O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador JOSE PAULO CAVALCANTI FILHO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador JOSE PAULO CAVALCANTI FILHO. Mostrar todas as postagens

domingo, 13 de outubro de 2019

Animal Farm: capítulo adicional, especial para o Brasil - José Paulo Cavalcanti Filho

“A Revolução dos Bichos”. Por José Paulo Cavalcanti Filho

“A REVOLUÇÃO DOS BICHOS”

JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO

Todos os animais são iguais”. Só que, aos poucos, o poder inebria os líderes. Napoleão se torna um Ditador. E altera o lema da Revolução, que passa a ser: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.

Roma. Trata-se do título de famoso romance (Animal Farm). Segundo a Modern Library List, “um dos 100 melhores do Século XX”. Do escritor inglês George Orwell. Mesmo autor do clássico 1984. O livro trata das fraquezas humanas. Tudo começa quando o sr. Jones, proprietário de uma fazenda, esquece de dar a ração diária dos animais. Os jovens porcos Bola de Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon) lideram uma revolta. E os humanos acabam expulsos de lá. Porcos letrados criam 7 mandamentos. Para os animais poucos inteligentes, resumidos em só um: “Quatro patas bom, duas patas mau”. Mais importante é o último: “Todos os animais são iguais”. Só que, aos poucos, o poder inebria os líderes. Napoleão se torna um Ditador. E altera o lema da Revolução, que passa a ser: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.
Imagem relacionada… No plenário do Tribunal dos Porcos. Um: “Esse tal sr. Jones queria o quê? Prender companheiros porcos? Ficou louco?”. Outro: “É uma lição boa para ninguém mais se meter conosco”. Um terceiro: “A força da Justiça vai pesar, agora, contra quem nos ameaça”
Agora descobriu-se, entre os papéis de Orwell, um novo capítulo (não publicado) do livro. Sem que se saiba por que não foi acrescentado, nas edições seguintes. Nele temos que a corrupção se disseminou, com Napoleão, na Quinta dos Animais. A grana, que antes era de todos, passou a ir para o Partido dos Porcos. Ou foi engordar os bolsos da companheirada. O sr. Jones, por vingança (mais que por interesse público), denunciou esses enriquecimentos ilícitos. O MP ouviu. Porcos amigos começaram a ir em cana. Foi quando Napoleão decidiu reagir. E prendeu o sr. Jones. Sob acusação de ter sido visto, em restaurante próximo, saboreando uma galinha. Decidindo o Tribunal que a pena, para tão grave crime contra os animais, era a morte. O sr. Jones argumentou não haver, no CPP (Código Penal dos Porcos), tal crime. Deu em nada. Os Ministros decidiram que eles próprios, a partir de agora, é que fariam as leis. Em cada caso. E o pobre do sr. Jones acabou perdendo (literalmente) a cabeça.
Depois da execução, soube-se de conversas entre os magistrados do caso. No plenário do Tribunal dos Porcos. Um: “Esse tal sr. Jones queria o quê? Prender companheiros porcos? Ficou louco?”. Outro: “É uma lição boa para ninguém mais se meter conosco”. Um terceiro: “A força da Justiça vai pesar, agora, contra quem nos ameaça”. No final da sentença de morte, foi definida uma alteração no lema da Revolução, que passou a ser: “Todos os animais são iguais; mas porcos, e seus amigos, estão acima de todos”.
O Presidente do Tribunal, encerrando a sessão, e olhando para as câmaras da TV Justiça com lágrimas nos olhos, sugeriu ainda um complemento, aplaudido freneticamente pelos Ministros presentes: “E porcos não poderão mais ser presos”.
P.S. A notícia desse novo capítulo do livro é falsa, claro.