Um tema recorrente neste meu blog, por ser relevante para todos nós. Afinal de contas, quando se escreve, fraudulentamente, que "o governo investiu 'x' bilhões" nisso ou naquilo, se deveria imediatamente acrescentar: "dinheiro arrancado dos contribuintes (empresas e indivíduos) e aplicados discricionariamente pelo governo para beneficiar privilegiados selecionados pelo próprio governo".
Ou seja, o governo não faz NADA que ele não tenha primeiro arrancado da sociedade.
Ele ainda quer nos provar que o que faz está sempre certo...
Somos carneiros passivamente tosquiados, talvez, mas não somos idiotas (eu pelo menos não)...
Paulo Roberto de Almeida
O Governo como indutor de (maus) investimentos
por João Luiz Mauad
Ordem Livre, 15 de Julho de 2010
Segundo nota divulgada à imprensa no dia 1º de julho, o BNDES “desembolsou R$ 46 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano, alta de 41% na comparação com os R$ 32,6 bilhões do mesmo período do ano passado. Comportamento similar foi observado nas aprovações de empréstimos, que registraram aumento de 43% em relação a janeiro/maio de 2009.” A referida nota aponta ainda que “nos últimos 12 meses encerrados em maio, os desembolsos do BNDES mantiveram fôlego (sic), com R$ 150,7 bilhões, e exibiram crescimento de 64% se comparados com os mesmos meses do ano anterior.” Na mesma matéria, é creditado ao PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos), “criado pelo governo federal em julho do ano passado para impulsionar o crescimento por meio do aumento dos investimentos”, o incremento dos desembolsos.
Os economistas do Governo Lula acreditam cegamente neste modelo intervencionista, em que o Estado, além de regulador, aparece como “indutor da atividade econômica”, planejando e escolhendo as áreas e setores que devem ser privilegiados. Estão convictos de que esta é a fórmula do desenvolvimento, da geração de riquezas e, principalmente, de empregos. Será mesmo?
Bastiat dizia que
“Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever. E essa diferença é enorme, pois o que acontece quase sempre é que, quando a conseqüência imediata é favorável, as conseqüências posteriores são funestas e vice-versa.”
Dizem que economia é a ciência da escassez, pois os recursos produtivos são limitados, enquanto os desejos e necessidades humanos por bens e serviços são ilimitados. Desta verdade deriva uma outra: se não podemos ter tudo o que queremos ou precisamos, somos forçados, constantemente, a fazer escolhas (trade-offs), nem sempre fáceis.
Quando se utilizam recursos para produzir um bem "X" qualquer, esta ação desvia recursos da produção de outros bens. O custo de "X", portanto, equivale ao de outros bens que poderiam ter sido produzidos e consumidos, mas não o foram em virtude da escolha pela produção de "X". Em outras palavras, a utilização de recursos para produzir alguma coisa reduz a disponibilidade de recursos para a produção de outras.
Numa economia de mercado, a demanda dos consumidores e os custos dos produtores desempenham um papel importantíssimo, que é o de ditar onde os recursos escassos devem ser aplicados da maneira mais eficiente, vele dizer: de forma que produzam maior satisfação ao consumidor e maior lucro ao produtor/comerciante. Na essência, a demanda é a voz do consumidor instruindo as empresas a produzir determinados bens e serviços em lugar de outros que, pelos motivos acima expostos, deixarão de ser produzidos.
Nas palavras de Von Mises, no seu magistral Ação Humana:
Numa economia de mercado, o leme do navio está nas mãos dos empresários. Um observador superficial poderia pensar que eles estão no comando. Mas não estão. Ao contrário, estão obrigados a obedecer incondicionalmente às ordens do capitão: o consumidor. Nem os empresários, nem os fazendeiros ou os capitalistas determinam o que se deve produzir, mas apenas e tão somente os consumidores.
Qualquer empresário tem um fortíssimo incentivo para oferecer ao mercado aqueles produtos que podem ser vendidos por valores maiores que os respectivos custos de produção. Isso ocorre quando há escassez desses bens, seja ela motivada por uma eventual retração da oferta, seja pelo aumento de demanda. É dessa maneira "democrática", como bem definiu o saudoso Roberto Campos, que o mercado está sempre se reciclando, adaptando, planejando e gerando mais e mais riquezas. É através da voz e das escolhas dos consumidores que o mercado se torna eficiente.
Com efeito, numa economia de mercado são os sinais de preço (inclusive do capital) e lucro que ditam a produção e o consumo ao longo do tempo. Os consumidores sinalizam a intensidade de suas preferências presentes e futuras através do incremento ou redução de suas poupanças, com isso elevando ou reduzindo as taxas de juros. Se o consumidor se retrai e poupa mais no presente, está sinalizando que provavelmente irá consumir mais no futuro. Os empreendedores, por seu turno, dada a redução do preço do capital, serão incentivados a investir para atender a demanda futura. O sistema irá funcionar razoavelmente, a menos que o governo intervenha, deturpando os sinais do mercado, iludindo produtores e distorcendo a alocação intertemporal dos recursos.
Embora os bons economistas saibam disso há tempos, muitos ainda acreditam que a cobrança de impostos, o endividamento público, a inflação (emissão de moeda) e os gastos governamentais podem substituir a velha lei da oferta e da demanda, além de tornar ilimitados recursos que são, por natureza, limitados. Os economistas do governo parecem desconhecer que o propósito da produção é atender a demanda dos consumidores. Acham que o objetivo central da economia é a criação de empregos. Pouco lhes importa o que, quanto ou a quê custo se vai produzir. A única coisa que interessa são as estatísticas de emprego a curto prazo. Esta visão míope e estrábica, no entanto, tem efeitos nefastos mais adiante. A intervenção governamental desvirtua o consumo de capital, não considera o uso alternativo dos recursos e, como disse Bastiat, os "efeitos invisíveis" do desvio desses recursos. Em resumo, ignora totalmente os custos de oportunidade, que só podem ser determinados pelo mercado, desde que operando livremente.
A longo prazo, portanto, essas políticas “indutoras da atividade econômica" não passam de um tiro no pé, pois distorcem o rateio ótimo entre consumo, poupança e investimento. As tentativas do governo de fomentar este último de forma artificial, subsidiando o custo do capital através de taxas de juros irreais, não raro bem abaixo das taxas de mercado, acabam gerando empreendimentos que, se avaliados pelos critérios normais de preço e lucro, talvez nunca saíssem do papel. E maus investimentos são empreendimentos fadados ao fracasso, que no lugar de multiplicar a riqueza, acabam por destruí-la.
Se o governo realmente quiser fazer alguma coisa para incrementar a economia, que corte os próprios gastos e, principalmente, os impostos, deixando de distorcer os sinais de preços do mercado e encorajando os indivíduos a decidir por si mesmos onde e como aplicar os próprios recursos, seja poupando, consumindo ou investindo diretamente.
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ e profissional liberal (consultor de empresas).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Venezuela: construindo a ditadura
Peña excusa
www.analitica.com
Jueves, 15 de julio de 2010
Vamos a suponer que el arresto del presunto terrorista salvadoreño Chávez Abarca en el aeropuerto de Maiquetía no fue producto de la torpeza de un individuo que se supone experto, sino por la habilidad y la diligencia de las policías venezolanas. Podríamos suponer, también, que las declaraciones de este caballero a Telesur fueron sinceras y como consecuencia del miedo de sentirse totalmente descubierto o del afán de ganar méritos para una condena menor.
Lo que no tiene explicación es la velocidad relampagueante con que ese señor, con horas apenas en manos de las autoridades venezolanas, sin presentación ante un juez, sin proceso alguno, sin al menos una diligencia diplomática, fue deportado a Cuba. De inmediato la seguridad del Estado venezolano detuvo al primer presunto cómplice, Alejandro Peña Esclusa, un "terrorista" tan imprudente como el enviado a Cuba, pues según el Sebin tenía explosivo C-4 en su casa, donde vive con su esposa y su hija pequeña. Quizás por eso, por si una explosión, en el allanamiento no hubo presencia de un fiscal del Ministerio Público, ni orden judicial.
El caso suena como pretexto apresurado para ponerle coto al líder de Unoamérica, organización que no pone bombas sino que se ha dedicado a denunciar, a través de los medios, de libros, revistas y conferencias, la injerencia de la revolución bolivariana y del Foro de Sao Paulo en los países de Latinoamérica. Los "explosivos" de Pena Esclusa son él mismo, su capacidad de organización, su empeño, su voluntad opositora y su éxito como difusor.
Nos queda la angustia de esperar que Peña Esclusa no sea usado a su vez como excusa para el arresto de otros dirigentes de oposición, aunque no podemos evitar acordarnos de aquél enloquecido enero de 1958, cuando el general Pérez Jiménez ni entendía ni atinaba a controlar una rebeldía popular que se le escapaba de las manos, que la Seguridad Nacional no descubría, y que invadía las calles cada día con mayor presencia, y la única respuesta que se les ocurrió fue arrestar a todo dirigente opositor a troche y moche, además de estudiantes y manifestantes.
Chávez insiste en cazar pelea con el cardenal Urosa y la Iglesia católica, no abre puertas al nuevo presidente colombiano, denuncia colonialismos olvidados, quizás temiendo que su 23 de enero sea el 26 de septiembre. Lo terrorífico es que no parece estar decidiendo con frialdad de estadista, como debería y le sería más útil, sino con el nerviosismo de quien siente que se queda sin piso político.
www.analitica.com
Jueves, 15 de julio de 2010
Vamos a suponer que el arresto del presunto terrorista salvadoreño Chávez Abarca en el aeropuerto de Maiquetía no fue producto de la torpeza de un individuo que se supone experto, sino por la habilidad y la diligencia de las policías venezolanas. Podríamos suponer, también, que las declaraciones de este caballero a Telesur fueron sinceras y como consecuencia del miedo de sentirse totalmente descubierto o del afán de ganar méritos para una condena menor.
Lo que no tiene explicación es la velocidad relampagueante con que ese señor, con horas apenas en manos de las autoridades venezolanas, sin presentación ante un juez, sin proceso alguno, sin al menos una diligencia diplomática, fue deportado a Cuba. De inmediato la seguridad del Estado venezolano detuvo al primer presunto cómplice, Alejandro Peña Esclusa, un "terrorista" tan imprudente como el enviado a Cuba, pues según el Sebin tenía explosivo C-4 en su casa, donde vive con su esposa y su hija pequeña. Quizás por eso, por si una explosión, en el allanamiento no hubo presencia de un fiscal del Ministerio Público, ni orden judicial.
El caso suena como pretexto apresurado para ponerle coto al líder de Unoamérica, organización que no pone bombas sino que se ha dedicado a denunciar, a través de los medios, de libros, revistas y conferencias, la injerencia de la revolución bolivariana y del Foro de Sao Paulo en los países de Latinoamérica. Los "explosivos" de Pena Esclusa son él mismo, su capacidad de organización, su empeño, su voluntad opositora y su éxito como difusor.
Nos queda la angustia de esperar que Peña Esclusa no sea usado a su vez como excusa para el arresto de otros dirigentes de oposición, aunque no podemos evitar acordarnos de aquél enloquecido enero de 1958, cuando el general Pérez Jiménez ni entendía ni atinaba a controlar una rebeldía popular que se le escapaba de las manos, que la Seguridad Nacional no descubría, y que invadía las calles cada día con mayor presencia, y la única respuesta que se les ocurrió fue arrestar a todo dirigente opositor a troche y moche, además de estudiantes y manifestantes.
Chávez insiste en cazar pelea con el cardenal Urosa y la Iglesia católica, no abre puertas al nuevo presidente colombiano, denuncia colonialismos olvidados, quizás temiendo que su 23 de enero sea el 26 de septiembre. Lo terrorífico es que no parece estar decidiendo con frialdad de estadista, como debería y le sería más útil, sino con el nerviosismo de quien siente que se queda sin piso político.
A ilusao do estimulo governamental na economia - Wall Street Journal
Este editorial do Wall Street Journal, que trata da ilusão da criação de empregos pelas políticas ativas do governo, também pode ser aplicado ao Brasil, já que aqui também o governo -- e muitos economistas com ele -- acredita que está fazendo um enorme e positivo esforço para estimular a atividade econômica e criar empregos com a injeção de dinheiro oficial em setores escolhidos.
Como diz o jornal, esse dinheiro tem de sair de algum lugar (via impostos, obviamente), e portanto é menos dinheiro para o setor privado investir ou para o público contribuinte consumir (ou poupar).
Se for criação de moeda, seria inflacionário, o que é negativo para todos, sobretudo para os mais pobres.
Se for antecipação de receita, isto é, formação de dívida pública -- como também é, no caso brasileiro, junto com a já enorme carga tributária -- significa que o governo está simplesmente mandando a conta para pagarmos mais adiante, ou deixando como herança maldita para esta mesma geração, mais velha, ou para nossos filhos e netos.
Em todas as hipóteses se trata de má solução e de uma ilusão.
Paulo Roberto de Almeida
Three Million Imaginary Jobs
The Wall Street Journal, July 15, 2010
The White House says the stimulus worked beyond even its hopes. Seriously.
It may be that the last people in America who believe that the $862 billion economic stimulus of February 2009 created millions of net new jobs are Vice President Joe Biden and the staff economists in the White House. Yesterday, President Obama's chief economist announced that the plan had "created or saved" between 2.5 million and 3.6 million jobs and raised GDP by 2.7% to 3.2% through June 30. Don't you feel better already?
Christina Romer went so far as to claim that the 3.5 million new jobs that she promised while the stimulus was being debated in Congress will arrive "two quarters earlier than anticipated." Yup, the official White House line is that the plan is working better than even they had hoped.
We almost feel sorry for Ms. Romer having to make this argument given that since February 2009 the U.S. economy has lost a net 2.35 million jobs. Using the White House "created or saved" measure means that even if there were only three million Americans left with jobs today, the White House could claim that every one was saved by the stimulus.
The White House also naturally insists that things would be much worse without the stimulus billions spent on the likes of Medicaid payments, high speed rail projects, unemployment benefits and windmills. Mr. Obama said recently in Racine, Wisconsin that the economy "would have been a lot worse" and the unemployment rate would have gone to "12 or 13, or 15 [percent]" if government hadn't spent all of that money.
This is called a counterfactual: a what would have happened scenario that can't be refuted. What we do know is what White House economists at the time said would happen if the stimulus didn't pass. They said the unemployment rate would peak at 9% without the stimulus (there's your counterfactual) and that with the stimulus the rate would stay at 8% or below. (See the nearby chart.) In other words, today there are 700,000 fewer jobs than Ms. Romer predicted we would have if we had done nothing at all. If this is a job creation success, what does failure look like?
All of these White House jobs estimates are based on the increasingly discredited Keynesian spending "multiplier," which according to White House economist Larry Summers means that every $1 of government spending will yield roughly $1.50 in higher GDP. Ms. Romer thus plugs her spending data into the Keynesian computer models and, presto, out come 2.5 million to 3.6 million jobs, even if the real economy has lost jobs. To adapt Groucho Marx: Who are you going to believe, the White House computer models, or your own eyes?
Or, as Milton Friedman used to say, "there's no such thing as a free lunch." The money government spends does create some jobs—the folks working on road projects, say—but that money has to come from somewhere, which means taxing or borrowing it from areas of the private economy that are nearly always more productive. This doesn't mean that government spending is always a bad idea, but it does mean that government spending as economic stimulus is fanciful.
Harvard economist Robert Barro first blew apart Keynesian assumptions with his famous 1974 essay, "Are Government Bonds Net Wealth?" He and Charles J. Redlick, also of Harvard, recently updated this demolition in a new study for the Mercatus Center examining 50 years of defense spending in various countries. They find a multiplier effect of between 0.4 and 0.7. This means that government spending shrinks the private economy, because it "crowds out other components of GDP, particularly investment."
This would certainly explain better than Ms. Romer's computer models why a nearly $1 trillion stimulus has been followed by a mediocre economic recovery, a 9.5% unemployment rate, and almost no net new private job creation.
================
Addendum, por alguém que fez as contas:
Adventures in arithmetic
Or Eating soup with a fork.
The administration is now claiming that the $862 billion stimulus package has created or saved between 2.5 and 3.6 million jobs.
Lets suppose this is true and do some arithmetic.
Lets assume that 3/4 of the 862 billion has been spent, and the number of jobs is in the middle of the range, say 3 million (that should prove I'm an economist, eh?).
Remember these jobs are not permanent, they are "job years".
So, 862 billion x .75 / 3 million = $215,500 per job year!
Wow.
Nice work guys. See you in November.
posted by Angus
==================
Meu comentário final:
Mais de 200 mil dólares para manter um emprego de baixa qualificação é um desperdício de dinheiro. Com esse valor dá para formar um físico nuclear.
Melhor empregar esse dinheiro na formação do físico nuclear, e importar produtos baratos (como os que estariam sendo produzidos pelos empregos "salvos") da China.
O país estaria muito melhor, depois, do que com o dinheiro gasto num emprego que, INEVITAVELMENTE, irá para a China em um momento ou outro...
As pessoas, sobretudo quando estão no governo, não param para pensar nas bobagens que estão dizendo...
Paulo Roberto de Almeida
Como diz o jornal, esse dinheiro tem de sair de algum lugar (via impostos, obviamente), e portanto é menos dinheiro para o setor privado investir ou para o público contribuinte consumir (ou poupar).
Se for criação de moeda, seria inflacionário, o que é negativo para todos, sobretudo para os mais pobres.
Se for antecipação de receita, isto é, formação de dívida pública -- como também é, no caso brasileiro, junto com a já enorme carga tributária -- significa que o governo está simplesmente mandando a conta para pagarmos mais adiante, ou deixando como herança maldita para esta mesma geração, mais velha, ou para nossos filhos e netos.
Em todas as hipóteses se trata de má solução e de uma ilusão.
Paulo Roberto de Almeida
Three Million Imaginary Jobs
The Wall Street Journal, July 15, 2010
The White House says the stimulus worked beyond even its hopes. Seriously.
It may be that the last people in America who believe that the $862 billion economic stimulus of February 2009 created millions of net new jobs are Vice President Joe Biden and the staff economists in the White House. Yesterday, President Obama's chief economist announced that the plan had "created or saved" between 2.5 million and 3.6 million jobs and raised GDP by 2.7% to 3.2% through June 30. Don't you feel better already?
Christina Romer went so far as to claim that the 3.5 million new jobs that she promised while the stimulus was being debated in Congress will arrive "two quarters earlier than anticipated." Yup, the official White House line is that the plan is working better than even they had hoped.
We almost feel sorry for Ms. Romer having to make this argument given that since February 2009 the U.S. economy has lost a net 2.35 million jobs. Using the White House "created or saved" measure means that even if there were only three million Americans left with jobs today, the White House could claim that every one was saved by the stimulus.
The White House also naturally insists that things would be much worse without the stimulus billions spent on the likes of Medicaid payments, high speed rail projects, unemployment benefits and windmills. Mr. Obama said recently in Racine, Wisconsin that the economy "would have been a lot worse" and the unemployment rate would have gone to "12 or 13, or 15 [percent]" if government hadn't spent all of that money.
This is called a counterfactual: a what would have happened scenario that can't be refuted. What we do know is what White House economists at the time said would happen if the stimulus didn't pass. They said the unemployment rate would peak at 9% without the stimulus (there's your counterfactual) and that with the stimulus the rate would stay at 8% or below. (See the nearby chart.) In other words, today there are 700,000 fewer jobs than Ms. Romer predicted we would have if we had done nothing at all. If this is a job creation success, what does failure look like?
All of these White House jobs estimates are based on the increasingly discredited Keynesian spending "multiplier," which according to White House economist Larry Summers means that every $1 of government spending will yield roughly $1.50 in higher GDP. Ms. Romer thus plugs her spending data into the Keynesian computer models and, presto, out come 2.5 million to 3.6 million jobs, even if the real economy has lost jobs. To adapt Groucho Marx: Who are you going to believe, the White House computer models, or your own eyes?
Or, as Milton Friedman used to say, "there's no such thing as a free lunch." The money government spends does create some jobs—the folks working on road projects, say—but that money has to come from somewhere, which means taxing or borrowing it from areas of the private economy that are nearly always more productive. This doesn't mean that government spending is always a bad idea, but it does mean that government spending as economic stimulus is fanciful.
Harvard economist Robert Barro first blew apart Keynesian assumptions with his famous 1974 essay, "Are Government Bonds Net Wealth?" He and Charles J. Redlick, also of Harvard, recently updated this demolition in a new study for the Mercatus Center examining 50 years of defense spending in various countries. They find a multiplier effect of between 0.4 and 0.7. This means that government spending shrinks the private economy, because it "crowds out other components of GDP, particularly investment."
This would certainly explain better than Ms. Romer's computer models why a nearly $1 trillion stimulus has been followed by a mediocre economic recovery, a 9.5% unemployment rate, and almost no net new private job creation.
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Addendum, por alguém que fez as contas:
Adventures in arithmetic
Or Eating soup with a fork.
The administration is now claiming that the $862 billion stimulus package has created or saved between 2.5 and 3.6 million jobs.
Lets suppose this is true and do some arithmetic.
Lets assume that 3/4 of the 862 billion has been spent, and the number of jobs is in the middle of the range, say 3 million (that should prove I'm an economist, eh?).
Remember these jobs are not permanent, they are "job years".
So, 862 billion x .75 / 3 million = $215,500 per job year!
Wow.
Nice work guys. See you in November.
posted by Angus
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Meu comentário final:
Mais de 200 mil dólares para manter um emprego de baixa qualificação é um desperdício de dinheiro. Com esse valor dá para formar um físico nuclear.
Melhor empregar esse dinheiro na formação do físico nuclear, e importar produtos baratos (como os que estariam sendo produzidos pelos empregos "salvos") da China.
O país estaria muito melhor, depois, do que com o dinheiro gasto num emprego que, INEVITAVELMENTE, irá para a China em um momento ou outro...
As pessoas, sobretudo quando estão no governo, não param para pensar nas bobagens que estão dizendo...
Paulo Roberto de Almeida
A fraude ilustrada e a desonestidade intelectual: a mediocridade academica se instala no governo
Não sei o que explica a deterioração sensível (e visível) da qualidade da capacidade analítica na academia, mas sei que a combinação da mediocridade intelectual com a miopia política, acrescidas de má-fé na manipulação de números e conceitos, se instalam de maneira perigosamente rápida no seio mesmo do aparelho de Estado, justamente ali onde a isenção e a imparcialidade analíticas deveriam primar e ser cultivadas como virtudes inerentes ao exercício da atividade de estudo e análise da realidade econômica: um órgão de planejamento e de políticas econômicas aplicadas como o IPEA.
Li, estarrecido, o lixo acadêmico que vai abaixo parcialmente reproduzido, sem querer acreditar que tal mediocridade analítica pudesse realmente ter sido produzida por quem leva a função de "diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA".
Mais surpreendido ainda fiquei ao saber que o personagem em questão é "professor-doutor do Instituto de Economia da UFRJ". Pergunto-me qual a qualidade de certos doutores da academia.
Eis trechos da matéria, com poucos comentários meus:
Re-visões do desenvolvimento
João Sicsú
Carta Maior, 15/07/2010
Os últimos 20 anos marcaram a disputa de dois projetos para o Brasil. Há líderes, aliados e bases sociais que personificam essa disputa. De um lado estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniões conservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações.
PRA: Um economista pretende servir ao governo mantendo a ilusão de que o mundo, o Brasil, o cenário político se dividem em bonzinhos e malvados, em gregos e goianos, em brancos e pretos, entre os que carregam todas as virtudes e os que são responsáveis por todos os vícios da economia e da política brasileira. Apenas este começo já serviria para desqualificar um artigo pretensamente sobre o "desenvolvimento" como lixo político.
O primeiro mandato [de Lula] estava contaminado por “heranças” do período FHC. Eram “heranças” objetivas, tal como a aguda vulnerabilidade externa, e “heranças” subjetivas, ou seja, ideias conservadoras permaneceram em alguns postos-chave do governo. O presidente Lula fez mudanças importantes no seu segundo mandato: trocou o comando de alguns ministérios e de instituições públicas. E, também, implementou programas e políticas claramente opostos à concepção do seu antecessor. Um exemplo foi o lançamento, no início de 2007, do Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC), muito criticado pelos oposicionistas, mas que foi a marca da virada para um projeto de governo com contornos mais desenvolvimentistas.
PRA: A má-fé e a mentira desse articulista a soldo são inacreditáveis. A prepotência, a arrogância e o autoritarismo no plano das ideias sao evidentes, pois o objetivo era acabar com "ideias conservadoras" em postos-chaves do governo (entre os quais o seu próprio, talvez).
"O projeto implementado pelo PSDB e seus aliados no período 1995-2002 tinha as seguintes bases econômicas:
(1) estabilidade econômica, que era sinônimo, exclusivamente, de estabilidade monetária, ou seja, o controle da inflação era o único objetivo macroeconômico; (2) abertura financeira ao exterior e culto às variações da taxa de câmbio como a maior qualidade de um regime cambial; (3) busca do equilíbrio fiscal como valor moral ou como panaceia, o que justificava corte de gastos em áreas absolutamente essenciais; e (4) privatização de empresas públicas sem qualquer olhar estratégico de desenvolvimento.
E os objetivos econômico-sociais eram: (1) desmantelamento do sistema público de seguridade social; (2) criação de programas assistenciais fragmentados e superfocalizados; e (3) desmoralização e desmobilização do serviço público."
PRA: Como era perverso e vendido o governo FHC! Como ele pretendia desmantelar o Estado e entregar nossas riquezas ao estrangeiro! Como ele era estúpido na busca da estabilidade econômica! Como ele podia ser tão ruim?
A fraude acadêmica atinge aqui um dos pontos mais baixos a que já assisti em artigos publicados. Poucas vezes se consegue deparar com ajuntamento de palavras tão estúpidas como nesse trecho.
"A dívida líquida do setor público, como proporção do PIB, cresceu de uma média, por ano, no primeiro mandato do presidente FHC de 32,3% para 50,7% no seu segundo governo. A média esperada dessa relação no segundo mandato do presidente Lula é de 42,7%."
PRA: A fraude persiste: o autor desonesto dessas linhas não menciona que o governo FHC teve de lidar com duas dezenas de bancos estaduais falidos pela má-gestão de governos irresponsáveis, e teve de absorver bilhões de reais em buracos financeiros de estados e municípios, procedendo a uma gigantesca negociação das dívidas públicas, federalizadas a um custo enorme para o país. Sem falar de todos os esqueletos deixados no armário pelas gestões precedentes. A desonestidade do autor é inqualificável para um acadêmico.
Fico por aqui, pois apenas esses trechos dão uma ideia do lixo moral com que estamos lidando.
Eu me pergunto até onde o Brasil caminhará no sentido da desqualificação intelectual de gestores públicos, até onde a mediocrização acadêmica alcançará o debate público. Até quando a mentira, a fraude deliberada, a degradação moral na manipulação de números e dados vão continuar.
A degringolada intelectual (se este adjetivo se aplica) e a desonestidade acadêmica são realmente inacreditáveis no Brasil atual.
Li, estarrecido, o lixo acadêmico que vai abaixo parcialmente reproduzido, sem querer acreditar que tal mediocridade analítica pudesse realmente ter sido produzida por quem leva a função de "diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA".
Mais surpreendido ainda fiquei ao saber que o personagem em questão é "professor-doutor do Instituto de Economia da UFRJ". Pergunto-me qual a qualidade de certos doutores da academia.
Eis trechos da matéria, com poucos comentários meus:
Re-visões do desenvolvimento
João Sicsú
Carta Maior, 15/07/2010
Os últimos 20 anos marcaram a disputa de dois projetos para o Brasil. Há líderes, aliados e bases sociais que personificam essa disputa. De um lado estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniões conservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações.
PRA: Um economista pretende servir ao governo mantendo a ilusão de que o mundo, o Brasil, o cenário político se dividem em bonzinhos e malvados, em gregos e goianos, em brancos e pretos, entre os que carregam todas as virtudes e os que são responsáveis por todos os vícios da economia e da política brasileira. Apenas este começo já serviria para desqualificar um artigo pretensamente sobre o "desenvolvimento" como lixo político.
O primeiro mandato [de Lula] estava contaminado por “heranças” do período FHC. Eram “heranças” objetivas, tal como a aguda vulnerabilidade externa, e “heranças” subjetivas, ou seja, ideias conservadoras permaneceram em alguns postos-chave do governo. O presidente Lula fez mudanças importantes no seu segundo mandato: trocou o comando de alguns ministérios e de instituições públicas. E, também, implementou programas e políticas claramente opostos à concepção do seu antecessor. Um exemplo foi o lançamento, no início de 2007, do Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC), muito criticado pelos oposicionistas, mas que foi a marca da virada para um projeto de governo com contornos mais desenvolvimentistas.
PRA: A má-fé e a mentira desse articulista a soldo são inacreditáveis. A prepotência, a arrogância e o autoritarismo no plano das ideias sao evidentes, pois o objetivo era acabar com "ideias conservadoras" em postos-chaves do governo (entre os quais o seu próprio, talvez).
"O projeto implementado pelo PSDB e seus aliados no período 1995-2002 tinha as seguintes bases econômicas:
(1) estabilidade econômica, que era sinônimo, exclusivamente, de estabilidade monetária, ou seja, o controle da inflação era o único objetivo macroeconômico; (2) abertura financeira ao exterior e culto às variações da taxa de câmbio como a maior qualidade de um regime cambial; (3) busca do equilíbrio fiscal como valor moral ou como panaceia, o que justificava corte de gastos em áreas absolutamente essenciais; e (4) privatização de empresas públicas sem qualquer olhar estratégico de desenvolvimento.
E os objetivos econômico-sociais eram: (1) desmantelamento do sistema público de seguridade social; (2) criação de programas assistenciais fragmentados e superfocalizados; e (3) desmoralização e desmobilização do serviço público."
PRA: Como era perverso e vendido o governo FHC! Como ele pretendia desmantelar o Estado e entregar nossas riquezas ao estrangeiro! Como ele era estúpido na busca da estabilidade econômica! Como ele podia ser tão ruim?
A fraude acadêmica atinge aqui um dos pontos mais baixos a que já assisti em artigos publicados. Poucas vezes se consegue deparar com ajuntamento de palavras tão estúpidas como nesse trecho.
"A dívida líquida do setor público, como proporção do PIB, cresceu de uma média, por ano, no primeiro mandato do presidente FHC de 32,3% para 50,7% no seu segundo governo. A média esperada dessa relação no segundo mandato do presidente Lula é de 42,7%."
PRA: A fraude persiste: o autor desonesto dessas linhas não menciona que o governo FHC teve de lidar com duas dezenas de bancos estaduais falidos pela má-gestão de governos irresponsáveis, e teve de absorver bilhões de reais em buracos financeiros de estados e municípios, procedendo a uma gigantesca negociação das dívidas públicas, federalizadas a um custo enorme para o país. Sem falar de todos os esqueletos deixados no armário pelas gestões precedentes. A desonestidade do autor é inqualificável para um acadêmico.
Fico por aqui, pois apenas esses trechos dão uma ideia do lixo moral com que estamos lidando.
Eu me pergunto até onde o Brasil caminhará no sentido da desqualificação intelectual de gestores públicos, até onde a mediocrização acadêmica alcançará o debate público. Até quando a mentira, a fraude deliberada, a degradação moral na manipulação de números e dados vão continuar.
A degringolada intelectual (se este adjetivo se aplica) e a desonestidade acadêmica são realmente inacreditáveis no Brasil atual.
Relacoes internacionais e politica externa do Brasil -- trabalhos Paulo R Almeida
Pouco tempo atrás anunciei aqui, sob esse mesmo título, que estava preparando uma lista de meus trabalhos mais recentes sobre os temas em destaque, e até postei algumas referências:
Relacoes internacionais e politica externa do Brasil -- trabalhos de Paulo R Almeida
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Agora terminei uma lista, que não é completa, mas parece apresentar o essencial, restrita a esses dois grandes campos de estudo e pesquisa.
Como suponho que a maior parte dos leitores, frequentadores, curiosos e passantes neste blog seja composta por jovens universitários da área em questão, vários deles eventuais candidatos à carreira diplomática, talvez esses trabalhos possam apresentar alguma utilidade, se não para o concurso do Rio Branco (que tem lá suas fixações políticas e ideológicas), pelo menos para um debate intelectual saudável e aberto sobre as grandes orientações do Brasil em matéria de política internacional.
Não vou transcrever aqui pois a lista é muito grande.
Mas ela está no meu site, neste link:
Relações Internacionais e Política Externa do Brasil
Relação de Trabalhos elaborados a partir de 2003
Paulo Roberto de Almeida
Atualizado em 13 de Julho de 2010
Relacoes internacionais e politica externa do Brasil -- trabalhos de Paulo R Almeida
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Agora terminei uma lista, que não é completa, mas parece apresentar o essencial, restrita a esses dois grandes campos de estudo e pesquisa.
Como suponho que a maior parte dos leitores, frequentadores, curiosos e passantes neste blog seja composta por jovens universitários da área em questão, vários deles eventuais candidatos à carreira diplomática, talvez esses trabalhos possam apresentar alguma utilidade, se não para o concurso do Rio Branco (que tem lá suas fixações políticas e ideológicas), pelo menos para um debate intelectual saudável e aberto sobre as grandes orientações do Brasil em matéria de política internacional.
Não vou transcrever aqui pois a lista é muito grande.
Mas ela está no meu site, neste link:
Relações Internacionais e Política Externa do Brasil
Relação de Trabalhos elaborados a partir de 2003
Paulo Roberto de Almeida
Atualizado em 13 de Julho de 2010
Le Bresil, nouvelle province petroliere - Paulo R Almeida: Radio France Culture
Minha entrevista sobre energia no Brasil, concedida recentemente ao jornalista Thierry Garcin, da Radio France Internationale:
980. “Balance Énergétique du Brésil: interview à France Culture”
programa « Les Enjeux Internationaux »
transmitido em 13.07.2010, à 7h18 (hora francesa); disponível no site durante 30 dias.
Texto de base no blog Diplomatizzando.
Relação de Originais n. 2160.
Brésil - 13.07.2010 - 07:19
par Thierry Garcin
Les nouveaux espoirs du pays en matière d’énergies
Depuis quelques années, le Brésil est autosuffisant en pétrole, ce qui représente un atout considérable pour un pays de 190 millions d’habitants et pour une économie non seulement émergente mais aussi émergée, industrialisée de surcroît. Récemment, des réserves prouvées ont été trouvées en mer, mais à grande profondeur et donc coûteuses d’exploitation.
Le Brésil profite également d’un apport énergétique considérable constitué par la biomasse (près d’un tiers de sa consommation totale). D’ailleurs, les énergies renouvelables couvrent 46 % du bilan énergétique (6 % pour les pays de l’OCDE). Bref, le Brésil est dans une situation exceptionnelle. Comment en tirera-t-il profit ?
Paulo Roberto de Almeida est diplomate et sociologue
980. “Balance Énergétique du Brésil: interview à France Culture”
programa « Les Enjeux Internationaux »
transmitido em 13.07.2010, à 7h18 (hora francesa); disponível no site durante 30 dias.
Texto de base no blog Diplomatizzando.
Relação de Originais n. 2160.
Brésil - 13.07.2010 - 07:19
par Thierry Garcin
Les nouveaux espoirs du pays en matière d’énergies
Depuis quelques années, le Brésil est autosuffisant en pétrole, ce qui représente un atout considérable pour un pays de 190 millions d’habitants et pour une économie non seulement émergente mais aussi émergée, industrialisée de surcroît. Récemment, des réserves prouvées ont été trouvées en mer, mais à grande profondeur et donc coûteuses d’exploitation.
Le Brésil profite également d’un apport énergétique considérable constitué par la biomasse (près d’un tiers de sa consommation totale). D’ailleurs, les énergies renouvelables couvrent 46 % du bilan énergétique (6 % pour les pays de l’OCDE). Bref, le Brésil est dans une situation exceptionnelle. Comment en tirera-t-il profit ?
Paulo Roberto de Almeida est diplomate et sociologue
Nossos aliados estrategicos (apenas para vender armas...)
Quando se trata de vender caças e submarinos, a França é aliada estratégica do Brasil.
Quando se trata de concluir um acordo de liberalização comercial, ela deixa de ser aliada para ser uma das mais decididas opositoras da expasão de comércio que possa haver.
França trava acordo entre UE e Mercosul, diz Lula
Fábio Amato e Simone Iglesias
Folha de S. Paulo, 15.07.2010
O presidente Lula disse ontem que a França é o principal entrave para um acordo entre Mercosul e União Europeia em torno da criação de uma zona de livre comércio entre os dois blocos.
Em discurso na 4ª reunião de cúpula Brasil-União Europeia, em Brasília, Lula disse que o seu principal compromisso como presidente do Mercosul, cargo que assume ainda neste mês, será convencer o colega francês, Nicolas Sarkozy, a enfrentar vozes contrárias ao acordo dentro de seu país para que o compromisso saia. A iniciativa sofre oposição, principalmente de agricultores.
O companheiro que mais tem dado trabalho nas discussões sobre zona de livre comércio é um grande amigo meu, o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Eu tenho a responsabilidade de tentar convencer o Sarkozy a flexibilizar o coração dos franceses e a gente fazer um acordo antes de eu terminar a Presidência. Seria um avanço extraordinário, disse.
Lula disse que conhece o peso dos agricultores franceses na política do país e classificou como normais as pressões de setores que se sintam prejudicados com o acordo Mercosul-UE.
BENEFÍCIOS
O presidente apontou, porém, que os países dos dois blocos precisam levar em conta o benefício da zona de livre comércio para a população de uma maneira geral.
Você sempre pode ter um setor da economia que não fique contente, mas isso aqui não é um jogo de corporação. É um jogo de nações, em que você tem que fazer os acordos pensando em beneficiar o conjunto da população.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse durante o encontro que um acordo entre o bloco e o Mercosul em torno da zona de livre comércio só não foi possível até agora porque os latino-americanos estão pedindo muito.
De acordo com Barroso, a UE está interessada em uma parceria, mas isso só vai ser possível se o Mercosul apresentar uma proposta mais equilibrada, que atenda a interesses gerais das 27 nações que compõem o bloco europeu e de algum setor que se sinta mais especialmente afetado, em referência aos agricultores, contrários à iniciativa.
Mercosul e UE voltaram a negociar a zona de livre comércio em maio. As conversações estava interrompidas desde 2004 porque os europeus não ofereciam a abertura no mercado agrícola desejada pelos sul-americanos.
================
França é pedra no sapato
Mariana Mainenti
Correio Braziliense, 15.07.2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, assumiram ontem compromisso político com a consolidação do acordo entre Mercosul e União Europeia até o fim do ano. Os dois mandatários demonstraram determinação em convencer o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a tentar equalizar em seu país as questões relacionadas à oposição dos agricultores à proposta de redução dos subsídios a esse setor — principal entrave às negociações entre os dois blocos econômicos.
“Queremos avançar para criar um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia. Isso será uma prioridade durante a minha Presidência (do Mercosul)”, afirmou Lula, após reunir-se com Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, durante a IV Cúpula Brasil-União Europeia, no Palácio do Itamaraty. “Vamos batalhar em conjunto por esse acordo”, afirmou o presidente da Comissão Europeia. Em entrevista concedida pelos três à imprensa, Lula disse que tentará convencer Sarkozy a flexibilizar “o coração dos franceses” para que seja fechado um acordo até o fim do mandato do presidente brasileiro.
Durão Barroso afirmou que o acerto trará grande benefício para ambas as partes. “Somos 27 países e temos que recolher o apoio em muitas frentes. Por isso, esperamos que o Mercosul avance com uma oferta que também corresponda às nossas ambições”, provocou Barroso. A União Europeia deseja a liberalização de setores industrias dos países do Mercosul, assim como o de serviços e de compras governamentais.
O Brasil já sinalizou que está disposto a fazer concessões nessas áreas, mas para isso é necessário que os europeus concordem com a redução nos subsídios à agricultura. No entanto, o presidente francês, cuja popularidade está abalada por escândalos recentes, enfrentou protestos do setor agrícola devido à retomada das negociações da UE com o Mercosul. Lula, por sua vez, terá de lidar com resistências da Argentina à liberalização em alguns setores. A sinalização para um acordo Mercosul-UE acontece num momento em que a economia europeia, atolada na recessão, está no centro das atenções.
Cruzar o Atlântico
Durante o encerramento do IV Fórum Empresarial Brasil-União Europeia, o presidente brasileiro convidou os europeus que estejam se sentindo inseguros com as instituições financeiras de seu país a investir seus recursos no Brasil. “Se tiver dinheiro no banco e não estiver seguro, atravesse o Atlântico e venha para o Brasil”, disse.
Lula deixou o discurso oficial previsto de 29 páginas de lado e recorreu ao improviso para fazer uma retrospectiva dos desafios enfrentados em seu governo na área econômica. “Eu comecei a minha vida política tendo relações com os europeus, seja brigando com os empresários da região quando era presidente do sindicato em Diadema, seja negociando com os dirigentes sindicais europeus”, afirmou, lembrando -se das resistências que sofreu por parte de empresários e analistas econômicos no início de seu mandato.
O presidente afirmou que tinha “medo(1)” no início do mandato e fez referência à primeira reunião que teve com o então diretor-gerente do FMI Horst Koeller. “Não me esqueço do Koeller, que foi diretor-gerente do FMI, da primeira conversa que nós tivemos. Passei 20 anos da minha vida carregando a faixa ‘Fora FMI’ e, sabe, de repente estava sentado na frente do cara do FMI querendo que eu aumentasse superavit primário”, afirmou. Segundo ele, hoje o Brasil é um país sério, que tem “um sistema financeiro mais sólido até que o europeu”.
De acordo com Lula, foi em uma visita à Espanha, quando o então primeiro-ministro, Felipe González, lhe lembrou que teria apenas quatro anos para lidar com questões como a relação com as Forças Armadas, que se deu conta de que tomou a decisão de “não ficar brigando com ninguém”. “Um mandato é tão curto que, se você trabalhar 24 horas como a gente trabalha, não consegue fazer tudo. Imagina se passar um tempo brigando com a oposição, brigando com os empresários”, disse.
Quando se trata de concluir um acordo de liberalização comercial, ela deixa de ser aliada para ser uma das mais decididas opositoras da expasão de comércio que possa haver.
França trava acordo entre UE e Mercosul, diz Lula
Fábio Amato e Simone Iglesias
Folha de S. Paulo, 15.07.2010
O presidente Lula disse ontem que a França é o principal entrave para um acordo entre Mercosul e União Europeia em torno da criação de uma zona de livre comércio entre os dois blocos.
Em discurso na 4ª reunião de cúpula Brasil-União Europeia, em Brasília, Lula disse que o seu principal compromisso como presidente do Mercosul, cargo que assume ainda neste mês, será convencer o colega francês, Nicolas Sarkozy, a enfrentar vozes contrárias ao acordo dentro de seu país para que o compromisso saia. A iniciativa sofre oposição, principalmente de agricultores.
O companheiro que mais tem dado trabalho nas discussões sobre zona de livre comércio é um grande amigo meu, o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Eu tenho a responsabilidade de tentar convencer o Sarkozy a flexibilizar o coração dos franceses e a gente fazer um acordo antes de eu terminar a Presidência. Seria um avanço extraordinário, disse.
Lula disse que conhece o peso dos agricultores franceses na política do país e classificou como normais as pressões de setores que se sintam prejudicados com o acordo Mercosul-UE.
BENEFÍCIOS
O presidente apontou, porém, que os países dos dois blocos precisam levar em conta o benefício da zona de livre comércio para a população de uma maneira geral.
Você sempre pode ter um setor da economia que não fique contente, mas isso aqui não é um jogo de corporação. É um jogo de nações, em que você tem que fazer os acordos pensando em beneficiar o conjunto da população.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse durante o encontro que um acordo entre o bloco e o Mercosul em torno da zona de livre comércio só não foi possível até agora porque os latino-americanos estão pedindo muito.
De acordo com Barroso, a UE está interessada em uma parceria, mas isso só vai ser possível se o Mercosul apresentar uma proposta mais equilibrada, que atenda a interesses gerais das 27 nações que compõem o bloco europeu e de algum setor que se sinta mais especialmente afetado, em referência aos agricultores, contrários à iniciativa.
Mercosul e UE voltaram a negociar a zona de livre comércio em maio. As conversações estava interrompidas desde 2004 porque os europeus não ofereciam a abertura no mercado agrícola desejada pelos sul-americanos.
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França é pedra no sapato
Mariana Mainenti
Correio Braziliense, 15.07.2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, assumiram ontem compromisso político com a consolidação do acordo entre Mercosul e União Europeia até o fim do ano. Os dois mandatários demonstraram determinação em convencer o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a tentar equalizar em seu país as questões relacionadas à oposição dos agricultores à proposta de redução dos subsídios a esse setor — principal entrave às negociações entre os dois blocos econômicos.
“Queremos avançar para criar um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia. Isso será uma prioridade durante a minha Presidência (do Mercosul)”, afirmou Lula, após reunir-se com Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, durante a IV Cúpula Brasil-União Europeia, no Palácio do Itamaraty. “Vamos batalhar em conjunto por esse acordo”, afirmou o presidente da Comissão Europeia. Em entrevista concedida pelos três à imprensa, Lula disse que tentará convencer Sarkozy a flexibilizar “o coração dos franceses” para que seja fechado um acordo até o fim do mandato do presidente brasileiro.
Durão Barroso afirmou que o acerto trará grande benefício para ambas as partes. “Somos 27 países e temos que recolher o apoio em muitas frentes. Por isso, esperamos que o Mercosul avance com uma oferta que também corresponda às nossas ambições”, provocou Barroso. A União Europeia deseja a liberalização de setores industrias dos países do Mercosul, assim como o de serviços e de compras governamentais.
O Brasil já sinalizou que está disposto a fazer concessões nessas áreas, mas para isso é necessário que os europeus concordem com a redução nos subsídios à agricultura. No entanto, o presidente francês, cuja popularidade está abalada por escândalos recentes, enfrentou protestos do setor agrícola devido à retomada das negociações da UE com o Mercosul. Lula, por sua vez, terá de lidar com resistências da Argentina à liberalização em alguns setores. A sinalização para um acordo Mercosul-UE acontece num momento em que a economia europeia, atolada na recessão, está no centro das atenções.
Cruzar o Atlântico
Durante o encerramento do IV Fórum Empresarial Brasil-União Europeia, o presidente brasileiro convidou os europeus que estejam se sentindo inseguros com as instituições financeiras de seu país a investir seus recursos no Brasil. “Se tiver dinheiro no banco e não estiver seguro, atravesse o Atlântico e venha para o Brasil”, disse.
Lula deixou o discurso oficial previsto de 29 páginas de lado e recorreu ao improviso para fazer uma retrospectiva dos desafios enfrentados em seu governo na área econômica. “Eu comecei a minha vida política tendo relações com os europeus, seja brigando com os empresários da região quando era presidente do sindicato em Diadema, seja negociando com os dirigentes sindicais europeus”, afirmou, lembrando -se das resistências que sofreu por parte de empresários e analistas econômicos no início de seu mandato.
O presidente afirmou que tinha “medo(1)” no início do mandato e fez referência à primeira reunião que teve com o então diretor-gerente do FMI Horst Koeller. “Não me esqueço do Koeller, que foi diretor-gerente do FMI, da primeira conversa que nós tivemos. Passei 20 anos da minha vida carregando a faixa ‘Fora FMI’ e, sabe, de repente estava sentado na frente do cara do FMI querendo que eu aumentasse superavit primário”, afirmou. Segundo ele, hoje o Brasil é um país sério, que tem “um sistema financeiro mais sólido até que o europeu”.
De acordo com Lula, foi em uma visita à Espanha, quando o então primeiro-ministro, Felipe González, lhe lembrou que teria apenas quatro anos para lidar com questões como a relação com as Forças Armadas, que se deu conta de que tomou a decisão de “não ficar brigando com ninguém”. “Um mandato é tão curto que, se você trabalhar 24 horas como a gente trabalha, não consegue fazer tudo. Imagina se passar um tempo brigando com a oposição, brigando com os empresários”, disse.
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