O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 15 de outubro de 2016

Congresso Brasil Paralelo: como refundar a republica, a nacao, a sociedade - Paulo Roberto de Almeida


A política externa paralela do lulopetismo diplomático

Paulo Roberto de Almeida
 [Video-entrevista, Congresso Brasil Paralelo, novembro 2016]

3047. “A política externa paralela do lulopetismo diplomático”, Brasília, 14 outubro 2016, gravação de entrevista (a ser oportunamente transcrita), em vídeo, para servir como depoimento no quadro do Congresso Brasil Paralelo (https://www.facebook.com/brasilparalelo/), a realizar-se online no Brasil, em novembro, com a participação de diferentes personalidades, em suporte puramente virtual (http://www.brasilparalelo.com.br/congresso/). Link da entrevista a ser fornecido oportunamente.

Na sexta-feira 14 de outubro de 2016, sob solicitação de seus organizadores, concedi entrevista em vídeo gravação para os promotores de um congresso a ser realizado virtualmente, online, no Brasil, no próximo mês de novembro, por meio de um conjunto enorme, centenas, de gravações com diferentes personalidades, todas elas contatadas para oferecer sua visão pessoal sobre os problemas atuais do Brasil e os meios de resolver alguns desses problemas.

O que é o “Brasil Paralelo”? Segundo a informação dos organizadores, se trata de uma “startup que está desenvolvendo uma plataforma para revolucionar a forma como cuidamos da nossa sociedade, sem que tenhamos de depender de políticos. Essa ferramenta ajudará a financiar projetos ligados à saúde, educação, segurança e infraestrutura social do Brasil. Nela, iniciativas com potencial de impacto são cadastradas para captar recursos de pessoas físicas, que podem acompanhar o progresso e o retorno destas ações.” (ver: https://www.facebook.com/brasilparalelo/)

O moto principal, introdutório, da página informativa do Congresso Brasil Paralelo no Facebook é: “Onde há vontade, há um caminho” (ver: https://www.facebook.com/brasilparalelo/). A página no Facebook contém, ademais dos contatos com os organizadores e fotos de entrevistados e links para as organizações participantes (https://www.facebook.com/pg/brasilparalelo/photos/?ref=page_internal), informações diversas sobre a própria iniciativa (https://www.facebook.com/pg/brasilparalelo/about/?ref=page_internal), links para cadastro e para enviar mensagem, e muitos vídeos já disponíveis (https://www.facebook.com/pg/brasilparalelo/videos/?ref=page_internal).
Na própria página do Congresso (http://www.brasilparalelo.com.br/congresso/), por sua vez, existe um link para cadastro e para participação, assim como informações sobre os 7 dias de transmissão em novembro (totalmente online), constante de mais de 30 painéis, nos mais variados formatos: debates, entrevistas, palestras, mesas redondas. workshops, tudo inteiramente gratuito. Existem também pequenas células com fotos e informações sobre os principais convidados, vários com vídeo-entrevistas já realizadas.
Não apenas concedi entrevista, sobre os temas de minha especialidade, como pesquisador, profissional e professor, como também inscrevi-me para as transmissões, e enviei, pelo Facebook do site, a seguinte mensagem aos organizadores:
Meus cumprimentos pela iniciativa, extremamente importante nesta fase de transição, entre um velho Brasil, distributivista, quase socialista, para um Brasil baseado numa economia livre de mercado, competitiva, produtiva, inserido na globalização. O Brasil está singularmente despreparado para enfrentar seus desafios, mas esperamos, a partir de exemplos como este, possamos incutir na sociedade a vontade necessária de enfrentar os desafios, empreendendo as reformas necessárias. Tive o prazer de participar, gravando um vídeo, em 14/10/2016, sobre os temas de política externa e diplomacia, mas que se estendeu igualmente em assuntos de política econômica e de inserção na globalização.”

Espero continuar contribuindo com essa brilhante iniciativa, e formulo, desde já, meus melhores votos de pleno sucesso ao evento (ou sucessão de eventos no formato virtual), e que ele tenha continuidade, não apenas em suas virtudes didáticas (ou seja, de educação em cidadania para o conjunto da população), mas sobretudo como estímulo à formulação de políticas de reformas contínuas no Brasil, em todos os setores.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 15 de outubro de 2016

Saudades do meu velho site: temporariamente desabilitado, em breve voltando ao ar - Paulo Roberto de Almeida

Confesso sentir saudades do meu velho site: www.pralmeida.org.
Ele era feio, desengonçado, pouco funcional, mas servia razoavelmente bem a meus propósitos, que sempre foram os de prover a comunidade acadêmica de um conjunto de textos, exclusivamente meus, de cunho essencialmente "científicos" (tanto quanto se pode julgar), que se inserem no contexto de minha produção intelectual.
Atenção: não confundir o site pessoal, com meu blog Diplomatizzando, que é um outro veículo pessoal, com objetivos basicamente de agregação de material eventualmente acadêmico, mas mais geralmente de cunho informativo, para fins, ouso confessar, de divertimento inteligente, o que os franceses poderiam chamar de divertissement, com base em procedimentos de haute vulgarisation.
Por motivos que não cabe aprofundar agora (cuja culpa cabe ao ex-provedor de hospedagem), o site pessoal veio a ficar fora do ar, desde maio deste ano.
Continuei, por um tempo, aguardando uma reação do provedor, mas isso não ocorreu.
Subscrevi, então, espaço em um novo provedor, funcionando em bases operacionais bem diferentes da assinatura anterior. Mas como não sou rico, e pago tudo sozinho, tenho de ir reconstruindo aos poucos, em novas bases, o antigo site, que vai funcionar, entretando, sob uma nova arquitetura, baseada no Wordpress.
Mas eu tinha muita coisa, o que significa que vou ter um imenso trabalho de reconstrução, recomposição, upload e formatação de centenas de arquivos, milhares com todas as imagens de capas e outros penduricalhos, o que vou ter de fazer praticamente sozinho e manualmente. Vai vir, mas por enquanto ainda está fora do ar.
Em todo caso, abaixo reproduzo, sem a formatação original, o conteúdo de minha página home, ou index, que abria para as demais páginas principais: Livros (publicados, editados, capítulos em obras coletivas, teses e dissertações, outros), Trabalhos (Publicados e Originais), Informações acadêmicas e várias outras coisas, como colaborações a revistas e colunas mantidas em veículos diversos.
Não vai ser mais como está abaixo, mas esta é apenas uma amostra do que foi perdido...
Paulo Roberto de Almeida
PS: Nenhum dos links abaixo transcritos, vinculados ao meu próprio site, vai funcionar, exceto um ou outro que possa eventualmente derivar de algum site externo com link estabilizado. Espero colocar meu novo site rapidamente em funcionamento pleno, mas vou ter de progredir gradualmente, em função das horas livres para recompor cada arquivo a partir dos antigos, que estavam funcionando numa bela confusão (html, Word, pdf, etc.).








Cora Coralina (poeta de Goiás)

Neste site, apresento textos relativos aos problemas brasileiros de desenvolvimento, à sua história econômica, à diplomacia brasileira e às relações internacionais, bem como aos processos de integração, com ênfase no Mercosul.



Dez regras modernas de diplomacia (2001)
A economia do Brasil nos tempos do Barão do Rio Branco (livro coletivo)

Uma grande estratégia para o Brasil: elementos propositivos
O futuro do Brasil está no passado (de outros países)
O Barão do Rio Branco: então e agora, quais estratégias?
Renato Mendonça: um intelectual na diplomacia (texto preliiminar)
Relações Sul-Sul: um novo determinismo geográfico? 
Intervencionismo governamental: Von Mises e a prática brasileira
A diplomacia da era Lula: balanço e avaliação (rev. Política Externa, 2012)
Falácias acadêmicas: ensaios sobre alguns mitos correntes
Glossário de termos sobre a integração regional

A Economia Política da Integração Latino-Americana (2012) 
Uma história do Mercosul: evolução e situação atual
Trajetória do Mercosul em sua primeira década (1991-2001)

  • Sociologia: uma síntese acadêmica (Comte, Marx, Weber, Durkheim)
  • A velha Guerra Fria política e a nova guerra fria econômica
  • Seria o Mercosul reversível? especulações teóricas sobre trajetórias concretas
  • Seleção de trabalhos sobre Mercosul e integração regional (lista)
  • O Brasil na economia mundo do último século (1910-2010)
  • Sistema financeiro internacional desde Bretton Woods ( pptx Senado)
  • De la Démocratie au Brésil: Tocqueveille de novo em missão

    Oliveira Lima e a diplomacia brasileira do início da República
    Outro Mundo Possível: a Alemanha antes e depois do muro de Berlim
    O Brasil e as relações internacionais no pós-Guerra Fria
    China: o mito do socialismo de mercado 
    Bases Conceituais de uma Política Externa Nacional

    Brics Role in the Global Economy
  • Uma paz não-kantiana?: Sobre a paz e a guerra na era contemporânea
  • Nabuco Symposium - University of Wisconsin at Madison
  • O Brasil e a crise internacional: uma abordagem pessoal
  • O Brasil como ator regional e global: estratégias de política externa
  • Os EUA no terceiro século: poder 'aroniano', Estado westfaliano
  • Prometeu acorrentado: o Brasil amarrado por sua própria vontade
  • A diplomacia de Lula no primeiro mandato (2003-2006): balanço e perspectivas
  • Está aumentando o número de idiotas no mundo?
  • O afundamento da educação no Brasil
  • Milton Friedman se encontra com Roberto Campos
  • Uma verdade inconveniente: por que o Brasil não cresce a 5% ao ano?
  • Uma nova arquitetura diplomática?
  • Bibliografia sobre a diplomacia do governo Lula
  • Brasileiros na Guerra Civil Espanhola, 1936-1939 (Sociologia Política, 1999)
  • A cultura de esquerda: sete pecados dialéticos
  • ONU: assimetrias de poder
  • O Fim do desenvolvimento
  • Seria o governo Lula neoliberal?
  • Planejamento no Brasil
  • Uma diplomacia engajada (A política externa de Lula) 2006

  • Materiais de estudo, textos: 
  • Academia, cursos ministrados
  • Carreira diplomática: algumas dicas
  • Profissionalização em RI e mercados
  • Pequeno Guia para se Fazer uma Monografia Acadêmica
  • O que se espera de uma dissertação de mestrado?
  • Presença da universidade no desenvolvimento brasileiro: perspectiva histórica
  • Miséria da Academia: uma relação de trabalhos PRA 
  • Dossiê "Fraude Amazônica: um tema recorrente"
    Alocuções:
    Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas

  • Ser internacionalista, hoje...
  • Apresentação (em ppt) sobre o profissional em RI... ...e palestra correspondente (video da UFRGS)
  • O Direito, a Política e a Economia das RI no Brasil
  • Auto-entrevista (ao chegar numa certa idade...)
  • Retrato do diplomata, quando maduramente reflexivo
  • Carreira diplomática: questionário pessoal

    Um pouco de humor: 
    As vacas e o capitalismo


    Minha homenagem no dia do Professor - Paulo Roberto de Almeida



    Paulo Roberto de Almeida

    Neste dia 15 de outubro, convencionalmente dedicado aos professores, desejo prestar uma homenagem aos que se revelam essenciais às lides docentes: os alunos. Sim! Se não fossem os estudantes, os professores não teriam razão de ser, não apenas pelo fato dos alunos constituírem a “outra parte” absolutamente indispensável à atividade dos professores, mas também porque, sem alunos inquisidores, o encargo docente seria incrivelmente aborrecido. Minha homenagem, portanto, aos alunos, a todos eles, os meus e os de todos os outros professores. Obrigado, alunos, por me permitir existir como professor, o que faço por prazer, não por obrigação ou necessidade.

    Tenho com a atividade docente uma antiga relação de dedicação parcial, no tempo, mas integral, no espírito. Salvo um ou outro livro de literatura, em volume bem mais rarefeito, quase todas as minhas leituras, no campo das humanidades, da história econômica são feitas – e anotadas – em função daquilo que posso transmitir a meus alunos, diretos ou indiretos, oralmente ou por escrito, em contato pessoal ou à distância. Estou sempre anotando alguma coisa, em alguns dos meus muitos cadernos de notas, que servem para leituras, reflexões, registros de viagens, contatos, enfim, uma variedade de objetivos. Também estou sempre lendo algo, geralmente o que comprei no minuto anterior: andando ou dirigindo, sempre dá para avançar alguns parágrafos, talvez mesmo algumas páginas. Tudo isso é para ser revertido em alguma aula ou algum escrito, que é também uma forma de aula, por extensão.
    Preferiria, claro, ter mais alunos perguntadores do que ouvintes passivos, mas cada um deve decidir o que é melhor para si, independentemente da vontade do professor. Este só existe para tentar melhorar os estudantes, e estes só existem, se forem conscienciosos e inquisitivos, para melhorar o professor. Alguns creem que se trata de uma relação assimétrica, mas para mim se trata de algo absolutamente relacional, com conivências recíprocas, ainda que não isentas de contradições. O aluno contestador ajuda o professor a ser responsável, ajustar o foco, preparar suas aulas de forma responsável, a sempre fazer a síntese de suas leituras, a expor claramente os seus argumentos, a embasá-los de forma pertinente em elementos factuais ou empíricos relevantes, sob risco de não convencer e não persuadir. O professor precisa de alunos iconoclastas, que contestem as meias-verdades e as afirmações puramente opinativas ou impressionistas.
    Alguns são chatos, é verdade, não por questionar o professor, mas por desprezar o aprendizado, conversar ou ausentar-se de forma ostensiva no meio da aula, não que isso represente uma ofensa absoluta ao professor, mas porque perturba a aula pelo barulho do deslocamento, pela conversa paralela, pelo zumbido intermitente da concorrência desleal. Muitas vezes a culpa é do próprio professor, que não soube tornar a sua aula suficientemente atraente para motivar e capturar a atenção dos alunos. Aqui também se trata da lei da oferta e da procura num mercado pouco transparente: o aluno “compra” aquilo que lhe parece de boa qualidade e suscetível de oferecer algum prazer intelectual e se a aula é chata e pouco vinculada às realidades cotidianas, merece o desapreço e desatenção que lhe dedicam os alunos.
    São os alunos, portanto, que fazem um bom professor, ainda que as qualidades deste também dependam de seu investimento preliminar no estudo e na leitura, sua acumulação primitiva de conhecimentos e informações, tudo isso apresentado com alguma pedagogia atrativa. De minha parte, não tenho reclamações de meus alunos, apenas motivo de satisfação. Sinto que estou contribuindo, ainda que modestamente, para o seu enriquecimento intelectual e, quiçá, para a elevação de seus padrões morais. Algumas sementes só vão frutificar alguns anos à frente, mas isso não importa para o professor, se ele tem certeza de que fez corretamente o seu trabalho docente.
    Por tudo isso, só tenho a agradecer sinceramente aos meus alunos e prestar-lhes, neste dia, uma merecida homenagem por permitir-me ser um simples professor.
    Cheers...

    Brasília, 15 de outubro de 2009

    Pesquisa sobre a diplomacia lulopetista (se algo assim existiu) - Paulo Roberto de Almeida

    Pesquisa sobre a diplomacia lulopetista: 2003-2016 (maio, RIP)

    Paulo Roberto de Almeida
     [Pesquisa voluntária, aberta a opositores, aderentes, indiferentes, interessados, etc.]

    Explicito desde já os objetivos desta minha consulta: recolher opiniões sinceras dos interessados no tema, tanto do ponto de vista profissional, quanto acadêmico. E adianto desde já minha posição quanto ao tema: condenação, in limine e total.
    Não tenho porque esconder ou minimizar minha oposição à chamada diplomacia lulopetista, ainda que eu duvide que se possa, a qualquer título, caracterizar esse longo intervalo de tempo (treze anos e meio, três governos e meio, do mesmo grupo no poder) como conformando uma diplomacia stricto et lato sensi, no mesmo molde do que foram e de como ficaram designados, por exemplo, em seu tempo (e por quaisquer motivos subjacentes), a chamada diplomacia do “pragmatismo responsável” (da dupla Silveira e Geisel, entre 1974 e 1979), ou a “ecumênica” do chanceler Saraiva Guerreiro (durante a presidência Figueiredo, 1979-1985).
    Os próprios formuladores e executores dessa diplomacia a chamavam de “ativa, altiva e soberana”, mas não temos por que aceitar um título auto atribuído, com alta dose de arrogância, por sinal, que foi feito pro domo sua, como se apenas ela tivesse o monopólio dessas virtudes, sendo que todas as outras, especialmente a anterior, teriam os vícios de terem sido submissas ao império, obedientes aos ditames de Washington (especialmente a um tal de Consenso que dele deriva), neoliberais (My God!, quanto simplismo), ou qualquer outra pecha maldita que a elas tenham pretendido colar.
    Não tenho porque esconder nada disso porque desde antes dos companheiros assumirem o poder, eu já estava identificando no programa político, nas plataformas eleitorais, nos objetivos de governo do partido que monopolizou  o poder entre 2003 e 2016 os mesmos vícios, equívocos e concepções deformadas de outros partidos esquerdistas latino-americanos, em seu antiamericanismo anacrônico, em seu anti-imperialismo infantil, em suas pretensões a continuar dividindo o mundo entre ricos arrogantes, hegemônicos e unilateralistas, e pobres oprimidos e dominados, estes necessitados de uma boa liderança política para se libertarem dos grilhões imperiais e formularem suas políticas nacionais com toda autonomia. Escrevi tudo isso.
    Também denunciei, desde o início, os vínculos (muitos deles secretos), entre o partido que se pretendia ético, justiceiro e distributivista, com ditaduras do continente e de outros continentes, suas imensas ilusões quanto a certas “alianças estratégicas” e certas parcerias duvidosas (do ponto de vista do desenvolvimento do Brasil, assim como da credibilidade de sua política externa). Como antigo true believer, e participante ativo de algumas das aventuras malucas que se fizeram nos anos 1960-70 para derrubar o “terrível” regime militar que nos “oprimia”, sei do que estou falando.
    Por tudo isso fui levado a efetuar uma pequena travessia do deserto, que levou exatamente treze anos e meio, durante a qual fui obstado de trabalhar na Secretaria de Estado, limitado a ficar fazendo da Biblioteca meu escritório funcional e meu refúgio estudioso, dedicando-me, ao longo desse período, à leitura, à reflexão e à produção de muitos escritos que devem ter confirmado naqueles mesmos promotores da diplomacia lulopetista o acertado de sua decisão de afastar-me de qualquer tarefa executiva (onde estou até hoje, por sinal). Aproveito para agradecer pela oportunidade de escrever...
    Expressei minhas opiniões e análises em um sem número de artigos e notas publicadas, em diversos veículos, e até publiquei alguns livros a respeito dessa política externa, sendo o mais recente este aqui: Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Appris, 2014). 
    Minha intenção agora é a de reincidir – não por vício ou animosidade especial – na análise dessa diplomacia que, à falta de melhor caracterização, poderia efetivamente ser chamada de lulopetista, pois foi do partido e de seu chefe incontestável (e, até aqui, incontestado) que emanaram as principais ideias e iniciativas que transformaram, por vezes de forma radical a política externa brasileira nesse período (ainda que o que permaneceu como anteriormente possa ser creditado à própria diplomacia profissional do Itamaraty, que nunca deixou de existir). Eles mesmos fazem questão de confirmar de modo explícito esse caráter de ruptura da velha diplomacia para a “nova”, a “altiva”.
    Para isso gostaria de empreender uma pesquisa de opinião aberta (ou fechada, segundo o desejo de cada um), seja entre like-minded people, seja entre apoiadores sinceros ou opositores declarados, sobre o que foi essa diplomacia, o que ela representou para cada um, qual a avaliação que cada respondente faz de seus principais episódios. Os próprios responsáveis podem amavelmente colaborar, se assim o desejarem, e eu até os incito, ou desafio, a isto: que floresçam as mil flores, como diria o Mao Tsé-tung (mas prometo não tratar meus respondentes como ocorreu na China).
    Por inépcia deste escrevinhador, não domino técnicas de pesquisa online para montar um desses formulários formidáveis que permitem a cada um ir clicando em listas de múltipla escolha ou escrever suas opiniões e argumentos numa janela auto-formatável. Por isso, deixo a critério de cada um a colaboração com esta pesquisa, da forma como melhor desejarem.
    Tentei montar um formulário de resposta no Google+, mas não tenho certeza de que funcionará a contento para todos (nem sequer para mim, sou capaz de aferir). Em todo caso, o link para esse documento parece ser este aqui:
    O link curto (pelo menos assim o sistema me disse) é este aqui:

    Também estou disponível em meu blog Diplomatizzando, ou por e-mail, para receber, responder, interagir com os benevolentes respondedores, comentaristas, aderentes ou opositores a esta pesquisa, que, como disse, se destina a continuar minha avaliação, tanto quanto possível objetivo (mas não necessariamente imparcial) sobre essa diplomacia que reputo um ponto fora da curva na trajetória dos últimos cem, ou duzentos, anos de diplomacia nacional.
    Agora, quanto às motivações. Costumo comparar a cronologia do Brasil nas últimas duas décadas da mesma maneira como seguido na historiografia ocidental, ou cristã, desde que se adotou esse costume (que não sei quando foi): AC e DC, ou seja, Antes ou Depois de Cristo. Acho que já está consagrada a datação, mesmo entre aqueles que não seguem as tradições cristãs, mas assim é o imperialismo dos padrões de data.
    Pois bem, sem querer atribuir demasiada importância ao peronismo de botequim que contaminou a história política do Brasil entre 2003 e 2016, creio que se pode, da mesma forma, dividir nossa trajetória em AC e DC, Antes e Depois dos Companheiros.
    Esse longo intervalo de tempo – pequeno em termos históricos, mas decisivo para uma única geração, suficiente inclusive para causar a GRANDE DESTRUIÇÃO na área econômica – foi um dos mais interessantes (se me permitem o termo) atravessados pelo Brasil: vivemos uma experiência de exacerbação nos instintos estatizantes de amplos setores da população (acadêmicos, militares, empresários, sindicalistas, povo em geral, funcionários públicos em particular, povinho miúdo provavelmente) e uma derrocada virtual em algumas instituições (sistema partidário certamente, Congresso provavelmente, tribunais superiores talvez, universidades muito fortemente), além dessa erosão terrível nos princípios éticos que deveriam (supostamente) guiar a condução política e as ações governamentais de nossas elites escolhidas pelo voto. O grupo que empalmou o poder, legitimamente pode-se dizer (na primeira vez sim, nas outras vezes graças às patifarias hoje conhecidas, de compra de votos, de mentiras e manipulações políticas, indo até a criminalidade pura e simples), revelou-se, ao fim e ao cabo, uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA no pleno sentido da palavra. Alguma dúvida disso?
    Isso não impede que se examine, honestamente, a sua diplomacia, que foi por mais de uma metade elaborada pelas mentes alopradas dos apparatchiks do partido neobolchevique, pela outra metade guiada, orientada, ajudada pela própria máquina da diplomacia profissional, ou pelo menos por alguns de seus membros mais distinguidos (sendo que a grande massa do corpo funcional permaneceu passiva, ou aderiu de forma circunspecta, oportuna, ou simplesmente trabalhou normalmente, como se nada estivesse acontecendo no governo e país). Mas isto é próprio de certos regimes de tipo corporativo (alguns até diriam de “castas”, ou de mandarins) que soem existir.
    Por todos esses motivos, empreendo esta pesquisa. Sei o que pretendo dizer, mas gostaria de ouvir a opinião sincera de acadêmicos, amigos, colegas, desconhecidos interessados, tutti quanti se julgam capazes de emitir um argumento interessante, alguma ideia inteligente sobre a diplomacia que pretendeu colocar o Brasil no mundo, e que de certa forma conseguiu, qualquer que seja o julgamento que se faça sobre ela.
    Grato pela colaboração e atenção de todos.
      
    Paulo Roberto de Almeida 
    Brasília, 15 de outubro de 2016 (dia do professor).
    (Divulgado em diferentes formatos)

    sexta-feira, 14 de outubro de 2016

    O que as eleições mostraram: a derrota do PT - Augusto de Franco

    DAGOBAH

    NL 0027 - 13/10/2016


    Dagobah.com.br


    O que as eleições mostraram

    Especificamente em relação ao PT, as eleições de domingo (2 de outubro de 2016) mostraram: 

    1) Que a imensa maioria das pessoas não engoliu a farsa do golpe. 

    2) Que não há nenhuma restrição à democracia no Brasil, ao contrário das alegações de Lula na ONU. 

    3) Que tudo está ocorrendo no Brasil dentro da normalidade democrática (com mais de 100 milhões comparecendo às urnas em paz e sem qualquer constrangimento). 

    4) Que Lula não tem mais capacidade de transferir votos para ninguém. Todos que ele apoiou perderam. Nem o seu próprio filho conseguiu se reeleger vereador em São Bernardo. 

    5) Que o PT vai abandonar rapidinho a tese de novas eleições. 

    6) Que o PT vive num universo paralelo composto por: universidades, escritórios de advocacia, "movimentos sociais" e sindicalismo pelego e gente como Duvivier e seus admiradores. 

    7) Que a Universidade, em especial, está fora do mundo real. 

    8) Que o PT vai perder cerca de 50 mil cargos de confiança, ficará sem os milhões da receita do dízimo e terá 80% menos possibilidade de roubar. 

    9) Que o PT ficou aproximadamente 61% menor em termos eleitorais, voltando a 1985, quando elegeu Maria Luiza Fontenele. 

    10) Que quem derrotou o PT não foi o PSDB, não foi Ackmin, não foi Temer ou o PMDB e sim a sociedade brasileira, que escolheu cuidadosamente em quem não votar (os candidatos petistas). 

    11) Que, mesmo fragorosamente derrotado nas urnas, o PT não se conformará com o resultado eleitoral e tentará inviabilizar de todos os modos o governo constitucional de transição. 

    12) Que se o governo Temer for inviabilizado pela obstrução e agitação petistas, mesmo assim as pessoas não votarão no PT em 2018. 

    13) Que estamos assistindo o início do fim do projeto neopopulista. 

    Abaixo um breve comentário sobre cada um dos pontos listados. 

    1 - A imensa maioria das pessoas não engoliu a farsa do golpe. Se tivessem aceitado essa falsa narrativa do PT, certamente se manifestariam em solidariedade aos golpeados e injustiçados. A farsa do golpe é a explicação universal de todos os autocratas: Maduro usou, repetidamente, a mesma alegação solerte contra seus adversários políticos e contra as manifestações populares que começaram a encher as ruas da Venezuela a partir de 12 de fevereiro de 2014. Erdogan também aplicou o truque para transformar a Turquia numa ditadura, acusando seus opositores de quererem dar um golpe de Estado. Putin, de quando em vez, lança a mesma acusação sobre a sociedade que ousa protestar, sobretudo em Moscou, contra seu governo. Pois bem. Todos os partidos e candidatos que pregaram a tese de que o impeachment foi golpe não alcançaram 20% da preferência do eleitorado. 

    2 - Não há nenhuma restrição à democracia no Brasil, ao contrário das alegações de Lula na ONU. Se houvesse, a rede suja de blogs e sites a serviço do PT não poderia continuar espalhando versões mentirosas sobre o golpe. Se houvesse, os institutos de pesquisa de opinião não poderiam fornecer anabolizantes para a engrossar a boca de urna da militância, ou seja, praticar abertamente o dopingeleitoral. Se houvesse, candidaturas seriam cassadas e candidatos seriam constrangidos pelo Estado. Se houvesse, alguma lei teria sido violada para prejudicar as vítimas (o PT e seus aliados), o que não ocorreu. 

    3 - Tudo está ocorrendo no Brasil dentro da normalidade democrática (com mais de 100 milhões comparecendo às urnas em paz e sem qualquer constrangimento). Não houve nenhum tipo de constrangimento aos petistas (as supostas vítimas do imaginário golpe): nem antes, nem durante, nem depois da campanha eleitoral, quer por parte do Estado, quer por parte de grupos organizados da sociedade. O não-voto (abstenções + brancos + nulos), que alcançou cerca de 30%, foi a manifestação de um insatisfação difusa da sociedade com o velho sistema político, tal como está organizado e funciona e atingiu igualmente todos os partidos, não se caracterizando em um protesto contra os supostos golpistas (e tanto é assim que o PT encolheu 60,9% em relação às eleições de 2012). Vejamos os números que não mentem (salvo eventual erro nas contas ou se os dados estiverem incorretos): 

    Votos recebidos por todos os partidos em 2012 = 104.696.354 (os eleitores aptos a votar eram 138.544.348). 

    Votos recebidos por todos os partidos em 2016 = 102.486.556 (os eleitores aptos a votar eram 144.088.912). 

    O não-voto (abstenções + brancos + nulos) pulou de 24,43% (em 2012) para 28,87% (em 2016). 

    Votos recebidos pelo PT em 2012 = 17.448.801 

    Votos recebidos pelo PT em 2016 = 6.822.964 

    Variação (negativa) = - 60,90% 

    Porcentagem dos votos recebidos pelo PT em 2012 = 16,67% 

    Porcentagem dos votos recebidos pelo PT em 2016 = 6,66% 

    4 - Lula não tem mais capacidade de transferir votos para ninguém.Todos que ele apoiou perderam. Nem o seu próprio filho conseguiu se reeleger vereador em São Bernardo. Fica assim esvaziado o argumento - repetido ad nauseam pelos petistas - dos 54 milhões de votos de Dilma. Se Dilma tem 54 milhões de votos e Lula foi o melhor presidente do Brasil por que os candidatos que eles apoiaram perderam? 

    5 - O PT vai abandonar rapidinho a tese de novas eleições. Na verdade, já abandonou. Antecipar eleições gerais ou para presidente da República em 2016 (pois a partir de 2017 as eleições seriam indiretas) levaria o PT a outra derrota, ainda pior do que a que amargou no pleito municipal. Não se fala mais no assunto. 

    6 - O PT vive num universo paralelo composto por: universidades, escritórios de advocacia, "movimentos sociais" e sindicalismo pelego e gente como Duvivier e seus admiradores. Do contrário teria percebido que a imensa maioria da população não aceita mais o partido. O universo paralelo em que vive o PT é composto, aliás, pelos bunkers em que se refugiou para exercer sua resistência antidemocrática, a saber: 

    1) partidos estatistas (PT, PCdoB, PSOL, REDE, PSTU, PCO, PCB, PDT etc.); 

    2) rede suja de veículos a serviço da guerra de propaganda e contra-informação (movida pelos partidos estatistas); 

    3) parte da grande mídia (criptopetistas e criptolulistas infiltrados na imprensa, rádio e TV); 

    4) universidades e escolas (aqui se concentra o maior contingente); 

    5) centrais, sindicatos, associações profissionais e assemelhadas (que atuaram de forma pelega na última década); 

    6) meios artísticos e culturais (designados acima pela expressão "Duvivier e seus admiradores"); 

    7) "movimentos sociais" que atuam como correias de transmissão de partidos estatistas (MST, MTST, UNE etc.); 

    8) organizações não-governamentais (que atuaram como organizações neo-governamentais na última década); 

    9) governos federal e instituições sob sua influência: empresas estatais, agências reguladoras etc. (com o impeachment, começou a desinfestação, mas os aparelhadores infiltrados que ainda restam são milhares) e governos estaduais e municipais (comandados pelo bloco da esquerda autocrática); 

    10) organismos internacionais do sistema das UN no Brasil e organizações regionais (como OEA e todas que terminam com as letras SUR); 

    11) empresas operadoras do esquema criminoso de poder (como as empreiteiras Odebrecht e OAS, que estão sendo desbaratadas pela operação Lava Jato). 

    7 - A Universidade, em especial, está fora do mundo real. Nenhuma análise consistente, prevendo ou analisando o desastre eleitoral do PT, saiu das universidades controladas pelo petismo. Deu-se o oposto: os professores marxistas acalentavam a esperança de que o PT se manteria no seu patamar histórico de 30% de preferência popular. E, depois do leite derramado, enfureceram-se acusando o povo de não saber votar, de estar alienado pela grande mídia monopolista e dominado pelos aparelhos controlados pela direita. As universidades, sobretudo nas áreas de humanas, viraram antros de celerados e autoritários, pátios fétidos para o surgimento e difusão de ideologias escabrosas, caracterizando-se como ambientes que permitem o surgimento de organismos agressivos e perigosos para a convivência humana amigável. De tribunais epistemológicos, que já eram, degeneraram-se como alfândegas ideológicas. 

    8 - O PT vai perder cerca de 50 mil cargos de confiança, ficará sem os milhões da receita do dízimo e terá 80% menos possibilidade de roubar.Desalojado pelo impeachment, o PT começou a perder, a partir de maio deste ano, os cargos de confiança no governo federal. Agora esse desaparelhamento vai alcançar também os governos municipais (com a perda de 374 prefeituras, inclusive a maior do país) e as câmaras de vereadores (com a perda de 2.377 representantes eleitos). Estima-se que o volume de receitas administradas pelos petistas será agora 84% menor. 

    9 - O PT ficou aproximadamente 61% menor em termos eleitorais, voltando a 1985, quando elegeu Maria Luiza Fontenele. A história se repetindo: em 2016 o PT conseguiu eleger apenas 1 prefeito de capital (Rio Branco, no Acre: a nova "fortaleza" revolucionária). 

    10 - Quem derrotou o PT não foi o PSDB, não foi Ackmin, não foi Temer ou o PMDB e sim a sociedade brasileira, que escolheu cuidadosamente em quem não votar (os candidatos petistas). Os analistas políticos ficam procurando saber quem ganhou as eleições de 2016, mas na verdade só podemos saber quem perdeu: incontestavelmente, o PT. As pessoas que preferiram votar em outros partidos, distribuíram seus votos, majoritariamente, por cerca de 10 legendas: e as mais aparelhadas para receber esse voto não-petista, como o PSDB, o PMDB, o PSD e o PP, foram naturalmente beneficiadas. 

    11 - Mesmo fragorosamente derrotado nas urnas, o PT não se conformará com o resultado eleitoral e tentará inviabilizar de todos os modos o governo constitucional de transição. Embora tendo perdido força, a narrativa do golpe vai continuar, quando menos para manter acesa a chama da militância petista. E o PT continuará tentando obstruir os projetos para recuperar a economia no parlamento e tentanto criar o caos nas ruas, tudo com o objetivo de inviabilizar o governo Temer e salvar o seu grande líder (que sofre hoje cinco inquéritos por corrupção, lavagem de dinheiro ou ocultação de patrimônio, tráfico de influência internacional, obstrução da justiça e organização criminosa) das garras da justiça. Um professor de ciência política da UnB declarou recentemente (resumindo a vibe que prevalecerá nas hostes petistas): 

    "Defender Lula contra a perseguição criminosa que ele sofre, protestar contra a arbitrariedade de que ele é alvo, contribuir para, sim, incendiar o país quando ele for preso - esses são compromissos de qualquer pessoa que se queira de esquerda, progressista ou democrata no Brasil". 

    12 - Se o governo Temer for inviabilizado pela obstrução e agitação petistas, mesmo assim as pessoas não votarão no PT em 2018. Ao que tudo indica, o encanto lulopetista foi quebrado em todos os estratos da população, classificados por idade, sexo, faixa de renda, região do país. O PT foi reprovado pela imensa maioria da população e essa rejeição universal parece ser definitiva (ou, se não for definitiva, não permitirá uma recuperação tão rápida que habilite o PT a voltar à presidência da República daqui a dois anos). Mesmo que o governo Temer se saia muito mal, mesmo assim as pessoas votarão em candidatos de outros partidos, ou seja, o voto não-PT se repetirá, para evitar o risco da volta do PT ao poder. 

    13 - Estamos assistindo o início do fim do projeto neopopulista. Qualquer projeto neopopulista - eleitoralista e presidencialista - passa necessariamente pela eleição de um presidente (para dar um "curto circuito" nas instituições do Estado democrático de direito, eliminando as mediações para fazer uma ligação direta entre o Führer e as massas, deprimindo o sistema imunológico da democracia e neutralizando seus mecanismos de checks and balances para poder conquistar hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido com o fito de nunca mais sair do governo). Sem um líder com potencial para vencer eleições presidenciais o projeto neopopulista fica desabilitado. 

    O PT não tem esse líder (além de Lula). Até porque ele, Lula, se dedicou durante décadas a matar qualquer líder que emergisse (assim fez com Erundina, Mercadante, Tarso, Suplicy e... Dirceu: seu principal inimigo íntimo). Todos os que pudessem, em alguma circunstância, lhe fazer sombra, foram sutilmente "queimados" por ele ao longo de suas carreiras. E agora, que envelheceu (não em razão da idade, mas de perda de criatividade e de capacidade de adaptação) e que está sendo investigado em vários processos, sem foro privilegiado, Lula não pode mais se segurar no topo (como fez Fidel, até onde deu). Perdeu capacidade de transferir votos (e isso é decisivo num projeto eleitoralista). Consequentemente, perdeu gravitatem, ou seja, capacidade de converter todos os seus correligionários em satélites, orbitando em torno dele e potência para deformar o campo social com a sua presença, criando verdadeiros buracos negros para fazer abismar, para dentro de si, toda a luz. 

    E não há luz no fim desse túnel. Talvez o PT se reconstrua em uma década, mas não será a mesma coisa. Se insistir nas suas ideias ultrapassadas, virará uma espécie de organização autoritária e cínica como o PCdoB. Se aggiornar suas propostas, será mais um partido da segunda divisão querendo subir para a primeira, obrigado a conviver como igual no concerto dos partidos sem alma. Em qualquer caso terá de abandonar o projeto neopopulista.

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    Custos de Custodia para Tesouro Direto: BB exagerando no roubo...

    Em 13/10/2016, recebi a informação de que as aplicações em Tesouro Direto em minha conta na XP iriam ficar sem taxa de custóia.
    Achei ótimo, isto porque já fui vítima de uma tentativa de assalto a mão desarmada pelo BB, como explico nesta mensagem abaixo:

    Recebi, como informado abaixo, comunicado do Tesouro Direto relativo ao extrato mensal de custodia, e pude verificar no site do Tesouro Direito, os valores atribuídos a essa Custodia, que concernem três títulos nos quais estão concentrados meus investimentos nessa modalidade, a saber:

        LTN, 01/01/2015
        LFT, 07/03/2015 e
        LTN, 01/01/2016

        Os valores informados nos extratos do Tesouro Direto não apenas discrepam, quanto aos montantes respectivos, como também o extrato de minha conta corrente, repetem os mesmos valores duas vezes, conformando, portanto, seis descontos identificados como extratos de custódia, como transcrito abaixo:

        Banco do Brasil, extrato dia 1.07/2014: 

    Tarifa de Custódia: 47,81 D - 1/07/2014

    Tarifa de Custódia: 91,27 D - 01/07/2014

    Tarifa de Custódia:  960,40 D - 01/07/2014

    Tarifa de Custódia:  47,81 D - 1/07/2014

    Tarifa de Custódia: 91,27 D - 01/07/2014

    Tarifa de Custódia: 960,40 D

    Total de descontos:  R$ 2.198,98

        Apreciaria ter uma explicação quanto ao exposto acima.
        Grato, cordialmente,

    ------------------------------------------------
    Paulo Roberto de Almeida

    PS.: Depois recebi simples desculpas orais do BB dizendo que tinham incorrido em engano, e que estavam repondo as descontos efetuados equivocamente. Nem por escrito quiseram reconhecer que tinham cometido um erro em descontar os valores indevidamente. Bando de salafrários...
    Paulo Roberto de Almeida