Eu sempre achei que o melhor curso de economia do mundo não se encontrava no MIT, em Harvard, em Yale, Princeton ou na LSE de Londres. No máximo quem poderia concorrer com el Profesor Hugo Chávez seria a Escola de Chicago, desde, claro, que você invertesse completamente os sinais, as prescrições, as análises, os diagnósticos, as curvas de oferta e procura, as leis elementares da microeconomia, o ótimo paretiano, enfim, tudo o que se poder conceber como manual de primeiro ano de economia, aquilo que os americanos chamam de "Economics 101", ou seja, os princípios elementares da análise econômica, tudo isso você vira, pone al revés, et voilà: surge um novo Manual, perfeito para afundar um país.
Graças a El Profesor, o homem que consegue subverter todas as leis econômicas, segundo o princípio de Galileu: Eppur si muove...
Claro, a economia venezuelana ainda não afundou de vez porque a alavanca galileana se chama petróleo, e tudo se sustenta com a vaca patrolífera que vem sendo ordenhada até o fim. Um dia as tetas vão secar, ou a ordenha vai ser tamanha, que esse gigolô de vaca não vai ter de onde tirar mais.
Aí tudo virá abaixo.
Mas, confesso a vocês que eu ficarei com saudades desse professor de economia al revés: nunca mais teremos alguém capaz de desmentir as leis da física como ele.
Prêmio Ignóbil de Economia na próxima seleção.
Enfim, permito-me recordar aqui um artigo que escrevi a respeito:
Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21
Brasília, 24 maio 2009, 17 p. Nono artigo da série especial, desta vez sobre as loucuras econômicas de certos conselheiros do príncipe.
Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009, p. 12-24).
Em meu artigo sobra também para esse guru econômico do Chávez, Heinz Dieterich. Bando de malucos econômicos. (A série completa está neste link.)
Mas volto a insistir: acho que todo estudante de economia tem lições gratuitas, práticas, fáceis de aprender, bastante olhar o que Chávez faz; depois, é só inverter o sentido das medidas, e pronto, já tem um manual de economia al revés...
Paulo Roberto de Almeida
Venezuela’s economy
Medieval policies
Another step forward from Hugo Chávez
The Economist, August 20th 2011
Aquinas, Chávez’s latest guru
CARACAS - EIGHT years after Hugo Chávez’s socialist government imposed strict price controls on basic goods, Venezuela has the world’s highest inflation rate to show for the effort. By mid-2011, food prices in Caracas, the capital, were almost nine times higher than when the controls were introduced, according to the Central Bank; wages had risen by 40% less. Last year consumer prices increased by 27%—compared with an average in Latin America of 6%—and they are still rising. With a presidential election due next year, something had to be done. So President Chávez has used legislative powers granted him by the last parliament to decree a Fair Prices and Costs Law, which in effect makes inflation illegal.
According to the decree’s preamble, it is the “flagrant abuses of monopoly power in many sectors of the economy” that have led to “constant price rises for no other reason than the…exploitation of the people”. So the state will now set “fair prices” across the whole economy (only banks are exempted) by determining the cost structure of every type of business. The government says the bureaucracy required to do this will be ready by November. Businesses deemed to be charging “unfair” prices will be fined or temporarily shut down.
The private sector, already hemmed in by many controls, is predictably angry. But there are critics on the left too. Heinz Dieterich, a Mexican-German academic who until recently was a prominent supporter of Mr Chávez, called the law the product of “hallucinations”. The medieval notion of the “just price” (associated with St Thomas Aquinas) was a “phantasmagoric projection like God or the Holy Spirit”, Mr Dieterich wrote.
Venezuelans have been here before. A similar scheme was applied during the 1984-89 government of Jaime Lusinchi, a social democrat. During its first three years of operation, annual inflation rose from 16% to 40%, eventually topping 100% after the controls were lifted.
Just as in the 1980s, the other main effect of Mr Chávez’s price controls has been to reduce the availability of staple goods. In recent months the scarcity indices prepared by the Central Bank and private polling organisations have once again revealed widening gaps on the supermarket shelf.
Hardest to find is cooking oil, but chicken, powdered milk and cheap varieties of cheese, along with sugar and meat, are also scarce. Although things are not nearly as bad as in early 2008, the trend is negative, and the new law seems bound to exacerbate it. The retailers worst hit by supply problems are government chains specifically established to provide a reliable source of cheap food.
In 2008 the government overcame the shortages by spending over $7.5 billion on food imports. But thanks to incompetence and corruption, vast shipments of food rotted before reaching the shops. With prices for Venezuela’s oil exports high, the government will doubtless ramp up imports again rather than see shortages turn into an electoral liability. It is as well for Mr Chavez that nobody has managed to apply a “just price” to oil.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Protecionismo tem brilhante futuro pela frente no Brasil
O Brasil está sofrendo concorrência predatória de produtos estrangeiros?
Provavelmente não. Existem produtos estrangeiros, de qualquer tipo, preço e qualidade, que entram no mercado doméstico para atender a uma demanda que não encontra seus equivalentes, pelo menos em termos de preço, na oferta doméstica.
Independentemente de quais sejam as causas para a perda de competitividade dos produtos brasileiros em relação a seus concorrentes estrangeiros, autoridades, políticos e empresários industriais já concluíram que essa concorrência é "predatória", e por isso tem de ser "contida", barrada, obstada por medidas defensivas internas, e aí se utilizam diversos expedientes para fazê-lo. Acho que vai ser um fracasso, e nós vamos pagar por isto.
Paulo Roberto de Almeida
CAE aprova normas mais rígidas para produtos importados
Djalba Lima
Agência Senado, 24/08/2011
A avalanche de produtos importados no mercado brasileiro pode ser contida. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou na manhã desta terça-feira (23) projeto de lei da Câmara (PLC 176/08), de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que visa preservar a indústria nacional da "concorrência predatória e selvagem".
Caso o projeto se torne lei, órgãos responsáveis pela regulamentação técnica federal, como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), poderão atuar na alfândega, função que antes cabia exclusivamente à Receita Federal. No caso, o Inmetro poderá comprovar se o produto atende às regulamentações técnicas expedidas por ele próprio.
Caso não esteja de acordo com essa regulamentação, o produto poderá ser retido pela autoridade aduaneira. No limite, se não for possível corrigir os problemas detectados, poderá ser destruído. O importador terá de arcar com os custos de armazenamento e de eventual destruição.
Exigências
O objetivo é submeter os produtos importados às mesmas exigências de licenciamento a que se sujeitam os fabricados no Brasil. Segundo o relator da matéria na CAE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a proposta impede que empresas nacionais sofram concorrência predatória de produtos estrangeiros.
Afinal, os importados não sujeitos aos mesmos requisitos de qualidade e segurança exigidos dos similares nacionais podem ser colocados no mercado brasileiro a custos muito menores.
Na avaliação de Suplicy, a proposta visa proteger também o consumidor, "evitando que mercadorias inadequadas para o consumo cheguem às prateleiras do varejo".
Mudanças
A proposta de Thame - que tem apoio de várias entidades empresariais - recebeu algumas alterações na CAE, ao aprovar o relatório de Suplicy.
O senador recebeu diversas ponderações da Receita Federal e as acolheu em três emendas à proposta original. As emendas, segundo ele, visam corrigir ambigüidades e tornar mais clara a aplicação de penas como suspensão e cancelamento do registro de importador.
Isonomia
Na discussão da proposta, os senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Armando Monteiro(PTB-PE), José Pimentel (PT-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS) elogiaram a proposta por estabelecer isonomia entre produtos nacionais e importados na avaliação da qualidade no momento em que são colocados no mercado interno.
Os parlamentares observaram que atualmente os produtos nacionais estão sujeitos a uma série de exigências contidas na regulamentação técnica federal, avaliadas pelo Inmetro. Essas exigências, conforme os senadores, não são feitas em relação aos produtos importados.
Desindustrialização
Luiz Henrique afirmou que a "discriminação às avessas", em prejuízo da indústria nacional, tem levado a um processo de desindustrialização do país, principalmente no setor metal-mecânico.
Armando Monteiro disse que há uma guerra no comércio nacional e que, com a aprovação do projeto, o Brasil reforça seu sistema de defesa comercial sem ferir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
José Pimentel registrou que o projeto vai ao encontro dos propósitos do Plano Brasil Maior. Francisco Dornelles (PP-RJ) observou que a matéria é tão importante que ele não entende a razão de o governo não tê-la adotado por meio de medida provisória (MP).
Antes de ir ao Plenário, o projeto deverá ser examinado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
Provavelmente não. Existem produtos estrangeiros, de qualquer tipo, preço e qualidade, que entram no mercado doméstico para atender a uma demanda que não encontra seus equivalentes, pelo menos em termos de preço, na oferta doméstica.
Independentemente de quais sejam as causas para a perda de competitividade dos produtos brasileiros em relação a seus concorrentes estrangeiros, autoridades, políticos e empresários industriais já concluíram que essa concorrência é "predatória", e por isso tem de ser "contida", barrada, obstada por medidas defensivas internas, e aí se utilizam diversos expedientes para fazê-lo. Acho que vai ser um fracasso, e nós vamos pagar por isto.
Paulo Roberto de Almeida
CAE aprova normas mais rígidas para produtos importados
Djalba Lima
Agência Senado, 24/08/2011
A avalanche de produtos importados no mercado brasileiro pode ser contida. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou na manhã desta terça-feira (23) projeto de lei da Câmara (PLC 176/08), de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que visa preservar a indústria nacional da "concorrência predatória e selvagem".
Caso o projeto se torne lei, órgãos responsáveis pela regulamentação técnica federal, como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), poderão atuar na alfândega, função que antes cabia exclusivamente à Receita Federal. No caso, o Inmetro poderá comprovar se o produto atende às regulamentações técnicas expedidas por ele próprio.
Caso não esteja de acordo com essa regulamentação, o produto poderá ser retido pela autoridade aduaneira. No limite, se não for possível corrigir os problemas detectados, poderá ser destruído. O importador terá de arcar com os custos de armazenamento e de eventual destruição.
Exigências
O objetivo é submeter os produtos importados às mesmas exigências de licenciamento a que se sujeitam os fabricados no Brasil. Segundo o relator da matéria na CAE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a proposta impede que empresas nacionais sofram concorrência predatória de produtos estrangeiros.
Afinal, os importados não sujeitos aos mesmos requisitos de qualidade e segurança exigidos dos similares nacionais podem ser colocados no mercado brasileiro a custos muito menores.
Na avaliação de Suplicy, a proposta visa proteger também o consumidor, "evitando que mercadorias inadequadas para o consumo cheguem às prateleiras do varejo".
Mudanças
A proposta de Thame - que tem apoio de várias entidades empresariais - recebeu algumas alterações na CAE, ao aprovar o relatório de Suplicy.
O senador recebeu diversas ponderações da Receita Federal e as acolheu em três emendas à proposta original. As emendas, segundo ele, visam corrigir ambigüidades e tornar mais clara a aplicação de penas como suspensão e cancelamento do registro de importador.
Isonomia
Na discussão da proposta, os senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Armando Monteiro(PTB-PE), José Pimentel (PT-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS) elogiaram a proposta por estabelecer isonomia entre produtos nacionais e importados na avaliação da qualidade no momento em que são colocados no mercado interno.
Os parlamentares observaram que atualmente os produtos nacionais estão sujeitos a uma série de exigências contidas na regulamentação técnica federal, avaliadas pelo Inmetro. Essas exigências, conforme os senadores, não são feitas em relação aos produtos importados.
Desindustrialização
Luiz Henrique afirmou que a "discriminação às avessas", em prejuízo da indústria nacional, tem levado a um processo de desindustrialização do país, principalmente no setor metal-mecânico.
Armando Monteiro disse que há uma guerra no comércio nacional e que, com a aprovação do projeto, o Brasil reforça seu sistema de defesa comercial sem ferir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
José Pimentel registrou que o projeto vai ao encontro dos propósitos do Plano Brasil Maior. Francisco Dornelles (PP-RJ) observou que a matéria é tão importante que ele não entende a razão de o governo não tê-la adotado por meio de medida provisória (MP).
Antes de ir ao Plenário, o projeto deverá ser examinado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
Crise mundial e Unasul: um diagnostico equivocado, tres medidas ineficazes
Primeiro a notícia:
Unasul fecha acordo sobre medidas de combate à crise econômica mundial
Monica Yanakiew
Jornal do Brasil, 25/08/2011
Os chanceleres dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a um acordo hoje (24) sobre três mecanismos para fazer frente aos efeitos da crise internacional: a criação de um fundo regional de reservas; a implementação do Banco do Sul para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento na região; e o aumento de intercâmbio comercial em moeda local.
A crise internacional tem sido tema de reuniões da Unasul desde reunião de presidentes, em Lima, no ultimo dia 28 de julho. Um dos resultados foi a criação, duas semanas depois, do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças, a fim de fomentar a troca de ideias entre ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais da entidade. O conselho, por sua vez, criou três grupos de trabalho, que terão um prazo de 60 dias para entregar os resultados.
Uma das tarefas é promover o intercâmbio comercial na região (que hoje alcança US$ 120 bilhões) e diminuir o numero de transações feitas em dólares.
“Chegamos a um acordo, que foi aprovado hoje (quarta-feira) pelos chanceleres, de avançar num sistema multilateral de pagamentos, que use as moedas locais”, disse o vice-ministro da Economia da Argentina, Roberto Foletti. Ele citou como exemplo um acordo que permite o intercâmbio comercial de certos produtos entre o Brasil e a Argentina, sem recorrer ao dólar.
Outros dois mecanismos em estudo são: um fundo de reservas regional, que os países possam usar quando tiverem problemas de balança de pagamentos, e um banco regional, para financiar o desenvolvimento na América do Sul.
“Precisamos ter um banco de desenvolvimento regional próprio e, por isso, queremos criar o Banco do Sul, e fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF), que desempenhou um papel importante na região durante a crise de 2009”, disse Foletti.
Por enquanto, a crise internacional não atingiu os países da Unasul porque, segundo Foletti, os Bancos Centrais contam com suficientes reservas (US$ 550 bilhões). Mas ele acha fundamental conservar o mercado regional porque existe o perigo de uma “retração da demanda global”.
Amanhã (25), os chanceleres do Foro de Cooperação América Latina – Ásia do Leste (Focalae) se reunirão em Buenos Aires. Um dos temas é o comércio entre os 18 países latino-americanos e 15 da Ásia do Leste – duas regiões em crescimento, apesar da crise que atinge os Estados Unidos e os países da União Europeia.
=========
Agora meus comentários [PRA]:
Meu primeiro diagnóstico é que o diagnóstico, justamente, é equivocado. Não existe uma crise que afete a Unasul, uma vez que essa região possui baixa densidade de interações recíprocas, não tem políticas comuns, sequer convergentes, e não dispõe de mecanismos para implementar políticas comuns ou que afetem reciprocamente, no plano econômico, esses países. Cada país tem uma forma de interação, entre si e com o sistema internacional, e cada um deve ter respostas próprias aos desafios externos. O equívoco, portanto, é inicial e primário, eu diria até patético.
Quanto às medidas, eu diria que se trata de "tomar carona" nas bondades dos outros, e se enganar quanto ao que deve ser feito. Vejamos:
(a) criação de um fundo regional de reservas
PRA: Quem paga, quem usa, sob quais condições? O Brasil vai colocar US$ 150 bilhões à disposição do FLAR, ou meros US$ 10 bilhões, uma merreca, como se diz? Quem usar não tem condicionalidade: pode pagar salário de soldados e policiais, por exemplo?
(b) implementação do Banco do Sul para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento na região;
PRA: Uma inutilidade e uma duplicação sobre o que já existe: BIRD, BID, CAF, BNDES, etc. Ou seja, dinheiro a rodo, mais dinheiro, com projetos de qualidade duvidosa?
(c) aumento de intercâmbio comercial em moeda local
PRA: Um retrocesso imenso, sobre 80 anos de multilateralização dos pagamentos correntes, uma bobagem contábil e um custo adicional sobre empresas que devem exportar; os BCs agora vão garantir riscos comerciais e cambiais privados?
Finalizando: o Brasil, os países da Unasul pretendem se iludir sobre as soluções.
Desenvolverei estes pontos em próximos trabalhos.
Paulo Roberto de Almeida
Unasul fecha acordo sobre medidas de combate à crise econômica mundial
Monica Yanakiew
Jornal do Brasil, 25/08/2011
Os chanceleres dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a um acordo hoje (24) sobre três mecanismos para fazer frente aos efeitos da crise internacional: a criação de um fundo regional de reservas; a implementação do Banco do Sul para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento na região; e o aumento de intercâmbio comercial em moeda local.
A crise internacional tem sido tema de reuniões da Unasul desde reunião de presidentes, em Lima, no ultimo dia 28 de julho. Um dos resultados foi a criação, duas semanas depois, do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças, a fim de fomentar a troca de ideias entre ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais da entidade. O conselho, por sua vez, criou três grupos de trabalho, que terão um prazo de 60 dias para entregar os resultados.
Uma das tarefas é promover o intercâmbio comercial na região (que hoje alcança US$ 120 bilhões) e diminuir o numero de transações feitas em dólares.
“Chegamos a um acordo, que foi aprovado hoje (quarta-feira) pelos chanceleres, de avançar num sistema multilateral de pagamentos, que use as moedas locais”, disse o vice-ministro da Economia da Argentina, Roberto Foletti. Ele citou como exemplo um acordo que permite o intercâmbio comercial de certos produtos entre o Brasil e a Argentina, sem recorrer ao dólar.
Outros dois mecanismos em estudo são: um fundo de reservas regional, que os países possam usar quando tiverem problemas de balança de pagamentos, e um banco regional, para financiar o desenvolvimento na América do Sul.
“Precisamos ter um banco de desenvolvimento regional próprio e, por isso, queremos criar o Banco do Sul, e fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF), que desempenhou um papel importante na região durante a crise de 2009”, disse Foletti.
Por enquanto, a crise internacional não atingiu os países da Unasul porque, segundo Foletti, os Bancos Centrais contam com suficientes reservas (US$ 550 bilhões). Mas ele acha fundamental conservar o mercado regional porque existe o perigo de uma “retração da demanda global”.
Amanhã (25), os chanceleres do Foro de Cooperação América Latina – Ásia do Leste (Focalae) se reunirão em Buenos Aires. Um dos temas é o comércio entre os 18 países latino-americanos e 15 da Ásia do Leste – duas regiões em crescimento, apesar da crise que atinge os Estados Unidos e os países da União Europeia.
=========
Agora meus comentários [PRA]:
Meu primeiro diagnóstico é que o diagnóstico, justamente, é equivocado. Não existe uma crise que afete a Unasul, uma vez que essa região possui baixa densidade de interações recíprocas, não tem políticas comuns, sequer convergentes, e não dispõe de mecanismos para implementar políticas comuns ou que afetem reciprocamente, no plano econômico, esses países. Cada país tem uma forma de interação, entre si e com o sistema internacional, e cada um deve ter respostas próprias aos desafios externos. O equívoco, portanto, é inicial e primário, eu diria até patético.
Quanto às medidas, eu diria que se trata de "tomar carona" nas bondades dos outros, e se enganar quanto ao que deve ser feito. Vejamos:
(a) criação de um fundo regional de reservas
PRA: Quem paga, quem usa, sob quais condições? O Brasil vai colocar US$ 150 bilhões à disposição do FLAR, ou meros US$ 10 bilhões, uma merreca, como se diz? Quem usar não tem condicionalidade: pode pagar salário de soldados e policiais, por exemplo?
(b) implementação do Banco do Sul para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento na região;
PRA: Uma inutilidade e uma duplicação sobre o que já existe: BIRD, BID, CAF, BNDES, etc. Ou seja, dinheiro a rodo, mais dinheiro, com projetos de qualidade duvidosa?
(c) aumento de intercâmbio comercial em moeda local
PRA: Um retrocesso imenso, sobre 80 anos de multilateralização dos pagamentos correntes, uma bobagem contábil e um custo adicional sobre empresas que devem exportar; os BCs agora vão garantir riscos comerciais e cambiais privados?
Finalizando: o Brasil, os países da Unasul pretendem se iludir sobre as soluções.
Desenvolverei estes pontos em próximos trabalhos.
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Um partido neobolchevique que pensa que está em 1917...
Alguns (ou muitos), inclusive entre os que frequentam este blog, pensam que o MST é um movimento progressista, até mesmo de esquerda. Só porque seus dirigentes mantém uma linguagem anticapitalista, contra os mercados, o imperialismo e a burguesia; então, ingênuos (e existem por todo lado), pensam que se trata de um movimento que busca a "justiça social", em nome de grandes princípios avançados.
Na verdade, o MST (e assemelhados, pois existem outros oportunistas na mesma vertente, todos eles vivendo de dinheiro público) é a coisa mais REACIONÁRIA, mais conservadora e fascista que existe, regressista, saudosista, anacrônico, antidemocrático, etc. etc. etc. (enfim, coloquem mais adjetivos que vocês quiserem todos num sentido negativo).
A única coisa que o MST não quer é reforma agrária, pois ela acabaria com a sua pretensa legitimidade, e sua justificativa para extorquir dinheiro do Estado, dos cidadãos e de ONGs nacionais e estrangeiras (estas sim, ingênuas a mais não poder). Ele quer muitas coisas, mas não reforma agrária, pois precisa desses "sem-terra" improvisados, alugados nas periferias das cidades, cidadãos incapazes de distinguir alhos de bugalhos, para manobrar, numa estratégia leninista de caráter mafioso, alguns infelizes, muitos oportunistas, vendidos, vagabundos, que vão querer viver de dinheiro público pelo tempo que der.
Os dirigentes do MST não devem ser estúpidos o suficiente para acreditar que estejam numa situação pré-revolucionária, estilo Petrogrado 1917, mas eles são, sim, desonestos o bastante para viver agitando essas bandeiras vermelhas, para enganar babacas (alguns até aqui comparecem de vez em quando, para xingar, claro) e outros incautos, com essa história de reforma agrária de araque.
O Brasil não tem um problema de reforma agrária.
O Brasil tem um problema de ladroagem, nas altas esferas do Estado, nas baixas esferas do Estado, fora do Estado e ao lado do Estado (entre eles o MST, que se locupleta de dinheiro público de forma criminosa). Piores que os que roubam, como eles, são os que deixam roubar, pois sabem que tudo não passa de uma farsa.
OK, terminei minha introdução, e deixo vocês com o texto abaixo.
Comentários, só substantivos, sem xingamentos.
Parece que eu xinguei, claro: mas me deu vontade, e o blog é meu.
Quem quiser me xingar, abra o seu blog e pode fazê-lo a vontade, no seu blog...
Paulo Roberto de Almeida
Bandoleiros do MST são recebidos por Carvalho e Gleisi: eis um governo sem agenda e sem pauta. Ou: O verdadeiro latifúndio improdutivo
Reinaldo Azevedo, 24/08/2011
O crescimento da economia dos últimos anos e a expansão dos programas de transferência de renda do governo federal e de governos estaduais fizeram o MST diminuir de tamanho. Nem poderia ser diferente. Há muitos anos o Brasil não tem um “problema de terra”. Os sem-terra, como escreveu a revista Primeira Leitura há alguns anos, não existem! Existem, sim, trabalhadores urbanos eventualmente desempregados em razão da baixa qualificação da mão-de-obra. São um problema, que requer políticas públicas, mas de outra natureza. Como João Pedro Stedile vê minguar o seu aparelho, então é hora de radicalizar e dar ordem ao “movimento” para sair invadindo tudo por aí, promovendo também uma “Marcha Sobre Brasília”, a exemplo do que se viu ontem. Tanto melhor se encontra pela frente um governo leniente com a ilegalidade. Serei mais preciso: tanto melhor se encontra pela frente um governo sem agenda, capaz de, na prática, incentivar os bandoleiros.
O MST voltou a invadir uma fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, que ficou conhecida no mundo inteiro por ter sido depredada por esses leninistas de meia-tigela, alimentados com dinheiro público. Pés de laranja foram arrancados; equipamentos da fazenda, roubados; funcionários, ameaçados. Foram todos inocentados. Ora, “inocentes” como esses emessetistas fazem o quê? Reincidem no crime. Se a Justiça diz, na prática, que é permitido invadir, depredar e ameaçar, então que se invada, se deprede e se ameace! Ontem, os valentes também decidiram ocupar uma área do Ministério da Fazenda. E o que aconteceu com eles?
Atenção! O objeto de análise deste post nem é o enésimo crime impune cometido pelo MST e a cumplicidade dos petistas. Infelizmente, estamos todos acostumados a isso. O meu ponto é outro. Ontem, deixaram de lado os seus afazeres para se encontrar com os chantagistas do MST ninguém menos do que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Tento de novo: dois dos ministros mais importantes, extensões da própria presidente da República, não tinham nada de mais urgente e relevante a fazer do que atender meia-dúzia de bandoleiros, que se impõem pela força bruta.
Onde estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda? Digamos que existisse mesmo uma questão agrária urgente no país — vamos fazer de conta —, não é com esses dois que deveriam se encontrar as lideranças do MST? Mas quê… O coração do governo, o seu núcleo, teve de parar para ouvir as “reivindicações”. Isso tem nome, meus caros!
Já escrevi aqui há alguns dias e repito: isso a que se tem chamado “esforço moralizador” de Dilma acaba sendo uma espécie de tábua de salvação. Enquanto promove a degola de ministros e de funcionários pegos com a boa na botija, ela granjeia simpatias e um noticiário favorável (Lula a ajuda ao tentar proteger tudo quanto é safardana!), o que é compreensível. Quem pode ser contra a demissão de um larápio? Mas esse tipo de notícia também serve para escamotear o fato de que o governo está parado. Quer o quê? Para onde vai? Qual é o rumo? Qual e, em suma, a “agenda”? Inexiste! Só por isso Carvalho e Gleisi podem perder tempo com chantagistas tão barulhentos quanto irrelevantes.
Pensando bem, para eles, a bagunça do MST é uma espécie de solução. Não fossem os crimes cometidos pela turma de Stedile, a que ambos estariam se dedicando? Estariam cuidando de quais projetos estratégicos, de longo prazo?
Aqui e ali se lê que Dilma não quer mais demitir ninguém. Resolveu “tranqüilizar” a base, consta, mandando dizer que o período da degola terminou. Se é assim, também se vai o encanto de seu governo. Sem a demissão de corruptos, como aquecer o coração da galera?
E, claro, é preciso dizer, por mais óbvio que seja: pessoas que afrontam a lei de modo claro, determinado, organizado não podem ser recebidas em palácio como se fossem interlocutores do jogo democrático. Ao fim do encontro, diga-se, os “líderes” do movimento anunciaram novas ilegalidades. Faz sentido. Carvalho e Gleisi, sem nada de mais importante para fazer, como resta provado, deram à turma a maior força. Dado o conjunto da obra, tornaram-se promotores do crime.
A desocupação é a morada do capeta. A verdade insofismável é que o governo Dilma, por enquanto, é um grande latifúndio improdutivo, cultivando alguns canteiros de moral aqui e ali.
Na verdade, o MST (e assemelhados, pois existem outros oportunistas na mesma vertente, todos eles vivendo de dinheiro público) é a coisa mais REACIONÁRIA, mais conservadora e fascista que existe, regressista, saudosista, anacrônico, antidemocrático, etc. etc. etc. (enfim, coloquem mais adjetivos que vocês quiserem todos num sentido negativo).
A única coisa que o MST não quer é reforma agrária, pois ela acabaria com a sua pretensa legitimidade, e sua justificativa para extorquir dinheiro do Estado, dos cidadãos e de ONGs nacionais e estrangeiras (estas sim, ingênuas a mais não poder). Ele quer muitas coisas, mas não reforma agrária, pois precisa desses "sem-terra" improvisados, alugados nas periferias das cidades, cidadãos incapazes de distinguir alhos de bugalhos, para manobrar, numa estratégia leninista de caráter mafioso, alguns infelizes, muitos oportunistas, vendidos, vagabundos, que vão querer viver de dinheiro público pelo tempo que der.
Os dirigentes do MST não devem ser estúpidos o suficiente para acreditar que estejam numa situação pré-revolucionária, estilo Petrogrado 1917, mas eles são, sim, desonestos o bastante para viver agitando essas bandeiras vermelhas, para enganar babacas (alguns até aqui comparecem de vez em quando, para xingar, claro) e outros incautos, com essa história de reforma agrária de araque.
O Brasil não tem um problema de reforma agrária.
O Brasil tem um problema de ladroagem, nas altas esferas do Estado, nas baixas esferas do Estado, fora do Estado e ao lado do Estado (entre eles o MST, que se locupleta de dinheiro público de forma criminosa). Piores que os que roubam, como eles, são os que deixam roubar, pois sabem que tudo não passa de uma farsa.
OK, terminei minha introdução, e deixo vocês com o texto abaixo.
Comentários, só substantivos, sem xingamentos.
Parece que eu xinguei, claro: mas me deu vontade, e o blog é meu.
Quem quiser me xingar, abra o seu blog e pode fazê-lo a vontade, no seu blog...
Paulo Roberto de Almeida
Bandoleiros do MST são recebidos por Carvalho e Gleisi: eis um governo sem agenda e sem pauta. Ou: O verdadeiro latifúndio improdutivo
Reinaldo Azevedo, 24/08/2011
O crescimento da economia dos últimos anos e a expansão dos programas de transferência de renda do governo federal e de governos estaduais fizeram o MST diminuir de tamanho. Nem poderia ser diferente. Há muitos anos o Brasil não tem um “problema de terra”. Os sem-terra, como escreveu a revista Primeira Leitura há alguns anos, não existem! Existem, sim, trabalhadores urbanos eventualmente desempregados em razão da baixa qualificação da mão-de-obra. São um problema, que requer políticas públicas, mas de outra natureza. Como João Pedro Stedile vê minguar o seu aparelho, então é hora de radicalizar e dar ordem ao “movimento” para sair invadindo tudo por aí, promovendo também uma “Marcha Sobre Brasília”, a exemplo do que se viu ontem. Tanto melhor se encontra pela frente um governo leniente com a ilegalidade. Serei mais preciso: tanto melhor se encontra pela frente um governo sem agenda, capaz de, na prática, incentivar os bandoleiros.
O MST voltou a invadir uma fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, que ficou conhecida no mundo inteiro por ter sido depredada por esses leninistas de meia-tigela, alimentados com dinheiro público. Pés de laranja foram arrancados; equipamentos da fazenda, roubados; funcionários, ameaçados. Foram todos inocentados. Ora, “inocentes” como esses emessetistas fazem o quê? Reincidem no crime. Se a Justiça diz, na prática, que é permitido invadir, depredar e ameaçar, então que se invada, se deprede e se ameace! Ontem, os valentes também decidiram ocupar uma área do Ministério da Fazenda. E o que aconteceu com eles?
Atenção! O objeto de análise deste post nem é o enésimo crime impune cometido pelo MST e a cumplicidade dos petistas. Infelizmente, estamos todos acostumados a isso. O meu ponto é outro. Ontem, deixaram de lado os seus afazeres para se encontrar com os chantagistas do MST ninguém menos do que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Tento de novo: dois dos ministros mais importantes, extensões da própria presidente da República, não tinham nada de mais urgente e relevante a fazer do que atender meia-dúzia de bandoleiros, que se impõem pela força bruta.
Onde estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda? Digamos que existisse mesmo uma questão agrária urgente no país — vamos fazer de conta —, não é com esses dois que deveriam se encontrar as lideranças do MST? Mas quê… O coração do governo, o seu núcleo, teve de parar para ouvir as “reivindicações”. Isso tem nome, meus caros!
Já escrevi aqui há alguns dias e repito: isso a que se tem chamado “esforço moralizador” de Dilma acaba sendo uma espécie de tábua de salvação. Enquanto promove a degola de ministros e de funcionários pegos com a boa na botija, ela granjeia simpatias e um noticiário favorável (Lula a ajuda ao tentar proteger tudo quanto é safardana!), o que é compreensível. Quem pode ser contra a demissão de um larápio? Mas esse tipo de notícia também serve para escamotear o fato de que o governo está parado. Quer o quê? Para onde vai? Qual é o rumo? Qual e, em suma, a “agenda”? Inexiste! Só por isso Carvalho e Gleisi podem perder tempo com chantagistas tão barulhentos quanto irrelevantes.
Pensando bem, para eles, a bagunça do MST é uma espécie de solução. Não fossem os crimes cometidos pela turma de Stedile, a que ambos estariam se dedicando? Estariam cuidando de quais projetos estratégicos, de longo prazo?
Aqui e ali se lê que Dilma não quer mais demitir ninguém. Resolveu “tranqüilizar” a base, consta, mandando dizer que o período da degola terminou. Se é assim, também se vai o encanto de seu governo. Sem a demissão de corruptos, como aquecer o coração da galera?
E, claro, é preciso dizer, por mais óbvio que seja: pessoas que afrontam a lei de modo claro, determinado, organizado não podem ser recebidas em palácio como se fossem interlocutores do jogo democrático. Ao fim do encontro, diga-se, os “líderes” do movimento anunciaram novas ilegalidades. Faz sentido. Carvalho e Gleisi, sem nada de mais importante para fazer, como resta provado, deram à turma a maior força. Dado o conjunto da obra, tornaram-se promotores do crime.
A desocupação é a morada do capeta. A verdade insofismável é que o governo Dilma, por enquanto, é um grande latifúndio improdutivo, cultivando alguns canteiros de moral aqui e ali.
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior: calma, calma, é para a diplomacia da Receita...
Leio a manchete:
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior, aponta a PF
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 mi; material apreendido mostra mais evidências
Pois eu não encontro nada de extraordinário, se considerarmos o fato que, desde 1996, a Receita Federal implementou, por lei, devidamente aprovada pelo poder legislativo, poderes extra-territoriais, o que significa que seu longo braço pode agora alcançar atividades e (sobretudo) ativos de brasileiros e de empresas brasileiras em qualquer parte do mundo.
Isso é lógico e necessário: o território brasileiro ficou muito pequeno para o trabalho eficientíssimo que desempenha nossa patriótica Receita Federal do Brasil (não esqueçamos, agora ela virou "do Brasil", depois que comeu também a Previdência; ops desculpem o termo). Ela precisava dessa extensão universal para produzir bons resultados para o bem da Pátria e o engrandecimento do Estado, tudo por causas nobres, claro.
É, portanto, muito natural, que ela tenha funcionários que se desempenham no exterior, o que sempre implica em gastos de diárias e passagens. Para evitar esses inconvenientes de câmbio errático, pagamento de comissões pelas transações cambiais a esses vorazes banqueiros que são os nossos, nada como ter contas no exterior, podendo ser acionadas cada vez que o dito funcionário diplomático da Receita necessita dar um pulinho ao exterior para desempenhar suas importantes e perigosas tarefas de captura de evasores e outros fraudadores do fisco tupiniquim.
Deve ser um engano da Polícia Federal, sempre afoita, e em busca de atos espetaculosos, suscetíveis de provocar manchetes escandalosas, num ambiente já requentado por denúncias vazias contra políticos e assemelhados. Ela deveria se chamar Política Federal, a impatriótica...
Paulo Roberto de Almeida
Vejamos agora a notícia completa:
Auditor tem contas no exterior, diz PF
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo, 3 de agosto de 2011
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões; interceptação de e-mails e apreensão de pendrives apontam mais evidências
SÃO PAULO - No rastro dos e-mails dos alvos da Operação Paraíso Fiscal, a Polícia Federal descobriu evidências de movimentações financeiras atípicas e patrimônio milionário do auditor da Receita José Cassoni Rodrigues Gonçalves. A pista são dois pendrives com arquivos de contas no exterior. Uma delas, em Mônaco, o auditor batizou como conta Tourelle. A outra fica em Miami (EUA).
Relatório de inteligência da PF revela que Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões, dos quais R$ 6,33 milhões em dinheiro vivo. Seus vencimentos na Receita são de R$ 20 mil. Ele foi preso com outros quatro auditores no início de agosto, dia 4, sob acusação de integrar organização criminosa para corrupção e venda de fiscalizações que beneficiavam empresas devedoras de tributos da União. As empresas podem ter sonegado US$ 3 bilhões, estima a Receita. Com o grupo de fiscais, a PF apreendeu R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo, notas de reais, dólares e euros.
A Paraíso Fiscal foi deflagrada por ordem do juiz Márcio Ferro Catapanni, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. A investigação flagrou e-mails entre Cassoni e o filho, Thiago, nos quais é feita menção a valores no exterior. A PF vai pedir o bloqueio desses ativos por meio de acordo de cooperação internacional.
Uma troca de mensagens foi interceptada em 18 de julho. Thiago escreveu ao pai, citando os arquivos "Much Money" e "contas". "Há menção expressa a uma conta chamada Tourelle, uma conta sediada em Mônaco, e ainda outra em Miami", diz a PF.
Os federais interceptaram também telefonemas entre Cassoni e o filho. A PF sustenta que a mulher do auditor, Regina Eusébio Gonçalves, "é a pessoa que mantinha contato mais estreito com os gerentes das contas estrangeiras".
Em 1.º de junho, às 11h56, Cassoni pediu à mulher que passasse e-mail para "Caroline vender 2400 ações da News Corporation na Nasdaq". Ele diz que "tem 5.400 e que é para vender a US$18,11 cada, valor mínimo".
"Apesar da informação constante do e-mail interceptado, ainda não sabemos os nomes de todos os bancos estrangeiros, muito menos os titulares e os números das contas", anotou a PF, quando pediu autorização para buscas na residência e nos armários do clube que ele frequentava, em Alphaville.
Cassoni integrava a equipe chefiada por Kazuko Tane, na Delegacia da Receita em Osasco, foco da corrupção. Os auditores Rogério Sasso e Fábio Arruda Martins faziam parte do grupo. "Ele (Cassoni) mostrou estreito contato com seus fiscalizados", atesta relatório da PF.
O documento informa que Cassoni comprou no residencial Alpha 2 um terreno de Iracema Talarico Longano onde "atualmente constrói uma casa". Em julho, viajou para a Europa, pela segunda vez este ano. "Depois de ir a Portugal agora vai para a Itália, país onde mora sua filha, Marina Eusébio Gonçalves", assinalou a PF, em ofício ao juiz Márcio Catapanni.
Segundo a PF, Cassoni delega à mulher, Regina Eusébio Gonçalves, "atividades privativas de auditores fiscais, inclusive acessando e trabalhando no sistema da Receita".
A PF tem indícios de que Cassoni pagou com dinheiro vivo (R$ 240 mil)dois automóveis de luxo, apesar do receio do vendedor - "ato típico de lavagem de dinheiro".
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior, aponta a PF
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 mi; material apreendido mostra mais evidências
Pois eu não encontro nada de extraordinário, se considerarmos o fato que, desde 1996, a Receita Federal implementou, por lei, devidamente aprovada pelo poder legislativo, poderes extra-territoriais, o que significa que seu longo braço pode agora alcançar atividades e (sobretudo) ativos de brasileiros e de empresas brasileiras em qualquer parte do mundo.
Isso é lógico e necessário: o território brasileiro ficou muito pequeno para o trabalho eficientíssimo que desempenha nossa patriótica Receita Federal do Brasil (não esqueçamos, agora ela virou "do Brasil", depois que comeu também a Previdência; ops desculpem o termo). Ela precisava dessa extensão universal para produzir bons resultados para o bem da Pátria e o engrandecimento do Estado, tudo por causas nobres, claro.
É, portanto, muito natural, que ela tenha funcionários que se desempenham no exterior, o que sempre implica em gastos de diárias e passagens. Para evitar esses inconvenientes de câmbio errático, pagamento de comissões pelas transações cambiais a esses vorazes banqueiros que são os nossos, nada como ter contas no exterior, podendo ser acionadas cada vez que o dito funcionário diplomático da Receita necessita dar um pulinho ao exterior para desempenhar suas importantes e perigosas tarefas de captura de evasores e outros fraudadores do fisco tupiniquim.
Deve ser um engano da Polícia Federal, sempre afoita, e em busca de atos espetaculosos, suscetíveis de provocar manchetes escandalosas, num ambiente já requentado por denúncias vazias contra políticos e assemelhados. Ela deveria se chamar Política Federal, a impatriótica...
Paulo Roberto de Almeida
Vejamos agora a notícia completa:
Auditor tem contas no exterior, diz PF
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo, 3 de agosto de 2011
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões; interceptação de e-mails e apreensão de pendrives apontam mais evidências
SÃO PAULO - No rastro dos e-mails dos alvos da Operação Paraíso Fiscal, a Polícia Federal descobriu evidências de movimentações financeiras atípicas e patrimônio milionário do auditor da Receita José Cassoni Rodrigues Gonçalves. A pista são dois pendrives com arquivos de contas no exterior. Uma delas, em Mônaco, o auditor batizou como conta Tourelle. A outra fica em Miami (EUA).
Relatório de inteligência da PF revela que Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões, dos quais R$ 6,33 milhões em dinheiro vivo. Seus vencimentos na Receita são de R$ 20 mil. Ele foi preso com outros quatro auditores no início de agosto, dia 4, sob acusação de integrar organização criminosa para corrupção e venda de fiscalizações que beneficiavam empresas devedoras de tributos da União. As empresas podem ter sonegado US$ 3 bilhões, estima a Receita. Com o grupo de fiscais, a PF apreendeu R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo, notas de reais, dólares e euros.
A Paraíso Fiscal foi deflagrada por ordem do juiz Márcio Ferro Catapanni, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. A investigação flagrou e-mails entre Cassoni e o filho, Thiago, nos quais é feita menção a valores no exterior. A PF vai pedir o bloqueio desses ativos por meio de acordo de cooperação internacional.
Uma troca de mensagens foi interceptada em 18 de julho. Thiago escreveu ao pai, citando os arquivos "Much Money" e "contas". "Há menção expressa a uma conta chamada Tourelle, uma conta sediada em Mônaco, e ainda outra em Miami", diz a PF.
Os federais interceptaram também telefonemas entre Cassoni e o filho. A PF sustenta que a mulher do auditor, Regina Eusébio Gonçalves, "é a pessoa que mantinha contato mais estreito com os gerentes das contas estrangeiras".
Em 1.º de junho, às 11h56, Cassoni pediu à mulher que passasse e-mail para "Caroline vender 2400 ações da News Corporation na Nasdaq". Ele diz que "tem 5.400 e que é para vender a US$18,11 cada, valor mínimo".
"Apesar da informação constante do e-mail interceptado, ainda não sabemos os nomes de todos os bancos estrangeiros, muito menos os titulares e os números das contas", anotou a PF, quando pediu autorização para buscas na residência e nos armários do clube que ele frequentava, em Alphaville.
Cassoni integrava a equipe chefiada por Kazuko Tane, na Delegacia da Receita em Osasco, foco da corrupção. Os auditores Rogério Sasso e Fábio Arruda Martins faziam parte do grupo. "Ele (Cassoni) mostrou estreito contato com seus fiscalizados", atesta relatório da PF.
O documento informa que Cassoni comprou no residencial Alpha 2 um terreno de Iracema Talarico Longano onde "atualmente constrói uma casa". Em julho, viajou para a Europa, pela segunda vez este ano. "Depois de ir a Portugal agora vai para a Itália, país onde mora sua filha, Marina Eusébio Gonçalves", assinalou a PF, em ofício ao juiz Márcio Catapanni.
Segundo a PF, Cassoni delega à mulher, Regina Eusébio Gonçalves, "atividades privativas de auditores fiscais, inclusive acessando e trabalhando no sistema da Receita".
A PF tem indícios de que Cassoni pagou com dinheiro vivo (R$ 240 mil)dois automóveis de luxo, apesar do receio do vendedor - "ato típico de lavagem de dinheiro".
Cuba: a via rapida da transicao ao capitalismo...
Primeiro leio a manchete e o headline:
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
Eu não gostaria de me intrometer nos assuntos internos de Cuba, tanto porque nunca aconselhei nenhum governo a sair do paraíso socialista para entrar no purgatório capitalista (o que seria até covardia, com os true believers del hombre nuevo), mas eu me permitiria a observação seguinte:
Raul Castro (e com ele toda a gerontocracia cubana) não está, na verdade, tentando reformar Cuba, sequer tentando restaurar o capitalismo. Como ele mesmo disse, só estão tentando aperfeiçoar o socialismo, torná-lo menos desumano, digamos assim.
De fato, o que a gerontocracia senil do Partido Comunista Cubano está tentando fazer é prevenir o fim da mesada venezuelana e substituí-la por transferências de renda de própria população cubana em favor do partido, "legalizando" aparentemente algumas atividades -- venda de imóveis, pequenos negócios, "consultorias" independentes --, para poder cobrar imposto com alguma justificativa "social".
Afinal de contas, atualmente, esses antipatriotas cubanos roubam descaradamente o Estado e o Partido Comunista, sem sequer atentar para os princípios socialistas e os valores imutáveis do sistema: "de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades".
Como os cubanos já não acreditam mais nesses bons princípios, eles estão tentando convencê-los de que vale a pena trabalhar um pouco mais, e distribuir alguns rendimentos aos companheiros do Partido, que serão magnânimos a ponto de lhes conceder algum trabalho individual.
Bem, agora que já expliquei o que está acontecendo em Cuba, vamos para a notícia completa.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
Reuters (InfoLatAm)
La Habana, 23 de agosto de 2011
Las claves
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
En recientes declaraciones públicas, Castro acusó a los funcionarios del Gobierno de pereza, corrupción, negligencia y rigidez ideológica, al tiempo que instó a adoptar nuevas formas de pensar. [PRA: Uau! Esses funcionários públicos cubanos precisam aprender alguma coisa com os seus contrapartes brasileiros; que tal uma assessoria técnica do PT ao PCC?]
“Limpiémonos la cabeza de tonterías de todo tipo, no olviden que ya concluyó la primera década del siglo XXI, y es hora”, afirmó Castro con énfasis en un discurso ante la Asamblea Nacional (Parlamento) el 1 de agosto.
Las más de 300 reformas, algunas puestas ya en marcha aunque la mayoría aún pendientes, flexibilizan la línea de la economía de Cuba, de estilo soviético, y se centran en una mayor iniciativa privada, en la reducción de los subsidios y la descentralización de las empresas, así como en el recorte de un millón de empleos de las plantillas del Estado.
El objetivo es asegurar la continuidad del socialismo en la isla para cuando él y los principales líderes de su Gobierno no estén al frente del país.
Si bien ha sugerido paciencia en la implementación de los cambios en la isla, Castro dijo a la Asamblea Nacional que los problemas económicos mundiales requieren de mejoras más rápidas.
“El mayor obstáculo que enfrentamos (…) es la barrera psicológica formada por la inercia, el inmovilismo, la simulación o doble moral, la indiferencia e insensibilidad”, afirmó.
[PRA: Caramba! Pensei que isso não existisse no socialismo, só no capitalismo.]
En diciembre pasado, Castro, que reemplazó en la presidencia a su hermano Fidel en febrero del 2008, habló sin rodeos a la Asamblea Nacional sobre la falta de honradez en las filas del Gobierno.
“Hay que luchar por desterrar definitivamente la mentira y el engaño de la conducta de los cuadros (dirigentes), de cualquier nivel (…)”, destacó.
“NO MENTIR, NO ROBAR, NO SER HOLGAZAN” [PRA: Assim também já é demais.]
El mandatario mencionó seguidamente los tres principios de la civilización Inca -no mentir, no robar, no ser holgazán- y apuntó: “Están bien esos tres principios (…) Vamos a tratar de tenerlos presentes”.
En un congreso del gobernante Partido Comunista en abril, donde quedaron aprobadas las más de 300 reformas, Castro dijo que para preservar el socialismo cubano se “hace imprescindible cambiar la mentalidad (…) o lo que es lo mismo, desterrar el inmovilismo fundamentado en dogmas y consignas vacías”.
Pero a principios de este mes usó un lenguaje más fuerte frente a unos 600 diputados del Parlamento cuando dijo que a los funcionarios recalcitrantes y corruptos les sería mejor adaptarse a las reformas o pagarían un precio.
“Advierto que toda resistencia burocrática al estricto cumplimiento de los acuerdos del Congreso (…) será inútil”, destacó.
“Nunca he sido partidario del apresuramiento ni de los cambios bruscos (…) pero ante las violaciones a la Constitución (…) no queda otra alternativa que recurrir a la Fiscalía y los Tribunales, como ya empezamos a hacer”, agregó.
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
“La resistencia empieza con Fidel que piensa que todo el mundo debe ser igual”, dijo un miembro del Partido Comunista que requirió el anonimato.
Pero un trabajador de un restaurante culpó a los muchos años de ayuda del Gobierno. “Le han dado tanto a la gente que se han acostumbrado a no tener que trabajar”, dijo Ernesto Sáez.
Fidel ha apoyado públicamente las propuestas de su hermano, quien también dijo que “en tres o cuatro años, éste será el mejor país del mundo”.
[PRA: Se me permitem, gostaria de abrir um largo sorriso -- bota largo nisso -- ante esta última frase...]
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
Eu não gostaria de me intrometer nos assuntos internos de Cuba, tanto porque nunca aconselhei nenhum governo a sair do paraíso socialista para entrar no purgatório capitalista (o que seria até covardia, com os true believers del hombre nuevo), mas eu me permitiria a observação seguinte:
Raul Castro (e com ele toda a gerontocracia cubana) não está, na verdade, tentando reformar Cuba, sequer tentando restaurar o capitalismo. Como ele mesmo disse, só estão tentando aperfeiçoar o socialismo, torná-lo menos desumano, digamos assim.
De fato, o que a gerontocracia senil do Partido Comunista Cubano está tentando fazer é prevenir o fim da mesada venezuelana e substituí-la por transferências de renda de própria população cubana em favor do partido, "legalizando" aparentemente algumas atividades -- venda de imóveis, pequenos negócios, "consultorias" independentes --, para poder cobrar imposto com alguma justificativa "social".
Afinal de contas, atualmente, esses antipatriotas cubanos roubam descaradamente o Estado e o Partido Comunista, sem sequer atentar para os princípios socialistas e os valores imutáveis do sistema: "de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades".
Como os cubanos já não acreditam mais nesses bons princípios, eles estão tentando convencê-los de que vale a pena trabalhar um pouco mais, e distribuir alguns rendimentos aos companheiros do Partido, que serão magnânimos a ponto de lhes conceder algum trabalho individual.
Bem, agora que já expliquei o que está acontecendo em Cuba, vamos para a notícia completa.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
Reuters (InfoLatAm)
La Habana, 23 de agosto de 2011
Las claves
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
En recientes declaraciones públicas, Castro acusó a los funcionarios del Gobierno de pereza, corrupción, negligencia y rigidez ideológica, al tiempo que instó a adoptar nuevas formas de pensar. [PRA: Uau! Esses funcionários públicos cubanos precisam aprender alguma coisa com os seus contrapartes brasileiros; que tal uma assessoria técnica do PT ao PCC?]
“Limpiémonos la cabeza de tonterías de todo tipo, no olviden que ya concluyó la primera década del siglo XXI, y es hora”, afirmó Castro con énfasis en un discurso ante la Asamblea Nacional (Parlamento) el 1 de agosto.
Las más de 300 reformas, algunas puestas ya en marcha aunque la mayoría aún pendientes, flexibilizan la línea de la economía de Cuba, de estilo soviético, y se centran en una mayor iniciativa privada, en la reducción de los subsidios y la descentralización de las empresas, así como en el recorte de un millón de empleos de las plantillas del Estado.
El objetivo es asegurar la continuidad del socialismo en la isla para cuando él y los principales líderes de su Gobierno no estén al frente del país.
Si bien ha sugerido paciencia en la implementación de los cambios en la isla, Castro dijo a la Asamblea Nacional que los problemas económicos mundiales requieren de mejoras más rápidas.
“El mayor obstáculo que enfrentamos (…) es la barrera psicológica formada por la inercia, el inmovilismo, la simulación o doble moral, la indiferencia e insensibilidad”, afirmó.
[PRA: Caramba! Pensei que isso não existisse no socialismo, só no capitalismo.]
En diciembre pasado, Castro, que reemplazó en la presidencia a su hermano Fidel en febrero del 2008, habló sin rodeos a la Asamblea Nacional sobre la falta de honradez en las filas del Gobierno.
“Hay que luchar por desterrar definitivamente la mentira y el engaño de la conducta de los cuadros (dirigentes), de cualquier nivel (…)”, destacó.
“NO MENTIR, NO ROBAR, NO SER HOLGAZAN” [PRA: Assim também já é demais.]
El mandatario mencionó seguidamente los tres principios de la civilización Inca -no mentir, no robar, no ser holgazán- y apuntó: “Están bien esos tres principios (…) Vamos a tratar de tenerlos presentes”.
En un congreso del gobernante Partido Comunista en abril, donde quedaron aprobadas las más de 300 reformas, Castro dijo que para preservar el socialismo cubano se “hace imprescindible cambiar la mentalidad (…) o lo que es lo mismo, desterrar el inmovilismo fundamentado en dogmas y consignas vacías”.
Pero a principios de este mes usó un lenguaje más fuerte frente a unos 600 diputados del Parlamento cuando dijo que a los funcionarios recalcitrantes y corruptos les sería mejor adaptarse a las reformas o pagarían un precio.
“Advierto que toda resistencia burocrática al estricto cumplimiento de los acuerdos del Congreso (…) será inútil”, destacó.
“Nunca he sido partidario del apresuramiento ni de los cambios bruscos (…) pero ante las violaciones a la Constitución (…) no queda otra alternativa que recurrir a la Fiscalía y los Tribunales, como ya empezamos a hacer”, agregó.
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
“La resistencia empieza con Fidel que piensa que todo el mundo debe ser igual”, dijo un miembro del Partido Comunista que requirió el anonimato.
Pero un trabajador de un restaurante culpó a los muchos años de ayuda del Gobierno. “Le han dado tanto a la gente que se han acostumbrado a no tener que trabajar”, dijo Ernesto Sáez.
Fidel ha apoyado públicamente las propuestas de su hermano, quien también dijo que “en tres o cuatro años, éste será el mejor país del mundo”.
[PRA: Se me permitem, gostaria de abrir um largo sorriso -- bota largo nisso -- ante esta última frase...]
terça-feira, 23 de agosto de 2011
A frase para a vida inteira: Goethe
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe
Johann Wolfgang Von Goethe
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