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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Hayek contra os burocratas - Robert P. Murphy

Alguns textos que podem interessar aqueles que buscam saber um pouco mais sobre o economista Friedrich Hayek

F. A. Hayek versus Bureaucrats' Conceit
The Independent Institute, May 9, 2016

The economist F. A. Hayek (1899-1992) was one of the most productive social scientists of the 20th century, making important contributions in business cycle theory, comparative economic systems, political philosophy, philosophy of science, and much more. His work remains relevant in the 21st century. Hayek was born in Vienna, 117 years ago on May 8, and Independent Institute Research Fellow Robert P. Murphy, author of a recent book about the work of Hayek's greatest teacher, marked the occasion with an op-ed about the Austrian School economist. READ MORE

What One Economist Knew, by Robert P. Murphy (American Thinker, 5/8/16)

Choice: Cooperation, Enterprise, and Human Action, by Robert P. Murphy

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Varnhagen (1816-1878): Diplomacia e Pensamento Estratégico - livro Funag

Ufa! Terminei a minha parte, de revisão e de conformidade dos textos a determinados padrões -- embora se necessite ainda de um bom trabalho de revisão editorial -- dos materiais relativos ao livro que agora está entregue aos cuidados da Fundação Alexandre de Gusmão.
A capa será uma derivação dessa provisória que aí está: as datas extremas serão as da vida de Varnhagen, e pronto.
Como não pretendo mais modificar o meu texto até a publicação, já torno o arquivo de meu capítulo livremente disponível, neste link de Academia.edu:
https://www.academia.edu/24088709/O_pensamento_estrategico_de_Varnhagen_contexto_e_atualidade
Paulo Roberto de Almeida 
Varnhagen (1816-1878)

Diplomacia e pensamento estratégico
Sérgio Eduardo Moreira Lima

(Organizador)
Brasília: Funag, 2016
 

Acabemos pois com as adulações, que elas, longe de fomentar o patriotismo, ocasionam a incúria e o desleixo. Se acaso censurais ou lamentais este ou aquele vício na administração, este ou aquele cancro consumidor do país, nunca faltará uma voz que vos diga: “Ora! O país é grande: temos muitos recursos: no futuro seremos e aconteceremos etc. ...” Desgraçados! E que havemos de ser, se não pomos de nossa parte os meios? (...) Porventura a natureza portentosa do Brasil já não era a mesma na época do descobrimento?

Memorial Orgânico que à consideração das Assembleias Gerai e provinciais do Império apresenta um brasileiro
Dado à luz por um amante do Brasil
[Francisco Adolfo de Varnhagen]
 (edição incógnita, impressa em Madri, em 1849, capítulo primeiro: “Alguns enunciados”).
 
Sumário
  
Apresentação
Ministro de Estado das Relações Exteriores
Prefácio
       Sérgio Eduardo Moreira Lima

1. Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen
       Arno Wehling
2. Varnhagen: A formação do Brasil vista de “fora” e de “dentro”
       Luiz Felipe de Seixas Corrêa
3. A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro
       Synesio Sampaio Goes Filho
4. O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização
       Carlos Henrique Cardim
       Paulo Roberto de Almeida
6. Varnhagen e a América do Sul
       Luis Cláudio Villafañe Gomes Santos

Minibiografia de Francisco Adolfo de Varnhagen
Bibliografia essencial de e sobre Varnhagen
Notas sobre os autores
=========
Um extra, aliás dois: 


Minibiografia de Francisco Adolfo de Varnhagen

            Varnhagen, considerado o patrono da historiografia brasileira, nasceu em 17 de fevereiro de 1816, nas cercanias de Sorocaba, onde seu pai, um engenheiro militar alemão casado com uma portuguesa, tinha vindo participar do estabelecimento da fábrica de ferro de São João de Ipanema. Levado cedo para Portugal pela família, em 1821, fez estudos no Real Colégio Militar e, no início dos anos 1830, serviu nas tropas de D. Pedro IV (Pedro I no Brasil), nas lutas que este empreendeu contra o irmão usurpador, D. Miguel, de tendências absolutistas.
Paralelamente à sua breve carreira militar, Varnhagen adquiriu o gosto por pesquisas históricas, e desde cedo começou a pesquisar, nos arquivos portugueses, o itinerário do Brasil desde os descobrimentos, começando pela publicação de uma nota crítica sobre a primeira história do Brasil, de autor até ali não determinado (Gabriel Soares de Souza: Notícia do Brasil, de 1587): foi o seu primeiro trabalho, publicado na Academia de Lisboa em 1839, ao qual se seguiu outra nota sobre a identificação do jazigo do descobridor, Pedro Alvares Cabral, publicada em1840 na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado dois anos antes. Imediatamente após decide retornar ao Brasil, e consegue, depois de certo esforço, sua naturalização por decreto do jovem imperador, em 1844. Por meio de sua vinculação aos estudos históricos com foco em seu país de nascimento, que então começavam a ser estimulados pelo IHGB (do qual se torna secretário desde 1841), Varnhagen obtém uma oportuna designação na carreira diplomática para fazer pesquisas sobre a história colonial do Brasil nos arquivos de Portugal e da Espanha.
Em 1849 publica anonimamente o “Memorial Orgânico”, um alentado conjunto de propostas para “civilizar” o Brasil, prevendo ações diplomáticas na delimitação das fronteiras, propondo a transferência da capital para o interior, medidas práticas para melhorar a infraestrutura, o desenho de uma nova organização administrativa (baseada no modelo dos departamentos franceses), a elaboração de uma doutrina da defesa para o país e a criação de territórios militares nas fronteiras, bem como a solução da heterogeneidade da população pela integração progressiva de negros escravos e de índios à sociedade nacional e a promoção acelerada da imigração europeia.
Sua grande obra, contudo, são os dois volumes da História Geral do Brasil até a independência, publicados entre 1854 e 1857 (com apenas uma segunda edição em vida, em 1877), que lhe granjeariam um lugar de destaque na historiografia nacional. Um volume adicional, sobre a independência, seria publicado apenas postumamente, pelo IHGB, em 1916, com notas do Barão do Rio Branco e de outros historiadores do Instituto. No início da segunda metade do século XIX, serve em diversos postos da América andina (em 1858 brevemente no Paraguai, e depois na Venezuela, Peru e Chile), casa-se com uma dama da sociedade chilena, em 1864, e consegue  ser nomeado ministro plenipotenciário do Brasil na capital do império Austro-Húngaro (1868). Foi agraciado pelo Imperador com o título de Barão, e depois Visconde, de Porto Seguro, uma homenagem a suas pesquisas em torno do descobrimento do Brasil.
Já com 61 anos, e ministro do Brasil em Viena, empreende uma penosa viagem exploratória ao planalto central, em 1877, para localizar exatamente o local da futura nova capital do Brasil, tal como tinha proposto no Memorial de 1849, na confluência das três grandes bacias hidrográficas, do Amazonas, do Prata e do São Francisco, e próximo à cidade de Formosa, em Goiás. Publicou, logo em seguida, ao retornar a Viena, seu opúsculo, praticamente o último de sua vida, sobre a mudança da capital (1878). Veio a falecer em Viena, um ano depois, tendo seu corpo sido enterrado no Chile e trasladado ao Brasil apenas cem anos depois de seu falecimento. “Natural de Sorocaba”, como ele se identificava, foi finalmente homenageado com novo traslado de seus restos mortais para a região que o viu nascer.
Postumamente foi publicada, pelo IHGB, em 1916, sua História da Independência, com notas de Rio Branco e de diversos historiadores do IHGB ao manuscrito deixado pelo historiador-diplomata. Sua biblioteca, espalhada em diversas capitais, foi adquirida parcialmente pelo Barão do Rio Branco e pelo bibliófilo Rubens Borba de Moraes (depois incorporada à Brasiliana de José Mindlin). Muitas de suas grandes obras podem ser encontradas em forma digitalizada nessa Brasiliana Mindlin, que encontra-se depositada na Universidade de São Paulo (http://www.brasiliana.usp.br/).

Paulo Roberto de Almeida
[Brasília, 3 de maio de 2016]


Bibliografia essencial de e sobre Varnhagen



Seleção de obras de Francisco Adolfo de Varnhagen:

1839: Reflexões críticas sobre o escrito do século XVI impresso com o título de Notícia do Brasil. Lisboa: Tipografia da Academia, 120 p.
1840: O Descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Tip. Villeneuve, 70 p.
1840: “Descobrimento do jazigo de Pedro Alvares Cabral”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo II, 1ro. trimestre, n. 5, p. 139-141.
1840: “Memória sobre a necessidade do estudo e ensino das línguas indígenas do Brasil”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo III, Abril, n. 9, p. 53-63.
1845: Épicos brasileiros. Lisboa: Imprensa Nacional, 449 p.
1845: As primeiras negociações diplomáticas respectivas ao Brasil. Rio de Janeiro: Tipografia Laemmert.
1846: “Fragmentos que existem na Torre do Tombo das instruções dadas por El Rei D. Manoel a Pedro Alvares Cabral, quando chefe da armada, que indo à Índia descobriu casualmente o Brasil”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo VIII, Abril, n. 9, p. 53-63.
1848: “O Caramuru perante a história”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo X, 2o. trimestre, p. 129-152.
1849: Memorial Orgânico que à consideração das assembleias geral e provinciais do Império do Brasil, apresenta um brasileiro. Parte I - S.l.: S.ed., 49 p.
1850: Memorial Orgânico, Parte II – Em que se insiste sobre a adoção de medidas de maior transcendência para o Brasil. Madri: Viuva D. R. J. Dominguez, 16 p.
1850: Florilégio da poesia brasileira, ou coleção das mais notáveis composições dos poetas brasileiros falecidos... Tomos I-II – Lisboa: Imprensa Nacional; Tomo III – Madri: Imprensa de V. De D. Rodriguez, 1853.
1851: Tratado descritivo do Brasil em 1587, obra de Gabriel Soares de Souza. Rio de Janeiro: Tipografia Laemmert, 422 p.; nova edição: Rio de Janeiro: Tipografia de João Inácio da Silva, 1879, 382 p.
1854: Historia Geral do Brazil, isto é, do descobrimento deste Estado, hoje imperio independente, escripta em presença de muitos documentos authenticos recolhidos nos archivos do Brazil, de Portugal, da Hespanha e da Hollanda. Por um sócio do Instituto Histórico do Brazil, Natural de Sorocaba. Madrid: vol. I, Imprensa de V. Dominguez; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01818710); vol. II, Madri: Imprensa de J. Del Rio, 1857; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01818720).
1858: Vespuce et son premier voyage ou notice d’une découverte et exploration primitive du Golfe du Mexique et des côtes des États-Unis en 1497 et 1498, avec le texte de trois notes de la main de Colomb. Paris: Bulletin de la Société de Geographie, 31 p.
1865: Amerigo Vespucci: son caractère, ses écrits (même les moins authentiques), sa vie et des navigations... Lima: Imprimerie du Mercurio, 119 p.
1871: História das lutas com os holandeses no Brasil desde 1624 a 1654. Viena: Imp. De Carlos Finsterbeck, xxix + 365 p.; nova edição melhorada e acrescentada: Lisboa: Tip. De Castro Irmão, 1872 (edições subsequentes no Brasil).
1873: “Primeiras explorações da costa brasileira de 1501 a 1506” (páginas inéditas da 2a edição da História Geral do Brasil). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo XXXVI, 3ro. trimestre, p. 55-63.
1876: L’Origine Touranienne des Américains Tupis-Caribes et des Anciens Egyptiens... Viena: Librairie Faesy & Frick.
1877: Historia Geral do Brazil, antes da sua separação e independência de Portugal. Pelo Visconde de Porto Seguro, Natural de Sorocaba. 2a edição, 2 vols.; Muito aumentada e melhorada pelo autor. Viena: Imprensa do filho de Carlos Gerold, 1877; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01819210).
1877: A questão da capital: marítima ou no interior?. Viena: C. Gerold, 32 p.; edição fac-similar: Brasilia: Thesaurus, 1978.

1916: História da Independência do Brasil, até ao reconhecimento pela antiga metrópole..., Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo LXXIX, P. I.
1938: História da Independência do Brasil, até ao reconhecimento pela antiga metrópole..., Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 175.

1961: Correspondência Ativa (org. de Clado Ribeiro Lessa), Rio de Janeiro: INL.
1975: História Geral do Brasil. São Paulo: Melhoramentos.
2005: Missão nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867, Rio de Janeiro: Funag; introdução de Arno Wehling.
2013: “Memorial Orgânico”, edição atualizada por Arno Wehling; in: Raquel Glezer e Lucia Guimarães (coords.), Francisco Adolfo de Varnhagen, Rio de Janeiro: Fundação Miguel de Cervantes, p. 160-201.


Seleção de obras sobre Varnhagen:

Abreu, J. Capistrano de (1908). Capítulos de História Colonial (1500-1800). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, domínio público (disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000062.pdf; acesso em 2/05/2016).
Cezar, Temístocles (2007). “Varnhagen em Movimento: breve antologia de uma existência”. In TOPOI: Revista do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.  Rio de Janeiro: IFCS-UFRJ, v. 8, nº 15, jul-dez., p. 159-207.
Fleury, Renato Sêneca (1978). Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro: biobibliografia do Pai da nossa História. Rio de Janeiro: Edição do Autor.
Fontes, Armando Ortega (1945). Bibliografia de Varnhagen. Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, Comissão de Estudo dos Textos da História do Brasil.
Governo do Distrito Federal (1987). Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil – Relatório Cruls. Brasília. GDF.
Horch, Hans (1982). Francisco Adolfo de Varnhagen: subsídios para uma bibliografia. São Paulo: Editoras Unidas (505 trabalhos arrolados).
Iglésias, Francisco (2000). Historiadores do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Janke, Leandro Macedo (2009). Lembrar para Mudar: O Memorial Orgânico de Varnhagen e a Constituição do Império do Brasil como uma Nação Compacta, Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado defendida na PUC-Rio, orientador: Ilmar Rohloff de Mattos (disponível: http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=15063@1; acesso em 20/12/2015).
Lacombe, Américo Jacobina (1967). “As ideias políticas de Varnhagen”, Revista do IHGB, n. 175.
Lessa, Clado Ribeiro de (org.) (1961); Varnhagen, Francisco Adolfo de. Correspondência Ativa. Rio de Janeiro: INL.
_______ (1954). “Vida e Obra de Varnhagen – 3º Capítulo”. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, nº 255, p. 120-293.
Magalhães, Basílio de (1928). Francisco Adolfo de Varnhagen. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional.
Odália, Nilo (1997). As Formas do Mesmo: ensaios sobre o pensamento historiográfico de Varnhagen e Oliveira Vianna. São Paulo: Fundação Editora da Unesp.
_______ (1979). Varnhagen. São Paulo: Ática.
Oliveira Lima, Manuel de (1903). Elogio de Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/oliveira-lima/discurso-de-posse, acesso em 05/04/2016).
Pimentel, José Vicente de Sá (2013). Pensamento Diplomático Brasileiro. Brasília: Funag, 1o. vol.: capítulo sobre Varnhagen, a cargo de Arno Wehling.
Reis, José Carlos (1999). As identidades do Brasil. De Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.
Porto Seguro, Xavier de Varnhagen, Vicomte de (1896). Mémoires de Xavier de Porto-Seguro / recueillis et mis en ordre, par Hippolyte Buffenoir. Paris: Aux Bureaux de la Revue de la France Moderne (disponível: http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5557409v; acesso: 2/05/2016).
Reis, José Carlos (2006). As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 8a. ed.; Rio de Janeiro: Editora da FGV.
Vieira, Celso (1923). Varnhagen, o homem e a obra. Rio de Janeiro: Álvaro Pinto Editor (conferência promovida pelo Instituto Varnhagen e realizada no Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 1923)
Wehling, Arno (1999). Estado, História, Memória. Varnhagen e a construção da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
__________ (2002). “Varnhagen, história e diplomacia”. In: Costa e Silva, Alberto (org.) O Itamaraty na cultura brasileira. Rio de Janeiro” Francisco Alves.
_________ (2005). Introdução. Atuação diplomática de Varnhagen no Peru, Chile e Equador, in Francisco Adolfo de Varnhagen. Missão nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867, Rio de Janeiro: Funag, p. 7-28.
_________ (2013). “O conservadorismo reformador de um liberal: Varnhagen, publicista e pensador político”, in: Guimarães, Lucia Maria Paschoal; Glezer, Raquel (coords.). Varnhagen no Caleidoscópio. Rio de Janeiro: Fundação Miguel de Cervantes, p. 160-201.
_________ (2013). “Uma proposta para o Brasil em meados do século XIX”, Carta Mensal. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio, julho, p. 3-17.
_________ (2013). “Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro): pensamento diplomático”, In: José Vicente Pimentel (org.), Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964). Brasília: Funag, 2013, 3 vols.; vol. 1, p. 195-226 (disponível: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=507&search=Pensamento+Diplom%C3%A1tico+Brasileiro).

Resenhas de Politica Exterior do Brasil: documentacao diplomata (MRE)

Recursos para pesquisa, não apenas documentos oficiais (tratados, acordos, protocolos, etc.) e pronunciamentos (discursos), mas também artigos publicados na imprensa não oficial (inclusive contra a própria política externa, como foram os artigos e entrevistas do ex-SG dos governos Lula, Samuel Pinheiro Guimarães, sobre Alca, ou melhor, contra a Alca).
Interessante, ou necessário, segundo a utilidade para cada um.
Paulo Roberto de Almeida

Resenhas de Política Exterior do Brasil

http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/resenha-de-politica-exterior-do-brasil

1995, 2º semestre, número 77 1996, 1º semestre, número 78 1996, 2º semestre, número 79
1997, 1º semestre, número 80 1997, 2º semestre, número 81 1998, 1º semestre, número 82
1998, 2º semestre, número 83 1999, 1º semestre, número 84 1999, 2º semestre, número 85
2000, 1º semestre, número 86 2000, 2º semestre, número 87 2001, 1º semestre, número 88
2001, 2º semestre, número 89 2002, 1º semestre, número 90 2002, 2º semestre, número 91
2003, 1º semestre, número 92 2003, 2º semestre, número 93 2004, 1º semestre, número 94
2004, 2º semestre, número 95 2005, 1º semestre, número 96 2005, 2º semestre, número 97
2006, 1º semestre, número 98 2006, 2º semestre, número 99 2007, 1º semestre, número 100
2007, 2º semestre, número 101 2008, 1º semestre, número 102 2008, 2º semestre, número 103
2009, 1º semestre, número 1042009, 2º semestre, número 105 2010, 1º semestre, número 106
2010, 2º semestre, número 107 2011, 1º semestre, número 108 2011, 2º semestre, número 109
2012, 1º semestre, número 110 2012, 2º semestre, número 111 2013, 1º semestre, número 112
2013, 2º semestre, número 113 2014, 1º semestre, número 114 2014, 2º semestre, número 115

Acordo Transatlantico: comecaram as mesmas guerrilhas de sempre - Der Spiegel

Já assistimos o mesmo cenário em outras ocasiões: começou lá longe contra acordos bilaterais de livre comércio, depois contra o NAFTA, contra o MAI (acordo de investimentos da OCDE), contra a Alca (ou FTAA), e contra quaisquer outros acordos bilaterais, plurilaterais, regionais, interregionais, multilaterais, whatever...
Como sempre, muito barulho por nada, ou melhor, contra a liberalização do comércio e contra a abertura econômica de modo geral. De vez em quando, eles conseguem barrar esses projetos de acordos, não porque conseguiram no grito, mas porque governos de orientação populista-esquerdista, e governos mesmo de centro, mas temerosos de uma opinião pública manipulada, e centrais sindicais corporativas e contrárias a qualquer abertura e concorrência.
A Alca, por exemplo, foi barrada pela ação de três governos: a Venezuela de Chávez, a Argentina de Nestor Kirchner e o Brasil de Lula, todos eles orgulhosos pelo fato de terem conseguido "implodir" a Alca, como reconheceu um desses chanceleres sabujos.
Bem, cada vez que alguém consegue punir liberalização do comércio, o mundo fica mais pobre, e os mais pobres entre os pobres continuam a ser pobres, pois se tem algo que estimula a criação de empregos e de renda é a abertura comercial e econômica.
Mas, sempre teremos os inimigos dos mais pobres.
Paulo Roberto de Almeida

THE TTIPING POINT
Protests Threaten Trans-Atlantic Trade Deal
Der Spiegel, May 9, 2016

An unprecedented protest movement of a scope not seen since the Iraq war in Germany has pushed negotiations over the TTIP trans-Atlantic free trade agreement to the brink of collapse. The demonstrations are characterized by a level of professionalism not previously seen.

FREE TRADEOFFS
TTIP is Flawed -- But Necessary
Der Spiegel, May 9, 2016

The planned TTIP free trade agreement between Europe and the United States has generated significant backlash for good reasons. But it's time for Europeans to get on board, or risk being left behind.

Autonomia do Banco Central do Brasil: proposta de Roberto Campos (anos 1980)

Recebido via circular do economista Ricardo Bergamini, do Grupo Pensar+:

Propostas de Roberto Campos (anos 1980)
Autonomia do Banco Central do Brasil

Quando propusemos em, 1965 - o professor Bulhões e eu -, a criação do Banco Central, como controlador e guardião da moeda, jamais imaginávamos que ele se transformaria em um grande banco rural, cúmplice ao invés de disciplinador da expansão monetária. Teve suas funções ampliadas e sua independência reduzidas. É preciso retorná-la à sua concepção original.

Outro exemplo de perversão institucional é o open market. Concebido originalmente como instrumento de controle monetário, tornou-se um grande acelerador da velocidade de circulação de vários tipos de quase-moeda. A regulação da base monetária perdeu eficácia, porque pouco adianta controlar o estoque de meios de pagamento sem controlar a velocidade do fluxo de quase–moeda. Com o open market conseguimos o feito singular de criar um mercado secundário sem um mercado primário!

Já que estamos neste tema, que dizer das excruciantes taxas de juros no segmento livre do mercado, que afligem nossas empresas? Ab initio, descartemos duas soluções que nada solucionam:

- O tabelamento dos juros; e
- A nacionalização dos bancos privados.

A primeira causa dos juros altos é a “expectativa” de inflação e de desvalorização cambial, que alimenta a inflação e dela se realimenta. Em segundo lugar a bizarra coexistência de taxas negativas para dois terço dos empréstimos e taxas explosivas para o terço restante, pois que a isso se limita o segmento livre de mercado. Este mercado não é caldeira; é a válvula de escape da excessiva pressão da procura.

Eliminando o crédito subvencionado, descobriríamos o milagre aritmético da média: os juros tenderiam a baixar pela diminuição da procura e pela mudança de expectativa! E o mercado bancário se tornaria mais competitivo, pois os bancos não mais precisariam ser racionados, dado que o governo poderia melhor controlar a base monetária, e cessaria de pressionar o mercado financeiro que reflete fielmente o excesso de demanda de recursos por parte do setor público, quer federal quer estadual.

Nota de Ricardo Bergamini: Apesar de ter sido escrito na década de 1980 se ajusta perfeitamente aos dias atuais, sem alterar uma única palavra.

A burocracia do Planejamento volta novamente a me incomodar com questoes inuteis

Surpresa: burocratas nunca desistem, nunca abandonam, eles se multiplicam como coelhos nos desvãos da burocracia que eles mesmos criaram e ficam torrando nosso dinheiro com pesquisas absolutamente inúteis, para resultados totalmente inócuos.
Pela segunda vez eles voltam a me irritar com sua pesquisa (distribuída por http://pesquisa.planejamento.gov.br/burocracia) sob esta pegunta idiota:

Servidor: O que te incomoda na burocracia?

Tornei a responder, e tornei a comentar, nestes termos:

O que me incomoda na burocracia?
(Dispensável esse horrível "te": vocês não sabem escrever?)
Como já respondi a este questionário antes, apenas me permito fazer nova consideração qualitativa.
O que me incomoda é justamente a burocracia me incomodar (com o meu próprio dinheiro, diga-se de passagem), com perguntas inúteis, mal formuladas, cujas respostas não servirão para absolutamente nada, a não ser para alimentar mais um pouco essa burocracia burra que fica incomodando burocratas como eu com perguntas inúteis e dispensáveis.
Já que vcs não conseguem fazer nada de útil para a sociedade (como seria, por exemplo, desaparecer da lista de pagamento do funcionalismo público, por absolutamente inúteis), por que vocês não vão catar coquinhos, em lugar de gastar mais dinheiro público com inutilidades?
Como sempre, assino embaixo e assumo total responsabilidade pelo que acabo de dizer.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de maio de 2016

República Mafiosa do Brasil: o que falta para o chefe ser preso? - IstoÉ

Inacreditável!
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil
|  N° Edição:  2422 |  06.Mai.16 - 20:00 |  Atualizado em 09.Mai.16 - 08:57

O que falta para Lula ser preso

Denunciado pela Procuradoria da República e com pedido de prisão nas mãos de Sérgio Moro, o ex-presidente nunca esteve tão perto da cadeia

Débora Bergamasco
Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desabou. Não seria a primeira recaída desde o início das investigações do Petrolão, responsáveis por tisnar sua imagem de homem probo semeada desde os tempos do sindicalismo no ABC Paulista. Mas ao contrário dos outros momentos de fragilidade, Lula desta vez expôs um sentimento insólito a companheiros de longa data: o de culpa. Pela primeira vez, pôs em xeque o próprio faro político – considerado indefectível no seio do petismo. Em uma longa conversa, em Brasília, com um amigo, o ex-presidente lamentou em tom de desabafo, depois de fazer uma breve retrospectiva de sua vida pública: “Não me perdôo por ter feito a escolha errada”. O petista se referia ao fato de ter apostado todas suas fichas e ter feito de Dilma Rousseff sua sucessora. O arrependimento, porém, tem pouco a ver com o desastre político-econômico provocado pela gestão da pupila. Lula é um pote até aqui de mágoas porque, em sua avaliação, ela nada fez para blindá-lo e o seu partido das garras afiadas da Lava Jato. Para Lula, Dilma queria entrar para a história como a presidente do combate à corrupção – mesmo que, para isso, tivesse de sacrificar o próprio criador. Não logrou êxito, e é isso que emputece Lula. Hoje, ambos rumam para um abraço de afogados. Dilma está à beira de deixar o comando do País, alvo de um processo de impeachment, e na iminência de ser investigada pelo crime de obstrução de justiça – a solicitação, feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na semana passada, depende apenas do aval do STF. Ele, Lula, enfrenta o mais tenebroso inverno de sua trajetória pública. Atingido em cheio pela Lava Jato, o ex-presidente nunca esteve tão próximo de voltar à cadeia. Em 1980, o então líder sindical foi detido em sua residência pelo DOPS, a polícia política do regime militar. Permaneceu preso por 31 dias, chegando a dividir cela com 18 pessoas. Agora, o risco de outra prisão – desta vez em tempos democráticos e por um temporada provavelmente mais longa – é iminente.
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''Não me perdôo por ter feito a escolha errada'' 
disse o ex-presidente Lula sobre Dilma

São pelo menos sete frentes de investigação contra Lula, na primeira instância e na Suprema Corte. Lula é acusado de liderar o comando da quadrilha, que desviou milhões da Petrobrás, participar da tentativa de comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, obstruir a Justiça ao ser nomeado na Casa Civil para ganhar foro privilegiado, receber favores de empreiteiras ligadas ao Petrolão em reforma de um sítio em Atibaia, frequentado pela família; ocultar patrimônio e lavar dinheiro por meio de um apartamento tríplex no Guarujá, – que Lula jura não ser dele – , e de receber dinheiro de propina, por meio de empreiteiras, por palestras realizadas no Brasil e no exterior.
Além disso, ele ainda pode ser encrencado na Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de medidas provisórias com suposto beneficiamento de seu filho Luís Cláudio Lula da Silva. No pedido para incluir Lula no chamado inquérito-mãe da Lava Jato, Janot foi contundente ao dizer que o petista foi peça-chave no esquema: “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”. O procurador-geral da República também denunciou o ex-presidente, com base na delação do senador Delcídio do Amaral, – revelada com exclusividade por ISTOÉ – por participar da trama para tentar comprar o silêncio do Néstor Cerveró, ex-diretor da Petrobras envolvido nas traficâncias da estatal. Um total de R$ 250 mil teria sido repassado pelo filho do pecuarista e amigo do ex-presidente, José Carlos Bumlai, Maurício Bumlai, para o advogado de Cerveró. A procuradoria identificou, entre outros elementos contra o petista, um e-mail que comprova um agendamento de reunião entre Lula e Delcídio no dia 8 de maio do ano passado no Instituto Lula, além de uma passagem aérea provando que ele viajou naquela data. Disse Delcídio a respeito do encontro: “Fui chamado por Lula, em meados de maio de 2015, em São Paulo para tratar da necessidade de se evitar que Néstor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse o parlamentar. Mas o que mais atormenta Lula é o pedido formal de prisão preventiva, formulado pelo Ministério Público de São Paulo no caso da compra do tríplex do Guarujá, hoje nas mãos do juiz Sérgio Moro. Segundo apurou ISTOÉ junto a fontes da Lava Jato, Moro aguarda apenas o afastamento de Dilma na quarta-feira 11 para se debruçar sobre o pedido de prisão.
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O juiz não queria analisar o caso antes do encerramento do imbróglio jurídico envolvendo a nomeação de Lula no STF. Com a saída de Dilma esta semana, o mandado de segurança em discussão no Supremo perde objeto e o caminho para uma possível prisão de Lula estará aberto. Caso seja novamente preso ou mesmo vire réu no Supremo, algo inédito para uma figura política de sua estatura, os estragos políticos serão irreparáveis. A mácula indelével abreviaria sua carreira pública de maneira inequívoca e sepultaria eventuais chances de retorno à Presidência em 2018. A morte política do seu maior líder decretaria o fim do PT.
Os primeiros indícios do envolvimento do ex-presidente Lula no Petrolão surgiram com os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Após firmar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal no segundo semestre de 2014, Costa e Youssef detalharam aos investigadores no Paraná como funcionava a quadrilha que agia na estatal. Ambos fizeram menção a Lula, declarando acreditar que o Palácio do Planalto, o que incluiria o ex-presidente, tinha conhecimento das irregularidades. A dupla não dispunha de provas contra o petista, mas forneceu informações cruciais para que a força-tarefa da Lava-Jato avançasse sobre as empreiteiras envolvidas no escândalo. Batizada de Juízo Final, essa fase da operação confirmou que as acusações de Costa e Youssef procediam. Ao quebrar o sigilo da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras investigadas, as autoridades descobriram valores significativos transferidos à LILS, a empresa da qual Lula é sócio e pela qual promove suas palestras. Outras construtoras envolvidas no Petrolão também transferiram milhões de reais ao ex-presidente, um soma superior a R$ 10 milhões entre 2011 e 2015. Embora o ex-presidente tenha negado irregularidades nos valores recebidos das companhias, a Polícia Federal e o Ministério Público passaram a esquadrinhar tais repasses. Trabalham com a tese de que os valores recebidos por Lula seja dinheiro de corrupção. Essa apuração está em curso tanto em Brasília quanto em Curitiba. No Paraná, os investigadores estão fazendo uma comparação entre os valores repassados pelas empreiteiras à LILS e pedindo para que elas apresentem documentos que comprovem a realização das tais palestras. A Andrade Gutierrez foi a única que conseguiu provar todas. As outras empresas não foram bem sucedidas nesse intento. Entre as pontas soltas está uma suposta apresentação do ex-presidente na Venezuela, ainda sem comprovação, o que complica a defesa do petista.
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DEFINITIVO 
Roteiro de delação de executivos da Odebrecht, como Alexandrino Alencar
e Marcelo Odebrecht, indica que eles complicarão Lula

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À medida que as investigações avançam, o papel de Lula na organização criminosa do Petrolão fica cada vez mais evidente para a Procuradoria-Geral da República. No mensalão, o petista recorreu ao mantra do “eu não sabia” para se dizer alheio ao que acontecia ao seu redor. Agora, está claro que aquele era um apêndice do esquema de maior capilaridade, desvendado pela Lava Jato. Ao dizer que o Petrolão não poderia ter funcionado sem a participação decisiva de Lula, Janot uniu o petista a dezenas de deputados e senadores que figuram na investigação conhecida como “quadrilhão”, destinada a apurar o funcionamento da engrenagem que desviou recursos da Petrobras. Em seu despacho, o procurador-geral escreveu: “Embora afastado formalmente do governo, Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne às articulações espúrias para influenciar o andamento da Lava Jato, à sua nomeação ao primeiro escalão, à articulação do PT com o PMDB.” E continuou em outro trecho: “Já no âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização”.
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FIM DE LINHA 
Dilma também virou alvo de pedido de investigação da PGR, por obstrução de Justiça

Outra frente de problemas para o morubixaba petista é a investigação sobre o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. Há fortes indícios de que as construtoras Odebrecht e OAS pagaram pela reforma com dinheiro desviado da Petrobras, configurando, nesse caso, crime de corrupção. O terreno está em nome de dois sócios de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do Lula. Há uma série de indicativos de que o verdadeiro dono seja o ex-presidente. Conforme apurou ISTOÉ, a confirmação poderá vir da delação premiada do executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar. No roteiro da delação, Alexandrino prometeu entregar detalhes e provas que incriminariam Lula. A expectativa é que os executivos da OAS também colaborem sobre o mesmo tema.
Assim como o sítio de Atibaia, a força-tarefa da Lava-Jato no Paraná analisa denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo contra Lula no que concerne ao tríplex no Guarujá. Os promotores acusam o petista de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Para a MP, a família Lula era a proprietária, de fato, do imóvel. No papel, o apartamento pertence à empreiteira OAS, envolvida no Petrolão. O MP desmontou os argumentos do ex-presidente de que teria apenas uma cota de outra unidade no prédio. Entre as provas apresentadas pelos promotores estão relatos de funcionários e ex-moradores que confirmam que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, Lula e um dos filhos do casal vistoriaram as reformas do imóvel. Obras que custaram mais de R$ 700 mil. Pagas pela OAS e feitas ao gosto da família Lula. Chamou a atenção das autoridades que uma das visitas ao apartamento foi acompanhada pelo presidente da OAS, Leo Pinheiro. O executivo chegou a ser preso no Petrolão e negocia acordo de delação premiada. O caso estava sob a responsabilidade da juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, mas na semana passada, o inquérito foi remetido ao juiz Moro, incluindo o pedido de prisão preventiva contra Lula formulado pelo MP paulista.
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O CARA 
Segundo Delcídio do Amaral, Lula foi o mentor da compra do silêncio de Cerveró

Um pedido como este nas mãos do ágil juiz Sérgio Moro era tudo o que o Dilma e Lula tentaram evitar a todo custo. A ponto de ensejar sobre eles uma possível investigação pelo crime de tentativa de obstrução do trabalho da Justiça. A linha de investigação leva em consideração o ato de nomeação do ex-presidente para a Casa Civil, iniciativa cujo único propósito foi o de livrar o petista da competência do juiz de Curitiba. Foi um duplo tiro no pé. Agora, além de Lula ser alvo de um pedido de investigação por tentar atrapalhar o trabalho da Justiça, crime tipificado na Constituição no inciso 5 do artigo 6º da Lei 1.079/1950, o destino político do ex-presidente está definitivamente nas mãos do seu principal algoz.
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Pedidos de inquéritos contra Lula e Dilma tiveram como
base delação de Delcídio, antecipada por Istoé