O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A nova "guerra" da Triplice Alianca - Pedro Luis Rodrigues (Coluna Claudio Humberto)

Um artigo cumprimentando o Paraguai por um ex-diplomata bem informado.

PEDRO LUIZ RODRIGUES
Coluna do Claudio Humberto, Diario do Poder: 14 de julho de 2013 às 9:00
Parabéns, Paraguai!
Está coberto de razões – legais e morais – o presidente-eleito do Paraguai, Horácio Cartes, que soube dizer à Argentina, Brasil e Uruguai (por coincidência, os mesmos países que no século 19 integraram a Tríplice Aliança) que recusou o convite hipócrita dos três para voltar ao Mercosul, de onde  foi retirado por intermédio de uma manobra  legal e moralmente  capenga, arquitetada pelo gestor da política externa do Partido dos Trabalhadores,  e que nos últimos anos tem prestado serviços ao Planalto – e desserviços à Nação e  ao Estado brasileiro – mero assessor internacional da Presidência, mas responsável, na prática, pela  definição das linhas da política externa brasileira na América do Sul e Cuba, o professor Marco Aurélio Garcia.
Em julho de 2012, o Congresso paraguaio determinou o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. Os sócios do Mercosul recorreram à cláusula democrática para suspender o Paraguai da organização. Até aí, tudo dentro das regras. Mas o que aconteceu em seguida, arquitetada pelo mago planaltino, foi de uma calhordice de fazer corar de vergonha qualquer brasileiro admirador do Barão do Rio Branco: com o Paraguai fora da jogada, enfiou-se para dentro do Mercosul, pelas portas do fundo, a Venezuela.
Agora, com a maior desfaçatez, talvez por não acreditarem muito nos princípios éticos do vizinho,  os três do Mercosul, mais a Venezuela enfiada pela porta dos fundos, estenderam as mãos para o Paraguai, chamando-o de volta à organização.
Horácio Cartes deu a resposta que daria Rui Barbosa, se fosse chamado como consultor: “As características jurídicas do ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul, em julho de 2012, não estão conformes com as normas legais”. Não está legal a presença e, portanto não pode ser aceitável que quem não faça parte legalmente do jogo esteja na presidência da instituição.
Qualquer jurista brasileiro, desde que não sufocado em sua percepção por influências  ideológicas, concordará com Cartes de que o “o mero transcurso de tempo, ou decisões políticas posteriores, não restabelecem o império do direito”.
Ai como é triste para um país como o Brasil, que sempre pautou sua ação diplomática pela justiça e as leis, ter de ouvir tudo isso, sem poder reagir: “o direito concernente, internacional e nacional, deve ser reconhecido, respeitado e cumprido, tal como foi acordado.A política não é força, nem árbitro”.

 

Nenhum comentário: