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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Listagem atualizada dos trabalhos sobre a Ucrânia, o Direito Internacional e o Brasil - Paulo Roberto de Almeida

 Listagem atualizada dos trabalhos sobre a Ucrânia, o Direito Internacional e o Brasil

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Relação de trabalhos nessas temáticas, atualizada em 3 de julho de 2025

    Uma breve introdução sobre minhas poucas interações com a Ucrânia
        A despeito de ter adquirido, no início dos anos 1980, um country guide sobre a Ucrânia, com a decidida intenção turística de visitar o país eslavo – a primeira vez ainda como parte da URSS, a segunda vez já como país independente, nos anos 1990 – o maior país da Europa me era quase que inteiramente desconhecido até fevereiro de 2022, quando teve início a guerra de agressão da Rússia contra aquela nação que já tinha mandado, no passado, muitos emigrantes ao Brasil. Lembro-me, inclusive, de ter tido amigos de origem ucraniana entre os colegas de escolas, na infância e na juventude, e sabia da grande colônia existente em terras do Sul do Brasil, especialmente no Paraná.
        Eu já tinha estado na União Soviética, mas apenas numa curta passagem, de avião, no início dos anos 1970, de passagem para destino mais longínquo, na Ásia Pacífico. Lembro-me de ter visitado rapidamente a Praça Vermelha, mas sem nenhuma intenção de visitar o túmulo do pai da pátria do socialismo, embora ainda adepto da filosofia marxista, mas sem nenhuma simpatia – depois de ter lido as poderosas biografias de Stalin e de Trotsky, por Isaac Deutscher – pela deterioração burocrática-totalitária do comunismo soviético. Sempre fui um “dissidente”, em todas as doutrinas políticas, religiosas e até futebolísticas. Mas também sempre fui um turista aprendiz e um viajante infatigável, características ainda mais acentuadas quando, já como diplomata, esposei Carmen Lícia, uma nômade exemplar.
        Depois de quase sete anos de um autoexílio durante os anos de chumbo da ditadura militar, eu havia deixado meu doutoramento interrompido ao início de 1977, retornando ao Brasil para iniciar a única profissão aceitável para mim naquele momento: a de professor universitário. Acabei sendo desviado para a diplomacia no final de 1977, mas já em 1978 fui fichado pelo SNI como “diplomata subversivo”, por ter me associado aos grupos de resistência à ditadura. Mas já em 1979 fui para o meu primeiro posto, terceiro-secretário na embaixada em Berna, um posto tranquilo para o nascimento de nosso primeiro filho e para, justamente, retomar o doutoramento interrompido quase três anos antes. Lembro-me de ter viajado para Berlim oriental para adquirir, na Dietz Verlag, a coleção completa da Marx-Engels Gesamtausgabe, ao lado de muitos outros livros de Max Weber e outros autores, importados das grandes editoras ocidentais. Viajamos a vários outros países do real existierenden Sozialismus, uma triste realidade de miséria material e, mais ainda, de miséria moral, que já conhecíamos bastante bem.
        Mas também viajamos muito pelos países da Europa ocidental, aproveitando então para ir a Bruxelas e retomar a matrícula e o projeto da tese deixada interrompida ao retornar ao Brasil. Quando defendi minha tese de doutorado na ULB, Universidade Livre de Bruxelas, em 1984 – ela hoje está disponível como segue: “Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil: une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise”, Research Gate (DOI: 10.13140/RG.2.1.2318.2560; link: https://www.researchgate.net/publication/281416995_Revolution_Bourgeoise_et_Modernisation_Capitaliste_au_Bresil?ev=prf_pub) –, havíamos planejado um tour completo, de carro, indo da Iugoslávia, onde estava servindo na embaixada em Belgrado, atravessando a Áustria, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Finlândia, e ingressando por ferry desde Helsinque a (então) Leningrado, voltando depois pela Bielorússia e Ucrânia (partes da URSS), depois de passar por Moscou e outras cidades. A viagem não pôde ser realizada por problemas de vistos e permissões para entrar a partir da Finlândia de carro, pois a agência da Intourist, a empresa estatal soviética de turismo, em Helsinque, foi especialmente inepta. Abandonamos a ideia e fizemos uma das melhores viagens de nossa vida, pela Lapônia em três países escandinavos. Depois, nos anos 1990 e mesmo mais tarde, planejamos essa viagem, novamente de carro, o que tampouco foi possível de ser feita, pois que, de Paris acabamos regressando ao Brasil em meados da década; quatro anos depois já estávamos indo para Washington.
        Passaram-se os anos, lendo ocasionalmente sobre a grande transição do socialismo ao capitalismo no Leste Europeu, acompanhava à distância as transformações em curso naquelas terras tão carregadas de sangue e de sofrimento, que eu conhecia mais da literatura de guerra – os livros de Niall Ferguson, por exemplo – e das páginas da Economist. Passaram-se mais anos ainda, e eu estava novamente nos Estados Unidos quando da invasão e anexação ilegais da Crimeia, em 2014, pelas tropas disfarçadas de Putin. Algum tempo depois eu soube que a presidente Dilma Rousseff – pela primeira vez rebaixando nossa doutrina diplomática sobre o estrito respeito pelo Brasil do Direito Internacional – havia dispensado totalmente qualquer pronunciamento oficial sobre a violação da Carta da ONU, dizendo ela – se não me engano numa reunião do G20 em Camberra, já com a Rússia expelida do G8 – que o Brasil não iria se pronunciar a respeito, pois que se tratava de “um assunto interno à Ucrânia”.
        Eu nunca entendi como a invasão do território de um Estado membro da ONU, por outro Estado membro, violando claramente os artigos fundamentais da Carta da ONU, possa ser considerada uma “questão interna” do Estado invadido, mas na época várias das potências que iniciaram sanções (bastante flexíveis) contra o invasor, a Rússia de Putin, argumentaram que Sebastopol – que já estava no coração da primeira guerra telegrafada do mundo, a primeira guerra da Crimeia, 1953-55 – representava efetivamente a permanência russa naquela península desde os tempos do avanço meridional do império czarista com o império otomano. Mas, à margem dessa invasão, e de forma mais preocupante, começou uma guerra civil no Donbas, estimulada artificialmente por Putin já arquitetando o reconhecimento das “repúblicas autônomas” de Donetzk e Luhansk (depois reconhecidas única e exclusivamente pela própria Rússia, como prévia à invasão do território ucraniano).
        Os poucos anos intermediários entre a agitação russa na Ucrânia oriental – inclusive ensanguentada pela derrubada de um avião civil por um míssil russo – e a preparação da invasão, anunciada e alertada pelo presidente Joe Biden, desde os últimos meses de 2021, não foram objeto de nenhum texto ou nota em meu espaço opinativo, o blog Diplomatizzando, mas acompanhei com crescente preocupação os anúncios febris do presidente americano, alertando sobre a invasão iminente, como se ele estivesse irradiando o início de uma partida de futebol. Tratou-se, provavelmente, da primeira guerra prevista, antecipada, com data marcada, com base em relatórios de inteligência, anunciada ao grande público.
        Minhas primeiras notas, puramente informativas, precederam a fatídica viagem do presidente Bolsonaro a Putin, uma semana antes do terrível dia 24 de fevereiro de 2022, quando as forças russas quando as forças russas já tinham começado a se mover nas fronteiras. O Itamaraty fez esforços, inúteis, para que o presidente não fizesse a viagem, o que também foi sinalizado pela diplomacia americana. Ele não apenas fez a viagem, como ainda pronunciou a lamentável frase, “Somos solidários a vocês”, o que certamente causou arrepios (mas silenciosos) na Casa de Rio Branco. Quando finalmente as tropas russas atravessaram as fronteiras e toda a Ucrânia começou a ser intensamente bombardeada por ordens de Putin, comecei a escrever no mesmo dia; fui mais intenso nos primeiros meses de 2022, quando o assunto ainda estava em debate na ONU (tanto no CSNU, imediatamente bloqueado pelo veto russo, quanto na AGNU, assim como no CDH e na CIJ). Nos meses seguintes, continuei escrevendo sobre o assunto, sobretudo com um enfoque especial na postura da diplomacia e da política externa do Brasil durante todo o período que se seguiu. O que segue abaixo é uma relação puramente cronológica, na ordem inversa, dos trabalhos produzidos sobre esses assuntos, que ficam assim disponíveis aos interessados.


Lista sintética de trabalhos escritos, entrevistas, palestras e notas sobre o tema da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia (cronologia invertida):

2025:

4962. “Uma nota emitida e outra que nunca foi emitida pelo Itamaraty: Irã e Ucrânia”, Brasília, 22 junho 2025, 2 p. Comentários sobre a Nota do Itamaraty sobre os ataques americanos às instalações nucleares do Irã, comparando-a com a ausência completa de qualquer nota a respeito das violações da Carta da ONU pela Rússia em sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Postada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/06/uma-nota-emitida-e-outra-que-nunca-foi.html)l publicada em DefesaNet (23/06/2025; link: https://www.defesanet.com.br/gh/uma-nota-emitida-e-outra-que-nunca-foi-emitida-pelo-itamaraty-ira-e-ucrania/). Relação de Publicados n. 1580.

4948. “A Rússia já venceu a guerra? Comentários a uma hipótese agora mais difícil”, Brasília, 10 junho 2025, 4 p. Nota sobre as alegações de uma vitória russa na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/06/a-russia-ja-venceu-guerra-comentarios.html).

4943. “O Brasil segue a Carta da ONU?”, Brasília, 30 maio 2025, 1 p. Nota sobre o desrespeito da Carta da ONU pelo governo lulopetista. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/o-brasil-segue-carta-da-onu-paulo.html).

4941. “Uma postura inaceitável a todos os títulos”, Brasília, 26 maio 2025, 1 p. Nota sobre a afeição de Lula por Putin sobre a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/uma-postura-inaceitavel-todos-os.html); Republicado em DefesaNet (28/05/2025; link: https://www.defesanet.com.br/geopolitica/uma-postura-inaceitavel-a-todos-os-titulos/#google_vignette). Relação de Publicados n. 1576.

4940. “Trocando as bolas, ou trading places”, Brasília, 26 maio 2025, 1 p. Nota sobre a capacidade de Lula de se indignar sobre Gaza e silenciar sobre a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/trocando-as-bolas-ou-trading-places.html).

4904. “A inaceitável viagem de Lula a Moscou, a convite de Putin”, Brasília, 24 abril 2025, 3 p. Nota sobre a projetada viagem de Lula a Moscou em 9 de maio de 2025. Postada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/a-inaceitavel-viagem-de-lula-moscou.html).

4896. “Minha opinião desimportante: Lula não vá a Moscou”, Brasília, 15 abril 2025, 1 p. Nota sobre a próxima viagem de Lula a Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/minha-opiniao-desimportante-lula-nao-va.html).

4884. “Uma declaração aberta de OPOSIÇÃO à planejada viagem do presidente Lula à Rússia de Putin em 8 de maio”, Brasília, 1 abril 2025, 2 p. Nota contra a viagem de Lula a Moscou para o 8 de maio de Putin. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/uma-declaracao-aberta-de-oposicao.html).

4878. “Antecipando os efeitos da guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia”, Brasília, 23 março 2025, 2 p. Nota sobre o rearmamento europeu e o futuro da geopolítica. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/03/antecipando-os-efeitos-da-guerra-de.html).

4835. “J’accuse (mas não é o Émile Zola): Declaração Pública e Acusação Pessoal contra o chefe presumido da Política Externa e de sua Diplomacia”, Brasília, 23 janeiro 2025, 2 p. Nota sobre o apoio objetivo do governo Lula ao tirano de Moscou, o agressor da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/01/declaracao-publica-e-acusacao-pessoal.html).

2024:

4731. “Sobre a Rússia como Estado agressor e sobre a posição do Brasil na guerra de agressão contra a Ucrânia”, Brasília, 12 setembro 2024, 3 p. Nota sobre a responsabilidade da Rússia na violação do Direito Internacional. Postado no blog Diplomatizzando (12/09/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/sobre-russia-como-estado-agressor-e.html).

4730. “Lista de trabalhos sobre a guerra de agressão à Ucrânia, até setembro 2024”, Brasília, 12 setembro 2024, 9 p. Relação atualizada em 12/09/2024 de todos os meus trabalhos pertinentes ao tema. Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123824022/4730_Lista_de_trabalhos_sobre_a_guerra_de_agressao_a_Ucrania_ate_setembro_2024); anunciado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/sobre-russia-como-estado-agressor-e.html).

4727. “Democracia aqui, e também acolá: um chamado à coerência da Política Externa Brasileira”, Brasília-São Paulo, 9 setembro 2024, 2 p. Artigo preparado por mim e por Rafael Paulino, conselheiro da carreira diplomática, revisto por Mano Ferreira, diretor de Comunicações do Livres, e assinado coletivamente por André Portela, Elena Landau, Fernando Schuler, Leandro Piquet, Paulo Roberto de Almeida, Natalie Unterstell e Sandra Rios, conselheiros do Livres. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (27/09/2024; link: https://www.estadao.com.br/opiniao/espaco-aberto/democracia-aqui-e-tambem-acola/); divulgado no blog Diplomatizzando, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/democracia-aqui-e-tambem-acola-um.html). Relação de Publicados n. 1557.

4725. “A humanidade desumanizou-se?”, Brasília, 4 setembro 2024, 2 p. Nota sobre a total indiferença que o morticínio na Ucrânia vem sendo recebido no chamado Sul Global, entre esses países o Brasil, incapaz de se manifestar sobre o massacre que vem sendo conduzido pela Rússia contra civis inocentes e a infraestrutura material do país. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/a-humanidade-desumanizou-se-paulo.html).

4724. “A força de uma nação”, Brasília, 4 setembro 2024, 1 p. Nota sobre a falta de um Roosevelt para ajudar o Churchill ucraniano, Zelensky. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/a-forca-de-uma-nacao-paulo-roberto-de.html).

4723. “Apenas uma expressão de horror”, Brasília, 2 setembro 2024, 1 p. Nota sobre o morticínio sendo conduzido por Putin na Ucrânia, na indiferença dos demais Estados membros da ONU. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/apenas-uma-expressao-de-horror-paulo.html).

4679. “Sobre a afirmação do assessor da presidência de que respeita o ‘sofrimento’ do povo ucraniano”, Brasília, 2 junho 2024, 2 p. Nota sobre a postura indefensável do Brasil na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, uma afirmação equivocada e indigna da diplomacia brasileira. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/06/itamaraty-nega-engajamento-do-pais-em.html).

4675. “O que a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia significa para a Rússia, para o próprio Ocidente?”, Brasília, 25 maio 2024, 2 p. Nota sobre o desafio do tirano russo ao Ocidente, pela guerra da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/o-que-guerra-de-agressao-de-putin.html).

4670. “Uma reflexão sobre a disputa geopolítica atual em torno da Ucrânia”, Brasília, 12 maio 2024, 1 p. Nota sobre o impasse atual na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/uma-reflexao-sobre-disputa-geopolitica.html).

4627. “Putin continua sua campanha terrorista contra a Ucrânia: o mundo assiste impassivelmente?”, Brasília, 11 abril 2024, 2 p. Nota sobre a destruição sistemática da Ucrânia pela campanha terrorista de Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/04/putin-continua-sua-campanha-terrorista.html).

4624. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: o que sabemos e o que não sabemos”, Brasília, 3 abril 2024, 3 p. Artigo sobre a postura do Brasil em face da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, remetendo ao livro editado por Hal Brands: War in Ukraine: Conflict, Strategy, and the Return of a Fractured World (Johns Hopkins University Press, 2024 (link: Project MUSE. muse.jhu.edu/book/122782). Postado no blog Diplomatizzandohttps://diplomatizzando.blogspot.com/2024/04/o-brasil-e-guerra-de-agressao-da-russia.html).

4592. “A Rússia de Putin, a guerra contra a Ucrânia e o Direito Internacional”, Brasília, 5 março 2024, 14 p. Ensaio sobre o conflito atual no sistema internacional criado pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e suas consequências geopolíticas, no sentido de contestar a ordem global ocidental, assim como suas implicações para o Brasil. Elaborado com base no trabalho 4455 (“O drama da Ucrânia e o uso de sanções econômicas como arma de guerra”, 10 agosto 2023, 25 p.). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/118409148/4592_A_Rússia_de_Putin_a_guerra_contra_a_Ucrânia_e_o_Direito_Internacional_2024_); divulgado no blog Diplomatizzando (2/05/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/a-russia-de-putin-guerra-contra-ucrania.html).

2023:

4474. “Esse tal de TPI. Tem conserto? Acho difícil”, Brasília 11 setembro 2023, 2 p. Nota sobre declarações de Lula sobre o TPI e a prisão de Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/ese-tal-de-tpi-tem-conserto-acho.html).

4473. “Perguntas embaraçosas a meus colegas diplomatas e a alguns acadêmicos entusiastas do mundo pós ocidental”, Brasília 11 setembro 2023, 1 p. Nota sobre a “neutralidade” brasileira na guerra da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/perguntas-embaracosas-meus-colegas.html).

4471. “O inevitável e o imprevisível: o Brasil e a questão da neutralidade num grande conflito global”, Brasília, 7 setembro 2023, 2 p. Nota sobre as posturas adotadas pelo Brasil nos dois grandes conflitos globais do século XX e agora em face da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/o-inevitavel-e-o-imprevisivel-o-brasil.html).

4455. “O drama da Ucrânia e o uso de sanções econômicas como arma de guerra”, Brasília, 10 agosto 2023, 26 p. Artigo sobre o impacto da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia sobre as relações internacionais, para a revista Insight Inteligência. Enviada a Luiz Cesar Telles Faro (luiz.faro@insightnet.com.br). Não publicada. Encaminhada a Daniel Buarque, editor do portal da revista Interesse Nacional. Definida publicação em três partes: 1) O que passa no mundo, a historia não se repete e Ucrânia (fator humano); 2) Arma econômica como arma de guerra: sanções econômicas contra a Rússia; 3) agressão russa: posição do Brasil. 1ª parte, 27/02/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes-economicas-como-arma-de-guerra-parte-1/); transcrito parcialmente no blog Diplomatizzando (27/02/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/02/o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes.html); 2ª parte, 5/03/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-parte-2-a-arma-economica-como-arma-de-guerra/); republicado no blog Diplomatizzando (5/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/o-drama-da-ucrania-e-arma-economica-das.html); 3ª parte, 12/03/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-parte-3-a-agressao-da-russia-e-a-postura-do-brasil/); republicado no blog Diplomatizzando (12/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes.html). Relação de Publicados n. 1549, 1550 e 1552.

4454. “O estranho caso de afinidade eletiva do Brasil de Lula para com um dos parceiros diplomáticos do Brasil”, Brasília, 8 agosto 2023, 2 p. Nota sobre a obsessão de Lula em defender os interesses de Putin no caso da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/o-estranho-caso-de-afinidade-eletiva-do.html).

4450. “A Ucrânia em guerra como marco relevante no horizonte do Brasil atual”, Brasília, 5 agosto 2023, 2 p. Introdução a um artigo de mais amplo escopo sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e seu efeito sobre a política externa do Brasil, não exatamente por esse motivo. Postado provisoriamente no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/a-ucrania-em-guerra-como-marco.html).

4449. “Lista seletiva de trabalho sobre a guerra de agressão à Ucrânia, atualizada”, Brasília, 5 agosto 2023, 6 p. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/lista-seletiva-de-trabalhos-sobre.html); divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/105295008/4449_Lista_seletiva_de_trabalhos_sobre_a_guerra_de_agressão_à_Ucrânia_atualizada_2023_).

4442. “Dois pesos e nenhuma medida: a diplomacia brasileira está realmente de volta?”, Brasília, 23 julho 2023, 1 p. Nota sobre a indiferença da diplomacia brasileira em relação ao conflito na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/dois-pesos-e-nenhuma-medida-diplomacia.html).

4432. “O significado maior da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Uberaba, 10 julho 2023, 1 p. Nota sobre as implicações da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia para a Rússia, a China e o Brasil. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/sobre-verdadeira-natureza-do-atual.html).

4431. “Sobre a tal de “neutralidade” na “guerra da Ucrânia”, Brasília, 8 julho 2023, 3 p. Contra a neutralidade na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, usando argumentos de Rui Barbosa e de Elie Wiesel. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/a-neutralidade-sempre-ajuda-o-opressor.html).

4417. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a diplomacia brasileira, de Bolsonaro a Lula”, Brasília, 14 junho 2023, 20 slides. Apresentação sintética, com base no trabalho n. 4408, sobre o tema da guerra na Ucrânia e as tergiversações da diplomacia brasileira, com transcrição de artigos da Carta da ONU em anexo. Para debate em ambiente restrito (15/06/2023). Disponibilizado em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123822538/4417_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_e_a_diplomacia_brasileira_de_Bolsonaro_a_Lula_2023_).

4409. “Diplomacia de Lula: Ucrânia, China, Cúpula sul-americana, Maduro”, Brasília 5 junho 2023, 4 p. Respostas a questões do jornalista Ramon Sahmkow, da Agence France Presse em Brasília. Divulgado, sem indicação de interlocutor, no blog Diplomatizzando (14/06/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/diplomacia-de-lula-ucrania-china-cupula.html).

4408. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a diplomacia brasileira, de Bolsonaro a Lula”, Brasília, 1 junho 2023, 3 p. Observações sintéticas sobre o maior desafio à ordem internacional em oitenta anos. Distribuído reservadamente para debate em âmbito restrito (15/06/2023). Disponível, posteriormente, na plataforma de interação Academia.edu (12/09/2024, link: https://www.academia.edu/123822388/4408_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_e_a_diplomacia_brasileira_de_Bolsonaro_a_Lula_2023_).

4374. “Por que a tal de ‘nova ordem mundial’ é uma má ideia?”, Brasília, 26 abril 2023, 4 p. Artigo publicado na revista Crusoé (9/06/2023; link: https://oantagonista.uol.com.br/mundo/crusoe-por-que-a-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma-ma-ideia-2/); divulgado no blog Diplomatizzando (14/06/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/por-que-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma_14.html); divulgado novamente no blog Diplomatizzando (8/07/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/por-que-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma.html). Relação de Publicados n. 1511.

4370. “Seleção atualizada de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a nação ucraniana”, Brasília, 23 abril 2023, 5 p. Lista seletiva de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, atualizada em 23/04/2023; revisão em 25/05/2023; atualizada em 14/06/2023. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/selecao-atualizada-de-trabalhos-sobre.html).

4365. “Potências revisionistas e rupturas da ordem global”, Brasília, 17 abril 2023, 4 p. Ensaio sobre os momentos de rupturas históricas em ordens políticas estabelecidas. Para aula no curso de mestrado em Relações Internacionais da UFABC, a convite do prof. Mohammed Nadir, via online, em 18/04/2023. Primeira parte aproveitada para um pequeno texto sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia; postado, sob o título de “Lula tem certeza de que seria uma boa ideia colocar o Brasil do lado da Rússia e da China na construção de uma nova ordem mundial?”, no blog Diplomatizzando (26/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/deve-o-brasil-aderir-ideia-de-uma-nova.html); segunda e terceira partes, aproveitadas para novo artigo para a revista Crusoé, sob o título “Por que a tal de 'nova ordem mundial' é uma má ideia?”, sob o número 4374.

4347. “Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”, Programa Latitudes n. 19, 1 abril 2023, 1h de conversa com os jornalistas Rogério Ortega e Duda Teixeira sobre as posições adotadas pela diplomacia petista em relação aos grandes temas da política internacional, como a invasão da Ucrânia e a retórica belicista da China (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/faz-sentido-o-brasil-se-aproximar-de.html). Relação de Publicados n. 1501.

4344. “O que Putin quer de Lula? O que ele vai conseguir?”, Brasília, 25 março 2023, 6 p. Artigo para a revista Crusoé, sobre a próxima visita do chanceler Lavrov ao Brasil, tratando do Brics e da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Publicado na Crusoé (31/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/257/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai-conseguir/?fbclid=IwAR0HUZLik-L-mAziepagvbW2FtPFh-mtymnqIQHUhNSGKuu2dxVGndG0dKk?utm_source=crs-site&utm_medium=crs-login&utm_campaign=redir); divulgado no blog Diplomatizzando (18/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai.html). Relação de Publicados n. 1499.

4329. “Os 12 pontos do ‘Plano de Paz” da China para a guerra na Ucrânia; comentários de Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 27 fevereiro 2023, 2 p. Comentários pessoais aos 12 pontos do Plano de Paz da China à guerra de agressão da China contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/os-12-pontos-do-plano-de-paz-da-china.html).

4328. “Não ao inaceitável “Não Alinhamento Ativo”, que só significa um Desalinhamento Passivo e Inativo”, Brasília, 26 fevereiro 2023, 1 p. Nota sobre a postura proposta ao fantasmagórico Sul Global de Não Alinhamento Ativo em relação ao conflito da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/nao-ao-inaceitavel-nao-alinhamento.html).

4308. “O mundo aguarda o Brasil sobre a Ucrânia”, Brasília, 21 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre a posição ambígua do Brasil em torno da questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/o-mundo-aguarda-o-brasil-sobre-ucrania.html).

4301. “Seleção de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a nação ucraniana”, Brasília, 10 janeiro 2023, 4 p. Lista seletiva de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/selecao-de-trabalhos-sobre-guerra-de.html).

2022:

4293. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 20 dezembro 2022, 1 p. Nota sobre a futura diplomacia do lulopetismo no tocante à guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/12/o-brasil-e-guerra-de-agressao-da-russia.html).

4249. “Carta aberta ao Sr. Presidente da República”, Brasília, 7 outubro 2022, 1 p. Indagação a respeito de nossas obrigações constitucionais e internacionais, no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/10/carta-aberta-ao-sr-presidente-da.html).

4245. “O Brasil deixou de fazer parte da comunidade internacional? Desde quando?”, Brasília, 28 setembro 2022, 2 p. Nota sobre a postura do Brasil em face das violações da Rússia na sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/o-brasil-deixou-de-fazer-parte-da.html).

4227. “Relação de materiais no Diplomatizzando sobre a guerra na Ucrânia”, Brasília, 2 setembro 2022, 3 p. Listagem dos materiais mais interessantes sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e seu impacto geopolítico. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/materiais-sobre-guerra-de-agressao.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/86055975/4227_Materiais_no_Diplomatizzando_sobre_a_guerra_de_agressao_a_Ucrania_2022_).

4226. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia no contexto histórico”, Brasília, 2 setembro 2022, 33 slides. Apresentação, preparada com base no trabalho 4107, para servir de palestra a alunos de curso preparatório ao concurso do Itamaraty. Disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123822124/4226_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_no_contexto_histórico_2022_).

4217. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a postura do Brasil”, Brasília, 14 agosto 2022, 10 p. Breve paper sobre a diplomacia brasileira no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, para participação em seminário híbrido sobre o posicionamento dos Estados latino-americanos frente ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, organizado pelo prof. Nitish Monebhurrun, no Ceub, no dia 17 de agosto. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/84817949/4127AguerradeagressaodaRussiacontraaUcraniaeaposturadoBrasil2022) e no blog Diplomatizzando (15/08/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/08/os-estados-latino-americanos-frente-ao.html). Feita pequena apresentação em PP e texto sintético.

4206. “Sobre a guerra na Ucrânia e nossa próxima política externa”, Brasília, 24 julho 2022, 2 p. Nota sobre a postura de Lula em relação à questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/07/a-proxima-politica-externa-do-brasil.html ).

4189. “O futuro do grupo BRICS”, Brasília, 30 junho 2022, 9 p. Texto conceitual sobre os caminhos enviesados do BRICS pós-guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, e reflexivo sobre as ordens alternativas no campo econômico e político. Elaborado a propósito de webinar promovido pelo IRICE (embaixador Rubens Barbosa) sobre “O futuro do grupo Brics” (30/06/2022), na companhia do presidente do NDB, Marcos Troyjo, e da representante da Secretaria de Comércio Exterior do Itamaraty, Ana Maria Bierrenbach. Postado no Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/o-futuro-do-grupo-brics-ensaio-por.html). Vídeo do evento disponível no canal do IRICE no YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=9Q9l8i4gyX4 ). Relação de Publicados n. 1464.

4171. “O Brasil está perdendo o rumo em sua postura enquanto nação civilizada?”, Brasília, 12 junho 2022, 5 p. Nota sobre a postura diplomática do Brasil em relação à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, aproveitando para apresentar o livro sobre o Brics, incluindo os dois sumários e o índice não numerado. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/o-brasil-esta-perdendo-o-rumo-em-sua.html).

4168. “O Brics depois da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 9 junho 2022, 6 p. Posfácio ao livro A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira, e revisão geral, eliminando todas as tabelas, agora com 187 p. Apresentação no blog Diplomatizzando (11/06/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/meu-proximo-kindle-sobre-miragem-dos.html). Publicado em 12/06/2022 Brasília: Diplomatizzando, 2022; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4).

4165. “Os 100 primeiros dias da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: o Brasil afronta o Direito Internacional e a sua história diplomática”, Brasília, 3 junho 2022, 7 p. Texto de apoio a participação em seminário do Instituto Montese sobre os “100 dias de guerra na Ucrânia”, com gravação prévia antes da apresentação. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/100-dias-de-guerra-de-agressao-da.html); emissão divulgada em 10/06/2022, 14h05 (link: https://www.youtube.com/watch?v=CEs-kG1hOjk; exposição PRA de 44:37 a 52:30 minutos da emissão). Relação de Publicados n. 1454.

4153. “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil”, Brasília, 11 maio 2022, 5 p. Notas para exposição oral na palestra no encerramento da Semana de Ciências Sociais do Mackenzie, sobre o tema da “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil” (13/05/2022). Divulgado no blog Diplomatizzando (14/05/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/guerra-na-ucrania-e-suas-implicacoes14.html); vídeo da palestra no canal YouTube do Mackenzie (link: https://www.youtube.com/watch?v=7jQtR277iDc).

4152. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 11 maio 2022, 16 p. Texto de apoio a palestra no encerramento da Semana de Ciências Sociais do Mackenzie, sobre o tema da “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil” (13/05/2022). Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/78954459/OBrasileaguerradeagressãodaRússiacontraaUcrânia2022) e no blog Diplomatizzando (13/05/2022: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/guerra-na-ucrania-e-suas-implicacoes.html). Divulgado igualmente na página do Centro de Liberdade Econômica das Faculdades Mackenzie (link: https://www.mackenzie.br/liberdade-economica/artigos-e-videos/artigos/arquivo/n/a/i/o-brasil-e-a-guerra-de-agressao-da-russia-contra-a-ucrania). vídeo da palestra no canal YouTube do Mackenzie (link: https://www.youtube.com/watch?v=7jQtR277iDc). Relação de Publicados n. 1452.

4143. “Quão crível é a ameaça de guerra nuclear da Rússia no caso da Ucrânia?”, Brasília, 2 maio 2022, 3 p. Rememorando o caso dos mísseis soviéticos em Cuba. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/quao-credivel-e-ameaca-de-guerra.html).

4131. “Consequências econômicas da guerra da Ucrânia”, Brasília, 19 abril 2022, 18 p. Notas para desenvolvimento oral em palestra-debate promovida no canal Instagram do Instituto Direito e Inovação (prof. Vladimir Aras), no dia 21/04/22. Nova versão reformatada e acrescida do trabalho 4132, sob o título “A guerra da Ucrânia e as sanções econômicas multilaterais”, com sumário, anexo e bibliografia. Divulgado preliminarmente na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/77013457/AguerradaUcrâniaeassançõeseconômicasmultilaterais2022) e anunciado no blog Diplomatizzando (20/04/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/04/a-guerra-da-ucrania-e-as-sancoes.html). Transmissão via Instagram (21/04/2022; 16:00-17:06; link: https://www.instagram.com/tv/CcoEemiljnq/?igshid=YmMyMTA2M2Y=); (Instagram: https://www.instagram.com/p/CcoEemiljnq/).

4109. “Avançamos moralmente desde os embates de nossos ancestrais na luta pela sobrevivência?”, Brasília, 19 março 2022, 1 p. Considerações sobre a imoralidade e barbaridade dos atos que estão sendo cometidos pelas tropas de Putin na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/avancamos-moralmente-desde-os-embates.html).

4107. “O conflito Rússia-Ucrânia e o Direito Internacional”, Brasília, 16 março 2022, 12 p. Respostas a questões colocadas por interlocutor profissional sobre a natureza do conflito e suas consequências no plano mundial. Disponível Academia.edu (link: https://www.academia.edu/73969669/OconflitoRussiaUcraniaeoDireitoInternacional2022); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/o-conflito-russia-ucrania-e-o-direito.html).

4099. “Quando o dever moral nascido do sentido de Justiça deve prevalecer sobre o “pragmatismo” que sustenta o crime”, Brasília, 9 março 2022, 1 p. Comentário sobre a postura objetivamente favorável do governo brasileiro ao agressor no caso da guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/quando-o-dever-moral-nascido-do-sentido.html).

4098. “Renúncia infame: o abandono do Direito Internacional pelo Brasil”, Brasília, 7 março 2022, 5 p. Breve ensaio para o blog científico International Law Agendas, do ramo brasileiro da International Law Association (ILA; http://ila-brasil.org.br/blog/), para edição especial sobre “A política externa brasileira frente ao desafio da invasão russa na Ucrânia”, a convite de Lucas Carlos Lima, coeditor do blog, com base nas notas e declarações do Itamaraty com respeito aos debates no CSNU e na AGNU. ‬‬Publicado, na condição de membro do Conselho Superior do ramo brasileiro da International Law Association, no blog eletrônico International Law Agendas (7/03/2022; link: http://ila-brasil.org.br/blog/uma-renuncia-infame/); blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/uma-renuncia-infame-o-abandono-do.html). Postado novamente no blog Diplomatizzando (22/02/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/02/meu-protesto-contra-postura-da.html). Relação de Publicados n. 1442. ‬

4087. “Uma nota pessoal sobre mais uma postura vergonhosa de nossa diplomacia”, Brasília, 22 fevereiro 2022, 2 p. Comentários a nota do Itamaraty e a declaração feita no CSNU a propósito da invasão da Ucrânia pela Rússia, com referência à nacionalização dos hidrocarburos na Bolívia em 2006. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/02/uma-nota-pessoal-sobre-mais-uma-postura.html). Postado novamente no blog Diplomatizzando (22/02/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/02/minha-primeira-nota-sobre-pre-invasao.html).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4974, 3 julho 2025, 14 p.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

A primeira guerra de trinta anos - Lígia Osório Silva (historiadora)

 A primeira guerra de trinta anos

Por LÍGIA OSÓRIO SILVA*

(03/07/2025)


Texto inédito da socióloga, falecida recentemente

 

        Em 23 de maio de 1618, nobres protestantes invadiram o Castelo de Praga. Eles exigiam liberdade de religião dos representantes do imperador católico do Sacro Império Romano-Germânico – Matias havia limitado os direitos dos protestantes. Depois de um bate-boca, os nobres da Boêmia, a atual República Tcheca, jogaram os apoiadores do imperador pela janela. Por sorte, eles sobreviveram à queda na fossa do castelo.

        O imperador Habsburgo Matias viu nesse ato de insurgência, que entrou para a história como a Defenestração de Praga, uma declaração de guerra e resolveu sufocar a rebelião protestante ainda no nascedouro. Era o início da Guerra dos Trinta Anos, que envolveria quase toda a Europa Central. Para a Alemanha, o conflito se transformou num trauma.

        “Essa guerra deixou, sem dúvida algumas marcas muito mais profundas na Alemanha do que qualquer guerra posterior, exceto talvez as duas grandes guerras mundiais do século XX”, afirma o cientista político Herfried Münkler, da Universidade Humboldt.

        Uma combinação explosiva de fatores fez com que o conflito na Boêmia virasse um incêndio generalizado e descontrolado. Enquanto uma onda de frio duradoura destruía colheitas, um clima de fim de mundo, alimentado por superstições, espalhava-se pela população. Questões confessionais pioravam ainda a mais situação: cerca de cem anos depois do início da Reforma Protestante e da divisão da Igreja, católicos e protestantes cultivavam uma enorme rivalidade.

E, para piorar, havia interesses mundanos em jogo. “A religião foi manipulada para fins políticos”, comenta a cientista política Elisabeth von Hammerstein, da Fundação Körber. “Os fatores políticos desempenharam um papel no mínimo da mesma importância”, acrescenta.

        O imperador e alguns soberanos regionais brigavam para decidir quem ditava os destinos do império. No meio disso, forças externas se envolveram. “Os franceses, os Habsburgos, os suecos, os ingleses e até os otomanos consideravam a região muito importante para a própria segurança e lutavam pelo seu domínio ou para impedir a influência de outras potências”, explica Von Hammerstein. Nesse contexto, a religião foi a lenha usada para alimentar o fogo.


Mortes, saques e destruição

        Historiadores e cientistas políticos veem paralelos com conflitos atuais, como a guerra civil na Síria. No início, tratava-se de um levante local de forças sunitas contra o domínio do xiita-alauita Bashar al-Assad. Logo, porém, o conflito virou uma guerra por procuração, com Irã, Arábia Saudita, Turquia, Rússia e também Estados Unidos perseguindo interesses próprios e complicando a situação.

 

        Da mesma forma, a Guerra dos Trinta Anos alcançou uma nova dimensão do horror quando mais países se envolveram. Exércitos de mercenários desenfreados e sedentos por butins, vindos de todos os lados, atravessavam os campos de batalha como hordas de gafanhotos apocalípticos. Eles tocavam fogo em cidades e vilas, massacravam moradores, violentavam mulheres.

        As crianças também não eram poupadas. Inúmeras pessoas morreram de fome ou sucumbiram a doenças como a peste, disseminada por legiões de mercenários itinerantes e dezenas de milhares de vítimas em fuga.

Um testemunho histórico é o diário do mercenário alemão Peter Hagendorf. Num trecho, ele lista “uma bela donzela” como parte de seu butim, ao lado de dinheiro e roupas. Algumas páginas adiante afirma que quase todas as igrejas, cidades e vilas do Bispado de Liège foram saqueadas ou roubadas.


Retrocesso e paz

        A estimativa do número de mortos da Guerra do Trinta Anos varia de três milhões a nove milhões, para uma população, também estimada, de 15 milhões a 20 milhões. Proporcionalmente é mais do que o número de mortos na Segunda Guerra Mundial. São poucas as regiões que não foram destruídas, e o sistema de poder ficou em ruínas. Enquanto outras nações saíram lucrando, a Alemanha sofreu com a ruína e a depressão.

        “No aspecto social-econômico, a guerra catapultou a Alemanha décadas para trás”, afirma o cientista político Herfried Münkler. Uma guerra na qual um quarto ou até um terço da população morre “é uma ruptura na percepção que as pessoas têm de si mesmas”, diz.

        A experiência de virar um joguete nas mãos de potências estrangeiras e um palco para os conflitos marcou profundamente a Alemanha, argumenta Herfried Münkler. Ele vai além e diz que esse trauma ajudou o Império Alemão e mais tarde o nazismo a justificarem seus ataques na Primeira e na Segunda Guerra Mundiais.

        Na metade da terceira década de combates, as partes litigantes começaram a dar sinais de cansaço ou de estarem satisfeitas com suas áreas de influência. Ao longo de cinco anos elas tentaram chegar a um acordo de paz em negociações conduzidas em Münster, uma cidade católica, e em Osnabrück, uma cidade protestante.

        Em 24 de outubro de 1648, a tão almejada paz foi finalmente alcançada em Münster. A série de acordos entraria para a história com o nome de Paz de Vestfália e também como um triunfo da diplomacia por conter inúmeras concessões, por exemplo, à liberdade de religião.

        Protestantes e católicos concordaram que “controvérsias religiosas não podem ser resolvidas pelo viés teológico e que, em vez disso, deve-se buscar soluções pragmáticas ao largo das discussões sobre quem tem razão”, explica Von Hammerstein.

Assim, entre outros avanços, a paz solidificou a equiparação dos credos cristãos. “Com isso criaram-se as bases para uma convivência pacífica entre as confissões, o que parecia impossível depois de décadas de violência.”


Exemplo para outros conflitos?

        Um sistema de garantias foi responsável pela manutenção da paz. Por exemplo: se um dos lados desrespeitasse os acordos, os outros signatários tinham o direito de intervir para restabelecer o status quo.

        Além disso, a soberania do imperador foi limitada, e os príncipes receberam mais poderes. Com isso, o império se transformou em definitivo numa aliança flexível de Estados. Se em países como a França o poder central era fortalecido, na Alemanha a evolução transcorria de forma exatamente oposta. O ganho de poder dos soberanos regionais se reflete até hoje no federalismo alemão, no qual os governadores vigiam com afinco os poderes dados aos estados.

        A Paz de Vestfália é frequentemente apontada como exemplo de resolução para outros conflitos. Em 2016, o então ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, relatou que um intelectual árabe havia lhe dito que sua região necessitava de uma versão própria da Paz de Vestfália.

        Von Hammerstein também vê o acordo como fonte de inspiração e lembra que ele provou que também um conflito com fortes elementos religiosos e emocionais pode ser resolvido de forma pacífica.


*Lígia Osório Silva foi professora do Instituto de Economia da Unicamp. Autora, entre outros livros, de Terras devolutas e latifúndio (Editora Unicamp).

Ser neutro em face de um crime representa ser conivente com o criminoso - Paulo Roberto de Almeida

Ser neutro em face de um crime representa ser conivente com o criminoso

O Brasil de Lula (como antes o governo Bolsonaro) afirma ser neutro na questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Rui Barbosa, em 1916, já tinha chamado a atenção sobre a impossibilidade da neutralidade, ou “imparcialidade”, em face de uma grave transgressão do Direito, a propósito da invasão da Bélgica neutra invadida pelo Reich alemão na Grande Guerra (desde 1914). Ele disse que não se pode ser “neutro” em face de uma clara transgressão ao Direito Internacional.

Um ano depois o Brasil deixou de ser neutro na Grande Guerra, rompeu relações com as potências centrais e ingressou na guerra do lado dos agredidos.

Lula precisaria reler Rui Barbosa, ou alguém ler para ele.

Paulo Roberto de Almeida


Aprofundando o debate atual sobre os impasses político-econômicos que paralisam o Brasil - Paulo Roberto de Almeida

Aprofundando o debate atual sobre os impasses político-econômicos que paralisam o Brasil 

Paulo Roberto de Almeida 

Paulo Feldman tocou no nervo do problema atual: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/07/a-principal-explicacao-para-atual-crise.html?m=1

E se ninguém quer ceder, entre os poderes, como fazer, então? Convocar a um debate público com a cidadania? 

Sim, mas no estilo já conhecido do “nós contra eles”?; do “povo pobre contra as elites ricas”? Parece um caminho arriscado, pois quem se movimenta, ao fim e ao cabo, não é o povo pobre, e sim as classes médias, que possui meios de pressão. 

Classes médias e pequenos e médios empresários são os que sustentam todo o edifício social, os que pagam impostos e garantem cert paz social. Quando ela saiu às ruas, como em 1964, na Passeata dos 100 Mil, nas Diretas Já, nos impeachments do Collor e da Dilma, a classe média mudou a equação política, para o “bem”, ou para o “mal” (e cada um determine o que lhe parece mais adequado em cada caso). 

Só estou mencionando o que mudou: quebra do governo populista do Jango, pressão sobre o regime militar (e novo endurecimento em 1968-69), emparedamento do mesmo regime em 1979-1984, queda de Collor e de Dilma (pela eterna crise entre Congresso e Executivo) e novamente insatisfação da classe média na eleição de Bolsonaro (o que se revelou frustrante, daí a volta do populista-popular). 

Agora, a insatisfação popular das classes médias volta a crescer, com a rejeição da polarização entre duas forças anacrônicas: o que ocorrerá a partir daqui!

Boa pergunta, a ser respondida de maneira responsável.

Eu mesmo não tenho respostas claras a esta questão: cabe refletir e observar os movimentos políticos, sem grandes ilusões de que será fácil resolver os imbróglios fiscais e as disputas personalistas nos quais o Brasil está atualmente encalacrado.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 3/07/2025


A principal explicação para a atual crise fiscal: ninguém quer ceder - Paulo Feldmann (Jornal da USP)

A principal explicação para a atual crise fiscal: ninguém quer ceder

Por Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP

Paulo Feldmann

https://jornal.usp.br/?p=906738

  Publicado Jornal da USP: 01/07/2025 às 16:44

No Brasil de hoje, o componente político está por trás de quase toda discussão econômica, e a questão do déficit fiscal não é diferente. Esse indicador consiste na diferença entre tudo o que o setor público arrecada e tudo o que gasta, excluindo o pagamento de juros. Se o valor é positivo, chama-se superávit fiscal.

Infelizmente, nos últimos cinco anos, apenas em 2022 o Brasil teve superávit, ou seja, temos tido predominantemente déficits fiscais. Isso quer dizer que o governo gasta mais que arrecada.

Importantíssimo frisar que nessa conta não entra o pagamento de juros para quem investiu em títulos do Governo Federal. Estes pagam taxa de inflação mais a taxa Selic — hoje de 15% ao ano —, o que significa que, em 2025, o País vai pagar mais de R$ 1 trilhão aos felizes compradores dos títulos do Tesouro.

Mas há algo interessante na discussão do déficit fiscal deste ano (0,5%) porque, lendo a mídia em geral, na grande maioria dos casos a impressão que fica é de que apenas o Governo Federal deveria cortar despesas. De maneira nenhuma queremos aqui defender o Poder Executivo: achamos, sim, que há muito o que fazer por parte do governo do presidente Lula em relação ao corte de despesas. Mas a impressão de que ele é o único responsável se deve ao fato de ser dele a obrigação de elaborar o orçamento da nação, que depois precisa ser aprovado junto ao Legislativo. Acontece que há uma parte importante dos gastos que oneram nosso déficit fiscal que são de responsabilidade do Legislativo e do Judiciário. É isso que vamos comentar abaixo.

O Poder Legislativo — principalmente, a Câmara dos Deputados — tem criado dificuldades para muitas das propostas feitas pelo ministro da Fazenda. Recusou o aumento do IOF, reprovou a proposta da volta de oneração da folha de pagamentos para empresas de 17 setores da economia e várias outras medidas que, se aprovadas, iriam aumentar muito a arrecadação do governo de forma a evitar o déficit fiscal. Por outro lado, o Legislativo não abre mão das emendas parlamentares que, só neste ano, já nos custaram R$ 55 milhões. E que, em 2026, deverão mais que dobrar pois trata-se de um ano eleitoral, e os deputados vão precisar de mais emendas secretas que favoreçam seus eleitores espalhados por todo o Brasil.

Ou seja, o Legislativo quer que os outros cortem, mas nunca ele próprio. Além disso, o Legislativo tem sido sistematicamente contrário a qualquer discussão relativa a supersalários e taxação aos super-ricos. Os parlamentares fazem questão de aprovar projetos em que enfiam seus “jabutis” e aprovam medidas como a da semana retrasada que vão onerar a conta de energia elétrica de todos os brasileiros a partir do próximo ano — o ano da eleição.

Algo semelhante acontece com o Poder Judiciário, sobejamente conhecido como um dos mais custosos do mundo. Os custos judiciários no Brasil atingem 1,4% do PIB, conforme divulgado pelo Tesouro, enquanto a média mundial é de 0,3 do PIB. Isso significa que, se no Brasil o gasto fosse equivalente à média mundial, a economia seria de R$ 140 bilhões. Só isso acabaria com o déficit fiscal. Boa parte dos supersalários também estão incluídos nos gastos do Judiciário.

A solução só virá se os três poderes cederem um pouco, e o Governo Federal concordar em promover alguma contenção, por exemplo, nos índices de reajuste de salário mínimo, pelo menos para os próximos anos. Os gastos de sua responsabilidade são também de muita importância, como o pagamento dos aposentados, dos salários dos servidores, dos benefícios sociais, da saúde e da educação, mas a maioria é indexada pelo IPCA mais aumento real do salário mínimo.

Em suma, há de haver uma grande negociação entre os três poderes, em que o fundamental seja obter o bem da nação, zerando-se o déficit fiscal já em 2026. Isso significa que cada parte deverá ceder um pouco. Ou seja, a crise é fiscal, mas o problema é político. Claro que esse tipo de negociação é muito complexo, mas já tivemos situações parecidas quando, em 1994, o presidente Itamar Franco implantou o Plano Real junto com seu ministro da Fazenda e liderou essa negociação com os outros poderes, o que, como se sabe, foi uma das razões para o sucesso do plano.

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(As opiniões expressas nos artigos publicados no Jornal da USP são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do veículo nem posições institucionais da Universidade de São Paulo. Acesse aqui nossos parâmetros editoriais para artigos de opinião.)


A volta ao mundo em 80 livros: revisitando Jules Verne - Paulo Roberto de Almeida

A volta ao mundo em 80 livros: revisitando Jules Verne

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Projeto de mais um clássico revisitado, sobre uma história que eu admiro, e os objetos que eu mais admiro, venero e cultivo. A ser desenvolvido na série clássicos revisitados.

Desde o Manifesto Comunista (para o século XXI), feito em 1998, nos 150 anos do “velho" Manifesto de Marx e Engels, eu fiz vários trabalhos nesta série de “clássicos revisitados”. Relaciono aqui os principais:

1) “Manifesto do Partido Comunista (atualizado para o século XXI)”; disponível neste link: https://www.academia.edu/41037349/Velhos_e_Novos_Manifestos_o_socialismo_na_era_da_globalizacao_1999_

2) O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado), link: https://www.academia.edu/5547004/16_O_Moderno_Pr%C3%ADncipe_Maquiavel_revisitado_2010_

3) “De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947

4) Formação de uma estratégia diplomática: relendo Sun Tzu para fins menos belicosos: link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/12696/6714

5) Da diplomacia dos antigos comparada à dos modernos (à la Benjamin Constant); link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/10/da-diplomacia-dos-antigos-comparada-dos.html

6) Capitalismo e liberdade nos Estados Unidos e no Brasil: releitura do clássico de Milton Friedman na perspectiva do Brasil; link: https://www.academia.edu/130048022/Capitalismo_e_liberdade_nos_Estados_Unidos_e_no_Brasil_2025_

Estou agora considerando fazer um novo clássico revisitado de um livro que eu já li em várias edições, português e francês, e que sempre degustei, pelo lado romanesco, obviamente, mas também pelo lado geográfico e “internacionalista” (muito antes de ser diplomata). Bem, considero o livro do Jules Verne, mais pelo lado dos livros, do que pelo lado das aventuras. Começo por fazer uma listagem dos lugares por onde passou Phileas Fogg, mas pretendo apenas selecionar um livro para cada um dos lugares por onde ele passou, com seu ajudante Passepartout.
Vamos ao esquema:

Cidades, regiões e países pelas quais passou Phileas Fogg e Passepartout

1) Londres, Inglaterra, Reform Club, Museu Madame Tussaud, Bank of England: Planning de Voyage: De Londres à Suez par le Mont-Cenis et Brindisi, railways et paquebots ... 7 jours De Suez à Bombay, paquebot ... 13 jours De Bombay à Calcutta, railway ... 3 jours De Calcutta à Hong-Kong (Chine), paquebot ... 13 jours De Hong-Kong à Yokohama (Japon), paquebot ... 6 jours De Yokohama à San Francisco, paquebot ... 22 jours De San Francisco à New York, railroad ... 7 jours De New York à Londres, paquebot et railway ... 9 jours Total = 80 jours
2) Dover,
3) Calais,
4) Paris
5) Mont Cénis,
6) Turim,
7) Brindisi,
8) Suez,
9) Aden,
10) Bombai, Great Peninsular Railway
11) Buhrampour, Assurghur, Rothal, Kholby (por trem)
12) Allahabd (via Terrestre, por elefante, 2.000 libras)
13) Florestas da Índia: Bundelkung, Vindhias, Kallenger, Pillaji, Salvamento
14) Benares, Chandernagor, ville française
15) Calcutta,
16) Singapura,
17) Hong Kong
18) Shanghai
19) Yokohama pela linha Pacific Mail Steam, com o valor General Grant
20) San Francisco: Central Pacific,
21) Sacramento;
22) Reno
23) Salt Lake City (mórmons); Ogden station;
24) Wyoming
25) Medicine-Bow: ponte destruído
26) Denver, Colorado
27) Fort Kearney, ataque dos Sioux
28) Travessia em trenó sobre a neve
29) Columbus, Omaha, estado do Nebraska;
30) Iowa,
31) Des Moines,
32) Iowa City
33) Illinois
34) Chicago, rail-road, Chicago Rock Island Road
35) Indiana
36) Ohio
37) Pennsylvania
38) New Jersey
39) New York; o barco para Liverpool tinha partido 45 minutos antes
40) Barco Henrietta, em direção de Bordeaux, desviado para Liverpool
41) Queenstown, Irlanda
42) Dublin
43) Liverpool; preso em nome da Rainha
44) Londres
45) Reform Club, um minute antes da hora final

AGORA: livros para falar de todos esses lugares, no momento em que Phileas Fogg passou (1872) e nas décadas seguintes, até chegar na atualidade...
O que era o Brasil nessa época (Censo desse ano...)

Reproduzir trechos de Jules Verne (o imperialismo europeu, a supremacia colonialista britânica), a ausência de passaportes de entrada, vistos consulares, Suez e Lesseps, Aída de Verdi, os vapores e cabos telegráficos, a dominância da libra britânica, os horários dos trens e o cronograma dos vapores, a ausência de vacinas.
O atraso da Índia (livro de Robert Barro e Xavier Sala-i-Martin, Economic Growth), a selvageria dos EUA matando bisões e índios, e a fleugma dos ingleses: Phileas Fogg em nenhum momento perde a calma ou a cabeça, e sim mantém-se imperturbavelmente sereno e tranquilo.
Livros de turismo e de história econômica, a selecionar...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4972, 3 junho 2025, 3 p.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Meus artigos (antigos) na revista Interesse Nacional, dirigida pelo embaixador Rubens Barbosa - Paulo Roberto de Almeida

 Meus artigos (antigos) na revista Interesse Nacional, dirigida pelo embaixador Rubens Barbosa:


Artigos de Paulo Roberto de Almeida:

O Renascimento da Política Externa - 18/07/2016
https://interessenacional.com.br/o-renascimento-da-politica-externa/
A Miséria da Oposição no Brasil Da Falta de um Projeto de Poder à Irrelevância Política? - 01/04/2011
https://interessenacional.com.br/a-miseria-da-oposicao-no-brasil-da-falta-de-um-projeto-de-poder-a-irrelevancia-politica/
A OEA e a nova Geografia Política latino- americana - 01/07/2009
https://interessenacional.com.br/a-oea-e-a-nova-geografia-politica-latino-americana/

Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, licenciado em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). Atuou como professor de economia política no Programa de Pós-Graduação em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). Foi editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional; Membro do IHG-DF; blog: http://diplomatizzando.blogspot.com

Meus livros na Biblioteca da Câmara dos Deputados - Paulo Roberto de Almeida

Meus livros na Biblioteca da Câmara dos Deputados

(fichas recebidas de documentalista a partir do catálogo geral; eliminei os homônimos ou similares):


O Lugar da América do Sul na nova ordem mundial / Paulo Roberto Almeida ... [e outros] ; Marcos Costa Lima, org. 1 de jan. de 2001.

Formação da diplomacia econômica no Brasil : as relações econômicas internacionais no Império / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2017.

Relações internacionais e política externa do Brasil : a diplomacia brasileira no contexto da globalização / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2012.

O homem que pensou o Brasil : trajetória intelectual de Roberto Campos / Paulo Roberto de Almeida (organizador). 1 de jan. de 2017.

O moderno príncipe : (Maquiavel revisitado) / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2010.


O Mercosul no Limiar do Século XXI / Paulo Roberto de Almeida ... [e outros] ; Marcos Costa Lima, Marcelo de Almeida Medeiros, orgs. 1 de jan. de 2000.

Mercosul : fundamentos e perspectivas / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1998.

O Mercosul no contexto regional e internacional / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1993.

Globalizando : ensaios sobre a globalização e a antiglobalização / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2011.


Relações internacionais e política externa do Brasil : história e sociologia da diplomacia brasileira / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2004.

Velhos e novos manifestos : o socialismo na era da globalização / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1999.

A grande mudança : consequências econômicas da transição política no Brasil / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2003.

Formação da diplomacia econômica no Brasil : as relações econômicas internacionais no Império / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2001.

Mercosul : fundamentos e perspectivas / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1998.

Mercosul : textos básicos / Paulo Roberto de Almeida, coordenador. 1 de jan. de 1992.

Contra a corrente : ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil 2014-2018 / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2019.

Nunca antes na diplomacia-- : a política externa brasileira em tempos não convencionais / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2014.

O estudo das relações internacionais do Brasil / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1999.

O Brasil dos brasilianistas : um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000 / Rubens Antônio Barbosa, Marshall C. Eakin e Paulo Roberto de Almeida, organizadores. 1 de jan. de 2002.

Relações internacionais e política externa do Brasil : história e sociologia da diplomacia brasileira / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2004.

Relações internacionais e política externa do Brasil : dos descobrimentos à globalização / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1998.

Integração regional : uma introdução / Paulo Roberto de Almeida ; Antônio Carlos Lessa, Henrique A. de Oliveira (coords.). By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2013.


Envisioning Brazil : a guide to brazilian studies in the United States, 1945-2003 / Edited by Marshall C. Eakin and Paulo Roberto de Almeida. 1 de jan. de 2005.

Partidos políticos e política externa / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1986.

Os primeiros anos do século XXI : o Brasil e as relações internacionais comtemporâneas / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 2002.

O Brasil e o multilateralismo econômico / Paulo Roberto de Almeida. By: Almeida, Paulo Roberto de. 1 de jan. de 1999.

Oswaldo Aranha : um estadista brasileiro / Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida, Rogério de Souza Farias (organizadores). 1 de jan. de 2017.

Mercosul, Nafta e Alca : a dimensão social / Yves Chaloult, Paulo Roberto de Almeida, organizadores. 1 de jan. de 1999.

A Constituição contra o Brasil : ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 / Roberto Campos ; organizador Paulo Roberto de Almeida. By: Campos, Roberto. 1 de jan. de 2018.

Mercosul : legislação e textos básicos / Paulo Roberto de Almeida, coordenador. 1 de jan. de 1992.

Relações Brasil-Estados Unidos : assimetrias e convergências / Paulo Roberto de Almeida, Rubens AntÔnio Barbosa, (Organizadores). 1 de jan. de 2006.

Relações Brasil - Estados Unidos : assimetrias e convergências / Paulo Roberto de Almeida, Rubens Antônio Barbosa (organizadores). 1 de jan. de 2006.


terça-feira, 1 de julho de 2025

Merquior, nos meus escritos - Paulo Roberto de Almeida

Merquior, nos meus escritos

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Listagem dos trabalhos de e sobre José Guilherme Merquior

1070. “José Guilherme Merquior e a agenda do liberalismo do Brasil”, Filadélfia, 3 jul. 2003, 4 p. Comentários a questões colocadas pelo jornalista João Gabriel de Lima, da Revista Veja, para número especial de 35 anos, selecionando a entrevista de Páginas Amarelas de José Guilherme Merquior. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/jose-guilherme-merquior-e-agenda-do.html).

2498. “Prata da Casa, Boletim ADB – 3ro. trimestre 2013”, Hartford, 12 julho 2012, 3 p.; + 1 p. em Grants, New Mexico, em 2/10/2013, (...) 7) José Guilherme Merquior: Liberalism, Old and New (Boston: Twayne Publishers, 1991, 182 p.; ISBN: 0-8057-8627-9)...

3412. “Prata da Casa, outubro de 2018 a fevereiro de 2019”, Brasília, 20 fevereiro 2019, 6 p. Resenhas dos seguintes livros para a Revista da ADB: (...); 11) Merquior, José Guilherme: O Marxismo Ocidental (tradução Raul de Sá Barbosa; 1a edição; São Paulo: É Realizações, 2018, 352 p.; ISBN: 978-85-8033-343-5); ...

3577. “José Guilherme Merquior: o esgrimista liberal”, Brasília, 7-19 fevereiro 2020, 48 p. Ensaio sobre a produção intelectual de José Guilherme Merquior no campo da sociologia política, para volume coletivo sobre os intelectuais na diplomacia brasileira. Enviado a embaixadores que conheceram e conviveram com Merquior. Complementado pelo trabalho 3579: “Merquior diplomata: o sistema internacional e a Europa ocidental”. In: José Guilherme Merquior, Foucault, ou o niilismo de cátedra (nova edição: São Paulo: É Realizações, 2021, 440 p.; ISBN; 978-65-86217-22-3; tradução de Donaldson M. Garshagen; posfácio; p. 251-320). Relação de Publicados n. 1383.

3579. “Merquior diplomata: o sistema internacional e a Europa ocidental”, Brasília, 9 fevereiro 2020, 9 p. Complementação do trabalho 3577, focando num ensaio a propósito do tema-título. Ambos, 3577 e 3579, publicados pela Editora É Realizações. In: José Guilherme Merquior, Foucault, ou o niilismo de cátedra (nova edição: São Paulo: É Realizações, 2021, 440 p.; ISBN; 978-65-86217-22-3; tradução de Donaldson M. Garshagen; posfácio; p. 251-320). Relação de Publicados n. 1383.

3581. “Intelectuais na diplomacia brasileira”, Brasília, 10 fevereiro 2020, 262 p. Consolidação de livro coletivo, sob a coordenação conjunta com Celso Lafer, e colaborações de Marcílio Marques Moreira (San Tiago Dantas), Ricardo Vélez-Rodríguez (Meira Penna), Rogério de Souza Farias (Lauro Escorel), Antonio Mesplé (Sergio Corrêa da Costa), Mary Del Priore (Vasco Mariz), Rubens Ricupero (Wladimir Murtinho) e eu mesmo, com introdução e dois capítulos (Roberto Campos e José Guilherme Merquior). Encaminhado aos autores, a Celso Lafer e a Gelson Fonseca, para verificar possibilidades de edição. Ainda em revisão de ampliação, para novos capítulos (Afonso Arinos por PRAlmeida), prefácio (Celso Lafer) e nova introdução (PRAlmeida). Em processo de finalização.

3805. “Intelectuais na construção da diplomacia brasileira”, Brasília, 28 novembro 2020, 1 p. Novo esquema do livro sobre os intelectuais na diplomacia, sob minha organização, incluindo quatro contribuições minhas (Rui Barbosa, Afonso Arinos, Roberto Campos, José Guilherme Merquior), em preparação.

3838. “Trinta anos sem José Guilherme Merquior”, Brasília, 5 janeiro 2021, 3 p. Listagem das postagens feitas em torno do “ano Merquior”, uma série de postagens com materiais dele e sobre ele, no blog Diplomatizzando (6/01/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/01/trinta-anos-sem-jose-guilherme-merquior.html).

3891. “José Guilherme Merquior, um intelectual brasileiro: 80 anos do nascimento”, Brasília, 16 abril 2021, 16 p. Dossiê seletivo com coletânea de postagens e documentos relativos à trajetória pessoal, funcional e intelectual do grande diplomata intelectual. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/jose-guilherme-merquior-um-intelectual.html).

3894. José Guilherme Merquior: um intelectual brasileiro, Brasília, 19 abril 2021, 322 p. Coletânea de textos de e sobre o grande intelectual diplomata, com exceção do prefácio, agregado posteriormente. Em revisão para tornar o volume menos pesado. Versão abreviada, com links remetendo a pdfs em Academia.edu, 187 p. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/46954903/Jose_Guilherme_Merquior_um_Intelectual_Brasileiro_2021_); divulgado no blog Diplomatizzando (20/04/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/jose-guilherme-merquior-uma-homenagem.html).

3895. “Prefácio ao livro José Guilherme Merquior: um intelectual brasileiro, Brasília, 19 abril 2021, 6 p. Agregado à brochura composta sob n. 3894. Divulgado no blog Diplomatizzando (20/04/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/prefacio-ao-livro-jose-guilherme.html).

3896. “Apresentação José Guilherme Merquior”, Brasília 21 abril 2021, 14 slides. Síntese da trajetória intelectual de JGM, com destaque para a sua produção de livros próprios e breves referências a obras sobre seu pensamento. Elaborado em formato de Power Point para apresentação em debate organizado pelo diretor de comunicação do Livres, com a participação de Celso Lafer, Gelson Fonseca, Bolivar Lamounier e Persio Arida, via Streamyard, dia 22/04/2021, 18:00hs, aos 80 anos de JGM. Apresentação em pdf disponível nas plataformas Academia.edu (link: https://www.academia.edu/47382701/Jose_Guilherme_Merquior_um_intelectual_brasileiro_apresentacao_2021_), Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/351060079_Jose_Guilherme_Merquior_um_intelectual_brasileiro_presentation ) e divulgada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/jose-guilherme-merquior-um-intelectual_21.html); DOI: 10.13140/RG.2.2.31640.52483.

4024. “Merquior: os 100 anos da República e a Revolução francesa”, Brasília, 27 novembro 2021, 11 p. Apresentação feita no Seminário Internacional José Guilherme Merquior: 80 anos (9 e 10 de dezembro de 2021), a convite do Prof. João Cezar Castro Rocha, no painel “Inéditos de José Guilherme Merquior”, dia 10/12/2021, 16h. Colocado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62581764/4024_Merquior_os_100_anos_da_República_e_a_Revolução_francesa_2021_) e divulgado com o programa do seminário no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/jose-guilherme-merquior-seminario.html).

4025. “José Guilherme Merquior: 80 anos, Seminário Internacional”, Brasília, 28 novembro 2021, 16 slides. Apresentação preparada para o seminário internacional sobre J. G. Merquior, realizado em 9-10/12/2021, no painel “Inéditos de José Guilherme Merquior”, a ser efetuada em 10/12, 16h00, na companhia da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago. Postada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62586367/4025_4025_Jose_Guilherme_Merquior_80_anos_Seminario_Internacional_2021_) e apresentada no blog Diplomatizzando (28/11/2021, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/jose-guilherme-merquior-80-anos.html).

4034. “Jose Guilherme Merquior: textos inéditos ou pouco conhecidos”, Brasília, 2 dezembro 2021, 7 p. Apenas uma apresentação dos textos inéditos que serão tratados em outro trabalho, aproveitando a primeira parte do trabalho n. 4024. Divulgado na série dedicado às postagens sobre Merquior, na série 80 anos, no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/jose-guilherme-merquior-80-anos-6.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63037269/4034_Jose_Guilherme_Merquior_textos_relativamente_ineditos_ou_pouco_conhecidos_2021_).

4038. “Inéditos de José Guilherme Merquior: amostras da ‘máquina de pensar’”, Brasília, 7 dezembro 2021, 19 p. Apresentação sumária dos textos inéditos ou pouco conhecidos de José Guilherme Merquior: prefácio às edições brasileiras dos Estudos Políticos de Raymond Aron (1980) e do Dicionário Crítico da Revolução Francesa, de François Furet e Mouna Ozouf (1988), e conferências feitas na Universidade de Harvard, El Otro Occidente (1988) e no Centre de Recherches sur le Brésil Contemporain, “Brésil: cent ans de bilan historique” (1990). Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63761861/4038_Ineditos_de_Jose_Guilherme_Merquior_amostras_da_maquina_de_pensar_2021_) e no blog Diplomatizzando (10/12/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/ineditos-de-jose-guilherme-merquior.html).


4040. “Apresentação sobre os inéditos de José Guilherme Merquior no Seminário Internacional em homenagem aos seus 80 anos”, Brasília, 7 dezembro, 12 slides. Capas de seus livros mais importantes e dos inéditos sendo apresentados. Seminário apresentado no YouTube da É Realizações (https://www.youtube.com/editorae). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63769579/4040_Apresentacao_no_Seminario_Jose_Guilherme_Merquior_2021_), informado no blog Diplomatizzando (10/12/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/apresentacao-sobre-ineditos-de-jose.html).

4141. Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior, Brasília, 29 abril 2022, 217 p. Reformatação do trabalho 4118, com novo título e espaço para um prefácio externo. Enviado à Editora LVM para fins de editoração.


4187. Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior, Brasília, 28 junho 2022, 229 p. Nova versão do livro, encaminhada ao editor Pedro Henrique. Incorporado prefácio de Arnaldo Godoy em 10/07/2022; enviado ao editor, com novas correções em 11/07/2022. Apresentado, com a capa recebida em 15/08/, com índice e apresentação, no blog Diplomatizzando (15/08/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/08/construtores-da-nacao-projetos-para-o.html). Publicado em 23/08/2022: Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (São Paulo: LVM Editora, 2022, 304 p.; ISBN: ISBN: 978-65-5052-036-6; prefácio de Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy, p. 11-17). Divulgado via blog Diplomatizzando (25/08/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/08/construtores-da-nacao-projetos-para-o25.html). Relação de Publicados n. 1467.

4335. “Os intelectuais do Itamaraty e o caso único de José Guilherme Merquior”, Brasília, 8 março 2023, 7 p. Colaboração à revista Crusoé; publicada em 17/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/255/os-intelectuais-do-itamaraty-e-o-caso-unico-de-jose-guilherme-merquior/ ). Relação de Publicados n. 1497.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4970, 1 julho 2025, 3 p.

Um texto do Livres sobre Tarifas e Liberdade Comercial

 O Livre Comércio é a melhor resposta contra tarifas

Contribuição do Livres

A ameaça feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros é uma medida profundamente equivocada. Em comunicação oficial, Trump declarou, com a decisão, buscar impacto sobre políticas internas do governo Lula e decisões do Supremo Tribunal Federal brasileiro. Na realidade, as tarifas não só falham nesse objetivo, como prejudicam fortemente consumidores americanos e produtores brasileiros.

Embora frequentemente empregadas como instrumentos de pressão política, sanções econômicas apresentam resultados mistos e, em muitos casos, não alcançam plenamente seus objetivos declarados. A ameaça de penalidades chantageia a política e a justiça local, e cola opositores do status quo a medidas que empobrecem o próprio povo. Ao afetarem a economia local e exporem a população à instabilidade econômica, as sanções reforçam narrativas de ameaças externas utilizadas pelas autoridades locais, rapidamente transformadas em defensoras dos interesses da nação. Assim, acabam por despertar ideologias nacionalistas, contrárias à cooperação internacional, às trocas voluntárias e aos princípios das sociedades abertas.

Donald Trump utiliza ameaças de punições tarifárias como ferramenta de pressão e negociação, atingindo aliados e adversários indistintamente, do Canadá ao México, da China à Coreia do Sul. O Brasil, ao apostar em estratégias diplomáticas vistas como hostis aos Estados Unidos, centradas no "Sul Global" e nos Brics, superestimou seu alcance econômico e político, minimizou a importância de uma ponte de negociação com o governo americano, e subestimou a disposição do nosso segundo maior parceiro comercial de impor tarifas punitivas sobre nossos produtos. É fundamental que os interesses dos brasileiros estejam no centro da ação diplomática do Itamaraty nas negociações que virão.

Tarifas aumentam custos para consumidores, reduzem o bem-estar social, prejudicam a competitividade dos produtores a jusante na cadeia produtiva, impactam negativamente a geração de riqueza e reduzem as oportunidades econômicas decisivas para a maior diminuição da pobreza global.

Mercados livres e abertos são o melhor caminho para a prosperidade econômica e para relações internacionais pacíficas. O Brasil deve reafirmar sua soberania e a independência de suas instituições, liderando pelo exemplo ao promover uma abertura econômica baseada em diálogo, negociação e no amadurecimento do debate público sobre os benefícios do livre comércio. Reduzir progressivamente as barreiras tarifárias e não tarifárias, de maneira consciente e acompanhada pela sociedade brasileira, fortaleceria a economia nacional e ampliaria nosso poder de negociação para assegurar maior acesso aos mercados internacionais.

Guerras comerciais geram preços altos para consumidores e dificuldades para que produtores possam exportar e crescer. Conflitos tarifários são jogos de destruição em que os derrotados sempre são os que mais precisam dos benefícios do comércio. Que o governo brasileiro responda à ameaça não com retaliação, inserindo mais um elo nessa corrente destrutiva, mas com pragmatismo, negociação e comércio com menos barreiras, em benefício do crescimento econômico e da prosperidade do Brasil.

Comunidade Livres
Este texto foi desenvolvido com a colaboração de

Sandra Rios
Economista, professora de Política Comercial na PUC-Rio e membro do 
Conselho Acadêmico do Livres.

Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, doutor em Ciências Sociais, mestre em Planejamento Econômico e membro do 
Conselho Acadêmico do Livres.


segunda-feira, 30 de junho de 2025

A Nação israelense: itinerário histórico - Airton Dirceu Lemmertz

 Trailer (da série documental sobre a realidade social de Israel): 

https://www.youtube.com/watch?v=6MvRa1yPGrshttps://www.youtube.com/watch?v=XfJ_gTGhl2E 

SINOPSE: 
"Uma Nação que sobrevive no deserto” revela as complexidades da vida cotidiana em Israel, um país marcado pela diversidade cultural e pela convivência de diferentes religiões e etnias. Indo além das paisagens do deserto, o documentário se aprofunda nas histórias pessoais de homens e mulheres que vivem em um lugar onde a modernidade encontra tradições milenares, e onde a constante ameaça de conflito faz parte do cotidiano.

Gravado em Jerusalém e Tel Aviv, entre os dias 23 de julho e 10 de setembro de 2024.
Episódio 1. O DIREITO DE EXISTIR (26MIN): Partindo do massacre do dia 7 de outubro, os entrevistados fazem suas reflexões sobre a história de Israel e a situação política atual.

Episódio 2. PERSEVERAR (23MIN): A experiência do Shalva, entidade que cuida de crianças com deficiência em Jerusalém, retratada poeticamente como a perseverança de se viver num país em Guerra, com todas as limitações e superações.

Episódio 3. JUNTOS NA DIVERSIDADE (25MIN): O que é ser israelense, considerando a dinâmica de um país multicultural e religiosamente variado? Neste episódio, buscamos saber como tantas diferenças podem moldar um instinto de nacionalidade.

Episódio 4. OS VALORES DO PROGRESSO (25MIN): Queremos entender o papel da cultura judaica no desenvolvimento econômico de Israel. O que explica o paradoxo de um povo milenar estar sempre na vanguarda científica e tecnológica?

Gaza: o genocído continua - Paulo Roberto de Almeida

Três meses atrás, eu postava o que escrevi abaixo, sobre o genocídio israelense na Faixa de Gaza. Desde então, a situação só se agravou, pois o governo extremista de Netanyahu está matando os palestinos de fome, e os soldados israelense estão simplesmente matando os palestinos a tiros.
Algum amigo (ou inimigo) judeu, sionista ou antissionista, vai dizer que estou eerrado?

domingo, 23 de março de 2025
Uma constatação necessária: um genocídio "desnecessário"
Paulo Roberto de Almeida

Alguns dos meus amigos judeus, ou israelenses (não é a mesma coisa), vão reclamar desta minha postagem, mas vou explicitar a acusação, não ao Estado de Israel ou a seu povo (árabes e israelenses), mas ao seu atual governo FASCISTA, de claro e direto GENOCÍDIO contra o povo palestino, a pretexto de eliminar os terroristas que se imiscuíram na população dos territórios ILEGALMENTE ocupados por Israel (sim, eu sei, ao cabo de guerras deslanchadas contra o Estado judeu décadas atrás).
O povo palestino não pode levar a culpa por alguns atentados bárbaros que algumas lideranças TERRORISTAS impuseram sobre todo o povo israelense e sobre o povo palestino.
O povo israelense, judeus e não judeus, não pode levar a culpa pelos CRIMES CONTRA A HUMANIDADE sendo perpetrados por um CRIMINOSO DE GUERRA, que merece um julgamento ao estilo de Nuremberg, ao lado de Putin e outros assassinos.
A humanidade não merece o que vem sendo imposto a ela por ditadores, criminosos de guerra ou por simples IMBECIS, um deles nem preciso nomear.
O atual governo israelense está criando (pelo menos) uma geração de terroristas, mas a ONU e o sistema multilateral não conseguem fazer nada, sequer contra a maciça destruição imposta ao povo ucraniano, sequer EXPELIR os Estados terroristas da organição.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 23/03/2025 


Amado Luís Cervo e O Espírito das Relações Internacionais; Sobre o livro de Amado Cervo para seminário em sua homenagem - Paulo Roberto de Almeida

 

Amado Luís Cervo e O Espírito das Relações Internacionais

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Sobre o livro de Amado Cervo para seminário em sua homenagem

Amado Luiz Cervo:
O Espírito das Relações Internacionais [online]
Brasília: Editora da UnB, 2022

        O livro-síntese de Amado Luiz Cervo representa um condensado reflexivo sobre o conjunto de sua obra acumulada em praticamente meio século de intensos e extensos esforços em torno das relações internacionais em geral, sobre a história diplomática e das relações exteriores do Brasil, assim como em torno das pontes construídas com países vizinhos nos mesmos terrenos, em especial a Argentina e o Mercosul. Ele representa a confluência de suas análises e indagações entre a história e a teoria das relações internacionais, iniciada décadas atrás com alguns fundamentos da escola francesa nessas áreas, mas logo tornada original com base em suas próprias pesquisas documentais e arquivísticas, assim como apoiada em vasta literatura especializada, tanto a claramente factualista, événementielle, como a propriamente analítica e interpretativa. Amado foi um construtor de conceitos e paradigmas, e eles estão reproduzidos em cada um dos conceitos que são os títulos aos onze capítulos desta obra.
        Ao percorrer cada um dos capítulos pude perceber a maestria com a qual ele se refere tanto às obras de outros historiadores, brasileiros e estrangeiros, quanto aos trabalhos de cientistas políticos, sociólogos, economistas, ou seja, uma pletora de analistas das relações internacionais em geral, assim com às políticas exteriores dos principais Estados presentes. Impossível não ficar impressionado com a vastidão de seus argumentos sobre cada um dos principais conceitos ali trabalhados: valores, segurança, defesa, interesses, sobrevivência, convivência e guerra, entre os que estão diretamente nos fundamentos das relações exteriores dos Estados, seguidos por outros conceitos ou temáticas que terminam por circunscreve sua análise teórico-pedagógica: teorias, experiências concretas de países e suas diplomacias, e os itinerários seguidos por alguns deles. A bibliografia é seletiva, mas conta com nada menos do que 138 títulos, entre obras completas, ensaios e publicações diversas.
        O prefácio a cargo do grande historiador diplomático chileno, Raúl Bernal-Meza – autor de uma monumental Historia de las Relaciones Internacionales de Chile, 1810-2020 (Santiago: RIL Editores; Universidade Arturo Prat, 2020) –, enfatiza as principais contribuições de Amado Cervo para o engrandecimento do campo no Brasil e nos países vizinhos: formou discípulos e pesquisadores, se exerceu em todos os níveis da formação universitária e em redes acadêmicas desse campo, produziu novos caminhos no estudo dos processos históricos dos países do Cone Sul e ofereceu interpretações coerentes sobre as políticas públicas em todas as frentes das posturas internacionais desses países, inclusive integrando-as no contexto mundial mais amplo, e isso durante mais de meio século.
        Como enfatizou Bernal-Meza, o estudo da história das relações internacionais deve “apoiar-se em uma base empírica e não em uma abstração. Descobrir o espírito das relações internacionais e dar inteligibilidade aos acontecimentos constitui a chave que unifica toda a obra de nosso historiador e pensador” (Prefácio). Ele complementa suas observações sobre o sentido profundamente inovador do trabalho de Amado Cervo desta maneira:
        A contribuição de Amado Luiz Cervo para as relações internacionais pode ser percebida em três grandes linhas: história da política exterior do Brasil; história das relações internacionais da América Latina; e elaboração de conceitos e categorias analíticas para o estudo das relações internacionais. Para identificar tipos ideias de Estado, a partir da evolução política e social do Brasil, o professor Cervo elevou-se ao nível de abstração, da qual derivam interpretações sobre práxis da política exterior, bem como sobre diplomacia de cada modelo, em perspectiva histórica que se articula com os estudos das tendências da história da política exterior e das relações internacionais. Amado Cervo construiu e compartilhou com outros intelectuais latino-americanos os argumentos críticos que refutam a validade das teorias de relações internacionais anglo-saxônicas para interpretar a história e a realidade das relações internacionais em nossa região, bem como sua inserção global. Por meio de suas obras, Cervo fundamenta a elaboração e a reelaboração de conceitos propriamente latino-americanos; ou seja, produzidos pela inteligência de nossa região, com o fim de explicar seus próprios acontecimentos. (...) Com sua reflexão, convocou colegas e discípulos a trocar as teorias estrangeiras por conceitos próprios que expressam e que tenham sido extraídos da realidade própria de nossos países. (Prefácio)

        Os onze capítulos da obra de Amado Cervo tratam dos onze impulsos que ele detectou nesta síntese abrangente dos fatores que correspondem a comandos superiores das políticas exteriores dos Estados membros da comunidade política internacional, e que orientam os seus agentes no trabalho de representação e de ação no plano externo de cada um deles. São eles os seguintes:
1. Valores: é o substrato cultural que influencia os padrões de conduta dos Estados no plano externo;
2. Segurança: trata-se da proteção do território, a defesa nacional e a dissuasão contra possíveis ameaças;
3. Defesa: percepções sobre vulnerabilidade guiam a ação do Estado, individualmente ou em coalização com parceiros externos;
4. Interesses: estão conectados às assimetrias entre Estados, como a dominação colonial, mas também guiam ações de cooperação entre eles;
5. Sobrevivência: o princípio básico de indivíduos e Estados;
6. Convivência: possui vínculo com a sobrevivência, mas pode resultar em blocos do países possuindo interesses similares’
7. Guerra: Resulta de líderes desequilibrados, autoritários, mas também pode ocorrer pelo instinto de sobrevivência, no caso da defesa nacional;
8. Teorias: elas espelham interesses, valores e padrões de conduta; podem ser ilusórias;
9. Conceitos: conferem explicações sistêmicas para orientar a conduta dos agentes; eles são vários: potência, ingerência, intervenção, neutralidade, responsabilidade de proteger, ordem ou desordem internacional, historicidade e outros;
10. Pedaços: são países, regiões, blocos, que podem ser agressivos, ou pacifistas, de forma amplamente diversa;
11. Itinerários: são o reflexo das grandes orientações de cada Estado, algumas com mais autonomia do que outras, segundo as capabilidades de cada um.

        Todos esses comandos operam como instrumentos de atuação dos agentes estatais ou servem de suporte intelectual para a ação dos Estados, num contexto bastante complexo e multifacetado, que é o das relações internacionais contemporâneas, quer elas se exerçam num ambiente multilateral, por meio das organizações intergovernamentais existentes, quer mediante canais bilaterais ou plurilaterais (entre grupos ou blocos de países). A interação entre essas diferentes esferas de intervenção guia a conduta dos agentes envolvidos na trama, ou no “espírito”, das relações internacionais. Aqui se situa a contribuição epistemológica central desta obra-síntese, um livro que exibe um título quase hegeliano, combinando, como era o caso do filósofo prussiano, teoria e história, ou teoria da história e o desenvolvimento concreto do Estado racional e de suas políticas públicas, entre elas a externa.
        Amado Cervo talvez não seja um hegeliano de formação, sequer um marxista juvenil, mas ele é um teorizador experimentado das relações internacionais dos países em geral, não apenas as do Brasil. Sua obra reflete o esforço de sistematização dos grandes vetores que atuam sobre a conduta dos Estados e de seus agentes, os componentes básicos das interações entre eles. Esses vetores influenciam ou até determinam a política externa e a diplomacia dos Estados, conduzida pela tecnocracia diplomática e orientada pela clarividência, se for o caso, de seus dirigentes, entre eles estadistas, mas também alguns líderes autoritários, que soem ser os condutores das guerras interestatais.
        Seu capítulo sobre a guerra, justamente, é um dos mais extensos e bibliograficamente mais bem argumentados de toda a obra, combinando referências exaustivas aos principais autores de estudos sobre esse aspecto fundamental das relações entre Estados, assim como, no terreno empírico dos fatos militares mais relevantes da era contemporânea, remetendo aos conflitos mais emblemáticos e representativos da geopolítica do último século e meio. Em resumo, a obra-síntese de Amado Cervo pode ser considerado uma leitura essencial para estudiosos teóricos e condutores práticos das relações internacionais contemporâneas.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4968, 30 junho 2025, 3 p.