sábado, 1 de março de 2025

Colecao PRA na Biblioteca do Itamaraty: continuidade das doacoes em 2025 - Paulo Roberto de Almeida

4860) Colecao Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca do Itamaraty: continuidade das doacoes em 2025


6 Pages, 2025, 


Coleção Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca do Itamaraty


Coleção Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca do Itamaraty: continuidade das doações em 2025 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor. 


Relação parcial dos livros doados no início de 2025, para integrar a coleção PRA na Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, do Itamaraty: Sociologia; História; América Latina, Brasil; Economia internacional, tecnologia, finanças. 


Sociologia: 

Weber, Max. Ensaios de Sociologia. Organização e introdução de H. H. GErth e C. Wright Mills; trad. Waltensir Dutra; revisão Fernando Henrique Cardos. 4ª ed/. Rio de Janeiro: Zaahar, 1979.

Weber, Max. Il Lavoro Intelletuale come Professione. Due Saggi. Turim: Einaudi, 1980. 

Weber, Max. Parlamento e Governo. Per la critica politica della burocrazia e del sistema dei partiti. Bari: Laterza, 1982. 

Weber, Max. Sulla Russia, 1905-6/1917. Apres. Pier Paolo Giglioli. Bolona: Il Mulino, 1981.

Weber, Max. Economia e Società, I: Teoria delle categorie sociologiche. Introd. Pietro Rossi. Milão: Edizione di Comunità, 1980. 

Weber, Max. Economia e Società, II: Economia e tipi di comunità. Introd. Pietro Rossi. Milão: Edizione di Comunità, 1980. 

Weber, Max. Economia e Società, III: Sociologia del Diritto. Introd. Pietro Rossi. Milão: Edizione di Comunità, 1980. 

Weber, Max. Economia e Società, IV: Sociologia Politica. Introd. Pietro Rossi. Milão: Edizione di Comunità, 1980. 

Weber, Max. Economia e Società, V: I fondamenti razionale e sociologia della musica. Introd. Pietro Rossi. Milão: Edizione di Comunità, 1980. 


Rossi, Pietro (coord.). Max Weber e l’Analisi del Mondo Moderno. Turim: Einaudi, 1981. 

Amaral Lapa, José Roberto do. Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980. 

Mariategui, J. C. 7 essais d’interprétation de la réalité péruvienne. Paris: François Maspero, 1968. Birnbaum, Pierre. Les somments de l’État: Essai sur l’élite du pouvoir em France. Paris: Seuil, 1977. 

Canfora, Luciano. Analogia e Storia: l’uso politico dei paradigmi storici. Milão: Il Saggiatore, 1982. 

Molnar, Thomas. La Contre-Révoltion. Trad. Olivier Postal-Vinay. Paris: La Table Ronde, 1982. 

Mello e Souza, Nelson. Dialética do Irracionalismo: Pareto e seu confronto com Marx. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1985. 

Macchiochi, Maria-Antonietta. A Favor de Gramsci. Trad. Sngelina Peralva. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. 

Gamble, Andrew. Na Introduction to Modern Social and Political Thought. Londres: Macmillan, 1981. 

Neumann, Franz. Lo stato democratico e lo stato autoritário. Bolonha: Il Mulino, 1973. 

Oliva, Alberto. Ciência e Ideologia: Florestan Fernandes e a Formação das Ciências Sociais no Brasil. Poro Alegre: EdiPUCRS, 1997. 

(...)


Íntegra da relação (6 p.) no seguinte link: 

https://www.academia.edu/127953067/4860_Colecao_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_Biblioteca_do_Itamaraty_continuidade_das_doacoes_em_2025


Das sombras, emerge um mundo mais claro, mas talvez ainda tenebroso - Paulo Roberto de Almeida

Das sombras, emerge um mundo mais claro, mas talvez ainda tenebroso

Paulo Roberto de Almeida

Certos eventos momentosos podem ter o mérito de colocar as coisas no lugar.

A realidade do momento parece ser esta: a Europa comunitária e algumas poucas nações democráticas associadas, entre elas a Noruega e o Canadá, se descobrem terrivelmente solitárias em face de um novo mundo subitamente revelado: líderes autoritários pretendem estabelecer uma nova ordem global, na qual não mais prevaleceriam os princípios duramente estabelecidos ao cabo da Segunda Guerra Mundial e as regras multilateralmente acordadas do Direito Internacional. Seria um mundo no qual a vontade dos mais poderosos se imporia sobre todos os demais Estados. Ou seja, uma ordem imperial, ainda que não uniforme, sequer unificada.

A maioria dos demais Estados da comunidade internacional assiste, entre indiferentes e preocupados, ao desenrolar de iniciativas e declarações que revelam um contexto altamente incerto no tocante à paz e à segurança internacionais.

Não haverá um novo e devastador conflito global, mas as turbulências são inevitáveis, quando interesses nacionais mesquinhos e meras paixões contingentes se sobrepõem ao necessário diálogo diplomático.

Os Estados nacionais, em maior número, mas dispondo de menor poder do que as grandes potências imperiais, vão precisar decidir quais posturas devem ou podem assumir, em face das incertezas, ou mesmo caos, que apontam no novo horizonte, que parece ser de grande confusão mental no poder ainda hegemônico e de algumas convicções nos dois poderes revisionistas do outro lado. Entre esses Estados nacionais figura o Brasil, cuja postura poderá pender entre a modéstia de suas limitadas capacidades intrínsecas e as habilidades de sua diplomacia tida por competente; entre ambas está o poder político legitimamente eleito, mas hesitante entre valores imanentes e interesses do momento.

Tenho fundadas dúvidas sobre as opções a serem adotadas.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 4862, 1/03/2025

O Brasil numa nova encruzilhada da História - Paulo Roberto de Almeida

 Esclarecendo as coisas:

Vamos ser simples agora. Temos três imperadores autocráticos pretendendo comandar um mundo ainda em formação, em face de um pequeno número de nações democráticas e de uma larga maioria de Estados aparentemente indiferentes ao Direito Internacional. 

Uma pergunta ainda mais simples: qual a postura do atual governo brasileiro?

Paulo Roberto de Almeida 


The world has suddenly changed: for the worse: but now things are more clear (The Guardian)

The world has suddenly changed: for the worse: but now things are more clear

From The Guardian

Trump and Vance tried to beat up a war hero on live TV and ended up looking like the shittiest little bullies on earth while also losing their coveted minerals deal with Zelensky. Even filtered through print, it was grotesque and degrading to witness. Shameful for this country. And it made Russia very happy. 

I admire Zelensky immensely--he has stood strong, rallying his country, facing a powerful invading army that greatly outnumbers Ukraine's own, facing threats to his personals safety and calls to surrender, living amid bombs and carnage, building global support as best he can. And using his background as an actor to until now tolerate the crap that comes at him from Putin's #1 puppet. 

Trump and Vance weren't even just trying to extort him; they were demanding personal submission, which is a reminder that everything they do is first of all about their sad sleazy insatiable egos; and they were both demanding answers and interrupting and talking over him when he answered. They are not building power but spending it as though it is inexhaustible, and they will spend it down to nothing. 

[For the record, Zelensky has thanked the US and Biden many times, when the US was actually Ukraine's ally. Vance was demanding gratitude while taking away any reason for it.]

The absymal behavior has further rallied Europe behind Ukraine with powerful statements by Macron, Poland's Donald Tusk, and: 

The Guardian: European leaders rally behind Ukraine's Zelenskyy after Trump spat

The Norwegian prime minister Jonas Gahr Støre is the latest European leader to offer his support for Zelenskyy and Ukraine as he says this:

We stand by Ukraine in their fair struggle for a just and lasting peace.

The Swedish prime minister Ulf Kristersson said:

Sweden stands with Ukraine. You are not only fighting for your freedom but also for all of Europe’s. Slava Ukraini!

The Lithuanian president Gitanas Nausėda has also joined in:

Ukraine, you’ll never walk alone.

… and the Irish foreign minister Simon Harris:

Ukraine is not to blame for this war brought about by Russia’s illegal invasion. We stand with Ukraine.

Their comments come after earlier expression of support from Poland’s Tusk, Spain’s Sanchez, and France’s Macron.

Spanish prime minister Pedro Sánchez has joined the list of European leaders offering their support and solidarity to Ukraine after the clash between Trump, Vance and Zelenskyy.

He has just posted a social media update saying:

Ucrania, España está contigo.

Ukraine, Spain stands with you.

Україно, Іспанія з тобою.

Trump ataca Zelensky: o mundo democrático fica com Zelensky

 Transcrevendo a partir de Olympio Pinheiro:

(Apenas uma pergunta inicial: onde está o Brasil? Ou melhor: com quem está o governo Lula? PRA)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS: TRUMP, "CACHORRINHO DE ESTIMAÇÃO DE PUTIN", ATACA ZELENSKY

Democratas incendeiam Donald Trump após sua discussão de cair o queixo e vergonhosa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em uma reunião no Salão Oval que entrará para os livros de história.

Este é o ponto mais baixo de todos os tempos para os Estados Unidos da América...

"Trump e Vance estão agindo como cachorrinhos de estimação de Putin, latindo alto e de forma desagradável para Zelenskyy. Os republicanos não podem ficar em silêncio sobre isso — isso é vergonhoso", escreveu o congressista Herb Conaway no X.

"Absoluta admiração pelo presidente Zelenskyy. O cara tem coragem. Ele foi ao Salão Oval e enfrentou os melhores negociadores da Rússia", escreveu o congressista Eric Swalwell.

E Trump e Vance realmente pareceram lacaios de Vladimir Putin durante a reunião contenciosa.

Embora tenha começado cordialmente, as coisas rapidamente se deterioraram quando a dupla MAGA se uniu contra Zelensky para bajular sua base pró-Rússia.

 "Estou falando sobre o tipo de diplomacia que vai acabar com a destruição do seu país. Acho desrespeitoso você vir ao Salão Oval para tentar litigar isso na frente da mídia americana", repreendeu Vance.

Quando Zelensky afirmou que os Estados Unidos ainda não sentiram o impacto total da guerra na Ucrânia devido aos oceanos que os separam do resto do mundo, Trump perdeu a cabeça —

"Não nos diga o que vamos sentir porque você não está em posição... de ditar o que vamos sentir", Trump se enfureceu. "Vamos nos sentir muito bem e muito fortes. Você está agora, não em uma posição muito boa."

"Você não tem as cartas agora.  Com a gente, você começa a ter cartas", continuou Trump. "Você está apostando com a vida de milhões de pessoas, está apostando com a Terceira Guerra Mundial... e o que está fazendo é muito desrespeitoso com o país, este país, que o apoiou muito mais do que muitas pessoas disseram que deveriam."

Vance deu um sermão em Zelenskyy por supostamente não ter dito "obrigado uma vez" a Trump durante a reunião.

Exibindo uma graça sobre-humana diante dos dois americanos-crianças, Zelensky respondeu: "Por favor, você acha que se falar muito alto sobre a guerra..."

"Ele não está falando alto, seu país está em apuros", retrucou Trump. "Você não vai ganhar isso. Você não vai ganhar isso. Você tem uma boa chance de sair bem por nossa causa."

"Se você não tivesse nosso equipamento militar, esta guerra teria acabado em duas semanas", disse Trump em outro ponto de seu discurso. "Vai ser muito difícil fazer negócios assim."

 "Apenas diga obrigado. Sabemos que você está errado", acrescentou Vance. O tempo todo ele não fez nada além de condescender com o líder ucraniano e bajular Trump.

"O problema é que eu o capacitei para ser um cara durão", disse Trump no final da reunião. "E não acho que você seria um cara durão sem os Estados Unidos."

"Seu povo é muito corajoso, mas ou você faz um acordo ou estamos fora", ele continuou. "E se estivermos fora, você lutará — não acho que será bonito — mas você lutará. Mas você não tem as cartas, mas assim que assinarmos o acordo, você estará em uma posição muito melhor."

"Mas você não está agindo de forma agradecida e isso não é uma coisa legal. Vou ser honesto, isso não é uma coisa legal. Tudo bem, acho que já vimos o suficiente, o que você acha?" ele concluiu.

 A coletiva de imprensa conjunta que estava marcada para depois foi cancelada e Zelensky deixou a Casa Branca sem assinar o acordo de minerais que ele estava lá para assinar.

Após a reunião horrível, Trump correu para a Truth Social para atacar Zelensky ainda mais—

"Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Muito foi aprendido que nunca poderia ser compreendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", ele escreveu. 

"É incrível o que sai através da emoção, e eu determinei que o presidente Zelenskyy não está pronto para a paz se a América estiver envolvida, porque ele sente que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Eu não quero vantagem, eu quero PAZ", ele continuou. 

"Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu querido Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz", acrescentou Trump, que tem se aliado cada vez mais à Rússia contra a Ucrânia nas últimas semanas.

Esta é uma catástrofe total para os Estados Unidos da América. Trump traiu um aliado que tem lutado bravamente contra uma invasão brutal por anos. 

 Os ucranianos sangraram e morreram para se defender de Putin e agora Trump não está apenas apunhalando-os pelas costas, ele está tentando humilhar seu presidente no cenário mundial.

É um dia triste para ser americano.

Por favor, curta e compartilhe!

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BREAKING: Democrats torch Donald Trump after his jaw-dropping and disgraceful shouting match with Ukrainian President Volodymyr Zelensky in an Oval Office meeting that will go down in the history books.

This is an all-time low for the United States of America...

"Trump and Vance are acting like Putin’s lapdogs, loudly and obnoxiously barking nonsense at Zelenskyy. Republicans can’t remain silent on this—this is shameful," Congressman Herb Conaway wrote on X.

"Absolute admiration for President Zelenskyy. The guy has balls. He went into the Oval Office and stood up to Russia’s best negotiators," wrote Congressman Eric Swalwell.

And Trump and Vance did come across as minions of Vladimir Putin during the contentious meeting. 

While it started off cordially enough, things rapidly deteriorated as the MAGA duo ganged up on Zelensky to pander to their pro-Russian base.

"I’m talking about the kind of diplomacy that’s going to end the destruction of your country. I think it’s disrespectful for you to come to the Oval Office to try to litigate this in front of the American media," chided Vance.

When Zelensky stated that the United States has not yet felt the full impact of the war in Ukraine due to the oceans separating it from the rest of the world, Trump lost his mind.

"Don’t tell us what we’re going to feel because you’re in no position … to dictate what we’re going to feel,” Trump raged. "We’re going to feel very good and very strong. You’re right now, not in a very good position."

"You don’t have the cards right now. With us, you start having cards," Trump continued. "You’re gambling with the lives of millions of people, you’re gambling with World War III… and what you’re doing is very disrespectful to the country, this country, that’s backed you far more than a lot of people said they should have."

Vance lectured Zelenskyy for supposedly not saying "thank you once" to Trump during the meeting.

Displaying superhuman grace in the face of the two man-child Americans, Zelensky replied: "Please, you think that if you will speak very loudly about the war…"

"He’s not speaking loudly, your country’s in big trouble," snapped Trump. "You’re not winning this. You’re not winning this. You have a damn good chance of coming out okay because of us."

"If you didn’t have our military equipment, this war would have been over in two weeks," Trump said at another point in his tirade. "It’s going to be a very hard thing to do business like this.”

"Just say thank you. We know you’re wrong," Vance added. The entire time he did nothing but condescend to the Ukrainian leader and suck up to Trump.

"The problem is I've empowered you to be a tough guy," said Trump towards the end of the meeting. "And I don't think you'd be a tough guy without the United States."

"Your people are very brave but, you're either going to make a deal or we're out," he went on. "And if we're out, you'll fight it out — I don't think it's going to be pretty — but you'll fight it out. But you don't have the cards but once we sign that deal, you're in a much better position."

"But you're not acting at all thankful and that's not a nice thing. I'll be honest, that's not a nice thing. All right, I think we've seen enough, what do you think?" he concluded.

The joint press conference that was scheduled for after was cancelled and Zelensky left the White House without inking the minerals deal that he was there to sign.

After the horrifying meeting, Trump ran to Truth Social to attack Zelensky even more—

"We had a very meaningful meeting in the White House today. Much was learned that could never be understood without conversation under such fire and pressure," he wrote. 

"It’s amazing what comes out through emotion, and I have determined that President Zelenskyy is not ready for Peace if America is involved, because he feels our involvement gives him a big advantage in negotiations. I don’t want advantage, I want PEACE," he continued. 

"He disrespected the United States of America in its cherished Oval Office. He can come back when he is ready for Peace," added Trump, who has been increasingly siding with Russia against Ukraine in recent weeks.

This is an utter catastrophe for the United States of America. Trump has betrayed an ally who has been bravely fighting off a brutal invasion for years. 

Ukrainians have bled and died to fend off Putin and now Trump is not only stabbing them in the back, he's trying to humiliate their president on the world stage.

It's a sad day to be an American.

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A new Trump world, a Mafia world - The Economist

 A new world has begun, and it is not a nice world. PRA

Donald Trump iniciou uma luta mafiosa pelo poder global, mas as novas regras não se adequam aos Estados Unidos.

The Economist

A ruptura da ordem pós-1945 está se acelerando. Em cenas extraordinárias na ONU nesta semana, os Estados Unidos se alinharam à Rússia e à Coreia do Norte contra a Ucrânia e a Europa. O provável novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, alerta que, até junho, a OTAN pode estar morta. Aproxima-se rapidamente um mundo regido pela força, no qual as grandes potências fecham acordos e intimidam as menores. A equipe de Trump alega que suas negociações trarão paz e que, após 80 anos sendo enganados, os Estados Unidos transformarão seu status de superpotência em lucro. No entanto, isso tornará o mundo mais perigoso e os próprios Estados Unidos mais fracos e pobres.  

Você pode não estar interessado na ordem mundial, mas ela está interessada em você. A abordagem ao estilo Don Corleone dos Estados Unidos ficou evidente na Ucrânia. Inicialmente, os americanos exigiram US$ 500 bilhões, mas acabaram aceitando um acordo nebuloso para um fundo estatal conjunto destinado ao desenvolvimento de minerais ucranianos. Não está claro se os Estados Unidos oferecerão garantias de segurança em troca.  

A administração Trump é um turbilhão de ideias e egos, mas há um consenso entre seus integrantes: sob a estrutura de regras e alianças pós-1945, os americanos foram prejudicados por um comércio injusto e pagaram por guerras estrangeiras. Trump acredita que pode perseguir o interesse nacional de forma mais eficaz por meio de transações agressivas. Tudo está em jogo: território, tecnologia, minerais e muito mais. "Minha vida inteira são negócios", afirmou ele em 24 de fevereiro, após conversas sobre a Ucrânia com Emmanuel Macron, presidente da França. Os aliados de Trump com experiência empresarial, como Steve Witkoff, estão viajando entre capitais para explorar acordos que ligam diferentes objetivos — desde fazer a Arábia Saudita reconhecer Israel até reabilitar o Kremlin.  

Esse novo sistema estabelece uma nova hierarquia. A América é a número um. Em seguida, vêm os países com recursos para vender, ameaças a fazer e líderes sem restrições democráticas. Vladimir Putin busca restaurar a Rússia como uma grande potência imperial. Mohammed bin Salman quer modernizar o Oriente Médio e conter o Irã. Xi Jinping, um comunista convicto e nacionalista, deseja moldar um mundo adequado a uma China forte. No terceiro nível estão os aliados da América, cuja dependência e lealdade são vistas como fraquezas a serem exploradas.  

O território está em negociação, desafiando as regras pós-1945. A fronteira da Ucrânia pode ser redefinida com um aperto de mão entre Trump e Putin. As fronteiras de Israel, Líbano e Síria foram borradas por 17 meses de guerra. Algumas potências externas permanecem indiferentes. No entanto, Trump está de olho em Gaza, assim como na Groenlândia. Em possíveis negociações sino-americanas, Xi poderia oferecer concessões territoriais, como limitar exportações em troca de vantagens em Taiwan, no Mar da China Meridional ou no Himalaia.  

A barganha econômica vai muito além das tarifas e envolve uma fusão entre poder estatal e negócios. Isso marca um retrocesso na ideia de que o comércio deve ser regido por regras neutras. As negociações bilaterais entre os Estados Unidos e Rússia, Arábia Saudita, executivos taiwaneses e Ucrânia abrangem produção de petróleo, contratos de construção, sanções, fábricas da Intel, o uso do serviço de satélite Starlink de Elon Musk e até um torneio de golfe no deserto.  

Os novos negociadores afirmam que essa abordagem beneficiará o mundo. Trump argumenta que ela também será vantajosa para os Estados Unidos. Eles estão corretos? Tanto Trump quanto os líderes do Sul Global têm razão ao afirmar que a ordem pós-1945 se deteriorou. Quando a diplomacia tradicional falha, ideias não convencionais podem funcionar — basta lembrar dos Acordos de Abraão entre Israel e alguns estados árabes.  

No entanto, há uma grande diferença entre isso e usar a negociação como princípio organizador da política global. A complexidade é esmagadora: a Arábia Saudita quer um pacto de defesa contra o Irã, que os Estados Unidos poderiam conceder caso Riad reconheça Israel. Mas isso exigiria que Israel e os palestinos aceitassem uma solução de dois Estados — algo que Trump rejeitou em seu plano para a paz em Gaza. A Rússia deseja que as sanções ao petróleo sejam suspensas, mas isso poderia reduzir a receita da Arábia Saudita e aumentar os custos para a Índia. E assim por diante. Enquanto isso, quando fronteiras se tornam negociáveis, as guerras seguem. Até mesmo potências como a Índia podem se sentir inseguras. Como Trump encara o poder de forma pessoal, em vez de vê-lo ancorado nas instituições americanas, ele pode ter dificuldades para convencer seus pares de que seus acordos terão longevidade — uma das razões pelas quais ele não é um Henry Kissinger.  

O mundo, portanto, sofrerá. O que Trump não percebe é que a América também sofrerá. Seu papel global impôs um fardo militar e uma abertura comercial que prejudicou algumas indústrias americanas. No entanto, os ganhos foram muito maiores. O comércio beneficia consumidores e indústrias importadoras. Ser o coração do sistema financeiro baseado no dólar economiza aos Estados Unidos mais de US$ 100 bilhões anuais em juros e permite ao país manter um alto déficit fiscal. Os negócios estrangeiros de empresas americanas valem US$ 16 trilhões. Essas empresas prosperam no exterior porque operam sob regras globais razoavelmente previsíveis e imparciais, em vez de dependerem de corrupção e favores transitórios — um ambiente que favorece muito mais as empresas chinesas e russas.  

Trump acredita que os Estados Unidos podem abandonar parcial ou totalmente a Europa e talvez seus aliados asiáticos também. Ele argumenta que o país tem um "belo oceano como separação". No entanto, as guerras hoje envolvem espaço e ciberespaço, tornando a distância física uma barreira ainda menos eficaz do que em 1941, quando o ataque japonês a Pearl Harbor pôs fim ao isolacionismo americano. Além disso, quando os Estados Unidos querem projetar poder militar ou defender seu território, dependem da colaboração de aliados — desde a base aérea de Ramstein, na Alemanha, até a estação de sinais de Pine Gap, na Austrália, e o rastreamento de mísseis no Ártico canadense. No mundo de Trump, os americanos podem perder esse acesso privilegiado.  

Os defensores dessa nova diplomacia assumem que os Estados Unidos podem obter o que desejam apenas pela barganha. No entanto, à medida que Trump explora relações de dependência construídas ao longo de décadas, a influência americana pode cair rapidamente. Sentindo-se traídos, os aliados na Europa e além podem buscar segurança em novas alianças. Se o caos se espalhar, os Estados Unidos enfrentarão novas ameaças enquanto dispõem de menos ferramentas para lidar com elas — imagine uma corrida armamentista nuclear na Ásia em um sistema com alianças americanas fragilizadas e um controle de armas mais fraco ou inexistente.  

Em tempos perigosos, amigos, credibilidade e regras valem mais do que dinheiro fácil. O Congresso, os mercados financeiros ou os eleitores ainda podem persuadir Trump a recuar. Mas o mundo já começou a se preparar para uma era sem lei.

Tradução da matéria do The Economist "Donald Trump has begun a mafia-like struggle for global power: But the new rules do not suit America" | 27/02/2025

Ukraine is not alone: the whole democratic world supports Ukraine - Ed Krassenstein; Where is Brazil? -Paulo Roberto de Almeida

Ukraine is not alone: the whole democratic world supports Ukraine; where is Brazil?

Thanks to Flavio Perry for transcribing this:

BREAKING: TRUMP STANDS ALONE: 

After Trump and Vance's disgraceful Oval Office ambush of President Zelensky, major world players just came out to DEFEND Ukraine and Zelensky:

- Polish Prime Minister Donald Tusk: “Dear Zelensky, dear Ukrainian friends, you are not alone.”

- President of Lithuania Gitanas Nausea: “Ukraine, you’ll never walk alone.”

- Denmark Prime Minister Mette Frederiksen: “Dear Zelensky, Denmark proudly stands with Ukraine and the Ukrainian people.”

- French President Emmanual Macron: “There is an aggressor: Russia. There is a people being aggressed: Ukraine. We were all right to help Ukraine and sanction Russia three years ago and to continue doing so. We, that’s the Americans, the Europeans, Canadians, Japanese, and many others... Because they are fighting for their dignity, their independence, for their children, and for the security of Europe.”

- President of Moldova Maia Sandu: “The truth is simple. Russia invaded Ukraine. Russia is the aggressor. Ukraine defends its freedom—and ours. We stand with Ukraine.”

- Swedish Prime Minister Ulf Kristersson: “Sweden stands with Ukraine. You are not only fighting for your freedom but also for all of Europe’s. Slava Ukraini! ”

- Incoming German Chancellor Friedrich Mer: “Dear Zelenskyy, we stand with Ukraine in good and in testing times. We must never confuse aggressor and victim in this terrible war. 

- Crotia’s Prime Minister Andrej Plenković: “Croatia knows from its own experience that only a just peace can last. The Croatian Government stands firm in its belief that Ukraine needs such a peace - a peace that means sovereignty, territorial integrity, and a secure Europe.”

- Finland’s Prime Minister Petteri Orpo: “Finland and the Finnish people stand firmly with Ukraine. We will continue our unwavering support and work towards a just and lasting peace.”

- Estonian Prime Minister Kristen Michal: “We stand united with Zelenskyy and Ukraine in our fight for freedom. Always. Because it is right, not easy.”

- Ireland’s Deputy Prime Minister Simon Harris: “Ukraine is not to blame for this war brought about by Russia’s illegal invasion. We stand with Ukraine.“

- Latvia’s President Edgars Rinkevics: “Ukraine is a victim of the Russian aggression. It fights the war with the help from many friends and partners. We need to spare no effort for just and lasting peace. Latvia stands with Ukraine”

- Prime Minister of the Netherlands Dick Schoof: ”The Netherlands supports Ukraine as firmly as ever. Now more than ever. We want a lasting peace and an end to the war of aggression started by Russia. For Ukraine and its people, and for Europe.”

- Prime Minister of Luxembourg Luc Friedsen: “Luxembourg stands with Ukraine. You are fighting for your freedom and a rules based international order. ”

The West stands with the heroic Zelensky. Trump sides with the evil Putin. What has America become?

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- Ed Krassenstein on X”

PRA asks: Where is Brazil?


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Do que Putin tem medo? Da democracia, da UE, das liberdades - Kaja Kallas, Paulo Roberto de Almeida

 “"NATO is not the thing that Russia is afraid of. Russia is afraid of democracy expanding to Russia. Why are we in NATO? It is because we are afraid of Russia. And the only thing that really works – the only security guarantee that works – is NATO's umbrella..."

— Kaja Kallas 

Vice-President of the European Commission”


PRA: Apenas uma pequena correção: não é exatamente a Rússia que tem medo da democracia. A Rússia teve alguns pequenos experimentos com uma democracia de fachada após a revolução de fevereiro de 1917 e nos anos 1990. Quem tem medo da democracia é o atual tirano de Moscou, Putin, assim como, no passado, Lènin, Trotsky, Stalin e os burocratas do PCUS na sequência.

Impérios: longevidade e preeminência (ou hegemonia) - Paulo Roberto de Almeida

Impérios: longevidade e preeminência (ou hegemonia)

Paulo Roberto de Almeida

        Nunca houve nenhum império universal, apenas impérios regionais, embora alguns tenham tido longa dominação sobre territórios mais amplos do que o seu núcleo étnico e cultural original. Pensemos por exemplo no império chinês, mais de duas dúzias de dinastias ao longo de mais de 2.500 anos. Ou no Império Romano, mais 600 anos, entre República consular e Império monocrático. O Império Otomano também durou mais de 600 anos e quase conquista a Europa, a partir dos Balcãs: foram contidos em Lepanto, no Mediterrâneo, e às portas de Viena, assim como os árabes, bem antes, foram contidos nos Pirineus, mas contiveram os reinos cristãos da Europa no Oriente Médio (mais precisamente em Jerusalém, ou Palestina).

        Dinastias europeias, monarquias ou repúblicas, tiveram alguma projeção imperial em momentos diversos da história moderna e contemporânea, sobre partes do próprio continente e, separadamente, sobre imensas porções do mundo durante cinco séculos a partir das grandes navegações e “descobertas” marítimas: colonialismo e imperialismo foram as formas predominantes dos impérios europeus até o inicio do século XX: portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, britânicos dividiram grandes porções do mundo, ao lado dos impérios territoriais russo e chinês, mas estes dois foram suplantados economicamente, tecnologicamente e militarmente pelos imperialismos da Europa ocidental, e até pelo “último chegado” fora do Ocidente, o império japonês.

O império americano teve uma ascensão fulgurante na passagem do século XX, mas tem no máximo cento e poucos anos, ao lado de dois outros impérios mais longevos, o russo e o chinês, com diversas mudanças estruturais em cada um deles, não tanto territoriais, mas em tipos de governança. No século XX, ambos assumiram o formato de um totalitarismo leninista, mas isso teve e tem nuances institucionais. Digamos que são despotismos burocráticos, por vezes ditaduras personalistas (Stalin, Mao, agora Putin e Xi).

        O império americano, relativamente democrático para dentro, se impôs sobre todos eles, inclusive sobre o “meio império” da Europa Ocidental (UE), e ainda permanece hegemônico dados seu potencial econômico, dominação tecnológica e cultural nos últimos 80 anos (coincidindo com o sistema multilateral contemporâneo, por ele mesmo criado e mantido de forma razoavelmente livre e aberta).

Isso agora parece estar mudando, por dois fatores não especialmente conjugados: a ascensão aparentemente irresistível do império chinês e o declínio da hegemonia americana, não necessariamente desafiada a partir de fora, mas produzida internamente. Por erros políticos grotescos dos EUA, os dois outros impérios subsistentes, o russo (predominantemente militar) e o chinês (essencialmente econômico e tecnológico), se aliaram contra a hegemonia americana, e parecem dispostos a implementar um projeto (até aqui largamente indefinido) de uma “nova ordem global multipolar”, com a eventual ajuda de alguns representantes do assim chamado “Sul Global” e, sobretudo, desse grupo em expansão agora denominado de Brics+.

        A atual e futura geopolítica mundial, baseada necessária e logicamente nos impérios existentes, ainda permanece indefinida em suas grandes linhas, mas analistas das relações internacionais falam cada vez mais da oposição (algumas vezes chamada de “segunda Guerra Fria”) entre o tradicional bloco Ocidental e o novo bloco dos regimes autoritários.

        Pretendo tratar desses contornos em próxima oportunidade, mas não poderia encerrar sem mencionar a postura do atual governo brasileiro — Lula 3 — em face dessa conformação de uma nova geopolítica, na verdade, por enquanto, uma simples contestação do ainda dominante (mas cada vez menos) “bloco ocidental”. Não existe ainda uma tomada de posição oficial no plano da política externa (em bases doutrinais ou pragmáticas), mas o chefe de Estado (e da diplomacia) já proclamou diversas vezes sua opção preferencial pela chamada nova ordem anti ocidental. 

        Pretendo abordar essa importante questão num futuro texto exploratório.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 28 de fevereiro de 2025

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Guerra na Ucrânia, ano IV - Daniel Aarão Reis

Trecho selecionado por Mauricio David, meu fornecedor de matérias:  


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 O triste é observar grande parte da intelectualidade de esquerda, inclusive no Brasil, tomar partido pela Rússia de Vladimir Putin, de forma aberta ou velada, sem sequer uma crítica à repressão e à ditadura russas. Não se importam com a catástrofe moral em curso, presente em todas as guerras. Nenhuma palavra sobre as chacinas e os traumas suportados por ucranianos e russos. Raciocinam como pretensos especialistas em geopolítica internacional, observando o cenário como jogadores de xadrez, do alto e de longe...

 

Guerra na Ucrânia, ano IV

 

Por DANIEL AARÃO REIS*

A política de potência, proposta Donald Trump, uma vez assumida por Vladimir Putin e Xi Jin Ping, recairá como pesadas bombas – simbólicas e reais – sobre os países do sul Global

 

O que muitos não esperavam aconteceu, a guerra na Ucrânia entrou no seu quarto ano de horrores e destruição. Como em todos aniversários, o momento sugere diagnósticos e prognósticos.

De acordo com o que já sustentei em outros textos, a guerra, como qualquer guerra, não começou no primeiro dia de combates: 24 de fevereiro de 2022. Ela foi suscitada por dois processos convergentes: de um lado, a marginalização da Rússia de uma esfera de segurança e prosperidade, integrando os Estados europeus e os EUA. De outro, o crescimento exponencial de um agressivo nacionalismo russo.

Examinemos o primeiro processo: uma esfera de segurança e prosperidade incluindo a Rússia era possível, foi prometida, mas apenas ensaiada nos anos 1990 e cedo abandonada pelos governos que se sucederam nos EUA e na maior parte dos Estados europeus.

Contra as advertências prudentes de personagens insuspeitos, como H. Kissinger e J. Matlock, último embaixador dos EUA na União Soviética, entre muitos outros, os EUA e seus aliados, contrariando acordos estabelecidos, aproveitando-se da atmosfera de desintegração cultural e política que reinava em Moscou desde a dissolução da União Soviética, em 1991, levaram a OTAN, revitalizada, às fronteiras da Rússia.

No mesmo movimento, incentivaram abertamente movimentos e tendências anti-russas nas sociedades da Europa Central e nas ex-repúblicas soviéticas, em particular nos estados bálticos, na Ucrânia e na Georgia. Estes propósitos alcançaram êxito, eis que grande parte da Europa Central e das ex-repúblicas soviéticas tinham horror da Rússia e dos russos e havia razões para isso. Entretanto, ao invés de apaziguar e integrar, os EUA e seus aliados preferiram jogar gasolina no fogo, explorando ressentimentos e antipatias viscerais. Assim, a Ucrânia, que poderia ser uma ponte entre a Europa e a Rússia, transformou-se um foco de conflitos que se radicalizavam.

O segundo processo efetuou-se desde fins dos anos 1990. Sob a liderança de Vladimir Putin, a Rússia conseguiu superar uma conjuntura desfavorável. Ressurgiu um Estado centralista, domando as tendências centrífugas. Beneficiando-se dos altos preços de suas principais matérias primas (gás e petróleo), Moscou retomou o protagonismo internacional. Ao mesmo tempo, deu-se livre curso ao crescimento de tendências nacionalistas radicais, extraindo força do ressentimento provocado pelas terras perdidas e pela catastrófica dissolução da União Soviética.

Em sua ambição de se perpetuar no poder, Vladimir Putin incentivou e virou campeão destas tendências, reprimiu sem piedade as oposições e se tornou um virtual ditador do país, convertendo as eleições em meros rituais de consagração.

O choque destes antagonismos produziu, afinal, a guerra, deflagrada, em termos bélicos, pela invasão das tropas russas em território ucraniano.

A invasão foi um fracasso histórico. A Rússia pretendia tomar toda a Ucrânia de assalto num curto prazo, mas foi surpreendida pela resistência dos ucranianos, contando com o apoio decisivo dos EUA e dos principais Estados europeus. A ofensiva foi detida, mas os ucranianos não conseguiram expulsar os russos dos territórios conquistados. A Criméia, invadida e incorporada desde 2014, permanece sob domínio de Moscou. Além disso, cerca de 20% do território ucraniano mantém-se até hoje sob controle russo.

Definido um relativo equilíbrio de forças, ao invés de procurar explorar as possibilidades de uma concertação, o governo democrata de então, liderado por Joe Biden, e seus aliados estimularam os ucranianos à guerra, alimentando propósitos irrealistas de desagregar o poder de Moscou, alguns pretendendo inclusive que o conflito deveria prosseguir até a derrubada e a prisão de Vladimir Putin. Dispunham-se a lutar…até o último soldado ucraniano. Apostavam também na eficácia de uma política severa de sanções, destinada a sufocar a Rússia, submetendo-a a uma derrota estratégica.

Não foi o que aconteceu.

Apoiada numa aliança “sem limites” com a China, contando com a neutralidade indiferente ou a simpatia ativa de importantes estados do chamado sul Global, a Rússia suportou o impacto das sanções, conteve tendências internas disruptivas, construiu uma economia de guerra, mantendo a pressão, por terra, sobre a Ucrânia. Com o domínio dos ares, destruiu e continua destruindo as infraestruturas básicas do país, obrigando uma parte considerável de suas populações ao exílio interno e externo.

Com o passar do tempo, o desgaste da guerra cobrou seu preço. A Rússia, com mais reservas demográficas e econômicas, suportou melhor o embate. Na Ucrânia, o impulso nacionalista foi decrescendo com as tremendas perdas impostas. Nos estados europeus e nos EUA a opinião pública, medida em pesquisas, desertava do apoio aos ucranianos.

Autorizadas por este contexto, surgiram as propostas do novo governo de Donald Trump. Trata-se de uma virada histórica, em contraste com as políticas defendidas pelo anterior governo. No plano mais geral, reapresenta de forma aberta e truculenta, à maneira do século XIX, um retorno à política de potência, baseada no uso e abuso da força bruta. Em termos mais específicos, tenta estabelecer uma cunha no eixo formado por Moscou e Pequim, retomando, em outros termos, o jogo triangular empreendido por Henry Kissinger no começo dos anos 1970. Na época, se tratava de isolar a URSS. Agora, a China. Se vai ou não alcançar seus objetivos é matéria de debate entre especialistas.

Supreenderam-se os que quiseram vendar os olhos, pois Donald Trump anunciou, em sua campanha eleitoral, tudo o que vem fazendo depois que se investiu como Presidente dos EUA desde janeiro passado.

A guerra, como sempre, suscitou polarizações extremadas. Os partidários da resistência ucraniana, desde o início do conflito, denunciam apenas a agressão russa, cegos ao contexto de marginalização de Moscou. Os partidários da Rússia sequer chamam a invasão russa pelo nome. Vladimir Putin preferiu um grosseiro eufemismo: “operação militar especial”. Ato contínuo, criminalizou, por lei, outras denominações para o processo. Alguns de seus acólitos têm ido mais longe: configuraram a invasão como uma “contraofensiva”.

Trata-se, antes e acima de tudo, de uma guerra suja. Sob o governo democrata, os EUA e os estados europeus a incentivaram e assistiram à destruição quase completa da Ucrânia. Agora, Donald Trump e os republicanos ensaiam abandoná-la à própria sorte, só interessados em seus recursos minerais. Do outro lado, como se disse, os nacionalistas russos anseiam pela recuperação dos territórios perdidos quando da dissolução da União Soviética. Propõem sem meios termos inclusive o recurso à arma atômica, se for o caso.

O triste é observar grande parte da intelectualidade de esquerda, inclusive no Brasil, tomar partido pela Rússia de Vladimir Putin, de forma aberta ou velada, sem sequer uma crítica à repressão e à ditadura russas. Não se importam com a catástrofe moral em curso, presente em todas as guerras. Nenhuma palavra sobre as chacinas e os traumas suportados por ucranianos e russos. Raciocinam como pretensos especialistas em geopolítica internacional, observando o cenário como jogadores de xadrez, do alto e de longe.

Não se dão conta, aparentemente, que a política de potência, proposta por Donald Trump, uma vez assumida por Vladimir Putin e Xi Jin Ping, recairá como pesadas bombas – simbólicas e reais – sobre os países do sul Global. Quando e se vier o tempo do arrependimento, já será tarde.


*Daniel Aarão Reis é professor titular de história contemporânea na Universidade Federal Fluminense (UFF). Autor, entre outros livros, de A Revolução que mudou o mundo – Rússia, 1917 (Companhia das Letras). [https://amzn.to/3QBroUD]

 

The full text of the US-Ukraine mineral deal - The Kyiv Independent

Não se trata de um acordo "colonialista" (ainda). Trump gostaria que fosse, mas o governo ucraniano apenas concordou em estabelecer um fundo para a exploração de recursos econômicos ucranianos, cujos termos e condições ainda devem ser estabelecidos, e essas condições incluem disposições sobre segurança adequadas.

Seguiremos atentos às próximas eteapas desse processo. Acredito que Trump ficará furioso por não ter obtido (ainda) um documento de simples adesão da Ucrânia a seus projetos mal concebidos. (PRA)

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Thursday, February 27, 2025

https://kyivindependent.com/exclusive-the-full-text-of-the-final-us-ukraine-mineral-agreement/

Exclusive: The full text of the US-Ukraine mineral deal

by The Kyiv IndependentFebruary 26, 2025 3:25 PM

The Kyiv Independent has obtained from a source in the Ukrainian government the full text of the mineral deal agreement between the U.S. and Ukraine and is publishing the text in full.

Kyiv and Washington agreed on a deal on Feb. 25. The negotiations around the deal have fueled tensions between U.S. President Donald Trump and President Volodymyr Zelensky in the past week.

The U.S. has reportedly put forth three proposals, of which the first two have been turned down by the Ukrainian side for not including security agreements, even as Washington ramped up the pressure.

Initially it was reported that Zelensky could sign the agreement during a trip to Washington this week, but on Feb. 26, US Secretary of State Marco Rubio poured cold water on the idea, stressing the terms of the agreement had not been finalized and work on it is ongoing.

Speaking to journalists on Feb. 26, Zelensky said the agreement was "well appreciated by our government officials," though he added it does not yet contain specific security guarantees for Ukraine.

"The important thing is that the agreement mentions 'partners,' and this fund is Ukrainian-American, not American," he added.

This first document will be followed by a Fund Agreement, which will further define the terms of the Reconstruction Investment Fund, created by the U.S. and Ukraine. That document will require ratification by Ukraine’s parliament.

The full text is as follows:

BILATERAL AGREEMENT ESTABLISHING TERMS AND CONDITIONS FOR A RECONSTRUCTION INVESTMENT FUND

WHEREAS the United States of America has provided significant financial and material support to Ukraine since Russia’s full-scale invasion of Ukraine in February 2022;

WHEREAS the American people desire to invest alongside Ukraine in a free, sovereign and secure Ukraine;

WHEREAS the United States of America and Ukraine desire a lasting peace in Ukraine and a durable partnership between their two peoples and governments;

WHEREAS the United States of America and Ukraine recognize the contribution that Ukraine has made to strengthening international peace and security by voluntarily abandoning the world's third largest arsenal of nuclear weapons;

WHEREAS the United States of America and Ukraine wish to ensure that those States and other persons that have acted adversely to Ukraine in the conflict do not benefit from the reconstruction of Ukraine following a lasting peace;

NOW, THEREFORE, the Government of the United States of America and the Government of Ukraine (each, a “Participant”) hereby enter into this Bilateral Agreement Establishing Terms and Conditions for a Reconstruction Investment Fund to deepen the partnership between the United States of America and Ukraine, as set forth herein.

1. The Governments of Ukraine and the United States of America, with the aim of achieving lasting peace in Ukraine, intend to establish a Reconstruction Investment Fund (Fund), partnering in the Fund through  joint ownership, to be further defined in the Fund Agreement. Joint ownership will take into consideration the actual contributions of the Participants as defined in Sections 3 and 4. The Fund will be jointly managed by representatives of the Government of Ukraine and the Government of the United States of America. More detailed terms pertaining to the Fund’s governance and operation will be set forth in a subsequent agreement (the Fund Agreement) to be negotiated promptly after the conclusion of this Bilateral Agreement. The maximum percentage of ownership of the Fund’s equity and financial interests to be held by the Government of the United States of America and the decision-making authority of the representatives of the Government of the United States of America will be to the extent permissible under applicable United States laws.

Neither Participant will sell, transfer or otherwise dispose of, directly or indirectly, any portion of its interest in the Fund without the prior written consent of the other Participant.

2. The Fund will collect and reinvest revenues contributed to the Fund, minus expenses incurred by the Fund, and will earn income from the future monetization of all relevant Ukrainian Government-owned natural resource assets (whether owned directly or indirectly by the Ukrainian Government), as defined in Section 3

3. The Government of Ukraine will contribute to the Fund 50 percent of all revenues earned from the future monetization of all relevant Ukrainian Government-owned natural resource assets (whether owned directly or indirectly by the Ukrainian Government), defined as deposits of minerals, hydrocarbons, oil, natural gas, and other extractable materials, and other infrastructure relevant to natural resource assets (such as liquified natural gas terminals and port infrastructure) as agreed by both Participants, as may be further described in the Fund Agreement. For the avoidance of doubt, such future sources of revenues do not include the current sources of revenues which are already part of the general budget revenues of Ukraine. Timeline, scope and sustainability of contributions will be further defined in the Fund Agreement.

The Fund, in its sole discretion, may credit or return to the Government of Ukraine actual expenses incurred by the newly developed projects from which the Fund receives revenues.

Contributions made to the Fund will be reinvested at least annually in Ukraine to promote the safety, security and prosperity of Ukraine, to be further defined in the Fund Agreement. The Fund Agreement will also provide for future distributions.

4. Subject to applicable United States law, the Government of the United States of America will maintain a long-term financial commitment to the development of a stable and economically prosperous Ukraine. Further contributions may be comprised of funds, financial instruments, and other tangible and intangible assets critical for the reconstruction of Ukraine.

5. The Fund's investment process will be designed so as to invest in projects in Ukraine and attract investments to increase the development, processing and monetization of all public and private Ukrainian assets including, but not limited to, deposits of minerals, hydrocarbons, oil, natural gas, and other extractable materials, infrastructure, ports, and state-owned enterprises as may be further described in the Fund Agreement. The Government of the United States of America and the Government of Ukraine intend that the investment process will lead to opportunities for distribution of additional funds and greater reinvestment, to ensure the sufficient supply of capital for the reconstruction of Ukraine as set out in the Fund Agreement.

The Participants reserve the right to take such action as necessary to protect and maximize the value of their economic interests in the Fund.

6. The Fund Agreement will include appropriate representations and warranties, including those necessary to ensure that any obligations the Government of Ukraine may have to third parties, or such obligations that it may undertake in the future, do not sell, convey, transfer pledge, or otherwise encumber the Government of Ukraine’s contributions to the Fund or the assets from which such contributions are derived, or the Fund’s disposition of funds.

In drafting the Fund Agreement, the Participants will strive to avoid conflicts with Ukraine’s obligations under its accession to the European Union or its obligations under arrangements with international financial institutions and other official creditors.

7. The Fund Agreement will provide, inter alia, an acknowledgment that both the Fund Agreement and the activities provided for therein are commercial in nature.

The Fund agreement shall be ratified by the Parliament of Ukraine according to the Law of Ukraine "On International Treaties of Ukraine."

8. The Fund Agreement will pay particular attention to the control mechanisms that make it impossible to weaken, violate or circumvent sanctions and other restrictive measures.

9. The text of the Fund Agreement will be developed without delay by working groups chaired by authorized representatives of the Government of Ukraine and the Government of the United States of America. Contact persons responsible for preparing the Fund Agreement on the basis of this Bilateral Agreement are: from the Government of the United States of America: the Department of the Treasury; from the Government of Ukraine: Ministry of Finance and Ministry of Economy.

10. This Bilateral Agreement and the Fund Agreement will constitute integral elements of the architecture of bilateral and multilateral agreements, as well as concrete steps to establish lasting peace, and to strengthen economic security resilience and reflect the objectives set forth in the preamble to this Bilateral Agreement.

The Government of the United States of America supports Ukraine’s efforts to obtain security guarantees needed to establish lasting peace. Participants will seek to identify any necessary steps to protect mutual investments, as defined in the Fund Agreement.

11. This Bilateral Agreement is binding  and will be implemented by each Participant according to its domestic procedures. The Government of the United States of America and the Government of Ukraine commit to proceed forthwith to negotiate the Fund Agreement.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Quem ganha e quem perde na atual confusão? - Paulo Roberto de Almeida

 Quem ganha e quem perde na atual confusão?

Putin chama Trump de "idiota útil". Deve ter razões de sobra para assim proclamar, mas fica quieto para não estragar o que está dando certo. Napoleão dizia que não se deve interromper um inimigo quando ele estiver cometendo um erro.
Xi Jinping, do seu lado, deve estar recomendando aos seus assessores: "Não ataquem o Trump: ele é o nosso amigo secreto, mas não sabe disso. Não comemorem, fiquem quietos".
Algo vai emergir do caos trumpista: uma China maior, mais poderosa, mais admirada pelos desprezados pelo Trump.
Depois que a poeira trumpista baixar, e a Rússia se descobrir diminuída e fragilizada, a China vai surfar os mares como a grande vencedora da grande confusão trumpista.
Não sei aonde estão os grandes estrategistas americanos?
Sumiram? Estão tão envergonhados que nem ousam protestar.
Os EUA se afundam a si próprios...
Paulo Roberto de Almeida

Um livro que vai ser complementado: A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica - Paulo Roberto de Almeida (eBook Kindle)

        Este livro, um dos muitos trabalhos que conduzi ao longo dos anos no terreno da história econômica, deve ser complementado pelo segundo volume de minha pesquisa sobre a formação da diplomacia econômica no Brasil, desta vez abordando os principais desenvolvimentos das relações exteriores do Brasil nos terrenos da economia em geral, e mais especificamente em comércio, finanças e investimentos estrangeiros, movimentos migratórios e mão de obra, participação em conferências mundiais ou regionais, multilateralismo incipiente, no período republicano que vai de 1889 a 1944, a conferência de Bretton Woods, que justamente marca o nascimento de uma nova ordem econômica internacional. PRA 

A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica 

(eBook Kindle) por Paulo Roberto de Almeida

 Apresentação na página da Amazon.com

        Os ensaios coletados neste livro consolidam uma longa trajetória de pesquisas acadêmicas e de atuação prática – no quadro da diplomacia brasileira – em torno dos grandes temas das relações econômicas internacionais, do século XIX à atualidade, e da inserção da América Latina na economia global. Eles resultam, por um lado, do estudo aplicado à história econômica mundial e, por outro, do papel nela desempenhado pelas economias dos principais países latino-americanos, assim como derivam da experiência adquirida pelo autor no campo da representação diplomática e das negociações práticas em diversos foros de debate e de conformação de acordos e instituições internacionais e regionais voltados para o comércio, as finanças e os investimentos internacionais, assim como aos processo de integração econômica. Eles condensam muitos anos, ou mesmo várias décadas, de leituras e de reflexões sobre os temas do desenvolvimento econômico e das relações internacionais do Brasil no contexto mundial e regional.
        Os ensaios podem tanto servir de guia de estudos para os estudantes dessas áreas, quanto como material de discussão sobre problemas concretos da economia internacional dos últimos dois séculos, com ênfase para a América Latina, desde o século XIX até a fase contemporânea. 
        Os capítulos – complementados por muitas tabelas estatísticas e gráficos ilustrativos – são os seguintes:
1. As ideias e as realidades: a economia mundial do século XIX ao XX
2. Economia mundial: de onde viemos, para onde vamos?
3. O equilíbrio europeu de poderes e os imperialismos
4. O que move o mundo? A energia e suas transformações
5. Os cinquenta anos que mudaram o mundo
6. Sobressaltos da globalização, da belle époque ao entre guerras
7. Economia mundial: do livre comércio ao protecionismo
8. As grandes mudanças da ordem econômica mundial desde o século XIX
9. Os dois grandes conflitos globais: impactos econômicos
10. Finanças internacionais: do padrão ouro às desvalorizações agressivas
11. Fundamentos de uma nova ordem econômica mundial: Bretton Woods
12. A grande divergência e a América Latina, 1890-1940
13. A América Latina na ordem econômica mundial desde o século XIX
14. Dinâmicas da economia no século XX
15. O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício duvidoso
16. O Brasil no Brics
17. A longa trajetória da América Latina na economia mundial


A maior economia do planeta pretende se descolar da segunda maior economia, que se torna menos dependente da primeira - Bloomberg

 A China parece atuar de forma ponderada e responsável, em face de ações desruptoras por parte da maior economia planetária, que tenta se descolar da segunda, a própria China, que responde de forma cautelosa, já que não mais depende tanto dos superávits comerciais que sempre exibiu contra a maior.

China-USA

President Xi Jinping gave his top lieutenants clear instructions after Donald Trump unveiled a sweeping blueprint to decouple the world’s biggest economies: Keep calm and carry on.

The Chinese leader urged Communist Party officials to “respond with composure” to global challenges in comments published today that made a veiled reference to the trade war. Days earlier, the US released its “America First Investment Policy,” which suggested Trump’s plans were far bigger than just tariffs.

Branding Beijing a foreign adversary alongside Russia, Iran and North Korea, the White House memo advocated stripping investment from China in “crown-jewel” sectors such as tech and energy, and renewed scrutiny over Chinese listings in the US. 

Officials are also mapping out plans to ramp up Joe Biden’s chip curbs, and pressure Mexico to impose tariffs on China.

Bloomberg's Balance of Power, Feb 26, 2025

As crises já não são provocadas por economias emergentes, e sim pela principal economia avançada - Bloomberg

 As crises financeiras dos países em desenvolvimento da segunda metade dos anos 1990 suscitaram o aparecimento de um Fórum de Estabilidade Financeira, por ocasião das reuniões anuais de Bretton Woods em Washington, em 1998, mas integrado apenas por ministros de finanças e de economia das vinte maiores economias de países membros. Em 2008, foi a vez das crises nos mercados imobiliário e financeiro dos EUA suscitar a transformação do FSF em representação de chefes de Estado e de governo, sob o mandato de George Bush Jr, o principal responsável pela deterioração da economia mundial, tanto pela guerra no Iraque (2003-2010), quanto pela continuidade de políticas irresponsáveis nos terrenos imobiliário e financeiro.

Agora, os representantes desses setores se encontram para preparar a reunião de cúpula, mais adiante, num ambiente severamente deteriorado, novamente devido a ações irresponsáveis por parte da principal economia planetária:

"The Group of 20 finance ministers and central bankers who’ve steered the global economy through a quarter century of market meltdowns, recessions, wars and the pandemic started a meeting in South Africa today facing new headwinds to their goal of broader prosperity. With the imminent threat of trade wars, Trump’s Washington is now the biggest source of disruption and discord." (Bloomberg's Balance of Power, Feb 26, 2025)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...