da sucursal de Brasília deste jornal, lembrar que o dono da empreiteira Delta - campeã de obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e citada nas denúncias contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira -, Fernando Cavendish, é bisneto do coronel Veremundo Soares, de Salgueiro.
A Salgueiro do tempo dos coronéis tornou-se lendária pela citação num dos clássicos do repertório de outro sertanejo de Pernambuco, Luiz Gonzaga, em sua homenagem ao pai, o sanfoneiro Januário, do Vale do Araripe: "De Itaboca a Rancharia, de Salgueiro a Bodocó, Januário é o maior". Hoje em dia, a região notabiliza-se pelo comércio de carros roubados e pelas plantações de Cannabis sativa, que a tornaram uma espécie de capital informal do "perímetro da maconha". Assim como as plantações de coca florescem nos sovacos dos Andes bolivianos e em outros locais inóspitos, a "erva maldita" cresce e dá bons lucros num território que antes era definido como "polígono das secas" e agora recebe a crua denominação de semiárido. Neste ano, em que ocorre o mais penoso período de estiagem no Nordeste em 30 anos, por mais que incendeie roças da matéria-prima para a droga com a qual os viciados costumam se iniciar, a polícia não dá conta de seu avanço sertão adentro.
A exclusão do nome do bisneto do coronel Veremundo dos convocados a depor na CPI do bicheiro goiano reforça as evidências históricas de que a força inesgotável das oligarquias com poder sediado no sertão representa para a região específica e para todo o Brasil uma praga pior do que o flagelo das secas periódicas e a maconha perene.
Na falta de chuvas deste ano, a situação aflitiva das populações sertanejas é amenizada pela esmola estatal da Bolsa-Família. A famosa bravata de dom Pedro II, que prometeu empenhar o último diamante da coroa imperial para evitar que um cearense morresse de fome, foi assumida pela República assistencialista, que adotou o "neocoronelismo" com cartão magnético e trocou o voto de cabresto pelo sufrágio do guidom. Pois o jegue foi substituído pela moto, financiada a perder de vista, mas também a perder da vida, pois o comprador é dizimado nas rodovias em acidentes fatais e dificilmente sobrevive à própria dívida. No entanto, os animais criados pelas famílias dos camponeses pobres são sacrificados pela inclemência climática e pela insensibilidade do Estado ausente.
O poder do latifúndio no passado foi tema de clássicos da sociologia brasileira, tais comoCoronelismoEnxada Voto, de Victor Nunes Leal, CoronelCoronéis - Apogeu e Declíniodo Coronelismo no Nordeste, de Marcos Vinicios Vilaça e Roberto Cavalcanti de Albuquerque, e Família Coronelismo no Brasil - Uma História de Poder, de André Heráclio do Rêgo. A "inclusão" dos costumes desse mandonismo na República petista tem merecido um estudioso à altura desses citados expoentes da sociologia do latifúndio, o professor Luiz Werneck Vianna, que no artigo As cidades e o sertão, publicado nesta página, esclareceu: "Está aí a mais perfeita tradução da quasímoda articulação, no processo de modernização capitalista do País, entre o moderno e o atraso, ilustração viva do ensaio de José de Souza Martins A Aliança entre Capital e Propriedade da Terra: a Aliança do Atraso (in A Política do Brasil Lúmpen e Místico, São Paulo, Editora Contexto, 2011) e que se vem atualizando por meio da conversão do imenso estoque de capital social, econômico e político do latifúndio tradicional, que se processa no circuito da política e mediante favorecimento da ação estatal, em que seus herdeiros se reciclam para o exercício de papéis modernos. Para quem é renitente em não ver, este é o lado obscuro do nosso presidencialismo de coalizão, via escusa em que os porões da nossa História se maquiam e mudam para continuarem em suas posições de mando". Ou seja, "ou fingimos que mudamos ou eles mudam contra nós" - parafraseando o príncipe de Salina, protagonista do romance O Leopardo.
O maquiavélico conselho do cínico protagonista da obra-prima de Giuseppe Tomasi di Lampedusa ao sobrinho Tancredi traduz a aliança entre os socialistas pragmáticos do PT e os senhores da terra do semiárido. Não se trata de acusar o neto pelos crimes atribuídos ao avô nem de atribuir ao bisavô os deslizes do bisneto, e sim de reconhecer a renitente sobrevivência do semifeudalismo rural sertanejo nos costumes políticos do Brasil contemporâneo. A transposição do Rio São Francisco, anunciada para matar a sede dos sertanejos, não passa de truque retórico para dar cunho social a uma obra faraônica, que custará caro ao contribuinte e entregará a água a quem já tem a terra para irrigar. A estéril discussão sobre os efeitos do clima no semiárido, sem consequências práticas, representa a manutenção do domínio político e econômico dos oligarcas, confirmado por fatos.
Este ano, a prefeitura de Campina Grande, centro universitário de alta tecnologia, será disputada por Daniela, irmã de Aguinaldo Ribeiro e neta de Agnaldo Veloso Borges, por Romero Rodrigues, primo do senador Cássio, parente de Zé Cunha Lima, de Brejo de Areia, e por Tatiana Medeiros, apoiada pelo prefeito Veneziano Vital do Rêgo Segundo, parente do célebre Chico Heráclio do Rego, personagem-síntese do mandonismo no sertão.
JORNALISTA E ESCRITOR,  É EDITORIALISTA DO 'JORNAL DA TARDE'

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Que tal fechar a ABIN?

Os arapongas se destinam, supostamente, a defender o Estado de Direito, as instituições públicas, prevenindo ataques e desmantelando ameaças ao funcionamento normal do aparelho de Estado.
Nos últimos dez anos (e mesmo antes), e provavelmente no futuro também, os inimigos do Estado fazem o que querem, sem que haja, como deveria haver, prevenção, desarticulação, identificação dos líderes.
Curiosamente isso nunca ocorreu, seja com MST, com CUT, ou outros movimentos que poderiam ser chamados de terroristas.
Acho melhor fechar a ABIN, um órgão notoriamente castrado e sem qualquer função aparente, menos a de gastar o nosso dinheiro inutilmente...
Paulo Roberto de Almeida



Prédio do Ministério da Fazenda é invadido por trabalhadores rurais







Prédio do Ministério da Fazenda é invadido por trabalhadores rurais

A mobilização ocorreu simultaneamente em vários estados, segundo a coordenadora-geral, com o objetivo de destravar a pauta de reivindicações do movimento, encaminhada ao governo federal em abril

Agencia Brasil: um orgao parecido com os fascistas de Hitler...

Andei lendo um pouco de história, nos últimos dias, sobretudo um livro que dava destaque a Alfred Rosenberg, o ideólogo do NSAPD, o partido nazista alemão, e que se vangloriava de ter influenciado Hitler na confecção de Mein Kampf.
Curiosamente, encontrei vários pontos em comum com o trabalho que Rosenberg fazia no Volkisher Beobachter, o jornal oficial do movimento nazista, e o trabalho da Agência Brasil, tal como relatado abaixo.
Rosenberg também publicava notícias distorcidas, por vezes as mais ridículas, como a Agência tristemente chamada de Brasil (e que mereceria ser fechada). Em qualquer desgraça que acontecesse em qualquer canto da Alemanha, Rosenberg procurava algum "dedo" judeu, e se não existisse, ele pelo menos sugeria que poderia haver algum escondido em alguma parte. A Agência que não merece o nome tem militantes sectários, não jornalistas, entre seus comensais...
Tudo a ver, de fato...
Paulo Roberto de Almeida 



A fonte oficial
Carlos Brickmann, 23.05.2012

A luta partidária para demonizar os adversários está tão grande que contaminou o noticiário. Uma reportagem da Agência Brasil - que, sendo do Governo, é reproduzida sem maiores cuidados em pequenos jornais, blogs, portais, é lida em emissoras de rádio, é divulgada em tevês locais - publicou informações incorretas a respeito de Policarpo Junior.

O senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, ex-presidente da República, apresentou requerimento solicitando declarações do jornalista à CPI dos Bingos, de 2006. A Agência Brasil publicou a notícia do requerimento transcrevendo-o, sem analisá-la: "O requerimento para resgatar informações prestadas pelo jornalista Policarpo Junior (...) à CPI dos Bingos (...)" Só que Policarpo Junior não prestou depoimento algum à CPI do Fim do Mundo (apelido que foi dado à CPI dos Bingos e que quase se transformou em seu nome oficial).

Diante dos protestos pela evidente falsidade da notícia, a Agência Brasil corrigiu o erro, doze horas depois - cometendo um erro ainda maior: disse que as declarações de Policarpo Junior tinham sido feitas à CPI da Loterj, na Assembléia do Rio, e ao Conselho de Ética da Câmara, e atribuiu as informações à assessoria de Fernando Collor. Um telefonema para o alvo dos ataques? Não, nada disso: bastou uma declaração da assessoria de Fernando Collor. E Fernando Collor, desde o início da atual CPI, deixou claro que seu alvo era Veja.

Talvez ainda esteja irritado com a revista pela entrevista com seu irmão Pedro, que iniciou o processo que culminaria com seu impeachment. A Agência Brasil se comportou como a Velhinha de Taubaté, a imortal criação de Luiz Fernando Veríssimo, a última pessoa do país que acreditava no Governo. Só que, no caso, a Velhinha de Taubaté acreditava em Fernando Collor.

O caso é que Policarpo Junior não esteve na CPI da Loterj nem na Comissão de Ética da Câmara. E, portanto, não falou nada. Dois erros seguidos, iguais, ambos demonizando o adversário do momento. E o consumidor de informação? Ora, quem está preocupado com ele, se o importante é xingar o adversário?

O Brasil e sua cooperacao internacional - artigo analitico

Meu amigo Bruno Ayllon Pino, espanhol que conhece como poucos o Brasil, me envia uma nota que parece ter interesse para todos aqueles que estudam a cooperação prestada pelo Brasil.



Caras e caros
O newsletter D+C (Devolpment + Cooperation) da Alemanha publicou uma materia sobre o Brasil e sua cooperaçao.


Acho que é interessante conhecer o que se escreve ao respeito na Alemanha.
abraços
Bruno
-- 
Bruno Ayllón Pino

Editora Contexto e Jaime Pinsky - 25 anos de trabalhos meritórios

Cinco anos atrás, a Editora Contexto comemorou seus primeiros vinte anos de vida. Comemorei o fato à minha maneira: lendo o livro que ela compôs para a ocasião, sobre os avanços (ou recuos) do Brasil no período, e fazendo uma resenha. Ela agora comemora, em 2012, 25 anos de trabalho exemplar e publica mais um livro.
"25 Anos: o contexto histórico", organizado pelo seu editor, Jaime Pinsky, com a participação de diversos colaboradores (alguns já presentes no dos 20 anos).
O lançamento-debate vai ser feito na Livraria Cultura de S.Paulo (Av. Paulista), no dia 4 de junho, as 19hs. (Apareça cedo, senão não vai ter lugar...).


Aqui abaixo a resenha que eu fiz do livro dos 20 anos. Quando puder, farei a dos 25 anos (se o editor for gentil e me enviar um exemplar...).
Não estou de acordo com alguns capítulos do primeiro volume (como se pode ver abaixo), que achei fracos e desfocados, e provavelmente não estarei de acordo tampouco com alguns da nova edição. Mas reconheço o valor de uma reflexão séria sobre nosso país, mesmo quando ela sofre certos desvios acadêmicos e pretensamente inteluctualoides. A iniciativa é boa e deveria haver mais desse tipo de empreendimento em outras editoras (mais focadas no lucro, talvez).
O importante é o debate, de qualidade.
Paulo Roberto de Almeida 

Colocando o Brasil num contexto de vinte anos

Jaime Pinsky (org.)
O Brasil no contexto, 1987-2007
São Paulo: Contexto, 2007, 256 p.; ISBN: 978-85-7244-353-1; R$ 33,00

Personalidades egocêntricas encomendam obras de arte com um foco enaltecedor de suas supostas qualidades: elas são egoisticamente centrípetas. O editor-historiador Jaime Pinsky é uma personalidade centrífuga e o lema de sua editora é, apropriadamente, “promovendo a circulação do saber”. Ele realmente tem muito a comemorar em vinte anos de disseminação ativa da cultura universitária, que ajudou a promover no Brasil pós-ditadura. Em lugar de uma grande festa, ele oferece um balanço honesto e uma avaliação sóbria de como o Brasil mudou – algumas vezes, para pior – nas duas primeiras décadas de existência da sua editora.
Uma consulta ao índice confirma que o retrato cobre campos relevantes da vida nacional: economia, trabalho e renda, política externa, política interna, direitos humanos, cultura, saúde, esportes, mulheres, jornalismo, turismo, cidades, nutrição, alfabetização, comportamento e estudos da língua. As mudanças mais perceptíveis foram provavelmente observadas na língua e nos comportamentos, com a geração internet e um intenso recurso a novos modismos de origem americana. A economia e a política também sofreram grandes mudanças, mas o balanço nessas áreas pode não ser dos mais gratificantes, uma vez que as decepções se acumulam em ambas.
Antonio Corrêa de Lacerda refaz a trajetória de luta contra a inflação, mas é obrigado a constatar que as políticas econômicas mobilizadas foram incapazes de promover a retomada do crescimento. Márcio Pochman analisa as transformações estruturais no mercado de trabalho e lamenta as tendências à flexibilização da legislação trabalhista, sem registrar que a rigidez desta última está na origem da informalidade e do desemprego. Demétrio Magnoli não poupa o irrealismo da atual política externa, acusando-a de nostálgica do “Brasil potência”. Na política interna, Leandro Fortes enfatiza o crescimento do fisiologismo e da corrupção: ele acredita que ocorreu uma “despolitização deliberada do povo brasileiro nas últimas duas décadas”. O paradoxo é que “a cultura política nativa estagnou-se nas bordas do século XIX, embora movida a urnas eletrônicas”. No campo dos direitos humanos, Marco Mondaino constata que o Brasil legal avançou, mas mantém o abismo desumano do Brasil real, cruel para os pobres.
O texto sobre as cidades é sociologicamente impressionista, perdendo a oportunidade de efetuar um diagnóstico dos graves problemas urbanos acumulados em duas décadas de baixos investimentos em infra-estrutura. Da mesma forma, o ensaio sobre alfabetização se perde em considerações tipicamente acadêmicas sobre a “psicogênese da língua escrita”, o construtivismo e o letramento, deixando de lado o contexto desse grave problema: ele não é tão somente residual, uma vez que o analfabetismo funcional estende-se assustadoramente (mas disso não há traço no texto). O médico Aristodemo Pinotti oferece, em contrapartida, uma boa apresentação das mudanças ocorridas na saúde, com a consolidação do SUS, a ampliação da cobertura, avanços na prevenção primária e a expulsão da classe média do sistema público. O capítulo seguinte informa que a desnutrição recuou bastante no Brasil, sendo hoje basicamente marginal; os problemas do sobrepeso e da obesidade “ganham corpo”, se ousamos a expressão. Na política cultural, fomos do “neopopulismo difuso para a valorização do mecenato privado agenciado pelo Estado”.
Nas “transformações da língua”, acompanhamos a salada cultural dos neologismos, as inovações do “tucanês” e do “lulês”, sem esquecer os ataques nacionalistas do deputado Aldo Rebelo contra os estrangeirismos e a voga do politicamente correto. As mulheres obtiveram grandes conquistas, mas sua participação política ainda é restrita. O texto sobre comportamento é pouco objetivo, enfocando as trajetórias diferentes de três mulheres de 20, 30 e 40 anos. Para o jornalismo, João Batista Natali prefere concentrar-se nas mudanças técnicas, que podem ameaçar a sobrevivência do papel e tinta. Nos esportes, Heródoto Barbeiro acompanha o crescimento do profissionalismo e o impacto da globalização, ao passo que o turismo recebe tratamento desigual, combinando dados objetivos e impressões do autor. Ataliba de Castilho, finalmente, realiza um excelente levantamento dos estudos lingüísticos no Brasil, com uma bibliografia atualizada e uma discussão bem estruturada dos progressos alcançados pela Lingüística no país, inclusive graças ao próprio trabalho da Editora Contexto na difusão de bons títulos nessa área.
Não se oferecem conclusões, nem Jaime Pinsky realiza, em sua introdução, uma síntese dos problemas tratados, contentando-se em apresentar os autores e se perguntar se os sonhos de democracia, de justiça social e as aspirações de cultura, saúde e alimentação balanceada podem ser realizados. Os autores são todos “prata da casa” e as receitas obtidas com a venda do livro são destinadas a projetos educacionais beneméritos. Excelente decisão para uma editora voltada para a “disseminação do saber”. Vamos agora aguardar o livro dos trinta anos, em novo contexto...

Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, 25 de março de 2007)

Stefan Zweig - NYRBs editions




Dear Paulo Almeida,
We are pleased to announce the publication of Confusion by Stefan Zweig. This novella, in a new translation by Anthea Bell, is introduced by George Prochnik. For a limited time we are offering all NYRB Classics by Stefan Zweig at 30% off.

By Stefan Zweig
Introduction by George Prochnik
A new translation from the German by Anthea Bell


Roland is a young student who, after spending his early university days in Berlin strolling the streets and seducing young ladies, has agreed to focus on his academic career in a provincial university. He becomes fascinated by his new professor and is inspired to concentrate on his studies. The relationship benefits both of them since Roland persuades his teacher to finish the great work of scholarship that he has been laboring at for years.
Yet the professor's moods dramatically veer between enthusiasm and despair, and he disappears unexpectedly for days at a time. Furthermore, the professor's relationship with his much younger and beautiful wife is not as it should be. A puzzled Roland finds himself struggling as he tries to understand his own tenuous relationship with the couple.
As George Prochnik writes in his introduction: "In Confusion, people are befuddled about their feelings, their work, their duties, and their drives. Events spin round and round in a mad dance of discombobulation. Zweig brilliantly evokes the way that confusion can function as a pathogen—taking over the life of one person who then spreads that misapprehension willy-nilly among his intimates and on down through the generations."

$14.00 | Special Offer: $9.80


Read George Prochnik's introduction.

"Confusion is one of his finest and most exemplary works... a perfect reminder of, or introduction to, Zweig's economy and subtlety as a writer." —Robert Macfarlane, The Times Literary Supplement
Other titles by Stefan Zweig, also at 30% off

Introduction by
Peter Gay
Translated by
Joel Rotenburg

$12.95
Special Offer: $9.07

Introduction by
Joan Acocella
Translated by 
Phyllis and Trevor Blewitt

$16.95
Special Offer: $11.87 

Introduction by
André Aciman
Translated by 
Anthea Bell

$14.00
Special Offer: $9.80

Translated by
Joel Rotenberg

$14.00
Special Offer: $9.80
New York Review Books, 435 Hudson Street, Suite 300, New York, NY 10014
Forward to a friend
| Update email address

Por que algumas sociedades continuam pobres? - Resenha por Jared Diamond

Um dos livros mais importantes publicados nos últimos tempos. O resenhista, Jared Diamond, é um cientista, foi editor de uma revista científica para jovens, nos EUA, Discover (que eu assinava muitos anos atrás), e é autor de vários livros; dentre os mais conhecidos estão: Armas, Germes e Aço e Colapso!
Paulo Roberto de Almeida 



What Makes Countries Rich or Poor?

JUNE 7, 2012

Jared Diamond

The New York Review of Books, May 23, 2012
Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty
by Daron Acemoglu and James A. Robinson 
Crown, 529 pp., $30.00                                                  
diamond_1-060712.jpg
Women in Darfur returning from Kutum market to the Fata Borno camp for internally displaced persons under the protection of African Union soldiers, January 2007; photograph by Gary Knight from Questions Without Answers: The World in Pictures by the Photographers of VII. The book has just been published by Phaidon.
The fence that divides the city of Nogales is part of a natural experiment in organizing human societies. North of the fence lies the American city of Nogales, Arizona; south of it lies the Mexican city of Nogales, Sonora. On the American side, average income and life expectancy are higher, crime and corruption are lower, health and roads are better, and elections are more democratic. Yet the geographic environment is identical on both sides of the fence, and the ethnic makeup of the human population is similar. The reasons for those differences between the two Nogaleses are the differences between the current political and economic institutions of the US and Mexico.
This example, which introduces Why Nations Fail by Daron Acemoglu and James Robinson, illustrates on a small scale the book’s subject.* Power, prosperity, and poverty vary greatly around the world. Norway, the world’s richest country, is 496 times richer than Burundi, the world’s poorest country (average per capita incomes $84,290 and $170 respectively, according to the World Bank). Why? That’s a central question of economics.
Different economists have different views about the relative importance of the conditions and factors that make countries richer or poorer. The factors they most discuss are so-called “good institutions,” which may be defined as laws and practices that motivate people to work hard, become economically productive, and thereby enrich both themselves and their countries. They are the basis of the Nogales anecdote, and the focus of Why Nations Fail. In the authors’ words:
The reason that Nogales, Arizona, is much richer than Nogales, Sonora, is simple: it is because of the very different institutions on the two sides of the border, which create very different incentives for the inhabitants of Nogales, Arizona, versus Nogales, Sonora.
Among the good economic institutions that motivate people to become productive are the protection of their private property rights, predictable enforcement of their contracts, opportunities to invest and retain control of their money, control of inflation, and open exchange of currency. For instance, people are motivated to work hard if they have opportunities to invest their earnings profitably, but not if they have few such opportunities or if their earnings or profits are likely to be confiscated.
There is no doubt that good institutions are important in determining a country’s wealth. But why have some countries ended up with good institutions, while others haven’t? The most important factor behind their emergence is the historical duration of centralized government. Until the rise of the world’s first states, beginning around 3400 BC, all human societies were bands or tribes or chiefdoms, without any of the complex economic institutions of governments. A long history of government doesn’t guarantee good institutions but at least permits them; a short history makes them very unlikely. One can’t just suddenly introduce government institutions and expect people to adopt them and to unlearn their long history of tribal organization.
That cruel reality underlies the tragedy of modern nations, such as Papua New Guinea, whose societies were until recently tribal. Oil and mining companies there pay royalties intended for local landowners through village leaders, but the leaders often keep the royalties for themselves. That’s because they have internalized their society’s practice by which clan leaders pursue their personal interests and their own clan’s interests, rather than representing everyone’s interests.
The various durations of government around the world are linked to the various durations and productivities of farming that was the prerequisite for the rise of governments. For example, Europe began to acquire highly productive agriculture 9,000 years ago and state government by at least 4,000 years ago, but subequatorial Africa acquired less productive agriculture only between 2,000 and 1,800 years ago and state government even more recently. Those historical differences prove to have huge effects on the modern distribution of wealth. Ola Olsson and Douglas Hibbs showed that, on average, nations in which agriculture arose many millennia ago—e.g., European nations—tend to be richer today than nations with a shorter history of agriculture (e.g., subequatorial African nations), and that this factor explains about half of all the modern national variation in wealth. Valerie Bockstette, Areendam Chanda, and Louis Putterman showed further that, if one compares countries that were equally poor fifty years ago (e.g., South Korea and Ghana), the countries with a long history of state government (e.g., South Korea) have on the average been getting rich faster than those with a short history (e.g., Ghana).
An additional factor behind the origin of the good institutions that I discussed above is termed “the reversal of fortune,” and is the subject of Chapter 9 of Why Nations Fail. Among non-European countries colonized by Europeans during the last five hundred years, those that were initially richer and more advanced tend paradoxically to be poorer today. That’s because, in formerly rich countries with dense native populations, such as Peru, Indonesia, and India, Europeans introduced corrupt “extractive” economic institutions, such as forced labor and confiscation of produce, to drain wealth and labor from the natives. (By extractive economic institutions, Acemoglu and Robinson mean practices and policies “designed to extract incomes and wealth from one subset of society [the masses] to benefit a different subset [the governing elite].”)
But in formerly poor countries with sparse native populations, such as Costa Rica and Australia, European settlers had to work themselves and developed institutional incentives rewarding work. When the former colonies achieved independence, they variously inherited either the extractive institutions that coerced the masses to produce wealth for dictators and the elite, or else institutions by which the government shared power and gave people incentives to pursue. The extractive institutions retarded economic development, but incentivizing institutions promoted it.
The remaining factor contributing to good institutions, of which Acemoglu and Robinson mention some examples, involves another paradox, termed “the curse of natural resources.” One might naively expect countries generously endowed with natural resources (such as minerals, oil, and tropical hardwoods) to be richer than countries poorer in natural resources. In fact, the trend is opposite, the result of the many ways in which national dependence on certain types of natural resources (like diamonds and oil) tends to promote bad institutions, such as corruption, civil wars, inflation, and neglect of education.
An example, mentioned in Chapter 12, is the diamond boom in Sierra Leone, which contributed to that nation’s impoverishment. Other examples are Nigeria’s and the Congo’s poverty despite their wealth in oil and minerals respectively. In all three of those cases, selfish dictators or elites found that they themselves could become richer by taking the profits from natural resources for their personal gain, rather than investing the profits for the good of their nation. But some countries with prescient leaders or citizens avoided the curse of natural resources by investing the proceeds in economic development and education. As a result, oil-producing Norway is now the world’s richest country, and oil-producing Trinidad and Tobago now enjoys an income approaching that of Britain, its former colonial ruler.
Those are the main sets of institutional factors promoting power, prosperity, or poverty, and their roots. The other large set consists of geographic factors with direct economic consequences not mediated by institutions. One of those geographic factors leaps out of a map of the world in Why Nations Fail that depicts national incomes. On that map, both Africa and the Americas resemble peanut butter sandwiches, with thick cores of poor tropical countries squeezed between two thin slices of richer countries in the north and south temperate zones.
In the New World the two north temperate countries (the US and Canada, average incomes respectively $47,390 and $43,270) and the three south temperate countries (Uruguay, Chile, and Argentina, respectively $10,590, $10,120, and $8,620) are all richer—on the average five times richer—than almost all of the intervening seventeen tropical countries of mainland Central and South America (incomes mostly between $1,110 and $6,970). Similarly, mainland Africa is a sandwich of thirty-seven mostly desperately poor tropical countries, flanked by two thin slices each consisting of five modestly affluent or less desperately poor countries in Africa’s north and south temperate zones (see map).
Diamond-Africa_map-060212
Mainland Africa’s ‘peanut butter sandwich’ of national wealth. Tropical African countries constitute a thick core between two thinner slices of countries in the north and south temperate zones. All temperate mainland African countries except landlocked Lesotho in the south have average annual incomes above $2,400 (gray), ranging up to over $12,000. All except three tropical mainland African countries—Equatorial Guinea, Gabon, and Angola— have average incomes below $2,200 (red), ranging down to as low as $170 (Burundi).
While institutions are undoubtedly part of the explanation, they leave much unexplained: some of those richer temperate countries are notorious for their histories of bad institutions (think of Algeria, Argentina, Egypt, and Libya), while some of the tropical countries (e.g., Costa Rica and Tanzania) have had relatively more honest governments. What are the economic disadvantages of a tropical location?
Two major factors contribute to the poverty of tropical countries compared to temperate countries: diseases and agricultural productivity. The tropics are notoriously unhealthy. Tropical diseases differ on average from temperate diseases, in several respects. First, there are far more parasitic diseases (such as elephantiasis and schistosomiasis) in tropical areas, because cold temperate winters kill parasite stages outside our bodies, but tropical parasites can thrive outside our bodies all year long. Second, disease vectors, such as mosquitoes and ticks, are far more diverse in tropical than in temperate areas.
Finally, biological characteristics of the responsible microbes have made it easier to develop vaccines against major infectious diseases of temperate areas than against tropical diseases; we still aren’t close to a vaccine against malaria, despite billions of dollars invested. Hence tropical diseases impose a huge burden on economies of tropical countries. At any given moment, much of the population is sick and unable to work efficiently. Many women in tropical areas can’t join the workforce because they are constantly nursing and caring for babies conceived as insurance against the expected deaths of some of their older children from malaria.
As for agricultural productivity, it averages lower in tropical than in temperate areas, again for several reasons. First, temperate plants store more energy in parts edible to us humans (such as seeds and tubers) than do tropical plants. Second, diseases borne by insects and other pests reduce crop yields more in the tropics than in the temperate zones, because the pests are more diverse and survive better year-round in tropical than in temperate areas. Third, glaciers repeatedly advanced and retreated over temperate areas, creating young nutrient-rich soils. Tropical lowland areas haven’t been glaciated and hence tend to have older soils, leached of their nutrients by rain for thousands of years. (Young fertile volcanic and alluvial soils are exceptions.) Fourth, the higher average rainfall of tropical than of temperate areas results in more nutrients being leached out of the soil by rain.
Finally, higher tropical temperatures cause dead leaves and other organic matter falling to the ground to be broken down quickly by microbes and other organisms, releasing their nutrients to be leached away. Hence in temperate areas soil fertility is on average higher, crop losses to pests lower, and agricultural productivity higher than in tropical areas. That’s why Argentina in South America’s south temperate zone, despite its conspicuous lack (for most of its history) of the good institutions praised by economists, is the leading food exporter in Latin America, and one of the leading ones in the world.
Thus, geographical latitude acting independently of institutions is an important geographic factor affecting power, prosperity, and poverty. The other important geographic factor is whether an area is accessible to ocean-going ships because it lies either on the sea coast or on a navigable river. It costs roughly seven times more to ship a ton of cargo by land than by sea. That puts landlocked countries at an economic disadvantage, and helps explain why landlocked Bolivia and semilandlocked Paraguay are the poorest countries of South America. It also helps explain why Africa, with no river navigable to the sea for hundreds of miles except the Nile, and with fifteen landlocked nations, is the poorest continent. Eleven of those fifteen landlocked African nations have average incomes of $600 or less; only two countries outside Africa (Afghanistan and Nepal, both also landlocked) are as poor.
The remaining major factor underlying wealth and poverty is the state of the natural environment. All human populations depend to varying degrees on renewable natural resources—especially on forests, water, soils, and seafood. It’s tricky to manage such resources sustainably. Countries that excessively deplete their resources—whether inadvertently or intentionally—tend to impoverish themselves, although the difficulty of estimating accurately the costs of resource destruction causes economists to ignore it. It helps explain why notoriously deforested countries—such as Haiti, Rwanda, Burundi, Madagascar, and Nepal—tend to be notoriously poor and politically unstable.
These, then, are the main factors invoked to understand why nations differ in wealth. The factors are multiple and diverse. We all know, from our personal experience, that there isn’t one simple answer to the question why each of us becomes richer or poorer: it depends on inheritance, education, ambition, talent, health, personal connections, opportunities, and luck, just to mention some factors. Hence we shouldn’t be surprised that the question of why whole societies become richer or poorer also cannot be given one simple answer.
Within this frame, Acemoglu and Robinson focus on institutional factors: initially on economic institutions, and then on the political institutions that create them. In their words, “while economic institutions are critical for determining whether a country is poor or prosperous, it is politics and political institutions that determine what economic institutions a country has.” In particular, they stress what they term inclusive economic and political institutions: “Inclusive economic institutions…are those that allow and encourage participation by the great mass of people in economic activities that make best use of their talents and skills and that enable individuals to make the choices they wish.” For example, in South Korea but not in North Korea people can get a good education, own property, start a business, sell products and services, accumulate and invest capital, spend money in open markets, take out a mortgage to buy a house, and thereby expect that by working harder they may enjoy a good life.
Such inclusive economic institutions in turn arise from “political institutions that distribute power broadly in society and subject it to constraints…. Instead of being vested in a single individual or a narrow group, [inclusive] political power rests with a broad coalition or a plurality of groups.” South Korea recently, and Britain and the US beginning much earlier, do have broad participation of citizens in political decisions; North Korea does not. Inclusive economic and political institutions provide individuals with incentives to increase their economic productivity as they think best. Such inclusive institutions are to be contrasted with absolutist political institutions that narrowly concentrate political power, and with extractive economic institutions that force people to work largely for the benefit of dictators. The ultimate development of inclusive political institutions to date is in modern Scandinavian democracies with universal suffrage and relatively egalitarian societies. However, compared to modern dictatorships (like North Korea) and the absolute monarchies widespread in the past, societies (such as eighteenth-century Britain) in which only a minority of citizens could vote or participate in political decisions still represented a big advance toward inclusiveness.
From this striking dichotomy, the authors draw thought-provoking conclusions. While absolutist regimes with extractive economic institutions can sometimes achieve economic growth, that growth is based on existing technology, and is nonsustainable and prone to collapse; whereas inclusive institutions are required for sustained growth based on technological change. One might naively expect dictators to promote long-term economic growth, because such growth would generate more wealth for them to extract. But their efforts are warped, because what’s economically good for individual citizens may be bad for the political elite, and because economic growth may be best promoted by political institutions that would shake the elite’s hegemony.
Why Nations Fail offers case studies to illustrate these points: the economic rises and subsequent declines of the Soviet Union and the Ottoman Empire; the resistance of tsarist Russia and the Habsburg Empire to building railroads, out of fear that they would undermine the landed aristocracy’s power and foster revolution; and, especially relevant today, the likely future trajectory of Communist China, whose growth prospects appear unlimited to many Western observers—but not to Acemoglu and Robinson, who write that China’s growth “is likely to run out of steam.”
In their narrow focus on inclusive institutions, however, the authors ignore or dismiss other factors. I mentioned earlier the effects of an area’s being landlocked or of environmental damage, factors that they don’t discuss. Even within the focus on institutions, the concentration specifically on inclusive institutions causes the authors to give inadequate accounts of the ways that natural resources can be a curse. True, the book provides anecdotes of the resource curse (Sierra Leone cursed by diamonds), and of how the curse was successfully avoided (in Botswana). But the book doesn’t explain which resources especially lend themselves to the curse (diamonds yes, iron no) and why. Nor does the book show how some big resource producers like the US and Australia avoid the curse (they are democracies whose economies depend on much else besides resource exports), nor which other resource-dependent countries besides Sierra Leone and Botswana respectively succumbed to or overcame the curse. The chapter on reversal of fortune surprisingly doesn’t mention the authors’ own interesting findings about how the degree of reversal depends on prior wealth and on health threats to Europeans.
Two major factors that Acemoglu and Robinson do mention, only to dismiss them in a few sentences, are tropical diseases and tropical agricultural productivity:
Tropical diseases obviously cause much suffering and high rates of infant mortality in Africa, but they are not the reason Africa is poor. Disease is largely a consequence of poverty and of governments being unable or unwilling to undertake the public health measures necessary to eradicate them…. The prime determinant of why agricultural productivity—agricultural output per acre—is so low in many poor countries, particularly in sub-Saharan Africa, has little to do with soil quality. Rather, it is a consequence of the ownership structure of the land and the incentives that are created for farmers by the governments and institutions under which they live.
These sweeping statements, which will astonish anyone knowledgeable about the subjects, brush off two entire fields of science, tropical medicine and agricultural science. As I summarized above, the well-known facts of tropical biology, geology, and climatology saddle tropical countries with much bigger problems than temperate countries.
A second weakness involves the historical origins of what Acemoglu and Robinson identify as inclusive economic and political institutions, with their consequences for wealth. Some countries, such as Britain and Japan, have such institutions, while other countries, such as Ethiopia and the Congo, don’t. To explain why, the authors give a just-so story of each country’s history, which ends by concluding that that story explains why that country either did or didn’t develop good institutions. For instance, Britain adopted inclusive institutions, we are told, as a result of the Glorious Revolution of 1688 and preceding events; and Japan reformed its institutions after 1868; but Ethiopia remained absolutist. Acemoglu and Robinson’s view of history is that small effects at critical junctures have long-lasting effects, so it’s hard to make predictions. While they don’t say so explicitly, this view suggests that good institutions should have cropped up randomly around the world, depending on who happened to decide what at some particular place and time.
But it’s obvious that good institutions, and the wealth and power that they spawned, did not crop up randomly. For instance, all Western European countries ended up richer and with better institutions than any tropical African country. Big underlying differences led to this divergence of outcomes. Europe has had a long history (of up to nine thousand years) of agriculture based on the world’s most productive crops and domestic animals, both of which were domesticated in and introduced to Europe from the Fertile Crescent, the crescent-shaped region running from the Persian Gulf through southeastern Turkey to Upper Egypt. Agriculture in tropical Africa is only between 1,800 and 5,000 years old and based on less productive domesticated crops and imported animals.
As a result, Europe has had up to four thousand years’ experience of government, complex institutions, and growing national identities, compared to a few centuries or less for all of sub-Saharan Africa. Europe has glaciated fertile soils, reliable summer rainfall, and few tropical diseases; tropical Africa has unglaciated and extensively infertile soils, less reliable rainfall, and many tropical diseases. Within Europe, Britain had the further advantages of being an island rarely at risk from foreign armies, and of fronting on the Atlantic Ocean, which became open after 1492 to overseas trade.
It should be no surprise that countries with those advantages ended up rich and with good institutions, while countries with those disadvantages didn’t. The chain of causation leading slowly from productive agriculture to government, state formation, complex institutions, and wealth involved agriculturally driven population explosions and accumulations of food surpluses, leading in turn to the need for centralized decision-making in societies much too populous for decision-making by face-to-face discussions involving all citizens, and the possibility of using the food surpluses to support kings and their bureaucrats. This process unfolded independently, beginning around 3400 BC, in many different parts of the ancient world with productive agriculture, including the Fertile Crescent, Egypt, China, the Indus Valley, Crete, the Valley of Mexico, the Andes, and Polynesian Hawaii.
The remaining weakness is the authors’ resort to assertion unsupported or contradicted by facts. An example is their attempt to expand their focus on institutions in order to explain the origins of agriculture. All humans were originally hunter/gatherers who independently became farmers in only about nine small areas scattered around the world. A century of research by botanists and archaeologists has shown that what made those areas exceptional was their wealth of wild plant and animal species suitable for domestication (such as wild wheats and corn).
While the usual pattern was for nomadic hunter/gatherers to become sedentary farmers, there were exceptions: some nomadic hunter/gatherers initially became nomadic farmers (Mexico and lowland New Guinea) while others never became farmers (Aboriginal Australia); some sedentary hunter/gatherers became sedentary farmers (the Fertile Crescent) while others never became farmers (Pacific Northwest Indians); and some sedentary farmers reverted to being nomadic hunter/gatherers (southern Sweden about four thousand years ago).
In their Chapter 5, Acemoglu and Robinson use one of those exceptional patterns (that for the Fertile Crescent) to assert, in the complete absence of evidence, that those particular hunter/gatherers had become sedentary because, for unknown reasons, they happened to develop innovative institutions through a hypothesized political revolution. They assert further that the origins of farming depended on their preferred explanation of institutional innovation, rather than on the local availability of domesticable wild species identified by botanists and archaeologists.
Among arguments to refute that widely shared interpretation, Acemoglu and Robinson redraw in their Map 5 on page 56 the maps on pages 56 and 66 of archaeobotanists Daniel Zohary and Maria Hopf’s book Domestication of Plants in the Old World, depicting the distributions of wild barley and of one of the two hybrid ancestors of one of the three wheats (which Acemoglu and Robinson misleadingly identify just as “wheat”). They take these maps to mean that “the ancestors of barley and wheat were distributed along a long arc” beyond the Fertile Crescent, hence that the Fertile Crescent’s unique role in agriculture’s origins “was not determined by the availability of plant and animal species.”
What Zohary and Hopf actually showed was that wild emmer wheat is confined to the Fertile Crescent, and that the areas of extensive spread of wild barley and wild einkorn wheat are also confined to the Fertile Crescent, and that the wild ancestors of all the other original Fertile Crescent crops are also confined to or centered on the Fertile Crescent, and hence that the Fertile Crescent was the only area in which local agriculture could have arisen. Acemoglu and Robinson do themselves a disservice by misstating these findings.
My overall assessment of the authors’ argument is that inclusive institutions, while not the overwhelming determinant of prosperity that they claim, are an important factor. Perhaps they provide 50 percent of the explanation for national differences in prosperity. That’s enough to establish such institutions as one of the major forces in the modern world. Why Nations Fail offers an excellent way for any interested reader to learn about them and their consequences. Whereas most writing by academic economists is incomprehensible to the lay public, Acemoglu and Robinson have written this book so that it can be understood and enjoyed by all of us who aren’t economists.
Why Nations Fail should be required reading for politicians and anyone concerned with economic development. The authors’ discussions of what can and can’t be done today to improve conditions in poor countries are thought-provoking and will stimulate debate. Donors and international agencies try to “engineer prosperity” either by foreign aid or by urging poor countries to adopt good economic policies. But there is widespread disappointment with the results of these well-intentioned efforts. Acemoglu and Robinson pithily diagnose the cause of these disappointing outcomes in their final chapter: “Attempting to engineer prosperity without confronting the root cause of the problems—extractive institutions and the politics that keeps them in place—is unlikely to bear fruit.”
  1. *
    Full disclosure: I provided a book jacket quote of praise. I co-edited one book and co-organized two conferences with James Robinson.