Se você também tem dúvidas, como eu por vezes tenho, sobre a exata forma de conjugar um verbo irregular, não precisa mais se preocupar: resolva imediatamente seu problema consultando este site gratuito:
http://linguistica.insite.com.br/cgi-bin/conjugue
De nada...
=========
Depois de publicada essa indicação, José Marcos mandou esta sugestão:
Meu conjugador online favorito:
http://www.flip.pt/FLiPOnline/Conjugador/tabid/578/Default.aspx
Obrigado, obrigado...
Não seremos reprovados por falta de conjugador automático...
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
1714) Autoritarios nunca desistem, inimigos da liberdade tampouco
Incrivel como em plena vigência do regime democrático no Brasil, inimigos da liberdade pretendam submeter o país a regime similar ao que vigora em ditaduras ditas socialistas.
Nova investida contra a democracia
Editorial O Estado de S.Paulo, Terça-Feira, 19 de Janeiro de 2010
Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
A palavra cultura, naquele texto, é usada com tanta propriedade quanto o verbo "libertar" na frase famosa "o trabalho liberta", instalada sobre o portão de Auschwitz. "O monopólio dos meios de comunicação", segundo o documento, "representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos." É verdade, mas não existe esse monopólio no Brasil nem nas verdadeiras democracias. Um regime desse tipo existe em Cuba, como existiu noutras sociedades submetidas a regimes totalitários, sem espaço para a informação, a opinião e o confronto livre de ideias. Muitos dos companheiros do presidente Lula, entre eles alguns de seus ministros, nunca desistiram da implantação de algo semelhante no País. Segundo Lula, sua carreira política teria sido impossível sem a liberdade de imprensa, mas hoje essa liberdade é um empecilho a seus projetos de poder.
O documento defende "maior controle social" sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas "controle social", em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma. Também a palavra "social", nesse caso, tem um significado muito diferente de seu valor de face.
É preciso igualmente controlar a tecnologia: este princípio foi adotado desde o começo do governo Lula. Sua aplicação só não liquidou a Embrapa, um centro de tecnologia respeitado em todo o mundo, porque a maioria da comunidade científica reagiu. A imprensa teve papel essencial nessa defesa da melhor tradição de pesquisa. Isso a companheirada não perdoa. No caso do presidente Lula, o desagrado em relação à imprensa é reforçado por uma espécie de alergia: ele tem azia quando lê jornais.
Mas o objetivo não é apenas controlar a pesquisa. É também submetê-la a certos "modelos". "No Brasil, aprendemos pouco com as culturas indígenas; ao contrário, o País ainda está preso ao modelo colonial, extrativista, perdulário e sem compromisso com a preservação dos recursos naturais", segundo o documento.
Cultura extrativista, ao contrário do imaginado pelo companheiro-redator desse amontoado de bobagens, era, sim, a cultura indígena. O agronegócio brasileiro, modernizado, eficiente e competitivo, não tem nada de colonial, nem na sua organização predominante nem na sua tecnologia, em grande parte fornecida pela pesquisa nacional de mais alta qualidade. Ou talvez o autor daquela catadupa de besteiras considere colonial a produção de automóveis, tratores, equipamentos industriais e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não fabricavam nenhum desses produtos, mas indígenas das novas gerações não parecem desprezar essas tecnologias.
Segundo a secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Silvana Lumachi Meireles, nenhuma proposta contida no documento pode gerar polêmica. Todos os itens, argumentou, foram referendados em conferências regionais. Mas conferências desse tipo não têm o poder de transformar tolices em ideias inteligentes nem propostas autoritárias em projetos democráticos. O governo insistirá, a imprensa continuará resistindo. A oposição poderia ajudar a conter esse projeto insano, se deixasse o comodismo e mostrasse mais disposição para defender a democracia do que mostrou diante do ameaçador decreto dos direitos humanos.
Nova investida contra a democracia
Editorial O Estado de S.Paulo, Terça-Feira, 19 de Janeiro de 2010
Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
A palavra cultura, naquele texto, é usada com tanta propriedade quanto o verbo "libertar" na frase famosa "o trabalho liberta", instalada sobre o portão de Auschwitz. "O monopólio dos meios de comunicação", segundo o documento, "representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos." É verdade, mas não existe esse monopólio no Brasil nem nas verdadeiras democracias. Um regime desse tipo existe em Cuba, como existiu noutras sociedades submetidas a regimes totalitários, sem espaço para a informação, a opinião e o confronto livre de ideias. Muitos dos companheiros do presidente Lula, entre eles alguns de seus ministros, nunca desistiram da implantação de algo semelhante no País. Segundo Lula, sua carreira política teria sido impossível sem a liberdade de imprensa, mas hoje essa liberdade é um empecilho a seus projetos de poder.
O documento defende "maior controle social" sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas "controle social", em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma. Também a palavra "social", nesse caso, tem um significado muito diferente de seu valor de face.
É preciso igualmente controlar a tecnologia: este princípio foi adotado desde o começo do governo Lula. Sua aplicação só não liquidou a Embrapa, um centro de tecnologia respeitado em todo o mundo, porque a maioria da comunidade científica reagiu. A imprensa teve papel essencial nessa defesa da melhor tradição de pesquisa. Isso a companheirada não perdoa. No caso do presidente Lula, o desagrado em relação à imprensa é reforçado por uma espécie de alergia: ele tem azia quando lê jornais.
Mas o objetivo não é apenas controlar a pesquisa. É também submetê-la a certos "modelos". "No Brasil, aprendemos pouco com as culturas indígenas; ao contrário, o País ainda está preso ao modelo colonial, extrativista, perdulário e sem compromisso com a preservação dos recursos naturais", segundo o documento.
Cultura extrativista, ao contrário do imaginado pelo companheiro-redator desse amontoado de bobagens, era, sim, a cultura indígena. O agronegócio brasileiro, modernizado, eficiente e competitivo, não tem nada de colonial, nem na sua organização predominante nem na sua tecnologia, em grande parte fornecida pela pesquisa nacional de mais alta qualidade. Ou talvez o autor daquela catadupa de besteiras considere colonial a produção de automóveis, tratores, equipamentos industriais e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não fabricavam nenhum desses produtos, mas indígenas das novas gerações não parecem desprezar essas tecnologias.
Segundo a secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Silvana Lumachi Meireles, nenhuma proposta contida no documento pode gerar polêmica. Todos os itens, argumentou, foram referendados em conferências regionais. Mas conferências desse tipo não têm o poder de transformar tolices em ideias inteligentes nem propostas autoritárias em projetos democráticos. O governo insistirá, a imprensa continuará resistindo. A oposição poderia ajudar a conter esse projeto insano, se deixasse o comodismo e mostrasse mais disposição para defender a democracia do que mostrou diante do ameaçador decreto dos direitos humanos.
1713) Falacias Academicas: 13, so far...
Comecei, no segundo semestre de 2008, uma série de trabalhos sobre as "falácias acadêmicas" mais comuns, ou seja, aqueles equívocos mais frequentemente presentes em trabalhos típicos de universitários e soi-disant intelectuais, no Brasil e em geral.
A lista é enorme, e eu suspeito que isso vai levar muito tempo para completar.
Como interrompi temporariamente a série, para terminar outros trabalhos, permito-me listar abaixo, em ordem inversa, as "falácias" já publicadas.
2047. “Falácias acadêmicas, 13: o mito do socialismo de mercado na China”, Brasília, 17 setembro 2009, 12 p.; revisão: Paris, 4 outubro 2009. Continuidade do exercício serial, com abordagem sintética da experiência chinesa em matéria de transição renovada ao capitalismo. Postado no site, link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2047Falacia13SocMercadoChina.pdf. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 101, outubro 2009; ISSN 1519-6186 (on-line); p. 41-50; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8295/4691). Relação de Publicados n. 926.
2040. “Falácias acadêmicas, 12: o mito da exploração capitalista”, Brasília, 26 agosto 2009, 11 p. Continuidade do exercício serial, contestando o caráter nocivo da exploração, tanto do homem pelo homem, quanto das sociedades pobres pelas ricas. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 100, setembro 2009, ISSN: 1519-6186; p. 142-150; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8068/4581). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 30, setembro de 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/21-falacias-academicas-12-o-mito-da-exploracao-capitalista?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 916.
2029. “Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo”, Brasília, 26 julho 2009, 20 p. Continuidade do exercício serial, com partes do trabalho 158. “A Transição do Socialismo ao Capitalismo” (Genebra, 27.03.1988. Estudo sobre o processo de transição do socialismo ao capitalismo, com base nas experiências chinesa e soviética, usado na redação de “Retorno ao Futuro”). Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 99, agosto 2009, p. 76-90; ISSN: 1519-6186; pdf: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7792/4456). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 29, agosto 2009, p. 1-20; ISSN: 1981-318X; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/82-falacias-academicas-11-o-mito-da-transicao-do-capitalismo-ao-socialismo?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 916.
2019. “Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional”, Brasília, 23 junho 2009, 9 p. Décimo artigo da série especial, sobre a fragilidade das recomendações pretensamente keynesianas a partir da crise econômica internacional. Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 98, julho 2009, p. 15-21; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7445/4364). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 28, julho 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/93-falacias-academicas-10-mitos-sobre-o-sistema-monetario-internacional?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 905.
2009. “Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21”, Brasília, 24 maio 2009, 17 p. Nono artigo da série especial, desta vez sobre as loucuras econômicas de certos conselheiros do príncipe. Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009, p. 12-24; http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7184/4136). Espaço da Sophia (ano 3, n. 27, junho 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/104-falacias-academicas-9-o-mito-do-socialismo-do-seculo-21?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 902.
2002. “Falácias acadêmicas, 8: os mitos da utopia marxista”, Brasília, 3 maio 2009, 15 p. Continuidade da série proposta, enfocando os principais equívocos do pensamento marxista nos campos do materialismo histórico e da análise econômica. Publicado na revista Espaço Acadêmico (ano 9, n. 96, maio 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/096/96esp_pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/096/96pra.pdf). Relação de Publicados n. 899.
1990. “Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964”, Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referencia nos manuais didáticos e paradidáticos. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 95, abril 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/095/95pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/095/95pra.pdf). Dividido em quatro partes e publicado sucessivamente em Via Política: Os mitos em torno do movimento militar de 1964 (1): Uma historiografia enviesada (12.04.2009; link 1: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=93); (2) Mitos do Governo Goulart (19.04.2009; link 2: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=94); (3) Análise das alegadas ‘reformas de base’ (26.04.2009; link 3: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=95); (4) Balanço econômico do Governo Goulart (03.05.2009; link 4: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=96). Reproduzido na Revista Acadêmica Espaço da Sophia (ano 3, n. 26, maio 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/115-falacias-academicas-7-os-mitos-em-torno-do-movimento-militar-de-1964?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 898.
1986. “Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana”. Brasília, 1 de março de 2009, 17 p. Continuidade do exercício, tocando nos problemas do socialismo em Cuba. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 94, março 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/094/94esp_pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/094/94esp_pra.pdf). Reproduzido, sob o titulo de “Os Mitos da Revolução Cubana”, na revista Acadêmica Espaço da Sophia (Tomazina, PR; ISSN: 1981-318X, Ano 3, n. 25, p. 1-17, março de 2009 (edição eletrônica); link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/125-os-mitos-da-revolucao-cubana?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 894.
1976. “Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”, Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.pdf). Reproduzido, sob o título de “Sobre o complô dos ricos contra os pobres”, no site Dom Total (16.04.2009; link: http://www.domtotal.com/colunistas/detalhes.php?artId=598). Relação de Publicados n. 891.
1952. “Falácias acadêmicas, 4: o mito do Estado corretor dos desequilíbrios de Mercado”, Brasília, 15 novembro 2008, 12 p. Da série programada, com críticas a economistas keynesianos. Espaço Acadêmico (ano VIII, nr. 91, dezembro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/091/91pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/091/91pra.pdf).
1931. “Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico”, Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos. Espaço Acadêmico (ano VIII, nr. 89. outubro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/089/89pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/089/89pra.pdf). Relação de Publicados nº .
1922. “Falácias acadêmicas, 2: o mito do Consenso de Washington”, Brasília, 3 setembro 2008, 16 p. Considerações em torno dos equívocos conceituais, históricos e empíricos de setores acadêmicos com respeito ao CW. Espaço Acadêmico (n. 88, setembro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/088/88pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/088/88pra.pdf). Republicado no blog Ordem Livre (24.03.2009; link: http://www.ordemlivre.org/?q=node/528). Relação de Publicados nº 857.
1912. “Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo”, Brasília, 26 julho 2008, 9 p. Considerações em torno de equívocos conceituais, históricos e empíricos de acadêmico selecionado para avaliação crítica. Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/087/87pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/_bd.pdf/87pra.pdf). Reproduzido em março de 2009 no site Ordem Livre (http://www.ordemlivre.org/?q=node/512), que passa a ter seção com meus artigos (http://www.ordemlivre.org/taxonomy/term/203).
1930. “Falácias acadêmicas: a série”, Buenos Aires, 29 setembro 2008, 1 p. Lista de 20 mitos a serem desenvolvidos como falácias ao longo das próximas semanas, dois dos quais já desenvolvidos, sob os números 1912 (neoliberalismo) e 1922 (Consenso de Washington). Em curso de desenvolvimento.
A lista é enorme, e eu suspeito que isso vai levar muito tempo para completar.
Como interrompi temporariamente a série, para terminar outros trabalhos, permito-me listar abaixo, em ordem inversa, as "falácias" já publicadas.
2047. “Falácias acadêmicas, 13: o mito do socialismo de mercado na China”, Brasília, 17 setembro 2009, 12 p.; revisão: Paris, 4 outubro 2009. Continuidade do exercício serial, com abordagem sintética da experiência chinesa em matéria de transição renovada ao capitalismo. Postado no site, link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2047Falacia13SocMercadoChina.pdf. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 101, outubro 2009; ISSN 1519-6186 (on-line); p. 41-50; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8295/4691). Relação de Publicados n. 926.
2040. “Falácias acadêmicas, 12: o mito da exploração capitalista”, Brasília, 26 agosto 2009, 11 p. Continuidade do exercício serial, contestando o caráter nocivo da exploração, tanto do homem pelo homem, quanto das sociedades pobres pelas ricas. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 100, setembro 2009, ISSN: 1519-6186; p. 142-150; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8068/4581). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 30, setembro de 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/21-falacias-academicas-12-o-mito-da-exploracao-capitalista?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 916.
2029. “Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo”, Brasília, 26 julho 2009, 20 p. Continuidade do exercício serial, com partes do trabalho 158. “A Transição do Socialismo ao Capitalismo” (Genebra, 27.03.1988. Estudo sobre o processo de transição do socialismo ao capitalismo, com base nas experiências chinesa e soviética, usado na redação de “Retorno ao Futuro”). Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 99, agosto 2009, p. 76-90; ISSN: 1519-6186; pdf: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7792/4456). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 29, agosto 2009, p. 1-20; ISSN: 1981-318X; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/82-falacias-academicas-11-o-mito-da-transicao-do-capitalismo-ao-socialismo?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 916.
2019. “Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional”, Brasília, 23 junho 2009, 9 p. Décimo artigo da série especial, sobre a fragilidade das recomendações pretensamente keynesianas a partir da crise econômica internacional. Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 98, julho 2009, p. 15-21; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7445/4364). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 28, julho 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/93-falacias-academicas-10-mitos-sobre-o-sistema-monetario-internacional?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 905.
2009. “Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21”, Brasília, 24 maio 2009, 17 p. Nono artigo da série especial, desta vez sobre as loucuras econômicas de certos conselheiros do príncipe. Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009, p. 12-24; http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7184/4136). Espaço da Sophia (ano 3, n. 27, junho 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/104-falacias-academicas-9-o-mito-do-socialismo-do-seculo-21?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 902.
2002. “Falácias acadêmicas, 8: os mitos da utopia marxista”, Brasília, 3 maio 2009, 15 p. Continuidade da série proposta, enfocando os principais equívocos do pensamento marxista nos campos do materialismo histórico e da análise econômica. Publicado na revista Espaço Acadêmico (ano 9, n. 96, maio 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/096/96esp_pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/096/96pra.pdf). Relação de Publicados n. 899.
1990. “Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964”, Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referencia nos manuais didáticos e paradidáticos. Espaço Acadêmico (ano 9, n. 95, abril 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/095/95pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/095/95pra.pdf). Dividido em quatro partes e publicado sucessivamente em Via Política: Os mitos em torno do movimento militar de 1964 (1): Uma historiografia enviesada (12.04.2009; link 1: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=93); (2) Mitos do Governo Goulart (19.04.2009; link 2: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=94); (3) Análise das alegadas ‘reformas de base’ (26.04.2009; link 3: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=95); (4) Balanço econômico do Governo Goulart (03.05.2009; link 4: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=96). Reproduzido na Revista Acadêmica Espaço da Sophia (ano 3, n. 26, maio 2009; link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/115-falacias-academicas-7-os-mitos-em-torno-do-movimento-militar-de-1964?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 898.
1986. “Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana”. Brasília, 1 de março de 2009, 17 p. Continuidade do exercício, tocando nos problemas do socialismo em Cuba. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 94, março 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/094/94esp_pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/094/94esp_pra.pdf). Reproduzido, sob o titulo de “Os Mitos da Revolução Cubana”, na revista Acadêmica Espaço da Sophia (Tomazina, PR; ISSN: 1981-318X, Ano 3, n. 25, p. 1-17, março de 2009 (edição eletrônica); link: http://www.espacodasophia.com.br/publicacoes/doc_view/125-os-mitos-da-revolucao-cubana?tmpl=component&format=raw). Relação de Publicados n. 894.
1976. “Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”, Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.pdf). Reproduzido, sob o título de “Sobre o complô dos ricos contra os pobres”, no site Dom Total (16.04.2009; link: http://www.domtotal.com/colunistas/detalhes.php?artId=598). Relação de Publicados n. 891.
1952. “Falácias acadêmicas, 4: o mito do Estado corretor dos desequilíbrios de Mercado”, Brasília, 15 novembro 2008, 12 p. Da série programada, com críticas a economistas keynesianos. Espaço Acadêmico (ano VIII, nr. 91, dezembro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/091/91pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/091/91pra.pdf).
1931. “Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico”, Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos. Espaço Acadêmico (ano VIII, nr. 89. outubro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/089/89pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/089/89pra.pdf). Relação de Publicados nº .
1922. “Falácias acadêmicas, 2: o mito do Consenso de Washington”, Brasília, 3 setembro 2008, 16 p. Considerações em torno dos equívocos conceituais, históricos e empíricos de setores acadêmicos com respeito ao CW. Espaço Acadêmico (n. 88, setembro 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/088/88pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/088/88pra.pdf). Republicado no blog Ordem Livre (24.03.2009; link: http://www.ordemlivre.org/?q=node/528). Relação de Publicados nº 857.
1912. “Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo”, Brasília, 26 julho 2008, 9 p. Considerações em torno de equívocos conceituais, históricos e empíricos de acadêmico selecionado para avaliação crítica. Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008, link: http://www.espacoacademico.com.br/087/87pra.htm; arquivo em pdf: http://www.espacoacademico.com.br/_bd.pdf/87pra.pdf). Reproduzido em março de 2009 no site Ordem Livre (http://www.ordemlivre.org/?q=node/512), que passa a ter seção com meus artigos (http://www.ordemlivre.org/taxonomy/term/203).
1930. “Falácias acadêmicas: a série”, Buenos Aires, 29 setembro 2008, 1 p. Lista de 20 mitos a serem desenvolvidos como falácias ao longo das próximas semanas, dois dos quais já desenvolvidos, sob os números 1912 (neoliberalismo) e 1922 (Consenso de Washington). Em curso de desenvolvimento.
1712) Livro Maquiavel revisitado - lancamento virtual

A Editora Freitas Bastos e Paulo Roberto de Almeida convidam para o lançamento virtual do livro (editado em forma eletrônica):
O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado)
(Rio de Janeiro: Freitas Bastos, edição eletrônica, 2009, 191 p.; ISBN: 978-85-99960-99-8); R$ 12,00;
disponível online neste link.
O lançamento, virtual, sob a forma de chat com o autor, será feito no próximo sábado, 23 de janeiro, das 17 as 18hs,
no site do Editora: www.freitasbastosebooks.com.br
Mais informacoes sobre o livro neste link.
1711) Assim caminha o Mercosul...
...ou não...
MAIS DO MESMO
Rubens Antonio Barbosa
O Estado de São Paulo, 12.01.2010
Em seu “Breviário dos Políticos”, o Cardeal Mazarin ensina que, em uma comunidade de interesses, o perigo começa quando um dos membros se torna muito poderoso. É o que está acontecendo com o Mercosul.
A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursando na reunião do Conselho de Presidentes, disse “é chegado o momento de discutir os desequilíbrios do Mercosul, simplesmente analisando os números de suas economias”. Pensando no Mercosul e no Brasil, mas referindo-se à União Européia, disse que “o grande peso da integração foi carregado pela Alemanha, não por que os alemães eram mais europeus do que os outros, mas por que o tamanho da sua economia e o peso do seu capital permitiram que as demais nações tivessem a possibilidade de incorporar infra-estrutura e desenvolver um potente comércio intra-zonal”.
A diplomacia da generosidade e a paciência estratégica não são suficientes. O Brasil está se tornando tão forte que, na visão argentina, tem a obrigação de carregar os parceiros mercosulinos, inclusive a Venezuela.
Sob uma perspectiva histórica, a 38ª. Reunião do Conselho do Mercosul, realizada em Montevidéu, no inicio de dezembro, poderá ser vista como o momento em que o Brasil passou a admitir a irrelevância do grupo sub-regional para seus interesses econômicos e comerciais, ao contrário do discurso oficial muito positivo do atual governo.
Repetindo a retórica vazia que tem caracterizado os pronunciamentos dos lideres políticos sobre o Mercosul, os presidentes (incluindo Hugo Chaves), em longa Declaração Conjunta, reafirmaram seus compromissos com os princípios do Tratado de Assunção, entendendo que o fortalecimento do Mercosul é o caminho para uma inserção internacional mais sólida e uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das sociedades de seus países.
Na realidade, os resultados da reunião foram decepcionantes e apontam em outra direção. O governo brasileiro se encarregou de esvaziar a reunião com a ausência dos seus principais representantes. O Presidente Lula fez um pit stop de dez horas em Montevideu, pronunciou um discurso de dez minutos, não participou do almoco de despedida do Presidente Tabare Vasques do Uruguai e voltou correndo a Brasilia. Em ostensiva coordenação, os Ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Henrique Meirelles, Presidente do Banco Central, não compareceram. O Ministro Celso Amorim tampouco se deu ao trabalho de viajar ao Uruguai, onde se fez representar pelo Secretário Geral do Itamaraty, Embaixador Antonio Patriota.
Os Presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Paraguai, Fernando Lugo, aproveitaram para cobrar do Brasil uma ação mais forte para a redução das assimetrias de modo a promover o crescimento dos parceiros. O Presidente da Venezuela utilizou, mais uma vez, o Mercosul como uma plataforma politica para criticar os EUA (“vão declarar guerra a toda a América do Sul”) e à Colômbia. O Secretário Geral do Itamaraty, jejuno nos assuntos do Mercosul, em mais um exemplo da distância entre a retórica oficial e a realidade, afirmou que o bloco terá um período mais promissor, dadas as boas perspectivas de crescimento do Brasil até 2014. O incremento do comércio regional, a partir de julho de 2009, reforçaria essas previsões otimistas. Em sua avaliação, esse novo cenário criaria uma janela de oportunidade para uma mais uma reflexão construtiva sobre o futuro do Mercosul e sobre as alterações institucionais que devem ser realizadas para enfrentar as novas circunstâncias do cenário internacional; o ambiente positivo favoreceria a integração produtiva e adequação das questões da dupla tributação da TEC e à necessidade de que o bloco "olhe para fora". Para tanto, exortou os países a examinarem suas posições na Rodada de Doha e a trabalharem conjuntamente em negociações com terceiros, especialmente na retomada das negociações com a UE por meio de uma necessária abordagem política. Adicionalmente, Patriota observou que o Parlamento do Mercosul será fortalecido com a contribuição do Brasil, que flexibilizou - isto é, cedeu mais uma vez - a posição no tema da proporcionalidade das representações nacionais. Finalmente, advogou a aprovação de concessões tarifárias ao Haiti em alguns produtos têxteis para apoio a sua estabilização econômica e política, proposta vetada pelo Paraguai.
As únicas medidas efetivas tomadas são protecionistas e contrárias ao livre comércio:
- adiamento da eliminação da lista de exceção da TEC, prevista para desaparecer em 2010 e que agora, por pressão argentina e aceitação resignada do Brasil, deverá ocorrer somente em 31/12/2011. Na realidade, já se pode imaginar que, quando chegar essa data, acabaremos aceitando nova postergação.
- aumento de tarifas, a pedido do Brasil, para fios e filamentos têxteis de 14 para 18%, e para 11 produtos lácteos (leite em pó e tipos de queijo) de 11 para 28%. A pedido da Argentina, para mochilas, malas e bolsas de 16 para 35%.
A Argentina propos a ampliação do uso da moeda local nas transações comerciais intra-regionais e a Venezuela saudou a constituição do Banco do Sul, medidas que encontram grandes dificuldades técnicas e politicas para serem implementadas.
Foi aprovado o aumento do orçamento do Fundo de Conversão Estrutural (FOCEM) para 2010 com maior contribuição do Brasil, apesar das dificuldades criadas pela Argentina para a aprovação do projeto da construção de linha de transmissão entre o Brasil e o Uruguai, em virtude da disputa sobre a construção da fábrica de celulose no Uruguai.
Para culminar essa comédia de equívocos, o Presidente Lula anunciou publicamente que o Senado brasileiro iria aprovar a adesão da Venezuela ao Mercosul naquele dia, o que só veio a ocorrer duas semanas mais tarde.
Rubens Barbosa, Presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp
MAIS DO MESMO
Rubens Antonio Barbosa
O Estado de São Paulo, 12.01.2010
Em seu “Breviário dos Políticos”, o Cardeal Mazarin ensina que, em uma comunidade de interesses, o perigo começa quando um dos membros se torna muito poderoso. É o que está acontecendo com o Mercosul.
A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursando na reunião do Conselho de Presidentes, disse “é chegado o momento de discutir os desequilíbrios do Mercosul, simplesmente analisando os números de suas economias”. Pensando no Mercosul e no Brasil, mas referindo-se à União Européia, disse que “o grande peso da integração foi carregado pela Alemanha, não por que os alemães eram mais europeus do que os outros, mas por que o tamanho da sua economia e o peso do seu capital permitiram que as demais nações tivessem a possibilidade de incorporar infra-estrutura e desenvolver um potente comércio intra-zonal”.
A diplomacia da generosidade e a paciência estratégica não são suficientes. O Brasil está se tornando tão forte que, na visão argentina, tem a obrigação de carregar os parceiros mercosulinos, inclusive a Venezuela.
Sob uma perspectiva histórica, a 38ª. Reunião do Conselho do Mercosul, realizada em Montevidéu, no inicio de dezembro, poderá ser vista como o momento em que o Brasil passou a admitir a irrelevância do grupo sub-regional para seus interesses econômicos e comerciais, ao contrário do discurso oficial muito positivo do atual governo.
Repetindo a retórica vazia que tem caracterizado os pronunciamentos dos lideres políticos sobre o Mercosul, os presidentes (incluindo Hugo Chaves), em longa Declaração Conjunta, reafirmaram seus compromissos com os princípios do Tratado de Assunção, entendendo que o fortalecimento do Mercosul é o caminho para uma inserção internacional mais sólida e uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das sociedades de seus países.
Na realidade, os resultados da reunião foram decepcionantes e apontam em outra direção. O governo brasileiro se encarregou de esvaziar a reunião com a ausência dos seus principais representantes. O Presidente Lula fez um pit stop de dez horas em Montevideu, pronunciou um discurso de dez minutos, não participou do almoco de despedida do Presidente Tabare Vasques do Uruguai e voltou correndo a Brasilia. Em ostensiva coordenação, os Ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Henrique Meirelles, Presidente do Banco Central, não compareceram. O Ministro Celso Amorim tampouco se deu ao trabalho de viajar ao Uruguai, onde se fez representar pelo Secretário Geral do Itamaraty, Embaixador Antonio Patriota.
Os Presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Paraguai, Fernando Lugo, aproveitaram para cobrar do Brasil uma ação mais forte para a redução das assimetrias de modo a promover o crescimento dos parceiros. O Presidente da Venezuela utilizou, mais uma vez, o Mercosul como uma plataforma politica para criticar os EUA (“vão declarar guerra a toda a América do Sul”) e à Colômbia. O Secretário Geral do Itamaraty, jejuno nos assuntos do Mercosul, em mais um exemplo da distância entre a retórica oficial e a realidade, afirmou que o bloco terá um período mais promissor, dadas as boas perspectivas de crescimento do Brasil até 2014. O incremento do comércio regional, a partir de julho de 2009, reforçaria essas previsões otimistas. Em sua avaliação, esse novo cenário criaria uma janela de oportunidade para uma mais uma reflexão construtiva sobre o futuro do Mercosul e sobre as alterações institucionais que devem ser realizadas para enfrentar as novas circunstâncias do cenário internacional; o ambiente positivo favoreceria a integração produtiva e adequação das questões da dupla tributação da TEC e à necessidade de que o bloco "olhe para fora". Para tanto, exortou os países a examinarem suas posições na Rodada de Doha e a trabalharem conjuntamente em negociações com terceiros, especialmente na retomada das negociações com a UE por meio de uma necessária abordagem política. Adicionalmente, Patriota observou que o Parlamento do Mercosul será fortalecido com a contribuição do Brasil, que flexibilizou - isto é, cedeu mais uma vez - a posição no tema da proporcionalidade das representações nacionais. Finalmente, advogou a aprovação de concessões tarifárias ao Haiti em alguns produtos têxteis para apoio a sua estabilização econômica e política, proposta vetada pelo Paraguai.
As únicas medidas efetivas tomadas são protecionistas e contrárias ao livre comércio:
- adiamento da eliminação da lista de exceção da TEC, prevista para desaparecer em 2010 e que agora, por pressão argentina e aceitação resignada do Brasil, deverá ocorrer somente em 31/12/2011. Na realidade, já se pode imaginar que, quando chegar essa data, acabaremos aceitando nova postergação.
- aumento de tarifas, a pedido do Brasil, para fios e filamentos têxteis de 14 para 18%, e para 11 produtos lácteos (leite em pó e tipos de queijo) de 11 para 28%. A pedido da Argentina, para mochilas, malas e bolsas de 16 para 35%.
A Argentina propos a ampliação do uso da moeda local nas transações comerciais intra-regionais e a Venezuela saudou a constituição do Banco do Sul, medidas que encontram grandes dificuldades técnicas e politicas para serem implementadas.
Foi aprovado o aumento do orçamento do Fundo de Conversão Estrutural (FOCEM) para 2010 com maior contribuição do Brasil, apesar das dificuldades criadas pela Argentina para a aprovação do projeto da construção de linha de transmissão entre o Brasil e o Uruguai, em virtude da disputa sobre a construção da fábrica de celulose no Uruguai.
Para culminar essa comédia de equívocos, o Presidente Lula anunciou publicamente que o Senado brasileiro iria aprovar a adesão da Venezuela ao Mercosul naquele dia, o que só veio a ocorrer duas semanas mais tarde.
Rubens Barbosa, Presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp
1710) Os Brics (na pratica...)
Governo deve elevar hoje sobretaxa para calçados da China
Paula Nunes
Folha de S. Paulo, 19.01.2010
Medida tende a elevar preços; Abicalçados diz que tributação estancou prejuízos e freou demissões
Está marcada para hoje a audiência final que irá decidir se a sobretaxação provisória de US$ 12,47 para cada par de sapatos fabricado na China será mantida. Ela foi definida em setembro do ano passado e, de acordo com análise técnica de mais de 40 mil páginas produzida pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio exterior), o valor da sobretaxação tende a subir para US$ 18,44.
Milton Cardoso, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que iniciou a ação, afirma que a tributação estancou as perdas do setor e brecou as demissões. Não detectamos nenhum efeito negativo com a medida.
Ivan Ramalho, ministro interino do MDIC, diz que o governo tem trabalhado para reduzir o prazo das investigações antidumping. Ramalho diz confiar que a taxação será mantida e que isso será uma vitória do setor calçadista no Brasil.
A sobretaxação é aplicada pela Camex (Câmara de comércio exterior) quando se verifica a prática de comércio desleal em determinado setor, como preços no mercado internacional menores que os praticados nos países fabricantes.
Consumo
O consumidor vai sentir no bolso a mudança. Tênis de alta performance, todos fabricados na China, tendem a encarecer ainda mais se a taxa for repassada ao cliente final. Já os sapatos nacionais também ficarão, em média, 3% mais caros a partir da próxima estação.
Paula Nunes
Folha de S. Paulo, 19.01.2010
Medida tende a elevar preços; Abicalçados diz que tributação estancou prejuízos e freou demissões
Está marcada para hoje a audiência final que irá decidir se a sobretaxação provisória de US$ 12,47 para cada par de sapatos fabricado na China será mantida. Ela foi definida em setembro do ano passado e, de acordo com análise técnica de mais de 40 mil páginas produzida pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio exterior), o valor da sobretaxação tende a subir para US$ 18,44.
Milton Cardoso, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que iniciou a ação, afirma que a tributação estancou as perdas do setor e brecou as demissões. Não detectamos nenhum efeito negativo com a medida.
Ivan Ramalho, ministro interino do MDIC, diz que o governo tem trabalhado para reduzir o prazo das investigações antidumping. Ramalho diz confiar que a taxação será mantida e que isso será uma vitória do setor calçadista no Brasil.
A sobretaxação é aplicada pela Camex (Câmara de comércio exterior) quando se verifica a prática de comércio desleal em determinado setor, como preços no mercado internacional menores que os praticados nos países fabricantes.
Consumo
O consumidor vai sentir no bolso a mudança. Tênis de alta performance, todos fabricados na China, tendem a encarecer ainda mais se a taxa for repassada ao cliente final. Já os sapatos nacionais também ficarão, em média, 3% mais caros a partir da próxima estação.
1709) Os Brics (na teoria...)
Brics estão longe da liderança, diz FT
Daniela Milanese
O Estado de S. Paulo, 19.01.2010
Jornal britânico vê diferença de interesses entre os países do grupo
Coloque uma onça, um urso, um tigre e um panda juntos e você poderá ter um bom espetáculo, mas não terá uma vida sossegada. Essa é a definição do Financial Times para a situação dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), na série especial preparada pelo jornal britânico sobre o grupo dos principais emergentes do mundo.
Na avaliação do FT, apesar do avanço econômico dos últimos anos, esses países ainda não estão prontos para liderar uma mudança do centro de poder global, principalmente em razão das fortes diferenças existentes entre eles. Uma década de crescimento rápido não é suficiente para os Brics pegarem o bastão da liderança econômica global dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, diz o FT. O grupo pode ter surpreendido o mundo com o seu progresso nos últimos dez anos, mas será preciso uma melhora qualitativa, assim como mais crescimento, para consolidar a mudança de poder, avalia a publicação.
Conforme o Goldman Sachs, que inventou o acrônimo, a China deve se tornar a maior economia mundial antes de 2030. Atualmente, o grupo já tem a maior fatia do comércio. O movimento é reconhecido pelos investidores: as ações dos Brics encerraram a década valendo mais que o dobro de 2005, diz o jornal. Há uma década, apenas um deles tinha grau de investimento, hoje todos têm. Há 12 anos, o calote da Rússia e a crise cambial brasileira balançavam o mundo, agora esses países acumulam vastas reservas.
O desempenho levanta questionamentos sobre uma mudança do centro de gravidade da economia e governança globais. É este o centro de rotação como aconteceu na Segunda Guerra Mundial, quando os confiantes e inovadores Estados Unidos colocaram de lado as fracas e endividadas economias da Europa e refizeram a arquitetura financeira global?, questiona o FT. A resposta mais provável é: ainda não. Para o jornal, o grupo é tão desigual que qualquer generalização é problemática. Assim como uma boy band, os países podem ter sido escolhidos mais por suas diferenças do que similaridades, compara o FT.
A China, membro dominante do grupo, ainda está baseada em um modelo econômico dependente da demanda externa. A Índia é conhecida pelo setor de software e serviços para negócios. O Brasil, apesar de alguns fabricantes bem-sucedidos, permanece como um dos exportadores de produtos agrícolas mais eficientes. E a Rússia, após algumas tentativas de diversificação, continua essencialmente vendendo apenas petróleo e gás.
A falta de interesses comuns também impede uma política conjunta, apesar das reuniões dos Brics a partir de 2008, na tentativa de fechar posição sobre questões econômicas. Temas como política cambial, modelo econômico e comércio mostram divergências. Um exemplo é o câmbio desvalorizado na China, que contraria os interesses do Brasil. (Os Brics) devem reconhecer que, conforme ficam mais ricos e mais poderosos, se amontoar na bandeira de solidariedade de países em desenvolvimento não ajudará nem a eles nem à economia mundial, afirma o editorial do FT, que também trata do tema.
Daniela Milanese
O Estado de S. Paulo, 19.01.2010
Jornal britânico vê diferença de interesses entre os países do grupo
Coloque uma onça, um urso, um tigre e um panda juntos e você poderá ter um bom espetáculo, mas não terá uma vida sossegada. Essa é a definição do Financial Times para a situação dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), na série especial preparada pelo jornal britânico sobre o grupo dos principais emergentes do mundo.
Na avaliação do FT, apesar do avanço econômico dos últimos anos, esses países ainda não estão prontos para liderar uma mudança do centro de poder global, principalmente em razão das fortes diferenças existentes entre eles. Uma década de crescimento rápido não é suficiente para os Brics pegarem o bastão da liderança econômica global dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, diz o FT. O grupo pode ter surpreendido o mundo com o seu progresso nos últimos dez anos, mas será preciso uma melhora qualitativa, assim como mais crescimento, para consolidar a mudança de poder, avalia a publicação.
Conforme o Goldman Sachs, que inventou o acrônimo, a China deve se tornar a maior economia mundial antes de 2030. Atualmente, o grupo já tem a maior fatia do comércio. O movimento é reconhecido pelos investidores: as ações dos Brics encerraram a década valendo mais que o dobro de 2005, diz o jornal. Há uma década, apenas um deles tinha grau de investimento, hoje todos têm. Há 12 anos, o calote da Rússia e a crise cambial brasileira balançavam o mundo, agora esses países acumulam vastas reservas.
O desempenho levanta questionamentos sobre uma mudança do centro de gravidade da economia e governança globais. É este o centro de rotação como aconteceu na Segunda Guerra Mundial, quando os confiantes e inovadores Estados Unidos colocaram de lado as fracas e endividadas economias da Europa e refizeram a arquitetura financeira global?, questiona o FT. A resposta mais provável é: ainda não. Para o jornal, o grupo é tão desigual que qualquer generalização é problemática. Assim como uma boy band, os países podem ter sido escolhidos mais por suas diferenças do que similaridades, compara o FT.
A China, membro dominante do grupo, ainda está baseada em um modelo econômico dependente da demanda externa. A Índia é conhecida pelo setor de software e serviços para negócios. O Brasil, apesar de alguns fabricantes bem-sucedidos, permanece como um dos exportadores de produtos agrícolas mais eficientes. E a Rússia, após algumas tentativas de diversificação, continua essencialmente vendendo apenas petróleo e gás.
A falta de interesses comuns também impede uma política conjunta, apesar das reuniões dos Brics a partir de 2008, na tentativa de fechar posição sobre questões econômicas. Temas como política cambial, modelo econômico e comércio mostram divergências. Um exemplo é o câmbio desvalorizado na China, que contraria os interesses do Brasil. (Os Brics) devem reconhecer que, conforme ficam mais ricos e mais poderosos, se amontoar na bandeira de solidariedade de países em desenvolvimento não ajudará nem a eles nem à economia mundial, afirma o editorial do FT, que também trata do tema.
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Liberando um artigo que passou um ano no limbo: Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação Recebo, em 19/12/2025,...
-
Mercado Comum da Guerra? O Mercosul deveria ser, em princípio, uma zona de livre comércio e também uma zona de paz, entre seus próprios memb...
-
O destino do Brasil? Uma tartarug a? Paulo Roberto de Almeida Nota sobre os desafios políticos ao desenvolvimento do Brasil Esse “destino” é...
-
Desde el post de José Antonio Sanahuja Persles (Linkedin) Con Camilo López Burian, de la Universidad de la República, estudiamos el ascens...
-
Quando a desgraça é bem-vinda… Leio, tardiamente, nas notícias do dia, que o segundo chanceler virtual do bolsolavismo diplomático (2019-202...
-
O Brics vai de vento em popa, ao que parece. Como eu nunca fui de tomar as coisas pelo seu valor de face, nunca deixei de expressar meu pen...
-
Textos sobre guerra e paz, numa perspectiva histórica e comparativa Paulo Roberto de Almeida 5136. “A Paz como Projeto e Potência”, Brasília...