O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aviso aos Navegantes (sobre alguns fatos recorrentes, em face dos quais é impossível calar...) - P. R. Almeida

-->
Aviso aos Navegantes
(sobre alguns fatos recorrentes, em face dos quais é impossível calar...)

Paulo Roberto de Almeida
 
Por que o aviso, por que aos navegantes?
“Aviso aos navegantes” é uma expressão muito antiga, originalmente usada na navegação costeira ou de cabotagem, mas que adquiriu o status de frase corriqueira, quando se pretende avisar alguém de alguma mudança inopinada no cenário habitual, ou alertar os incautos sobre alguns cuidados que convém tomar no ambiente em que se está ou em caminhos que se atravessa. No contexto aqui usado a expressão se refere, apenas e tão somente, a uma advertência de minha parte aos que, por acaso frequentando estas páginas, possam eventualmente considerar que alguns dos posts aqui inseridos, ou algo da linguagem aqui utilizada são suscetíveis, justamente, de ferir suscetibilidades ou de trazer algum tipo de desconforto aos que por aqui navegam distraidamente e possam se sentir “atingidos” por qualquer mensagem subliminar ou claramente dirigida (como é meu hábito, talvez péssimo, não costumo esconder o que penso sobre certas coisas).
Em outros termos, “aviso aos navegantes” não tem muito a ver com o que vou dizer aqui, a não ser de forma alegórica, ou simbólica, mas eu digo mesmo assim. O aviso, na verdade, é uma forma de resposta aos que me alertam sobre a inconveniência de certas frases ou comentários aqui postados, que possam eventualmente ter sido considerados como provocatórios demais, quem sabe até ofensivos aos olhos e ouvidos (e o que mais couber) de certas pessoas, ou personagens da vida pública, alarmados (com razão) com a crueza, ou aspereza de postagens de natureza puramente informativa (mas sobre isso eu não preciso me desculpar, já que sou apenas mensageiro, neste caso) ou seus acompanhamentos opinativos ou até condenatórios (mas isso eu tenho direito de fazer, e não me eximo de fazê-lo). Que horror, não é mesmo?
Os navegantes, por sua vez, são todos aqueles que por aqui passam, ou que a este espaço são levados, ou trazidos, ou induzidos (que sabe abduzidos?) em virtude dessas repetições involuntárias e incontroláveis neste vasto espaço cibernético que constitui o imenso free lunch que nos é oferecido pelo capitalismo monopolista virtual, para alegria de alguns e desespero de outros (em todo caso, thanks Blogspot, muito obrigado Google, pela oportunidade de dar a palavra a quem tem o que dizer).
Feita a explicação introdutória quanto aos dois termos, passemos à substância, ou seja, ao próprio aviso aos navegantes. Ele é motivado pelo fato de que vozes certamente amigas (podem ser inimigas, também, o que não faz muita diferença) me pedem por vezes para exercer moderação neste espaço de puro divertissement, querendo com isso dizer que devo manter uma atitude ponderada, ou de comedimento, em face das muitas surpresas (muitas delas extremamente desagradáveis, reconheçamos) que nos traz o noticiário cotidiano sobre certos usos e costumes não exatamente recomendáveis mas que andam se disseminando de forma exageradamente rápida na terra dita dos papagaios. Os que são bem informados – a maioria que frequenta este espaço, assim espero – sabem precisamente do que estou falando: aos muitos casos surpreendentes que pipocam todos os dias no noticiário político, mas que mais bem fariam se fossem acomodados nas páginas policiais ou na dos crimes hediondos.
De fato, é incrível: nem bem termina um escândalo (na verdade, eles nunca terminam), logo começa outro, e depois mais outro, e mais um, logo adiante, talvez até nos mesmos locais e com os mesmos personagens do primeiro, numa inacreditável sequência de “mal feitos” sucessivos, abusos repetidos, com a mesma “cara-de-pau” de alguns aloprados dos quais nem sabíamos a existência. Incrível capacidade possuem os companheiros para acumular patifarias sobre patifarias, fraudes sobre fraudes, um crime depois do outro, malversações bizarras depois de mistificações primárias. Mas não só os companheiros, e suas quadrilhas habituais e outras menos conhecidas, mas também categorias nunca antes imaginadas, que julgávamos impolutas, como juízes, delegados e procuradores desta republiqueta jabuticabal, que resolvem igualmente contribuir com sua cota de malfeitorias para agravar o ambiente de degradação moral e de decadência institucional que já contaminou vastos territórios e espaços da já citada terra dos papagaios (e de vários outros animais, no sentido estrito e no figurado).
Aos alarmados, aos que me alertam, quando apenas me limito a transcrever esses causos por aqui, informo simplesmente que não sou culpado de nada, a não ser pelo fato de me constituir numa espécie de mensageiro de notícias mal cheirosas, extremamente desagradáveis. A mim elas me atingem de modo particularmente doloroso, respeitador que sou das leis e regras desta terra – por mais absurdas que algumas sejam – e também como contribuinte compulsório da cornucópia de impostos que somos obrigados a recolher – e muitos outros mais que nem precisamos recolher – e cujo resultado acaba sendo desviado não só pelos patifes declarados, mas igualmente por todos aqueles companheiros que vivem e se locupletam indevidamente do dinheiro público, isto é, do meu, do seu, do nosso dinheiro. E por que eu teria de ter, para sermos mais diretos, toda esta indignação?
Creio que deve ser por revolta, talvez ingênua, pela incapacidade de reação à altura, por impossibilidade de assistir passivamente ao festival de crimes que desaba, literalmente, sobre todos nós, e também por certo espírito anarquista, o que me impele a sempre protestar quando contemplo abusos de autoridades, pela natural aversão ao arbítrio dos poderosos, ou simples indignação em face das fraudes recorrentes cometidas por aqueles que se locupletam a partir do duro labor dos contribuintes honestos e obrigados, mas que são virtualmente impotentes frente a esse cenário de horrores repetidos. Daí o grito virtual, daí a denúncia, daí as manifestações de inconformidade, por mais inócuos e inoperantes que estas pareçam, ou possam de fato ser, num quadro de desmazelos repetidos e jamais terminados. Bem, eu pelo menos tento fazer a minha parte, neste trabalho de formiguinha cibernética.
E o que eu poderia dizer aos que, alarmados pelo desvio de funções deste espaço que deveria ser apenas de estudo e análise de questões internacionais, me recomendam moderação e prudência, contenção e discrição, talvez até conformismo e silêncio? Não sei exatamente o que fazer, e por isso mesmo este “aviso aos navegantes”, um tanto quanto frustrante, em face de tantas irregularidades recorrentes, em presença de tamanha fragilidade defensiva de todos aqueles, como eu, que assistimos a essas cenas de horror republicano, de fato estupefatos e quase desalentados pela nossa impotência quando já adivinhamos a impunidade e a retomada mais adiante dos mesmos feitos.
O que, portanto, poderia eu responder aos que me recomendam, ainda assim, moderação e prudência, talvez omissão e esquecimento?
Talvez isto: alguém precisa levantar-se e proclamar as velhas virtudes da honestidade cidadã, antigos hábitos de correção republicana, modestas práticas de adesão à verdade, de coerência com as regras e valores transmitidos por aqueles que nos precederam neste largo itinerário da barbárie à civilização, de simples coerência com lógica elementar que pretende a superioridade do bem contra o mal, do acatamento ao direito em face da contravenção, da decência contra o crime.
E poderia ser de outra forma? Alguém, abertamente, seria contra tudo isso que conta com meu assentimento, ou a favor de tudo aquilo que merece minha condenação sem compromisso, sem meias palavras, sem qualquer complacência? Creio que não. Se alguém tiver algo contra minha atitude, seria preciso dizer franca e abertamente, talvez até anonimamente. Em todo caso, continuarei fazendo o que sempre fiz, talvez ao custo de alguns percalços funcionais, de certas conveniências e oportunidades nos ambientes que frequento, no plano social ou profissional.
Sinto muito pela contrariedade ou incômodo que tal tipo de atitude possa causar em certos “navegantes”. Alguém – e tenho certeza de que são muitos, como eu – precisa assumir o ônus de atitudes contrarianista, quando elas se dirigem ao bem comum e a favor da elevação dos padrões de cidadania.
Afina de contas, se todos seguirmos essas simples regras de indignação cidadã, quem sabe não poderia esta terra dos papagaios, em algum dia não muito distante, se converter numa nação mais decente na qual se viver, talvez até um país mais normal, mais conforme aos nossos ideais republicanos, e, por isso mesmo, menos desgostoso de se contemplar, simplesmente mais limpo? É tudo o que espero...

São Paulo-Brasília, 25 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

"Cumpanheros: mais cuidado nos negocios..."

Xiiii! A coisa anda feia. O pessoal estava acostumado a roubar em paz, sem problemas, e acabaram se descuidando, deixando pistas, falando muito ao telefone, se vangloriando dos feitos, gastando muito, fazendo exibicionismo de cartão corporativo, enfim, só não usaram (ainda?) aquelas metralhadoras de tambor redondo com as quais o pessoal do Al Capone recepcionava os intocáveis e eliminava concorrentes.
Que feio, cumpanheros. Assim nossa quadrilha vai acabar nas grades...

Funcionários da presidência em SP são demitidos
VEJA.com, 24/11/2012

A presidente Dilma Rousseff determinou, neste sábado, a demissão da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada na sexta-feira. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação indicam que a servidora usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência. Dilma ainda determinou a exoneração ou afastamento de todos os indiciados pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. Dessa forma, o número dois da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda Alves, também deixará o cargo. Na manhã deste sábado, a presidente se reuniu no Palácio da Alvorada, em Brasília, com o advogado-geral Luís Inácio Adams para avaliar os desdobramentos das investigações da PF. Como os diretores das agências reguladoras tiveram seus nomes aprovados em sabatinas no Senado, eles precisam responder aos processos antes de serem formalmente exonerados.

As apurações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. Desde o estouro da operação, a AGU montou uma espécie de força tarefa para analisar os documentos das investigações policiais e verificar a abrangência dos danos causados à autarquia pela atuação de José Weber de Holanda Alves.

Reservadamente, informaram fontes do Planalto, a saída de Rosemary será oficializada como “a pedido”, uma forma de preservar a relação próxima da chefe de gabinete com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por determinação da Presidência, a Agência Nacional de Águas (ANA), Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vão investigar em detalhes, por meio de sindicância, a participação de servidores das autarquias no esquema criminoso. Todos os suspeitos investigados pela Polícia Federal também vão responder a processos disciplinares.

Mais cedo neste sábado, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, já havia anunciado o afastamento de Rubens Carlos Vieira do cargo de Diretor de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC. Vieira foi um dos investigados na operação Porto Seguro.

As traficâncias de Rose
Segundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.

Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.

Brics: discussao na Columbia University (27/11)

Universidade Columbia, NY, discute papel dos BRICs no crescimento global

Liderado pelo brasileiro Marcos Troyjo e o francês Christian Deseglise, BRICLab reúne empresários, políticos e acadêmicos em 27 de novembro





A Universidade Columbia, de Nova York, através de de seu BRICLab – Fórum sobre Brasil, Rússia, Índia e China –, em parceria com o jornal “Financial Times”, vai realizar a Conferência “BRICS: The Quest for Global Growth”, no dia 27 de novembro.

Acadêmicos, empresários e políticos debaterão, a partir de uma perspectiva dos BRICs, temas como inovação e sustentabilidade, recuperação da economia americana, crise das dívidas soberanas na Europa e novos rumos da economia chinesa.
Professor Marcos Troyjo: "Mais do que criativos, os BRICs têm de ser inovadores"
O Professor Marcos Troyjo, codiretor do BRICLab da Columbia, entende que os BRICs tiveram suas ascensão econômica num cenário que já não existe mais. Troyjo afirma: “Os BRICs haverão de passar por uma metamorfose e se converter em pólos dinâmicos de tecnologia, ou perderão relevância. Mais do que criativos, os BRICs têm de ser inovadores. É a necessidade dessa mudança de DNA que debateremos. Todos querem saber para onde vão o Brasil e os BRICs. Mais do que expectativa, há muita esperança quanto à performance desses gigantes econômicos.”
Já Christian Deseglise, também codiretor do BRICLab e diretor de Global Asset Management do HSBC, lembra que de 1992 a 1995 o crescimento global era dividido por Japão, Europa e Estados Unidos, com fatias de 40%, 30% e 20%, respectivamente. Mas, de 2005 a 2010, os emergentes responderam por cerca de 60% do crescimento mundial; a Europa, por 30%; e os Estados Unidos, por 15%. Para Deseglise, o Fundo Monetário Internacional projeta que, em 2012, 80% do crescimento virão dos BRICs.
Os conferencistas de “BRICS: The Quest for Global Growth” também examinarão o quadro de fragilidades e potencialidades de cada um dos BRICs e o papel que podem desempenhar na promoção dos fluxos internacionais de comércio e investimentos.
Em dois painéis, serão debatidos a conjuntura global e seus impactos empresariais nos BRICs. O quadro de palestrantes é composto por: Liam Casey, CEO da PCH International; James Crombie, editor da “Bloomberg Brief”; Christian Deseglise, codiretor do BRICLab; Timothy Frye, especialista em Rússia e diretor do Harriman Institute, Columbia University; Mark Gyetvay, CFO da Novatek; Stephen King, economista-chefe do HSBC; Robert C. Lieberman, reitor, interino, da Columbia University School of International and Public Affairs; Xiaobo Lu, professor do Barnard College e pesquisador sobre China no Council on Foreign Affairs; Marcelo Lyra, vice-presidente da Braskem; Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil; Arvind Panagariya, especialista em Índia e professor da Columbia University; Gregory Stoupnitzky, especialista em Energia e diretor da CIS Capital LLC; Jan Svejnar, diretor do Centro sobre Governança Econômica Global da Columbia University; Alessandro Teixeira, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil; Thomas J. Trebat, diretor, Columbia Global Center, Rio de Janeiro, Brasil; Marcos Troyjo, codiretor do BRICLab, Columbia University; Jonathan Wheatley, editor-adjunto de Mercados Emergentes do “Financial Times”; e Mark Zeffiro, CFO da TriMas Corporation.
Fundada em 1754, a Columbia University é uma das mais antigas instituições de ensino superior dos Estados Unidos e já abrigou quatro presidentes americanos e 82 agraciados com o Prêmio Nobel, buscando continuamente ampliar as fronteiras do conhecimento e promover a compreensão e o direcionamento dos temas globais.
O BRICLab da Columbia University, fundado em 2011, é um centro voltado à ascensão de Brasil, Rússia, Índia e China nas relações internacionais contemporâneas. Promove um curso oferecido em nível de pós-graduação intitulado “The Rise of BRIC”, além de séries com palestrantes convidados, programas de Educação Executiva e conferências anuais realizadas em Nova York e em cada um dos BRICs.

sábado, 24 de novembro de 2012

Sauvas freireanas querem manter o atraso educacional brasileiro

Dependendo do bando de ignaros que se manifesta abaixo, o MEC vai continuar um reduto do atraso e um covil dos incompetentes.
Exemplos como esse me convencem cada vez mais que a educacao brasileira nao tem nenhuma solucao positiva no futuro previsivel e que ela apenas continuara' a se deteriorar continuamente. Nao existe nenhuma chance de que esse cenario mude para melhor em funcao da mentalidade da maior parte dos professores.Mas, não deixa de ser divertido ler, e reler, o besteirol costumeiro dos pedagogos freireanos, uma síntese perfeita da indigência cultural que grassa no pleistoceno de Brasilia.
Paulo Roberto de Almeida



21 DE NOVEMBRO DE 2012 - 17H41 

Professores rejeitam nomeação da privatista Cláudia Costin no MEC


Apesar de muito criticada por sua visão neoliberal e privatizante, a atual secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, poderá ser nomeada por Aloizio Mercadante para a Secretaria de Educação Básica do MEC. 


Cláudia Costin
Claudia Costin, NÃO! - dizem pedagogos
Após dez meses como ministro da Educação, Aloizio Mercadante ainda tenta montar sua equipe. O atual secretário de Educação Básica, César Callegari, entregou o cargo. Sua missão, desde que assumiu o lugar ocupado pela professora Maria do Pilar Lacerda durante a gestão de Fernando Haddad, foi terminar o projeto do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado esta semana pela presidenta Dilma Rousseff.

Callegari alegou razões pessoais e familiares para deixar a função e voltar para São Paulo, onde morava antes de se mudar para Brasília. O sociólogo foi a primeira mudança feita por Aloizio Mercadante na equipe deixada pelo ex-ministro Fernando Haddad. Callegari foi secretário municipal de Educação de Taboão da Serra (SP) e duas vezes presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Para o seu lugar, Mercadante convidou a atual secretária de Educação do município do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, que prontamente aceitou o convite. Cláudia volta para a capital federal, onde foi ministra da Administração e Reforma do Estado durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Paulistana, ela é uma conhecida privatizante e foi diretora Fundação Victor Civita, do ultraneoliberal Grupo Abril/Veja. 
Preocupação entre professoresImportantes setores da pedagogia no país manifestam profunda preocupação com a nomeação de Cláudia Costin, que foi ministra da Administração no governo Fernando Henrique Cardoso e esteve à frente de funções ligadas ao desmonte do Estado brasileiro.

Um grupo de pesquisadores em educação e ciências sociais divulgou a seguinte nota manifestando suas fortes preocupações em relação à nomeação de Cláudia Costin:

A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho docente, a perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones neoliberais têm sido implementadas por Cláudia Costin à frente da Secretaria Municipal da Educação na cidade do Rio de Janeiro.

Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em cadernos e apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais, ampliam o abandono da educação básica da grande maioria da população, historicamente relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de Janeiro, professores, gestores e funcionários têm sido alvo de aliciação pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração extraordinária pelo desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da unidade escolar, como compensação aos baixos salários.

Não por caso, quando ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos.

Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que segue a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais a educação básica, direito social e subjetivo, mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda do ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo, em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012. Esta visão bastarda de educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos. Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação humana em repetições rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ­ideais que incorporam todos os traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias.

Delegar à administradora esse setor vital da educação brasileira é declinar de todos os embates e propostas da educação para ter uma política própria de educação básica como formação humana, em favor do tecnicismo e da intervenção de grupos privados no interior das escolas públicas.

Professores, pesquisadores estudantes e suas entidades representativas vêm, publicamente, protestar contra o arbítrio economicista, degradante e mutilador para a educação das gerações de jovens da educação básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil.

Cláudia Costin, NÃO!

Dermeval Saviani –Unicamp
Mirian Jorge Warde – PUC-SP
Roberto Leher - UFRJ
Gaudêncio Frigotto – UERJ
Virginia Fontes- UFF/Fiocruz
Maria Ciavatta - UFF
Dante Henrique Moura - IFRN
Vânia Cardoso Motta - UFRJ
Eveline Algebaile – UERJ
Domingos Leite Filho. UTPr
Sônia Maria Rummert - UFF
Marise Ramos –UERJ e FIOCRUZ
Olinda Evangelista – UFSC
Domingos Leite Filho - UTPr
Laura Fonseca – UFRGS
Carmen Sylvia Morais - USP
Sônia Kruppa - USP 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"PT of Interest": seriado americano foca quadrilha companheira

Faz sentido: os seriados americanos são muito rápidos em transformar eventos da vida corrente -- mesmo a mais sórdida, como parece ser a que atualmente se desenvolve no Brasil -- em dramas televisivos, com direito a simplificações, troca de Buenos Aires por qualquer coisa próxima do portunhol, mas com fartas doses de realismo, que obviamente fica muito aquém da realidade.
Não sei se apareceu algum cadáver de prefeito nesse seriado americano, dólares na cueca, ou pilhas de dinheiro em hoteis de aeroportos, enfim, tudo é possível, inclusive porque a realidade supera muito, e como, a ficção.
Se os roteiristas precisarem de alguma assessoria quanto aos hábitos do guerrilheiros reciclados, inclusive daqueles treinados pela Seguridad cubana, eu posso talvez ajudar, já que sei como certos personagens patéticos, que se tomam por Richelieu do cerrado central, foram treinados para não deixar rastros nas patifarias imensas que estão habituados a cometer.
Os americanos são profissionais, mas existem profissionais ainda mais profissionais do que eles...
Paulo Roberto de Almeida 

Seriado americano liga PT a fraudes
Globo online, 23/11/2012

Nem o boom econômico nem o julgamento do mensalão conseguiram evitar que a política brasileira deixasse de ser tachada como corrupta em produções de origem americana. No capítulo do seriado “Person of interest” exibido no Brasil na última quarta-feira pela Warner Channel, a protagonista era Sofia Campos, filha de um diplomata brasileiro que sempre se atrasa para eventos oficiais e que pretende concorrer à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo o episódio, que usa reportagens fictícias escritas em português como imagens de apoio para dar corpo à trama, o grupo político que está no poder no país desde 2002 está envolvido em fraudes eleitorais e tem membros suscetíveis a subornos.

A série “Person of interest” faz sucesso desde o ano passado ao narrar a história de um bilionário misterioso que desenvolveu um programa de computador capaz de vigiar indivíduos e antecipar sua participação em crimes — seja como vítima, agressor ou testemunha. Em cada capítulo, o espectador acompanha a solução de um único caso.

No terceiro capítulo da segunda temporada, exibido na americana CBS no dia 18 do mês passado, os políticos brasileiros estão na mira. A morena Sofia Campos, interpretada pela mexicana Paloma Guzmán, é a filha indomável de Hector Campos — diplomata destacado para atuar no fictício consulado de Nova York e que é candidato à presidência do Brasil pelo PT.

“Sofia foi aceita em Oxford” — explica a voz do misterioso milionário em off já no segundo minuto da trama. “E o partido político do pai dela foi acusado de fraude na última eleição. Sequestros políticos não são incomuns no país dela”.

E, enquanto apresenta a protagonista, o seriado usa como imagens de apoio matérias fictícias publicadas por sites brasileiros sobre o PT. Numa delas, o título é claro: “DEM acusa de fraude o comitê eleitoral do PT”. No corpo da matéria, informa-se que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga o partido.

Quando Hector Campos entra em cena, a voz do milionário volta ao off e destaca que o diplomata não aprova o namoro de Sofia com um “mauricinho” de Nova York chamado Jack. “A campanha política de Hector salienta igualdade socioeconômica para todos. Enquanto isso, sua filha passeia pela cidade com um cara rico”.

Enquanto Sofia se envolve com narcotraficantes, o seriado levanta a hipótese de uma conexão entre a máfia e a política brasileira. E Sofia não colabora. “Ela já teve mais de seis seguranças este ano, ninguém consegue acompanhá-la” — explica o pai, ao contratar mais um brutamontes. “Nem os seguranças do consulado?” — questiona ele. “Não. Eles são brasileiros. Suscetíveis ao suborno político, à espionagem, a vazar fofocas para a imprensa.”

Geopolitique du Bresil - dossie special Revue Diplomatie

GDD n°8 – Géopolitique du Brésil

En 1941, réfugié au Brésil pour fuir les horreurs de la Seconde Guerre mondiale, Stefan Zweig publie Le Brésil, terre d’avenir. L’écrivain autrichien est séduit par la beauté du territoire, la chaleur, la cordialité et le pacifisme de ses habitants. Cette « terre d’avenir » fut cependant trop souvent cantonnée au statut de puissance en devenir (donc non encore établie). À travers ce rang de puissance émergente, le Brésil parvient difficilement à se faire pleinement entendre au sein d’une communauté internationale dont le jeu semble figé depuis 1945. Dès lors, comment accéder à la table des Grands ? Avec la présidence de Luiz Inácio Lula puis de Dilma Rousseff, le pays adopte une stratégie tous azimuts destinée, d’une part, à faire entendre la voix du Brésil au sein d’un système international verrouillé (par, notamment, un appareil diplomatique particulièrement efficace), et d’autre part, à créer les conditions d’une alternative à la mondialisation. Depuis le premier Forum social, Porto Alegre n’est plus seulement, en effet, le nom d’une ville brésilienne.
Il est devenu synonyme d’une posture de vigilance citoyenne et d’une remise en cause profonde des fondements mêmes d’une mondialisation plus tournée vers les profits financiers que vers le progrès humain. Et ce sursaut a gagné tous les pays. Cette posture brésilienne est le fruit d’une histoire atypique, qui ne s’est pas construite à coup de révolutions ou d’ostracisme, mais sur des valeurs d’ouverture et de tolérance. Car le Brésil est la nation, par delà toutes les autres, qui s’est le plus nourrie du positivisme d’Auguste Comte, jusqu’à l’inscrire dans sa devise nationale (« Ordre et Progrès »). Il n’est donc pas étonnant que Dilma Rousseff ait récemment choisi de se rendre à Porto Alegre et non à Davos.
En juin prochain, elle présidera la Conférence des Nations Unies sur le développement durable (dite « Rio+20 ») qui réunira notamment les délégations des anciennes comme des nouvelles puissances mondiales. L’« ancien monde » est-il préparé à cette « table des Grands » à la mode brésilienne ?
Portfolio – Ordem e progresso
Histoire
Tableau de bord – Le Brésil en quelques dates
Brésil : les enjeux de l’Histoire, entretien avec Denis Rolland, professeur à l’Université de Strasbourg et directeur d’études au Centre d’histoire de Sciences Po (Paris)
Portfolio – Quand le Sahara nourrit l’Amazone
Un État-monde
Tableau de bord – Un État-monde
Brésil : anatomie d’une puissance, par Hervé Théry, directeur de recherche au CNRS-CREDA (Centre de Recherche et de Documentation des Amériques), professeur invité à l’Universidade de São Paulo (USP), et co-fondateur de la revue en ligne Confins
Portfolio – Villes brésiliennes
Tableau de bord – 190 millions d’habitants et trois Brésils
Repères – L’immensité du Brésil ; Mers et fleuves à apprivoiser ; L’espace, un atout maître
Economie & Société
Tableau de bord – L’économie brésilienne ; Grandes entreprises et grandes fortunes
Le Brésil et la crise économique internationale actuelle, par Sergio Abreu e Lima Florencio, consul du Brésil à Vancouver
Focus – Le fer, un trésor du Brésil
Tableau de bord – L’économie brésilienne, forces et faiblesses
La participation au cœur de la politique urbaine au Brésil, par Elson Manoel Pereira, professeur à l’université de Santa Catarina, directeur du laboratoire « Villes et société » et membre du conseil scientifique du Centre d’études et de recherches sur le Brésil de l’UQAM
Focus – L’Amazonie : enjeux du vivant et biopiraterie
Géopolitique
Tableau de bord – Géopolitique du Brésil
La Grande Amazonie sud-américaine : un défi pour le Brésil, par Wanderley Messias da Costa, professeur à l’Université de São Paulo, et auteur de Geografia política e geopolítica: discursos sobre o território e o poder et de Dimensões humanas da atmosfera-biosfera na Amazônia
Focus – Le Brésil au Conseil de Sécurité des Nations Unies
Portfolio – Brésil-Afrique : célébration des grands événements et réalisme politique
Le Brésil en émergence : la conciliation de la croissance économique et de la justice socio-environnementale est-elle possible ?, par Anne Latendresse, professeur à l’Université du Québec à Montréal et directrice du Centre d’études et de recherches sur le Brésil (CERB)
Les méga-événements sportifs au Brésil : des jeux pour qui ?, par Mathieu Labrie, candidat à la maîtrise en études urbaines et Pierre-Mathieu Le Bel stagiaire postdoctoral à l’Université du Québec à Montréal – membres du CERB
Focus – Rio+20
Focus – Le Forum social mondial
Stratégies
Tableau de bord – Défense et défis stratégiques du Brésil
Stratégies brésiliennes et moyens militaires, entretien avec Bruno Muxagato, doctorant en relations internationales et enseignant à l’université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
Repères – Le front nord ; Le front ouest ; Le front sud ; Le front maritime
Tableau de bord – Qui surveille l’Amazonie ?
Prospective
Tableau de bord – Démographie et énergie : des enjeux d’avenir
Une prospective du Brésil vers 2022, par Paulo Roberto de Almeida, diplomate, professeur d’économie politique au Centre universitaire de Brasilia (Uniceub)

Les Grands Dossiers de Diplomatie n° 8, AREION Group/CAPRI, Paris, avril-mai 2012. 100 pages, 23 x 30 cm, broché (10,95 €)

Broken BRICs - Ruchir Sharma (Foreign Affairs)

Broken BRICs

Why the Rest Stopped Rising

Over the past several years, the most talked-about trend in the global economy has been the so-called rise of the rest, which saw the economies of many developing countries swiftly converging with those of their more developed peers. The primary engines behind this phenomenon were the four major emerging-market countries, known as the BRICs: Brazil, Russia, India, and China. The world was witnessing a once-in-a-lifetime shift, the argument went, in which the major players in the developing world were catching up to or even surpassing their counterparts in the developed world.
These forecasts typically took the developing world's high growth rates from the middle of the last decade and extended them straight into the future, juxtaposing them against predicted sluggish growth in the United States and other advanced industrial countries. Such exercises supposedly proved that, for example, China was on the verge of overtaking the United States as the world's largest economy-a point that Americans clearly took to heart, as over 50 percent of them, according to a Gallup poll conducted this year, said they think that China is already the world's "leading" economy, even though the U.S. economy is still more than twice as large (and with a per capita income seven times as high).
As with previous straight-line projections of economic trends, however-such as forecasts in the 1980s that Japan would soon be number one economically-later returns are throwing cold water on the extravagant predictions. With the world economy heading for its worst year since 2009, Chinese growth is slowing sharply, from double digits down to seven percent or even less. And the rest of the BRICs are tumbling, too: since 2008, Brazil's annual growth has dropped from 4.5 percent to two percent; Russia's, from seven percent to 3.5 percent; and India's, from nine percent to six percent.
None of this should be surprising, because it is hard to sustain rapid growth for more than a decade. The unusual circumstances of the last decade made it look easy: coming off the crisis-ridden 1990s and fueled by a global flood of easy money, the emerging markets took off in a mass upward swing that made virtually every economy a winner. By 2007, when only three countries in the world suffered negative growth, recessions had all but disappeared from the international scene. But now, there is a lot less foreign money flowing into emerging markets. The global economy is returning to its normal state of churn, with many laggards and just a few winners rising in unexpected places. The implications of this shift are striking, because economic momentum is power, and thus the flow of money to rising stars will reshape the global balance of power.
FOREVER EMERGING
The notion of wide-ranging convergence between the developing and the developed worlds is a myth. Of the roughly 180 countries in the world tracked by the International Monetary Fund, only 35 are developed. The markets of the rest are emerging-and most of them have been emerging for many decades and will continue to do so for many more. The Harvard economist Dani Rodrik captures this reality well. He has shown that before 2000, the performance of the emerging markets as a whole did not converge with that of the developed world at all. In fact, the per capita income gap between the advanced and the developing economies steadily widened from 1950 until 2000. There were a few pockets of countries that did catch up with the West, but they were limited to oil states in the Gulf, the nations of southern Europe after World War II, and the economic "tigers" of East Asia. It was only after 2000 that the emerging markets as a whole started to catch up; nevertheless, as of 2011, the difference in per capita incomes between the rich and the developing nations was back to where it was in the 1950s.
This is not a negative read on emerging markets so much as it is simple historical reality. Over the course of any given decade since 1950, on average, only a third of the emerging markets have been able to grow at an annual rate of five percent or more. Less than one-fourth have kept up that pace for two decades, and one-tenth, for three decades. Only Malaysia, Singapore, South Korea, Taiwan, Thailand, and Hong Kong have maintained this growth rate for four decades. So even before the current signs of a slowdown in the BRICs, the odds were against Brazil experiencing a full decade of growth above five percent, or Russia, its second in a row.
Meanwhile, scores of emerging markets have failed to gain any momentum for sustained growth, and still others have seen their progress stall after reaching middle-income status. Malaysia and Thailand appeared to be on course to emerge as rich countries until crony capitalism, excessive debts, and overpriced currencies caused the Asian financial meltdown of 1997-98. Their growth has disappointed ever since. In the late 1960s, Burma (now officially called Myanmar), the Philippines, and Sri Lanka were billed as the next Asian tigers, only to falter badly well before they could even reach the middle-class average income of about $5,000 in current dollar terms. Failure to sustain growth has been the general rule, and that rule is likely to reassert itself in the coming decade.
In the opening decade of the twenty-first century, emerging markets became such a celebrated pillar of the global economy that it is easy to forget how new the concept of emerging markets is in the financial world. The first coming of the emerging markets dates to the mid-1980s, when Wall Street started tracking them as a distinct asset class. Initially labeled as "exotic," many emerging-market countries were then opening up their stock markets to foreigners for the first time: Taiwan opened its up in 1991; India, in 1992; South Korea, in 1993; and Russia, in 1995. Foreign investors rushed in, unleashing a 600 percent boom in emerging-market stock prices (measured in dollar terms) between 1987 and 1994. Over this period, the amount of money invested in emerging markets rose from less than one percent to nearly eight percent of the global stock-market total.
This phase ended with the economic crises that struck from Mexico to Turkey between 1994 and 2002. The stock markets of developing countries lost almost half their value and shrank to four percent of the global total. From 1987 to 2002, developing countries' share of global GDP actually fell, from 23 percent to 20 percent. The exception was China, which saw its share double, to 4.5 percent. The story of the hot emerging markets, in other words, was really about one country.
The second coming began with the global boom in 2003, when emerging markets really started to take off as a group. Their share of global GDP began a rapid climb, from 20 percent to the 34 percent that they represent today (attributable in part to the rising value of their currencies), and their share of the global stock-market total rose from less than four percent to more than ten percent. The huge losses suffered during the global financial crash of 2008 were mostly recovered in 2009, but since then, it has been slow going.
The third coming, an era that will be defined by moderate growth in the developing world, the return of the boom-bust cycle, and the breakup of herd behavior on the part of emerging-market countries, is just beginning. Without the easy money and the blue-sky optimism that fueled investment in the last decade, the stock markets of developing countries are likely to deliver more measured and uneven returns. Gains that averaged 37 percent a year between 2003 and 2007 are likely to slow to, at best, ten percent over the coming decade, as earnings growth and exchange-rate values in large emerging markets have limited scope for additional improvement after last decade's strong performance.
PAST ITS SELL-BY DATE
No idea has done more to muddle thinking about the global economy than that of the BRICs. Other than being the largest economies in their respective regions, the big four emerging markets never had much in common. They generate growth in different and often competing ways-Brazil and Russia, for example, are major energy producers that benefit from high energy prices, whereas India, as a major energy consumer, suffers from them. Except in highly unusual circumstances, such as those of the last decade, they are unlikely to grow in unison. China apart, they have limited trade ties with one another, and they have few political or foreign policy interests in common.
A problem with thinking in acronyms is that once one catches on, it tends to lock analysts into a worldview that may soon be outdated. In recent years, Russia's economy and stock market have been among the weakest of the emerging markets, dominated by an oil-rich class of billionaires whose assets equal 20 percent of GDP, by far the largest share held by the superrich in any major economy. Although deeply out of balance, Russia remains a member of the BRICs, if only because the term sounds better with an R. Whether or not pundits continue using the acronym, sensible analysts and investors need to stay flexible; historically, flashy countries that grow at five percent or more for a decade -- such as Venezuela in the 1950s, Pakistan in the 1960s, or Iraq in the 1970s -- are usually tripped up by one threat or another (war, financial crisis, complacency, bad leadership) before they can post a second decade of strong growth.
The current fad in economic forecasting is to project so far into the future that no one will be around to hold you accountable. This approach looks back to, say, the seventeenth century, when China and India accounted for perhaps half of global GDP, and then forward to a coming "Asian century," in which such preeminence is reasserted. In fact, the longest period over which one can find clear patterns in the global economic cycle is around a decade. The typical business cycle lasts about five years, from the bottom of one downturn to the bottom of the next, and most practical investors limit their perspectives to one or two business cycles. Beyond that, forecasts are often rendered obsolete by the unanticipated appearance of new competitors, new political environments, or new technologies. Most CEOs and major investors still limit their strategic visions to three, five, or at most seven years, and they judge results on the same time frame.
THE NEW AND OLD ECONOMIC ORDER
In the decade to come, the United States, Europe, and Japan are likely to grow slowly. Their sluggishness, however, will look less worrisome compared with the even bigger story in the global economy, which will be the three to four percent slowdown in China, which is already under way, with a possibly deeper slowdown in store as the economy continues to mature. China's population is simply too big and aging too quickly for its economy to continue growing as rapidly as it has. With over 50 percent of its people now living in cities, China is nearing what economists call "the Lewis turning point": the point at which a country's surplus labor from rural areas has been largely exhausted. This is the result of both heavy migration to cities over the past two decades and the shrinking work force that the one-child policy has produced. In due time, the sense of many Americans today that Asian juggernauts are swiftly overtaking the U.S. economy will be remembered as one of the country's periodic bouts of paranoia, akin to the hype that accompanied Japan's ascent in the 1980s.
As growth slows in China and in the advanced industrial world, these countries will buy less from their export-driven counterparts, such as Brazil, Malaysia, Mexico, Russia, and Taiwan. During the boom of the last decade, the average trade balance in emerging markets nearly tripled as a share of GDP, to six percent. But since 2008, trade has fallen back to its old share of under two percent. Export-driven emerging markets will need to find new ways to achieve strong growth, and investors recognize that many will probably fail to do so: in the first half of 2012, the spread between the value of the best-performing and the value of the worst-performing major emerging stock markets shot up from ten percent to 35 percent. Over the next few years, therefore, the new normal in emerging markets will be much like the old normal of the 1950s and 1960s, when growth averaged around five percent and the race left many behind. This does not imply a reemergence of the 1970s-era Third World, consisting of uniformly underdeveloped nations. Even in those days, some emerging markets, such as South Korea and Taiwan, were starting to boom, but their success was overshadowed by the misery in larger countries, such as India. But it does mean that the economic performance of the emerging-market countries will be highly differentiated.
The uneven rise of the emerging markets will impact global politics in a number of ways. For starters, it will revive the self-confidence of the West and dim the economic and diplomatic glow of recent stars, such as Brazil and Russia (not to mention the petro-dictatorships in Africa, Latin America, and the Middle East). One casualty will be the notion that China's success demonstrates the superiority of authoritarian, state-run capitalism. Of the 124 emerging-market countries that have managed to sustain a five percent growth rate for a full decade since 1980, 52 percent were democracies and 48 percent were authoritarian. At least over the short to medium term, what matters is not the type of political system a country has but rather the presence of leaders who understand and can implement the reforms required for growth.
Another casualty will be the notion of the so-called demographic dividend. Because China's boom was driven in part by a large generation of young people entering the work force, consultants now scour census data looking for similar population bulges as an indicator of the next big economic miracle. But such demographic determinism assumes that the resulting workers will have the necessary skills to compete in the global market and that governments will set the right policies to create jobs. In the world of the last decade, when a rising tide lifted all economies, the concept of a demographic dividend briefly made sense. But that world is gone.
The economic role models of recent times will give way to new models or perhaps no models, as growth trajectories splinter off in many directions. In the past, Asian states tended to look to Japan as a paradigm, nations from the Baltics to the Balkans looked to the European Union, and nearly all countries to some extent looked to the United States. But the crisis of 2008 has undermined the credibility of all these role models. Tokyo's recent mistakes have made South Korea, which is still rising as a manufacturing powerhouse, a much more appealing Asian model than Japan. Countries that once were clamoring to enter the eurozone, such as the Czech Republic, Poland, and Turkey, now wonder if they want to join a club with so many members struggling to stay afloat. And as for the United States, the 1990s-era Washington consensus -- which called for poor countries to restrain their spending and liberalize their economies -- is a hard sell when even Washington can't agree to cut its own huge deficit.
Because it is easier to grow rapidly from a low starting point, it makes no sense to compare countries in different income classes. The rare breakout nations will be those that outstrip rivals in their own income class and exceed broad expectations for that class. Such expectations, moreover, will need to come back to earth. The last decade was unusual in terms of the wide scope and rapid pace of global growth, and anyone who counts on that happy situation returning soon is likely to be disappointed.
Among countries with per capita incomes in the $20,000 to $25,000 range, only two have a good chance of matching or exceeding three percent annual growth over the next decade: the Czech Republic and South Korea. Among the large group with average incomes in the $10,000 to $15,000 range, only one country -- Turkey -- has a good shot at matching or exceeding four to five percent growth, although Poland also has a chance. In the $5,000 to $10,000 income class, Thailand seems to be the only country with a real shot at outperforming significantly. To the extent that there will be a new crop of emerging-market stars in the coming years, therefore, it is likely to feature countries whose per capita incomes are under $5,000, such as Indonesia, Nigeria, the Philippines, Sri Lanka, and various contenders in East Africa.
Although the world can expect more breakout nations to emerge from the bottom income tier, at the top and the middle, the new global economic order will probably look more like the old one than most observers predict. The rest may continue to rise, but they will rise more slowly and unevenly than many experts are anticipating. And precious few will ever reach the income levels of the developed world.

Are the BRICs Broken? - Iliana Olivié (Elcano Institute)

Are the BRICs Broken?
Iliana Olivié
Expert Comment 34/2012 - 6/11/2012

Over four years ago, when Lehman Brothers went bankrupt, what had so far been the US subprime meltdown turned into a global financial crisis. Since then, life has been tough for the Western economies, struck by low growth or recession, unemployment, financial drought, fiscal deficit, mounting public debt, consumption in the doldrums and social unrest. These are just some of the symptoms of the West’s deep financial, economic and even social and political crises.
In such a context, it is very tempting to interpret the slow growth in China or Brazil as an indicator that the so-called emerging countries also jumped on the decade’s cheap financing bandwagon that has now come to an end for all of us. In fact, this appears to be the main argument underlying Ruchir Sharma’s recent analysis on the current performance of the BRIC countries (Brazil, Russia, India and China).
China’s growth has cooled down from double digits to less than 7%, while the other BRICs have taken a tumble, with their growth rates down by half. The evidence, the argument goes, suggests that emerging economies might always just be emerging and that what was thought to be the ‘rise of the rest’ might only be another boom-bust episode for developing and emerging countries –like the surge prior to the Tequila crisis of the 1990s, the Asian crises later in the decade or the Turkish crisis in the early 2000s–.
As the author points out: ‘[The] forecasts typically [take] the developing worlds’ high growth rates from the middle of the last decade and [extend] them straight into the future’. I fully agree with Sharma: this is misleading. However, it is advisable to look at some qualitative changes that have occurred before and during the golden 2000s and that might lead us to a different world economic and power map in the medium and long terms.
Growth versus Structural Change and Development
No doubt part of the reason why China and the rest of the BRICs grew so fast over the past decade is that the Western countries were growing too. Therefore, the BRICs took the opportunity to increase their exports to the main global consumption markets.
However, this economic dynamic was possible because the pillars for a steady –not necessarily even and constant– growth and economic development had been established and renewed for the previous three decades in several of the emerging economies. For instance, China’s first economic reform dates back to 1978, when the Communist Party decided to de-collectivise the agrarian sector. Since then, economic reforms have been constant. The main feature of the Chinese development model is that it has been able to adapt to new challenges (that is, economic challenges) both at the local and global levels. Brazil has been testing different development models since the 1950s. The expansion of the domestic market, regional exports and the consolidation of a local industry might be the muscle necessary to cope with the current slowdown in growth.
Actually, this steady path towards development in a very few but highly populated developing countries explains –mainly but not exclusively– the drop in hunger and extreme poverty levels that should lead to the accomplishment of the first of the Millenium Development Goals.
Emerging Countries have been Financing Developed Countries (and, this Time, Not Just Petro-dollars)
Another difference between what happened in the 2000s and previous boom episodes is that excess liquidity did not come from the developed countries or from oil-exporting economies. This time, part of the money came from emerging manufacturing countries. In fact, over the past decade the South was financing the North –as shown, for instance, by China’s accumulation of US public debt during most of the period–.
BRICs are Big (Individually)
It is big countries we are talking about. Of course, this is not the first time a developing country actually develops after the Second World War, in the current international order. It happened before to others like Norway, South Korea, Taiwan, New Zealand and Spain. But it is the first time this process is going on at the same time in at least three very big countries: China, Brazil and India.
Why is this so important? Because these countries will not need to adhere to a pre-established union or to informally join a certain group of economies, or to accept the rules of the game the way they are. All of them are becoming powerful global players (whether they like it or not) before being rich, and this is a new thing. This will probably change the current world order.
So it is difficult to predict what will happen in the near future. We do not even know whether the rise of China will be seen as a manifestation of the ‘superiority of authoritarian, state-run capitalism’ –something that, according to Sharma, could happen–. Perhaps it is more likely that China will experience a similar process to that of several of its neighbours –as its development model shares similarities with the South Korean, Taiwanese and Malaysian–. Social unrest should continue to rise as a new low-to-middle-class demanding more economic and new political and social rights starts to emerge out of extreme poverty and begins to flourish.
Sharma’s provocative and interesting article shows that analyses that view the development divide as a withering phenomenon due to a global catching-up process are far too optimistic –world inequalities are actually increasing, not decreasing–. Nevertheless, the 2000s have probably been much more than simply another episode involving a boom for the developing countries that will necessarily be followed by a bust, leaving things just the way they were last century.

Iliana Olivié is Senior Analyst at the Elcano Royal Institute and coordinator of the Elcano Global Presence Index (IEPG)

"Xefe" de quadrilha quer impor sua versao da historia...

Nem precisa impor, para os já convencidos de que o agente cubano é um "heroi" (de que povo mesmo?).
Os fraudadores e mentirosos não conseguem cumprir o que diz o estatuto do seu ajuntamento de totalitários aprendizes, que comanda expulsão para quem for pego com a boca na botija.
Ainda querem construir uma versão falsa da história. Pode ser que consigam em certos arraiais da embromação, da mentira e da fraude política.
Não com a ajuda, sequer com a omissão, deste blog.
Paulo Roberto de Almeida 

'Ninguém me tira a palavra', diz Dirceu

Em jantar na casa do advogado Hélio Madalena, o ex-ministro diz que Barbosa foi movido pelo 'ódio' e que recebeu solidariedade até dos EUA

Vera Rosa
O Estado de S.Paulo, 23 de novembro de 2012
José Dirceu, João Gomes, Luiz Sérgio e Paulo Rocha - Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
José Dirceu, João Gomes, Luiz Sérgio e Paulo Rocha
Na véspera da posse de Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - condenado a 10 anos e 10 meses de prisão - fez duras críticas a seu algoz. "Vou para a prisão, mas o direito a palavra ninguém me tira", afirmou Dirceu, durante jantar em sua homenagem, na quarta-feira, em Brasília.

O ex-todo poderoso ministro do governo Lula mostrou inconformismo com o julgamento do mensalão e disse que "o ódio imperou" na decisão de Barbosa. Na conversa com amigos e parlamentares do PT, na casa do advogado Hélio Madalena, no Lago Sul, Dirceu contou que já recebeu manifestações de apoio de autoridades de vários países, até mesmo dos Estados Unidos.

Os petistas prometeram organizar atos de desagravo a ele e ao ex-presidente do PT José Genoino, além de debates públicos sobre o julgamento. Hoje mesmo haverá uma reunião assim, em Osasco (SP), promovida pelo deputado João Paulo Cunha (PT), outro condenado no mensalão, com a participação de Dirceu e de Genoino.

O formato desses encontros foi tema do almoço de Dirceu com deputados do PT, também na quarta-feira, na casa do líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto, futuro secretário dos Transportes da Prefeitura de São Paulo.

Nas duas reuniões, Dirceu disse que se sente um "preso político" como nos tempos da ditadura e, mais uma vez, atacou a imprensa. Para ele, o Supremo foi influenciado por "forte pressão" da mídia no julgamento e fez uma interpretação "esdrúxula" da teoria do domínio funcional do fato - que dispensa atos de ofício - apenas para condená-lo.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT), presente ao jantar, disse que haverá vários movimentos em defesa de Dirceu e de Genoino, em dezembro, além daqueles organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista e Juventude do PT. Ninguém falou no ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também condenado.

"Vamos fazer um trabalho de formiguinha para provar à sociedade que esse julgamento foi político", comentou Vigilante. Questionado se Dirceu estava deprimido, ele respondeu que até se espantou com a tranquilidade do amigo. "Desde que conheço o Zé ele é do mesmo jeito. Nos momentos de dificuldade, quando a gente vai confortá-lo, é ele que conforta a gente."