O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 13 de outubro de 2019

Seminário sobre as perspectivas da agricultura mundial: resultados

Seminário internacional no Rio debate desafios e oportunidades para a agricultura na América Latina


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Seminário internacional no Rio debate desafios e oportunidades para a agricultura na América Latina
O evento reuniu especialistas internacionais e nacionais ligados à agricultura e à alimentação

Discutir o potencial da agricultura da América Latina, seu desempenho frente aos riscos, desafios e oportunidades no cenário econômico internacional, e o seu desempenho frente à crescente demanda global por alimentos é o objetivo do Seminário Internacional "Desafios e Oportunidades para a Agricultura na América Latina", que teve início nesta quinta-feira (10), no Centro Cultural da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
O evento reuniu especialistas internacionais e nacionais ligados à agricultura e à alimentação para analisar o relatório "Perspectivas Agrícolas 2019-2028", da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O texto, entre outros resultados, projetou a consolidação da América Latina e do Caribe como principais produtores globais de alimentos. A região responderá por mais de 25% das exportações mundiais de produtos agrícolas e pesqueiros, em um prazo de dez anos.

O primeiro dia do seminário internacional foi marcado pelo exame do panorama da agricultura mundial e do posicionamento da América Latina nesse contexto, sob os pontos de vista das políticas públicas que regulam e fomentam o setor, e dos cenários econômicos global e regional nos quais a agricultura latino-americana está inserida.

Foram analisadas ainda as perspectivas para os mercados agrícolas internacionais e os desafios que a agricultura latino-americana terá que vencer para manter o crescimento da produção e das exportações. Os efeitos provocados na agricultura da América Latina pelas disputas nas relações entre os blocos comerciais também foram debatidos, com destaque para a influência do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

As mudanças climáticas e os desafios da logística de produção e comercialização são fatores que influenciam diretamente o mercado do agronegócio mundial e também foram examinados.

Representando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio, avaliou que o seminário é mais do que uma oportunidade para Brasil e América Latina discutir os avanços da agricultura; a efetividade das políticas públicas, e o papel do Estado no fortalecimento do setor.

"Ele vai além disso. Trata-se também de uma ocasião valiosa para a integração do Brasil com as nações vizinhas e a troca de conhecimento sobre as experiências positivas na agricultura de cada um desses países", ressaltou Eduardo Sampaio.

Para Eduardo Sampaio, o Brasil está preparado para ampliar seu protagonismo no setor agrícola internacional e vem tomando medidas para fortalecer ainda mais o crescimento do agronegócio nacional. Como exemplo desse esforço ele citou a medida provisória 897, assinada em 1º de outubro pelo presidente Jair Bolsonaro, que criou condições para a redução das taxas de juros dos créditos agrícolas e ampliou a possibilidade da participação dos recursos privados no financiamento do agronegócio, dentre outros incentivos para o setor agrícola brasileiro.

"Os mercados e a população mundial contam com o Brasil para o fornecimento de alimentos em geral. Estamos ampliando nossa produtividade e reformando nosso sistema de financiamento agrícola para, dentre outras coisas, aumentar a participação dos recursos do setor privado nesse fomento (agrícola) e podermos concentrar os recursos públicos federais prioritariamente no financiamento do pequeno produtor rural", disse o secretário.

Além de Eduardo Sampaio, participaram da cerimônia de abertura o ex-ministro Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV, e do chefe da Divisão de Comércio e Mercados Agroalimentares da OCDE, Jonathan Brooks.

Com o apoio de Mapa, FGV, OCDE e AMIS (Sistema de Informações de Mercado Agrícola do G20), o seminário seguirá nesta sexta-feira (11), das 9h às 16h15, com discussões sobre as políticas públicas regionais; biocombustíveis; logística e infraestrutura; inovação tecnológica; créditos rurais, e as políticas públicas para o agronegócio.
Para mais Informações: imprensa@agricultura.gov.br

Brasil abandonou seu status na OMC para aderir aos EUA, sem sucesso (El País)

“Brasil deixou seu status na OMC para se agarrar a uma sinalização na OCDE. Não é prudente”

Cientista político do Insper Leandro Consentino diz que Brasil perde trunfos por negociações na OCDE e que equipe econômica ainda precisa mostrar resultados

Afonso Benites, Brasília
El País, 11.10.2019
Trump e Bolsonaro na Casa Branca.
Trump e Bolsonaro na Casa Branca.Alan Santos/PR
Professor de Ciência Política no Insper e especialista em relações internacionais, Leandro Consentino acredita que a falta de apoio endosso formal e imediato dos Estados Unidos à campanha do Brasil para ingressar na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento e Econômico), o clube dos países ricos, representa um dos maiores reveses do Governo Jair Bolsonaro até agora. Em entrevista ao EL PAÍS, ele diz que a política externa brasileira está nas mãos de pessoas inexperientes que confundem o tempo da diplomacia com o das redes sociais.
Pergunta. Qual é a sua avaliação sobre essa desistência, ainda que temporária, dos Estados Unidos de apoiar a entrada do Brasil na OCDE? O que o Brasil perde com isso?
O cientista político Leandro Consentino.
O cientista político Leandro Consentino.
Resposta. O Governo Bolsonaro tem de entender que o tempo da diplomacia não é o tempo das redes sociais. As coisas foram atropeladas, principalmente no anúncio, quando ainda se começavam as conversações de um eventual apoio para ingresso na OCDE. O assunto ganhou a mídia e veiculado como se fosse uma grande conquista, como se fosse o passaporte para o Brasil entrar nessa organização. Mas não é assim que funcionam as coisas num cenário de relações internacionais. Havia outros países pleiteando essa entrada, como a Romênia e Argentina, que tiveram o apoio oficializado, e o Brasil seria verificado com o tempo, mediante o cumprimento de algumas condições. Mas o que o Governo passou para gente foi de que a entrada estava garantida já naquele momento. Acredito que o descompasso entre o que foi dito e o que se poderia esperar dos Estados Unidos naquele momento gerou todo esse mal-estar.
P. Que poderia ser evitado, não?
R. Há notícias que estão sendo veiculadas de que o próprio Governo brasileiro já havia questionado os Estados Unidos sobre isso. Em linhas gerais, ficou pior para o Brasil que prometeu uma coisa que não se concretizou e hoje tem só perspectivas, sem nenhuma concretude. Para o Governo Bolsonaro esse foi o grande revés até o momento.
P. Uma das perdas foi abrir mão do status de país em desenvolvimento da OMC?
R. Sim. Ele trocou algo que já tinha sido lhe dado por um apoio que não se materializa, que não é palpável, não tem garantia. O Brasil saiu desse grupo de membros de países em desenvolvimento para se agarrar a uma sinalização, o que não me parece prudente em política externa.
P. O Brasil precisava abrir mão desse status?
R. O Brasil não precisava ter aberto mão de quase nada. O Brasil já aderia a muitas das regras da OCDE. Esse convite lá atrás já havia sido formulado e acabou declinado pelos Governos do PT. O Brasil poderia vir a aderir a OCDE com o tempo.
P. O que representa estar na OCDE?
R. A OCDE é um selo, é como se fosse uma certificação de que o país está cumprindo regras de mercado no âmbito internacional. Então, se o Brasil fizesse tudo isso, naturalmente a entrada chegaria por gravidade. Óbvio que teria de se mover um pouco, mas não seria um esforço tão grande. O que causa espécie é que parece que a gente quis passar uma coisa na frente da outra. Quis o selo antes de promover as reformas e é óbvio que teríamos um custo. a gente acabou tendo um custo. Me parece que foi uma estratégia completamente equivocada. Coisa de quem, de fato, não tem experiência nem conhece a política externa a fundo.
P. Você se refere ao chanceler Ernesto Araújo, ao assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, ou aos dois?
"O descompasso entre o que foi dito e o que se poderia esperar dos Estados Unidos gerou todo esse mal-estar"
P. Vamos lembrar que nosso chanceler não é de fato experimentado, com longa carreira. É da carreira do Itamaraty, mas não tem a graduação que se espera de um ministro das Relações Exteriores. E o Filipe Martins também não tem. Fora a questão ideológica que tanto um quanto o outro seguem. A inexperiência de ambos pesou muito fortemente. Vozes muito experientes do Itamaraty como [os ex-embaixadores] Marcos Azambuja e Rubens Ricupero sinalizaram que essa não era uma boa ideia. E eles tinham razão.
P. O que o Brasil perdeu ao ceder aos Estados Unidos e deixar o grupo de países desenvolvidos da OMC?
R. O Brasil perde um tratamento especial. Por exemplo, uma série de prazos mais extensos para cumprir acordos, série de benefícios que poderia ter. Um país que planeja estar integrado plenamente na ordem liberal de comércio não precisa disso. Mas não deixa de ser um privilégio que ele tenha. Se fizesse a lição de casa, talvez não precisasse desse tratamento. Agora, é óbvio que a gente abrir mão por uma perspectiva que não está palpável é uma estratégia estúpida. Poderíamos ter guardado esse trunfo para usar em negociações mais substanciosas no futuro.
P. Como estava a adesão do Brasil às regras da OCDE?
R. Nós já temos uma adesão ao conjunto de regras da OCDE maior do que a Argentina e Romênia. A gente tem perto de 30% enquanto elas não chegam nem a 20%. Estamos com a lição de casa mais bem-feita. Não teria razão para querer passar adiante.
P. Por que Romênia e Argentina conseguiram esse apoio já dos EUA e o Brasil não?
R. Existe essa questão de ordem cronológica, como foi alegado ontem, eles pleitearam antes. E a negociação deles está mais bem encaminhada. A outra razão é que o Brasil precisa mostrar, além de aderir às regras, uma sinalização clara com sua política econômica, de que ele está enviando esforços reais, de que estamos nos recuperando. Hoje, a gente não vê plenamente isso acontecendo. A economia dá sinais de melhoras, mas eles são muito tímidos, ainda. Não estão plenamente satisfatórios para um investidor externo que acredite que o Brasil vá decolar. O novo Governo ainda precisa mostrar muito a que veio. Ainda temos um desemprego alto e um crescimento pífio.
P. E a relação com o Legislativo?
R. O Governo Bolsonaro ainda não tem mostrado interlocução com o parlamento. Como ele espera aprovar uma agenda ampla de reformas, se ele não consegue uma interlocução mínima com o parlamento? Conseguiu a Previdência, que ainda não está conclusa, falta um turno no Senado. E estamos nos encaminhando para o fim do primeiro ano de Governo. É muito pouco para o que foi prometido.
P. Para emitir um bom sinal já teria de ter aprovado as reformas da Previdênciae a tributária. É isso que está dizendo?
"Temos uma estratégia política ruim e ficamos sem poder de barganha lá na frente"
R. Teria de ter aprovado a Previdência e pelo menos encaminhado a tributária. Independentemente, de ter aprovado ou não, sobretudo precisaria demonstrar que tem a capacidade de aprovar, de dialogar. Um Governo que não sinaliza ter uma base de apoio parlamentar e que o presidente briga com o seu partido, demonstra uma dificuldade muito grande. Obviamente as forças fora de nosso país estão olhando para isso. Sem contar as questões ambientais, que ameaçam até o acordo União Europeia-Mercosul.
P. Como contrapartida ao apoio na OCDE o governo brasileiro também reduziu a taxa de importação do etanol dos EUA. Foi mais um equívoco do Governo?
R. Sim para este caso. Sim para o caso de liberar a entrada sem vistos. Temos de ver o protecionismo com muita atenção. O caso do etanol, reacende questões protecionistas que não são necessariamente boas em si. O problema é não utilizar esses trunfos de maneira correta. De alguma forma, dever-se-ia até abrir mão disso para a gente ter um mercado mais liberal, mas a gente usa esses trunfos de maneira errada e no momento errado. Não temos retorno disso. Temos uma estratégia política ruim e ficamos sem poder de barganha lá na frente.

Em defesa do globalismo: uma declaração pessoal - Paulo Roberto de Almeida

Em defesa do globalismo: uma declaração pessoal

Paulo Roberto de Almeida

Volto ao mesmo tema que continua a me estarrecer, o do tal “globalismo” e “antiglobalismo”, mas não a uma contraposição idiota com quem defende ideias idiotas, mas a adesão a elas por parte de colegas diplomatas que deveriam saber, por obrigação profissional, que o tal de “globalismo” é simplesmente o universo de trabalho no qual estamos imersos por necessidade de ofício e ambiente natural de exercício de função.
Que ignorantes e mentecaptos, como certo guru governamental e pelo menos um aspone presidencial, sejam adeptos de certas “teorias” conspiratórias — o conceito de teoria não se aplica pela debilidade empírica do argumento — sobre esse tal de globalismo, isso eu até admito, uma vez que existem no mundo centenas, milhares de idiotas que são capazes de acreditar em qualquer coisa, até mesmo as mais inverossímeis. Afinal de contas, idiotas retóricos são capazes de atrair outros idiotas que andavam dispersos pelo mundo. O Rasputin de subúrbio, aquele subsofista da Virgínia, conseguiu fazer isso, e hoje vive financiado por um monte de idiotas que lhe garantem um bom nível de vida em troca de cursinhos fraudulentos de “subfilosofia”. Ele tem o direito de fazer isso numa democracia; o governo faz a mesma coisa com as loterias.

Agora, que diplomatas escolados, formados e instruídos em décadas de trabalho profissional, façam a mesma coisa, aí já é mais grave, na verdade é uma coisa inadmissível para os altos padrões de inteligência que uma diplomacia de respeito exige dos seus profissionais de carreira. A coisa só pode, então, se explicar de duas formas: 1) submissão oportunista e hipócrita aos idiotas que controlam temporariamente o poder e que exibem eventualmente adesão beata a essas ideias idiotas, numa sabujice abjeta por interesses inconfessáveis; 2) por idiotice consumada, no caso de adesão sincera e desinteressada.
Em ambos os casos, trata-se de situação lamentável do ponto de vista da inteligência e da dignidade institucional de um Serviço Exterior que se pretende respeitável e de qualidade.

Falando agora concretamente, eu concluo pela seguinte constatação: o Itamaraty, ao qual sirvo por mais de 42 anos, atravessa atualmente uma das situações mais sombrias e estarrecedoras de toda a sua história, dominado por ignorantes, beatos e oportunistas, como nunca antes aconteceu em toda a sua trajetória de quase duzentos anos de trabalho profissional. Ele sobreviverá, certamente, à horda de bárbaros que ensombrecem atualmente o seu trabalho profissional, e que o tornam objeto do ridículo universal (salvo no pequeno círculo de fanáticos que se distinguem nessa obra de desmantelamento institucional e de redução de sua inteligência).
Num futuro ainda indeterminado, a qualidade do trabalho de seus profissionais voltará a ser reconhecida e dignificada. Aos colegas que se desesperam com o seu embrutecimento atual, com o ridículo das posturas antiglobalistas ou francamente ignorantes, reacionárias ou simplesmente idiotas, eu digo que existe dignidade na resistência surda às, e na denúncia constante, ainda que discreta, das idiotices mais evidentes e mais ultrajantes para a dignidade e a inteligência dos diplomatas “normais”, isto é, profissionais (não os vendidos à nova ordem).
Voltaremos à normalidade, mesmo ao custo de algum desgaste emocional. Minha única recomendação: sejamos fortes e confiantes em nossa história de qualidade no serviço público.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de outubro de 2019

Animal Farm: capítulo adicional, especial para o Brasil - José Paulo Cavalcanti Filho

“A Revolução dos Bichos”. Por José Paulo Cavalcanti Filho

“A REVOLUÇÃO DOS BICHOS”

JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO

Todos os animais são iguais”. Só que, aos poucos, o poder inebria os líderes. Napoleão se torna um Ditador. E altera o lema da Revolução, que passa a ser: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.

Roma. Trata-se do título de famoso romance (Animal Farm). Segundo a Modern Library List, “um dos 100 melhores do Século XX”. Do escritor inglês George Orwell. Mesmo autor do clássico 1984. O livro trata das fraquezas humanas. Tudo começa quando o sr. Jones, proprietário de uma fazenda, esquece de dar a ração diária dos animais. Os jovens porcos Bola de Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon) lideram uma revolta. E os humanos acabam expulsos de lá. Porcos letrados criam 7 mandamentos. Para os animais poucos inteligentes, resumidos em só um: “Quatro patas bom, duas patas mau”. Mais importante é o último: “Todos os animais são iguais”. Só que, aos poucos, o poder inebria os líderes. Napoleão se torna um Ditador. E altera o lema da Revolução, que passa a ser: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.
Imagem relacionada… No plenário do Tribunal dos Porcos. Um: “Esse tal sr. Jones queria o quê? Prender companheiros porcos? Ficou louco?”. Outro: “É uma lição boa para ninguém mais se meter conosco”. Um terceiro: “A força da Justiça vai pesar, agora, contra quem nos ameaça”
Agora descobriu-se, entre os papéis de Orwell, um novo capítulo (não publicado) do livro. Sem que se saiba por que não foi acrescentado, nas edições seguintes. Nele temos que a corrupção se disseminou, com Napoleão, na Quinta dos Animais. A grana, que antes era de todos, passou a ir para o Partido dos Porcos. Ou foi engordar os bolsos da companheirada. O sr. Jones, por vingança (mais que por interesse público), denunciou esses enriquecimentos ilícitos. O MP ouviu. Porcos amigos começaram a ir em cana. Foi quando Napoleão decidiu reagir. E prendeu o sr. Jones. Sob acusação de ter sido visto, em restaurante próximo, saboreando uma galinha. Decidindo o Tribunal que a pena, para tão grave crime contra os animais, era a morte. O sr. Jones argumentou não haver, no CPP (Código Penal dos Porcos), tal crime. Deu em nada. Os Ministros decidiram que eles próprios, a partir de agora, é que fariam as leis. Em cada caso. E o pobre do sr. Jones acabou perdendo (literalmente) a cabeça.
Depois da execução, soube-se de conversas entre os magistrados do caso. No plenário do Tribunal dos Porcos. Um: “Esse tal sr. Jones queria o quê? Prender companheiros porcos? Ficou louco?”. Outro: “É uma lição boa para ninguém mais se meter conosco”. Um terceiro: “A força da Justiça vai pesar, agora, contra quem nos ameaça”. No final da sentença de morte, foi definida uma alteração no lema da Revolução, que passou a ser: “Todos os animais são iguais; mas porcos, e seus amigos, estão acima de todos”.
O Presidente do Tribunal, encerrando a sessão, e olhando para as câmaras da TV Justiça com lágrimas nos olhos, sugeriu ainda um complemento, aplaudido freneticamente pelos Ministros presentes: “E porcos não poderão mais ser presos”.
P.S. A notícia desse novo capítulo do livro é falsa, claro.

Autonomia financeira das universidades paulistas - Pesquisa Fapesp

A construção do futuro
A autonomia permitiu que USP, Unicamp e Unesp planejassem seu desenvolvimento e se consolidassem entre as melhores instituições de ensino superior e pesquisa da América Latina. Em 30 anos, todos os indicadores de desempenho das três instituições tiveram crescimento expressivo.

EUA pedem que Brasil treine suas tropas para integrar missões da ONU (FSP)

EUA pedem que Brasil treine suas tropas para integrar missões da ONU

Igor Gielow, FSP, 10/10/2019

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma comitiva dos EUA esteve nesta quinta (10) em Brasília para uma reunião de alto nível no Ministério da Defesa que resultou em um pedido curioso: os americanos querem que militares brasileiros treinem seus soldados para agir em missões de paz da ONU.
Tecnicamente, não é inusitado. O Brasil liderou durante 13 anos a missão das Nações Unidas no Haiti, período no qual cerca de 37 mil militares passaram pela ilha caribenha. O país só não enviou contingente para assumir a complicada empreitada da ONU na República Centro-Africana por falta de verbas.
Experiência não falta. Neste ano, 15 soldados treinados para combate na Amazônia foram enviados para treinar tropas da ONU no Congo, por exemplo. O treinamento poderia ocorrer no Brasil ou nos EUA.
Mas causa estranhamento o pedido americano. A administração Donald Trump se notabilizou até aqui por duas coisas na área militar: o desejo de desengajar-se daquilo que o presidente chama de guerras inúteis, como argumentou ao retirar o apoio aos curdos na Síria nesta semana, e a escassa consideração a organismos multilaterais como a ONU.
Missões de paz são altamente complexas, porque envolvem níveis de governança civil e militar de diversos países, sempre sob a égide das Nações Unidas. Tradicionalmente, americanos são comandantes nos campos de batalha onde servem -o que é óbvio, dado que são a maior potência bélica do planeta.
Quando houve o terremoto que destroçou o Haiti em 2010, houve uma tensa experiência com a presença maciça de soldados americanos para o socorro humanitário, mas que acabou contornada pelo comando brasileiro da operação.
Seja como for, a tratativa ainda está no nível de começo de conversa, assim como as demandas apresentadas pelo lado do Ministério da Defesa.
No fim de julho, os EUA concederam ao país o status de aliado prioritário fora do escopo da Otan (aliança militar ocidental, liderada por Washington). Agora, os militares brasileiros querem saber como podem fazer melhores negócios com os americanos.
Dois itens foram colocados na mesa. Primeiro, estudo para a retirada de algumas barreiras a exportações de material militar brasileiro. Segundo, estabelecer o caminho para que o Brasil tenha acesso a compras via o FMS (Vendas Militares Estrangeiras), um mecanismo que facilita a exportação de armamentos americanos em condições favoráveis para países aliados.
Com isso, seria facilitada a entrada de sistemas de armas dos EUA no Brasil. Não foi especificado, contudo, que tipo de material poderia interessar aos brasileiros. Nos meios militares, a carência mais imediata é na área naval.
O país tem pretensões de virar o policial do Atlântico Sul, por assim dizer, e tem ganho mais controle sobre território marítimo em decisões recentes da ONU. Um dos motivos é o potencial mineral do subsolo de algumas regiões, além do fluxo de rotas comerciais pela área. O problema, para isso, é ter navios suficientes.
Hoje, não há. Das 8 fragatas em atividade, por exemplo, 1 está sendo desativada, 2 estão em manutenção e 3 entrarão no estaleiro em 2020, inclusive a União, que hoje é nau-capitânia da única operação naval da ONU, na costa do Líbano. O Brasil já indicou que deixará a missão.
Há um programa de construção de novos submarinos em curso, e a perspectiva da fabricação de novas corvetas, mas ambas as iniciativas padecem dos cortes de investimento que o governo promoveu devido à crise fiscal.

China: 70 anos do comunismo ao capitalismo de Estado -

Uma história factual dos 70 anos de comunismo na China.

The People’s Republic of China: 70 Years of Economic History

70 Years of China’s Economic Growth in One Chart

Chart: 70 Years of China’s Economic Growth

View a high-resolution version of this graphic here.
From agrarian economy to global superpower in half a century—China’s transformation has been an economic success story unlike any other.
Today, China is the world’s second largest economy, making up 16% of $86 trillion global GDP in nominal terms. If you adjust numbers for purchasing power parity (PPP), the Chinese economy has already been the world’s largest since 2014.
The upward trajectory over the last 70 years has been filled with watershed moments, strategic directives, and shocking tragedies — and all of this can be traced back to the founding of the People’s Republic of China (PRC) on October 1st, 1949.

How the PRC Came to Be

The Chinese Civil War (1927–1949) between the Republic of China (ROC) and the Communist Party of China (CPC) caused a fractal split in the nation’s leadership. The CPC emerged victorious, and mainland China was established as the PRC.
Communist leader Mao Zedong set out a few chief goals for the PRC: to overhaul land ownership, to reduce social inequality, and to restore the economy after decades of war. The first State Planning Commission and China’s first 5-year plan were introduced to achieve these goals.
Today’s timely chart looks back on seven decades of notable events and policies that helped shape the country China has become. The base data draws from a graphic by Bert Hofman, the World Bank’s Country Director for China and other Asia-Pacific regions.

The Mao Era: 1949–1977

Mao Zedong’s tenure as Chairman of the PRC triggered sweeping changes for the country.
1953–1957: First 5-Year Plan
The program’s aim was to boost China’s industrialization. Steel production grew four-fold in four years, from 1.3 million tonnes to 5.2 million tonnes. Agricultural output also rose, but it couldn’t keep pace with industrial production.
1958–1962: Great Leap Forward
The campaign emphasized China’s agrarian-to-industrial transformation, via a communal farming system. However, the plan failed—causing an economic breakdown and the deaths of tens of millions in the Great Chinese Famine.
1959–1962: Lushan Conference and 7,000 Cadres meeting
Top leaders in the Chinese Communist Party (CCP) met to create detailed policy frameworks for the PRC’s future.
1966–1976: Great Proletarian Cultural Revolution
Mao Zedong attempted to regain power and support after the failures of the Great Leap Forward. However, this was another plan that backfired, causing millions more deaths by violence and again crippling the Chinese economy.
1971: Joined the United Nations
The PRC replaced the ROC (Taiwan) as a permanent member of the United Nations. This addition also made it one of only five members of the UN Security Council—including the UK, the U.S., France, and Russia.
1972: President Nixon’s visit
After 25 years of radio silence, Richard Nixon was the first sitting U.S. President to step foot into the PRC. This helped re-establish diplomatic relations between the two nations.
1976–1977: Mao Zedong Death, and “Two Whatevers”
After Mao Zedong’s passing, the interim government promised to “resolutely uphold whatever policy decisions Chairman Mao made, and unswervingly follow whatever instructions Chairman Mao gave.”
1979: “One-Child Policy”
The government enacted an aggressive birth-planning program to control the size of the country’s population, which it viewed as growing too fast. 

A Wave of Socio-Economic Reforms: 1980-1999

From 1980 onward, China worked on opening up its markets to the outside world, and closing the inequality gap.
1980–1984: Special Economic Zones (SEZs) established
Several cities were designated SEZs, and provided with measures such as tax incentives to attract foreign investment. Today, the economies of cities like Shenzhen have grown to rival the GDPs of entire countries.
1981: National Household Responsibility System implemented
In the Mao era, quotas were set on how many goods farmers could produce, shifting the responsibility of profits to local managers instead. This rapidly increased the standard of living, and the quota system spread from agriculture into other sectors.
1989: Coastal Development Strategy
Post-Mao leadership saw the coastal region as the potential “catalyst” for the entire country’s modernization.
1989–1991: Post-Tiananmen retrenchment
Early 1980s economic reforms had mixed results, and the growing anxiety eventually culminated in a series of protests. After tanks rolled into Tiananmen Square in 1989, the government “retrenched” itself by initially attempting to roll back economic reforms and liberalization. The country’s annual growth plunged from 8.6% between 1979-1989 to 6.5% between 1989-1991.
1990–1991: Shanghai and Shenzhen stock exchanges open
Combined, the Shanghai (SSE) and Shenzhen (SZSE) stock exchanges are worth over $8.5 trillion in total market capitalization today.
1994: Shandong Huaneng lists on the NYSE
The power company was the first PRC enterprise to list on the NYSE. This added a new N-shares group to the existing Chinese capital market options of A-shares, B-shares, and H-shares.
1994–1996: National “8-7” Poverty Reduction Plan
China successfully lifted over 400 million poor people out of poverty between 1981 and 2002 through this endeavor.
1996: “Grasp the Large, Let Go of the Small”
Efforts were made to downsize the state sector. Policy makers were urged to maintain control over state-owned enterprises to “grasp the large”. Meanwhile, the central government was encouraged to relinquish control over smaller SOEs, or “let go of the small”. 
1997: Urban Dibao (低保)
China’s social safety net went through restructuring from 1993, and became a nationwide program after strong success in Shanghai.
1997-1999: Hong Kong and Macao handover, Asian Financial Crisis
China was largely unscathed by the regional financial crisis, thanks to the RMB (¥) currency’s non-convertibility. Meanwhile, the PRC regained sovereignty of Hong Kong and Macau back from the UK and Portugal, respectively.
1999: Western Development Strategy
The “Open Up the West” program built out 6 provinces, 5 autonomous regions, and 1 municipality—each becoming integral to the Chinese economy.

Turn of the Century: 2000-present

China’s entry to the World Trade Organization, and the Qualified Foreign Institutional Investor (QFII) program – which let foreign investors participate in the PRC’s stock exchanges – contributed to the country’s economic growth.
Source: CNBC
2006: Medium-term Plan for Scientific Development
The PRC State Council’s 15-year plan outlines that 2.5% or more of national GDP should be devoted to research and development by 2020.
2008-2009: Global Financial Crisis
The PRC experienced only a mild economic slowdown during the crisis. The country’s GDP growth in 2007 was a staggering 14.2%, but this dropped to 9.7% and 9.5% respectively in the two years following.
2013: Belt and Road Initiative
China’s ambitious plans to develop road, rail, and sea routes across 152 countries is scheduled for completion by 2049—in time for the PRC’s 100th anniversary. More than $900 billion is budgeted for these infrastructure projects.
2015: Made in China 2025
The PRC refuses to be the world’s “factory” any longer. In response, it will invest nearly $300 billion to boost its manufacturing capabilities in high-tech fields like pharmaceuticals, aerospace, and robotics.
Despite the recent ongoing trade dispute with the U.S. and an increasingly aging population, the Chinese growth story seems destined to continue on.

China Paving the Way?

The 70th anniversary of the PRC offers a moment to reflect on the country’s journey from humble beginnings to a powerhouse on the world stage.
Because of China’s economic success, more and more countries see China as an example to emulate, a model of development that could mean moving from rags to riches within a generation.

This infographic explores how China’s proposed social credit system will monitor and surveil citizens, and how it’ll be used to reward or punish them.

Published
3 weeks ago
on
September 18, 2019
In an attempt to imbue trust, China has announced a plan to implement a national ranking system for its citizens and companies. Currently in pilot mode, the new system will be rolled out in 2020, and go through numerous iterations before becoming official. 
While the system may be a useful tool for China to manage its growing 1.4 billion population, it has triggered global concerns around the ethics of big data, and whether the system is a breach of fundamental human rights. 
Today’s infographic looks at how China’s proposed social credit system could work, and what the implications might be.

The Government is Always Watching

Currently, the pilot system varies from place to place, whereas the new system is envisioned as a unified system. Although the pilot program may be more of an experiment than a precursor, it gives a good indication of what to expect. 
In the pilot system, each citizen is assigned 1,000 points and is consistently monitored and rated on how they behave. Points are earned through good deeds, and lost for bad behavior. Users increase points by donating blood or money, praising the government on social media, and helping the poor. Rewards for such behavior can range from getting a promotion at work fast-tracked, to receiving priority status for children’s school admissions. 
In contrast, not visiting one’s aging parents regularly, spreading rumors on the internet, and cheating in online games are considered antisocial behaviors. Punishments include public shaming, exclusion from booking flights or train tickets, and restricted access to public services.

Big Data Goes Right to the Source

The perpetual surveillance that comes with the new system is expected to draw on huge amounts of data from a variety of traditional and digital sources. 
Police officers have used AI-powered smart glasses and drones to effectively monitor citizens. Footage from these devices showing antisocial behavior can be broadcast to the public to shame the offenders, and deter others from behaving similarly.
For more serious offenders, some cities in China force people to repay debts by switching the person’s ringtone without their permission. The ringtone begins with the sound of a police siren, followed by a message such as: 
“The person you are calling has been listed as a discredited person by the local court. Please urge this person to fulfill his or her legal obligations.”
Two of the largest companies in China, Tencent and Alibaba, were enlisted by the People’s Bank of China to play an important role in the credit system, raising the issue of third-party data security. WeChat—China’s largest social media platform, owned by Tencent—tracked behavior and ranked users accordingly, while displaying their location in real-time. 
Following data concerns, these tech companies—and six others—were not awarded any licenses by the government. However, social media giants are still involved in orchestrating the public shaming of citizens who misbehave.

The Digital Dang’an

The social credit system may not be an entirely new initiative in China. The dang’an (English: record) is a paper file containing an individual’s school reports, information on physical characteristics, employment records, and photographs. 
These dossiers, which were first used in the Maoist years, helped the government in maintaining control of its citizens. This gathering of citizen’s data for China’s social credit system may in fact be seen as a revival of the principle of dang’an in the digital era, with the system providing a powerful tool to monitor citizens whose data is more difficult to capture. 

Is the System Working?

In 2018, people with a low score were prohibited from buying plane tickets almost 18 million times, while high-speed train ticket transactions were blocked 5.5 million times. A further 128 people were prohibited from leaving China, due to unpaid taxes.
The system could have major implications for foreign business practices—as preference could be given to companies already ranked in the system. Companies with higher scores will be rewarded with incentives which include lower tax rates and better credit conditions, with their behavior being judged in areas such as:
  • Paid taxes
  • Customs regulation
  • Environmental protection
Despite the complexities of gathering vast amounts of data, the system is certainly making an impact. While there are benefits to having a standardized scoring system, and encouraging positive behavior—will it be worth the social cost of gamifying human life? 

A Timeline of U-Turns from the Chinese Market


It’s hard to ignore the massive economic opportunities available in the Chinese market, but it’s also notoriously difficult to succeed in.

Published
4 months ago
on
June 5, 2019
China’s economic surge is one of the biggest stories of the 21st century.
Hundreds of millions of people have been lifted out of poverty, and China’s swelling middle class has attracted the interest of Western companies.
As many American companies have discovered, doing business in China is far from straightforward. Recent history is littered with examples of companies that entered the Chinese market to great fanfare, only to retreat a few years later.

Calling Off The Offensive

Today’s infographic highlights 11 companies that ended up tapping the brakes on their ambitious forays on the other side of the Pacific.
Then, we take a look at the factors that influenced these strategic withdrawals.
Here are some high profile examples of corporate u-turns by American companies operating in the Chinese market:

Google

When Google China’s search engine was launched in 2006, the company had made the controversial decision to censor search results within the country. Google publicly displayed a disclaimer indicating that some results were removed, which created tensions with the Chinese government.
For a while, things seemed to be going well. Even though a domestic company, Baidu, had captured the majority of the Chinese search market, Google did have a respectable market share of about 30%.
Google China’s fortune took a turn for the worse in 2010 after a major hack – Operation Aurora – exposed user data as well as intellectual property. The hack, which originated from within China, was the last straw for Google’s executive team. After one last ditch effort to provide unfiltered search results within China, the company retreated beyond the firewall.

Amazon

Amazon was an early entrant into the Chinese market. In 2004, the company acquired Joyo – an online shopping site – which was eventually rebranded to Amazon China in 2011. 
Amazon China achieved some early success hitting a market share of around 15%, but today, that market share has eroded to less than 1%. Facing nearly insurmountable competition from domestic e-commerce platforms like JD and Taobao, the company recently announced it would be exiting the Chinese market.

Uber

After arriving fashionably late for the ride-hailing party in 2014, it quickly became clear that Uber was facing an uphill battle against well-funded domestic rivals. After only two years, Uber elected to u-turn out of the Chinese market.
Though Uber’s tactical exit from China is often viewed as a failure, the company has earned upwards of $8B through its sale to competitor Didi Chuxing.

A Two-Way Street

Now that red-hot growth at home is beginning to taper off, a number of Chinese companies have begun their push into other markets around the world. Much like their American counterparts, brands pushing beyond China’s borders are seeing varied success in their expansion efforts.
One high-profile example is Huawei. The telecommunications giant has been making inroads in countries around the world – particularly in emerging markets – but has seen pushback and scrutiny in a number of developed economies. Huawei has become a lightning rod for growing concerns over government surveillance and China’s growing influence over the global communications network.
Already, Australia has blocked the company from participating in its 5G network, and in the United States, government agencies are banned from buying Huawei gear.
If negative sentiment continues to build, it remains to be seen whether Huawei and other Chinese companies will follow the playbook of American brands in China, and turn the car around.