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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Relações internacionais, política externa e diplomacia brasileira: livros de Paulo Roberto de Almeida

 Relações Internacionais, Política Externa e Diplomacia Brasileira: Livros de Paulo Roberto de Almeida

 

Sumários dos livros do ciclo do bolsolavismo diplomático

 

(1) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty

(Brasília: Edição do Autor, 2019; 184 p.; ISBN: 978-65-901103-0-5; Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42; ISBN: 978-85-8288-201-6, livro impresso; ISBN: 978-85-8288-202-3, digital). 

 


Prefácio: onde está a política externa do Brasil? 

 

1. Miséria da diplomacia, ou sistema de contradições filosóficas

     1. No reino das contradições filosóficas

     2. Quanto à forma de designação do chanceler

     3. Quanto à natureza do personagem designado

     4. Quanto à substância de alguns temas da agenda diplomática

 

2. O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias

     1. A decadência e o Ocidente: algum perigo iminente?

     2. Quais são as “teses” principais de “Trump e o Ocidente”?

     3. O grande medo do Ocidente cristão: realidade ou paranoia?

     4. Contradições insanáveis no projeto de salvamento do Ocidente cristão

 

3. O marxismo cultural: um útil espantalho?

     1. O renascimento de uma tendência: a parábola do marxismo cultural

     2. A trajetória do socialismo: o elefante que voou, via opressão dos trabalhadores

     3. O genérico substituto do gramscismo: em socorro do socialismo

     4. O marxismo cultural salvo do declínio pela paranoia da direita?

 

4. A destruição da inteligência no Itamaraty: dialética da obscuridade

     1. No começo era o verbo, depois fizeram-se as trevas...

     2. Nas origens da metapolítica: o romantismo alemão que derivou para o nazismo

     3. Tribulações de um antiglobalista improvisado: supostas “ameaças” ao Brasil

     4. Dialética da obscuridade: a diplomacia do antiglobalismo

 

5. O globalismo e seus descontentes: notas de um contrarianista

     1. Fixando os termos do debate: a contracorrente do pensamento único

     2. Nota pessoal do ponto de vista de quem pratica ativamente o ceticismo sadio

     3. Globalização real e globalismo surreal: da física à metafísica

     4. Do lado da direita: todo globalismo será castigado, mesmo sem doutrina

     5. Teorias conspiratórias sobre o globalismo: déjà vu, all over again

     6. A contrafação dos neo-Illuminati no Brasil: globalismo, climatismo, marxismo

 

6. A revolução cultural na diplomacia brasileira: um exercício demolidor 

     1. Euforia e tragédia das revoluções culturais

     2. O pequeno salto para trás do chanceler

     3. A revolução cultural na prática

 

Apêndices: 

Por que sou um contrarianista?

Breve nota biográfica: Paulo Roberto de Almeida

Livros e trabalhos de Paulo Roberto de Almeida

 

 

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(2) O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira

(Brasília: Diplomatizzando, 2020, 225 p.; ISBN: 978-65-00-05968-7; edição Kindle: ASIN: B08B17X5C1). 

 


Prólogo 

 

1. A política externa e a diplomacia em tempos de revolução cultural 

2. De uma diplomacia a outra no Itamaraty: conceitos e práticas 

3. A destruição da inteligência no Itamaraty 

4. A ideologia da diplomacia brasileira 

5. Os desastres da política externa do olavo-bolsonarismo 

6. Questões de diplomacia e de política externa do Brasil 

7. Desafios da diplomacia no Brasil, do lulopetismo ao bolsonarismo 

8. O espectro do globalismo: a emergência da irracionalidade oficial 

9. Manifesto Globalista 

10. Um ornitorrinco no Itamaraty 

11. O Itamaraty e a diplomacia brasileira em debate 

12. Política externa e diplomacia brasileira no século XXI 

13. A diplomacia brasileira em tempos de olavo-bolsonarismo 

14. A diplomacia brasileira na corda bamba, sem qualquer equilíbrio 

15. Pandemia global e pandemia nacional: um futuro pior que o passado 

16. A diplomacia e a negociação como fundamentos das relações internacionais 

17. Meu ‘manifesto’ diplomático: em defesa do Itamaraty 

18. O mundo pós-pandemia: contextos políticos e tendências internacionais

19. A política externa e a diplomacia brasileira em tempos de pandemia global

20. A diplomacia brasileira em uma fase de inédito declínio histórico

22. O Itamaraty no seu labirinto

 

Apêndices:

Uma pequena reflexão sobre o trabalho de resistência intelectual

Livros publicados pelo autor

Nota sobre o autor

 

 

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(3) Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira

(Brasília: Diplomatizzando, 2020; 169 p.; ISBN: 978-65-00-19254-4).

 


Prólogo: Uma certa ideia do Itamaraty

 

   1. Bases conceituais de uma política externa nacional

1.1. Introdução: natureza do exercício

1.2. Quanto aos métodos

1.2.1. Clareza quanto às intenções

1.2.2. Interação entre a diplomacia e a economia

1.2.3. Aferição precisa quanto aos meios disponíveis

1.2.4. Flexibilidade e abertura às inovações

1.3. Quanto aos propósitos

1.3.1. A questão do interesse nacional

1.3.2. O problema das prioridades nas relações exteriores

1.3.3. As “parcerias estratégicas”: possibilidades e limites

1.3.4. A ordem econômica internacional e os blocos de integração

1.3.5. Problemas da segurança internacional, regional e nacional

1.3.6. A representação dos interesses no exercício da política externa

1.3.7. Instrumentos de ação de uma política externa nacional

1.4. Conclusões: fundamentos empíricos de uma diplomacia concreta

 

2. Quais são as nossas verdadeiras ameaças? 

2.1. Uma situação depressiva, no mundo todo, com a pandemia

2.2. Um novo inimigo na frente diplomática: o globalismo

2.3. A “revolução cultural” em curso no Itamaraty

2.4. As contradições da diplomacia bolsolavista

 

3. Política externa e diplomacia no contexto das liberdades democráticas

Introdução: como a diplomacia interage com as liberdades e a democracia

3.1. As conferências da paz da Haia de 1899 e de 1907: Rui Barbosa e a igualdade soberana das nações; Corte Arbitral Internacional; possibilidades e limites

3.2. A Grande Guerra e os 14 Pontos de Wilson; a denúncia bolchevique dos acordos secretos

3.3. A Liga das Nações e o Acordo Briand-Kellog: o recurso obrigatório a meios pacíficos de solução de controvérsias e de disputas entre os Estados 

3.4. O nascimento oligárquico da ordem internacional do pós-Segunda Guerra: a ONU

3.5. O processo de multilateralização da ordem política e econômica internacional

3.6. A descolonização, o fim do socialismo e a triplicação dos Estados membros da ONU

3.7. A busca de justiça nas relações internacionais: de Nuremberg ao TPI, passando pelas guerras civis nos Balcãs, na África e no Oriente Médio

3.8. A responsabilidade de proteger (R2P), limites da soberania estatal e a responsabilidade ao proteger

3.9. Progressos limitados da ordem democrática no contexto internacional

3.10. O Brasil no contexto global das liberdades democráticas: da ditadura à democracia e aos retrocessos do antimultilateralismo

 

4. O Brasil no cenário internacional e o futuro da diplomacia brasileira

4.1. Qual é o cenário internacional atual?

4. 2. Como o Brasil se situa nesse cenário?

4.3. Quais foram, quais são, atualmente, os posicionamentos da diplomacia brasileira?

4.4. Os sete pecados capitais da diplomacia bolsolavista

4.4.1. Ignorância

4.4.2. Irrealismo

4.4.3. Arrogância

4.4.4. Servilismo

4.4.5. Miopia

4.4.6. Grosseria

4.4.7. Inconstitucionalidade

4.5. A diplomacia brasileira tem futuro? Certamente, mas ainda não sabemos qual será 

 

5. Duas diplomacias contrastadas: a do lulopetismo e a do bolsolavismo

5.1. Similaridades e diferenças entre uma e outra diplomacia

5.2. O que distingue, basicamente, a diplomacia lulopetista da bolsolavista? 

5.3. Contrastes e confrontos entre a diplomacia lulopetista e a bolsolavista

(a) Multilateralismo e cooperação internacional: a quadratura do círculo

(b) OMC e questões comerciais em geral: muito barulho por quase nada

(c) Terrorismo: o que os EUA determinarem, está bem

(d) Globalização e “globalismo”: quando o besteirol chega ao Itamaraty

(e) Brasil na América do Sul e a questão da liderança regional

(f) Mercosul: supostamente relevante, mas de fato deixado de lado

(g) Argentina, o parceiro incontornável (mas contornado)

(h) Europa, União Europeia: esperanças e frustrações

(i) A relação bilateral com os Estados Unidos: subordinação em toda a linha

(j) relações com a China: entre o saldo comercial e o “comunavirus”

5.4Instrumentos diplomáticos e características gerais das duas diplomacias

 

6. Política externa e diplomacia brasileira no desenvolvimento nacional

6.1. Introdução: a natureza profunda de uma transição nunca acabada

6.2. Do Império à velha República: o lento desenvolvimento social

6.3. A modernização conservadora sob tutela militar: 1930-1985

6.4. As insuficiências sociais da democracia política: 1985-2020

6.5. Dúvidas e questionamentos sobre o futuro: o que falta ao Brasil?

6.5.1. Estabilidade macroeconômica (políticas macro e setoriais)

6.5.2. Competição microeconômica (fim de monopólios e carteis)

6.5.3. Boa governança (reforma das instituições nos três poderes)

6.5.4. Alta qualidade do capital humano (revolução educacional)

6.5.5. Abertura ampla a comércio e investimentos internacionais

6.6. Conclusões: o que falta ao Brasil?

 

Epílogo:

Preparando a reconstrução da política externa 

 

Apêndices:

Dez regras sensatas para a diplomacia profissional

A reconstrução da política externa brasileira

Programa Renascença (Instituto Diplomacia para Democracia)

Livros publicados por Paulo Roberto de Almeida

Nota sobre o autor

 

 

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(4) O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 

(Brasília: Diplomatizzando, 2021, 111 p.; ISBN: 978-65-00-22215-9; edição Kindle)

 


Prefácio

 

1. Ascensão e queda do bolsolavismo diplomático, 2018-2021

1.1. O assalto dos novos bárbaros ao Itamaraty

1.2. Novamente no limbo, analisando o bolsolavismo diplomático

 

2. Degradação democrática e demolição diplomática

2.1. O destino da nação: declínio ou renovação da democracia brasileira?

2.2. A História não se repete, nem mesmo como farsa

2.3. O que fazer na ausência de um estadista circunstancial?

2.4. Uma inédita ruptura nos padrões tradicionais da política externa 

2.5. O alinhamento automático ao presidente Trump: um escândalo temporário

2.6. A hostilidade em relação à China como critério da identidade comum

2.7. O isolamento na esfera internacional e no contexto regional

2.8. O caso da tecnologia 5G: prejuízos reais em qualquer hipótese

2.9. O caso da Amazônia: uma extraordinária vocação para o erro

2.10. A postura no caso da pandemia da COVID: negacionismo em toda a linha

2.11. Uma nova Idade das Trevas?

 

3. Submissão ao Império e relações com os vizinhos regionais

3.1. A importância da descontinuidade, em circunstâncias inéditas

3.2. A importância histórica das relações regionais e hemisféricas

3.3. Da aliança não escrita aos impasses políticos e econômicos

3.4. Bolsonaro e uma inédita relação de alinhamento sem barganha

3.5. A desintegração regional e o desalinhamento com os vizinhos 

3.6. Qual o futuro da integração, do Mercosul, da política externa brasileira?

 

4. Um novo animal na paisagem: o globalismo e os seus descontentes

4.1. O espectro do globalismo: a emergência da irracionalidade oficial

4.2. Dos antiglobalizadores aos antiglobalistas?

4.3. À la recherche du globalisme perdu

4.4. Os nacionalismos canhestros: genitores do antiglobalismo irracional

 

5. Um “balanço” desequilibrado: a despedida do chanceler acidental

5.1. Ascensão e queda de um capacho exemplar

5.2. O “balanço” e o seu oposto: mentiras, falácias e falcatruas 

5.3. A justificativa prolixa e a declaração de política objetiva

 

6. Quo vadis, Brasil? 

6.1. Estaríamos enfrentando uma fase tendencial de declínio?

6.2. O que é verdadeiramente estratégico na vida da nação? 

6.3. Quão baixo, quão fundo, uma sociedade pode descer?

6.4. Um “exército de ocupação” interno? 

6.5. Sobre os descaminhos do Brasil atual

 

Apêndices

Sumários dos livros do ciclo do bolsolavismo diplomático

Livros publicados pelo autor

Nota sobre o autor 

 

 

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(5) Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Editora Appros, 2021, 322 p.; em fase de publicação)

 


Nota liminar

Uma história sincera do Itamaraty?

 

1. Relações internacionais do Brasil: uma síntese historiográfica

1.1. A historiografia: uma quase esquecida na história das ideias

1.2. A historiografia brasileira das relações exteriores: principais historiadores

1.3. Varnhagen, o pai da historiografia, o legitimista da corte

1.4. João Ribeiro inaugura a era dos manuais de história do Brasil

1.5. Oliveira Lima: o maior dos historiadores diplomatas

1.6. Pandiá Calógeras: o início da sistematização da história diplomática

1.7. Interregno diversificado: trabalhos da primeira metade do século XX

1.8. Os manuais didáticos de história diplomática: Vianna, Delgado e Rodrigues

1.9. O ideal desenvolvimentista: Amado Cervo e Clodoaldo Bueno

1.10. A diplomacia na construção da nação: Rubens Ricupero

1.11. A historiografia brasileira das relações internacionais: questões pendentes

 

2. As relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica

2.1. Padrões e tendências das relações internacionais do Brasil

2.2. Etapas das relações internacionais do Brasil

       2.2.1. O Império: a construção da nação e as bases da diplomacia

       2.2.2. A Velha República: os mitos e as deficiências da política externa

       2.2.3. A era Vargas: escolhas estratégicas, a despeito de tudo

       2.2.4. O regime militar: consolidação do corporatismo diplomático

2.3. A redemocratização e as relações exteriores do Brasil

       2.3.1. Uma periodização diplomática para o período contemporâneo

       2.3.2. A restauração constitucional e os erros econômicos

       2.3.3. Os anos turbulentos das revisões radicais do momento neoliberal

       2.3.4. Estabilização macroeconômica e nova presença internacional

       2.3.5. A primeira era do Nunca Antes: a diplomacia personalista de Lula

       2.3.6. Uma transição pouco convencional: retornando a padrões anteriores

       2.3.7. Uma segunda era do Nunca Antes: a diplomacia bizarra de Bolsonaro

2.4. O que concluir de tudo isto? Que lições ficam de nossa trajetória histórica?

2.5. Nota final: reformas internas e inserção na globalização

 

3. Processos decisórios na história da política externa brasileira

3.1. O que define um processo decisório: observações preliminares

3.2. A diplomacia brasileira como instituição

3.3. A estrutura orgânica da diplomacia brasileira

3.4. Os processos decisórios na diplomacia brasileira

3.5. Virtudes e defeitos do processo decisório na diplomacia lulopetista

3.6. A degradação da cadeia de decisão no governo Bolsonaro

3.7. Conclusões: como funciona, como talvez devesse funcionar...

 

4. A política da política externa: as várias diplomacias presidenciais

4.1. Participação dos presidentes em política externa: da omissão ao ativismo

4.2. O início da liderança presidencial em política externa: a era Vargas

4.3. JK e o desenvolvimentismo: a caminho da política externa independente

4.4. O regime militar: tudo pelo “Brasil Grande Potência”

4.5. Redemocratização: crise externa e integração regional

4.6. Os anos FHC: enfim, uma diplomacia presidencial

4.7. Os anos Lula: o ativismo como norma, o personalismo como finalidade

4.8. A tímida diplomacia presidencial de Michel Temer

4.9. A antidiplomacia de Bolsonaro e dos assessores aloprados: afundamento

4.10. Conclusões: caminhos erráticos da diplomacia presidencial brasileira

 

5. O outro lado da glória: o reverso da medalha da diplomacia brasileira

5.1. Tropeços na independência e durante o império

5.2. Os fracassos da primeira diplomacia republicana

5.3. A difícil construção de uma diplomacia autônoma, e consciente de sê-la

5.4. A diplomacia profissional, como base da diplomacia presidencial

5.5. A deformação da política externa sob a diplomacia bolsolavista

 

6. Um exercício de planejamento estratégico para a diplomacia 

Introdução: demolição e reconstrução da diplomacia brasileira

6.1. A política externa e a diplomacia no desenvolvimento nacional

6.1.1. Etapas percorridas em 200 anos de história institucional

6.1.2. Os desafios: uma matriz dos recursos e das debilidades nacionais

6.2. Campos de atuação da diplomacia e da política externa 

6.2.1. Multilateralismo, regionalismo e bilateralismo como instrumentos

6.2.2. A política externa multilateral: interfaces políticas e econômicas

6.2.3. A geografia política e a geoeconomia global das relações exteriores

6.2.4. América do Sul: eixo de um espaço econômico integrado

6.2.5. O multilateralismo econômico: eixo da inserção global do país

6.2.6. Ambientalismo e sustentabilidade: eixos dos padrões produtivos
6.2.7. Direitos humanos e democracia: eixos da proposta ética do país

6.2.8. Blocos e alianças estratégicas na matriz externa

6.2.9. Relações com parceiros bilaterais e regionais

6.2.10. Vantagens comparativas e exploração de novas possibilidades

6.2.11. Integração política externa e políticas de desenvolvimento

6.3. O Itamaraty como força motriz da inserção global do Brasil

6.3.1. Gestão da Casa, com base nas melhores práticas da governança

6.3.2. Responsabilização, abertura e transparência nas funções

6.3.3. Capital humano de alta qualidade: base de uma diplomacia eficaz

6.4. Planejamento estratégico como prática contínua da diplomacia 

 

Apêndice: O Estado do Brasil em 1587 e sua condição atual

 

Bibliografia e referências

Nota sobre o autor

Livros do autor

 

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Livros publicados pelo autor

 

 

49) Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Brasília: em publicação, 2021, 322 p.)

48) O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 (Brasília, Diplomatizzando, 2021, 111 p.; ISBN: 978-65-00-22215-9).

47) Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 169 p.; ISBN: 978-65-00-19254-4).

46) Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária (Brasília: edição Kindle, 2020;ASIN: B08668WQGL; ISBN: 978-65-00-06751-4).

45) A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica (Brasília: edição Kindle, 2020, 363 p.; ASIN: B08CCFDVM2; ISBN: 978-65-00-05967-0).

44) O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020 (Brasília: edição Kindle, 2020, 453 p.; ASIN: B08BNHJRQ4; ISBN: 978-65-00-05970-0).

43) O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 225 p.; ISBN: 978-65-00-05968-7; edição Kindle, ASIN: B08B17X5C1).

42) Vivendo com livros: uma loucura gentil (Brasília: Edição de Autor, 2019, 265 p.; edição Kindle; ASIN: B0838DLFL2).

41) Um contrarianista no limbo: artigos em Via Política, 2006-2009 (Brasília: Edição de Autor, 2019; edição Kindle, ASIN: B083611SC6).

40) Minhas colaborações a uma biblioteca eletrônica: contribuições a periódicos do sistema SciELO (Brasília: Edição do Autor, 2019; edição Kindle, ASIN: B08356YQ6S).

39) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Brasília: Edição do Autor, 2019, 398 p.; edição Kindle, ASIN: B082Z756JH).

38) O panorama visto em Mundorama: ensaios irreverentes e não autorizados (Brasília: Edição do Autor, 2019, 477 p.; edição Kindle, ASIN: B082ZNHCCJ).

37) Pontes para o mundo no Brasil: minhas interações com a RBPI (Brasília: Edição do Autor, 2019, 481 p.; edição Kindle, ASIN: B08336ZRVS).

36) Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 200 p.; edição Kindle, ASIN: B082YRTKCH).

35) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5). 

34) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42; ISBN: 978-85-8288-201-6, livro impresso; ISBN: 978-85-8288-202-3, livro eletrônico).

33) Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9).

32) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª edição; Brasília: Funag, 2017; 2 volumes; 964 p.; ISBN: 978-85-7631-675-6).

31) Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, e-book, 2016; ISBN: 978-85-8192-429-8).

30) Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste: Démocratie et autoritarisme au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6).

29) Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3).

28) O Panorama visto em Mundorama: Ensaios Irreverentes e Não Autorizados (Hartford: Edição do autor, 2015, 374 p.)

27) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015; 380 p.). 

26) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: relações internacionais e economia mundial (Hartford: edição Kindle, ASIN:B00P9XAJA4).

25) Rompendo Fronteiras: a academia pensa a diplomacia (Hartford: edição Kindle, 2014, 414 p., ASIN: B00P8JHT8Y).

24) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Hartford: edição Kindle, 2014, 326 p., ASIN: B00P6261X2).

23) Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas (Hartford: edição Kindle, 2014, 151 p., ASIN:B00OL05KYG).

22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Hartford: Edição de Autor; 2014, 663 p.).

21) Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8).

20) O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Hartford: edição Kindle, 2013, 226 p., ASIN: B00F2AC146).

19) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 174 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7).

18) Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 309 p.; ISBN 978-85-216-2001-3).

17) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6).

16) O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9).

15) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (Rio de Janeiro: Freitas Bastos, edição eletrônica, 2009, 191 p.; ISBN: 978-85-99960-99-8). 

14) O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2).

13) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2ª edição; São Paulo: Senac-SP, 2005, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9).

12) Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: UFRGS, 2004, 440 p.; ISBN: 85-7025-738-4).

11) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8).

10) Une histoire du Brésil: pour comprendre le Brésil contemporain (avec Katia de Queiroz Mattoso; Paris: L’Harmattan, 2002, 142 p.; ISBN: 2-7475-1453-6). 

09) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5).

08) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Senac-SP, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9).

07) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud (Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5). 

06) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3).

05) O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9).

04) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5).

03) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3).

02) Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5).

01) O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9).

 

 

Organização, edição:

 

13) Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima; Paulo Roberto de Almeida; Rogério de Souza Farias (organizadores); Brasília: Funag, 2017, 2 vols.).

12) O Homem que pensou o Brasiltrajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0).

11) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (Brasília: Senado Federal, 2016, 504 p.; ISBN: 978-85-7018-696-6).

10) The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (with Ted Goertzel; Kindle edition; 2015, 278 p.; ISBN: 978-1-4951-2981-0ASIN: B00NZBPX8A).

09) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2016, 326 p.; edição digital; ISBN: 978-85-0212-208-6).

08) Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos (com Rubens Antônio Barbosa e Francisco Rogido Fins; Brasília: Funag, 2010, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-274-1). 

07) Envisioning Brazil: a Guide to Brazilian Studies in the United States, 1945-2000 (with Marshall C. Eakin; Madison: Wisconsin University Press, 2005, 536 p.; ISBN: 0-299-20770-6).

06) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2005, 328 p.; ISBN: 978-85-02-05385-4).

05) O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000 (com Marshall C. Eakin e Rubens Antônio Barbosa; São Paulo: Paz e Terra, 2002; ISBN: 85-219-0441-X). 

04) Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social (com Yves Chaloult; São Paulo: LTr, 1999, 271 p.; ISBN: 85-7322-635-8). 

03) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (edição fac-similar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13; 420 p.).

02) José Manoel Cardoso de Oliveira: Actos Diplomaticos do Brasil: tratados do periodo colonial e varios documentos desde 1492 (edição fac-similar, publicada na coleção “Memória Brasileira” do Senado Federal; Brasília: Senado Federal, 1997; 2 vols.; vol. I: 1493 a 1870; vol. II: 1871 a 1912). 

01) Mercosul: Textos Básicos (Brasília: IPRI-Fundação Alexandre de Gusmão, 1992, Coleção Integração Regional nº 1). 

 

[Muitos desses livros encontram-se livremente disponíveis em minhas páginas do site pessoal ou nas plataformas Academia.edu e Research Gate.]  

 

 

A falência virtual do Brasil: dirigentes não sabem se expressar - Paulo Roberto de Almeida

 O que esperar de um país no qual nem o presidente, nem o ministro da Defesa, nem o ministro da Educação conseguem se expressar de modo minimamente racional, com frascs inteligíveis e expondo claramente um pensamento?

O que está acontecendo no Brasil é uma espécie de “assalto Talibã” às mais altas esferas da administração pública. A verdade é que estamos sendo governados por uma tropa de beócios, por uma turma de imbecis.

Aqui um exemplo do que comento, declarações confusas do ministro da Defesa em depoimento deprimente na Câmara dos Deputados em 17/08/2021, a respeito de nota contra a CPI da Pandemia:


“Esclareço que a emissão de resposta não se tratou de uma decisão precipitada”, disse o ministro, a uma sessão conjunta de comissões da Câmara.

“Ao contrário. Houve uma consulta às Forças. Os comandantes foram chamados. E por intermédio desses comandantes (sic). Foram chamadas por intermédio desses comandantes (sic). Levaram-se em conta o cenário atual, as consequências danosas advindas da injustiça cometida, e o prejulgamento, onde a parte se confunde com o todo. Onde as suposições são transformadas em verdades. E onde as instituições seculares são citadas de maneira injusta, sendo maculadas em sua reputação junto à sociedade brasileira”, acrescentou.

(O Antagonista)

O que se pode esperar de um país sob o comando de indivíduos tão mal preparados para as funções que exercem?

E o que pensar de tantos cidadãos e de responsáveis por associações, empresas e instituições que os seguem de modo totalmente subserviente?

O Brasil por acaso faliu moralmente?

Paulo Roberto de Almeida 


Aula inaugural: Global Affairs do Ibmec, 20/08/2021, 19hs - Paulo Roberto de Almeida

Relações Internacionais, Política Externa do Brasil e carreira diplomática 


Notas para aula inaugural no quadro do novo curso do Ibmec Global Affairs
20/08/2021, 19hs (Sala Virtual Teams: https://bit.ly/3szvGzn).

Vou preparar minha aula, com base numa conversa em torno do conhecimento acumulado em torno dos temas selecionados neste título. Posto aqui apenas os primeiros parágrafos. O resto fica para segunda-feira 20/08. Até lá...
Paulo Roberto de Almeida

Relações internacionais, política externa do Brasil e carreira diplomática

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

 

 

Residente que fui nos Estados Unidos, por duas vezes, ademais de diversas outras viagens de trabalho, acadêmicas ou de simples lazer naquele país continente, que atravessei duas vezes costa a costa, do Atântico ao Pacífico, e várias outras vezes no sentido Norte-Sul ou em diagonal, percorrendo a quase totalidade dos seus estados federados – faltou o Dakota do Norte, no território continental, o Alaska e o Hawai, no Pacífico, e o estado associado de Porto Rico, para completar toda a nação – posso dizer que conheço razoavelmente aquela grande nação. Aliás antes mesmo de visitar ou residir nos Estados Unidos, eu já era assinante da New York Review of Books, da Foreign Affairs, assim como fui, em épocas diversas, assinante da Foreign Policy, do Washington Quarterly, do Washington Post, do New York Times e, por duas vezes, da provocante revista The New Yorker

Recebo boletins diários ou regulares de todos esses periódicos, assim como newsletters de muitos thinks tanks, centros de pesquisa universitária, boletins empresariais, anúncios dos principais museus, assim como as circulares de associações como LASA – Latin American Studies Association – e da BRASA – Brazilian Studies Association, da qual já fui um dos diretores e frequentadores de seus encontros anuais ou bianuais. Também publiquei alguns livros que me colocaram em contato direto com a comunidade acadêmica e empresarial dos Estados Unidos, como um sobre a produção dos brasilianista – O Brasil dos Brasilianistas, com edições no Brasil e nos Estados Unidos –, um outro sobre as relações Brasil-Estados Unidos, em português, assim como atuando na publicação no Brasil de alguns livros editados nos Estados Unidos, um do ex-embaixador Lincoln Gordon, o “homem do golpe” de 1964, outro sobre o famoso Consenso de Washington, do grande John Williamson.

Na área da pesquisa acadêmica, li dezenas, centenas de livros sobre a maior economia do planeta (até aqui), sobre a grande e tradicional democracia e sobre o país mais poderoso do mundo, nos planos econômico, tecnológico, geopolítico, livros de história econômica, sobre as relações internacionais em geral e dos Estados Unidos, sua política externa, sobre sua influência na América Latina e em outras regiões, sobre as relações Brasil-EUA e diversos outros aspectos menores, como vida acadêmica e cultural. Escrevi muitos artigos, notas, comentários sobre tudo isso que li, que pesquisei, que assisti, que acompanhei em muitas décadas de estudo acadêmico, que superam em vários anos meus 44 anos de vida diplomática, sobre todas essas questões de relações internacionais estrito senso, de política externa e de diplomacia brasileira, por obrigação profissional, mas também de história diplomática, de história econômica e de relações econômicas internacionais, por gosto pessoal e por interesse intelectual sobre o desenvolvimento desigual e diferenciado dos muitos países que compõem o chamado sistema internacional. 

Creio, portanto, estar razoavelmente preparado para discorrer sobre esses diferentes aspectos sobre os quais escolhi discorrer nesta oportunidade: as relações internacionais, a política externa do Brasil e sua diplomacia, e a carreira diplomática em especial, em direção da qual muitos jovens aspiram caminhar – a despeito de percalços eventuais em todas essas esferas – e na qual eu me desempenhei com muita satisfação pessoal e enriquecimento intelectual ao longo das últimas décadas. Todas as épocas e todos os processos humanos e sociais possuem as suas fases críticas, os seus momentos de ruptura e de transição, as suas eras de ascensão ou de declínio, enfim, sua dinâmica própria e seu ciclo de vida. A minha trajetória política começou com o golpe de 1964, continuou por um longo exílio de estudos e de atividades políticas contra a ditadura militar na Europa, depois no próprio Brasil, e teve prosseguimento nas últimas três décadas e meias de regime democrático, com uma dupla dedicação, à carreira diplomática e às lides acadêmicas. 


(...)

continua...

 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Does the Great Retreat from Afghanistan Mark the End of the American Era? - Robin Wright (New Yorker)

Does the Great Retreat from Afghanistan Mark the End of the American Era?

It’s a dishonorable end that weakens U.S. standing in the world, perhaps irrevocably.

By Robin Wright

The New Yorker, August 15, 2021


 

History will surely note this absurdly ill-timed tweet. On Monday, August 9th, the U.S. Embassy in Kabul posed a question to its four hundred thousand followers: “This #PeaceMonday, we want to hear from you. What do you wish to tell the negotiating parties in Doha about your hopes for a political settlement? #PeaceForAfghanistan.” The message reflected the delusion of American policy. With the Taliban sweeping across the country, storming one provincial capital after another, the prospect that diplomacy would work a year after U.S.-backed talks in Qatar began—and quickly stalled—was illusory. By Thursday, the Afghan government controlled only three major cities. President Joe Biden, the leader of the world’s most powerful nation, announced that he was dispatching three thousand U.S. troops to Afghanistan to pull hundreds of its diplomats and staff out of that Embassy. And, by Sunday, it was all over—before dusk. President Ashraf Ghani fled the country, his government collapsed, and the U.S.-trained Afghan security forces simply melted away as the Taliban moved into the capital. American diplomats—having evacuated the fortress-like U.S. Embassy—were forced to shelter in place at the airport as they waited to be evacuated. America’s two-decade-long misadventure in Afghanistan has ended. For Americans, Afghanistan looks a little, maybe a lot, like a trillion-dollar throwaway. Meanwhile, Afghans are left in free fall.

It’s not just an epic defeat for the United States. The fall of Kabul may serve as a bookend for the era of U.S. global power. In the nineteen-forties, the United States launched the Great Rescue to help liberate Western Europe from the powerful Nazi war machine. It then used its vast land, sea, and air power to defeat the formidable Japanese empire in East Asia. Eighty years later, the U.S. is engaged in what historians may someday call a Great Retreat from a ragtag militia that has no air power or significant armor and artillery, in one of the poorest countries in the world.

It’s now part of an unnerving American pattern, dating back to the nineteen-seventies. On Sunday, social-media posts of side-by-side photos evoked painful memories. One captured a desperate crowd climbing up a ladder to the rooftop of a building near the U.S. Embassy in Saigon to get on one of the last helicopters out in 1975, during the Ford Administration. The other showed a Chinook helicopter hovering over the U.S. Embassy in Kabul on Sunday. “This is manifestly not Saigon,” the Secretary of State, Antony Blinken, tried to argue on Sunday, on ABC’s “This Week.” It didn’t wash. And there are other episodes. In 1984, the Reagan Administration withdrew the U.S. Marine peacekeepers from Beirut after a suicide bomber from a nascent cell of what became Hezbollah killed more than two hundred and forty military personnel—the largest loss for the Marines in a single incident since the Second World War. In 2011, the United States pulled out of Iraq, opening the way for the emergence of ISIS. The repeated miscalculations challenge basic Washington policy-making as well as U.S. military strategy and intelligence capabilities. Why wasn’t this looming calamity—or any of the earlier ones—anticipated? Or the exits better planned? Or the country not left in the hands of a former enemy? It is a dishonorable end.

Whatever the historic truth decades from now, the U.S. will be widely perceived by the world today as having lost what George W. Bush dubbed the “war on terror”—despite having mobilized NATO for its first deployment outside Europe or North America, a hundred and thirty-six countries to provide various types of military assistance, and twenty-three countries to host U.S. forces deployed in offensive operations. America’s vast tools and tactics proved ill-equipped to counter the will and endurance of the Taliban and their Pakistani backers. In the long term, its missiles and warplanes were unable to vanquish a movement of sixty thousand core fighters in a country about as big as Texas.

There are many repercussions that will endure long after the U.S. withdrawal. First, jihadism has won a key battle against democracy. The West believed that its armor and steel, backed by a generous infusion of aid, could defeat a hard-line ideology with a strong local following. The Taliban are likely, once again, to install Sharia as law of the land. Afghanistan will again, almost certainly, become a haven for like-minded militants, be they members of Al Qaeda or others in search of a haven or a sponsor. It’s a gloomy prospect as Americans prepare to mark the twentieth anniversary of the 9/11 attacks next month. Since 2001, Al Qaeda, ISIS, and other jihadi extremists have seeded franchises on all six inhabited continents. Last month, the United States sanctioned an ISIS branch as far afield as Mozambique, the former Portuguese colony in southern Africa where almost sixty per cent of the population is Christian.

Second, both Afghanistan and Iraq have proved that the United States can neither build nations nor create armies out of scratch, especially in countries that have a limited middle class and low education rates, over a decade or two. It takes generations. Not enough people have the knowledge or experience to navigate whole new ways of life, whatever they want in principle. Ethnic and sectarian divisions thwart attempts to overhaul political, social, and economic life all at the same time. The United States spent eighty-three billion dollars training and arming an Afghan force of some three hundred thousand—more than four times the size of the Taliban’s militia. “This army and this police force have been very, very effective in combat against the insurgents every single day,” Mark Milley told reporters back in 2013. He is now the chairman of the Joint Chiefs of Staff. Yet, by March, when I was last in Kabul, the Taliban controlled half of the country. Between May and mid-August, it took the other half—most just during the past week. Last month, Biden said that he trusted “the capacity of the Afghan military, who is better trained, better equipped and more competent in terms of conducting war.” In the end, the Taliban basically walked into Kabul—and the Presidential palace—on Sunday.

Third, America’s standing abroad is profoundly weakened, symbolized by the U.S. Embassy’s lowering the Stars and Stripes for the final time on Sunday. Smoke was seen rising from the grounds of the Embassy—which cost almost eight hundred million dollars to expand just five years ago—as matériel was burned in the rush to exit. Washington will have a hard time mobilizing its allies to act in concert again—whether for the kind of broad and unified alliance, one of the largest in world history, that formed in Afghanistan after 9/11, or for the type of meagre cobbled-together “coalition of the willing” for the war in Iraq. The United States is still the dominant power in the West, but largely by default. There aren’t many other powers or leaders offering alternatives. It’s hard to see how the United States salvages its reputation or position anytime soon.

America’s Great Retreat is at least as humiliating as the Soviet Union’s withdrawal in 1989, an event that contributed to the end of its empire and Communist rule. The United States was in Afghanistan twice as long and spent far more. The Soviet Union is estimated to have spent about fifty billion dollars during the first seven of its ten years occupying the mountainous country. Yes, the United States fostered the birth of a rich civil society, the education of girls, and an independent media. It facilitated democratic elections more than once and witnessed the transfer of power. Thirty-seven per cent of Afghan girls are now able to read, according to Human Rights Watch. The TOLO channel hosted eighteen seasons of “Afghan Star,” a singing competition much like “American Idol.” Zahra Elham, a twentysomething member of Afghanistan’s Hazara minority, became the first woman to win, in 2019. But untold numbers of the Afghans encouraged by the United States are desperately searching for ways out of the country as the Taliban move in. Women have pulled out their blue burqas again. And the enduring imagery of the Americans flying out on their helicopters will be no different than Soviet troops marching across the Friendship Bridge from Afghanistan to the then Soviet Union on February 15, 1989. Both of the big powers withdrew as losers, with their tails between their legs, leaving behind chaos.

For the United States, the costs do not end with its withdrawal from either Afghanistan or Iraq. It could cost another two trillion dollars just to pay for the health care and disability of veterans from those wars. And those costs may not peak until 2048. America’s longest war will be a lot longer than anyone anticipated two decades ago—or even as it ends. In all, forty-seven thousand civilians have died, according to Brown University’s Costs of War Project. More than twenty-four hundred were U.S. military personnel, and almost four thousand were U.S. contractors.

I first went to Afghanistan in 1999, during the original Taliban rule. I drove through the breathtaking Khyber Pass from Pakistan, past the fortified estates of the drug lords along the border, on the rutted, axle-destroying roads to Kabul. The images of the Taliban’s repressive rule—little kids working on the streets of Afghan towns to support widowed mothers not allowed in public, checkpoints festooned with confiscated audio and video tapes—are indelible. I went back with Secretary of State Colin Powell on his first trip after the fall of the Taliban. There was hope then of something different, even as the prospect of it often seemed elusive, and the idea sullied by the country’s corrupt new rulers. I’ve been back several times since, including in March with General Kenneth “Frank” McKenzie, Jr., the head of Central Command, who is now overseeing the final U.S. military operations. On Sunday, as America erased its presence in Afghanistan in a race to get out, I wondered: Was it all for naught? What other consequences will America face from its failed campaign in Afghanistan decades from now? We barely know the answers.


 

Robin Wright, a contributing writer and columnist, has written for The New Yorker since 1988. She is the author of “Rock the Casbah: Rage and Rebellion Across the Islamic World.”

 

 

 

'O Anjo de Hamburgo' se inspira na vida real de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa: filmografia - Ubiratan Brasil (Terra)

'O Anjo de Hamburgo' se inspira na vida real de Aracy de Carvalho


Heroína 'secreta' foi casada com Guimarães Rosa e ajudou centenas de famílias de judeus que precisavam fugir do nazismo

Ubiratan Brasil
Terra, 16 ago 2021 - 05h10

O diretor Jayme Monjardim tem predileção por personagens femininas de grande estatura. Em sua carreira, destacam-se minisséries como Chiquinha Gonzaga e A Casa das Sete Mulheres e o filme Olga, sem se esquecer de Maysa - Quando Fala o Coração, que retrata a trajetória da grande cantora, sua mãe. Agora, Monjardim se prepara para colocar mais uma figura destacada em sua coleção, depois de terminar a filmagem de O Anjo de Hamburgo, primeira coprodução internacional da Globo, em parceria com a Sony Pictures.

Trata-se da história de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011), mulher do grande escritor e que, durante o período em que viveu na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, desafiou autoridades para ajudar centenas de famílias de judeus que precisavam fugir do nazismo. "Ela não apenas confrontou o governo alemão como também o Itamaraty, pois o governo brasileiro da época, de Getúlio Vargas, restringia a entrada de judeus no Brasil", comenta o diretor, que trabalha agora na edição da série, que terá 8 episódios.

Aracy, de fato, desafiou as normas de seu tempo. Desquitada, situação totalmente reprovável na época, a paranaense chegou em Hamburgo, na Alemanha, em 1934, acompanhada do filho de 5 anos, Eduardo, para morar na casa de uma tia. Como falava fluentemente alemão, francês e inglês, conseguiu um emprego como chefe de vistos no Consulado do Brasil naquela cidade. Logo, o regime nazista e a perseguição aos judeus passaram a revoltar Aracy, que conseguia falsos atestados de residência para os judeus em Hamburgo e, assim, liberava a emissão de vistos sem o J de identificação. Os passaportes eram deixados em meio à papelada para o cônsul que, entediado com a burocracia, assinava sem ler.

Com isso, ela colocava a vida em risco, pois uma determinação do governo varguista orientava as missões diplomáticas a não conceder vistos que permitissem a entrada em território nacional de pessoas de origem semita. Também chegou a transportar em seu próprio carro judeus para além das fronteiras alemãs. Foi no consulado que Aracy conheceu e se apaixonou por João Guimarães Rosa (1908-1967), então vice-cônsul, que também passou a facilitar a fuga dos perseguidos, especialmente quando assumiu a posição do cônsul que, em janeiro de 1939, saiu de férias e retornou ao Brasil.

"Quando conheci a história desta mulher incrível, eu me senti determinado a contá-la para mais pessoas, pois Aracy é pouco conhecida no Brasil e, em geral, o público se lembra dela como a esposa do grande escritor", explica Monjardim, que assumiu a direção artística de uma grande produção - criada e escrita por Mario Teixeira, com colaboração da autora inglesa Rachel Anthon, a minissérie conta com time de historiadores e especialistas em cultura judaica, além de pesquisadores de relações internacionais, para consultoria e produção.

O Anjo de Hamburgo tem uma produção caprichada - rodada no Rio de Janeiro e em Buenos Aires, onde edifícios históricos reproduzem com rara perfeição a arquitetura do consulado brasileiro na Alemanha, a série tem Sophie Charlotte no papel de Aracy e Rodrigo Lombardi como Guimarães Rosa. No elenco, estão ainda nomes como Tarcísio Filho, que vive o cônsul Souza Ribeiro, e Gabriela Petry, que interpreta Taibele Bashevis, uma judia dividida entre o sonho de ser cantora e a necessidade de estar perto da família. Na verdade, a maior parte dos talentos tem diferentes nacionalidades. "São 13 atores internacionais, vindos de países como Israel, Alemanha, Polônia e Itália", conta o diretor, lembrando que a história é narrada em inglês para facilitar a distribuição internacional - quando ficar disponível nas plataformas da Globo, até o final do ano, deverá ser dublada em português.

Por causa da pandemia, a produção sofreu interrupções - iniciada em 2020, só foi finalizada em maio passado. "Contamos com o grande apoio da família de Aracy, especialmente do neto Eduardo, que nos abriu seu arquivo com mais de 10 mil documentos, entre diários de guerra e fotos", explica Monjardim, que trabalha agora em São Paulo, de forma remota, na edição dos episódios, que vão contar com recursos gráficos e efeitos especiais. "A tecnologia me permite manter contato constante com os computadores da Globo, no Rio."

Esse, aliás, será o norte de seus próximos trabalhos: produções tecnicamente impecáveis e com conteúdo social integrado. "Apoio a indústria do bem, como a Universidade dos Sentimentos que desenvolvo com o escritor e psiquiatra Augusto Cury", revela. "Nossa filosofia prega ter cuidado com o que se pede para o destino, pois pode acontecer."

Outro importante projeto envolve a obra de sua mãe, a cantora e compositora Maysa (1936-1977), uma das principais intérpretes da música brasileira - ao lado de outros cantores que se destacaram nos anos 1950, como Nora Ney, Ângela Maria, Cauby Peixoto e Dolores Duran, Maysa contribuiu para um novo padrão vocal. A vida tumultuada, que se confundia com a profissional, poderá inspirar um musical, no qual Monjardim trabalha com a cantora Claudia Netto. "Ela escreve bem e cedi acesso ao material que disponho", conta ele, cujo trabalho também foi interrompido pela pandemia.

Maysa
Um dos grandes desejos de Monjardim, porém, é oficializar o museu em homenagem a Maysa a ser montado em Maricá, município localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Lá, será construída uma casa que deverá entrar para o circuito artístico da região e onde os visitantes poderão conhecer Maysa de verdade. "No planejamento, há até o uso de recursos de 3D, que o transformarão em um museu de sensações", confia o diretor. "Haverá totens nos quais será possível acessar as músicas, até mesmo inéditas." Para isso, ele também vai dispor acesso ao seu arquivo, que conta com aproximadamente 20 documentos. A previsão é de que o museu fique pronto até o final de 2022.

Jayme Monjardim busca o perfeccionismo no que faz, mesmo quando os detalhes passam despercebidos pelo grande público. No filme Olga (2004), por exemplo, que conta a história de Olga Benário Prestes, a alemã judia e militante do movimento comunista que foi deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista, há o predomínio das cores azul e cinza, que revelam justamente as dificuldades enfrentadas pela personagem. Ele também decidiu que apenas a bochecha rosada de Olga, no início do filme, teria alguma cor quente, além dos longos closes nos verdes olhos da atriz Camila Morgado, intérprete da personagem.

Para o surgimento de tais detalhes, é preciso, acredita Monjardim, que se crie um estreito relacionamento com a equipe criativa, algo decisivo para o sucesso do projeto. É o que explica o estrondoso êxito da novela Pantanal, exibida pela extinta TV Manchete em 1990 e que ganhará um remake pela Globo.

"Trabalhei diretamente com o autor, Benedito Ruy Barbosa, em todas as possibilidades de execução do trabalho, o que foi essencial, pois nenhum diretor salva um texto mal construído", explica ele, que aponta os contrastes da sua versão com a planejada pela Globo. "Na época, a região do Pantanal era desconhecida, as pessoas só falavam da Amazônia. Assim, sabíamos que despertaríamos a curiosidade sobre aquela natureza."

Monjardim se recorda das dificuldades técnicas. "Não dispúnhamos de eletricidade e o acesso era por avião - tivemos de levar até os tijolos para a construção de banheiros", conta, reforçando que não terá nenhum contato com a nova versão. "Hoje, os recursos são maiores, como os drones, e a região é bem mais conhecida. E as recentes queimadas não poderão ser ignoradas, portanto, será um grande desafio."

Com 40 anos de profissão, Monjardim se orgulha de ser um profissional essencialmente de televisão. "É um meio de rápida comunicação, que exige um detalhado entendimento de seu funcionamento. E sabemos contar bem uma história, pois Hollywood está para o cinema assim como o Brasil está para as novelas."

https://www.terra.com.br/diversao/tv/o-anjo-de-hamburgo-se-inspira-na-vida-real-de-aracy-de-carvalho,cbabfa02cfc1721281aa2c587b53a77d5plgehj6.html