terça-feira, 27 de agosto de 2013

Brasil-Bolivia: tout se complique,2 - a confusao continua...

O zumbido em certos corredores está ensurdecedor...

Dilma havia proibido operação de fuga do boliviano

TÂNIA MONTEIRO E LISANDRA PARAGUASSU
Agência Estado, 26 de agosto de 2013 
Desgastado com a operação de "resgate" do senador boliviano Roger Pinto que provocou uma crise diplomática com a Bolívia, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi obrigado nesta segunda-feira a pedir demissão. A conversa entre a presidente e o ministro foi rápida, no Palácio do Planalto.
A irritação da presidente Dilma era maior porque a quebra da hierarquia de Saboia não se resumia à operação da madrugada de domingo, 25. Há seis meses, o governo da Bolívia havia feito proposta ao governo brasileiro de que senador boliviano fosse levado de carro até a fronteira com o Brasil e deixado lá, "sem que fosse de conhecimento" do governo local. O senador teria de percorrer 1600 km, durante 22 horas, de carro, até chegar à fronteira brasileira tornando a sua liberdade um fato consumado.
Ao tomar conhecimento desta proposta, a presidente Dilma disse que não concordava. Na época, a presidente Dilma reagiu avisando que, se acontecesse alguma coisa com o senador, neste longo trajeto, um acidente, ou qualquer coisa, o governo brasileiro seria responsável, já que era o Estado brasileiro era o guardião da sua segurança e da sua vida. Dilma insistiu que a vida do senador não poderia ser colocada em risco.
Portanto, reiterava Dilma, havia uma clara determinação da presidente da República de que não fosse feito o trajeto de carro com o senador, por causa do risco e da responsabilidade e, apesar da ordem dada, o embaixador interino do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, a desafiou e montou a operação de fuga de Roger Pinto. Para Dilma, ao decidir pela operação, Eduardo Saboia assumiu o risco e deve responder por isso.
Dilma já havia conversado com Patriota e determinado que ele cancelasse sua viagem à Finlândia e permanecesse no Brasil para resolver este problema. A presidente estava "inconformada" com o episódio e com a quebra de hierarquia e queria saber exatamente quem sabia da operação idealizada por Saboia. Por isso, convocou no início da tarde desta segunda ao Planalto, os ministros da Defesa, Celso Amorim, a quem estavam subordinados os fuzileiros que fizeram a segurança do senador boliviano e às Forças Armadas, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está subordinada. Queria saber se eles sabiam da operação.
Posse
A posse do novo ministro Luiz Alberto Figueiredo, atual representante do Brasil junto às Nações Unidas, deverá ocorrer na quarta-feira, 28, já que ele desembarca no Brasil nesta terça-feira, 27. Dilma distribuiu nota oficial informando que "aceitou" o pedido de demissão de Patriota e agradecendo a sua "dedicação e empenho nos mais de dois anos que permaneceu no cargo" e anunciou sua indicação para a Missão do Brasil na ONU. Luiz Figueiredo já acompanha a presidente Dilma na próxima sexta feira, 30, na reunião da Unasul, em Paramaribo. Dilma Rousseff não telefonou para Evo Morales. Deve encontrá-lo apenas na reunião da Unasul.

Ignorancia mata mais criancas do que pobreza e falta de esgoto

Mortalidade infantil está diretamente associada à falta de estudo dos pais

Lucas de Abreu Maia, José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli

O Estado de S.Paulo, 26/08/2013


Estatística compilada pelo 'Estadão Dados' mostra que, para cada ponto percentual retirado da taxa de analfabetismo da população adulta, a morte de crianças cai 4,7 pontos; fator tem mais influência do que a pobreza e a falta de saneamento básico


Nada mata mais crianças no Brasil do que a ignorância. Pesquisa do Estadão Dados mostra que nenhuma outra de 232 variáveis testadas influi mais nas mortes na infância do que a falta de estudo dos adultos. Nem falta de dinheiro, de água ou esgoto têm impacto maior.

Os dados se referem aos 5.565 municípios brasileiros, foram coletados durante o Censo 2010 e compilados pelo Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Eles foram usados para criar um modelo explicativo dos indicadores que poderiam causar a mortalidade de crianças de até 5 anos. Por meio de métodos estatísticos, foi possível ver que a maior causa desse tipo de morte está relacionada à taxa de alfabetização da população com mais de 18 anos.
Para cada ponto porcentual retirado da taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais, a taxa de mortalidade de crianças até 5 anos cai 4,7 pontos. Na prática, se 1% dos adultos de uma cidade é alfabetizado, em média, mais 47 crianças sobrevivem à primeira infância, a cada 10 mil nascimentos. "Às vezes, a casa não tem saneamento básico, mas se a mãe tem um pouco de educação, consegue que o filho tenha acesso aos programas sociais do governo", disse o pesquisador do IBGE Celso Simões, autor de estudo que chegou a conclusão similar.
O gráfico acima mostra como essas duas variáveis estão relacionadas. Cada ponto representa um município. Ao seguir uma tendência diagonal, o conjunto desses dados revela que quanto maior o analfabetismo, maior a taxa de mortalidade na infância. Cidades como Olho D'água Grande (AL) são exemplos onde esses dois índices são altíssimos - 50 crianças de até 5 anos morrem por ano e 46% dos adultos são analfabetos. Blumenau (SC) está no outro extremo, com taxa de mortalidade cinco vezes menor e apenas 2% de analfabetismo entre adultos.
O impacto da alfabetização de adultos sobre a mortalidade de crianças é duas vezes maior do que o da pobreza. O segundo fator com maior peso para evitar mortes infantis é aumentar a fatia da renda dos 20% mais pobres. Cada ponto porcentual a mais na renda faz diminuir 2,8 pontos da taxa de mortalidade na infância.
O terceiro fator estudado que diminui a mortalidade na infância é o acesso a água e esgoto. Mas o impacto é bem menor do que o do analfabetismo e da pobreza. A cada ponto porcentual a menos de população sem saneamento básico, a mortalidade na infância cai 0,8 ponto. Combinadas, as três variáveis - analfabetismo, pobreza e água/esgoto - explicam 62% da taxa de mortalidade das crianças com até 5 anos no Brasil. O modelo é consistente também no tempo. Aplicado aos dados do Censo de 2000, seu poder de explicação é ainda maior: 69%.
O professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa José Cássio de Moraes ressalta que a maior educação materna também aumenta as chances de doenças infantis serem diagnosticadas mais cedo: "A mãe com nível educacional melhor reconhece mais rapidamente os sintomas de doenças." / COLABOROU DIEGO RABATONE
Desafio é reduzir as mortes de recém-nascidos 
Entre 2000 e 2011, segundo o SIM-Datasus, as mortes de crianças com menos de 5 anos caíram de 79.470 para 46.375 por ano. A queda foi mais significativa entre as crianças com mais de um mês de vida: 47% no período. Nessa fase, as causas de morte mais comuns podem ser tratadas com terapias simples, como soro caseiro. Isso ajuda a explicar como o aumento da escolaridade dos pais reduz a mortalidade.
Desafio está agora nas crianças com até uma semana de vida, grupo com maior parte das mortes infantis. O problema é mais complexo, porque as causas não são facilmente evitáveis e implicam cuidados com as mães e o parto.

Brasil-Bolivia: tout se complique, como diria Sempe'; - militares sabiam da movimentacao...

Diplomacia

Defesa sabia da fuga de senador boliviano, diz jornal

Veja.com, a partir do Estadão, 26/08/2013

Informação chegou a alto escalão da pasta, diz 'O Estado de São Paulo', mas ministro Celso Amorim afirma que, assim como Patriota, foi surpreendido

Senador boliviano Roger Pinto Molina acena da porta da casa de seu advogado, o brasileiro Fernando Tiburcio da Pena, em Brasília
Senador boliviano Roger Pinto Molina acena da porta da casa de seu advogado, o brasileiro Fernando Tiburcio da Pena, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
A operação que levou à fuga do senador Roger Pinto Molina da Bolívia foi comunicada aos escalões superiores das Forças Armadas e do Ministério da Defesa no Brasil. A informação é do jornal O Estado de São Paulo. O ministro Celso Amorim, no entanto, declarou ao Palácio do Planalto que também foi surpreendido, a exemplo do ex-chanceler Antonio Patriota, demitidonesta segunda-feira do Ministério das Relações Exteriores.
Apesar do ministro da Defesa ter comunicado que não foi informado do que estava acontecendo, por tradição os militares destacados nas embaixadas são subordinados aos diplomatas e, por doutrina, costumam informar aos seus superiores hierárquicos o que sabem e o que entendem que deva ser reportado. E assim teriam agido os dois fuzileiros navais que participaram da operação de transporte do senador Molina para a fronteira entre Bolívia e Brasil, e também os adidos militares que trabalham na embaixada em La Paz. Em ambos os casos, eles informaram aos seus superiores hierárquicos no Brasil sobre a movimentação em curso. A informação chegou ao comando das Forças Armadas e os adidos foram orientados a não tomar nenhuma iniciativa, diz o Estadão.
Procurado, o Comando da Marinha não respondeu se foi informado da operação em curso. Limitou-se a "esclarecer" que "os referidos militares integram o Destacamento de Segurança da Embaixada (DstSEB) do Brasil em La Paz". A Marinha explicou ainda que os destacamento têm "a finalidade de prover a segurança pessoal dos chefes de missões, dos funcionários diplomáticos e administrativos, da residência oficial e da chancelaria das embaixadas brasileiras". Por fim, acrescentou que "nesse contexto, cabe ressaltar que a participação dos militares da MB limitou-se, exclusivamente, ao provimento da segurança individual de um diplomata brasileiro, durante o seu deslocamento rodoviário".
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças-Amadas, general José Carlos de Nardi, por sua vez, disse que não foi informado pelo adido de Defesa da Embaixada na Bolívia, hierarquicamente a ele subordinado, de que seria realizada a operação de transferência do senador. A notícia de que havia uma preparação, porém, teria chegado aos respectivos comandos militares (Exército, Marinha e Aeronáutica).
(Com Estadão Conteúdo)

Brasil-Bolivia deslancha forte ataque ao Itamaraty - Fernando Rodrigues

O autor concentra seus ataques ao Itamaraty, de maneira errática e pouco racional; o autor talvez tenha razões pessoais para ter raiva do Itamaraty, mas ele passa por cima do fato que a política externa desses anos não foi feita, em grande medida, no Itamaraty e sim no Planalto, com todos os aparatchiks do PT distorcendo posições da diplomacia profissional em favor de suas obsessões ideológicas,quando não no interesse de seus mestres cubanos.
PRA

Opinião: a incompetência do Itamaraty e do governo

Blog Fernando Rodrigues, 26/08/2013 23:41

O episódio do senador boliviano que fugiu para o Brasil tem vários aspectos. O mais relevante é o que expõe a extrema incompetência do serviço público brasileiro, a falta de capacidade gerencial e um pendor por colocar sempre a culpa em algum sujeito oculto –ou em alguém que acaba demitido e pagando o pato sozinho.


Tome-se como verdadeira a fantástica história do encarregado de negócios do Brasil na embaixada em La Paz, na Bolívia, Eduardo Saboia. Ele teria tomado sozinho a decisão de fugir com o senador boliviano Roger Pinto Molina.
Tome-se também como verdadeiro o fato de o então Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não saber de nada. E que, pior ainda, a presidente da República, Dilma Rousseff, também estava em completa ignorância até o senador boliviano chegar a terras brasileiras.
Aí vem a pergunta: como é possível a sexta ou sétima economia do planeta não ter um sistema de filtros e de freios e contrapesos internos para prever que algo tão disparatado estava para acontecer? O encarregado Eduardo Saboia enviou centenas de e-mails de alerta.
É relevante não esquecer que o caso se refere à Bolívia. Por mais que exista um abominável preconceito contra o país vizinho, trata-se de um parceiro essencial do Brasil. Consome-se aqui gás vindo de lá. A fronteira entre as duas nações é extensa. Enfim, não se trata de um país remoto e pouco relevante para os brasileiros. Ainda assim, por muito tempo a embaixada em La Paz estava sem um titular.
demissão de Antonio Patriota do cargo não resolve em absolutamente nada o problema. E qual foi e é o problema? A péssima administração do Ministério das Relações Exteriores. Essa deve ser a pasta na qual a relação custo-benefício talvez seja a pior de todas para os contribuintes brasileiros.
No Itamaraty os salários são os melhores. Os diplomatas passam um tempo estudando e já recebendo os salários durante a fase no Instituto Rio Branco. Sabem falar inglês. Conhecem as regras de boas maneiras, pegam nos talheres corretamente e sabem escolher um vinho. Quando vão para um posto no exterior, viajam bem e podem levar um contênier com suas mudanças. Educados na superfície, produzem uma miragem: seriam a ilha de excelência no depauperado serviço público nacional.
É um erro crasso cair nessa esparrela. O valor de recursos que consomem faz dos diplomatas brasileiros menos eficientes comparativamente do que o pobre coitado que trabalha numa repartição pública qualquer e não tem um centésimo dos benefícios do Itamaraty.
Até porque, afinal, qual foi a grande contribuição da diplomacia brasileira em anos recentes para que o Brasil prosperasse? É difícil dizer. Durante os anos FHC e Lula, foram esses políticos-presidentes os responsáveis pelo certo avanço da diplomacia brasileira, cada um a seu jeito. Não foram grandes diplomatas que tiveram ideias e propuseram uma política externa mais arrojada. Não fossem os presidentes, o país andaria de lado no cenário internacional e com a sabujice de sempre da maioria dos egressos do Itamaraty.
Com as exceções de sempre, o Itamaraty é um serpentário habitado por fofoqueiros que vivem falando mal do colega da mesa ao lado, tomando cefezinho, pensando na piada que farão com o desafortunado que foi removido para a África ou no sortudo que acabou de ser nomeado para Roma ou Paris.
Já estou na estrada há muito tempo. Nos tempos de correspondente em Nova York, Tóquio e Washington, nunca recebi a menor colaboração profissional para obter informações –além do básico– por parte de diplomatas. Como estudante na Bélgica e na Inglaterra, pior ainda. Estudantes brasileiros no exterior são quase desprezados pelos diplomatas e pelo corpo consular. O tratamento é a pontapés. Sem contar o preconceito latente. Em terras estrangeiras, diplomatas brasileiros agem como se fosse europeus –mas não sabem como são típicos e apenas provocam vergonha alheia.
Agora, ficará no ar, como se fosse um fato isolado, a inépcia de Patriota e de outros que deixaram a representação da Bolívia acéfala. Dilma demitiu o ministro. Tudo bem? Não. A responsabilidade é também da presidente e de seus antecessores –FHC e Lula incluídos– que nunca se preocuparam para valer em colocar essa tropa abúlica de punhos de renda para trabalhar de verdade a serviço do país –e faço sempre a ressalva de que há exceções.
A laborfobia reinante no Itamaraty, o espírito macunaímico da maioria dos diplomatas brasileiros (não todos) é que produz patetadas como essa recente na Bolívia.
Dilma demitiu Patriota. Mas o que ela fará para fazer com que os diplomatas peguem no batente e melhorem a governança do Itamaraty? Ninguém sabe. Nem ela.
O blog está no Twitter e no Facebook.

Pausa para... market planning, a la cubana...

(Grato a meu amigo e colega blogueiro, defensor da racionalidade e da democracia, Orlando Tambosi)


Snowden: o espiao que foi para o frio (alias, o nome combina)

Em primeiro lugar, Snowden não era, nunca foi e nunca será espião; ele era um mero técnico de comunicacões e de sistemas de informação e suas tecnologias associadas, apenas isso.
Enfim, lendo Dostoievski, ele deve estar contente, se não deprimido, com a perspectiva de passar vários anos naquela maravilha de país. Ele poderia começar a ler Tolstoy, depois Soljenitsyn, e outros mais...
A literatura russa é interessante, mais, em todo caso, do que essas histórias de espiões, que sempre terminam mal...
Paulo Roberto de Almeida

Presença de Snowden em Moscou ‘foi estratégica’, rebate fonte na diplomacia cubana

26/8/2013 11:45
Correio Do Brasil, Redação - de Brasília

Snowden conseguiu um visto de permanência na Rússia por um ano
Snowden conseguiu um visto de permanência na Rússia por um ano
O ex-espião da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) e prestador de serviço para a Agência Central de Inteligência (CIA, também na sigla em inglês) Edward Snowdenoptou por não seguir viagem, a partir de Moscou, por “uma questão estratégica”, afirmou aoCorreio do Brasil, nesta segunda-feira, fonte do serviço diplomático cubano na América Latina. Com este desmentido, Cuba descarta a informação de ter cedido às pressões dos Estados Unidos para que não aceitasse a presença do refugiado político em seu território. Snowden, atualmente, reside em Moscou. Um jornal russo, ligado à ultradireita, divulgou nesta segunda-feira que Snowden teria ficado preso na zona de trânsito de um aeroporto de Moscou porque o governo cubano recusou-se a deixá-lo voar da Rússia para Havana, após ameaças dos norte-americanos.
Segundo o diário conservador russo Kommersant, Snowden, procurado pelos EUA por vazar detalhes de programas de vigilância do governo norte-americano, planejara voar para Havana a partir de Moscou um dia depois de chegar de Hong Kong, em 23 de junho. Mas o norte-americano, que acabou recebendo asilo de um ano na Rússia após passar quase seis semanas na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, não embarcou, embora tivesse um assento em seu nome no avião. Citando fontes, incluindo uma ligada ao Departamento de Estado dos EUA, o jornal disse que a razão foi que Cuba avisou no último minuto às autoridades russas para não deixarem Snowden embarcar no voo da Aeroflot.
O jornal disse, ainda, que Cuba mudara de ideia por pressão dos EUA, que desejam julgar Snowden sob a acusação de espionagem. O Kommersant disse ainda que Snowden passou alguns dias no consulado russo em Hong Kong para declarar sua intenção de voar para a América Latina através de Moscou.
– Sua rota e seu apelo por ajuda foram uma surpresa completa para nós. Nós não o convidamos – disse ao Kommersant uma fonte estatal russa.
A agência inglesa de notícias Reuters, a exemplo das demais agências internacionais, não pôde confirmar de imediato a reportagem, seja no governo de Havana, seja com o próprio Snowden, que permanece retirado, em um ponto desconhecido do público, em território russo. A fonte ligada ao serviço diplomático cubano a que o CdB teve acesso, no entanto, lembra que o presidente de Cuba, Raúl Castro, foi o primeiro a defender, ainda no início de julho deste ano, logo após a decisão de Snowden de permanecer em solo russo, o direito dos países latino-americanos de conceder asilo ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden. Raúl Castro criticou, ainda, que a atenção sobre este caso se centre na “perseguição” do jovem e não nos sistemas de “espionagem global” dos Estados Unidos.
Castro fez a declaração publicamente, no discurso com que encerrou o primeiro plenário realizado pela Assembleia Nacional de Cuba na atual legislatura. Em sua primeira declaração sobre o caso do ex-técnico que vazou planos de espionagem em massa por parte dos EUA, Castro, porém, não revelou se Cuba havia recebido o pedido de asilo por parte de Snowden nem se permitiria seu trânsito pela ilha rumo a outro país. Ele insistiu em ressaltar que as revelações de Snowden “permitiram confirmar a existência de sistemas de espionagem global dos Estados Unidos, que violam a soberania das nações, inclusive de seus aliados, e dos direitos humanos”.
– Cuba, que foi historicamente um dos países mais agredidos e também mais espionados do planeta, já conhecia a existência destes sistemas de espionagem – disse o presidente cubano, em seu discurso.
Pesadelo
Advogado de Snowden, Anatoli Koutcherena contou a jornalistas, na véspera, que seu cliente viveu um verdadeiro pesadelo no aeroporto de Moscou, até obter um visto temporário, no dia 1 de agosto.
– Foi um período difícil. Agora ele precisa cuidar de sua saúde e se recuperar psicologicamente. Ele precisa de uma adaptação – declarou o advogado à rádio pública Golos Rossii (A Voz da Rússia).
De acordo com ele, o ex-consultor da CIA aguarda a chegada do pai e de amigos para tomar algumas decisões importantes. Entre elas, a escolha do local onde pretende morar no país. O advogado também disse que Snowden se sente “mais ou menos bem”, está aprendendo a falar russo e se interessa pela história do país.
No período em que ficou na zona de trânsito do aeroporto russo, Snowden, segundo o advogado, leu “Crime e Castigo” de Dostoïeviski e pediu a obra completa de 18 volumes do historiador russo do século 19 Nikolaï Karamzine. Com o visto temporário, o ex-consultor da CIA pode viajar pela Rússia e trabalhar, exceto no serviço público, segundo o chefe do serviço de Imigração da região de Moscou.
– Ele ainda corre riscos, não pode passear na praça Vermelha ou ir pescar. Ele aguarda com impaciência a chegada do pai – disse o advogado.
Por enquanto, Snowden também não pode falar em público. Mas mesmo “invisível”, ele já tem diversas propostas de emprego, entre elas, uma vaga no Facebook russo, a rede social Vkontakte. Senadores russos também propuseram ao técnico uma cooperação para detectar falhas na proteção de informações privadas.

Bolivia: o grande "rapto" do Senador; script de um filme? - David Fleischer

Brazil Focus David Fleischer
Special Report-26 Aug. 2013  
                                                                  
    Bolivian Senator Flees [escapes] to Brazil – Patriota Resigns

            On Saturday, 24th August, while he was having lunch in Vitória, ES, Sen. Ricardo Ferraço (PMDB-ES) received a telephone call from the DCM (number two) at the Brazilian Embassy in La Paz in Bolivia – Eduardo Saboia – who informed him that he had set in motion a plan to extract Bolivian Senator Roger Pinto Molina from Bolivia to seek refuge [political asylum] in Brazil. 
                                 
            Ferraço became aware of this “plan” during his two visits to Bolivia to attempt to gain the release of some soccer fans from the Corinthians futbol club who had been detained after a flare had been detonated during a soccer game that hit a young Bolivian soccer fan in the face and killed him.  Ferraço is the President of the Senate Foreign Relations Committee and in that capacity he went to Bolivia to seek the release of this group of Brazilian soccer fans –and met Bolivian Opposition Senator Roger Pinto Molina who had sought refuge (granted) in the Brazilian embassy in La Paz.  ..

                 Saboia informed Ferraço that he had the Senator in his diplomatic automobile travelling toward Corumbá, MT where they would cross into Brazil and were drawing near to the border.  Ferraço called a local businessman in Vitória (name not revealed) who agreed to put his executive jet plane at the disposal of this “rescue mission” and that same afternoon Ferraço (with the pilot and copilot) flew from Vitória to Corumbá.  At the Corumbá airport, Ferraço was met by a Brazilian Federal Police officer who informed him that the Senator would soon arrive at the airport under police escort.  Senator Molina and Saboia were holed up in a Corumbá hotel after the federal police secured their safe border crossing.  The executive jet then flew Ferraço and Senator Molina to Brasília where they arrived just after midnight, early Sunday morning, 25th August.  Ferraço offered to host Molina at his home in Brasília but he preferred to stay at the home of his Brazilian lawyer, Fernando Tibúrcio, in the Lago Norte neighborhood.  Ferraço planned to have Senator Molina give testimony before the Senate Foreign Relations Committee on Tuesday, 27th August.

            This episode began on 26th May 2012, when Senator Roger Pinto Molina – a very vocal Opposition senator – sought political asylum in the Brazilian Embassy in La Paz.  He was threatened with arrest by President Evo Morales who accused him of various “crimes”.  Molina had accused Morales of involvement with drug traffic.  On 8th June 2012, Brazil granted political asylum to Senator Molina but the Bolivian government refused to grant a “safe conduct” order for him to go to the La Paz airport to fly to Brazil.  On 2nd March 2013 a bilateral commission was formed to “analyze” this case [a minuet of “make believe”, according to Saboia].  Last week, Saboia became fearful that the senator might commit suicide over the weekend and an independent medical report confirmed this fear.  Molina had been confined in a small room within the Embassy for 455 days.

            Thus, Saboia took action “on his own” reportedly without any consultation with Itamaraty in Brasília, put the senator in his own diplomatic car and began the 1,600 Km drive to Corumbá.  Reportedly, Itamaraty became very “irritated” by this case.  However, Saboia did not make this long (22-hour) road trip alone with the senator in his car.  He was accompanied by FIVE heavily armed Brazilian Federal Police officers and two Brazilian Navy marines in two diplomatic cars.  They were stopped several times by Bolivian highway police but were not molested because of the cars’ diplomatic license plates. How could these officials have left Brazil for La Paz with any knowledge by Itamaraty?  Why was their arrival in La Paz not perceived by Bolivian authorities?  Did they make a clandestine road trip from Corumbá to La Paz?  Apparently, the Bolivian intelligence service did not have Saboia’s phone under cyber surveillance. 

è Probably, Bolivia did not receive any “technical assistance” from NSA/CIA as in the case
of Brazil.

            Obviously, Eduardo Saboia will not be able to return to his post in La Paz and Itamaraty will have to quickly find a replacement, perhaps the posting of a new ambassador.  However, Saboia’s wife’ (also a Brazilian diplomat) and children remain in Bolivia where she is consul-general in Santa Cruz de la Sierra.  Two comments circulated in Brasília regarding this episode:

1)     This case resembled a Mossad operation;
2)    Probably Saboia will be “rewarded” with a promotion to Ambassador rank
   and will be sent to represent Brazil in Burkina Faso; and
            3)  This episode should produce a great screenplay and be made into a movie.

            On Monday, Senator Ferraço delivered a speech to the Senate floor where he praised the actions taken by Eduardo Saboia and warned Itamaraty not to “punish” him for his “heroic initiative”.  

            Although Itamaraty had requested that Saboia not give any press interviews, because his name was formally cited in the Foreign Ministry note disclaiming any knowledge of Senator Molina’s escape that had been articulated by Saboia, he decided to give an exclusive interview with the TV Globo “Fantástico” Sunday evening program explaining his point of view.  He explained that in truth he did not have to formally ask authorization from Itamaraty because the Senator’s life was in danger and his decision was of a “humanitarian” nature”.  

            This episode “boiled over” on Monday and that afternoon, Foreign Minister Antonio Patriota submitted his letter of resignation personally to Pres. Dilma Rousseff.  Apparently, this was the “last straw” from Dilma’s point of view – because the press has cited several cases of her “dissatisfaction” with Patriota’s performance (or lack thereof) over the past year-and-a-half.  She feels that he is “weak”, indecisive, and does not “command” the Foreign Ministry very well.

            BUT in essence, Patriota was “kicked upstairs” to be Brazil’s Ambassador to the UN, replacing Ambassador Luiz Alberto Figueiredo Machado (58) – Brazil’s current Ambassador to the UN – a “switch”.  Figueiredo arrived in Brasília on Tuesday, 27th August – just in time to accompany Pres. Dilma to the Unasur meeting. 

            Eduardo Saboia met with the Secretary-General (number two) at Itamaraty – Eduardo dos Santos – and with Ambassador Antonio Simões on Monday.  Later that same afternoon, diplomat Eduardo Saboia was “suspended” from his post in La Paz – very obviously the Bolivian government would not allow him to return.  In addition, Itamaraty decided to form a commission of three diplomats to investigate Saboia’s participation in this case.  Depending on the result, this investigation might be transformed into a disciplinary procedure.  The latter might result in a simple oral admonishment or to Saboia being fired. 

            However, the Brazilian press quickly discovered that “informally” the Bolivian government had suggested that Brazil consider the exit of Senator Molina by land, but without a “safe-conduct” pass and that his car might be attacked (by drug traffickers??).  Itamaraty did not consider this “option” as viable (too risky), but in the end, Eduardo Saboia decided on that “risky option”.

            Formally, the Bolivian Foreign Minister “complained” about this episode and asked Brazil to “extradite” Senator Molina back to Bolivia.  Of course this will not happen. 

            It remains to be seen, how Itamaraty will “treat” Eduardo Saboia.  If he suffers any “visible punishment”, Senator Ricardo Ferraço will be quick in his defense – as will be the Brazilian media.

                        è    Stay tuned!!!! 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...