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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"PT of Interest": seriado americano foca quadrilha companheira

Faz sentido: os seriados americanos são muito rápidos em transformar eventos da vida corrente -- mesmo a mais sórdida, como parece ser a que atualmente se desenvolve no Brasil -- em dramas televisivos, com direito a simplificações, troca de Buenos Aires por qualquer coisa próxima do portunhol, mas com fartas doses de realismo, que obviamente fica muito aquém da realidade.
Não sei se apareceu algum cadáver de prefeito nesse seriado americano, dólares na cueca, ou pilhas de dinheiro em hoteis de aeroportos, enfim, tudo é possível, inclusive porque a realidade supera muito, e como, a ficção.
Se os roteiristas precisarem de alguma assessoria quanto aos hábitos do guerrilheiros reciclados, inclusive daqueles treinados pela Seguridad cubana, eu posso talvez ajudar, já que sei como certos personagens patéticos, que se tomam por Richelieu do cerrado central, foram treinados para não deixar rastros nas patifarias imensas que estão habituados a cometer.
Os americanos são profissionais, mas existem profissionais ainda mais profissionais do que eles...
Paulo Roberto de Almeida 

Seriado americano liga PT a fraudes
Globo online, 23/11/2012

Nem o boom econômico nem o julgamento do mensalão conseguiram evitar que a política brasileira deixasse de ser tachada como corrupta em produções de origem americana. No capítulo do seriado “Person of interest” exibido no Brasil na última quarta-feira pela Warner Channel, a protagonista era Sofia Campos, filha de um diplomata brasileiro que sempre se atrasa para eventos oficiais e que pretende concorrer à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo o episódio, que usa reportagens fictícias escritas em português como imagens de apoio para dar corpo à trama, o grupo político que está no poder no país desde 2002 está envolvido em fraudes eleitorais e tem membros suscetíveis a subornos.

A série “Person of interest” faz sucesso desde o ano passado ao narrar a história de um bilionário misterioso que desenvolveu um programa de computador capaz de vigiar indivíduos e antecipar sua participação em crimes — seja como vítima, agressor ou testemunha. Em cada capítulo, o espectador acompanha a solução de um único caso.

No terceiro capítulo da segunda temporada, exibido na americana CBS no dia 18 do mês passado, os políticos brasileiros estão na mira. A morena Sofia Campos, interpretada pela mexicana Paloma Guzmán, é a filha indomável de Hector Campos — diplomata destacado para atuar no fictício consulado de Nova York e que é candidato à presidência do Brasil pelo PT.

“Sofia foi aceita em Oxford” — explica a voz do misterioso milionário em off já no segundo minuto da trama. “E o partido político do pai dela foi acusado de fraude na última eleição. Sequestros políticos não são incomuns no país dela”.

E, enquanto apresenta a protagonista, o seriado usa como imagens de apoio matérias fictícias publicadas por sites brasileiros sobre o PT. Numa delas, o título é claro: “DEM acusa de fraude o comitê eleitoral do PT”. No corpo da matéria, informa-se que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga o partido.

Quando Hector Campos entra em cena, a voz do milionário volta ao off e destaca que o diplomata não aprova o namoro de Sofia com um “mauricinho” de Nova York chamado Jack. “A campanha política de Hector salienta igualdade socioeconômica para todos. Enquanto isso, sua filha passeia pela cidade com um cara rico”.

Enquanto Sofia se envolve com narcotraficantes, o seriado levanta a hipótese de uma conexão entre a máfia e a política brasileira. E Sofia não colabora. “Ela já teve mais de seis seguranças este ano, ninguém consegue acompanhá-la” — explica o pai, ao contratar mais um brutamontes. “Nem os seguranças do consulado?” — questiona ele. “Não. Eles são brasileiros. Suscetíveis ao suborno político, à espionagem, a vazar fofocas para a imprensa.”

Um comentário:

Gustavo Mendonça disse...

Minha crítica ao seriado em questão é que os diretores devem conhecer somente superficialmente a politicagem petista ou o seriado seria de terror, gênero mais apropriado.

Abraços, professor.