O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Poluicao urbana: voce ainda pensa que Sao Paulo e' muito poluida? Pense outra vez...

O Financial Times nao deixa de ter senso de humor...
Mas Londres já foi, em outras épocas, uma cidade muito poluída, justamente pelo uso de carvao para aquecimento, o que foi abandonado posteriormente.
China e Índia fazem uso intensivo de carvao, tanto para aquecimento doméstyico, como para fins energéticos e industriais, e o pior é que se trata de carvao de péssima qualidade.
Nao espanta, assim, essa situacao terrivel, que eu já contemplei pessoalmente, da janela do trem, de Shanghai a Beijing: passamos por cidades onde era impossível distinguir qualquer coisa, tal a quantidade de smog no ar. Tudo cinzento.
O custo humano é terrível.
Esses sao os nossos aliados no BRICS...
Paulo Roberto de Almeida

“Crazy bad” air pollution – in pictures

A picture is worth a thousand words. And China’s extreme air pollution problem – now “beyond crazy bad” as one blogger put it, really needs to be seen to be believed.
In that spirit, beyondbrics has put together some images of the toxic smog that has hit swathe of northern China this month, causing flights to cancel, prompting runs on air purifiers and face masks and even inspiring one entrepreneur to sell fresh air in a can.
Tiananmen Square – with toxic smog….

Credit: Mark Ralston/AFP/Getty Images
…and sans smog

Credit: ChinaFotoPress via Getty Images
Good to see someone in the government has a sense of humour. Residents can take comfort in being able to LOOK at TV images of a blue sky.

Credit: Feng Li/Getty Images
Because there’s not not much blue sky to be found here….

Credit: Feng Li/Getty Images
or here….

Credit: Feng Li/Getty Images
That last photo? That’s supposed to be a view of the Forbidden City. Below, sans smog.

Credit: Wang Zhao/AFP/Getty Images
Can’t blame people for stocking up on masks and air purifiers. What next? People walking around with gas masks and carrying oxygen tanks?

Credit: STR/AFP/Getty Images
One entrepreneur doesn’t think that’s so far fetched. Chen Guangbiao, a philanthropist and one of China’s richest man, has started selling “canned fresh air” (pictured below) for RMB 5 ($0.80) each as a tongue in cheek protest over China’s air quality. The air is purportedly from far-flung and pristine regions of Tibet and Taiwan.

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O Shanghai Daily confirma a poluicao da capital:

Rain helps clear the air a little in Beijing

Source: Xinhua 
Shanghai Daily, February 1, 2013
 
THE heavy smog that has choked Beijing for the past five days weakened slightly yesterday due to rain, although the capital's air remained heavily polluted.

A little rain fell overnight on Wednesday, the Beijing Meteorological Bureau said. The air quality index fell but was still above 200, or seriously polluted.

Earlier this week, Beijing implement stricter measures to reduce pollutants, including suspending the use of 30 percent of local government vehicles and halting production at 103 heavily polluting companies.

But not everyone abided by the measures. More than 800 government vehicles supposed to be suspended were still in use, municipal traffic authorities said.

And several construction sites ordered to suspend their work failed to do so on Wednesday.

In many other parts of north and east China, smog has disrupted flights and traffic.

Thirty flights were canceled and 78 flights were delayed yesterday morning at an airport in Tianjin, just east of Beijing.

Visibility was reduced to less than 50 meters in many parts of east China's Shandong Province.

However, the National Meteorological Center rescinded its yellow smog alert early yesterday with smog in central and east China expected to be dispersed by a cold front due today.

Professor de RI contemporaneo: Wanted (for good reasons)

CONCURSO PARA PROFESSOR DOUTOR EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS

O Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo abriu concurso para a contratação de um professor doutor, em regime de dedicação integral, na área de Relações Internacionais Contemporâneas. Os pontos do programa são: 1. Análise comparada de política externa; 2. Conflitos e segurança internacional; 3. Economia política e relações internacionais; 4. Enfoques teóricos na análise das relações internacionais; 5. Instituições domésticas, atores e política internacional; 6. Organizações internacionais, ordem e governança global; 7. O debate metodológico em relações internacionais; 8. Democracia e Relações Internacionais; 9. Relações sul-americanas e integração regional; 10. Regimes internacionais; 11. Política externa brasileira contemporânea. O IRI é responsável pelo Bacharelado em Relações Internacionais e pela Pós-Graduação em Relações Internacionais (Mestrado e Doutorado). O edital pode ser acessado em www.iri.usp.br, e as inscrições serão recebidas de 11.01.2013 a 11.03.2013, devendo o candidato optar por realizar as provas em português ou inglês.

Cambio no Brasil: cambio?; Brasil?? Muito confuso, diz Financial Times

Eu também nao entendo o que quer, o que diz, o que pretende, para onde vai o ministro Mantega e seus passos erráticos na política economica em geral e na politica cambial em particular.
Mas, quem se importa com isso?
Acho, contudo, que o Ministro Mantega nao vai dar entrevista exclusiva para a Samantha Pearson: ela pega muito no pé dele. Com razao...
Interessante ver os comentários dos leitores a esta matéria do Estadao.
Paulo Roberto de Almeida
Início do conteúdo

Tentar entender o que Mantega quer no câmbio é exaustivo, diz FT

Segundo a publicação, há 3 razões para as mensagens contraditórias do governo. Uma delas: ‘Eles não têm ideia do que estão fazendo’.

31 de janeiro de 2013 | 11h 28
Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado

LONDRES - Tentar entender o que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer pode ser "exaustivo", segundo o jornal Financial Times. Em texto publicado no blog sobre mercados emergentes, o BeyondBrics, a publicação diz que esse problema é ainda maior no tema preferido do ministro brasileiro: a chamada "guerra cambial". A reportagem sugere, inclusive, que o recente sobe-e-desce do dólar pode indicar, entre outras coisas, que o governo "não tem ideia do que está fazendo".
O texto cita algumas passagens recentes em que o governo demonstrou desejos distintos sobre o rumo das cotações de câmbio. Até alguns dias atrás, diz o texto, o real seguia relativamente enfraquecido depois de o ministro declarar diversas vezes que o governo estava pronto para corrigir qualquer movimento excessivo na moeda e que um real mais fraco seria favorável à indústria brasileira.
Apesar dessa sinalização de que o governo olhava com simpatia um real fraco, Mantega disse, lembra o texto, que o real permaneceria flutuante "desde que dentro de uma banda apropriada". "Um comentário quase tão sem sentido como a promessa recente do Banco Central de que a inflação convergiria de uma forma não-linear com a meta", diz o texto do FT.
Mas o mesmo governo brasileiro permitiu, afirma o texto, com uma estratégia liderada pelo BC que o real se fortalecesse nos últimos dias abaixo de R$ 2 pela primeira vez desde julho. Após esse sobe-e-desce, diz o blog, o mercado ficou "completamente confuso".
Para a repórter Samantha Pearson, do escritório do FT em São Paulo, "há três explicações possíveis" para as mensagens que parecem contraditórias. A primeira é que o governo brasileiro "quer uma valorização gradual do real para conter a inflação e os avisos de Mantega foram destinados a moderar os movimentos" da moeda norte-americana. A segunda opção é que a equipe econômica pode ter avaliado que o real está "no nível certo" e, então, passaram a ser emitidos sinais contraditórios para "estabilizar a moeda".
Há, porém, uma terceira opção. "Eles não têm ideia do que estão fazendo".
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 Matéria original do Beyond Brics, Blog do Financial Times:
High quality global journalism requires investment. Please share this article with others using the link below, do not cut & paste the article. See our Ts&Cs and Copyright Policy for more detail. Email ftsales.support@ft.com to buy additional rights. http://blogs.ft.com/beyond-brics/2013/01/30/confused-about-brazils-currency-war-so-are-we/#ixzz2JZD4BZyI

Confused about Brazil’s currency war? So are we

Guido Mantega, Brazilian finance ministerTrying to understand what Guido Mantega is up to can be exhausting, especially when it comes to his favourite topic: currency wars.
The real weakened early on Wednesday after Brazil’s finance minister warned the government was ready to correct any excessive moves in the exchange rate, adding that a weaker currency makes domestic industry more competitive.
Mantega added that the currency would remain free-floating as long as it stayed within an appropriate band – a comment almost as nonsensical as the central bank’s recent promise that inflation would “converge in a non-linear way” with the target.
But then the real trimmed those losses later on Wednesday after the central bank sold dollars with an agreement to repurchase them in two months, rolling over a line worth more than $1bn before it expires this week.
On Tuesday, the central bank allowed the real to strengthen beyond the 2 per dollar level for the first time since July as concerns grow that the weaker currency is making imports more expensive for industry and adding to the country’s inflation problems.
In the end, the real closed Wednesday’s session more or less flat and traders went home thoroughly confused.
It seems there are three possible explanations behind the authorities’ mixed messages:
1. They want a gradual appreciation of the real to curb inflation and Mantega’s warning was intended to moderate any sharp moves on the back of the central bank’s intervention
2. They have decided the real is at the right level and are sending out contradictory signals to stabilise the currency
3. They have no idea what they’re doing.
This from analysts at Bulltick:
Throughout 2012, the authorities had displayed their willingness to defend the BRL against aggressive appreciation pressures via various intervention schemes and capital controls. Then, in mid-December of last year, Brazil reversed some of the capital controls, in an effort to shore up the BRL, which has massively underperformed. The BCB increased the minimum amount on short dollar positions required by local banks to hold (60% reserve requirement). Then the BCB rolled over all maturing (Jan 2013) USD swap positions and the BCB sounded more hawkish (in the latest minutes). However all this may be more of a head-fake or worse, indicative of lack of clear direction on FX/inflation policy, part of reactive policy that has been the pattern over the past year. We think the government will return to a weak(er) BRL policy to prop up growth with the BRL trading on average this year within a range of 1.95-2.0/USD.
Related reading:
Brazil’s currency warriors swap sides, beyondbrics
Brazil drops a capital control, beyondbrics
Brazil: A different kind of currency warrior, beyondbrics
Downturn shakes Brazil from its dream, FT.com

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Dólar câmbio (#dolarcambio)

2136 comentários
pcmarq
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Concordo com o FT. A política econômica atual do governo parece quadrilha de festa junina. "olha a cobra!" ai fazem algo "a ponte caiu" ai fazem outra. Não tem planejamento e isso obviamente pressupõe uma estratégia. O governo faz os doze trabalhos de Hércules (impõe goela abaixo mudanças no setor energetico, usa os bancos publico para baixar spread sem olhar a inadimplencia crescente, usa a Petrobras para segurar a inflação etc. Mas não faz a única coisa que precisa. As famosas reformas estruturais. Pode chegar o cambio a 3,00 e o juro a 0,5%. O Brasil não cresce mais do que isso, sem baixar o custo de produção e dar uma segurança ao empresário.
fabionog
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Nunca ninguém entendeu o Mantega aqui mesmo no Brasil. Não surpreende que alguém de fora também não o entenda.\

O atroz encanto de ser protecionista argentino

Argentina, comercio internacional, Freud, Potemkin y otros personajes
InfoLatam, 30/01/2013
Claudio Loser

La clase media argentina, en la medida que se lo puede permitir, es usuaria devota de la psicología para ayudar a resolver sus conflictos personales y familiares. Más aun, la Argentina es uno de los pocos lugares donde se mantiene vigente el psicoanálisis como escuela central para resolver complejos conflictos internos. El mundo aprendió muchísimo de Freud, pero la práctica ha avanzado hacia métodos más pragmáticos, enfocados en encontrar soluciones operativas, y que no llevan a la permanente dependencia del paciente con el analista.
Lamentablemente, esto es un reflejo de que los argentinos viven aferrados a un culto al pasado difícilmente existente en el resto de America Latina, aun incluyendo la magnífica celebración del día de los muertos en México. Así se habla como si estuvieran presentes Rosas y Sarmiento, Carlos Gardel, el mismo Freud, sin entrar a mencionar los personajes de los últimos sesenta años en la política nacional.
La actitud del gobierno argentino en el reciente encuentro entre America Latina y Europa en Santiago de Chile ilustra ese punto. En circunstancias en que el mundo busca expandir el comercio internacional, tal como lo ilustra el esfuerzo de Chile, Colombia, México y Perú para consolidar su alianza del Pacífico, la Argentina se encierra en una discusión proteccionista incluso dentro del MERCOSUR. Para ello, el discurso oficial utiliza viejos argumentos, esgrimidos en algún momento por la CEPAL, aunque el mismo Prebisch y la institución subsecuentemente los abandonaron.
Ciertamente, importantes países utilizan descaradamente técnicas proteccionistas a nivel de comercio, inversión e incluso de financiamiento. Los EEUU, la Unión Europea, Japón, Rusia, China, India y Brasil son claros y tristes ejemplos de irracionalidad de uno u otro tipo. Pero aun así, no alcanzan el grado de desordenado y arbitrario encierro comercial que la Argentina aplica hoy, con altos costos para sus habitantes, especialmente los menos favorecidos. Tal como en el pasado, la Argentina castiga así a sus pocas áreas innovadoras y dinámicas, como el sector exportador agrícola, y el sector energético.
Un sistema cambiario distorsionado y una moneda sobrevaluada completan una realidad repetida muchas veces en el pasado, como si fuese una continua sesión psicoanalítica preocupada de revisitar presuntos procesos internos y sin ver la realidad que la rodea. (El autor de esta nota debe aclarar aquí que su tesis doctoral, completada hace más de cuarenta años, analizaba los tóxicosefectos adversos de una protección arbitraria aplicada a la industria entre las décadas del 30 y del 60. Nada nuevo bajo el sol.)
A esto se agrega la más alta inflación en la región, también una repetición histórica, solamente que encubierta ya desde hace cinco años. Utiliza así la Argentina la metodología de otro personaje del pasado, el príncipe Grigori Potemkin, ministro de Catalina la Grande de Rusia que, dice la leyenda, construía pueblos ficticios para impresionar a su jefa y hacer creer que había progreso en el país.
Quizás el elemento más nuevo en la situación actual es el proceso de cesación de pagos y subsiguiente resolución unilateral de la deuda, aunque allí también hay antecedentes. Se trata de Felipe II de España, que hace 550 años inventó el default, aunque entonces se llegó a una solución consensuada.
La inspiración de las medidas es histórica, pero el daño es presente y con serias implicaciones para un país que cada vez más se pierde en la gloria de su pasado. Quizás por todas estas contradicciones internas se buscan soluciones en un permanente auto-análisis psicoanalítico, elegante pero inefectivo. Los jóvenes podrían mirar hacia adelante, a través del cristal de Facebook y el Tweeter. Pero el país político se encierra en sí mismo y los insta a analizar antiguos e irrelevantes conflictos bajo la tutela intelectual de personajes ya fallecidos y de ideas que, aunque fascinantes, no son operativas.
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Addendum:
Argentina: el FMI informa de que última revisión economía fue hace 62 meses
30/01/2013 - Infolatam
El Fondo Monetario Internacional (FMI) informó de que la última revisión de la economía de Argentina data de hace 62 meses, y señaló que forma parte junto con Venezuela, Ecuador, Somalia y Madagascar del grupo de países con retrasos de más de 18 meses en presentar los datos.
En un breve comunicado, el Fondo explicó que su Directorio Ejecutivo fue informado informalmente “por el personal técnico sobre la situación económica de Argentina, cuya última consulta bajo el artículo IV tuvo lugar hace 62 meses”.
El artículo IV es como se conoce formalmente a las revisiones anuales de la economía de cada país que realiza el Fondo, y que luego comparte con el resto de países miembros.
El anuncio no tiene efectos prácticos ni conlleva sanciones y forma parte del compromiso del Fondo de informar al Directorio “sobre los países miembros cuya Consulta del Artículo IV se encuentra demorada por más de 18 meses”.
La última revisión oficial de la economía argentina por técnicos del Fondo se produjo en 2006 y la siguiente estaba prevista para junio de 2007.
La notificación se produce al margen del proceso formal actualmente en marcha en el Fondo de verificación de la calidad de las estadísticas suministradas por Argentina, y que se espera sea comunicado el 1 de febrero.
Los otros países que se encuentran en esta situación son Ecuador (desde enero de 2009), Venezuela (desde septiembre de 2005), Madagascar (junio de 2009) y Somalia (desde 1990).
La demora de Ecuador, Venezuela y Argentina se debe a la falta de acuerdo en las modalidades de la misión o porque las autoridades no han facilitado los datos, mientras que en el caso de Somalia y Madagascar se debe a la situación política y de seguridad.

Roberto Azevedo: candidato brasileiro a DG da OMC

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à Imprensa nº 36
31 de janeiro de 2013

Apresentação do candidato brasileiro à Direção-Geral da OMC, Embaixador Roberto Azevêdo, ao Conselho-Geral da OMC

Let me start by thanking you, Madam Chair and Members, for this opportunity to be here with all of you, once again. It is an honour to participate as a candidate in this process of selection of the next Director-General.

All of you know me as the Brazilian ambassador to the WTO. Some of you know me since the days when I was a first-secretary posted at the Brazilian Mission here in the late 90’s, and all the way to vice-minister for trade and economic issues, coordinator of the G-20, chief-negotiator for Brazil in the Doha Round. I arrived in Geneva when the WTO was only two years old; and frankly I never left. Even when posted in Brasilia, most of my time was spent here in Geneva, negotiating in the WTO.

Throughout all these years and in all those instances, whenever I was in this building, I was here as a representative of my country. You all saw me defending the interests of Brazil.

This is the first time that, in this building, I will be sharing with you my personal vision of this Organisation, my thoughts about the multilateral trading system, my assessment of where we are today, and the path forward.
So, let me start with my views on trade.

I firmly believe that trade is an integral and indispensable element for growth and development of any economy. The ability to compete in global markets is a reliable indicator of the sustainability of any economic model. On the other hand, trade cannot be a goal in itself. It must happen in a way that improves living conditions of families in the real world.

As to the WTO, it is my view that a DG must truly believe in the principles that guide this institution. The preamble of the Marrakesh Agreement states that WTO members will negotiate mutually advantageous agreements that reduce tariffs and other barriers to trade. I do believe in this.
The preamble also maintains that our work must aim at raising standards of living and ensuring full employment. I also believe in this.

Finally, the preamble stresses that we need to ensure that developing countries, especially the smallest, must secure a share of international trade commensurate with their needs. You know I do believe in this.

I also believe that the work of this Organisation is most important in uncertain times, like today. The WTO disciplines are the best defence we have against protectionism and against the actions that aggravate the situation of the poorest and most vulnerable economies. What we do in the WTO has a direct impact on the quality of millions of lives around the globe. But remember, what we don’t do, also affects them.

We know quite well the three-pillars of the Organisation. The first one monitors the implementation of existing Agreements in the appropriate subsidiary bodies. It works well, although it could be improved, especially in the area of notification procedures.

The second pillar covers the dispute settlement mechanism. And this is an area that I know deeply. I was a direct participant, also serving on and chairing panels. It is, however, extremely complex and costly to participate in it. We must find ways to make the mechanism work also for the poorest countries. The Organisation can help with actions from within, but also facilitating arrangements outside its walls in the areas of assistance and training for example.

The third pillar is the one that allows for the evolution of the system, developing new rules and agreements, usually by means of multilateral rounds of negotiations. This is the pillar that concerns me most, for it has been effectively paralysed since the WTO was created in 1995. We are approaching two full decades of stagnation on the negotiating front. The system must be updated or it will soon become incapable of dealing with the demands of today’s changed world.

We hear many analysts express concern with the proliferation of negotiations of regional agreements, free trade areas, or plurilateral understandings. Whatever the reasons behind these initiatives, I firmly believe that the countries entering those initiatives would gladly negotiate a much broader and more encompassing multilateral deal. What we must do is ensure that the multilateral trading system remains the main tool for trade liberalisation.

It is true that we are now attempting to harvest, at the Bali ministerial, some outcomes in selected areas of the DDA, including priority development issues, trade facilitation, and some agricultural deliverables. This is a critical effort, but the multilateral system needs more than this to remain relevant and credible.

Then why have we stopped trying to solve the deadlocked issues? And I would suggest two major reasons.

First, the negotiating gaps will remain unbridgeable if we keep looking at them from the same perspective.

Second, we lack trust. One side does not believe that the other side truly wants to find a solution, and vice-versa of course.

So, under these circumstances, the obvious question is surely: where de we go from here?

I see at least three areas that we need to work on.

First and foremost we must try to achieve a successful negotiated outcome for Bali. Besides the very tangible material gains, that success would boost our confidence that we can still talk to each other and that we can do it in a constructive and productive way.

Second, we all need to believe that any Bali outcomes will not be the end of the road. A post-Bali process could include DDA and non-DDA elements but, whatever the roadmap, it must prioritise the issues of interest of the poorest countries.

Finally, we must resume our efforts to breathe life into the Round – and this must happen immediately after Bali. We all know that the WTO is bigger than the DDA, but the reality is that the system will remain clogged unless we can find a way to unlock the Round. I would suggest that, for a change, we stop avoiding the most difficult and intractable issues. Above all, we cannot throw away the development agenda that was strenuously negotiated to ensure delivery to the poorest and most vulnerable members of this Organisation. We can’t turn the page and leave them behind.

Most, if not all of you, must be wondering now how I could possibly believe that this is now doable given our track record over the past several years, especially with the lingering effects of the 2008 international financial crisis. In fact, I do believe that the time is right for a number of reasons.

I would start with the fact that we have had enough time to convince ourselves that no one is going to change his mind – certainly not anytime soon – about how they see what is on the table in the DDA. We have to deal with the gaps, as they exist.

Furthermore, global conditions will never be perfect for negotiations. When world economic growth is strong, some argue that there is no real incentive to negotiate. When growth is poor, the theory is that members will be less inclined to open their markets.

We cannot wait for all stars to perfectly align in a negotiation that involves over 150 parties. Countries will always be in different economic cycles.

In short, we must work with what we have and I honestly that think this is doable. I’ve had private and quiet conversations both with Ambassadors here in Geneva, and elsewhere with trade ministers (in Davos just last week) and with other high-level decision makers. It is evident to me that they all wish we could revive the Round. And this is not a minor element.

This is one of the areas where I’m certain I’ll be a good fit if you trust me with the DG position.

Do I have a ready answer on how to unlock the talks? No, I don’t. But most of the times when I helped unlock negotiations I didn’t have a pre-conceived solution either.
When a stalemate exists I not only listen carefully to what all delegations are saying, I also think about the motivations driving them, about previous positions they adopted in similar situations or similar topics, about their sensitivities, and even about the characteristics of their negotiators. Often a very subtle thread of commonality can be detected if you know the history and the details of the negotiation. Then it is a matter of being creative and of having the trust of the other negotiators. They must truly believe that you are seeking a viable and balanced solution. At this point, solutions that were not there at the beginning of the talks suddenly become promising avenues and frequently lead us to a satisfactory solution to all.

Given our circumstances, I don’t believe we have the time to train the next DG on the job. Come September, your DG will have to hit the ground running; and running fast and with the ability to engage all of you in this enterprise.

I believe my credentials allow me to be optimistic in my belief that I can help you. Over these last 16 years, I have not only consolidated the technical expertise that any DG should have, I have also developed a network that goes from ground level negotiators all the way up the political decision making ladder. At all these levels, in full trust, I have open-minded, constructive, and insightful interactions with a view to finding room for consensus.

I have always used these skills to comply with my instructions and to achieve the negotiating objectives set out for me by my government and my constituencies in Brazil. I believe these skills served them well. As DG, I would put these skills at your service, to achieve the goals you set out for me.

Let me now turn briefly to the fact that the Director General is the chief manager of the Organisation and that this aspect of his work also involves significant challenges.
The incoming DG will have to keep and, wherever possible, improve the high-level of quality of the staff, always rewarding merit and competence. At the same time, we cannot overlook the fact that this is an intergovernmental organisation, where members must shape its structure and culture. In this context, geographical representation is a key component. I will look into gradual ways of making the composition of the Secretariat reflective of the membership in terms of both nationality and gender, always in keeping with two overarching principles of excellence and cost-effectiveness.

For the benefit of all, including the staff personnel, the DG must insist on full disclosure, so that members have access to any information they require regarding the management and the administration of the Organisation.

The Organisation must help with the development of human resources and technical capacity in members that need such assistance. Aid for Trade must be enhanced, in particular where LDCs are concerned. And in this context, we should strive to increase the number of initiatives under the Enhanced Integrated Framework.

In concluding, Madam Chair, most of you know me very well. In fact, I am proud to say that my candidacy was not born in my head. It was not born in Brasilia either. It was born right here in Geneva, when other negotiators felt that I could help this Organisation as Director General and insisted that I accept the challenge. I was honoured by this encouragement that actually came from all sides of the negotiating table. All this weighed heavily on the decision in Brasilia to launch my candidacy.

If you trust me with the honour to be your next DG, I will use my experience and skills in a constant pursuit to reconcile what seems to be irreconcilable, with fairness, independence, transparency, bearing in mind that this is a member-driven Organisation, where all members, including the smallest, must be part of the driving force.

Thank you.





www.itamaraty.gov.br :: twitter.com/mrebrasil :: youtube.com/mrebrasil :: flickr.com/mrebrasil

Meus "espioes" preferenciais: espalhados pelo mundo...

Por acaso tentando consertar algo que não precisava de conserto (mas isso a gente descobre depois), acabei caindo, literalmente, nas estatísticas deste modesto blog, com seu 650 e tantos seguidores, e mais os curiosos habituais.
Pelas estatísticas de origem por país, vim a tomar conhecimento destes dados, que indicam os lugares de origem dos visitantes mais ativos (ou aqueles que não tem nada de melhor a fazer do que visitar um blog despretencioso e mal arrumado)...

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Uniceub contrata professores para programa de pos em Direito

Edital referente a concurso para contratação de professor para o Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília.

http://www.uniceub.br/pdf/ChamadaProfDireito.pdf

O futuro da industria no mundo: estudo da McKinsey (resumido pelo IEDI)

Produzindo o Futuro Industrial: A Nova Era Global de Crescimento e Inovação
Sumário

A Carta IEDI elabora uma resenha de importante estudo da McKinsey&Company “Manufacturing the future: the next era of global growth and innovation”. O relatório pretende elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. Através de um modelo de segmentação, o estudo aponta quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais da indústria de transformação, apontando caminhos para políticas públicas.

Os segmentos que se diferenciam bastante entre si no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado, são:

1)    Produtos de inovações globais para mercados locais

2)    Produtos de processamento regional

3)    Commodities intensivas em recursos naturais e energia

4)    Produtos de inovação e tecnologias globais

5)    Produtos de bens comercializáveis trabalho-intensivos

Segundo o relatório a transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. No futuro, a indústria da transformação continuará tendo um papel muito importante na economia, e a próxima era de inovação e oportunidades inspirarão uma nova geração de empregados da indústria.

De acordo com a McKinsey, o setor manufatureiro que detinha apenas 16% do valor adicionado mundial em 2010, gerava 70% das exportações das maiores economias industriais emergentes ou desenvolvidas naquele mesmo ano. É também responsável por 77% das inovações privadas em grandes países industriais, além da China, e, segundo uma pesquisa entre os países europeus, sua participação no aumento de produtividade das economias chega a 37%, muito superior à participação da indústria no PIB dos países.

A McKinsey identifica as principais tendências para o futuro da indústria da transformação, algumas novas e muitas já em curso, relacionadas à demanda, oferta, regulação e políticas governamentais, inovação e tecnologia, riscos e incerteza.

A observação e a adaptação a essas tendências são primordiais para o sucesso de empresas e nações no futuro. Por isso o relatório apresenta ainda algumas estratégias de atuação no âmbito do setor privado e do setor público. Da parte das empresas será preciso recriar suas estratégias atendendo aos requisitos de granularidade, agilidade, adoção de novas abordagens e capacidades gerenciais e operacionais, investir em mudança organizacional e formação de talentos.

Do lado dos governos, o papel crucial do Estado para o desenvolvimento industrial é com relação à criação de um ambiente para empresas inovadoras e competitivas, gerando condições das empresas manufatureiras locais se sustentarem ao longo do tempo. Não se trata apenas de um estado regulador, mas de corrigir falhas de mercado, apoiar indústrias nascentes etc. Os setores público e privado terão de atuar mais conjuntamente, incluindo as empresas multinacionais, gerando um ecossistema que atraia os talentos e promova inovações.
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O Relatório. O recém-lançado relatório da McKinsey&Company “Manufacturing in the future: the next era of global growth and innovation”, de 180 páginas, foi elaborado pelo Instituto Global da McKinsey (MGI) e pelo departamento de práticas operacionais em novembro de 2012. Seu objetivo é elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. O relatório resultou de 10 meses de análises macroeconômicas e pesquisas junto a líderes e profissionais especializados da empresa e associados. Para tal, realiza antes uma radiografia do setor na atualidade e das novas tendências. Através de um modelo de segmentação, a empresa consegue entender quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais, trazendo insights úteis tanto para os líderes das empresas quanto para as políticas públicas.

A Indústria da Transformação Continua Importante, Mas Sua Natureza Está Mudando. A indústria da transformação continua crescendo, a taxas de 2,7% entre 2000 e 2007 em economias avançadas e 7,4% em economias em desenvolvimento – que estão cada vez mais importantes no ranking dos maiores produtores mundiais. Dos gastos em P&D mundiais, até 90% são realizados na atividade manufatureira. Devido à sua alta competitividade, a parcela da indústria da transformação é duas vezes maior do que a do emprego na União Europeia (15) e três vezes nos EUA. Essa tendência deve continuar no longo prazo.

Números da indústria de transformação em 2000:

- 16% do PIB global, 70% do comércio internacional;

- 62 milhões de empregos nos países avançados em 2000, 45 milhões em 2010 - ou 270 milhões globalmente em 2000, 300 milhões em 2010;

- Nos EUA, 30 a 55% dos empregos na indústria da transformação são de atividades do tipo serviços, sendo que 19 centavos de cada dólar produzido pela indústria destinam-se a serviços;

- 3 grupos industriais globais eram liderados pelos chineses e 2 pelos norte-americanos;

- déficit comercial das indústrias avançadas em bens trabalho-intensivos somava US$ 342 bilhões, mas o superávit em bens inovadores era de US$ 726 bilhões.

A McKinsey considera que construir o setor manufatureiro permanece sendo fundamental para o desenvolvimento nacional, aumentar o nível de renda e para prover as máquinas, ferramentas e equipamentos necessários para construir uma moderna infraestrutura e habitação. Não houve nação que se tornou rica sem se industrializar. Até mesmo a Índia, que é conhecida por se desenvolver apoiada no setor de serviços, paralelamente tem investido bastante na infraestrutura para apoiar o crescimento industrial e de sua produtividade.

A transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. A indústria da transformação é reconhecidamente o motor da dinâmica nessas economias, retirando populações agrárias da pobreza. Nas economias avançadas, os bens industriais são a expressão da capacidade de inovação e competitividade do país. O setor remunera altos salários e é o principal responsável pelo progresso técnico. Além disso, a relevância da indústria, à medida que o país se desenvolve, passa a ser principalmente seu potencial de alavancar a produtividade, as exportações e as inovações. A transformação industrial adquire também importância no que tange a redução dos níveis de consumo de energia e de recursos naturais.

É fato, também, que o papel da indústria de transformação vem mudando ao longo do tempo. Quando a economia atinge certo grau de desenvolvimento, em geral a parcela da indústria da transformação no emprego e no PIB chega ao seu máximo, passando, então, a decrescer a favor dos serviços (fato estilizado conhecido como curva do U invertido entre PIB per capita e parcela da indústria no PIB). Mas a separação entre serviços e indústrias está cada vez menos perceptível.

Atualmente, até mesmo países no mesmo grau de desenvolvimento apresentam diferenças quanto ao peso da indústria de transformação no PIB, o que depende das políticas industriais e regulatórias, da importância do setor de recursos naturais na economia, do acesso e custo dos fatores produtivos, da demanda doméstica por bens manufaturados, dos desequilíbrios na balança corrente e do regime macroeconômico, destacando a política cambial.





A manutenção de um setor industrial vigoroso depende de alguns aspectos fundamentais, como acesso a mão-de-obra qualificada, com o menor custo possível, proximidade aos mercados demandantes, estrutura logística eficiente, disponibilidade de matérias-primas e energia a preços competitivos, proximidade a centros de inovação.



Box 1 – O sucesso da indústria de transformação na Suécia

A Suécia é um dos poucos casos de nações desenvolvidas em que a indústria da transformação manteve sua parcela no produto nos últimos 25 anos, com aumento da produtividade superior ao dos países avançados. O foco se voltou para setores de auto crescimento, como equipamentos de comunicação, veículos automotores e químicos. Mas todos os setores em geral cresceram muito, o que é atribuído às reformas após a crise dos anos noventa. Tais reformas incluíram a desvalorização da moeda e estabelecimento de padrões salariais nos setores de exportação, além da adesão à União Europeia em 1995 – o que contribuiu para a internacionalização de suas multinacionais. Logo, em 2007 apenas 10 empresas transnacionais contribuíam com 20% do valor adicionado total e 35% do crescimento da indústria de transformação sueca. Além disso, houve um movimento de ascensão na cadeia de valor rumo a setores de alta tecnologia, com investimentos em pessoal, por exemplo, bem superior aos outros países da União Europeia.



Em termos de comércio internacional, os bens manufaturados continuam dominando o cenário, representando mais de 70% do comércio de bens e serviços em valor. Nos países avançados, os serviços contribuem mais para o comércio internacional (23%, de acordo com a amostra selecionada no relatório) do que os países em desenvolvimento (13%, excluindo a China). Porém estes dados nada dizem sobre os bens intermediários importados que entram na produção dos bens industriais exportados – por exemplo, na China, subtraindo a importação de bens intermediários, as exportações industriais se reduzem pela metade. E ainda, fatores de produção do tipo serviços estão contribuindo na exportação de bens manufaturados. Por exemplo, em 2009, 81% das exportações de bens da Alemanha era de manufaturas (ou 32% do PIB), sendo que serviços e bens intermediários importados corresponderam a mais da metade desse valor. Já as exportações de serviços, que equivaleram a 7% do PIB, geraram valor agregado integralmente doméstico. Considerando esses pontos, a contribuição das exportações de serviços passaria a ser 13% do PIB, bem semelhante aos 15% das manufaturas. Portanto, as comparações de comércio internacional e produção doméstica devem se dar em termos das cadeias de valor.

Nesse sentido, o relatório examina cinco grupos de atividades da indústria, que se diferenciam bastante no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os diferentes fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado.

Os setores e os segmentos que cada um deles compreende são:

1)    De inovações globais para mercados locais: químicos, veículos automotores, outros equipamentos de transporte, maquinário elétricos, máquinas e equipamentos.

2)    Processamento regional: produtos da borracha e plástico, produtos fabricados de metais, alimentos, bebidas e tabaco, papel e impressões.

3)    Commodities intensivas em recursos naturais e energia: produtos da madeira, petróleo refinado e derivados, papel e celulose, minerais básicos, produtos baseados em metais.

4)    De inovação e tecnologias globais: computadores e equipamentos de escritório, semicondutores e eletrônicos, equipamentos de precisão, óticos e médicos.

5)    Bens comercializáveis trabalho-intensivos: têxteis, vestuário, produtos de couro, móveis, joias, brinquedos, outros.





O primeiro grupo, de inovações globais para mercados locais, é o maior de todos, responsável por 34% do valor agregado na indústria de transformação global em 2010. São indústrias de média a alta intensidade em P&D, cujas competitividades dependem de um fluxo contínuo de inovações. Para minimizar custos de transporte, costumam se localizar próximas ao mercado consumidor, são bastante influenciadas por aspectos regulatórios (como padrões de segurança e qualidade) e acordos comerciais. O subsetor de químicos é o mais importante em termos de geração de valor agregado, enquanto máquinas e equipamentos é o que mais emprega. A China é o principal produtor desse grupo, seguida por EUA e Japão; as economias desenvolvidas correspondem a 60% do mercado.

O segundo grupo, indústrias de processamento regional, representou 28% do valor agregado da transformação industrial em 2010, sendo o maior empregador em países avançados. Localizam-se próximas ao mercado consumidor e aos fornecedores de matérias-primas, com produção altamente automatizada, mas em geral, não intensivas em P&D e se destinam primordialmente aos mercados domésticos. O subsetor que gera maior valor adicionado e também é responsável por empregar mais trabalhadores é o de alimentos, bebidas e tabaco – sobretudo nos países em desenvolvimento. Os maiores produtores mundiais são China e EUA.

Para o terceiro grupo, das commodities intensivas em recursos naturais e energia, os preços das matérias-primas e da energia são fundamentais. Portanto, tentam maximizar a proximidade às fontes energéticas e aos mercados finais, devido aos altos custos de transporte. Estes bens equivaleram a 22% do valor agregado mundial de transformação industrial. O subsetor que mais contribui para a geração de valor agregado do segmento é o de metais básicos, enquanto o que mais emprega é o de produtos derivados de minerais. Os grandes países em desenvolvimento ricos em recursos naturais, como Brasil, Indonésia e Rússia concentram essas indústrias, mas o maior produtor é a China, seguido dos EUA.

Já o quarto grupo, de inovação e tecnologias globais, são dependentes das redes globais de produção e de geração de P&D, mas não necessitam se localizar perto de um mercado específico, tendo sua cadeia produtiva espalhada pelo globo conforme as vantagens de custos de cada etapa da produção. O grupo produz 9% do valor agregado mundial da indústria de transformação, sendo que os EUA é o principal produtor mundial, seguido da China. O subgrupo de maior peso é o de eletrônicos e semicondutores.

E o grupo de mão-de-obra intensiva corresponde a apenas 7% do valor agregado da indústria da transformação global, são bens altamente comercializáveis e sua produção privilegia a proximidade à localidades de mão-de-obra abundante e barata, com infraestrutura de transporte disponível. Esse segmento costuma ser o primeiro a se desenvolver durante a industrialização dos países, para depois perder a importância gradualmente perante as outras indústrias. O principal subgrupo em termos de geração de valor agregado e de emprego é o de têxteis, vestuário e couro. A China é a maior produtora mundial.


Box 2 – Metodologia de segmentação da indústria de transformação

A classificação levou em conta seis aspectos que influenciam os custos, a inovação e a comercialização dos bens de cada indústria. No que tange o critério de custos, considerou-se a intensidade em capital, trabalho e energia. Para inovação, adotou-se a variável gastos em P&D sobre o valor adicionado. E para comercialização, usou-se um parâmetro para intensidade de comércio (medido por exportações sobre o produto industrial) e o valor sobre o volume exportado.

A principal base de dados foi uma amostra de 75 países disponível no IHS Global Insight, e também dados internos da McKinsey, da OECD e do governo dos EUA.







Observa-se que estes grupos estão espalhados pelos continentes seguindo certa lógica de especialização, de forma que os países avançados concentram os produtos globais de tecnologias locais, e os países em desenvolvimento, concentram os trabalho-intensivos. Por sinal, a competição nesse último segmento é acirrada e suscita frequentes intervenções internacionais no campo da regulação, principalmente da OMC. Por exemplo, o acordo da OMC sobre têxteis e vestuário em 2004 alterou bastante a distribuição espacial da indústria no globo, acelerando a realocação para localidades de baixo custo como China, Camboja, Vietnã, Egito e Paquistão.

A estrutura do emprego em países avançados está atualmente concentrada em bens de processamento regional (37%) e bens globais de tecnologias locais (30%). Aliás, esta última categoria é a mais importante também nas economias em desenvolvimento (28%), seguida por bens de processamento regional (26%). As indústrias de commodities e trabalho-intensivas representam maior parcela do emprego nos países em desenvolvimento do que nas economias avançadas.








Vale notar que, como dito anteriormente, a separação entre indústria e serviços está cada vez mais turva, nos EUA 37% do emprego na indústria é em atividades do tipo serviços. A parcela varia em cada grupo industrial, sendo 55% nos bens de inovação e tecnologias globais, 40% nos de inovação global para mercados locais, 31% em processamento regional, 31% em commodities intensivas em recursos naturais e energia, e 30% nos intensivos em mão-de-obra. De acordo com o relatório, a relocação de empregos do setor trabalho-intensivo para outros países apenas explica 20% das perdas no emprego da indústria de transformação entre 2000 e 2010, o restante se deveu aos ganhos de produtividade.

Assim, o papel da indústria de transformação na criação de empregos tem diminuído conforme se eleva o investimento das firmas em novas tecnologias para aumentar a produtividade. Além disso, as empresas têm procurado mão-de-obra mais qualificada, substituindo postos de trabalho na produção por atividades do tipo serviços.

O crescimento do emprego no setor de indústria de transformação entre 2000 e 2010 (de 270 para 300 milhões) se processou totalmente nos países em desenvolvimento. Por outro lado, nas economias avançadas, o emprego na indústria de transformação vem se retraindo (com destaque para Japão e EUA) por conta também de fatores como realocação, automação, inovações tecnológicas e organizacionais e pelo próprio crescimento do setor de serviços. Até 2030, nessas economias, tal movimento deve continuar, de forma que o emprego da indústria de transformação se reduza dos atuais 45 milhões para 40 milhões.

A propósito, a remuneração em serviços nas economias avançadas está se tornando tão boa quanto na indústria. Na média, a remuneração na indústria é superior à de serviços. Mas quando se agrupa cada setor pela intensidade do fator em cada atividade, resulta que a remuneração é similar nos dois casos. Assim a média industrial apenas é superior do que a de serviços porque a primeira apresenta maior peso dos setores altamente tecnológicos. 




Box 3 – A perda do emprego na indústria de transformação dos EUA

A McKinsey decompôs a queda do emprego na indústria de transformação norte-americana, demonstrando a contribuição de cada uma das forças abaixo para as perdas de quase 6 milhões de postos entre 2000 e 2010:

- mudanças na demanda doméstica (6%)

- mudanças na posição comercial líquida (20%)

- diferenças de crescimento de produtividade (70%)

- outros (4%).

Examinando por setor, especificamente na questão da posição comercial, as maiores quedas do emprego na indústria dos EUA foram em eletro-eletrônicos e têxteis e vestuário. De acordo com os cálculos apresentados no relatório, se o déficit na conta corrente fosse eliminado, as perdas no emprego industrial seriam recuperadas.


A conclusão é a de que os setores de indústria de transformação e serviços são altamente sinérgicos, ambos apresentam fortes efeitos de transbordamento e constituem fontes de demanda uma para o outro, de forma que o desenvolvimento mútuo é uma tendência evidente que continuará no futuro.

Novas Oportunidades em um Cenário de Negócios Mais Incerto. Após a crise de 2008, a economia global adentrou em um período de alta volatilidade e incerteza que tem sido particularmente desafiador. A lenta recuperação econômica mundial traz consigo uma série de tendências - algumas já em curso, outras novas - que reconfigurarão a indústria no futuro.

A McKinsey analisa as novas tendências, enfatizando os aspectos principais da demanda, oferta, políticas e regulação, tecnologia e inovação, e risco e incerteza. A seguir, comentam-se com mais profundidade as tendências essenciais desses aspectos.

a)    Demanda

A demanda está aceleradamente se deslocando para mercados emergentes

Nos próximos 15 anos, mais 1,8 bilhões de pessoas pelo mundo farão parte do mercado de consumo (provenientes principalmente da Ásia e África) enquanto o consumo quase dobrará nesse mesmo período, somando U$ 64 trilhões. A tendência de globalização da produção continuará e o crescimento dos bens industriais continuará sendo puxado pelas economias em desenvolvimento, que representarão 70% do mercado em 2025 - sendo tão importantes enquanto demanda, como quanto fornecedoras da cadeia produtiva. Deve haver crescimento também das vendas por internet, tanto entre empresas e consumidores finais, quanto entre produtores de diferentes estágios da cadeia de valor.

Observa-se que poucas multinacionais estão preparadas para essa transformação. Uma pesquisa recente da McKinsey junto às cem maiores multinacionais do mundo com matriz em economias avançadas revela que suas vendas nos países em desenvolvimento correspondem, em média, a apenas 17% do total.

Maior fragmentação da demanda e customização

A tendência de proliferação de produtos para atender à fragmentação da demanda já está acontecendo. Esse fenômeno está relacionado ao anterior, já que os novos entrantes no mercado global terão diferentes necessidades a serem atendidas pelos produtos. Há que se considerar que mercados como Índia, Brasil ou China são extremamente diversificados, o que abre flanco para a proliferação de produtos. Também, nas economias avançadas, os consumidores demandarão mais variedade e produtos com ciclo de vida mais curtos, acentuando a tendência à customização.

Por exemplo, no setor de automóveis, entre 2002 e 2011, a BMW ampliou seu portfólio de carros de 12 modelos para 22, reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 19%. A Ford ampliou sua linha de 71 para 81 modelos, também reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 6%.

Crescente demanda por serviços relacionados à indústria de transformação

Mais e mais os produtos da indústria da transformação carregarão serviços em sua produção, especialmente nos mercados de business-to-business (B2B). Os serviços já correspondem até 55% do valor dos produtos, sendo particularmente representativos no setor de bens de capital. A crescente importância de serviços de maior valor agregado implica o aperfeiçoamento tecnológico e a proliferação de centros de inovação, não apenas nas atividades de alta tecnologia, mas em termos gerais.

b)    Oferta

Crescentes salários em regiões de baixo custo

Espera-se que a maior riqueza e produtividade dos países em desenvolvimento acarretem em aumento dos salários. Entre 2000 e 2008, enquanto nos países avançados os salários cresceram menos de 1% ao ano, nos asiáticos o aumento foi superior a 7% ao ano. Na China e na Índia o custo unitário do trabalho expandiu 16% e 8% ao ano entre 2003 e 2010, respectivamente. Já a produtividade cresceu 14% na China e 17% na Índia.

O incremento dos salários atinge especialmente os segmentos intensivos em mão de obra, de bens transacionáveis e as montadoras dos produtos de alta tecnologia. A solução mais comum, nas indústrias que a permitem, é a transportação da produção para regiões de menor custo. Mas esta possibilidade ficará cada vem menos viável.

Escassez de talentos

Vislumbra-se maior escassez de técnicos para desenvolver e operar ferramentas e sistemas industriais, com elevação dos salários em regiões de baixos custos. Os cálculos da McKinsey apontam para a falta de mais de 40 milhões de empregados altamente qualificados em 2025, principalmente na China e outras economias em envelhecimento. Os trabalhadores com qualificação média também estarão “em falta”, enquanto os de baixa qualificação apresenta a demanda inferior à oferta. As profissões com maior déficit são engenharia, vendedores de comércio internacional e técnicos.

Uma pesquisa da empresa revelou que em 2011 quase 80% das indústrias japonesas reportaram a dificuldade de encontrar mão-de-obra altamente qualificada. Esse percentual é de 26% na Europa, Oriente Médio e África. Mesmo nos EUA, 43% das firmas de indústria de transformação investigadas revelavam ter vagas de alta qualificação disponíveis por longo tempo, sem que se encontrassem funcionários para as vagas.

Preços de commodities mais elevados e voláteis

Os preços das commodities já estão em níveis altos, sem precedentes na história. E a expectativa é de contínua escalada, pois a demanda deve crescer de 30% a 80% nos próximos 20 anos. A razão fundamental é o ingresso de mais chineses e indianos aos mercados, com aumento do consumo diário de calorias.

E ainda, a volatilidade dos preços também deve aumentar, o que pode ser repassado para preços principalmente no segmento de firmas globais mas atuação local, como alimentos, bebidas e tabaco (onde a matéria-prima corresponde a até 65% do custo total) ou a de aço (70 a 80%). Esse componente pesa negativamente na decisão de investimento em capacidade produtiva, por isso deve-se encontrar soluções inteligentes para contornar os riscos associados.

Maiores custos de transporte e gargalos logísticos

Essa tendência está associada com o crescimento dos mercados, principalmente nos países em desenvolvimento – em que ocorrem paralelamente processos de acelerada urbanização. Mesmo as economias avançadas têm dificuldade em lidar com o maior volume de trocas de bens, tanto que nos EUA o tráfego rodoviário cresce 3% ao ano – ao passo que a capacidade se eleva 1%.

O peso desse custo é particularmente oneroso em produtos de baixo valor agregado. É por isso que empresas como a P&G, IKEA e Emerson estão regionalizando suas operações em praças próximas aos mercados consumidores.

c)    Políticas e regulação públicas

Persistência de políticas comerciais restritivas

Recentemente, os fluxos de comércio crescem a taxas mais de duas vezes maior do que a do crescimento da produção mundial, em um contexto onde as redes de negócio estão se tornando mais complexas. A Europa e os EUA deixaram de ser os principais polos, isolados, do comércio mundial – pois o trânsito de mercadorias e negócios na Ásia vem progressivamente aumentando.

O comércio mundial disparou, também, incentivado pela queda de barreiras e redução de tarifas, de um lado, e pelo aumento de mais de 5 vezes dos acordos comerciais entre 1980 e 2010, de outro. Mas políticas como a de conteúdo nacional continuam sendo bastante utilizadas, facilidade de financiamento, subsídios etc. As intervenções são comuns nas indústrias correlatas à energia e aos recursos naturais.

Contínuo declínio dos impostos sobre as empresas.

Os impostos sobre as empresas já vinham caindo desde os anos oitenta, como por exemplo, na França, Alemanha e Reino Unido – onde eram de cerca de 50% e hoje são inferiores a 30% (média OCDE é 23%). As taxas mais elevadas são nos EUA, que em 2012 eram de 39%, seguido do Japão (38%), França (30%) e Índia (32%).

Há casos em que os países reduziram as taxas seguindo políticas industriais de fomento de segmentos industriais específicos. Mas dificilmente somente este fator justifica a escolha de um local para a implantação de uma fábrica.

d)    Inovação e tecnologia

Inovações em materiais, em design de produto e processos produtivos

Espera-se, também, uma forte onda de inovações em materiais (como biotecnologia, nanotecnologia e compostos de baixo peso – como fibra de carbono), tecnologias da informação, processos produtivos e operações da indústria da transformação (por avanços da robótica, de visualização dos bonecos de produtos, additive manufacturing - das impressões em 3D – e a indústria de transformação “verde”). Esses avanços colaboram para elaboração e escolha de protótipos, dos sensores e da chamada “internet das coisas”.

Haverá maior engenhosidade nos processos e acabamento dos produtos para diminuir uso de recursos e monitorar a cadeia de valor. Nesse ponto se enquadra a questão do uso de matérias-primas, cujas fontes estão mais disputadas. Por isso, as inovações como o shale gas nos EUA, são fundamentais para mudar os custos relativos de energia – conferindo grande vantagem competitiva às indústrias que acessam os novos recursos. Por exemplo, de 1990 para cá, o custo da automação diminuiu 40 a 50% dos custos de trabalho nas economias avançadas. O setor automotivo, em 2010, adquiriu cerca de 33 mil robôs industriais, e o de eletrônicos 31 mil.

e)    Riscos e incertezas

Volatilidade da demanda

O ambiente internacional, de acordo com a McKinsey, apesentará mais riscos e incerteza do que o atual, tornando-se mais complexo. A combinação de rápido crescimento do consumo global, com fragmentação de demanda e resultante proliferação de SKUs, crescentes demandas para investimentos em bens de capital devem aumentar a volatilidade da demanda mundial no futuro.

Algumas indústrias, como semicondutores e eletrônicos, estão acostumados com a rotina de produtos de ciclos de vida curtos; mas outras como a aeroespacial, automóveis, máquinas e equipamentos estão mais expostas aos ciclos de negócios relacionados a fatores externos como o regime macroeconômico e a política industrial.

Volatilidade do preço das commodities

Como dito anteriormente, além dos altos patamares que os preços das commodities alcançaram nos últimos anos – e que devem continuar se elevando nos próximos, a tendência é maior volatilidade. Por exemplo, na última década, a volatilidade de produtos como petróleo, trigo, cacau e o PET (polietileno tereftalato) superou a média em mais de um desvio padrão. A principal causa é a maior correlação entre os preços dos recursos naturais, de forma que um choque de oferta em um deles afeta mais rapidamente o preço dos outros.

Além disso, inovações continuamente contribuem para a reorganização das estruturas de mercado das commodities. Um exemplo é o shale gas, cuja tecnologia está impactando a geração, transporte e exportações de energia, concorrendo com o carvão, a hidroeletricidade, o petróleo e até mesmo a energia nuclear e eólica.

Flutuações cambiais

A taxa de câmbio é um fator primordial para a competitividade e os resultados financeiras das indústrias. Tanto é que a internacionalização das empresas japonesas após meados da década de oitenta se deveu, em grande medida, à valorização contínua do iene após o Acordo de Plaza em 1985. O câmbio afeta principalmente as indústrias de alta tecnologia e as empresas domésticas de processamento, como alimentos.

Empresas do setor automotivo, máquinas e equipamentos têm usado a sua pegada global para se proteger contra tal volatilidade, aprofundando sua internacionalização e participação nos mercados locais.

Riscos da cadeia produtiva

Dada a intensificação da complexidade das cadeias produtivas globais, a habilidade em administrar os riscos relacionados se constituirá num fator competitivo crucial. Nas palavras do CEO da Caterpillar, “na nossa indústria, o executivo que melhor administra a cadeia produtiva provavelmente será o competidor mais bem-sucedido ao longo do tempo” (McKinsey, 2012, p. 99).

De acordo com pesquisas da McKinsey, executivos de diversas empresas globais afirmam que administrar cadeias produtivas tem se consolidado uma atividade mais frequente e 82% deles acreditam que os riscos associados à cadeia produtiva das empresas devem aumentar nos próximos cinco anos. Esses riscos afetam todas as indústrias, principalmente as mais globais.

Riscos de localidade

Desastres naturais que geram perdas tremendas como terremotos, tsunamis, inundações etc. têm aumentado desde 1980 a uma taxa de 3%, de acordo com estatísticas de seguradoras. Esses acidentes tornam as indústrias globalizadas mais vulneráveis, não apenas por causa das suas cadeias produtivas interconectadas, mas também porque em alguns casos o fornecimento de matérias-primas é concentrado em uma só região.

Incertezas quanto aos custos e acesso ao capital

Nos últimos 30 anos os custos de capital convergiram na maior parte dos países, com finanças globalizadas e taxas de juros de longo prazo menores. Um dos fatores principais para tal declínio foi o menor investimento em infraestrutura e maquinário, que globalmente decaiu de 26.1% do PIB em 1970 para 20,8% em 2002.

O capital barato fez com que as empresas não priorizassem tanto a eficiência nesse fator. Porém, inevitavelmente quando o crescimento da economia internacional se firmar novamente e o custo do capital se elevar, tal questão se tornará mais relevante. Projeta-se uma demanda por capital em 2030 recorde na história, com o agravante de que a poupança global não acompanhará o ritmo desse crescimento. Então haverá um cenário de maior escassez de capital e taxas de juros mais elevadas. As empresas terão, então, de melhorar a eficiência e a gestão desse recurso.

Implicações para as empresas multinacionais

Esses desafios e oportunidades tendem a transformar os processos empresariais de busca de novos mercados e fornecedores, de expansão da produção e da sua pegada tecnológica. Em termos de segmentos, as decisões estratégicas quanto a cada tendência serão ponderadas pelos diferentes desafios em que cada um deles precisa se concentrar, a saber:





As empresas terão de literalmente recriar suas estratégias, sendo chave os seguintes requisitos:

a) “Granularidade”: as indústrias precisam conhecer bem o contexto produtivo e mercadológico, desenvolvendo uma visão altamente detalhada e granular dos novos requisitos do mercado para traçar estratégias apropriadas de negócios.

Primeiramente, as empresas deverão entender a dinâmica dos seus segmentos produtivos, atentando-se para as novas tendências, de forma a adquirir e sustentar vantagens competitivas. Em segundo lugar, deverão também ter uma visão granular dos segmentos de seus clientes, para identificar e customizar produtos e estratégias. Terceiro, as empresas precisarão combinar essa visão granular com operações granulares. Não apenas os fatores de arbitragem nos custos da mão-de-obra serão privilegiados, mas a produtividade total dos fatores. Além disso, o planejamento deve ser aprimorado, deixando de contar apenas com previsões pontuais, evoluindo para projeções de cenários. Nessa empreitada, o uso de grandes bancos de dados será bastante relevante, melhorando as resposta das empresas às demandas dos seus clientes, e também de suas operações e utilização do maquinário em geral.

b)  Agilidade: a nova era será marcada por empresas muito ágeis e interconectadas, que utilizam a informação e análises disponíveis em muito maior escala tão bem quanto empregam talentos e maquinário avançado para trazer aos diversificados mercados globais bens e serviços de alta qualidade.

A busca por processos de produção mais enxutos deve continuar, sendo a maior produtividade um objetivo fundamental para manter-se competitivo, de forma que o empenho em consolidar, simplificar, reduzir ineficiências nas operações das empresas deve continuar e expandir para outras áreas, destacando a produtividade nos recursos. Por isso o gerenciamento de dados, sobretudo em uma era de rápido progresso da tecnologia da informação, é um eixo estratégico muito relevante para as empresas do futuro.



Box 4 – Método para aumentar a agilidade da empresa

A McKinsey propões uma metodologia de quatro passos para conferir maior agilidade aos processos produtivos e de decisão: preempção (escolha de procedimentos que evitam descontinuidades operacionais), detecção (de problemas e oportunidades), fortalecer reação (criando claros direitos e procedimentos decisórios e de intervenção), capturar oportunidades (habilidade de efetivamente usar a volatilidade para ganhar vantagens competitivas).


c)    Adotar novas abordagens e capacidades: as empresas precisarão aprender novas formas de gerar ideias de negócios, contando cada vez mais com seu ecossistema de fornecedores e parceiros comerciais. Utilizarão uma abordagem baseada no desempenho de todos os fatores para elevar a produtividade.

A competitividade estará muito além de meros ganhos de arbitragem sobre custos do trabalho, precisando considerar todos os fatores envolvidos na produtividade total dos fatores: trabalho, capital, transporte, talentos de liderança, materiais e componentes, energia, políticas de comércio e regulação. Os empresários deverão assumir compromissos de maior responsabilidade em um cenário de maior risco, e para isso precisarão realizar investimentos diversos e ágeis, traçando um planejamento dos investimentos de longo-prazo condizente com as transformações em curso na demanda. A diversificação do portfolio será importante para tornar cada decisão estratégica menos crítica, menos permanente e mais fácil/ menos custosa de reverter.

d)    Investir em mudança organizacional e formação de talentos: para operar num ambiente mais complexo, com agilidade e granularidade, as empresas precisam remover barreiras organizacionais e construir novas capacidades e mentalidades de negócio. Para tal empreitada, precisam de empregados com as habilidades certas.

Implicações para o setor público

Do lado do setor público, será preciso encarar o setor industrial não apenas como um grande empregador, mas também como crucial para a elevação da produtividade, das inovações e da competitividade. Deve-se levar em conta que a indústria carrega um grande setor de serviços associados, cada vez mais relevantes na produção doméstica e também no comércio exterior. Além disso, as cadeias produtivas ficarão mais complexas, de forma que as políticas industriais precisam ter amplo conhecimento dos segmentos das indústrias e das interconexões existentes.

O papel crucial do Estado para o desenvolvimento industrial é com relação à criação de um ambiente para empresas inovadoras e competitivas, gerando condições das firmas manufatureiras locais se sustentarem ao longo do tempo. Não se trata apenas de um estado regulador, mas corrigir falhas de mercado, apoiar indústrias nascentes etc. Diante da maior competição internacional para atrair empresas globais e encorajar sua expansão, os governos que atuarem mais fortemente junto ao setor privado (incluindo empresas multinacionais e encorajando sua expansão), gerando um ecossistema que atraia os talentos e promova inovações, terão maiores chances de por em marcha modelos econômicos bem-sucedidos.

Uma prioridade para política, neste sentido, é a educação e a qualificação da mão-de-obra, tanto em termos sociais e públicos, quanto no âmbito das empresas, para ampliar a capacidade da nação de pesquisa e desenvolvimento – o que requer maior aproximação entre o setor público, privado e as instituições de ensino.

Em termos práticos, o relatório propõe um modelo de elaboração de políticas públicas que conta com os seguintes estágios:

i)    Realizar o benchmark da posição competitiva no contexto das novas tendências: é preciso entender o ponto de partida do país, os custos de fatores, as novas demandas dos mercados; apoiar inovação – com suporte à pesquisa, criação e difusão; administrar os riscos e colaborar com o setor privado de maneira ágil.

ii)    Estabelecer objetivos e alinhamentos: em termos econômicos, tecnológicos, sociais. É preciso ser realista e envolver todos os agentes relacionados a cada objetivo. 

iii)    Escolher a política certa para a tarefa: há quatro categorias de políticas, com diferentes graus de intervenção. A primeira é a imposição de regras e direcionamentos, a segunda é a construção de viabilizadores dos objetivos, a terceira é a coordenação de intervenções localizadas e a quarta é ser o principal agente.

Nesse sentido, o quadro abaixo apresenta exemplos dessas quatro categorias de políticas em diversos países, por segmento industrial.





iv)    Monitorar o progresso das políticas e corrigir desvios.

Moralidade politica nao existe mais; mas podemos impedir um imoral de ascender ao poder...

Não concordo com tudo, ou com muita coisa do que vem proposto por essa comunidade de politicamente corretos, e de ecologistas irracionalistas, mas nesta causa é preciso embarcar, do contrário eu passaria vergonha por permitir que o Brasil passe mais essa vergonha em face do mundo.
Que o principal partido governista apoie um imoral, não é mais surpreendente...
Paulo Roberto de Almeida

Caros amigos do Brasil,

O Senador Renan Calheiros é o favorito para ser o próximo presidente do Senado. Ele acaba de ser denunciado criminalmente ao STF pelo Procurador-Geral da República. Somente uma mobilização gigantesca pode impedir esta vergonha e garantir que a presidência do Senado seja assumida por um candidato Ficha Limpa. Clique abaixo e assine:

O Senador Renan Calheiros, que acaba de ser denunciado criminalmente ao STF pelo Procurador-Geral da República, é o favorito para ser o próximo presidente do Senado. Somente uma mobilização gigantesca pode impedir esta vergonha.

A última vez que Renan Calheiros foi Presidente do Senado, em 2007, ele teve que renunciar após sérias denúncias de que um lobista pagava suas despesas pessoais, paralisando o Senado por meses. A denúncia agora é que para se defender daquelas acusações ele apresentou notas falsas. Após a aprovação da lei da Ficha Limpa e do julgamento do Mensalão o país precisa deixar claro que não aceita mais que a moralidade pública fique em segundo plano.

Antes da denúncia ao STF, Renan era franco favorito, mas agora está surgindo uma forte articulação entre os Senadores contra sua candidatura e uma mobilização popular gigantesca nas próximas 48 horas -- antes da eleição na sexta-feira -- pode enterrar de vez os Planos de Renan. Assine agora essa petição, que foi criada pela ONG Rio de Paz, e ao atingirmos 100.000 assinaturas ela será lida no plenário do Senado por Senadores que se opõem a Renan: 

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bnoVzdb&v=21486

Não podemos assistir de braços cruzados um Senador que acaba de ser denunciado criminalmente ser eleito Presidente de um dos Poderes da República, que tem o poder de decidir quais os projetos devem ser ou não votados e é o terceiro na linha sucessória da Presidenta da República.

A acusação mais recente contra o Senador é que ele apresentou notas falsas para se defender das acusações anteriores. Além dos danos à imagem de nossas instituições causados por essa eleição, está claro que Renan passará sua gestão se defendendo de acusações ao invés de conduzir votações importantes no Senado. Um país que se orgulha de ter uma lei como a Ficha Limpa deve se mobilizar contra isso.

Nossos informantes em Brasília afirmam que apenas uma enorme mobilização popular pode fazer os Senadores perceberem que suas reputações estarão em risco caso insistam em conduzir Renan Calheiros para a Presidência do Senado. Por isso, é fundamental espalhar essa petição por todos os cantos para chegarmos a 100.000 assinaturas e podermos ter nossas vozes amplificadas no plenário do Senado durante a votação. Assine aqui e compartilhe com todos:

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bnoVzdb&v=21486

Nos últimos anos a comunidade da Avaaz tem se fortalecido e lutado contra a corrupção no Brasil. Juntos ajudamos a aprovar a Lei da Ficha Limpa, proteger comunidades indígenas e os direitos dos trabalhadores. Vamos nos unir mais uma vez pela eleição de um presidente Ficha Limpa para o Senado, uma conquista de todos nós.

Com esperança e determinação,

Pedro, Diego, Carol, Alice, Laura, Dalia, Ricken e toda a equipe da Avaaz

MAIS INFORMAÇÕES:

Gurgel afirma que provas contra Renan Calheiros são consistentes (Terra)
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/gurgel-afirma-que-provas-contra-renan-calheiros-sao-consistentes,a60ea4522f68c310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

Gurgel apresenta denúncia no Supremo contra Renan Calheiros (G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/gurgel-apresenta-denuncia-no-supremo-contra-renan-calheiros.html

Senadores articulam nome alternativo a Renan Calheiros para presidir Senado (Zero Hora)
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2013/01/senadores-articulam-nome-alternativo-a-renan-calheiros-para-presidir-senado-4026909.html

Gurgel diz que acusação contra Renan é 'extremamente consistente' (G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/gurgel-diz-que-acusacao-contra-renan-e-extremamente-consistente.html

Eduardo Suplicy pede que Renan Calheiros desista de candidatura (Gazeta do Povo)
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1340001

Renan Calheiros é denunciado por supostas notas frias (UOL)
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/01/27/renan-calheiros-e-denunciado-por-supostas-notas-frias.htm

Aécio Neves sugere que Renan Calheiros desista de presidir Senado (Gazeta do Povo)
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=133999
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Depois da minha assinatura: 

Obrigado por agir para impedir o senador Renan Calheiros de se tornar o presidente do Senado e para manter aqueles que são acusados seriamente de corrupção fora do poder.

Uma enorme mobilização está crescendo em todo o país e dentro do Senado. Ajude a influenciar essa decisão encaminhando este email para todos os seus amigos e familiares e publicando o link abaixo no Facebook, Orkut e Twitter:

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?tnoVzdb

Obrigado mais uma vez pela sua ajuda,

A equipe da Avaaz