O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 10 de maio de 2014

Politica economica brasileira: a concepcao primitiva de economia dos governantes (e de economistas) - Mansueto Almeida

De vez em quando a gente "pesca" uma frase sincera de nossos governantes, e de alguns de seus assessores, que revela todo o primitivismo, rusticidade, todos os desvios de concepção de seu entendimento sobre como deve ser uma economia.
Já se deve dar por desconto que eles acham que realmente o mercado é muito anárquico, irregular, errático, imprevisível, desigual, assimétrico, injusto, enfim, todas essas coisas, e que é preciso, necessário, indispensável que o governo, e seus economistas iluminados corrijam essas distorções e "imperfeições", impondo algumas "regras sadias" de bom funcionamento, para "proteger" todo mundo, sobretudo "os mais fracos". Geralmente se dá exatamente o contrário: eles perturbam todo o funcionamento do mercado, criam mais distorções do que aquelas naturalmente existentes pela ação dos próprios agentes, cada um agindo em seu próprio interesse, e acabam protegendo os mais fortes, ou aqueles que conseguem um lobby mais poderosos junto aos da Corte.
Com os subsídios é a mesma coisa.
Vejam abaixo a frase tosca da que responde pela nossa administração econômica, e que de economia deve entender muito pouco, pois do contrário não diria tamanho absurdo.
Lamento ter este tipo de confirmação, mas o Brasil vai continuar um país anormal por muito tempo ainda...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil: o país precisa de subsídios? Sim!

Estava há pouco lendo os jornais e me deparo com uma matéria on linedo jornal Folha de São Paulo (após crítica de Aécio, Dilma diz que país “precisa de subsídio, sim” – clique aqui)  afirmando que a nossa presidenta defende a continuidade da política de subsídios. Segundo o jornal, a nossa Presidenta falou que: “Subsídio é necessário para o Brasil, sim. Há que se subsidiar vários segmentos. Porque senão não tem obra”.
É preciso qualificar melhor esse tema subsídios. Primeiro, de fato, crédito subsidiado sempre teve no Brasil e vai continuar. Assim, não há a mínima chance de acabar crédito subsidiado seja para o setor agrícola, para o setor industrial ou para infraestrutura.
O debate, no entanto, é um pouco mais complicado. Quanto devemos subsidiar? Devemos subsidiar tudo? E qual deve ser o tamanho do subsídio? Recentemente, por exemplo, o BNDES aumentou o custo das linhas de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). A taxa deste programa chegou a ser de 3,5% nominal ao ano no primeiro semestre do ano passado. Uma taxa menor do que a inflação de 6% ao ano.
Dei uma palestra para um grupo de Embaixadores da União Europeia no ano passado e um deles ficou assustado quando falei que as taxas do PSI estavam menores do que a inflação. É mais do que subsidio; é taxa de juros real negativa! Até hoje me arrependo de não ter comprado o meu caminhão!
Apesar da afirmação da nossa presidenta de que “o país precisa de subsídios, sim!”, emprestar para todo mundo à uma taxa menor do que a inflação, em um país no qual a poupança do setor público é negativa, é um tiro de canhão no pé.
Segundo, já falei isso 300 vezes e agora vou falar mais uma vez. A fonte de recursos para esses enormes subsídios, que o país precisa!!!!,  vem do crescimento da dívida pública bruta. Isso tem um custo elevadíssimo que até meu filho de três anos já aprendeu a calcular. O governo para se endividar paga taxa de juros de mercado, Selic, que hoje é de 11% ao ano, e empresta o recurso aos bancos públicos cobrando uma taxa de 5% ao ano – a Taxa de Juros de Longo Prazo.
Não por um acaso, qualquer economista com um conhecimento superficial de contabilidade sabe que, a forte acumulação de reservas e o crescimento excepcional de quase 10 pontos do PIB dos empréstimos para bancos públicos desde 2009, explica a excepcionalmente elevada taxa de juros da nossa Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) de 17% ao ano, a mesma taxa  quando a DLSP chegou a ser próxima de 60% do PIB, em 2003.
Taxa de Juros Implícita da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) -2002-2013 – % ao ano
Taxa DLSP
 OBS: taxa de juros que leva em conta a receita de juros (com reservas e empréstimos para bancos públicos) e o pagamento de juros da dívida bruta. 
O que escutei de um bom economista com trânsito no governo? “Mansueto, não temos como aguentar uma diferença tão grande entre Selic e TJLP. Teremos que aumentar a TJLP.” Mas não dá para fazer isso em uma economia que precisa de muito crédito subsidiado. Concordam? É melhor continuarmos pagando juros elevado e subsidiando alguns setores, algumas firmas ou todo mundo. Que legal!!!!
Terceiro e último ponto, precisamos sim subsidiar mais todo mundo porque o Tesouro Nacional não paga a conta, o que fatalmente se transformará em um esqueleto no futuro e, adicionalmente, o governo inventou um truque fantástico em relação aos subsídios. Eles só passam a ser devidos (não necessariamente pagos) depois de dois anos!!!  Se lembram da Portaria nº 357, de 15 de outubro de 2012 do Ministério da Fazenda, que no inciso III do Art. 7o fala que:
Art. 7o……..
I – ………
II – ……….
III – os valores apurados das equalizações a partir de 16 de abril de 2012, relativos às operações contratadas pelo BNDES, serão devidos após decorridos 24 meses do término de cada semestre de apuração e atualizados pelo Tesouro Nacional desde a data de apuração até a data do efetivo pagamento.
A conta de subsídios será paga no próximo governo via aumento da DLSP e/ou aumento da inflação e/ou aumento de carga tributária. Estou com MUITO medo  que alguns “bons” economistas aceitem uma inflação maior como forma de “pagar” os subsídios e outras despesas do governo que estão crescendo além do que deveriam.
Tolice minha. Subsídio é bom!!! (OBS ESTOU SENDO IRÔNICO) mas me avisem se isso vai continuar, porque se for ainda quero comprar o meu caminhão. Ainda mais porque agora teremos estradas boas construídas com recursos subsidiados e combustível subsidiado. Será que tem subsidio também para comprar carne? Deve ter, porque soube que tem para frigoríficos!!!
Ainda vou ter um desses com crédito subsidiado!!!
foto papel de parede caminhao carreta facebook 1

Venezuela: a responsabilidade do Brasil nos crimes que estao sendocometidos pela ditadura bolivariana

Trecho da entrevista concedida à Veja por José Miguel Vivanco, diretor da ONG Human Rights Watch, sobre o papel do Brasil em relação ao quadro gravíssimo de desrespeito aos princípios democráticos e de violação dos direitos humanos sendo cometidos atualmente pelo governo venezuelano contra manifestantes pacíficos.
Paulo Roberto de Almeida 

O Brasil, por ser a maior economia da região, maior país e líder regional, poderia fazer algo além do que está fazendo?

Sem dúvida. A crise na Venezuela coloca em xeque o papel do Brasil como líder regional e global. É importante notar que estamos falando de graves violações de direitos humanos que estão sendo cometidas sistematicamente e com impunidade num país vizinho. Se o Brasil aspira assumir o papel de líder global, deveria adotar uma posição pública clara de reprovação aos abusos na Venezuela. Para começar, deveria liderar a Unasul para que insista que o presidente Maduro cesse as declarações que desqualificam seus opositores como fascistas ou golpistas. Prova disso é que membros das forças de segurança venezuelanas têm empregado as mesmas ofensas de cunho político ao castigar brutalmente os manifestantes.

Gostaria que o senhor fizesse um balanço da atuação do Brasil nesse caso. Brasília deveria mostrar um empenho maior para condenar a violência e os abusos contra os direitos humanos na Venezuela?

O silêncio do Brasil diante de fatos tão graves como os apontados em nosso trabalho, justificado pelo Itamaraty com argumentos históricos de não intervenção, defesa da soberania e preponderância da atuação de organismos internacionais, é de fato preocupante. Dada a inegável assimetria entre o Brasil e o restante dos membros da Unasul, parece que Brasília prefere manter silêncio e firmar posição frente à Venezuela por meio da Unasul. Devemos entender que o sucesso ou o fracasso da iniciativa dessa organização está, em grande medida, nas mãos do governo brasileiro.

A brutalidade promovida pelo Estado venezuelano chama a atenção, mas parece contar com uma “vista grossa” dos governos da região. O senhor concorda?

É evidente e lamentável que os Estados da região, salvo contadas exceções, apliquem dois pesos e duas medidas ao analisar a situação na Venezuela. É indispensável que se rompa essa dinâmica e que os governos entendam que o que se está em jogo aqui não são teorias sobre a democracia, nem teorias conspiratórias sobre possíveis golpes de Estado. O que se está em jogo é o livre exercício de direitos básicos da população venezuelana que se encontra protegida por obrigações jurídicas coletivas e valores universais que assumiram todos os governos democráticos.

Boko-Haram: um grupo terrorista islamico - Ayaan Hirsi Ali (WSJ)


Boko Haram and the Kidnapped Schoolgirls

The Nigerian terror group reflects the general Islamist hatred of women's rights. When will the West wake up?

Boko Haram leader Abubakar Shekau, in a video released in 2012. Photo: Associated Press
Since the kidnapping of 276 schoolgirls in Nigeria last month, the meaning of Boko Haram—the name used by the terrorist group that seized the girls—has become more widely known. The translation from the Hausa language is usually given in English-language media as "Western Education Is Forbidden," though "Non-Muslim Teaching Is Forbidden" might be more accurate.
But little attention has been paid to the group's formal Arabic name: Jam'at Ahl as-Sunnah lid-da'wa wal-Jihad. That roughly translates as "The Fellowship of the People of the Tradition for Preaching and Holy War." That's a lot less catchy than Boko Haram but significantly more revealing about the group and its mission. Far from being an aberration among Islamist terror groups, as some observers suggest, Boko Haram in its goals and methods is in fact all too representative.
Since the kidnapping of 276 schoolgirls in Nigeria last month, the meaning of Boko Haram—the name used by the terrorist group that seized the girls—has become more widely known. The translation from the Hausa language is usually given in English-language media as "Western Education Is Forbidden," though "Non-Muslim Teaching Is Forbidden" might be more accurate.
But little attention has been paid to the group's formal Arabic name: Jam'at Ahl as-Sunnah lid-da'wa wal-Jihad. That roughly translates as "The Fellowship of the People of the Tradition for Preaching and Holy War." That's a lot less catchy than Boko Haram but significantly more revealing about the group and its mission. Far from being an aberration among Islamist terror groups, as some observers suggest, Boko Haram in its goals and methods is in fact all too representative.
The kidnapping of the schoolgirls throws into bold relief a central part of what the jihadists are about: the oppression of women. Boko Haram sincerely believes that girls are better off enslaved than educated. The terrorists' mission is no different from that of the Taliban assassin who shot and nearly killed 15-year-old Pakistani Malala Yousafzai—as she rode a school bus home in 2012—because she advocated girls' education. As I know from experience, nothing is more anathema to the jihadists than equal and educated women.
How to explain this phenomenon to baffled Westerners, who these days seem more eager to smear the critics of jihadism as "Islamophobes" than to stand up for women's most basic rights? Where are the Muslim college-student organizations denouncing Boko Haram? Where is the outrage during Friday prayers? These girls' lives deserve more than a Twitterhashtag protest.
Organizations like Boko Haram do not arise in isolation. The men who establish Islamist groups, whether in Africa (Nigeria, Somalia, Mali), Southwest Asia (Afghanistan, Pakistan), or even Europe (U.K., Spain and the Netherlands), are members of long-established Muslim communities, most of whose members are happy to lead peaceful lives. To understand why the jihadists are flourishing, you need to understand the dynamics within those communities.
So, imagine an angry young man in any Muslim community anywhere in the world. Imagine him trying to establish an association of men dedicated to the practice of the Sunnah (the tradition of guidance from the Prophet Muhammad). Much of the young man's preaching will address the place of women. He will recommend that girls and women be kept indoors and covered from head to toe if they are to venture outside. He will also condemn the permissiveness of Western society.
What kind of response will he meet? In the U.S. and in Europe, some moderate Muslims might quietly draw him to the attention of authorities. Women might voice concerns about the attacks on their freedoms. But in other parts of the world, where law and order are lacking, such young men and their extremist messages thrive.
Where governments are weak, corrupt or nonexistent, the message of Boko Haram and its counterparts is especially compelling. Not implausibly, they can blame poverty on official corruption and offer as an antidote the pure principles of the Prophet. And in these countries, women are more vulnerable and their options are fewer.
But why does our imaginary young zealot turn to violence? At first, he can count on some admiration for his fundamentalist message within the community where he starts out. He might encounter opposition from established Muslim leaders who feel threatened by him. But he perseveres because perseverance in the Sunnah is one of the most important keys to heaven. As he plods on from door to door, he gradually acquires a following. There comes a point when his following is as large as that of the Muslim community's established leaders. That's when the showdown happens—and the argument for "holy war" suddenly makes sense to him.
The history of Boko Haram has followed precisely this script. The group was founded in 2002 by a young Islamist calledMohammed Yusuf, who started out preaching in a Muslim community in the Borno state of northern Nigeria. He set up an educational complex, including a mosque and an Islamic school. For seven years, mostly poor families flocked to hear his message. But in 2009, the Nigerian government investigated Boko Haram and ultimately arrested several members, including Yusuf himself. The crackdown sparked violence that left about 700 dead. Yusuf soon died in prison—the government said he was killed while trying to escape—but the seeds had been planted. Under one of Yusuf's lieutenants,Abubakar Shekau, Boko Haram turned to jihad.
In 2011, Boko Haram launched its first terror attack in Borno. Four people were killed, and from then on violence became an integral part, if not the central part, of its mission. The recent kidnappings—11 more girls were abducted by Boko Haram on Sunday—join a litany of outrages, including multiple car bombings and the murder of 59 schoolboys in February. On Monday, as if to demonstrate its growing power, Boko Haram launched a 12-hour attack in the city of Gamboru Ngala, firing into market crowds, setting houses aflame and shooting down residents who ran from the burning buildings. Hundreds were killed.
I am often told that the average Muslim wholeheartedly rejects the use of violence and terror, does not share the radicals' belief that a degenerate and corrupt Western culture needs to be replaced with an Islamic one, and abhors the denigration of women's most basic rights. Well, it is time for those peace-loving Muslims to do more, much more, to resist those in their midst who engage in this type of proselytizing before they proceed to the phase of holy war.
It is also time for Western liberals to wake up. If they choose to regard Boko Haram as an aberration, they do so at their peril. The kidnapping of these schoolgirls is not an isolated tragedy; their fate reflects a new wave of jihadism that extends far beyond Nigeria and poses a mortal threat to the rights of women and girls. If my pointing this out offends some people more than the odious acts of Boko Haram, then so be it.
Ms. Ali is a fellow of the Belfer Center at Harvard's Kennedy School of Government. She is the founder of the AHA Foundation.

William Browder: o maior inimigo de Putin no Ocidente - Matthew Kaminski



The Man Who Stood Up to Putin

How Russia's 'biggest cheerleader' became the Kremlin's fiercest critic and persuaded Congress to roll the White House on sanctions.

Two members of the Russian punk band Pussy Riot hit Capitol Hill this week. Nadezhda Tolokonnikova and Maria Alyokhina, who were jailed for nearly two years after performing an anti-Kremlin "punk prayer" in a Moscow cathedral in 2012, charmed senators and called for stronger U.S. sanctions on Russia. Making the introductions was a bald, 50-year-old, London-based fund manager in rimmed glasses.
Even in a gathering of U.S. lawmakers and Russian provocateurs, William Browder is arguably the most effective foe of Russian President Vladimir Putin. Two years ago he was the one-man force campaigning for the Magnitsky Act, which Congress passed over White House objections. Named after Mr. Browder's lawyer, Sergei Magnitsky, a corruption whistleblower who died in a Moscow prison cell, the law bans "gross abusers" of rights in Russia from banking in or visiting the U.S.

Mr. Browder is now lobbying other countries to follow the American example, and he wants the Obama administration to expand the Magnitsky list of those banned. Yet he seems almost surprised by his advocacy. "If someone had asked me at Stanford Business School 25 years ago, can I imagine being a full-time human-rights activist?" he says, "I would have looked at them like they were out of their minds."
He understates the ironies. Less than a decade ago, his Hermitage Capital managed the largest pool of foreign money invested in Russia, $4 billion at its peak. He was called "Russia's biggest cheerleader" (Associated Press) and "one of the most outspoken supporters among foreign investors of President Putin" (this newspaper). He endorsed, loudly, the 2003 arrest, subsequent trials and expropriation of Yukos oil-company bossMikhail Khodorkovsky, then the country's richest man, an episode that heralded Mr. Putin's descent into political repression.
Then there is his presence on Capitol Hill: Raised in Chicago, Mr. Browder gave up his U.S. passport in 1998 and took British citizenship. Many assumed he did it to save on taxes. He insists that he simply felt estranged from the U.S. over its treatment of his family. His grandfather Earl Browder led the Communist Party in the U.S. throughout the Roosevelt era and landed before McCarthy-era congressional committees and in jail twice.
Mr. Browder isn't a man prone to public intro- or retrospection. In his current fight against the Putin regime, he shows the same monomaniacal focus and brusque manner that he did in selling investors on Russia. He brought Pussy Riot to Washington to help break a deadlock over implementing the Magnitsky law. The Obama administration originally sanctioned 18 Russians implicated in his lawyer's death but refused to add names to the list by a December deadline. Administration officials quietly told vexed Hill staffers they wanted to avoid a clash with Mr. Putin before the Sochi Winter Olympics.
But Sochi is over, Mr. Browder notes. "Russia starts a war [in Ukraine], invades a foreign country, starts repressing the hell out of everybody in their own country—and there's still no list." By law the administration has until May 17 to reply to a congressional request to expand the roster of the banned.
White House opposition to Magnitsky reflected both the habitual presidential distrust of congressional meddling in foreign policy and this administration's support for a "reset" in relations with Russia. On the right and left, the realist case against sanctions is that they don't work. After Magnitsky passed, Mr. Putin retaliated by banning Americans from adopting Russian children.
Mr. Browder says the sanctions skeptics don't understand the cost-and-benefit calculations of "the people doing this stuff" in Moscow: Russian elites' fear of Magnitsky can improve their behavior. "It's like saying, 'What makes you think that bonuses make people work harder?'" he says.
Viewed through his prism, the global economy is a mixed blessing for activists. As wealthy Russians throw money toward London and Germany, he says, "a lot of Westerners are prostituting themselves to try to protect their interests." Witness the European Union's reluctance to adopt serious sanctions against Moscow over Ukraine.
Yet the flood of Russian money moving out of the country also makes a law like Magnitsky a "21st-century tool for fighting human-rights abuses." Elites in most authoritarian states are hooked on holidays, houses and banks in the West. "This is a tool that's come as a result of living in a globalized world," he says. "It used to be that the Khmer Rouge didn't travel to St. Tropez, but now some equivalent does."
In his family, Mr. Browder calls himself "the dummy." His father Felix and uncle William are acclaimed mathematicians. His brother, Thomas, is a physicist. Repeating what has become standard Browder lore, he says: "I became a capitalist to rebel against a family of communists and left-wing academics. Around the dinner table it was thought that all businessmen are crooks."
After business school, he landed in Eastern Europe in 1989. He saw opportunities through the chaos of destroyed communist economies. He worked briefly in consulting and for the lateRobert Maxwell's private equity business before running Salomon Brothers' Russia equities team. With $25 million from the late banker Edmond Safra and Israeli mining tycoon Benny Steinmetz, he set up Hermitage in 1996. The fund gained 794% in the first 18 months.
Mr. Browder gritted out the 1998 Russian financial crisis and adopted a different strategy. He took minority stakes in inefficient behemoths like gas monopolistGazprom and Sberbank, the savings bank, and sought to raise the share price by advocating better governance.
'We did forensic research about how they went about the stealing, and then exposed it," he says, through his contacts in the Western press. He found an ally in Russia's new president, Vladimir Putin. The former KGB man used Hermitage's work to change the management at Gazprom and Unified Energy System, the electric utility. The Russian leader wanted to neuter the business barons from the 1990s and bring in his own.
Hermitage played by the new rules and did well. Then Mr. Browder's luck ran out. In late 2005, he was denied entry into Russia. He pulled every possible string to get his visa restored, even lobbying theBush White House. Aware of his passport switch to Britain, a senior official advised: "Ask your own government for help."
At the Davos economic forum in early 2006, Mr. Browder continued to talk up Russia's economic prospects. But by the end of that year Hermitage had liquidated most of its assets in Russia and Mr. Browder had moved his staff to London. He says Gazprom was behind his expulsion. Mr. Putin, having secured his own place atop the business and political pyramid in Russia, had no more use for Hermitage's minority-rights campaigns. Mr. Browder's critics say his success went to his head and he pushed too far.
Over breakfast in New York this week, Mr. Browder turns uncharacteristically frank about his past support for the Russian regime. "Everybody always looks at others and sees what they want to see," he says. Mr. Putin, little known before Boris Yeltsintapped him as his successor, seemed "a reforming kind of president who is bringing some order back to a crazy disordered place" dominated by oligarchs, Mr. Browder says. Now he says he realizes that the Russian leader was creating "this more lopsided oligarchy."
Back in London, Mr. Browder turned Hermitage into a global emerging-markets fund. The results were mixed. But troubles in Moscow continued. In June 2007, the interior ministry raided what remained of his company's and his lawyers' Moscow offices, seizing computers and documents. A few months later, Moscow authorities used these materials to engineer a complex scheme to claim a $230 million tax refund for themselves. Sergei Magnitsky, a lawyer at tax firm Firestone Duncan's Moscow office, looked into the matter for Hermitage.
When he uncovered the fraud against the Russian state, he went public. The Russian state didn't appreciate it. A few weeks later Magnitsky was arrested by the same interior-ministry officials he had implicated. He spent over a year in jail, in appalling conditions, before dying in 2009 of untreated pancreatitis after a severe beating at age 37.
Mr. Browder had a new cause. He put his own and his staff's experience in digging up dirt about financial shenanigans in Russia to document what happened. Hermitage released easy-to-follow, detailed pamphlets such as the 75-page "The Torture and Murder of Sergei Magnitsky and the Cover Up by the Russian Government." Names were named. A tireless campaigner, Mr. Browder lobbied the U.S. and Europe to sanction those officials and worked his media contacts. When the State Department gave him the runaround, Mr. Browder talked to Sen. Ben Cardin, the Maryland Democrat. Mr. Cardin introduced the first Magnitsky Act in 2010 with bipartisan support.
For four years Mr. Browder has devoted nearly all of his time to being "a kind of guerrilla warrior" for human rights. Now Hermitage only manages his investments. At his recent 50th-birthday party in London, a number of friends stood up to say they thought he was crazy to fight Russia over the Magnitsky case. He worries about his security. Last year, a Russian court found him—and the dead Sergei Magnitsky—guilty of tax evasion and sentenced Mr. Browder to nine years in prison. The Russians issued an international warrant for his arrest.
He says this work is "a hundred times more gratifying than fighting for money," likening it to an "awakening." Mr. Browder brought Magnitsky's widow and child to London and looks after them.
Others see the same old Bill of Moscow days, looking to get his way—this time to take his revenge against the Putin Kremlin. He's not evasive or barbed, as sometimes in the past, and considers the charge seriously. "How do you separate one emotion from another? Grief. Indignation. Revenge. Guilt. There are a thousand different emotions that are mixed up in this quest for justice," he says. "Everyone wants to simplify and demonize and look for all the wrong motivations. They can do that all they want. It doesn't really matter what people think it is."
Sens. Cardin and John McCain have introduced "a global" Magnitsky bill to extend the punishments to human-rights abusers anywhere in the world. Canada may soon adopt its own Magnitsky legislation. The Europeans aren't close.
Is Mr. Browder close to winning the justice he says he's seeking for Sergei Magnitsky? "Justice, no," he says. "I believe we've pricked the bubble of impunity. Meaning that people didn't get away with it. But justice, the way I'd like to see justice, is prosecution for torture and murder. We're not going to get that while Putin is in power. But my hope—and I think we've succeeded in this—is that when they have the tribunals of crimes of the previous regime in Russia, the first tribunals will be the Magnitsky tribunals."
Mr. Kaminski is a member of the Journal's editorial board.

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What is the Magnitsky Act: 

  • Sergei Leonidovich Magnitsky was a Russian accountant and auditor whose arrest and subsequent death in custody generated international media attention and triggered both official and unofficial inquiries...
The Magnitsky Act, formally known as the Russia and Moldova Jackson-Vanik Repeal and Sergei Magnitsky Rule of Law Accountability Act of 2012, is a bipartisan bill passed by the U.S. Congress and President Obamain November–December 2012, intending to punish Russian officials responsible for the death of Russian lawyer Magnitsky in a Moscow prison in 2009.

Venezuela: ditadura continua a reprimir, na indiferenca do Mercosul e da Unasul

PROTESTAS EN VENEZUELA

Cientos de jóvenes detenidos tras una escalada represiva en Venezuela

La Policía Bolivariana entra de madrugada en los campamentos estudiantiles de Caracas horas después de la detención de un activista de la libertad de expresión

La Policía dispersa a un grupo de manifestantes, este jueves en Caracas. /EFE / VIDEO: ATLAS
Cerca de un millar de efectivos de la Policía Bolivariana de Venezuela y tropas de la Guardia Nacional actuaron durante la madrugada del jueves en una redada para asaltar los principales reductos en Caracas de los movimientos estudiantiles. Durante la operación los cuerpos de seguridad derribaron cuatro campamentos de tiendas de campaña al este de la ciudad donde desde hace semanas pernoctaban militantes de las facciones estudiantiles más radicales de oposición, vanguardia de las protestas que tienen lugar en varias ciudades venezolanas desde el pasado febrero. De acuerdo a reportes oficiales, 243 personas resultaron detenidas. Sin embargo, versiones de voceros estudiantiles y denuncias en las redes sociales llevaban esa cifra a más de 600, incluyendo a numerosos menores de edad.
La batida fue el colofón de una escalada represiva que comenzó unas horas antes, el miércoles de la noche. Entonces se supo que la policía política Sebin (siglas del Servicio Bolivariano de Inteligencia) había arrestado en el aeropuerto internacional de Maiquetía, que sirve a la capital venezolana, a Rodrigo Diamanti, dirigente de la organización no gubernamental Un Mundo sin Mordaza. Ya las autoridades venezolanas habían allanado la semana pasada la sede de la ONG, cuyo trabajo se desarrolla en la defensa de la libertad de expresión.
También al final del miércoles –día en el que, por cierto, se había suspendido la prevista cuarta reunión del diálogo de paz entre Gobierno y oposición-, el órgano rector de las telecomunicaciones, Conatel, anunció el cierre del programa Plomo Parejo, un popular espacio de denuncias y chismes políticos conducido en la radioemisora capitalina RCR 750 por Iván Ballesteros. De acuerdo a los portavoces del organismo estatal, el programa contravenía la normativa del sector al "incitar a la violencia".
El Gobierno de Nicolás Maduro asegura que la oleada de desórdenes y protestas callejeras que brotó en febrero tuene carácter insurreccional y forma parte de una conspiración para derrocarlo. Si bien el tiempo, las arremetidas policiales y el diálogo entre el Gobierno y la opositora Mesa de Unidad Democrática (MUD) -instaurado este último bajo los auspicios de la Unión Suramericana de Naciones (Unasur) y el Vaticano-, han contribuido a bajar el volumen de las protestas hasta casi extinguirlas, a tres meses de su inicio todavía persisten algunos focos de perturbación desde los que, casi a diario, se organizan manifestaciones y cierres de calle. Las autoridades señalaban lis campamentos estudiantiles como puntos de irradiación subversiva.
El ministro del Interior y Justicia, general Miguel Rodríguez, se felicitó por una "operación limpia" que habría contado con el "factor sorpresa" como principal aliado. En sus declaraciones, ofrecidas en rueda de prensa este jueves en la mañana, el encargado de la seguridad nacional afirmó que en los campamentos estudiantiles se habrían incautado armas, drogas y divisas extranjeras. La operación arrasó cuatro concentraciones de carpas en los municipios Chacao y Baruta de Caracas donde los estudiantes vivaqueaban, incluyendo el emblemático plantón frente al edificio que aloja las oficinas de las Naciones Unidas en Venezuela.
Si bien el Gobierno chavista ha justificado las incursiones de trasnocho por su obligación de restaurar el orden público en la ciudad capital, sus efectos inmediatos fueron los contrarios: el jueves, a comienzo de la tarde, diversas zonas del este de Caracas permanecían paralizadas por protestas callejeras en demanda de la liberación de los detenidos. Al menos cuatro estaciones de la medular línea 1 del Metro de Caracas estaban cerradas y varias rutas del servicio de Metrobús quedaron suspendidas. Al caer la noche la violencia continuaba en las calles de Los Palos Grandes, en Caracas. Un policía resultó muerto y otros dos heridos por disparos, según informó la alcaldía del municipio Chacao. El agente es la víctima número 42 desde que empezaron los disturbios
Entre tanto, otro evento del día que amenazaba con sumar su aporte al caos urbano, la audiencia judicial del dirigente opositor Leopoldo López, fue postergado. López, ex alcalde del municipio caraqueño de Chacao y líder del partido Voluntad Popular, permanece recluido en una prisión militar desde el pasado 18 de febrero, cuando se entregó a las autoridades. El Gobierno venezolano acusa a López –una de las cabezas del movimiento La Salida, que propugna el inmediato desplazamiento de Nicolás Maduro del poder- de ser uno de los principales instigadores de los disturbios en la calle.
En cumplimiento de los lapsos legales, López debía acudir a una vista ante un tribunal que decidiría si el ex alcalde continuaría en prisión y si sostenía las acusaciones presentadas en su contra por la Fiscalía, bajo control del Gobierno. La sesión había generado una gran expectativa, pues se preveía que la decisión judicial podía alimentar las protestas en la calle. Desde temprano la Guardia Nacional había tomado los alrededores del Palacio de Justicia, en pleno centro de Caracas, y el propio reo fue trasladado en horas de la madrugada desde la cárcel militar de Ramo Verde. Sin mediar argumentos, el tribunal difirió la audiencia. No se ha dado a conocer una nueva fecha.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Colunas Dom Total: colaboracoes de Paulo Roberto de Almeida

De volta de férias, verifico agora o que eu tinha deixado para publicação antes de viajar, e que acaba de ser publicado, até o dia 2 de maio de 2014.
Abaixo, na ordem inversa, os artigos mais recentes publicados em Dom Total:

Colunas Paulo Roberto de Almeida

Paulo Roberto de Almeidaé doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil. 

Venezuela: quando o Estado se torna criminoso - Leandro Mazzini

Itamaraty blinda ex-embaixador que deixou a Venezuela

Leandro Mazzini
Opinião e Notícia, 09/05/2014

Cobrado pelos parlamentares, em audiência pública, sobre a notícia de que o ex-embaixador na Venezuela voltou para Brasília ameaçado de morte, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo desconversou na Comissão de Relações Exteriores da Câmara e blindou o José Marcondes de Carvalho.
A revelação da Coluna mexeu com o Itamaraty, que nega veemente a informação. Mas a Coluna ratifica: Marcondes voltou em Outubro, três anos antes do estipulado, porque sua esposa recebeu ameças de morte. Ela é uma artista plástica peruana crítica do governo Nicolas Maduro.
Para os deputados, o chanceler avisou que é difícil apurar a denúncia sem ter provas contundentes. Obviamente. Marcondes é alinhado ao regime Chavizta, e a esposaagora tem medo de se expor.
Curiosamente, num ato sem precedentes e visto como tentativa de evitar a investigação no Congresso Nacional, o Itamaraty resolveu agraciar com a Medalha Rio Branco o presidente da Comissão na Câmara, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG). Barbosa foi avisado da honraria no dia em que a coluna revelou o caso – o mesmo dia em que houve a cerimônia no Ministério das Relações Exteriores. Outros agraciados receberam o aviso sobre a comenda com mais de 30 dias de antecedência.
Na quarta-feira que vem, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara volta a debater a Venezuela. Vai receber a jornalista Vanessa Silva (Globovisión) e a deputada cassada (na canetada) Maria Corína Machado.
O MEDO DA VOLTA
O Congresso quer dar salvaguarda oficial ao retorno dos três líderes estudantis venezuelanos a Caracas. O senador Álvaro Dias e o deputado Mendonça Filho orientaram os jovens Euzebio Lovera (22), Gabriel Perez (23) e Vicente D’arago (20) a procurarem abrigo na Embaixada em Caracas no sábado, quando retornam ao país. O trio venezuelano passou por Brasília ontem e quarta para denunciar violação dos direitos humanos por parte do governo Nicolas Maduro e da polícia. Foram assassinadas 44 pessoas em protestos pacíficos nos últimos meses. Cinco líderes estudantis viriam a Brasília. Na terça um deles recebeu ameaça de morte e ficou. E outro foi detido pelo serviço de inteligência no Aeroporto de Caracas. O trio que viajou driblou o governo porque embarcou como turista, não como estudante.