Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Rumo ao mundo sinocentrico? - palestra de Oliver Stuenkel no IPRI (Brasilia, 13/12/2016)
Mister Trump parece facilitar as coisas para a China na America Latina - Oliver Stuenkel
Vou informar mais detalhadamente.
Este artigo parece preparar o terreno para o debate.
Paulo Roberto de Almeida
How Trump Benefits China in Latin America
Venezuela suspensa do Mercosul: deveria ter entrado? - Carlos Malamud (InfoLatam) e Paulo Roberto de Almeida
Em 2005, quando Chávez anunciou sua decisão -- sim SUA, não do país, da burocracia técnica, dos empresários, do parlamento venezuelano -- de ingressar no Mercosul deixou MUITO CLARO que não queria o Mercosul neoliberal, como ele afirmava, e sim que iria destruir o Mercosul livre-cambista para colocar em seu lugar um Mercosul "de los pueblos", ou seja, conforme ao "socialismo do século XXI".
NINGUÉM, na época, do governo brasileiro ou de qualquer outro governo, protestou CONTRA essa afirmação absurda do caudilho bolivariano, NENHUM representante do Brasil levantou-se para condenar essa atitude absolutamente contrária, negativa, prejudicial ao Mercosul, contrariando todos os seus valores, princípios, objetivos e mecanismos de funcionamento.
Todos continuaram como se fosse normal um "futuro sócio" afirmar com todas as letras que, ao ingressar no "clube", pretendia mudar todas as suas regras, num sentido claramente contrário a tudo o que tinha sido feito até então.
Passaram-se os quatro anos acordados para a concretização do acesso da Venezuela (ou do Chávez?) no Mercosul, e absolutamente NADA ocorreu, ou seja, a Venezuela JAMAIS cumpriu os objetivos mínimos da união aduaneira.
Em 2010, constatando que NADA tinha sido feito pelo país pretensamente interessado em ingressar no bloco, sequer protestaram, e concederam mais QUATRO anos para que a Venezuela se movimentasse de alguma forma.
Em 2012, quando aproveitando (ILEGALMENTE) o impeachment do presidente paraguaio Fernando Lugo (aquele bispo reprodutor) pelo parlamente do país, estritamente dentro das regras constitucionais, os três sócios SUSPENDERAM (ILEGALMENTE, pelas regras do Protocolo de Ushuaia) o Paraguai, e colocaram a Venezuela para dentro, também ILEGALMENTE, pois o país andino SEQUER tinha RATIFICADO o seu próprio Protocolo de acesso ao Mercosul, ou seja, não cumpria regras mínimas para ingressar na união aduaneira.
A Venezuela sequer ratificou o ACE-18, ou seja, o Tratado de Assunção, tal como registrado na ALADI, e portanto NÃO PODERIA ser considerada membro do Mercosul, e os demais membros agiram mais uma vez ILEGALMENTE ao sancionar tal decisão.
Grande parte da responsabilidade incumbe ao Brasil dos companheiros, à estupefaciente diplomacia lulopetista, a maior fraude que já ocorreu em nossa política externa.
Como isso pôde (sim, gosto deste circunflexo) ocorrer, durante tanto tempo, sem qualquer protesto por parte dos servidores e envolvidos nessas ilegalidades, é ainda algo estranho para mim, mas como estive fora do Itamaraty (ou pelo menos sem cargo nenhum durante toda a gestão companheira) não sei explicar como tantos absurdos ocorreram. É o que vou agora investigar.
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, 6 de dezembro de 2016
Carlos Malamud: Mercosur Venezuela
Mercosur suspende a Venezuela
Madrid, 4 diciembre 2016
Por CARLOS MALAMUD
Tras el conflicto creado por la pretensión de Argentina, Brasil y Paraguay de que Venezuela no ejerciera la presidencia pro tempore de Mercosur, los cuatro países fundadores decidieron darle al gobierno de Caracas un plazo relativamente breve, hasta el 1 de diciembre, para adecuar su legislación al acervo comunitario. Pese a que Maduro afirmó haber cumplido con el 95% de lo requerido, el punto de vista mayoritario es exactamente el contrario. Incluso el viceministro de Exteriores de Uruguay José Luis Cancela señaló que Venezuela aún debe incorporar 228 normas a su legislación, siendo las dos más relevantes las referidas al protocolo de derechos humanos del Mercosur y al Acuerdo de Complementación Económica Nº18 (ACE18). Este último “es el corazón… del propio Mercosur”, al regular “la arquitectura comercial de la vinculación entre los socios”.
Pese a la consideración mostrada con Uruguay, la norma ha sido la opuesta. Para comenzar habría que recordar el uso indiscriminado y peyorativo del concepto “Triple Alianza” para descalificar a Argentina, Brasil y Paraguay. La ministra Rodríguez insistió en un tuit que “Venezuela no reconoce este acto írrito sustentado en la ley de la selva de unos funcionarios que están destruyendo el Mercosur” y acusó a sus “burócratas intolerantes” de secuestrar los mecanismos de la integración para expulsarlos del bloque.
No sólo eso. En un acto de clara injerencia en los asuntos de los demás países le pidió a sus ciudadanos que se manifestaran delante de las instituciones comunitarias para impedir la expulsión de Venezuela. Si alguno de los gobiernos acusados hubiera tenido una reacción de ese estilo la respuesta venezolana hubiera sido estentórea y clamorosa, sumando incluso, como en el pasado, las acostumbradas muestras de solidaridad de Rafael Correay Evo Morales.
Este reciente apego bolivariano por las normas y las instituciones contrasta con el desprecio de 2005, cuando los entonces presidentes de Mercosur (Néstor Kirchner, Luis Inácio Lula da Silva, Nicanor Duarte y Tabaré Vázquez) accedieron al pedido de Hugo Chávez de integrarse como miembro de pleno derecho tras su salida de la CAN (Comunidad Andina). Esto ocurrió sin ningún tipo de discusión, ningún estudio previo sobre el impacto de dicha medida ni ninguna política de convergencia con la realidad económica institucional, del bloque. Eran otros tiempos, los tiempos en que los deseos de Chávez debía satisfacerse sin discusión, pese a estar vigente la cláusula democrática.
Hoy las cosas han cambiado. La actitud beligerante de Paraguay contra Venezuela, producto de su suspensión de Mercosur en 2012, tras el juicio político que destituyó a Fernando Lugo, ha sido acompañada por la postura crítica de Argentina y Brasil. En aquel entonces se dio la circunstancia de que prácticamente el mismo acto también permitió el ingreso definitivo del gobierno bolivariano en Mercosur. Claro está que para que esto pudiera producirse hubo que doblegar las normas, o como reconoció el entonces presidente uruguayo José Mujica, los elementos políticos prevalecieron sobre los jurídicos. Pero entonces nadie protestó, ni se quejó de un “golpe de estado”, como hizo en esta oportunidad la ministra Rodríguez.
En relación con otros golpes imaginarios, la ex presidente brasileña Dilma Rousseff se solidarizó con la posición bolivariana al afirmar tajante que la medida atenta contra la soberanía venezolana y que la acción estuvo guiada por intereses imperiales: “La suspensión es un recurso extremo e inadecuado. Sin embargo, no se puede esperar mucho de un Gobierno ilegítimo que ha usurpado mi mandato por medio de un golpe parlamentario disfrazado de impeachment. La medida muestra la pequeñez del Gobierno de Brasil a las demandas de América Latina”. Su incomprensión del nuevo clima que empieza a vivirse en la región se confirma con su afirmación de que se trata de un acto peligroso e irresponsable que compromete la convivencia entre las naciones de América del Sur.
Lo que es indudable, más allá de las declaraciones más o menos altisonantes de las autoridades bolivarianas, es que su influencia regional ha mermado considerablemente. Poco antes de la muerte deFidel Castro, el presidente argentino Mauricio Macri señalaba en relación al triunfo de Donald Trump que: “La nueva corriente de líderes latinoamericanos no está pendiente de Cuba”. Esta misma frase se podría perfectamente hacer extensiva a Venezuela. Sin embargo, por otras razones, especialmente por los efectos desestabilizadores que su crisis podría tener sobre el conjunto de América Latina, los presidentes regionales deberían estar mucho más pendientes de lo que allí ocurre. Pero no para acatar ciegamente las órdenes o deseos del mandatario de turno, sino para evitar una desgracia de incalculables consecuencias, tanto para Venezuela como para el conjunto de la región.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Lulopetismo diplomatico: desmantelando a fraude na politica externa - Paulo Roberto de Almeida
Mas, quem quiser consultar minha lista de trabalhos, livremente disponíveis -- sempre estiveram, em meu blog, e ultimamente em Academia.edu -- verá que meus trabalhos, até 2005 ou 2006, pelo menos, encaravam com certa simpatia as iniciativas mais ousadas desse avatar do partido companheiro na frente externa. Uma lista completa, até recente, está disponível nesta postagem:
2991. “Uma seleção de trabalhos sobre a política externa brasileira na era Lula: Paulo Roberto de Almeida, 2002-2016”, Brasília, 6 junho 2016, 13 p. Listagem seletiva, na ordem cronológica inversa, dos trabalhos mais importantes, inéditos e publicados, produzidos no período em apreço em temas da diplomacia e do sistema político brasileiro. Atualizada em 6/11/2016, postado no Academia.edu (https://www.academia.edu/26393585/Trabalhos_PRA_sobre_a_politica_externa_brasileira_na_era_Lula_2002-2016_).
Mais recentemente, fui levado a produzir dois novos trabalhos, não artigos, mas apenas palestras, sobre esse fenômeno bizarro, ainda não publicadas, mas já disponíveis nos dois links abaixo:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 de dezembro de 2016.
Brasil Paralelo: quase pronto (em 7/12)
Olá, Paulo. Tudo bem?
Faltam só 48 horas para a estreia do nosso Congresso Brasil Paralelo 2016, que será o maior evento de comunicação independente (100% digital) política, econômica e cultural que o país já viu.
Esperamos atingir mais de 1 milhão de pessoas e contamos com a sua ajuda para que esse número se torne realidade!
Hoje, eu trago para você a nossa mais nova surpresa: o trailer oficial de lançamento do nosso Congresso.
Você poderá sentir o gostinho da qualidade do nosso trabalho e o cuidado com que preparamos tudo isso para você.
Foram mais de 20 noites viradas.
Uma equipe de 9 integrantes.
Mais de 300 pessoas envolvidas.
Mais de 60 especialistas ouvidos, em 8 cidades diferentes e em 2 continentes.
E o resultado de todo esse trabalho? Você vê agora!
Clique direto na tela do vídeo ou (se preferir) clique aqui e assista a um pedacinho do que te espera a partir do dia 07 de dezembro, direto na internet.
Lembrando que o nosso documentário será 100% gratuito e tratará das coisas mais importantes, polêmicas e urgentes pelas quais o nosso país atravessa.
Agora...precisamos da sua ajuda!
Poderíamos contar com o seu compartilhamento?
Convide os seus amigos, poste nos grupos, viralize essa mensagem.
Queremos (e precisamos!) alcançar ainda mais gente e você é a peça fundamental para tudo isso.
Nos vemos em breve para testemunharmos o nascimento de uma nova forma de se comunicar e de se transmitir informação 100% limpa, idônea, independente e livre de lobby político.
A partir dessa semana, o Brasil voltará a ter a voz que sempre mereceu!
Um forte abraço!
Ass: Tiago Menna,
Equipe Brasil Paralelo
domingo, 4 de dezembro de 2016
O Brasil de hoje (e de ontem tambem, mas agravado) - Rafael Rosset
Rafael Rosset
(recebido em 4/12/2016)
'Suponha comigo que você tem 35 anos, R$ 500.000,00 no banco e um Q.I. acima da média. O que fazer?
Você pode abrir uma empresa. É o que jovens com esse perfil e boas ideias costumam fazer em países mais civilizados, por exemplo.
Na verdade, esse é o objetivo de vida mais cobiçado em lugares como EUA, Inglaterra e Austrália: abrir uma empresa, ganhar muito dinheiro e, no processo de ficar podre de rico, empregar dezenas ou centenas de pessoas e gerar bens e serviços que vão elevar a qualidade de vida de todos.
Mas vamos supor que você viva no Brasil. A média de lucro (o retorno sobre o investimento do capitalista) vai de 3% a 5% (varejo), 6% (farmácias e drogarias), 10% (postos de gasolina) 11% a 13% (alimentação e serviços), só para citar alguns exemplos.
Isso quando o empresário não opera no vermelho, pagando do próprio bolso pra manter o negócio e, com ele, os empregos de seus funcionários.
Claro que não é só.
Você vai gastar em média 2.600 horas por ano não fazendo o que você se propôs a fazer (produzindo bens ou prestando serviços), mas apenas para recolher os impostos, que vão incidir sobre o seu investimento antes que você tenha qualquer lucro.
Em média, 40% do seu investimento vai para o governo; 24% vai para os trabalhadores; e, descontada a parte do banco (capital de giro, desconto de recebíveis etc.), a você será permitido ficar com apenas 7% do que gerou.
Você será tratado como criminoso pela sociedade, será culpado por tudo o que der errado no país, e será constantemente fiscalizado e esporadicamente autuado por conta do descumprimento de alguma obrigação acessória que nem seus advogados tributário e trabalhista sabiam que existia, mas que lhe renderá uma multa de 150%, além de juros de 1% ao mês e correção monetária.
E, claro, ocasionalmente seus funcionários o processarão, ainda que você tenha pagado todos os direitos e obrigações, e sabe-se lá o que vai decidir o juiz do trabalho, que está lá na presunção de que você é um contraventor e o seu funcionário é um anjo.
Depois de 3 anos, há 80% de chance de você estar falido, e com sua casa, carro e o que quer que tenha sobrado de seu capital inicial ameaçado por execuções fiscais e trabalhistas.
Não parece um prospecto muito bom.
Mas, felizmente, você vive no Brasil, e tem opções.
Você pode emprestar aqueles seus R$ 500.000,00 ao governo, por exemplo. Uma aplicação no Tesouro Direto indexada ao IPCA rendeu mais de 20% em 12 meses, e com liquidez diária. Descontados os impostos, ainda sobra uns 16% limpos.
Bem melhor do que os 3% a 11% que você obtém empreendendo, e com risco praticamente zero: ao contrário do que se dá com o empreendedor, o governo irá lhe tratar como rei, porque o governo é incapaz de gastar menos do que arrecada, e sempre vai precisar de gente como você para financiar o déficit endêmico.
Ao final de 3 anos, você terá somado cerca de R$ 364.000,00 ao seu capital de R$ 500.000,00 (ajudado pela mágica dos juros capitalizados).
Bem melhor, não?
Ou então você pode empregar esse seu cérebro privilegiado e estudar para um concurso público. Salários de R$ 30.000,00, que a iniciativa privada só paga a altos executivos que tenham resultados a apresentar e que estejam acostumados a viver sob intensa pressão, não são incomuns no funcionalismo, com o bônus de que você nunca será demitido, ainda que faça apenas o mínimo exigido, e, dependendo da carreira que escolher, será inclusive obrigatoriamente promovido.
É essa a flora exótica na qual vivemos: tudo a todo o momento grita para que você não crie, não empreenda, não empregue. Se acumulou algum capital, seja rentista. Se tem uma boa educação, seja funcionário público.
Vai dar certo sim, amigos.
sábado, 3 de dezembro de 2016
Itamaraty and the new Brazilian Foreign Policy - Paulo Roberto deAlmeida
Versão original, e completa dessa pequena alocução, aqui:
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