O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Os melhores livros de economia de 2023, segundo Martin Wolf - Financial Times, Valor

Os melhores livros de economia de 2023, segundo Martin Wolf 

Financial Times

 

História do capitalismo, 'Chicago boys' e economia da China estão entre os temas das obras selecionadas 

Liberalismo, história do capitalismo, 'Chicago boys' e economia da China são alguns dos temas abordados pelos livros de economia do ano, segundo o comentarista-chefe do jornal britânico Financial Times, Martin Wolf.

Veja abaixo as obras sugeridas, seguidas pelos comentários do colunista.

 

Plunder: Private Equity’s Plan to Pillage America

[Pilhagem: O Plano do Private Equity para Saquear os Estados Unidos]

por Brendan Ballou, PublicAffairs, 368 pp., R$ 251 e R$ 48,58 (ebook)

Sempre houve duas maneiras de ganhar dinheiro: criação de valor e pilhagem. Uma boa sociedade é aquela em que a primeira supera a última. Neste livro poderosamente argumentado, Ballou, atualmente na divisão antitruste do Departamento de Justiça dos EUA, insiste que os retornos dos investimentos em private equity derivam em grande parte da pilhagem. Isso é particularmente provável onde esses lucros são obtidos às custas dos impotentes —prisioneiros, pacientes ou idosos. Dados os incentivos, os resultados que ele descreve parecem inevitáveis.

 

Digital Empires: The Global Battle to Regulate Technology

[Impérios Digitais: A Batalha Global para Regular a Tecnologia]

por Anu Bradford, Oxford University Press, 607 pp., R$ 131,27 (ebook)

A chegada da economia digital, agora acelerada pelo surgimento da inteligência artificial, inevitavelmente —e corretamente— criou uma resposta política e regulatória. Neste livro abrangente e importante, Bradford, da Faculdade de Direito de Columbia, esclarece as abordagens contrastantes da China, dos EUA e da UE. Ela observa que os dois últimos confrontam a China, "em nome de salvar a democracia da autocracia". Mas há uma batalha para salvar a democracia do poder da tecnologia desenfreada também. Este é crucial: trata-se de saber se a tecnologia controla a democracia ou a democracia controla a tecnologia.

 

A Crash Course on Crises: Macroeconomic Concepts for Run-ups, Collapses, and Recoveries

[Curso Intensivo sobre Crises: Conceitos Macroeconômicos para Crescimentos, Colapsos e Recuperações]

por Markus Brunnermeier e Ricardo Reis, Princeton University Press, 136 pp., R$ 188,72 e R$ 171 (ebook)

"As economias às vezes passam por crises macrofinanceiras." De fato, elas passam, como aprendemos dolorosamente nas últimas décadas. Neste excelente e felizmente breve livro, dois estudiosos renomados atualizam estudantes e profissionais ocupados sobre o melhor pensamento sobre como essas crises se originam e se desenrolam e como os formuladores de políticas precisam responder. Um guia valioso para aqueles que precisam entender o que a economia contemporânea tem a dizer sobre esse tópico vital.

 

Economics in America: An Immigrant Economist Explores the Land of Inequality

[Economia nos EUA: Um Economista Imigrante Explora a Terra da Desigualdade]

por Angus Deaton, Princeton University Press, 280 pp., R$ 171,25 e R$ 84,99 (ebook)

Deaton, vencedor do prêmio Nobel, é também um imigrante nos EUA. Neste livro altamente agradável de ensaios, ele se concentra principalmente no país em que agora vive. Ele também condena a ajuda internacional. Isso é surpreendente e também muito amplo. No entanto, Deaton emerge do livro como um ser humano decente que deseja tornar o mundo um lugar melhor. Infelizmente, ele também chegou à conclusão de que a economia e os economistas não são tão bons nisso quanto ele gostaria.

 

The Chile Project: The Story of the Chicago Boys and the Downfall of Neoliberalism

[O Projeto Chile: A História dos Chicago Boys e a Queda do Neoliberalismo]

por Sebastián Edwards, Princeton University Press, 376 pp., R$ 132 e R$ 108,99 (ebook)

"A história das reformas de livre mercado no Chile pode ser resumida em duas palavras: sucesso e negligência." Assim resume Edwards, ele mesmo de origem chilena, o resultado deste "experimento". Essas reformas tiveram origem na ditadura, tornaram o Chile "em uma geração a estrela mais brilhante da América Latina", pelo menos economicamente, e, de forma um tanto surpreendente, sobreviveram à transição para a democracia e finalmente naufragaram em reação popular contra a desigualdade e injustiças percebidas. Edwards conta essa história complexa e controversa de forma excelente.

 

The Eight Per Cent Solution: A Strategy for India's Growth

[A Solução de Oito Por Cento: Uma Estratégia para o Crescimento da Índia]

por Nikhil Gupta, Bloomsbury, 400 pp., R$ 231,23 e R$ 48,79 (ebook)

Este é um livro excepcional. O autor, economista-chefe da Motilal Oswal Financial Services, explica e aplica a abordagem dos "saldos setoriais" à economia indiana. Essa análise ilumina a fraca posição financeira e a deterioração das economias das famílias e, mais recentemente, também do setor corporativo de capital fechado. Diante da provável fraqueza do consumo das famílias, dos gastos do governo e das exportações, há pouca chance de um boom desejado nos investimentos. O equilíbrio desta década deve ser, argumenta ele, um tempo de cura, antes que o crescimento possa acelerar.

 

Legacy: How to Build the Sustainable Economy

[Legado: Como Construir a Economia Sustentável]

por Dieter Helm, Cambridge University Press, 265 pp., R$ 245 e R$ 50,42 (ebook)

Helm, da Universidade de Oxford, apresenta um caso apaixonado para a transição para uma economia sustentável com base no princípio de que cada geração lega um estoque de capital —físico e, muito mais importante, natural— tão bom quanto o que herdou. Para tornar essa abordagem operacional, devemos abraçar as ideias gêmeas de "quem polui paga" e o "princípio da precaução". Helm argumenta que a implementação dessas ideias requer um conceito de cidadania. Infelizmente, os desafios de fazer essa ideia funcionar globalmente são assustadores.

 

The Trade Weapon: How Weaponizing Trade Threatens Growth, Public Health and the Climate Transition

[A Arma do Comércio: Como a Arma do Comércio Ameaça o Crescimento, a Saúde Pública e a Transição Climática]

por Ken Heydon, Polity, 204 pp., R$ 49,06 (ebook)

O comércio se tornou uma arma. Heydon, ex-funcionário do comércio australiano, argumenta que essa abordagem —na forma de sanções comerciais, busca de autossuficiência nas cadeias de valor, uso de medidas comerciais em nome da "segurança nacional" e restrição de importações necessárias para a transição climática— é "prejudicial para a economia mundial, pois diminui e distorce os benefícios do fluxo internacional de bens e serviços". Um livro corajoso e necessário.

 

Seven Crashes: The Economic Crises That Shaped Globalization

[Sete Crashes: As Crises Econômicas Que Moldaram a Globalização]

por Harold James, Yale, 376 pp., R$ 296 e R$ 157,73 (ebook)

Neste fascinante livro, James, um renomado historiador de economias e políticas econômicas, analisa o impacto de sete crises econômicas na história da globalização: as fomes da década de 1840, a crise financeira de 1873, a Primeira Guerra Mundial e as hiperinflações subsequentes de 1914-23, a Grande Depressão dos anos 1930, a inflação dos anos 1970, a Grande Recessão de 2008 e os lockdowns de 2020-22. Sua conclusão surpreendente é que os choques de oferta promovem a globalização, enquanto os choques de demanda a inibem.

 

Freedom from Fear: An Incomplete History of Liberalism

[Liberdade a partir do Medo: Uma História Incompleta do Liberalismo]

por Alan Kahan, Princeton University Press, 528 pp., R$ 424 e R$ 228,58 (ebook)

As raízes tanto da economia de mercado quanto do estado democrático estão no liberalismo. Neste livro notável, Kahan narra em detalhes persuasivos a história desse conjunto transformador de ideias. Hoje, como frequentemente antes, o liberalismo enfrenta inimigos, essencialmente porque "o projeto liberal de criar uma sociedade onde ninguém precise ter medo assusta aqueles que pensam que algumas pessoas e/ou alguns grupos devem ter medo." Os liberais não podem ceder nisso. Mas, ele sugere, eles devem adicionar um pilar moral/religioso aos seus pilares políticos e econômicos mais tradicionais.

 

Ours Was the Shining Future: The Story of the American Dream

[Nosso Futuro Foi Brilhante: A Ascensão e Queda do Sonho Americano]

por David Leonhardt, Riverrun/Random House, 528 pp., R$ 139,34 e R$ 50,10 (ebook)

Leonhardt demonstra o fracasso do capitalismo americano em gerar prosperidade amplamente compartilhada desde 1980, rotulando isso como a "Grande Estagnação Americana". A história não é apenas econômica. A expectativa de vida, por exemplo, ficou bem abaixo dos níveis de outros países de alta renda, enquanto a expectativa de vida daqueles que não foram para a universidade realmente diminuiu. Leonhardt, um escritor sênior do The New York Times, dá vida a essas realidades. Em parte como resultado das tendências que ele descreve, a democracia americana está em risco. Este é um livro importante.

 

Visions of Inequality: From the French Revolution to the End of the Cold War

[Visões da Desigualdade: Da Revolução Francesa ao Fim da Guerra Fria]

por Branko Milanovic, Belknap Press, 368 pp., R$ 213,42 e R$ 159,92 (ebook)

A desigualdade está de volta, como um tópico político e como foco de estudo. Neste livro fascinante, Milanovic, um dos estudiosos mais influentes do mundo sobre desigualdade, examina o que os principais economistas do passado tinham a dizer sobre essa questão. Ele passa de Quesnay a Kuznets, passando por Smith, Ricardo, Marx e Pareto. No final, ele analisa o trabalho de Thomas Piketty. Hoje, ele argumenta, temos mais teorias, mais dados e um foco mais amplo tanto na desigualdade nacional quanto global. Também temos mais preocupação. O campo está em pleno crescimento.

 

The Capitalist Manifesto: Why the Global Free Market Will Save the World

[O Manifesto Capitalista: Por Que o Livre Mercado Global Salvará o Mundo]

por Johan Norberg, Atlantic, 304 pp., R$ 265 e R$ 53,49 (ebook)

Norberg é talvez o defensor mais eficaz do capitalismo de livre mercado do mundo. Neste livro, ele retorna ao tema de que "liberdade de escolha e competição" são os motores do progresso econômico. Ele está, é claro, correto. Além disso, a evidência também mostra que sociedades mais prósperas são, em geral, mais felizes. No entanto, o que ele diz está longe de ser totalmente verdadeiro. Não apenas as bases sociais e políticas dos mercados livres são difíceis de construir, mas suas consequências sociais e políticas podem ser prejudiciais: o capitalismo é bom; o capitalismo desenfreado não é.

 

My Journeys in Economic Theory

[Minhas Jornadas na Teoria Econômica]

por Edmund Phelps, Columbia University Press, 248 pp., R$ 242,98 e R$ 98,90 (ebook)

Neste adorável livro, Phelps, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, descreve sua jornada de criatividade intelectual. Ele é famoso por sua contribuição, junto com Milton Friedman, para a ideia da "taxa natural" de desemprego. Posteriormente, ele se envolveu em ideias de justiça econômica encabeçadas pelo filósofo John Rawls e, assim, recomendou subsídios salariais. Mais recentemente, ele se concentrou na ideia de que o progresso econômico é o fruto da criatividade dispersa. Sociedades que incentivam isso alcançam um "florescimento em massa"; mas aquelas que não o fazem, não.

 

Making Sense of China’s Economy

[Compreendendo a Economia da China]

por Tao Wang, Routledge, 295 pp., R$ 349,99 e R$ 160,34 (ebook)

Este é um livro indispensável para aqueles que tentam entender a economia chinesa. A autora cresceu na China continental e atualmente é economista-chefe da China no banco de investimentos UBS em Hong Kong. Sua análise é bem informada e penetrante. Ela conclui que a taxa de crescimento anual da China provavelmente ficará entre 4% e 4,5% entre 2021 e 2030, uma queda acentuada em relação aos 8% alcançados de 2010 a 2019. Mas pode até ser tão baixa quanto 3%, à medida que as restrições domésticas e externas interagem. É muito improvável que ultrapasse 5%.

 

Revitalizing the World Trading System

[Revitalizando o Sistema de Comércio Mundial]

por Alan Wolff, Cambridge University Press, 588 pp., R$ 471,38 e R$ 194,59 (ebook)

Wolff, ex-vice-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), escreveu o guia definitivo sobre o passado, presente e possível futuro do sistema multilateral de comércio. Surpreendentemente, dada a crescente hostilidade à OMC e ao comércio em si nos EUA, seu próprio país, e a falta de apoio entusiasmado em outros lugares, especialmente da China e da UE, ele é otimista: "A autarquia não pode ser alcançada... Não pode haver desacoplamento das principais economias, exceto a um custo inaceitavelmente alto." A OMC é o único lugar onde a cooperação internacional necessária pode ser sustentada, porque ela, assim como o comércio em si, é global.

 

Age of the City: Why Our Future Will Be Won or Lost Together

[Era da Cidade: Por que Nosso Futuro Será Ganho ou Perdido Juntos]

por Ian Goldin e Tom Lee-Devlin, Bloomsbury Continuum, 256 pp., R$ 223 e R$ 94 (ebook)

"Em 1800", observam Goldin, de Oxford, e Lee-Devlin, do The Economist, "havia 1 bilhão de seres humanos compartilhando nosso planeta, aproximadamente 70 milhões dos quais habitavam cidades. Hoje, a população global é de 8 bilhões, com mais de 4,5 bilhões de pessoas vivendo em cidades." Isso representa um aumento de 6.300% na população urbana do mundo. Até o final deste século, a população urbana pode ter dobrado novamente. As cidades são, sem dúvida, nossa criação mais extraordinária. Elas são fontes de criatividade deslumbrante. Também são lugares de imensa desigualdade. Este livro fascinante explica os desafios que elas representam e o que precisa ser feito para torná-las melhores para todos os seus habitantes.

 

Techno-Feudalism: What Killed Capitalism

[Tecnofeudalismo: O que Matou o Capitalismo]

por Yanis Varoufakis, Vintage, 287 pp., R$ 260 e R$ 112,19 (ebook)

Varoufakis é uma notável combinação de analista e sonhador. Neste livro, o ex-ministro das Finanças grego afirma que algo novo, que ele chama de "tecnofeudalismo", substituiu a economia capitalista tradicional. Nesta nova economia, os grandes monopólios de tecnologia, proprietários onipresentes da "nuvem", são vistos como senhores feudais, cobrando de todos nós "aluguéis da nuvem" pelo direito de acessar o que eles possuem. Certamente, isso não está completamente errado. Se suas propostas para transformar esse novo sistema em uma utopia moderna fazem sentido é outra questão. Mas, como sempre, Varoufakis faz seus leitores pensarem. Isso é uma conquista importante.

 

Livros organizados, editados e publicados por Paulo Roberto de Almeida (1992-2024)

 Livros editados por Paulo Roberto de Almeida

Organização, publicação

 

Lista compilada em 1/01/2024


 

15) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação (Brasília: 15 maio 2023, 310 p.; em publicação. Relação de trabalhos n. 4397)

14) Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima; Paulo Roberto de Almeida; Rogério de Souza Farias (organizadores); Brasília: Funag, 2017; volume 1, 568 p.; ISBN: 978-85-7631-696-1; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=913; volume 2, 356 p.; ISBN: 978-85-7631-697-8; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=914. Relação de Publicados n. 1271.

13) A Constituição contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394; Amazon)

12) O Homem que pensou o Brasiltrajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0; Amazon.com.br).

11) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (Brasília: Senado Federal, 2016, 504 p.; ISBN: 978-85-7018-696-6; Livraria do Senado Federal).

10) The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (with Ted Goertzel; 2015, 278 p.; ISBN: 978-1-4951-2981-0; Kindle, ASIN: B00NZBPX8A).

09) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2016, 326 p.; edição digital; ISBN: 978-85-0212-208-6; Amazon.com.br).

08) Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos (com Rubens Antônio Barbosa e Francisco Rogido Fins; Brasília: Funag, 2010, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-274-1; Biblioteca Digital da Funag). 

07) Envisioning Brazil: A Guide to Brazilian Studies in the United States, 1945-2000 (with Marshall C. Eakin; Madison: Wisconsin University Press, 2005, 536 p.; ISBN: 0-299-20770-6; Amazon.com).

06) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2005, 328 p.; ISBN: 978-85-02-05385-4; esgotado).

05) O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000 (com Marshall C. Eakin e Rubens Antônio Barbosa; São Paulo: Paz e Terra, 2002; ISBN: 85-219-0441-X; Academia.edu).

04) Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social (com Yves Chaloult; São Paulo: LTr, 1999; Estante Virtual). 

03) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (edição fac-similar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13; 420 p.; esgotado; 2ª edição: 2016).

02) José Manoel Cardoso de Oliveira: Actos Diplomaticos do Brasil: tratados do periodo colonial e varios documentos desde 1492 (edição fac-similar, publicada na coleção “Memória Brasileira” do Senado Federal; Brasília: Senado Federal, 1997; 2 volumes; Volume I: 1493 a 1870; Volume II: 1871 a 1912; Amazon.com.br; forgotten books). 

01) Mercosul: Textos Básicos (Brasília: IPRI-Fundação Alexandre de Gusmão, 1992, Coleção Integração Regional nº 1; Biblioteca Digital da Funag

 

Uma reflexão sobre o mundo real e o mundo acadêmico dos nossos tempos - Paulo Roberto de Almeida

 Uma reflexão sobre o mundo real e o mundo acadêmico dos nossos tempos

Parece que boa parte do mundo acadêmico, geralmente em ciências sociais, não tem consciência de que o mundo em que se vive atualmente foi justamente construido pelo liberalismo capitalista dos últimos séculos, onde este existiu de forma livre.
O socialismo nunca construiu nada de relevante, a não ser opressão e miséria! Basta revisar os registros históricos dos últimos 100 anos para verificar essa realidade: mais povos e nações SAÍRAM do socialismo nas últimas três décadas, do que adotaram soluções e regimes declaradamente socialistas, ou anticapitalistas, inclusive a China e a Índia, os dois melhores exemplos de diminuição de uma miséria ancestral, agravada pelo socialismo que adotaram na segunda metade do século XX.
Muito da produção intelectual nessas áreas é feita de críticas acerbas ao capitalismo e ao liberalismo, e de prescrições para mais estatismo e mais intervencionismo, como se o mundo resultante fosse mais eficiente para se criar riqueza e bem-estar, à margem das liberdades capitalistas já enunciadas por Adam Smith no século XVIII.
Alguma dúvida sobre isso?
A despeito das reiteradas críticas ao capitalismo e ao liberalismo no mundo acadêmico, poucos experimentos efetivos nas últimas décadas se traduziram em movimentos tendentes a implantar regimes anticapitalistas em sua plenitude. Mas boa parte do mundo acadêmico ainda persiste em acreditar que um mundo regulado burocraticamente por instituições estatais seria melhor para a vida de pessoas reais do que a saudável anarquia do sistema capitalista, que sempre foi tendencialmente liberal, a despeito de controles de regulações, inerentemente instáveis e ineficientes.
E por que isso ocorre? A resposta é muito simples. A maior parte dos acadêmicos que pensam assim está apartada do mundo da contabilidade, das tabelas de ganhos e perdas, da lenta acumulação de riquezas vinculada ao esforço constante de controlar ativos e passivos, coisas que estão indissoluvelmente ligadas ao mundo capitalista. São acadêmicos alheios a esse mundo, ou porque são funcionários públicos de universidades ou mesmo quando trabalham em instituições privadas não são ligadas ao departamento de contabilidade, e podem assim dedicar-se a devaneios alheios ao mundo dos recursos que pagam seus salários.
Brasília, 1/01/2024

domingo, 31 de dezembro de 2023

Blog Diplomatizzando: um resistente intelectual, 17 anos de postagens, 10 milhões de acessos - Paulo Roberto de Almeida

Blog Diplomatizzando: um resistente intelectual

Paulo Roberto de Almeida

 Meu blog, na verdade o quilombo de resistência intelectual, já completou 17 anos, acredito que de bons serviços à comunidade acadêmica interessada em relações internacionais, política externa e diplomacia do Brasil, ademais de temas de relações econômicas internacionais, integração, finanças e comércio internacional, sem esquecer livros e cultura em geral.

Abaixo, um simples registro numérico do número de postagens ao longo dos anos, destacando alguns anos especialmente produtivos, nem sempre no Brasil. Antes deste Diplomatizzando, eu tive uma série de outros blogs, sucessivos ou simultâneos (dedicados a temas setoriais), cuja lista também pode ser encontra mais abaixo na coluna da direita (não por isto).

Nesse período, tive quase 11 milhões de "visitas", acessos, visualizações, ou o que seja, com muitos comentários feitos em muitas postagens.

Convido a mais visitas, especialmente estudantes.

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Sobre o atual estado das relações internacionais - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre o atual estado das relações internacionais  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre os impasses atuais no cenário internacional.

  

Vamos primeiro ao terreno das responsabilidades no atual quadro conflito das relações internacionais:

 

A responsabilidade principal pela atual GUERRA FRIA cabe inteiramente aos EUA, ao elegerem, equivocadamente, a China como sua adversária estratégica e ao tentarem, inutilmente, contê-la. O mundo poderia ter evoluído de forma diferente se não fosse a postura arrogante do grande Hegemon, o império americano, independentemente da postura interna da ditadura leninista da China, que preside à maior aventura capitalista dirigida da história.

Quanto à Rússia, trata-se apenas de uma ditadura cleptocrática gangsterista, responsável pela GUERRA ATUAL contra a Ucrânia, o grande fator de rompimento da paz e da segurança internacional, em face da qual a ONU tem sido incapaz de atuar. A Rússia já não tem nenhum poder econômico efetivo no mundo, a não ser o de chantagear outros países com seu poderio atômico e algumas commodities, mas que podem ter alternativas de mercado.

 

Vamos agora ao atual sistema defeituoso da ordem mundial

 

É um fato que o CSNU foi concebido como um esquema de monopólio de poder metternichiano sobre o resto do mundo. Isso já tinha ocorrido em Viena (1815), em Paris (1919) e em Yalta (1945), e ocorreu ainda recentemente, com a visita do Metternich do século XX (Kissinger) a Beijing. Para mudar esse quadro, existem teoricamente duas vias:

1) Uma ruptura catastrófica e imprevisível da atual ordem mundial, o que só depende de eventual loucura de algum dos atuais dirigentes;

2) Um amplo acordo da quase totalidade dos membros da ONU em favor de uma abolição do direito de veto, a única reforma realmente necessária da Carta da ONU, no atual jogo do poder global, seguida da aplicação do dispositivo que regula uma Comissão Militar da ONU, com mandatos atribuídos por um novo CSNU, ampliado, em bases de maioria simples.

As duas “opções” representariam uma espécie de ruptura, mas a primeira seria violenta e possivelmente desastrosa, a segunda mais institucional e necessariamente consensual, mas ambas, de toda forma, se afiguram improváveis.

 

O que é mais provável de ocorrer então?

 

O mais provável é que nenhuma dessas rupturas ocorra, e que o mundo permaneça no atual estado de tensão, com uma nova (sempre presente) corrida armamentista, que pode até ter spill-overs para a indústria civil, mas se daria, como sempre ocorreu, em detrimento dos países em desenvolvimento e do equilíbrio fiscal nos países armamentistas.

Este tem sido o cenário global dos últimos cinco séculos ou mais, ou seja, desde que o mundo se tornou global, com a ascensão e o declínio de impérios e de Estados nacionais, alguns mais poderosos do que outros, e dispostos a aumentar seu poder relativo no concerto conjuntural das relações internacionais.

 

Estamos numa espécie de Westfália da era atômica. Esta talvez seja a única garantia da não ocorrência de um novo confronto global, mas as proxy wars continuarão...

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4440, 10 julho 2023, 2 p.; revisão: 31/12/2023.


 

Lista parcial n. 28: trabalhos publicados por Paulo Roberto de Almeida em 2023

 Trabalhos publicados de Paulo Roberto de Almeida, 28 

2023: Do n. 1.489 ao n. 1.539

  

Pau1o Roberto de Almeida

Atualizada em 31 de dezembro de 2023

Publicação parcial provisória

  

Número de trabalhos publicados: 50 (ou aproximadamente 4 por mês)

 

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1489. “O esmagamento da direita civilizada e a ascensão desinibida da extrema direita”, revista Insight Inteligência (ano. xxv, n. 99, janeiro de 2023, p. 34-48; ISSN: 1517-6940; disponível no link: https://inteligencia.insightnet.com.br/o-esmagamento-da-direita-civilizada-e-a-ascensao-desinibida-da-extrema-direita/); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/104637827/A_caixa_de_Pandora_da_pol%C3%ADtica_brasileira_ocorreu_um_esmagamento_da_direita_tradicional_e_uma_ascens%C3%A3o_da_extrema_direita_2023_). Relação de Originais n. 4265. 

 

1490. “De repente, o mundo descobre um brasileiro pouco cordial”, revista Crusoé (9/01/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/diario/de-repente-o-mundo-descobre-um-brasileiro-pouco-cordial/); reproduzido no blog Diplomatizzando (9/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/de-repente-o-mundo-descobre-um.html). Relação de Originais n. 4300.

 

(...)


 

1537. “O Brasil em 2023: avanços e retrocessos”, Brasília, 5 dezembro 2023, 3 p. Artigo de síntese conjuntural, para o Livres e a revista Crusoé. Revisto em 17/12/2023. Encaminhado a Duda Teixeira. Publicado em 22/12/2023 (link: https://crusoe.com.br/edicoes/295/o-brasil-em-2023-avancos-e-retrocessos/); divulgado parcialmente no blog Diplomatizzando (23/12/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/o-brasil-em-2023-avancos-e-retrocessos.html). Relação de Originais n. 4523.

 

1538. O Brasil no contexto regional e mundial: artigos sobre nossa dimensão internacional (Brasília: Diplomatizzando, 2023, 167 p.; ISBN: 978-65-00-89870-5; ASIN: B0CR1Z682R). Livro organizado a partir de artigos preparados e publicados na revista Crusoé. Disponível na Amazon.com.br (link: https://www.amazon.com.br/dp/B0CR1Z682R/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=2525JS64IRCBA&keywords=O+Brasil+no+contexto+regional+e+mundial&qid=1703782535&s=books&sprefix=o+brasil+no+contexto+regional+e+mundial%2Cstripbooks%2C228&sr=1-1); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/novo-livro-publicado-paulo-roberto-de.html). Relação de Originais n. 4533.

 

1539. “Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (1ª ed.; Brasília: Edição do autor, 2019, 200 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; 2ª edição do livro, incorporando Apresentação, “Continuando a estudar o fenômeno do marxismo”, em 28/12/2023. Publicado no formato Kindle (ASIN: B0CR31C5YG), na Amazon.com.br (link: https://www.amazon.com/dp/B0CR31C5YG/ref=sr_1_1?crid=19G43NWZ4AOCD&keywords=Paulo+Roberto+de+Almeida%2C+Marxismo+e+socialismo&qid=1703776816&s=books&sprefix=paulo+roberto+de+almeida%2C+marxismo+e+socialismo%2Cstripbooks-intl-ship%2C217&sr=1-1); divulgado no Diplomatizzando (28/12/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/novo-livro-em-publicacao-o-brasil-no.html). Relação de Originais n. 4535.

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 31 dezembro 2023, 9 p.

Divulgação parcial provisória.


Lista completa disponível na plataforma Academia.edu: 


https://www.academia.edu/112688782/4540_Trabalhos_Publicados_n_28_Jan_Dez_2023

Relação parcial dos trabalhos relativos a 2023 - Paulo Roberto de Almeida

 RELAÇÃO DE TRABALHOS, 37

Paulo Roberto de Almeida

(Brasília, 2023: do nº 4.297 ao nº 4.539)


Google Scholar: http://scholar.google.com/citations?hl=en&user=OhRky2MAAAAJ

 

Trabalhos do Ano de 2023 (janeiro-dezembro 2023)

Nºs 4.297 a 4.539 (242 trabalhos, ou 20 por mês, 5 por semana)


Atualizada em 31 de dezembro de 2023

 


4297. “Meus melhores votos de sucesso em 2023 vão para...”, São Paulo, 1 janeiro 2023, 3 p. Saudando o terceiro mandato, com diversos alertas e sugestões de políticas. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/meus-melhores-votos-de-sucesso-em-2023.html) e novamente em 26/12/2023 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/o-que-eu-tramava-para-lula-ao-inicio-de.html).

 

4298. “Trabalhos publicados de Paulo Roberto de Almeida, 27 (2022)”, São Paulo, 1/01/2022, 11 p. Lista dos trabalhos publicados em 2022 (55, ou um por semana). Postado no blog Diplomatizzando (1/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/trabalhos-publicados-em-2022-por-paulo.html).


(...)

 

4538. “Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados”, Brasília, 31 dezembro 2023, 6 p. Organização cronológica. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/relacao-de-livros-de-paulo-roberto-de.html); disponível em Academia.edu (link: ).

 

4539. “Relação de trabalhos 37, de janeiro a dezembro de 2023”, Brasília, 31 dezembro 2023, 35 p. Fechamento da lista anual, trabalhos de 4297 a 4539 (ou seja, 242 trabalhos, de dimensões diversas, notas, artigos, ensaios e livros, com algumas milhares de páginas no total). 

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com; pralmeida@me.com); disponível provisoriamente na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/112649808/4539_Rela%C3%A7%C3%A3o_de_trabalhos_originais_de_2023 ).