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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sobre avioes vistoriados, humilhacoes diplomaticas e revelacoes publicas - Claudio Humberto

Pois é, cada coisa que acontece...

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
HUMILHADO, ELE SE CALOU
MORALES MANDOU REVISTAR AVIÃO DE MINISTRO DA DEFESA À CAÇA DE ASILADO
Diario do Poder, 14 de julho de 2013 às 1:57

Covardia: o governo brasileiro apenas emitiu uma nota de protesto "secreta"
Assim como se queixa de ter sido "humilhado", porque, sob suspeita de dar fuga a um procurado pelo governo dos Estados Unidos, seu avião foi impedido de sobrevoar o espaço aéreo de países europeus, o cocaleiro presidente da Bolívia, Evo Morales, impôs uma humilhação ultrajante ao nanoministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, no final de 2012, em episódio mantido em segredo pelo governo brasileiro até agora. Amorim visitara La Paz e se preparava para decolar quando seu avião foi cercado e revistado, inclusive com cães farejadores, a mando do cocaleiro, desconfiado que o ex-chanceler do governo Lula levava um senador de oposição asilado na embaixada do Brasil. A informação é de diplomatas e funcionários que não podem ser identificados, em razão de represálias. A humilhação ao Brasil foi ainda maior, considerando que o ministro era transportado por um avião da FAB.
Esta semana, Morales exigiu e obteve a solidariedade dos parceiros do Mercosul, mas ele se comporta exatamente como seus supostos detratores, mantendo cerco em La Paz à versão boliviana do ex-agente americano Edward Snowden. O senador oposicionista Roger Pinto Molina se viu obrigado a pedir asilo político à embaixada do Brasil em La Paz, onde se encontra há mais de um ano. Ele quer deixar a Bolívia, porque teme até ser assassinado, mas Morales se recusa a conceder-lhe salvo conduto, para sair da embaixada em segurança até sair do país.

O senador Molina está há mais de um ano asilado na embaixada do Brasil em La Paz.
O governo brasileiro novamente se acovardou, diante da agressão ao ministro da Defesa, e apenas emitiu na ocasião uma "nota de protesto" que permaneceu secreta, ou seja, apenas foi lida pelo destinatário - que, claro, a ignorou.
Além do senador Moloina, há muitos bolivianos asilados, tentando se proteger da perseguição de Evo Moraes. Inclusive um candidato à presidência e também magistrados que ousaram prolatar sentenças contra o governo do cocaleiro,  tiveram de se asilar para não morrerem.
Habeas corpus extraterritorial
O jurista Fernando Tiburcio Pena, que defende o senador Roger Pinto Molina, impetrou um "habeas corpus extraterritorial", junto ao Supremo Tribunal Federal. Trata-se do primeiro caso do gênero no Brasil, segundo explica o advogado, que usa como precedente uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que entendeu cabível o direito de habeas corpus a um prisioneiro em Guantánamo. O habeas corpus deve ser julgado em agosto no plenário do STF. O objetivo da medida é obrigar o governo brasileiro a colocar à disposição do senador um veículo diplomático, para que ele possa deixar o território boliviano sob a jurisdição do Brasil durante todo o percurso. Veículo diplomático é protegido pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e, em razão disso, o senador não poderá ser removido à força do carro. Mas a Bolívia de Evo Morales não costuma respeitar regras e tratados internacionais, nem muito menos os mais elementares princípios democráticos.
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Comentários:
Luiz Solano
Brasília - DF
BASTA DE INSULTOS AO BRASIL
Essa do Evo Morales, de mandar revistar o avião do Ministro da Defesa,Celson Amorim, é uma mostra clara que ninguém tem respeito pelo Brasil.É preciso ter autoridade e pulso forte para enfrentar esse tipo de agressão,principalmente quando parte de gente como esse presidente boliviano,um pé de chulé daqueles bem fedorentos e cheirando a cocaina.Temos que dá um basta nessa situação com a falta de respeito a nossa Pátria e a nossa soberania.Acho que é hora das nossa queridas Forças Armadas começarem e se movimentar para que agressões desse tipo não aconteçam mais.Basta de insultos ao Brasil.

A nova "guerra" da Triplice Alianca - Pedro Luis Rodrigues (Coluna Claudio Humberto)

Um artigo cumprimentando o Paraguai por um ex-diplomata bem informado.

PEDRO LUIZ RODRIGUES
Coluna do Claudio Humberto, Diario do Poder: 14 de julho de 2013 às 9:00
Parabéns, Paraguai!
Está coberto de razões – legais e morais – o presidente-eleito do Paraguai, Horácio Cartes, que soube dizer à Argentina, Brasil e Uruguai (por coincidência, os mesmos países que no século 19 integraram a Tríplice Aliança) que recusou o convite hipócrita dos três para voltar ao Mercosul, de onde  foi retirado por intermédio de uma manobra  legal e moralmente  capenga, arquitetada pelo gestor da política externa do Partido dos Trabalhadores,  e que nos últimos anos tem prestado serviços ao Planalto – e desserviços à Nação e  ao Estado brasileiro – mero assessor internacional da Presidência, mas responsável, na prática, pela  definição das linhas da política externa brasileira na América do Sul e Cuba, o professor Marco Aurélio Garcia.
Em julho de 2012, o Congresso paraguaio determinou o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. Os sócios do Mercosul recorreram à cláusula democrática para suspender o Paraguai da organização. Até aí, tudo dentro das regras. Mas o que aconteceu em seguida, arquitetada pelo mago planaltino, foi de uma calhordice de fazer corar de vergonha qualquer brasileiro admirador do Barão do Rio Branco: com o Paraguai fora da jogada, enfiou-se para dentro do Mercosul, pelas portas do fundo, a Venezuela.
Agora, com a maior desfaçatez, talvez por não acreditarem muito nos princípios éticos do vizinho,  os três do Mercosul, mais a Venezuela enfiada pela porta dos fundos, estenderam as mãos para o Paraguai, chamando-o de volta à organização.
Horácio Cartes deu a resposta que daria Rui Barbosa, se fosse chamado como consultor: “As características jurídicas do ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul, em julho de 2012, não estão conformes com as normas legais”. Não está legal a presença e, portanto não pode ser aceitável que quem não faça parte legalmente do jogo esteja na presidência da instituição.
Qualquer jurista brasileiro, desde que não sufocado em sua percepção por influências  ideológicas, concordará com Cartes de que o “o mero transcurso de tempo, ou decisões políticas posteriores, não restabelecem o império do direito”.
Ai como é triste para um país como o Brasil, que sempre pautou sua ação diplomática pela justiça e as leis, ter de ouvir tudo isso, sem poder reagir: “o direito concernente, internacional e nacional, deve ser reconhecido, respeitado e cumprido, tal como foi acordado.A política não é força, nem árbitro”.

 

Economia brasileira: BC tem festival de noticiais ruins (Focus, Julho 2013)

Bem, não se pode dizer que os "mercados" -- essa palavra sempre tão negativa, aos olhos dos companheiros -- estejam otimistas com o Brasil, ao contrário.
O importante é que o Banco Central também ficou mais realista, ainda que ele não seja isento de culpa, também.
Lembro que, em meados de 2011, quando a inflação já estava acima da meta central (4,5%), o presidente Alexandre Tombini prometeu, formalmente, em audiência no Congresso, que em 2012 a inflação já teria convergido para o centro da meta.
Não cumpriu em 2012, e não vai cumprir em 2013.
Se fosse nos EUA, já teria sido convocado pela Comissão de Economia da Câmara e do Senado para dar explicações, e se os parlamentares não estivesse contentes, seria dispensado do cargo.
No Brasil, todos são amigos... da inflação...
Paulo Roberto de Almeida

BACEN (15/07/2013) – BOLETIM SEMANAL FOCUS. PREVISÕES DO MERCADO.

MERCADO FINANCEIRO BAIXA PARA 2,31% PREVISÃO DE ALTA DO PIB DE 2013. EXPECTATIVA PARA O IPCA DESTE ANO PASSOU DE 5,81% PARA 5,80%. MERCADO SEGUE PREVENDO NOVA ALTA DE JUROS DE 0,5 PONTO EM AGOSTO. Os economistas do mercado financeiro baixaram, na semana passada, sua expectativa pra o crescimento do PIB de 2013 de 2,34% para 2,31%. Para o IPCA, que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano caiu de 5,81% para 5,80% neste ano. Esta foi a nona queda consecutiva deste indicador. Para 2014 a previsão de crescimento da economia brasileira ficou estável em 2,80%. No primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, o PIB avançou somente 0,6% na comparação com os três últimos meses do ano passado - valor que ficou abaixo da previsão dos economistas. O MF informou recentemente que a meta do governo para o crescimento é de 3% neste ano, abaixo do que ainda consta no orçamento federal - que prevê uma alta de 3,5%. No mês passado, o BC baixou de 3,1% para 2,7% sua estimativa de expansão do PIB em 2013.
MERCADO REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA PELA 9ª VEZ SEGUIDA. Economistas de instituições financeiras elevaram sua projeção para a Selic em 2014, prevendo que o Banco Central seguirá com o aperto monetário no ano eleitoral, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva para a taxa básica de juros neste ano e reduziram as de inflação e crescimento. Os analistas consultados mantiveram a projeção de que a Selic encerrará este ano a 9,25% depois de o BC ter dado continuidade, na semana passada, ao ciclo de aperto monetário elevando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 8,5%. Para a reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, os analistas esperam nova alta de 0,5%, mantendo o ritmo de aperto monetário. Mas para o final de 2014 elevaram a perspectiva a 9,5%, ante 9,25% na pesquisa anterior. O mercado agora aguarda a divulgação na quinta-feira da ata da reunião da semana passada, em que a decisão de elevar a Selic foi unânime, em busca de mais indícios sobre os rumos da política monetária. Por sua vez, o Top 5, com as instituições que mais acertam as projeções no médio prazo, mostra que a estimativa para a Selic é de 9,5% neste ano, inalterado ante a semana anterior. Para 2014, por outro lado, a projeção foi reduzida a 9,5%, ante 9,75%.
FOCUS APONTA PARA MENOR CRESCIMENTO DO PIB NESTE ANO E MAIOR SELIC EM 2014. PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO CAIU DE 2,34% PARA 2,31% NESTE ANO; SELIC DEVE ATINGIR 9,50% NO PRÓXIMO ANO. As expectativas econômicas brasileiras divulgadas, projetam piora no crescimento econômico, com o PIB (Produto Interno Bruto) em 2,31% ao final deste ano, ante expectativa anterior de 2,34%. Para 2014, a expectativa de expansão manteve-se em 3,00%. Também projeta menor produção industrial, com expansão de 2,23% em 2013, ante 2,34% apresentados na semana anterior. Já a mediana de projeções para a Selic manteve-se em 9,25% neste ano. Para 2014, no entanto, os analistas consultados pelo BC acreditam em uma taxa maior do que o previsto anteriormente, em 9,50%. Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o relatório indicou leve queda nas estimativas para 2013, com a inflação em 5,80% neste ano, ante perspectiva de 5,81%. Para 2014, a projeção manteve-se em 5,90%.
INFLAÇÃO. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano caiu de 5,81% para 5,80% neste ano. Esta foi a segunda queda consecutiva deste indicador. Para 2014, a previsão permaneceu estável em 5,90%. O BACEN afirmou que a inflação teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e no ano de 2014. Embora acredita na desaceleração da inflação neste ano, o mercado continua prevendo, entretanto, crescimento da inflação em 2014. Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC repetiu o argumento de que esse movimento de elevação da Selic colocará a inflação para baixo. Em relação ao IPCA, os agentes econômicos consultados no Focus reduziram a expectativa neste ano a 5,8%, ante 5,81% na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção permaneceu em 5,9%. Já a expectativa para a inflação nos próximos 12 meses foi ligeiramente elevada a 5,68%, ante 5,67%. O nível elevado de preços continua preocupando ainda mais diante da fraqueza da economia brasileira, o que ficou evidenciado na queda de 1,4% do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de maio, ante abril. O indicador é considerado uma espécie de sinalizador do PIB. Frente a esse cenário, os economistas baixaram pela nona semana seguida a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano no Focus a 2,31%, ante 2,34% anteriormente. Para 2014, a projeção foi mantida em 2,8%.
TAXA DE JUROS. Após o aumento nos juros para 8,5% ao ano na semana passada, o mercado segue acreditando que, em agosto, haverá uma nova alta de 0,5 ponto percentual, para 9% ao ano. Para o fim deste ano, a estimativa permaneceu estável em 9,25% ao ano. Para o final de 2014, porém, a previsão subiu de 9,25% para 9,5% ao ano na última semana.
CÂMBIO. A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 continuou em R$ 2,20 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar subiu de R$ 2,22 para R$ 2,30. O Focus mostrou ainda que os economistas mantiveram a expectativa para o dólar no final deste ano em R$ 2,20.
BALANÇA COMERCIAL. A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 ficou estável em US$ 6 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 8 bilhões na última semana.
INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS. Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões na última semana.