O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Textos de P.R. Almeida: todos os capitulos em livros, de 1987 a 2014

Atenção à oferta, dirigida sobretudo a alunos de relações internacionais e de matérias afins, como sociologia do desenvolvimento, política brasileira, história diplomática brasileira, relações econômicas internacionais do Brasil, etc., etc.
Todos os capítulos de livros coletivos com os quais colaborei, desde 1987, até recentemente, encontram-se disponíveis na plataforma Academia. edu, neste link geral:
https://uniceub.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida/Book-Chapters

Para os que desejarem descarregar uma lista completa, ela está aqui:
https://www.academia.edu/9068537/List_of_Authors_chapters_in_collective_books_November_12_2014_

Abaixo, apenas o início e o final dessa longa lista, de mais de 20 páginas:


Colaboração a Livros, Paulo Roberto de Almeida

Lista revista em 12 de Novembro de 2014


1)     “O Paradigma Perdido: a Revolução Burguesa de Florestan Fernandes”, in Maria Angela d’Incao (org.), O Saber Militante: Ensaios sobre Florestan Fernandes (São Paulo-Rio de Janeiro: UNESP-Paz e Terra, 1987, p. 209-229; ISBN: 85-7139-000-5); http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/04Florestan1987.html ); disponível Academia.edu (links: https://www.academia.edu/5546799/001_O_Paradigma_Perdido_a_Revolu%C3%A7%C3%A3o_Burguesa_de_Florestan_Fernandes_1987_ e https://www.academia.edu/attachments/32642223/download_file). Relação de Publicados n. 42. Relação de Originais n. 124.
2)     “The ‘New’ Intellectual Property Regime and its Economic Impact of Developing Countries: a preliminary overview” in Giorgio Sacerdoti (ed), Liberalization of Services and Intellectual Property in the Uruguay Round of GATT (Fribourg [CH]: University Press of Fribourg, 1990, p. 74-86; Progress and Undercurrents in Public International Law, vol. 6; http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/05Sacerdoti.html); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5782659/002_The_New_Intellectual_Property_Regime_and_its_Economic_Impact_of_Developing_Countries_a_preliminary_overview_1990_). Relação de Publicados n. 59. Relação de Originais n. 174.
3)     “A Diplomacia do Liberalismo Econômico: As relações econômicas internacionais do Brasil durante a Presidência Dutra”, in José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), vol. I: Crescimento, modernização e política externa (São Paulo: Cultura Editores associados, 1996, p. 173-210; http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/17DiploLiberal1996.html); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5782681/003_A_Diplomacia_do_Liberalismo_Econ%C3%B4mico_As_rela%C3%A7%C3%B5es_econ%C3%B4micas_internacionais_do_Brasil_durante_a_Presid%C3%AAncia_Dutra_1996_). Relação de Publicados n. 197. Relação de Originais n. 223.
(...)
102)     Oswaldo Aranha: na continuidade do estadismo de Rio Branco” (com João Hermes Pereira de Araújo), in: José Vicente Pimentel (org.), Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964). Brasília: FUNAG, 2013, 3 vols.; ISBN 978-85-7631-462-2; vol. 3, p. 667-711 (disponível: https://www.researchgate.net/publication/258499131_Pensamento_Diplomtico_Brasileiro_Parte_3_COMPLETA); disponível no link: https://www.academia.edu/attachments/32626905/download_file. Relação de Publicados n. 1110. Relação de Originais n. 2502.
103)      “A Constituição brasileira contra o Brasil: dispositivos constitucionais que dificultam o seu crescimento econômico”, In: René Marc da Costa Silva (org.): 25 Anos da Constituição Federal de 1988: uma comemoração crítica (Brasília: Uniceub, 2013, 240; ISBN: 978-85-61990-17-6; p. 55-81; disponível: https://www.academia.edu/attachments/32627080/download_file). Relação de Publicados n. 1112. Relação de Originais n. 2505.
104)      “L’historiographie économique brésilienne, de la fin du XIXème siècle au début du XXIème: une synthèse bibliographique”, In: Marie-Jo Ferreira; Simele Rodrigues; Denis Rolland (orgs.): Le Brésil, territoire d'histoire. Historiographie du Brésil contemporain (Paris: L’Harmattan, 2013, 306 p.; ISBN: 978-2-336-30512-7; p. 93-105; format digital: EAN Ebook format Pdf : 978-2-336-33277-2; livro disponível nest link: http://www.editions-harmattan.fr/index.asp?navig=catalogue&obj=livre&no=42058); Academia.edu (link: http://www.academia.edu/5794905/104_L_historiographie_%C3%A9conomique_br%C3%A9silienne_de_la_fin_du_XIX%C3%A8me_si%C3%A8cle_au_d%C3%A9but_du_XXI%C3%A8me_une_synth%C3%A8se_bibliographique_2013_). Relação de Publicados n. 1115. Relação de Originais n. 2234.
105)     “Renato Mendonça: um pioneiro da história diplomática do Brasil”, In: Renato Mendonça: História da Política Exterior do Brasil (1500-1825): Do período colonial ao reconhecimento do Império (Brasília: Funag, 2013, 248 p., p. 11-44; ISBN 978-85-7631-468-4; disponível no link da Funag: http://funag.gov.br/loja/download/1071-historia_da_politica_exterior_do_brasil.pdf ou http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=512); disponível no link: http://www.academia.edu/5763052/105_Renato_Mendon%C3%A7a_um_pioneiro_da_hist%C3%B3ria_diplom%C3%A1tica_do_Brasil_2013_ ou https://www.academia.edu/attachments/32626832/download_file. Relação de Publicados n. 1118. Relação de Originais n. 2529.
106)     “The Politics of Economic Regime Change in Brazilian History”, in: Ted Goertzel and Paulo Roberto de Almeida (eds.), The Drama of Brazilian Politics: From Dom João to Marina Silva (Kindle Book, 2014; ISBN: 978-1-4951-2981-0; available at: http://www.amazon.com/dp/B00NZBPX8A), p. 84-124; Academia.edu (link: http://www.academia.edu/8834125/106_The_Politics_of_Economic_Regime_Change_in_Brazilian_History_2014_). Relação de Originais n. 2680. Relação de Publicados n. 1142.
 
Lista atualizada em 12/11/2014

Os dez maiores benfeitores da humanidade no seculo 20, e os dez piores bandidos... - Paulo Roberto de Almeida


Os dez maiores benfeitores da humanidade no século 20
...e os dez piores inimigos dessa mesma humanidade

Paulo Roberto de Almeida

Começou com um simples desafio: apontar a personalidade mais marcante do século 20. Uma breve circulada pelo Facebook detectou muitas outras sugestões, assim que resolvi compor uma lista, ainda provisória, que cada um poderá criticar e modificar ao seu gosto. As minhas preferências, ou opções, com algumas indicações de amigos e conhecidos, são são estas abaixo. Quem tiver outras, melhores, e piores, favor indicar... .

Os maiores benfeitores:
1. Alexander Fleming (sua penicilina salvou milhões; parece que estamos precisando de novas)
2. James Sabin (junto com Jonas Salk, o pioneiro)
3. Norman Borlaug (o homem da revolução verde, que livrou milhões da desnutrição)
4. Milton Friedman (o campeão das liberdades econômicas, e promotor da prosperidade)
5. Marie Curie (a única cientista mulher a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel)
6. Franklin D. Roosevelt (conseguiu esmagar três totalitarismos, mas sobrou um...)
7. Thomas Alva Edson (começou a inventar no século 19, mas suas invenções ainda estão aqui)
8. Nelson Mandela (pelo espírito de conciliação que demonstrou na transição sul-africana)
9. Mikhail Gorbachev (mesmo sem pretender inicialmente, libertou milhões da escravidão)
10. Winston Churchill (em último, porque também era um velhaco imperialista e beberrão...)

Os piores bandidos:
1. Hitler (hors concours entre os piores bandidos; era um doente sanguinário, racista abjeto)
2. Stalin (com galardão; conseguiu matar todos os companheiros e vários milhões, sem culpa)
3. Mao Tsé-tung (de longe, o que mais matou, em todas as categorias somadas)
4. Kim Il-Sung (e sua dinastia degenerada, que já são dois malucos stalinistas terminais)
5. Pol-Pot (pelos killing-fields do Camboja, que mataram boa parte da população)
6. Fidel Castro (e seu irmão Raul, os mais longevos e piores ditadores da América Latina)
7. Ché Guevara (pelo mau exemplo, embora seguido por milhões de beócios, no mundo todo)
8. Benito Mussolini (inventou o fascismo, e conduziu a Itália a um desastre nacional)
9. Peron (estendeu o fascismo caudilhista para a América Latina e deixou herdeiros)
10. Hugo Chávez (deu nova vida ao fascismo peronista, afundou a Venezuela e sustentou Cuba)

Hartford, 11 de novembro de  2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Petrobras: companheiros roubaram 1,2 BILHAO de dolares; acha pouco? Deve ser mais, certamente...

Não acredito nesse valor, que é apenas um montante detectado pelo órgão de controle, que me parece meio cego. Deve ser muuuuuuuiiiiiiiiito mais, sobretudo se computarmos o chamado custo-oportunidade  e muitos outros dezenas de milhares, talvez centenas de milhares de reais, que escoaram por outras vias, algumas até formalmente "legais", mas usadas para sobrefaturar, superfatura, megafaturar e qualquer outra coisa usada para roubar.
Como é que as pessoas vão olhar nos olhos dos companheiros?
Peergunto: dá para deixar essa quadrilha de mafiosos no poder?
Paulo Roberto de Almeida

Brasil corrupción

Desvíos en Petrobras suman 1.171 millones dólares según Tribunal de Cuentas

Infolatam/Efe
Brasilia, 11 de noviembre de 2014
Las claves
  • Nardes calificó las irregularidades como "el mayor escándalo investigado" por el Tribunal de Cuentas (TCU) de este país.
  • No obstante, exculpó de responsabilidad a la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, que en la época de los hechos era miembro del Consejo de Administración de Petrobras en condición de ministra de Minas y Energía.
Las irregularidades en la petrolera estatal Petrobras que están bajo investigación le costaron a las arcas públicas de Brasil cerca de 3.000 millones de reales (unos 1.171 millones dólares), afirmó el presidente del Tribunal de Cuentas, Augusto Nardes.
Ese cálculo incluye el aumento del precio de forma supuestamente irregular en obras en el Complejo Petroquímico de Río de Janeiro (Comperj) y en las refinerías de Abreu e Lima, en Pernambuco (noreste), Duque de Caxias (Río de Janeiro) y Getulio Vargas (Paraná, sur), además de la compra de una refinería en la ciudad estadounidense de Pasadena (Texas).
En un almuerzo con periodistas brasileños, Nardes calificó las irregularidades como “el mayor escándalo investigado” por el Tribunal de Cuentas (TCU) de este país.
El responsable del TCU dijo que hay “indicios” de que las supuestas irregularidades lleguen a la cifra indicada, aunque matizó que los cálculos todavía tienen que ser estudiados por los magistrados que integran el organismo.
Estas supuestas irregularidades están siendo investigadas en diferentes procesos por la Fiscalía de Río de Janeiro y también por una comisión parlamentaria.
Cerca de la mitad del capital, unos 1.600 millones de reales (cerca de 585 millones de dólares), corresponde a las pérdidas sufridas por la compra de la refinería de Pasadena en 2006, en un proceso que el TCU considera que ya está “comprobado” el sobreprecio pagado por la petrolera.
Petrobras compró la mitad del capital de la refinería de Pasadena por 360 millones de dólares a la empresa belga Astra Oil, que un año antes había pagado 42,5 millones de dólares por la totalidad de la planta.
Debido a una cláusula en el contrato, Petrobras fue forzada a desembolsar otros 820 millones de dólares por la otra mitad del capital.
El pasado julio, el TCU determinó el bloqueo de los bienes de once exdirectores de Petrobras considerados responsables de la compra de la refinería.
No obstante, exculpó de responsabilidad a la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, que en la época de los hechos era miembro del Consejo de Administración de Petrobras en condición de ministra de Minas y Energía.

Planejamento estrategico no Brasil: existe? - Seminario da SAE/PR - Brasilia, 12/11/2014

3º Encontro Brasileiro de Prospectiva e Planejamento Estratégico
12 de novembro de 2014
Brasília - DF

A Rede Brasileira de Prospectiva convida para o 3º Encontro Brasileiro de Prospectiva e Planejamento Estratégico (3º EBPPE) que será realizado no dia 12 de novembro, em Brasília – DF.

INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES no site: http://3ebppe.wix.com/3encontrorbp

Participe e divulgue em sua instituição e redes de relacionamento.

Tema: A Prospectiva no Brasil: situação atual e desafios

Objetivo: refletir sobre a prospectiva e as experiências de planejamento de longo prazo no Brasil, bem como debater seus desafios.

Data: 12 de novembro de 2014 (quarta-feira).
Horário: 8h30 – 18h00.
Local: Auditório Antônio Carlos Magalhães (Interlegis)
           Av. Via N2, Anexo "E"
           Brasília - DF

Público-alvo: Estrategistas, gestores; formuladores, executores e estudiosos das políticas públicas; e, principalmente, potenciais aplicadores das metodologias em questão no cotidiano das organizações.

Organização: Rede Brasileira de Prospectiva (RBP)
Apoio: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)
  Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI/MDS)
  Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB)
  Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEx)
  Associação Nacional de Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento
  Instituto Sagres

Contatos: 3ebppe@gmail.com
                
3º Encontro Brasileiro de Prospectiva e Planejamento Estratégico
(Programação Preliminar)

08h30 – Credenciamento

09h00 – Abertura

09h30 – Mesa Redonda: Há um pensamento estratégico para o Brasil?
Ministro Alessandro Candeas
Chefe de Gabinete do Ministro de Estado Chefe da
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)

Debatedores
Jorge Abrahão de Castro
Diretor do Departamento de Planejamento
Secretaria de  Planejamento e Investimentos Estratégicos
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Ariel Pares
Diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentável (DPCS)
Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental
Ministério do Meio Ambiente

Paulo Egler
Coordenador do Projeto Brasília 2060
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)

José Celso Cardoso Jr.
Técnico de Planejamento e Pesquisa
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

Moderadora
Dra. Elaine Coutinho Marcial
Assessora Técnica do Gabinete do Ministro de Estado Chefe da
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)

11h20 – Cenários Prospectivos para Políticas Sociais: necessidades e desafios.
Paulo Jannuzzi
Secretário de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI)
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
11h50 – Debate

12h00 – Almoço

14h00 – Elaboração de Cenários Prospectivos para a Amazônia Azul - Tecnologias de Defesa S.A. – AMAZUL
Raul Sturari
Diretor de Prospectiva Estratégica
Instituto Sagres

14h30 – Enredos do Futuro: o papel da criatividade no pensamento prospectivo
Jonathan de Araujo de Assis
Kimberly Alves Digolin
Mayra do Prado
Níkolas Carneiro dos Santos
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Câmpus de Franca (UNESP Franca)

15h00 – Diagnóstico da Tecnologia Assistiva e da Segurança Viária no País
Milton Pombo da Paz
CGEE

15h30 – Resultado da Questão “Como será o Mundo em 2100”
15h40 – Debate

16h00 – Café

16h30  – A RBP: situação atual e desafios
Coordenação da Mesa: Profª. Dra. Elenita Nascimento

17h20 – Encaminhamentos
18h00 – Encerramento

Corrupcao no Brasil: em que pensam os apoiadores dos ladroes federais?

Eu fico pensando no que pensam os chefes dessa turma que está devolvendo 500 milhões, eles que roubaram provalmente dez vezes mais que isso, em que pensam eles?Eu também fico pensando em que pensam os inocentes inúteis que apoiam esses cafajestes e ladrões, por motivos puramente ideológicos e até de boa-fé: afinal de contas, esses caras, os apoiadores, querem um Brasil mais justo, mais igual, mais ético. Em que pensam eles quando veem notícias ou matérias como essa abaixo? Acham certo, perdoável, continuam apoiando?Eles são cegos, são ingênuos, são idiotas, são coniventes ou o quê?Eu só queria saber o que eles pensam de tudo isso. Paulo Roberto de Almeida
Petrolão – Dez pessoas, que eram apenas subordinadas, podem devolver até R$ 500 milhões aos cofres públicos. Imaginem quanto dinheiro não foi parar nos cofres do PT, do PMDB e do PP, partidos para os quais trabalhavamReinaldo Azevedo, 10/11/2014

Quinhentos milhões de reais! Sim, R$ 500 milhões. Esse é o montante que dez pessoas que negociam acordos de delação premiada, no curso da investigação do petrolão, podem devolver aos cofres públicos. Três pessoas respondem por R$ 165 milhões desse montante. O engenheiro Paulo Roberto Costa se comprometeu a devolver R$ 70 milhões, que correspondem aos US$ 25,8 milhões que ele tem depositados no exterior. O doleiro Alberto Youssef aceita ressarcir os cofres públicos em R$ 55 milhões. Outros R$ 40 milhões virão das contas de Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal. Sete outras pessoas que estão colaborando com a investigação responderiam pelo resto.

É assombroso! Atenção, meus caros! Nenhuma dessas dez pessoas era chefe do esquema. Até agora, não se sabe quem estava na ponta do petrolão. Eram todos operadores que trabalhavam para partidos políticos. Três dessas legendas monopolizavam o dinheiro da propina: PT, PMDB e PP. Segundo Paulo Roberto, a maior parte da grana era enviada mesmo ao Partidos dos Trabalhadores.

Esses prováveis R$ 500 milhões nada têm a ver com o dinheiro dos políticos. Essa grana toda foi desviada, reitere-se, por simples operadores, por peixes de tamanho médio. Se esses dez, que trabalhavam para outros e eram apenas subordinados, conseguiram amealhar R$ 500 milhões, imaginem quanto não foi roubado pelos chefes. Ou melhor: não dá nem para imaginar.

Mas a gente tem algumas pistas. Tudo indica que a obra que mais serviu à roubalheira foi a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Só para lembrar: ela estava orçada em US$ 2,5 bilhões e já custou mais de US$ 20 bilhões. Chega a ser um milagre que o Brasil ainda não tenha sucumbido.

Não! Essa dinheirama toda não inclui os políticos envolvidos no esquema. Como eles têm direito a foro especial por prerrogativa de função, seus respectivos nomes foram enviados ao Supremo Tribunal Federal. O relator do caso é o ministro Teori Zavascki. Consta que o papelório chegou a seu gabinete e por lá foi ficando, sem consequências até agora. Vamos ver.

Vai ser difícil tentar assar alguma pizza no Supremo — embora, a depender das personagens por ali, a gente possa esperar sempre o pior. Será difícil porque os dez que ou já fizeram acordo de delação ou estão em vias de fazê-lo trabalhavam para alguém: no caso, trabalhavam para políticos e para partidos. Não roubaram apenas para si mesmos. Ao contrário: roubavam para o esquema criminoso e pegavam uma parcela a título, digamos, de corretagem.

Nunca houve nada parecido no país, seja em organização, seja em volume de roubalheira. Em entrevista recente, o ainda ministro Gilberto Carvalho saiu a choramingar, afirmando que há uma campanha de ódio contra o seu partido, que, segundo ele, é tratado por setores da imprensa como se tivesse inventado a corrupção. É claro que não! O PT não seria tão criativo. Não inventou, não! Mas, sob os seus auspícios, a roubalheira se profissionalizou. Virou método. Virou sistema. Virou até coisa de, como é mesmo?, “heróis do povo brasileiro”.

Cumpre lembrar uma vez mais: enquanto se desenvolvia a investigação do mensalão, enquanto corria o julgamento e eram declaradas as condenações, o petrolão funcionava a todo vapor. Impressionante, não é mesmo?

Acabou, sim, havendo punições no mensalão petista, mas não deixa de ser uma piada que todos os políticos envolvidos na sujeira já estejam em prisão domiciliar ou perto de consegui-la, e os não políticos do chamado núcleo financeiro estejam na cadeia. Será que a banqueira Kátia Rabelo e o publicitário Marcos Valério teriam conseguido operar o mensalão sozinhos? Afinal, não eram os políticos que trabalhavam para eles, mas eles é que trabalhavam para os políticos. No meu conjunto de valores, os homens públicos deveriam ser punidos como mais rigor porque fraudaram, além de tudo, a boa-fé de quem depositou neles a sua confiança. Vamos ver o que vai acontecer desta vez.

A propósito: e aí, ministro Zavascki? Esse negócio anda, ou vai ficar criando bolor aí no seu gabinete? Celeridade, homem! Ou os EUA, que também investigam a Petrobras, acabam concluindo o seu trabalho primeiro. Por lá se tem respeito com o dinheiro do contribuinte. E isso vai ser um vexame adicional.


Brasil: vai decepcionar daqui a 2050 - relatorio HSBC

“Los grandes países emergentes dominarán el mundo”

África, China, India, Filipinas o Perú serán los motores del crecimiento en un futuro no muy lejano; la población de Nigeria alcanzará para entonces los niveles de Estados Unidos y países como Ucrania registrarán fuertes avances gracias a su inversión en educación. Son las principales conclusiones del informe El mundo en 2050 elaborado por la economista global del HSBC, Karen Ward (Southampton, 1980) y donde se analiza el potencial de estos países para crecer. En la parte más decepcionante de la tabla, Brasil y Europa. Todo bajo una premisa que se ha demostrado, cuando menos, poco realista: que los gobiernos tomarán las decisiones que mejor convengan a sus economías.

Pregunta. ¿Qué hará que el mundo sea diferente en 2050?

Respuesta. El mayor cambio será el crecimiento y la influencia de los países emergentes. En estos momentos, las economías desarrolladas aún dominan el crecimiento global, el sistema financiero, el comercio, la política mundial… y todo eso habrá cambiado sin duda para 2050. Porque la productividad potencial de los emergentes es tan superior a la de los desarrollados que es una cuestión de tamaño y de que la ley de la gravedad actúe. China para entonces será la mayor economía del mundo, India ocupará el tercer lugar y entre las 30 primeras economías mundiales estarán 19 de las que ahora consideramos emergentes.

P. ¿Qué debería preocuparnos?

R. Uno de los temas que sobresalen en el escenario de 2050 son las limitaciones de los recursos, si habrá suficiente energía, comida o suficiente agua. Tenemos un equipo dedicado a analizar las consecuencias del cambio climático y, sin duda, la mayor de sus preocupaciones es la escasez de agua y ese elemento juega también un factor geopolítico importante. Pero he de confesar que soy optimista después de lo que ha sucedido en el campo de la energía en los últimos 10 años con la emergencia de Estados Unidos como potencia y cómo ha cambiado el panorama energético el gas y el petróleo de esquisto. Con el agua pasará algo similar a lo que ha pasado con la energía. La presión de la demanda hará subir los precios y cuando alcancen un nivel significativo generarán el incentivo necesario para investigar y apostar por la tecnología pero también para mejorar la eficiencia. Es la mano invisible que mueve el mercado, como diría Adam Smith.

P. ¿De qué países hablaremos en 2050?

R. Yo soy muy optimista con China e India y no lo soy tanto con Brasil, simplemente porque está en un nivel de desarrollo mucho mayor como media de su población y para dar el siguiente salto tiene que hacer un trabajo muy duro, empezando por la educación donde no hay apenas avances. En esa línea también situaría a Rusia, en este caso por razones políticas; Egipto, que era una economía estrella para mí y cuyo Gobierno no se ha movido en la dirección que esperábamos. También incluiría a Europa para quien no preveíamos grandes avances en el crecimiento, pero que aún no logra dejar atrás la crisis y también está teniendo un comportamiento mucho peor de lo previsto y eso se dejará notar.

P. ¿En la parte positiva?

R. Hemos hablado de China e India pero África está registrando unas de las mayores tasas de crecimiento del mundo desde hace tiempo, también porque partía de niveles extraordinariamente bajos. Las presiones deflacionistas surgidas con la crisis han puesto tanta presión sobre los costes que ha permitido aflorar a algunas de las economías que estaban más abajo con más rapidez de lo que podríamos haber anticipado. Es el caso de la costa Este africana, de Bangladesh, Filipinas o Perú.

P. ¿Cuáles son las claves de ese crecimiento?

R. En un mundo global hay que resultar atractivo para atraer a grandes empresas. Eso implica tener trabajadores bien formados, con flexibilidad para trabajar las horas que necesite la compañía, flexibilidad también en la retribución —que es uno de los problemas que tiene España con los salarios muy ligados a la inflación y un sistema de retribución muy rígido— y permitir que las empresas puedan manejar esos costes en función de la evolución del ciclo. También influye cómo los gobiernos tratan a esas empresas, no solo lo relativo a la fiscalidad, sino la regulación, los derechos de propiedad, las infraestructuras... En Europa se discute si habrá o no una mayor inyección monetaria por parte del Banco Central Europeo (BCE) cuando en realidad nada de lo que haga el BCE va a resolver esas cuestiones. Esa es la única manera de garantizar que Europa sale adelante en los próximos 10 años y que no acabará como Japón.

P. El informe recalca que la democracia no es un requisito importante para el desarrollo de las economías.

R. Para el desarrollo de un sistema social, no hay duda sobre los beneficios de la democracia. Pero el reto para cualquier sistema, democrático o autoritario, es ser capaz de tomar decisiones de largo plazo, adoptar medidas que quizás no tengan efecto o recompensa hasta dentro de 10 o 15 años. Ese es uno de los mayores retos que Europa tiene en este momento. Una de las mejores frases en esta crisis fue la de [el actual presidente de la Comisión Europea] Jean Claude Juncker: “todos sabemos lo que tenemos que hacer, lo que no sabemos es cómo hacerlo y ser reelegidos”. El reto para los políticos es que algunas de las decisiones que deben tomar pueden no dar resultado por un largo periodo de tiempo.

P. ¿La crisis ha hecho todo eso aún más difícil?

R. Creo que muchos de los problemas a los que nos enfrentamos han sido aflorados por la crisis, no causados por la misma. Todos sabíamos que nuestras poblaciones envejecían, que nuestros estados del bienestar eran demasiado generosos, pero cuando las rentabilidades de la deuda eran muy bajas y todo parecía funcionar bien, los gobiernos preferían dejarse llevar. Se trata de cómo damos a la gente la seguridad que reclama hoy y logramos, al mismo tiempo, que las poblaciones miren hacia delante y sean conscientes de las consecuencias que tienen esas decisiones. Ese es nuestro verdadero problema.

P. ¿Estamos preparados para ello?

R. Es pura matemática. Hay un determinado número de gente que trabaja y paga impuestos y mantiene a otro grupo que depende del sistema. Las decisiones que se tomen deben perseguir la equidad intergeneracional, no pueden estar dominadas por la parte más envejecida de la población. La política quizás está en crisis, en parte, como consecuencia de ese debate generacional. Los partidos que están surgiendo y ganando influencia lo hacen porque hablan en nombre de los jóvenes y de aquellos que se sienten excluidos. 

Politica no Brasil: faltam liderancas de qualidade - Fabio Giambiagi

A hora da política

O Brasil sofreu nos últimos anos de uma carência de liderança política. Vinda de um economista, como é o meu caso, tantas vezes acusado de ter um “raciocínio tecnocrático”, a frase pode surpreender. Entretanto, estou convencido de que o grande problema do país tem sido nossa alarmante falta de liderança política.

O que o Brasil requer é um debate que se trave no Congresso em torno de agendas

Não sou político e portanto nunca enfrentei uma eleição relevante, noves fora um já longínquo passado de — modesto — engajamento no movimento estudantil e alguns anos no conselho de um prédio em que vivi. Por outro lado, tenho mais de duas décadas e meia de prática de participação em debates acerca dos mais diversos temas controversos, desde quando nos anos 80 ia aos sindicatos me opor à tese da moratória da dívida externa — na época em que o PT liderava essa bandeira, na sua fase ainda punk — até minhas idas em anos recentes a todo tipo de evento para defender a reforma previdenciária, passando pela tese do “reajuste salarial pela média e não pelo pico” nos famigerados anos da nossa hiperinflação tupiniquim.

Essa experiência me deu uma convicção: nunca se deve subestimar o bom senso da audiência. O maior elogio profissional que escutei desde que me formei em 1983 foi dito por quem discordava radicalmente do que eu tinha dito, mas não sabia que argumentos usar para se opor. Foi de um sindicalista que, no Fórum da Previdência de 2007, depois de ouvir minhas propostas sobre o tema, declarou formalmente que estava “preocupado com a crueldade do Giambiagi” — uma óbvia concessão à retórica vazia —, mas a seguir disse que “o que me deixou mais preocupado é que ele foi convincente”.

Algumas das reformas das quais o Brasil tanto precisa poderiam ser aprovadas se as autoridades fossem a campo explicar aos parlamentares e à opinião pública as suas razões. Quando o governo a) tem um diagnóstico claro, b) o expõe de modo convincente e c) articula com competência no Congresso, ele ganha.

Para mostrar que não estou falando em tese, como acadêmico, expondo coisas inaplicáveis na prática do dia a dia da política, basta citar dois casos: 1) o Plano Real, uma notável obra de engenharia política, explicada paciente e convincentemente ao longo de quatro meses pelo então candidato Fernando Henrique, que ainda não tinha virado FHC; e 2) a Lei de Responsabilidade Fiscal, combatida ferozmente pelo PT, mas exposta “n” vezes, defendida com bons argumentos e aprovada com poucas modificações após um tratamento legislativo exemplar, pelos meus amigos na época autoridades Martus Tavares e Guilherme Dias, com a competente assessoria de José Roberto Afonso, três craques na matéria. Mais recentemente, em 2011, ainda sob a competente liderança do então ministro Palocci, cabe lembrar que o governo Dilma Rousseff conseguiu aprovar o reajuste real zero para o salário mínimo naquele ano, com grande tranquilidade no placar de votação.

Peter Drucker gosta de afirmar que “management is doing things right. Leadership is doing the right things”. O Brasil precisa de liderança. Foi triste ver nos últimos anos políticos da base aliada experts em manobras partidárias, mas incapazes de expor uma única idéia articulada acerca do que desejavam para o Brasil.

Não precisamos de indivíduos que sejam candidatos para defender diante da população o que as pesquisas de opinião indicam que ela quer. Para isso, bastam as empresas que pesquisam a opinião do eleitorado. O que o Brasil requer é um debate que se trave no Congresso em torno de agendas, em que cada grupo político exponha suas idéias e o cidadão acompanhe e opine, como ocorre em qualquer democracia.

Goethe dizia que “as frases que os homens estão acostumados a repetir incessantemente acabam se tornando convicções e ossificando os ossos da inteligência”. Está na hora de perceber que, por trás da retórica vazia das grandes platitudes, há apenas isso: grandes platitudes. Estamos completando o ciclo de crescimento iniciado em 2004 e precisamos de propostas firmes, que possam ser defendidas, com convicção e empenho, diante do Congresso Nacional. No Parlamento brasileiro, quando o Governo articula e convence, ele vence. E — nunca é demais lembrar — o papel da liderança política é liderar. Fechadas as urnas, é isso o que o país espera.

Fonte: O Globo, 10/11/2014.

Fabio Giambiagi
Um dos maiores especialistas brasileiros nas áreas de finanças públicas e previdência social, Fábio Giambiagi faz parte do Departamento Econômico do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde 1996. Entre 1993 e 1994, trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. Também foi professor de diversas cadeiras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ). É mestre em Ciências Econômicas pelo Instituto de Economia da UFRJ e graduado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FEA/UFRJ). É autor de “Reforma da Previdência” (Editora Campus, 2006), “Brasil – Raízes do atraso” (Editora Campus, 2007) e um dos organizadores de "Desenvolvimento econômico - Uma perspectiva brasileira" (Editora Campus, 2012).