Relações internacionais, política externa do Brasil e carreira diplomática: Reflexões de um diplomata não convencional
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata de carreira, professor universitário
(www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com)
Brasília, 17-19 agosto 2021, 15 p.
Notas para aula inaugural no quadro do curso do Ibmec Global Affairs, em 20/08/2021, 19hs (Sala Virtual Teams: https://bit.ly/3szvGzn).
Vamos começar pelo maior assunto do momento: a momentosa retirada dos Estados Unidos do Afeganistão e o que isso significa para as relações internacionais, para a tensão existente no sistema internacional entre os dois grandes impérios do momento, como o Brasil se situa nesse novo quadro global, e o que faz a nossa diplomacia nesse quadro algo confuso. Creio que estou habilitado para comentar um pouco sobre essa decisão de enorme impacto, sobretudo moral, do ponto de vista da potência que pretendia garantir o bom funcionamento de uma ordem internacional aberta, liberal e garantidora das liberdades democráticas.
Residente que fui nos Estados Unidos, por duas vezes, ademais de diversas outras viagens de trabalho, acadêmicas ou de simples lazer naquele país continente, que atravessei duas vezes costa a costa, do Atlântico ao Pacífico, e várias outras vezes no sentido Norte-Sul ou em diagonal, percorrendo a quase totalidade dos seus estados federados – faltou o Dakota do Norte, no território continental, o Alaska e o Havaí, no Pacífico, e o estado associado de Porto Rico, para completar toda a nação – posso dizer que conheço razoavelmente aquela grande nação. Aliás antes mesmo de visitar ou residir nos Estados Unidos, eu já era assinante da New York Review of Books, da Foreign Affairs, assim como fui, em épocas diversas, assinante da Foreign Policy, do Washington Quarterly, do Washington Post, do New York Times e, por duas vezes, da provocante revista The New Yorker.
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