Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 26 de março de 2017
Bandoleiros politicos tentam escapar da lei - Percival Puggina
Percival Puggina
Porto Alegre, 26/03/2017
A um ano e meio das eleições nacionais de 2018, o cenário é desalentador. Está em curso a rebelião dos escroques da República. Em fileira cerrada, ombro a ombro, bandoleiros da oposição e do governo avançam contra as leis penais e eleitorais, qual gatos a livrar e lamber o próprio pelo. As listas de Janot estão recheadas de nomes fortes para disputar vagas no entrevero político do ano que vem. E só um intenso trabalho de resistência às mudanças legislativas, de conscientização e informação poderá prevenir os grandes riscos de que, por escabrosos meios, se reproduzam os mandatos da Orcrim. Ao mesmo tempo, é paradoxal: se entrevistado, o mesmo eleitorado que tenderá a reeleger os quadrilheiros manifestará seu descontentamento com a representação política do país.
A cada pleito, parecem brotar do ventre da terra, para se emaranharem nos altares do poder, personagens cada vez mais interesseiros, mais medíocres, menos honestos, menos comprometidos com o bem comum. Há quem conclua, dessa observação, que a política seja exatamente a lavoura onde se cultivam tais produtos e da qual nada melhor se haverá de colher.
Convido o leitor para uma sincera análise dessa realidade. Quantos eleitores trocam seus votos por dinheiro, rancho, jogos de camiseta, brindes, favores concedidos, ou promessas feitas às respectivas instituições e associações? Quantos votam por preferências clubísticas e esportivas? Quantos se deixam sensibilizar por atitudes assistenciais como distribuição de cadeiras de rodas, óculos, remédios e caixões de defunto? Quantos são conduzidos pela publicidade ou pela presença na “telinha” e nos microfones? Quantos votam contra algo ou alguém, transformando a eleição num ato de ódio ou protesto? Quantos votam catando do chão um “santinho” qualquer ou em alguém que lhe seja indicado na boca da urna? Quantos votam porque o candidato é defensor vigoroso de sua corporação? Quantos votam porque o candidato é vizinho, amigo da família, manda cartões de Natal, conseguiu ou diz que vai conseguir emprego ou bolsa qualquer? Ora, eleitores displicentes, interesseiros e venais elegem, simetricamente, políticos omissos, mercenários e corruptos.
Pelo viés oposto, pondere comigo: quantos eleitores têm como exigências a serem simultaneamente cobradas a formação moral e intelectual do candidato, a imagem que construiu com sua história pessoal, seus valores, sua dedicação ao bem comum, sua capacidade de influenciar e liderar outros, suas idéias e propostas para o município, o estado e o país?
Pois é, pois é. Faltam-nos estadistas porque nos sobram votantes com péssimos critérios. No produto dos escrutínios eleitorais, a quantidade de bons políticos eleitos será, sempre e sempre, diretamente proporcional ao número de bons eleitores.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
sábado, 24 de setembro de 2016
Quando vao prender os principais criminosos politicos? Esses mesmos que todos sabem quem sao?
- Leandro Colon
Folha de S. Paulo, sábado, 24 de setembro de 2016
Os investigadores da Lava Jato em Curitiba, em meio a "coincidências infelizes" e arroubos de estrelismo, emitem sinais que deveriam servir de alerta à ex-presidente Dilma Rousseff.
A prisão relâmpago de cinco horas de Guido Mantega trouxe a história de que Eike Batista teria recebido um pedido de R$ 5 milhões do ex-ministro para pagar dívidas do PT.
Segundo as palavras de Eike, os recursos eram para o partido "acertar as contas". A conversa indecente, afirmou, ocorreu no dia 1º de novembro de 2012 em uma reunião no gabinete de Guido Mantega na Fazenda.
Pela versão do ex-bilionário, o ex-ministro não se constrangeu em pedir dinheiro ao PT dentro de uma sala na Esplanada dos Ministérios.
Eike apresentou documentos sobre o repasse feito por ele por meio de João Santana e Mônica Moura.
Pendente de confirmação, o conteúdo da conversa dele com Mantega transforma em piada de salão o vídeo de 2005, raiz do escândalo do mensalão, em que o então servidor dos Correios Maurício Marinho cobra R$ 3.000,00 de propina em diálogo flagrado no prédio da estatal.
Se comprovado, o teor da reunião na Fazenda há quatros anos fragiliza os argumentos de Dilma e aliados de que o esquema da Petrobras não tinha o conhecimento do Planalto.
A agenda oficial de Mantega confirma que ele recebeu Eike em 1º de novembro de 2012. Duas horas antes, o ex-ministro e Dilma despacharam.
A 34º fase da Lava Jato mira sem pudor o elo financeiro do esquema do petrolão e seus laços com o primeiro escalão dos governos petistas.
A investigação mandou para a cadeia o tesoureiro do PT, o marqueteiro do partido, figurões como José Dirceu e agora fecha o cerco ao ex-presidente Lula, réu em duas ações.
Com a cassação do mandato presidencial, Dilma Rousseff perdeu o foro privilegiado que a blindava dos atos de Curitiba. Costuma-se dizer em Brasília que a Lava Jato caminha meses à frente de todos nós.
sábado, 6 de setembro de 2014
Mega-escandalo: Petrobras financiou Super-Mensalao; vai acontecer alguma coisa? Duvido...
Querem apostar como não vai acontecer nada ainda desta vez?
Desculpem o pessimismo, mas o Brasil já afundou de vez no lodaçal, e não vai sair dele tão cedo...
Paulo Roberto de Almeida
Lava-Jato
Fornecedores da Petrobras sob suspeita financiaram campanha de 121 parlamentares em atividade
Na Câmara, 96 dos deputados eleitos receberam dinheiro de empresas investigadas. Senado tem 25 integrantes com contribuições de campanha feitas por companhias ligadas ao doleiro Alberto Youssef
As empresas doadoras passaram a ser investigadas pela Lava-Jato porque depositaram recursos para a M.O. Consultoria - empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef - ou porque foram cobradas a fazer doações pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O grupo de congressistas eleitos atualmente em atividade recebeu, ao todo, 29,7 milhões de reais de um conjunto de 18 grupos empresariais sob suspeita.
Como mostrou reportagem do site de VEJA, os fornecedores da Petrobras agora investigados doaram, oficialmente, 856 milhões de reais a partidos e candidatos entre 2006 e 2012. Entre os parlamentares em atuação no Congresso, o PT desponta com 12,6 milhões de reais recebidos, seguido por PP (4,4 milhões) e PMDB (2,6 milhões). Parlamentares da oposição, como DEM e PSDB, também foram beneficiados com 2,1 milhões de reais e 2 milhões, respectivamente.
Os beneficiados pelos grupos suspeitos formam uma bancada multipartidária. E, para especialistas, isso cria riscos para o sucesso de investigações de qualquer CPI no Congresso que pretenda investigar irregularidades na Petrobras. “Não significa que todos vão defender os interesses desses grupos, mas, em qualquer decisão que se tome, tem que ser analisado se os parlamentares não servem aos interesses de financiadores. Isso só pode ser verificado na atuação concreta”, alertou o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo.
Suspeita de ter liberado mais de 7,9 milhões de reais em propinas a Costa e Youssef, a Camargo Corrêa financiou 31 deputados federais e oito senadores em atuação no Congresso. Entre os suspeitos, é o grupo com maior quantidade de parlamentares financiados no poder. No Senado, foram beneficiados parlamentares como o líder do PT, Humberto Costa, e futuros candidatos petistas a governos estaduais, como Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR). Cada um recebeu 1 milhão de reais para tocar a campanha.
Leia também:
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Na Câmara, o conglomerado financiou também a candidatura do líder do PMDB e comandante dos rebeldes na base do governo, Eduardo Cunha (RJ), com 500.000 reais. Oposicionistas como Beto Albuquerque, líder do PSB, e Mara Gabrilli (PSDB) também levaram recursos da empreiteira.
No Senado, Gleisi e Lindbergh são os parlamentares com maior volume recebido desse gupo de empresas. Cada um recebeu de cinco fornecedores envolvidos na operação. Só da OAS, que depositou 1,6 milhão de reais em contas da empresa de fachada comandada por Youssef, Gleisi recebeu um milhão de reais em doações oficiais na eleição de 2010, enquanto Lindbergh angariou 200.000 reais. A OAS financiou, no total, 24 deputados federais e sete senadores em exercício. É o segundo grupo em quantidade de parlamentares financiados.
Outra empresa diretamente ligada à empresa fantasma de Youssef é a Arcoenge, que depositou 491.000 reais em contas operadas pelo doleiro, e ajudou a eleger três deputados federais e um senador. Entre os beneficiados estão o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), o oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Magno Malta (PR-ES). Vicentinho ganhou 116.000 reais do grupo, Malta embolsou 100.000 e, Lorenzoni, 50.000 reais. Conheça a lista de parlamentares que receberam doações do grupo:
Nome | Sigla | UF | Cargo | Doações recebidas |
ALEXANDRE LEITE | DEM | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$420.000,00 |
BETINHO ROSADO | PP | RN | DEPUTADO FEDERAL | R$60.000,00 |
GUILHERME CAMPOS | PSD | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$450.000,00 |
IRAJA ABREU | PSD | TO | DEPUTADO FEDERAL | R$250.000,00 |
JORGE TADEU MUDALEN | DEM | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$400.000,00 |
JULIO CAMPOS | DEM | MT | DEPUTADO FEDERAL | R$20.000,00 |
JULIO CESAR | PSD | PI | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
JUNJI ABE | PSD | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
LAEL VARELLA | DEM | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
ONOFRE SANTO AGOSTINI | PSD | SC | DEPUTADO FEDERAL | R$15.000,00 |
ONYX LORENZONI | DEM | RS | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
PAUDERNEY AVELINO | DEM | AM | DEPUTADO FEDERAL | R$250.000,00 |
RODRIGO GARCIA | DEM | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$466.000,00 |
RODRIGO MAIA | DEM | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$300.000,00 |
JANDIRA FEGHALI | PC do B | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$260.000,00 |
ADEMIR CAMILO | PROS | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
PAULO PEREIRA DA SILVA | SDD | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$80.000,00 |
SEBASTIAO BALA ROCHA | SDD | AP | DEPUTADO FEDERAL | R$20.000,00 |
ANIBAL GOMES | PMDB | CE | DEPUTADO FEDERAL | R$270.000,00 |
ARTHUR OLIVEIRA MAIA | SDD | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$200.000,00 |
CELSO MALDANER | PMDB | SC | DEPUTADO FEDERAL | R$20.000,00 |
EDUARDO CUNHA | PMDB | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$500.000,00 |
FABIO TRAD | PMDB | MS | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
GERALDO RESENDE PEREIRA | PMDB> | MS | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
HENRIQUE EDUARDO ALVES | PMDB | RN | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
LEANDRO VILELA | PMDB | GO | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
MANOEL JUNIOR | PMDB | PB | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
PEDRO PAULO | PMDB | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
RAUL HENRY | PMDB | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$65.000,00 |
ROSE DE FREITAS | PMDB | ES | DEPUTADO FEDERAL | R$20.000,00 |
THIAGO PEIXOTO | PSD | GO | DEPUTADO FEDERAL | R$240.000,00 |
ALINE CORREA | PP | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$863.000,00 |
JOSE OTAVIO GERMANO | PP | RS | DEPUTADO FEDERAL | R$620.000,00 |
JULIO LOPES | PP | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$350.000,00 |
LUIZ FERNANDO FARIA | PP | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$600.000,00 |
NELSON MEURER | PP | PR | DEPUTADO FEDERAL | R$500.000,00 |
REBECCA GARCIA | PP | AM | DEPUTADO FEDERAL | R$250.000,00 |
ROBERTO BRITTO | PP | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
ROBERTO TEIXEIRA | PP | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$500.000,00 |
ARNALDO JARDIM | PPS | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$350.000,00 |
ROBERTO FREIRE | PPS | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$250.000,00 |
STEPAN NERCESSIAN | PPS | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$30.000,00 |
AELTON FREITAS | PR | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
ARACELY DE PAULA | PR | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$200.000,00 |
BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOS | PR | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
HENRIQUE OLIVEIRA | SDD | AM | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
JOSE ROCHA | PR | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$90.000,00 |
LUCIANO CASTRO | PR | RR | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
SANDRO MABEL | PMDB | GO | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
ABELARDO CAMARINHA | PSB | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
ANTONIO BALHMANN | PROS | CE | DEPUTADO FEDERAL | R$230.000,00 |
BETO ALBUQUERQUE | PSB | RS | DEPUTADO FEDERAL | R$40.000,00 |
DOMINGOS NETO | PROS | CE | DEPUTADO FEDERAL | R$200.000,00 |
FERNANDO COELHO FILHO | PSB | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$65.000,00 |
CARLOS EDUARDO CADOCA | PC do B | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
MARCELO AGUIAR | DEM | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
ANTONIO IMBASSAHY | PSDB | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
BRUNA FURLAN | PSDB | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$400.000,00 |
EDUARDO GOMES | SDD | TO | DEPUTADO FEDERAL | R$350.000,00 |
FERNANDO FRANCISCHINI | SDD | PR | DEPUTADO FEDERAL | R$10.000,00 |
MARA GABRILLI | PSDB | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
NELSON MARCHEZAN JUNIOR | PSDB | RS | DEPUTADO FEDERAL | R$25.000,00 |
OTAVIO LEITE | PSDB | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
PAULO ABI ACKEL | PSDB | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$400.000,00 |
RAIMUNDO GOMES DE MATOS | PSDB | CE | DEPUTADO FEDERAL | R$30.000,00 |
REINALDO AZAMBUJA | PSDB | MS | DEPUTADO FEDERAL | R$330.000,00 |
RODRIGO DE CASTRO | PSDB | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$300.000,00 |
ARLINDO CHINAGLIA | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$400.000,00 |
BENEDITA DA SILVA | PT | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$3.000,00 |
BIFFI | PT | MS | DEPUTADO FEDERAL | R$160.000,00 |
CANDIDO VACCAREZZA | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$675.000,00 |
CARLOS ZARATTINI | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$480.000,00 |
DEVANIR RIBEIRO | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
EDSON SANTOS | PT | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$60.000,00 |
GABRIEL GUIMARAES | PT | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
IRINY LOPES | PT | ES | DEPUTADO FEDERAL | R$15.000,00 |
JILMAR TATOO | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
JOAO PAULO LIMA | PT | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$65.000,00 |
JORGE BITTAR | PT | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$75.000,00 |
LUCI CHOINACKI | PT | SC | DEPUTADO FEDERAL | R$30.000,00 |
LUIZ ALBERTO | PT | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
LUIZ SERGIO | PT | RJ | DEPUTADO FEDERAL | R$200.000,00 |
MAGELA | PT | DF | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
MARCO MAIA | PT | RS | DEPUTADO FEDERAL | R$80.000,00 |
NEWTON LIMA | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$100.000,00 |
ODAIR CUNHA | PT | MG | DEPUTADO FEDERAL | R$320.000,00 |
PAULO TEIXEIRA | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$123.000,00 |
PEDRO EUGENIO | PT | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$125.000,00 |
RUI COSTA | PT | BA | DEPUTADO FEDERAL | R$2.000,00 |
VICENTE CANDIDO | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$130.000,00 |
VICENTINHO | PT | SP | DEPUTADO FEDERAL | R$116.000,00 |
ZE GERALDO | PT | PA | DEPUTADO FEDERAL | R$50.000,00 |
ZECA DIRCEU | PT | PR | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
JORGE CORTE REAL | PTB | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$60.000,00 |
JOVAIR ARANTES | PTB | GO | DEPUTADO FEDERAL | R$150.000,00 |
SILVIO COSTA | PSC | PE | DEPUTADO FEDERAL | R$75.000,00 |
INACIO ARRUDA | PC do B | CE | SENADOR | R$100.000,00 |
VANESSA GRAZZIOTIN | PC do B | AM | SENADOR | R$500.000,00 |
CRISTOVAM BUARQUE | PDT | DF | SENADOR | R$50.000,00 |
JAYME CAMPOS | DEM | MT | SENADOR | R$25.000,00 |
EUNICIO OLIVEIRA | PMDB | CE | SENADOR | R$1.000.000,00 |
JOSE SARNEY | PMDB | AP | SENADOR | R$50.000,00 |
LUIZ HENRIQUE | PMDB | SC | SENADOR | R$40.000,00 |
ANA AMELIA | PP | RS | SENADOR | R$50.000,00 |
BENEDITO DE LIRA | PP | AL | SENADOR | R$400.000,00 |
CIRO NOGUEIRA | PP | PI | SENADOR | R$150.000,00 |
MAGNO MALTA | PR | ES | SENADOR | R$200.000,00 |
MARCELO CRIVELLA | PRB | RJ | SENADOR | R$100.000,00 |
LIDICE DA MATA | PSB | BA | SENADOR | R$200.000,00 |
CICERO LUCENA | PSDB | PB | SENADOR | R$25.000,00 |
FLEXA RIBEIRO | PSDB | PA | SENADOR | R$150.000,00 |
ANGELA PORTELA | PT | RR | SENADOR | R$1.000.000,00 |
GLEISI HOFFMANN | PT | PR | SENADOR | R$2.420.000,00 |
HUMBERTO COSTA | PT | PE | SENADOR | R$1.530.000,00 |
JOSE PIMENTEL | PT | CE | SENADOR | R$1.000.000,00 |
LINDBERGH FARIAS | PT | RJ | SENADOR | R$2.300.000,00 |
PAULO PAIM | PT | RS | SENADOR | R$2.000,00 |
WALTER PINHEIRO | PT | BA | SENADOR | R$200.000,00 |
WELLINGTON DIAS | PT | PI | SENADOR | R$250.000,00 |
ARMANDO MONTEIRO | PTB | PE | SENADOR | R$300.000,00 |
EPITACIO CAFETEIRA | PTB | MA | SENADOR | R$50.000,00 |
As doações para campanha
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Grupo | Parlamentares financiados | Cargo | Total em doações |
ARCOENGE | 3 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 266.000,00 |
ARCOENGE | 1 | SENADOR | R$ 100.000,00 |
GRUPO ALUSA | 7 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 1.160.000,00 |
GRUPO ALUSA | 3 | SENADOR | R$ 420.000,00 |
GRUPO ANDRADE GUTIERREZ | 1 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 10.000,00 |
GRUPO ANDRADE GUTIERREZ | 1 | SENADOR | R$ 100.000,00 |
GRUPO CAMARGO CORREA | 31 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 6.245.000,00 |
GRUPO CAMARGO CORREA | 8 | SENADOR | R$ 5.900.000,00 |
GRUPO EGESA | 14 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 1.350.000,00 |
GRUPO EIT | 8 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 784.000,00 |
GRUPO ENGEVIX | 11 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 475.000,00 |
GRUPO ENGEVIX | 2 | SENADOR | R$ 90.000,00 |
GRUPO GALVAO | 11 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 600.000,00 |
GRUPO GALVAO | 4 | SENADOR | R$ 630.000,00 |
GRUPO HOPE | 1 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 30.000,00 |
GRUPO IESA | 1 | SENADOR | R$ 200.000,00 |
GRUPO JARAGUA | 4 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 600.000,00 |
GRUPO MENDES JUNIOR | 7 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 552.000,00 |
GRUPO MENDES JUNIOR | 1 | SENADOR | R$ 50.000,00 |
GRUPO OAS | 24 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 2.043.000,00 |
GRUPO OAS | 7 | SENADOR | R$ 3.200.000,00 |
GRUPO QUEIROZ GALVAO | 12 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 1.862.000,00 |
GRUPO QUEIROZ GALVAO | 1 | SENADOR | R$ 2.000,00 |
GRUPO TOME | 1 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 30.000,00 |
GRUPO TOYO SETAL | 2 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 43.000,00 |
GRUPO UTC | 14 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 1.963.000,00 |
GRUPO UTC | 3 | SENADOR | R$ 1.150.000,00 |
RAUL ANDRES ORTUZAR RAMIREZ | 1 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 10.000,00 |
WILSON DA COSTA RITTO FILHO (sócio do grupo Hope) | 1 | DEPUTADO FEDERAL | R$ 10.000,00 |
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Partido da Causa Totalitaria: quem sai aos seus, nao desmerece (o PT e um dos seus filhotes...)
Assunto indigesto...
Cristiana Lobo
O Globo, 8/07/2014
A notícia de que a Justiça de São Paulo tomou decisão provisória de anular a convenção do PT do Estado que oficializou as candidaturas, inclusive a de Alexandre Padilha ao governo, traz consequências não só jurídicas ao PT, mas também prejuízos políticos ao partido. Esta decisão remete a um assunto que o partido queria esquecer: a suposta ligação do deputado Luiz Moura com representantes de facções criminosas no Estado, assunto que tem provocado desgaste ao partido e, segundo dirigentes, afetado candidaturas petistas.
Depois de ter os direitos partidários suspensos e, por isso, ter ficado sem legenda para disputar a reeleição, o deputado Luiz Moura recorreu à Justiça alegando cerceamento de defesa. Por esse argumento, o juiz Fernando Camargo determinou sua reintegração aos quadros do PT e a anulação da convenção - para que seja feita outra, com vaga assegurada para Moura concorrer.
A notícia de que Moura participara de reunião com representantes de facções criminosas em São Paulo causou prejuízos políticos ao partido. O assunto veio a público dias depois da denúncia de que o deputado André Vargas (PT-PR) havia usado um avião emprestado pelo doleiro Alberto Yousseff. Esses dois casos são considerados emblemáticos para o PT. Pesquisa feita pelo partido apontou que ambos teriam contribuído para a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas a partir do mês de abril. E, também, como uma das razões pelas quais Alexandre Padilha não decola nas pesquisas.
Por isso, a reação do PT foi diferente de outros casos em que o partido saiu em defesa de seus parlamentares. O PT pressionou Vargas a se desligar do partido – o que só fez depois de ouvir que seria expulso se não tomasse a iniciativa de deixar o partido – e, em curto espaço de tempo, suspendeu os direitos partidários de Moura para afastar o assunto do debate político.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Politica brasileira: PR, um partido exemplar (comandado a partir da cadeia?)
Mais um pouco da política brasileira:
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Quadrilheiros do PT: poucos na cadeia, muitos fora dela, vociferando...
Até quando Joaquim Barbosa e o STF continuarão sendo insultados e ameaçados neste País ?
A escalada de vilanias, ofensas pessoais e acusações mais do que levianas e criminosas contra o presidente do STF, Joaquim Barbosa, parecem não ter limites, resultado do ataque de nervos que revela fraturas morais e éticas expostas por quase toda a liderança do PT.
. O Mensalão foi desbaratada e seus líderes foram para a prisão porque ocorreram investigações por parte da CPI dos Cofrreios e da Polícia Federal, porque o MPF denunciou os bandidos e porque a maioria dos ministros do STF condenou os envolvidos, inclusive altos dirigentes petistas enquistados no governo da República.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Imprensa incrivel: pagina de politica ou pagina de policia???
09/05/2014Destaques | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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sábado, 12 de abril de 2014
PP = Partido Progressista ou Pilantragem na Petrobras? - Revista Veja
Ex-diretor da Petrobras fez fortuna vendendo facilidades na estatal
Documentos revelam que Paulo Roberto Costa intermediou interesses de grandes empreiteiras dividindo o lucro com políticos
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Dinheiro dos Corruptos do Mensalao ajudando os Corruptos do Mensalao? - Ministro Gilmar Mendes
Pode ser que este seja o caso dos bandidos do Mensalão, sendo alimentados agora pelo dinheiro roubado no Mensalão.
Na verdade, eles estão zombando da Justiça e de todo o povo brasileiro.
A esperteza, de vez em quando, é tão grande que ela cresce e engole o dono...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 30 de novembro de 2013
Argentina: os aliados dos companheiros... na corrupcao
Entrevista - Jorge Lanata
Uma voz contra Cristina Kirchner
O apresentador de TV que mais denuncia a corrupção na Argentina revela que empresas são obrigadas a pagar propinas mensais ao governo. Corajoso, não teme represálias
Há anos me perguntam qual governo foi pior e qual roubou mais. Sempre respondi que isso não interessa. Importa é quem está roubando agora. Estou convencido, porém, de que a corrupção hoje é até maior do que na gestão do presidente Carlos Saúl Menem (1989 a 1999). Os Kirchner criaram um novo tipo de corrupção. No governo Menem, os políticos pediam propinas para autorizar certas obras públicas ou direcionar licitações. O casal Kirchner foi muito além.
Eles participam das empresas como se fossem sócios. A corrupção é muito mais estrutural. Se uma companhia quer vencer um leilão para construir uma ponte, eles concedem. No entanto, passam a cobrar 10% do lucro corporativo daquele momento em diante. Não basta o empresário pagar propina uma única vez. Todo dia 5, para sempre, um burocrata vai passar na recepção das empresas para pegar uma mala com o pagamento. Na lista de quem tem mais dinheiro na Argentina, além dos ricos de sempre, três nomes do sul do país, a região dos Kirchner, entraram para o grupo recentemente. Todos estão vinculados ao governo. São eles Lázaro Báez, empreiteiro, Cristóbal López, dono de empresas de petróleo, e Gerardo Ferreyra, da Electroingeniería, uma construtora de obras públicas.
Foi a série de revelações que chamamos A Rota do Dinheiro K. Em abril, o Periodismo para Todos exibiu uma reportagem mostrando que Lázaro Báez, amigo e sócio do casal Kirchner e dono de uma empreiteira que realizava obras públicas na província de Santa Cruz, tirou do país 55 milhões de euros de forma ilegal. O dinheiro saía de Río Gallegos, na província de Santa Cruz, fazia escala operacional em Buenos Aires e seguia para ser depositado em contas na Suíça e de empresas em paraísos fiscais, como Belize. Mostramos que Báez está envolvido com lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas. Báez, um ex-funcionário do Banco de Santa Cruz, tornou-se nos últimos anos um empresário com investimentos nos setores imobiliário, hoteleiro e de petróleo. Tem 3 bilhões de dólares. Quanto disso é dele, quanto seria de Néstor e quanto é de Cristina? Não tenho ideia, mas estou certo de que uma parte foi para ela.
A esta altura, o dinheiro não importa tanto, porque já se acumulou muito. Não estão nem aí para isso. A grande questão é permanecer no poder. Não duvido que a presidente renunciaria para preservar a mística se encontrasse um jeito de manter influência na Casa Rosada no futuro, já que não pode se reeleger.
Máximo é um dos principais conselheiros da presidente. Ele integra a chamada mesa chica, que toma as decisões. Essa cúpula é formada pela mãe, pelo filho, por Carlos Zannini, secretário para assuntos legais, e Héctor Icazuriaga, o secretário de Inteligência. Mas Máximo não tem carisma. É um homem que não fala. Outro dia, por casualidade, ele deu entrevistas sobre a doença da mãe, no aeroporto de Santa Cruz. Era difícil escutar sua voz. Ele não está capacitado para o cargo.
Essa foi uma década desperdiçada. Nunca entrou tanto dinheiro na Argentina e nunca se perdeu tanto. O país passou dez anos gastando o que tinha, imaginando que depois alguém virá pagar a conta. Mesmo com os recursos vindos das exportações, a proporção de pobres continua em torno de 30% da população e a de indigentes, em 15%. Há muito clientelismo. A educação não funciona. A política exterior é absurda. Viramos amigos do Irã e brigamos com o Uruguai, nosso vizinho. O controle de câmbio fracassou e as reservas internacionais em dólares estão acabando. Um ajuste é urgente e necessário, mas ninguém quer fazê-lo.
Este governo se sente incomodado com a questão da audiência. Embora seus membros e empresários amigos tenham investido milhões de pesos em veículos de comunicação, nenhum programa chapa-branca consegue mais de 3 pontos de audiência. Eles têm dinheiro, mas não têm talento. O texto da lei limita para os meios privados um máximo de 35% do mercado de televisão aberta. As empresas também não podem alcançar mais de 35% da população em televisão a cabo nem possuir mais de dez licenças de rádio. Mas audiência não é algo que possa ser repartido assim, por decreto. Uma cidade pode ter 400 rádios que ninguém ouve e uma que concentra todo o interesse dos ouvintes. O que determina o público é a qualidade. Meu programa na Rádio Mitre alcança 52% dos ouvintes no seu horário. O que o governo espera que eu faça? Que peça às pessoas que não me escutem? Não posso fazer isso. Se o governo tivesse bons programas, eles teriam 50% da audiência. Não conseguem isso porque o povo não é idiota. O jornalismo oficialista só funciona quando não tem concorrentes. Em Cuba, o Granma vende jornais apenas porque não existem outras opções.
Não consegui saber ainda quanto a Lei de Mídia vai nos afetar. Num primeiro momento, o governo ameaçou o Clarín com um ultimato. Diziam que as autoridades decidiriam com quais empresas o grupo ficaria. Depois, o Clarín apresentou um plano de adequação, que está sendo analisado. Neste ano, estaremos no ar até 8 de dezembro. A princípio, voltaremos em abril, mas o retorno é uma incógnita. Não sei se o canal continuará existindo ou se vamos sofrer intervenção do governo. Se for assim, eu não ficarei. Espero que eles façam direito as contas, porque neste momento o custo político de nos tirar do ar seria muito grande. Cinco milhões de argentinos nos veem todos os domingos. Temos uma audiência média de 20 pontos, um índice que é um delírio para um dominical jornalístico. Nenhum programa que fala de política na Argentina se compara a isso. O governo até mudou o horário do campeonato argentino de futebol, em maio passado, para que as partidas coincidissem com o início do PPT. Com televisores ligados nos jogos, achavam que perderíamos audiência. Nós levamos a melhor. Das vinte vezes em que competimos com o futebol, o placar foi favorável à nossa equipe em quinze.
O Clarín não é um monopólio. Tecnicamente, isso só acontece quando um fornecedor controla o mercado de um produto ou serviço. A Argentina tem vários canais de televisão aberta, centenas de jornais, milhares de rádios. Esses meios de comunicação pertencem a diferentes proprietários e há um cenário plural de opiniões.
Pesquisas recentes mostram que apenas uma minoria crê nos propósitos declarados das autoridades (de acordo com a consultoria Management & Fit, 30% creem que a lei busca democratizar os meios). A maior parte dos argentinos acredita que os meios de comunicação devem ter o direito de publicar ou transmitir o conteúdo que quiserem sem o controle do governo. É evidente que a Lei de Mídia foi feita contra um grupo em particular, o Clarín. Essa é a única empresa contra a qual o governo briga atualmente. Se a lei fosse aplicada de forma isenta, outros empresários teriam de se adaptar, mas eles não têm sofrido represálias por causa disso. Uma das cláusulas diz que uma empresa que oferece serviços públicos não pode ter um canal. No entanto, a emissora de televisão Telefé é controlada pela Telefónica da Espanha, que por sua vez provê serviços de telecomunicações. Nenhuma pressão foi feita. A desculpa é que a Telefónica argentina não tem nada a ver com a da Espanha. Outro exemplo: o Canal 9 é de um empresário da América Central, o mexicano Ángel González González, que produz novelas. Esse canal ignora a regra segundo a qual uma porcentagem dos programas deve ser produzida localmente. O governo nada faz. Permite que esse canal viole a Lei de Mídia com um monte de enlatados, contanto que exibam programas pró-governo.
Ultimamente, não tenho recebido tantas. Na época em que eu dirigia o jornal Página/12, a redação recebeu cinco ameaças de bomba. O clima agora está mais calmo, mas não pacífico. Em outubro do ano passado, quando viajei à Venezuela para cobrir as eleições, fui acusado pelos chavistas de fazer espionagem. Nosso grupo tinha sete pessoas. Fomos presos e forçados a apagar toda a filmagem que tínhamos feito. Um desastre. Liguei para o embaixador argentino na Venezuela, mas o diplomata não nos ajudou em nada. Ele fez tudo o que era possível para agradar a Hugo Chávez. Só nos liberaram duas horas depois.
Eles hostilizam os profissionais de uma maneira incrível. Se um jornalista menos conhecido descobre irregularidades no governo, geralmente decide não publicá-las. Tem medo da reação. Além disso, poucos querem brigar com o chefe, pois oito em cada dez veículos argentinos são fiéis à Casa Rosada. Essa situação obviamente gera muita autocensura.
Claro! Mais até do que as denúncias. Os políticos querem ser respeitados. São muito solenes. Se alguém ri deles, ficam desarmados. Os gregos, com a sátira, faziam humor político. No Brasil, o Pasquim brigava com a ditadura usando o humor. Na minha carreira, sempre fiz isso. Quando dirigi o jornal Página/12, o então presidente Menem nos chamou de “imprensa amarela”. No dia seguinte, o jornal chegou às bancas todo impresso em páginas amarelas. O humor é essencial para nos aproximar dos jovens. Eles começam a assistir ao nosso programa para se divertir, mas acabam ficando e escutando a parte política. Rir é bom.
De todos os lados. Às vezes, até de funcionários do governo. Quanto mais briga interna há na máquina estatal, mais dados ficam disponíveis para os jornalistas. Em geral, nenhuma informação é inocente. Quando alguém me conta algo, é por algum interesse pessoal. Para mim, o que importa é investigar se a denúncia é verdadeira. Não tenho de proteger ninguém. Temos ainda mais denúncias esperando a hora para entrar no programa.
Espere para ver.